OUTROS OLHARES

ROUPA FEMININA TERÁ DE RESPEITAR BIÓTIPOS ‘RETÂNGULO’  E ‘COIHER’

Após quase dez anos de discussões, ABNT define tabela referencial com base no formato do corpo das brasileiras

Entrar em um provador pode ser uma experiência constrangedora para uma parte importante da população feminina no Brasil. Ter de pedir o tamanho GG quando você tem o quadril muito largo, ou o manequim 34 quando tem baixa estatura costuma ser acompanhado de comentários por parte do vendedor ou olhares curiosos de quem está por perto na loja.

Se depender da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), esse problema deve deixar de existir. A entidade acaba de aprovar a NBR16933, norma que visa padronizar tamanhos e medidas do roupas femininas no país.

“ANBR16933 institui a centimetragem na etiqueta das roupas”, diz Maria Adelina Pereira, gestora do Comitê Brasileiro de Normatização de Têxteis e do Vestuário da ABNT. “Não interessa se, para determinada marca, um tamanho de calça é 44, e, para outra, é 50: se a consumidora sabe quanto mede o seu quadril, isso deve ser o suficiente para que ela encontre a peça que precisa”, afirma.

A iniciativa era aguardada com ansiedade pelas confecções e modelistas. Conforme mostramos em post no dia 17/11 ,desde  2012, o Brasil está no limbo quando se trata de medidas para definir o tamanho das roupas das mulheres. O comitê da ABNT escolheu 2 dos 5 principais biótipos femininos no Brasil para basear a norma referencial. São eles: “retângulo” e “colher”, identificados na pesquisa antropométrica da população brasileira, a Size BR, conduzida entre 2006 e 2015 pelo Senai – Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Serviço Nacional da Indústria).

No Brasil, 76% das mulheres têm o biótipo “retângulo”: quando as circunferências do tórax e do quadril são aproximadamente iguais, com uma linha de cintura pouco marcada. O outro biótipo escolhido foi o da “colher”: quando o quadril é maior que o tórax e sua lateral é marcada e arredondada – é a que mais se assemelha ao popular “violão”, embora o biótipo represente apenas 8% das brasileiras.

A NBR16933 determina dimensões em centímetros para cada biótipo, levando em conta perímetro da cabeça, pescoço, ombros, busto, cintura, quadril, costas, coxa, joelho, panturrilha e tornozelo.

Ao longo dos anos, cada rede ou confecção procurou criar referências próprias de tamanhos. Recentemente, por exemplo, a Renner investiu em tecnologia 3D para aperfeiçoar o processo de modelagem, com o desenvolvimento de 14 manequins físicos projetados a partir do escaneamento de corpos reais. O Brasil não conta com medidas oficiais de vestuário feminino desde 2012.

Naquele ano, foi revogada a norma anterior, de 1995, a NBR 13377, que tratava de maneira genérica de medidas referenciais do corpo humano. Em 2009, foi criada a NBR 15800, com medidas infantis, e em 2012 foi lançada a 16060, de medidas referenciais masculinas.

Participam do grupo grandes redes varejistas, confecções que fornecem às grandes redes, instituições de ensino de moda, modelistas, o Senai (Serviço Nacional de  Aprendizagem Comercial) e o Senai-Cetiqt.

Muitas varejistas vinham se recusando a abrir mão dos seus padrões para adotar uma referência nacional. Daí a demora de quase dez anos na discussão de uma tabela referencial para o vestuário feminino.

“Mas, com a pandemia, as grandes redes tiveram de adaptar a sua operação para a venda online de vestuário e, com isso, passaram a exibir detalhamento das medidas, que ajudou no processo para conclusão da norma”, diz Maria Adelina.

Os demais biótipos identificados na pesquisa do Senai – Cetiqt são o “triângulo” (quadril é bem maior que o tórax, sem uma cintura marcada), o “triângulo invertido” (quando a circunferência do tórax é maior que a do quadril e a mulher não tem uma cintura marcada) e a “ampulheta” (a mulher aparenta ser proporcional no tórax e no quadril e tem uma cintura bem marcada). Estes biótipos representam, respectivamente, 8%, 5% e 3% da população feminina no Brasil.

“Agora, os magazines se preparam para iniciativas que ajudem as consumidoras a conhecer melhor suas medidas, como espelho medidor ou a medição por foto, para facilitar a compra e impedir que a prova da roupa se tome um momento de provação”, afirma Maria Adelina

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 09 DE JANEIRO

PENIEL, CONHECENDO O DEUS DE SUA SALVAÇÃO

Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva (Genesis 32.30).

Jacó saiu da casa dos pais e foi para a casa de Labão. Ali constituiu família e tornou-se homem próspero e rico. Deus o abençoou sobremodo. Tornou-se o pai de doze filhos, que se tornaram cabeças das doze tribos de Israel. Depois de vinte anos, ele volta à sua terra. A convivência com o sogro parecia insustentável. Ao regressar, não podia mais adiar o encontro inevitável com seu irmão Esaú. O tempo não foi suficiente para aquietar seu coração nem para curar as feridas de sua alma. Jacó já estava com 93 anos de idade quando atravessou o vau de Jaboque. Ali o próprio Senhor lutou com Jacó. Este não quis ceder: mediu força com força, poder com poder, destreza com destreza. Deus o tocou na articulação da coxa e o deixou manco. Então, Jacó agarrou-se ao Senhor e lhe disse: Não te deixarei ir se me não abençoares (Genesis 32.26). O Senhor perguntou: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó. Aquilo não foi uma resposta, mas uma confissão. Vinte anos antes, Isaque fez a mesma pergunta, e ele respondeu: Esaú. Jacó significa suplantador, enganador. Quando Jacó admite seu pecado e o confessa, Deus muda seu nome para Israel, dando-lhe uma nova vida e uma nova herança. Jacó, então, chamou aquele lugar de Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.

GESTÃO E CARREIRA

TRANSIÇÃO DE CARREIRA

Metade dos profissionais brasileiros quer mudar de área. Se você engrossa essa lista, veja aqui como se planejar para uma virada.

Quando estava prestando vestibular, Rejane Tolgo, de 48 anos, passou pelo mesmo sofrimento da maioria dos adolescentes: não sabia qual carreira escolher. Ela estava na dúvida entre Farmácia e Odontologia. “Minha família achava que odonto era o melhor negócio, por ser uma carreira tradicional.” E lá foi Rejane se tornar dentista. Depois de formada, abriu um consultório em Caxias do Sul (RS), sua cidade natal. Mas a insatisfação com a escolha profissional a corroía por dentro.

Em 2001, a dentista se mudou com o namorado (e atual marido) para Garopaba, em Santa Catarina. O plano era transferir o consultório para lá, mas, como a mudança aconteceu no final do ano, ela não encontrou nenhum espaço disponível para alugar. Para não ficar parada, passou a ajudar no gerenciamento da loja de roupas do namorado. Era o fim da Dra. Rejane. Ela gostou tanto da oportunidade de trabalhar com comércio que nunca mais atuou como dentista.

Em oito anos, Rejane abriu outras cinco lojas e duas franquias. Mas não soube preparar a operação para o avanço do e-commerce ao longo do início do século, e os negócios começaram a sofrer. “Na época, eu achava que não sabia fazer nada, porque tinha feito odonto e não deu certo. Depois montei uma loja e comecei a ter problemas financeiros.”

Foi quando Rejane decidiu fazer um MBA em Marketing para entender como poderia salvar as lojas. Ela já estava encantada pela área, até que começou a estudar marketing digital. Finalmente tinha se encontrado. Em novembro de 2010, ela fechou as lojas, fez um curso de produção de conteúdo para o Facebook e, três meses depois, começou a trabalhar como social media para agências de publicidade. Hoje, ela tem uma empresa de marketing digital.

Rejane é uma das muitas pessoas que precisaram parar e repensar a profissão. Um levantamento da empresa de pesquisa Scoop & Co mostra que 63% dos profissionais brasileiros já mudaram de carreira. E que 48% consideravam mudar de ramo nos próximos 12 meses (o estudo é de 2020).

O problema começa lá atrás, na hora do vestibular. A pressão por decidir a carreira de uma vez, sem ter maturidade nem vivência profissional em qualquer área, é um prato cheio para decisões erradas. Aí é comum dar Ctrl+C  Ctrl+V na carreira dos pais, seguir por um caminho que a família ache mais seguro, ou na matéria da escola em que você tinha mais facilidade. Muitas vezes dá certo, claro. Mas a frustração, pelo que os números dizem, não é exatamente um fenômeno raro. É assim que começa a síndrome do domingo à noite, quando bate aquela ansiedade só de imaginar que uma nova semana de trabalho está começando.

Não é só isso. Aquela ideia de carreira linear, na qual você se forma, arruma um emprego numa grande companhia, trabalha na

área a vida inteira e depois se aposenta já não faz mais parte da realidade. O mercado de trabalho está cheio de profissionais que não atuam no que se formaram.

Se você quer ser um deles, veja como fazer uma virada na carreira.

POR ONDE COMEÇAR

Mudar de profissão não é igual receita de bolo. Não existem regras mágicas para obter o doce perfeito, mas delinear os passos básicos pode ajudar. Primeiro, faça uma autoavaliação. “Você precisa ser muito realista e entender exatamente o que está incomodando na carreira. É a rotina? Os resultados alcançados? A decisão profissional foi errada? Se você não tiver clareza sobre isso, vaientrar em um círculo vicioso em busca da tal realização pessoal”, afirma a psicóloga Fernanda Tochetto, especialista em carreiras.

Uma dica é montar uma retrospectiva da vida profissional, listando os motivos que te levaram a escolher sua carreira atual e as atividades que vocêrealizou. Assim dá para identificar se existe algum problema ou insatisfação que teima em se repetir. Feito isso, chegou a hora de pensar na novacarreira – e criar mais uma lista. A ideia é ter em mente qual é a área que você quer seguir, pontos positivos e negativos do setor, as habilidades técnicas e comportamentais que você já tem e as que precisa desenvolver. Também é preciso pensar no retorno financeiro que você espera, no tipo de empresa que gostaria de trabalhar, e se essas companhias estarão alinhadas aos seus objetivos. Se o que te deixa insatisfeito é a falta de tempo para ficar com a sua família, não faz sentido trabalhar em um lugar que exige plantões nos finais de semana. Mesmo que seja na empresa dos seus sonhos.

Depois que você já sabe claramente em qual área quer investir, o segundo passo é ter contato com o setor e buscar qualificação. Mas calma, porque nem sempre o ideal é já sair se matriculando em uma faculdade. Nem é o mais indicado. Para evitar uma decisão precipitada, procure primeiro por cursos gratuitos, vídeos no YouTube sobre o dia a dia da profissão, workshops, palestras e eventos da área.

Aproveite essas atividades para formar uma rede de networking. Conhecer gente da nova área é fundamental: as pessoas precisam saber que você está a fim e aberto para oportunidades. “Mas cuidado. Você pode se queimar se não fizer isso direito. Comece com quem você tem mais proximidade, para depois aumentar a rede. E nunca aja como se só estivesse entrando em contato porque precisa de um emprego”, afirma Paola Dazzan, gerente da Prática de Transição de Carreiras da empresa de recrutamento LHH.

Também não saia simplesmente distribuindo o CV aos quatro ventos – isso só vai gerar um monte de entrevistas de emprego furadas, e-mails não respondidos e, mais frustrações. Faça um mapeamento do mercado para ser assertivo: liste no LinkedIn e nos sites de  vagas as empresas que fazem mais sentido para você. Quando vier a entrevista de emprego, explique por que decidiu fazer a transição e como se preparou para isso.

E lembre-se: a transição de carreira é um processo demorado e que pode gerar insegurança. Você precisa se preparar emocionalmente para lidar com o estresse e a ansiedade. “Nem tudo está sob o seu controle. Nem sempre tem uma vaga disponível, nem sempre o curso vai ser legal”, lembra Dazzan.

DINHEIRO NO BOLSO

Transição profissional e planejamento financeiro também devem andar juntos. Afinal, você vai precisar investir em uma nova capacitação e talvez dê alguns passos para trás na carreira. Um advogado sênior que quer mudar para a área de logística, por exemplo, não vai conseguir um cargo compatível com a posição atual. Provavelmente terá de recomeçar como analista.

Aqui não tem segredo: é pegar um lápis e anotar todos os gastos, investimentos e custos que podem ser reduzidos. Se for necessário investir em uma nova graduação, então faça as contas para saber se vale a pena  juntar dinheiro para pagar as mensalidades ou se consegue trabalhar enquanto estuda. Também tenha uma reserva financeira para segurar as pontas nesse começo da nova carreira, na qual a remuneração é menor. E lembre-se: você não sabe quanto tempo a transição pode levar de fato. Então pense em montar uma reserva financeira para passar pelo menos um ano sem ter de reduzir seus gastos drasticamente.

Todo esse planejamento ajudou Jenifer Spinoza. A paulistana, de 32 anos, se formou em comércio exterior e trabalhou na área durante oito anos. Ela até gostava do seu trabalho, mas os colegas começaram a incentivá-la a seguir para o setor de tecnologia. “Eu gostava de lógica, fórmulas e trabalhava muito com Excel. E os meus amigos começaram a perguntar se eu não gostaria de aprender a programar.”

Jenifer ficou com uma pulga atrás da orelha e, em 2014, fez um curso intensivo de Javascript, uma linguagem de programação. Depois do curso, que durou três meses, ela percebeu que o comércio exterior já não fazia mais sentido para a sua carreira. Mas não dava para jogar tudo para o alto. Jenifer continuou fazendo alguns cursos livres na nova área e passou um ano juntando dinheiro para sair do trabalho e se dedicar somente aos estudos. Em 2016, eladeixou o emprego antigo e começou oficialmente sua nova carreira.

E, claro, o começo não foi fácil. “Consegui uma vaga em uma empresa de tecnologia, mas eles acabaram me jogando para trabalhar com um sistema que eu já mexia antes, que era o SAP, sendo que eu queria atuar com coisas novas”. Em maio de 2017, ela finalmente conseguiu um trabalho como desenvolvedora de uma startup, e passou também pelo C6 Bank. Agora, vai completar um ano na ThoughtWorks.

SEM IDADE PARA MUDAR

Você não precisa ser jovem para cogitar uma virada. “Quando a gente olha os dados de longevidade e os avanços da medicina, percebemos que os profissionais com mais de 50  anos estão extremamente ativos. O mais importante é a pessoa estar aberta para novas experiências – e se mostrar atualizada”, diz Paola Dazzan, da LHH.

Dá até para encarar a idade como uma vantagem, em certos aspectos. Afinal, você já passou por vários cargos, tevecontato com outras áreas e sabe melhor o que gosta ou não gosta de fazer. A rede de networking acumulada ao longo dos anos também ajuda a abrir as portas para novas oportunidades.

Mas essa é uma visão edulcorada da história. Nem sempre a transição profissional é uma escolha. Muitas vezes, mudar de área é a única solução para alguém com mais de 40, 50 ou 60 conseguir trabalho. Outro problema que afeta os menos jovens são as mudanças do mercado de trabalho – certos cargos, antes tradicionais, simplesmente deixam de existir. Kely Caires, de 19 anos, passou por isso. A paulistana se formou em Letras em 1992, mas já sabia na faculdade que estava na área errada. “Durante o curso, a gente precisava fazer visitas em escolas e eu percebi que não tinha o dom para lecionar. Apesar de não me identificar com a carreira de professora, terminei a graduação.”

Kely trabalhava como secretária em um banco para pagar a faculdade e teve a chance de se manter na área, principalmente porque o seu curso de letras era com especialização em inglês, e o segundo idioma era raro na época. Então fez um curso de secretariado executivo e trabalhou com isso por 30 anos.

Há três anos, ela decidiu mudar de profissão. “Aceitei uma vaga de analista na área de segurança da informação, porque o cargo de secretária executiva começou a ser extinto. Graças à tecnologia, os gerentes e executivos do banco estão cada vez mais independentes. Eles mesmos estão tomando conta das agendas.”

A virada veio sem que houvesse uma mudança de empresa. A oportunidade surgiu no próprio banco onde ela trabalha há 24 anos, o Itaú. Por enquanto, Kely não fez nenhum curso específico em segurança da informação. Passa por treinamentos de curta duração oferecidos pelo banco e vai aprendendo a atividade no dia a dia.  Mas ela não quer ficar parada. “Eu estou me planejando para estudar e me especializar na área. Vou fazer o que for preciso para me manter no mercado.”

PARA DAR CERTO

O que fazer para que a virada na sua carreira seja mais suave

AUTOCONHECIMENTO

Por que você quer mudar de trajetória? Saber se é por falta, salário, prazer ou qualidade de vida é o que vai guiar os próximos passos da transição. Faça uma reflexão e liste o que gosta ou não da atual profissão, as habilidades nas quais é bom, o que você precisa desenvolver e quais são as suas expectativas com a nova área.

EDUCAÇÃO

Liste as habilidades técnicas e comportamentais que você adquiriu durante a sua carreira. Elas não deixam de existir na nova área. Quando decidir qual será a nova profissão, procure por cursos que possam melhorar as suas qualificações. Dica: não vá direto para uma graduação. Comece com cursos de curta duração.

FINANÇAS

Eis a etapa mais importante. Não comece nada sem fazer um planejamento financeiro antes. Anote todos os gastos atuais e o que pode ser cortado; também calcule o quanto você vai precisar investir em qualificação. E tenha uma reserva para o início da nova carreira, já que provavelmente você vai recomeçar ganhando menos.

NETWORKING

Ter contatos na nova área é importante para ajudar a conhecer o setor, receber dicas sobre a carreira e conseguir oportunidades de emprego. Comece a conversar com pessoas que já conhece. Também minere no LinkedIn, e procure por eventos, palestras e workshops para fazer mais contatos.

PACIÊNCIA

Planejar ajuda, mas não faz milagres. O processo tende a ser demorado, e nunca vai rolar exatamente aquilo que você previu. Controle as emoções e não tome decisões sem pensar – como escolher uma empresa com a qual você não se identifica ou um cargo muito aquém das suas capacidades só para não perder a oportunidade de virar a mesa.

EU ACHO …

ANTIPATIA É QUASE AMOR

Nada contra os simpáticos, mas quero destacar os tímidos e os inadequados

Fui secar a louça e estava escrito “good vibes” no pano de prato. Nisso, recebi spam com “Os 100 Segredos das Pessoas Felizes” e, na mesma tarde, tomei fechada de um carro cujo adesivo perguntava: “Já sorriu hoje?”.

Peraí, gente. O ano mal virou. É como se apontassem um emoji de gratiluz para nossa cabeça. “Mãos ao alto! Faz o coraçãozinho. Você está cercado!”

Não é de hoje que vivemos a era dos sorrisos implacavelmente brancos, de brodagem de guerrilha nas redes e de figuraças exuberantes que são o centro das atenções e das lives, Uma genteboíce compulsória que tem como lema “urru”, “TMJ”, ou tamo junto.

Nada contra o simpático, essa criatura fofa e supostamente aberta ao outro, que viveu numa performance pública e constantemente gracinha. No entanto, peço licença para destacar outra classe que reúne os tímidos, os inadequados e os que suam nas mãos – os que, por falta de empatia coletiva, são rotulados de “antipáticos”.

Do filósofo Schopenhauer ao smurf Ranzinza, há toda uma gama desses seres polêmicos e pouco empolgados que existem à margem da simpatia-ostentação, ainda assim capazes de exercer fascínio. Do contrário não amaríamos tanto – na vida e nos filmes – professores durões que ensinam uma lição, mordomos frios que leem poesia escondidos e até alienígenas cruéis que, na hora H, desistem de exterminar nosso planeta.

Um dos casos mais contundentes da crônica antipática brasileira é o da bolete Zulu, dona de uma luz própria que emanava não de lantejoulas de seu collant, mas do fato de jamais sorrir enquanto bailava no palco do ‘Clube do Bolinha’.

De cara, sempre amarrada, virou fenômeno. Mais de 30 anos depois, porém, um programa  sensacionalista revelou ao Brasil que Zulu ria sim, mas por dentro. Tinha paralisia facial.

Cada pessoa tem seu jeito, seu tempo, seus motivos. Ao aceitar isso, passei a me dedicar às amizades mais difíceis. Tipos monocórdicos e desanimados já me salvaram de perrengues e ofereceram ombrinhos confortáveis, enquanto populares eram e carnavalizantes nem tchuns. Isso sem falar nos elogios deles – que, de tão raros, são preciosos. Dá vontade de emoldura-los na parede ao lado da plaquinha de “cuidado,  cão bravo”.

Em 2022, que a gente saiba valorizar os não facinhos. Vamos convidá-los para mais festas  – e, se não aparecerem, tudo bem. Às vezes dá preguiça. TMJ. Sem o urru. Ou com um

Pouquinho de urru. Faz parte.

*** BIA BRAUNE

ESTAR BEM

LEVE SEU HISTÓRICO MÉDICO NAS FÉRIAS: VEJA O QUE INCLUIR

Carregar um pedaço de papel com informações como os remédios que você toma e alergias pode ser fundamental numa emergência

Embora a maioria dos viajantes de hoje carregue comprovantes de vacinação contra o coronavírus ou resultados de testes negativos, outras informações de saúde acabam “esquecidas”. Isso é um erro. “A causa número um do erro médico é a falta de comunicação”, diz Teri Dreher, enfermeira registrada em Chicago. Ela aconselha seus pacientes a criar um registro médico de uma página para eles e seus familiares levarem nas viagens.

A médica Jessica Shepherd, diretora médica do site de notícias de saúde Verywell Health,   concorda. “Viajar é algo que faz parte de nossas vidas e não é encarado como um grande risco. No entanto, se você ou um companheiro de viagem ficar doente ou se machucar, é estressante e pode ser difícil em um momento de necessidade, comunicar-se com eficácia”, diz. “Um documento criado por você mesmo é a chave para obter o melhor atendimento rapidamente, sem suposições, e permite que os médicos estejam preparados e sejam eficientes.”

Embora carregar um pedaço de papel impresso possa parecer antiquado, Dreher e Shepherd dizem que é a maneira mais eficiente de economizar tempo em uma emergência. Como você provavelmente criará o documento em seu computador, convém enviá-lo por e-mail para você e seu contato de emergência. Veja o que incluir em seu perfil médico.

QUEM É VOCÊ

No topo da folha, coloque seu nome, endereço e data de nascimento.

CONTATO(S) DE EMERGÊNCIA

Escolha um amigo ou familiar que seja responsável e fácil de contatar. E envie para ele suas informações médicas. Inclua também a pessoa que pode tomar decisões em seu nome caso você não esteja apto.

MEDICAMENTOS

Para cada medicamento – prescrito e sem receita – inclua o nome, dosagem, número de vezes que ele é tomado por dia e porque você o toma. Inclua também quaisquer suplementos, porque alguns podem interagir com a anestesia ou outros medicamentos.

ALERGIAS

Liste todas as alergias ou intolerâncias a medicamentos, alimentos ou látex. Por exemplo, pessoas intolerantes a crustáceos também podem ter uma reação a corantes usados em exames radiológicos.

CONDIÇÕES E DISPOSITIVOS MÉDICOS

Condições como asma ou diabetes ou dispositivos como marca-passos podem afetar os tratamentos a serem administrados e os procedimentos realizados. Por exemplo, os aparelhos auditivos intra-auriculares podem ter que ser removidos antes que o paciente seja submetido a uma ressonância magnética.

CONTATO MÉDICO

Você pode incluir seu plano de saúde e o médico de sua confiança, caso tenha um. Se estiver com seguro saúde, inclua também.

REGIME DE TRATAMENTO

Para aqueles com uma condição médica como câncer ou doença cardíaca, é aconselhável adicionar qualquer tipo de regime de tratamento específico. “Os protocolos não são necessariamente os mesmos, especialmente se você viajar para o exterior”, diz Shepherd.

HISTÓRICO MÉDICO

Deve incluir coisas como asma infantil e diagnósticos anteriores, mesmo se você não estiver tomando nenhuma receita para a doença, bem como quaisquer cirurgias anteriores.

VACINAS

Além da vacina contra o coronavírus, é importante listar quaisquer outras vacinas, como herpes ou gripe. junto com a data de administração. Sua vacina antitetânica pode estar desatualizada, por exemplo. Mais uma medida proativa: pesquise o destino pretendido para entender o tipo de assistência médica disponível, especialmente se você tiver alguma condição crônica. Mas, seja qual for sua idade ou estado de saúde, todos os viajantes devem levar seu prontuário médico. “A prevenção é sempre melhor do que o tratamento”, diz Shepherd.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

A RETOMADA DO DESEJO

Até há pouco tempo cercada de tabus e silêncio, a libido ganha espaço de expressão e se torna um dos elementos mais presentes na volta da interação social

Desde que a retomada gradual das atividades presenciais começou a devolver vida às cidades, há elementos inerentes à condição humana que parecem ter preenchido a atmosfera com tal intensidade que, às vezes, é quase possível tocá-los. É assim com a explosão da alegria no reencontro ou, ao experimentar a liberdade do primeiro vento no rosto sem máscara.

Um dos movimentos, especialmente, tornou-se onipresente no plano das expressões culturais e agora se revela como poucas vezes na história. De alguns meses para cá, o desejo sexual tomou de arrebate lançamentos de streaming, shows de música, desfiles de moda e ideias de decoração. A libido, que modula comportamentos, é que dá as cartas neste segundo semestre de 2021, menos angustiante e mais promissor.

A efervescência em torno do tema não é de todo surpreendente. Momentos parecidos marcados por explosões de volúpia e deslumbre foram registrados em seguida a períodos dolorosos, como a I Guerra Mundial (1914-1918) e a gripe espanhola (1918-1920). A exuberância da década de 20, tão bem descrita por Francis Scott Fitzgerald no magistral O Grande Gatsby, livro de 1925, despontou como reação ao sofrimento imposto pelas duas tragédias. Nos Estados Unidos, à II Guerra Mundial (1939-1945) sucedeu-se o aumento expressivo do nascimento de crianças, criando a geração baby boomer. “São manifestações globais de vontade de viver, de usufruir tudo o que seja bom”, diz a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Hospital das Clínicas.

O fenômeno atual é um tantinho exagerado. Ele é concentrado no exercício do desejo sexual, sinônimo de liberdade sem freios, e de tudo o que surge a partir disso. O empresário Facundo Guerra, profícuo criador de atrações da noite paulistana e dono de uma admirável capacidade de entender transformações da sociedade, o sintetiza precisamente. “O distanciamento de corpos imposto pela pandemia fez com que saíssemos do campo do prazer e entrássemos na área do desejo”, diz. Com as limitações para a concretização do ato sexual, o ser humano voltou-se, na quarentena, ao cultivo da atmosfera que incita e estimula o erotismo, dando ao desejo, e não ao sexo em si, o protagonismo. E, enfim, tudo virou desejo, e ele paira no ar.

Em todas as épocas, pensamentos, conceitos e buscas humanas são manifestados por meio da cultura. O desejo, até pouco tempo atrás tão cercado de tabus, tornou-se matriz de trabalhos artísticos que exprimem o espírito deste tempo. Nas onipresentes plataformas de streaming, nada menos do que três opções chegaram ao público desde junho. A série Sex/Life, da Netflix, bateu recordes de audiência ao contar a história de uma mulher casada e mãe que retoma o romance com o ex-amante, sendo acompanhada em 67 milhões de lares ao redor do mundo. Há menos de um mês foi ao ar, também na Netflix, o reality Goop: Muito Além do Prazer; comandado pela atriz Gwyneth Paltrow. O programa se propõe a encorajar casais a investir em formas de exercitar o desejo. Ao mesmo tempo, a Globoplay levou ao ar Verdades Secretas 2, continuação da trama de 2015 de Walcyr Carrasco, pautada no mundo da moda e da prostituição. A nova temporada surge com cinquenta capítulos, 67 cenas de sexo e um bom espaço dedicado a ritos, fantasias e fetiches. A série está entre os trending topics no Twitter e foi vista por 365.000 pessoas nos primeiros quatro dias.

Na moda, figurinos evocam a excitação por meio das transparências, fendas, recortes, couros e decotes. Casas como Dior, Miu Miu e Saint Laurent desfilaram peças cortadas por esse molde, e gente que inspira comportamentos, as modelos Kendall Jenner e Zoe Kravitz entre elas, já exibem os novos modelos. Em suas passagens por Paris durante a Semana de Moda, as brasileiras Bruna Marquezine e Juliana Paes entraram no clima e usaram roupas insinuantes, coladas ao corpo e pontilhadas de transparências. Porém nenhuma personalidade resumiu tão bem o ambiente com um único figurino quanto Madonna – sempre ela, claro. A loira surgiu na festa do MTV Vídeo Music Awards 2021, há poucas semanas, com visual dominatrix fashion, fazendo referência à dominadora na prática BDSM (Bondage, Disciplina, Submissão, Sadismo e Masoquismo). “Depois de tanto tempo em casa, estamos cheios de desejo”, diz a estilista e consultora de moda Manu Carvalho. A era da libido deixa sua marca também no design. Há pouco tempo, o arquiteto Felipe Protti, do estúdio de design Prototyp&, de São Paulo, recebeu o pedido de um cliente para projetar um darkroom (quarto escuro, em inglês), com inspirações vikings e móveis adaptados de maneira a permitir a realização de fantasias sexuais. Entre os materiais, couro, veludo, argolas e cordas náuticas para bondage – prática BDSM de amarrar consensualmente o parceiro para fins eróticos ou sensoriais.

“As pessoas estão se soltando”, diz o designer, que criou ainda uma linha de mobiliário com peças inspiradas na relação do objeto com o corpo. “O design dá forma ao prazer.” Depois do Carnaval de 2022, o empresário Facundo Guerra abrirá em São Paulo o que pode ser considerada a representação física de todo esse movimento. O lugar onde antes era a boate Love Story, no centro da capital paulista, se transformará em um espaço dedicado ao puro e livre exercício da libido. “O palco terá performances ritualizadas e teatrais de práticas fetichistas, que são confundidas com pornografia, mas não são”, explica Facundo. Entre as representações artísticas eróticas da casa estarão o shibari (técnica japonesa de amarração do parceiro), pole dance, swing e voyeurismo. Também haverá quartos para quem desejar praticar o que viu e usufruir esse tão necessário reencontro com a vida, a boa vida que merecemos.

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