Canabidiol chega aos consultórios como auxiliar contra a obesidade
Nos últimos tempos, cresceu o número de pacientes com diabetes e dores crônicas que passaram a chegar ao consultório da nutróloga Marcia Tornavoi, em São Paulo, com uma característica em comum: a obesidade. A médica, então, decidiu receitar o canabidiol (CBD) como tratamento complementar. E comprovou na pratica um efeito colateral espetacular já documentado em diversos estudos internacionais: a perda de peso com o composto medicinal da canabis.
O uso do canabidiol contra a obesidade está associado ao chamado sistema endocanabinoide, que, descoberto há somente cerca de 20 anos, é o grande protagonista dessa perspectiva terapêutica. Trata-se de um grupo de moléculas mensageiras que atuam amplamente no organismo em diversos tecidos e órgãos, como sistema nervoso, esquelético, cardiorrespiratório, adiposo, hepático, gastrointestinal, pele, aparelho excretor e reprodutor, entre outros.
“Quando esse sistema está descontrolado, dificulta a ação dos outros. O canabidiol o regula. Uma vez que o sistema metabólico está em equilíbrio, o apetite e o desejo por comidas açucaradas diminuem, por exemplo”, afirma a nutróloga, destacando ainda a ação do tratamento contra a ansiedade e questões hormonais.
AÇÃO HORMONAL
Não é só isso. O canabidiol atua na leptina, hormônio produzido pelas células de gordura, que controla apetite e saciedade. Dois principais receptores canabinoides são os chamados CB1, presentes principalmente no cérebro e sistema nervoso, e B2, que ficam mais no sistema imune. Nas pessoas obesas, os CB1 se espalham pelo corpo, sobretudo no tecido adiposo. Pesquisadores italianos da Universitá degll Studi dela Campania Lúigi Vanvitell, em Nápoles, concluíram um estudo no qual indicam que o CBD poderia bloquear esses receptores e com isso, controlar o apetite. Outra linha de pesquisa indica que o canabidiol pode converter tecido adiposo branco em marrom, que regula o calor do corpo, melhorando o metabolismo e aumentando o gasto energético, como mostra estudo do Departamento de Biotecnologia da Universidade Daegu, na Coreia do Sul.
A maior parte das pessoas (e muitos médicos) ainda não tem conhecimento de que a cannabis ajuda no processo de emagrecimento. Assim, os pacientes chegam com outros tipos de doença, como insônia, ansiedade, depressão, hipertensão e diabetes e têm a perda de peso como efeito colateral.
“Os canabinoides também trabalham no sistema que controla o resto todo, ajudando, assim a diminuir outras medicações e tudo vai voltando para um eixo melhor”, diz Tornavoi.
A médica Thais Pedingeiro, que tem formação em endocrinologia e em medicina canábica, usa o canabidiol de forma complementar aos medicamentos análogos de GLP 1 contra a obesidade, a classe de remédios emagrecedora mais moderna. O resultado é a perda de cerca de 10% do peso.
“Os resultados de perda de peso são maravilhosos. A medicação convencional provoca náusea e o canabidiol combate esse efeito. O tratamento também é melhorado porque a obesidade tem muitos fatores envolvidos, de ansiedade, inflamação, insônia … Essa abordagem multifatorial é importante porque não dá para colocar só na conta de um receptor”, afirma.
MAIS PESQUISAS
Ainda não há estudos que tenham isolado um grupo de pessoas com obesidade tratado com canabidiol versus um grupo placebo para comparar resultados. O neurocientista e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo, Renato Filev explica que um dos obstáculos ainda existentes para as pesquisas com o CBD é tentar criar informações sobre o sistema endocanabinoide, que é personalizado como uma impressão digital, com as diversas moléculas da cannabis.
“A mesma enfermidade pode necessitar de perfis diferentes, concentrações diferentes, doses diferentes. Não é como a dipirona que 500mg cura uma dor de cabeça de 80% das pessoas. Tem nuances que dificultam essa estratégia. Por isso, atualmente o mais importante é que os médicos estejam preparados para a prescrição individualizada”, diz.
O canabidiol é um dos mais de 500 compostos encontrados na cannabis e, sem dúvida, o de maior interesse da ciência. Encontrado em pequeno volume no caule e na folha da erva Cannabis, não é psicoativo nem tóxico. Não causa dependência, não altera o raciocínio. Seus usos consolidados e comprovados são para epilepsia, dor crônica, náusea ou vômito provocado por quimioterapia e espasmos em decorrência de Parkinson e esclerose múltipla.
As outras utilizações têm nível moderado, leve ou inconclusivo de evidências. Há estudos no mundo inteiro para uma grande variedade de enfermidades como Covid-19, TOC, depressão, insônia, ansiedade, transtornos por uso de drogas e do espectro autista, psicose, Alzheimer, Parkinson, Estresse Pós-Traumático, burnout, endometriose, enfermidades metabólicas, além da própria obesidade.
O neurocientista conta que alguns pacientes, com epilepsia, por exemplo, recebem o canabidiol, mas podem necessitar de outras moléculas da cannabis, como o THC. Assim, as doses são testadas na prática e aumentadas gradualmente até chegar à quantidade ideal.
De novo concebeu e deu à luz um filho; então, disse: Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá… (Genesis 29.35).
Lia era mulher de Jacó, mas não tinha o amor de Jacó. Teve filhos com Jacó, mas não o afeto de seu marido. Mesmo com o ventre fértil, tinha o coração árido. Sua história foi timbrada pela dor do desprezo. O sentimento de rejeição amargava sua alma. Até o dia em que nasceu Judá, o seu quarto filho. Quando seu rebento veio ao mundo, essa mulher sofrida e chorosa disse: Esta vez louvarei o Senhor. Por isso, colocou no menino o nome de Judá, que significa “louvor”. O louvor não é consequência da vitória, mas sua causa. O louvor brota do vale da dor. O louvor floresce no espinheiro do sofrimento. O louvor nos coloca acima das circunstâncias. O louvor é ultra- circunstancial. Jesus, o Filho de Deus, o Messias, o Salvador do mundo, descende de Judá. Por meio de Jesus, podemos também transformar nosso pranto em júbilo, nossa dor em fonte de consolo e nossa tristeza em alegria. Jesus, o descendente da tribo de Judá, é aquele que enxuga nossas lágrimas, cura nossa dor e restaura nossa sorte. Não precisamos caminhar pela vida esmagados debaixo da roda pesada das circunstâncias adversas, nem torturados por sentimentos avassaladores. Podemos erguer-nos das profundezas da nossa angústia e dizer, como Lia: Esta vez louvarei o Senhor. Em Jesus, se nos abriu uma fonte inesgotável de alegria e louvor.
Todo gestor se acha o rei das avaliações de desempenho, mas a realidade é outra: são poucos os funcionários que de fato contam com feedbacks bem dados. E quem dá a sorte de passar, muitas vezes não sabe ouvir. Aprenda aqui, de uma vez por todas, como receber e dar feedbacks.
“A gente precisa conversar.” Muita gente treme na base quando escuta isso da chefia. Só dá para pensar em um grande “lá vem bronca”. Pois é. O momento do feedback já tende a começar mal.
Como se não bastasse o nervosismo que bate na hora, você ainda pode se deparar com um gestor que te enche de críticas e ainda usa um tom ameaçador. Você também pode colocar tudo a perder se entrar em modo de defesa. E o que era para ser uma conversa vira o caos.
O que é uma pena, pois as avaliações de desempenho são mais importantes do que parecem. As companhias se beneficiam com um ambiente que incentiva o feedback. Quando bem feito, ele aumenta a satisfação da equipe, ajuda no engajamento e retém talentos.
Não é papo de coach: segundo a consultoria Gallup, os funcionários que recebem feedbacks têm uma taxa de rotatividade 14,9% menor do que aqueles que não são avaliados. O engajamento também é três vezes maior entre aqueles que têm conversas diárias com seus gestores, contra os profissionais que recebem feedback uma vez por ano.
Sem falar que a avaliação é a melhor forma de alinhar o profissional com a cultura empresarial. “Se a pessoa não sabe onde está errando, como vai mudar? Ela precisa receber informações sobre como é percebida pelos outros e os impactos que está causando para gerenciar melhor seus comportamentos”, afirma Thaylan Toth, especialista em gestão de pessoas e CEO da Mindsight.
UMA LUTA CONTRA A NATUREZA HUMANA
Apesar das vantagens, o feedback não faz parte do dia a dia das empresas. Uma pesquisa da FIA identificou que um em cada cinco trabalhadores simplesmente não recebe avaliações. Humanos não são seres especialmente abertos ao feedback.
Essa é uma questão biológica: nascemos nos achando perfeitos – e alguns morrem sem nunca ter mudado de opinião. Isso torna a própria ideia da avaliação algo particularmente desconfortável.
“Eu tenho a minha autoimagem. Quando vem uma informação de fora que quebra essa ideia que tenho de mim mesmo, a primeira reação vai ser de defesa”, diz Thaylan. “Repelir o feedback é um instinto.”
Se os humanos já vêm de fábrica com esse defeito, no Brasil tende a ser pior – é uma questão cultural. “Somos seres relacionais. O que a gente pensa é: se eu falar para a pessoa que a atitude dela não foi legal, ela vai deixar de gostar de mim. Então fugimos das conversas difíceis”, diz Andrea Krug, especialista em recursos humanos.
E mais: boa parte dos líderes não sabe (e nem foi preparada) para conduzir um feedback. É comum que bons profissionais, aqueles que mais entregam resultado, sejam os promovidos. Mas gestão exige muito mais do que domínio técnico da função. Demanda altas doses de empatia. É raro as duas qualidades estarem no mesmo pacote.
Outro problema: nem sempre o promovido é quem tem maior capacidade técnica. É o que tem mais “empatia” – com aspas mesmo; pois estamos falando em empatia com a cúpula da empresa, não com os colegas. É o que sabe agradar quem está em cima, mas não enxerga quem está ao lado e pisa em quem está embaixo.
Desses, é melhor mesmo nem receber feedback. Esse tipo de profissional é autocrático. O que ele diz vira uma verdade absoluta. Isso gera um ambiente no qual a equipe não se sente à vontade para contra-argumentar, e a avaliação se torna só um momento no qual o gestor solta os cachorros em cima do subalterno. E não se trata de uma ferramenta a ser usada só quando as coisas não vão bem. O feedback positivo reforça atitudes que devem ser mantidas.
É recomendável, inclusive, que ele seja feito na frente de outras pessoas, para que o restante da equipe saiba que as ações benéficas devem ser replicadas. E atenção: os feedbacks negativos, por outro lado, devem ser sempre dados individualmente. Fazê-los em público é a receita para que você, gestor, perca a confiança da equipe. E não dar feedback nenhum é a fórmula perfeita para perder o controle sobre a equipe.
Voltemos ao feedback positivo. Ele não é só elogios. É preciso detalhar quais foram os pontos fortes. Dizer que uma apresentação foi ótima, por exemplo, não significa nada. O correto seria algo como: “Parabéns, você mostrou pontos importantes para a nossa tomada de decisão. Sua conclusão sobre o projeto ajudou a equipe a reduzir os custos”. Dessa forma, a pessoa sabe exatamente o que está certo e precisa ser mantido.
A REGRAS DE UM BOM FEEDBACK
NÚMERO UM: a avaliação deve ser específica. Não faça uma reunião para falar tudo o que a outra pessoa precisa melhorar – isso só vai fazer com que ela pense que é incompetente, ou que está sendo perseguida. Para evitar isso, cada feedback deve ser sobre um único assunto.
E toda conversa deve ser baseada em fatos. Por exemplo, o Pedro está chegando atrasado com frequência. O que o chefe do Pedro não pode é falar: “Eu não aguento mais! Já falei mil vezes que você sempre chega atrasado. Ou você muda ou eu mudo você”. Isso não é feedback. É ameaça.
A melhor abordagem seria: “No último mês, você chegou atrasado 15 vezes. Isso gerou um impacto de dez horas de produção. Quando você chega atrasado, alguém se sacrifica por causa disso. Vamos entender como resolver isso?”.
Adendo: se você é o Pedro, não adianta dizer que “não vai atrasar mais”. Mostre o que você pretende fazer para chegar na hora. Isso gera confiança. E, entre nós: não é tão difícil deixar de atrasar 10 minutos – a vida dos seus colegas que não atrasam também não é mansa.
REGRA NÚMERO DOIS: gestor, não deixe acumular frustrações. É comum que as empresas tenham uma ou duas datas ao longo do ano para fazer o feedback. Se a sua empresa funciona assim, desrespeite. O funcionário deve se lembrar exatamente do que aconteceu e por que tomou tal atitude. Já imaginou chegar em uma reunião em agosto e ser questionado sobre coisas que aconteceram em janeiro? Se era algo realmente importante, deveria ter sido discutido em janeiro. Ponto.
A frequência das reuniões vai depender da rotina da equipe. Empresas que trabalham com a chamada “metodologia ágil”, que fracionam as entregas de um projeto, costumam ter as avaliações semanalmente, pois qualquer falha pode colocar tudo a perder. Companhias nas quais a rotina é mais calma não precisam de tanto. O que não pode é fazer um feedback e depois nunca mais. Ele deve ser uma prática constante. E, de novo, se rolou um motivo para feedback em algum momento entre as avaliações obrigatórias, não deixe o assunto esfriar.
Detalhe: não faça quando estiver de cabeça quente. A chance de ofender alguém é maior quando se está com raiva. Espere uns dias antes de chamar a pessoa para uma conversa.
A REGRA NÚMERO TRÊS é exemplificar. Um feedback só tem efeito se, ao final, o avaliado criar um plano de melhoria. E ele não precisa fazer isso sozinho. Em vez de só jogar as informações, você também pode dar exemplos do que ele poderia fazer diferente; mostrar soluções. Esse plano de ação nem precisa ficar pronto no mesmo dia da conversa. Dê tempo para que o funcionário absorva tudo o que foi dito.
HORA DA PREPARAÇÃO
Um bom feedback demanda planejamento. Antes da conversa, reflita sobre o que vai ser dito – nada de fazer no improviso. Escreva um roteiro dos pontos mais importantes e aproveite para separar os dados que vai apresentar. Também avalie se a conversa é realmente necessária. Vamos voltar para o caso de Pedro, o atrasado. Imagine que o atraso dele não interfira na rotina da equipe, não prejudique os colegas, não atrapalhe no desempenho, e ele ainda compense trabalhando até tarde.
Nesse caso, vale mesmo um feedback? Ou seria só um capricho? Uma avaliação negativa pode até surtir o efeito contrário. Desmotivar o funcionário. Pedro vai procurar por um emprego com horário flexível. E você perde um bom funcionário de bobeira.
Quem recebe o feedback pode separar dados que mostrem seu desempenho. Mas o principal é se preparar emocionalmente. Não leve a conversa para o lado pessoal. Pode ser uma tarefa difícil, mas o feedback precisa ser encarado como uma ferramenta de melhoria.
Não saia chutando o balde quando não concordar. Se você já partir para uma posição defensiva, pode transformar a reunião numa discussão de bar. Pior: vai deixar claro que não está aberto para a cultura do feedback. Trata-se de uma postura tóxica para a carreira. A empresa vai entender que você não está disposto a melhorar.
Aproveite o momento para entender se o seu chefe está satisfeito com o seu trabalho. Pergunte em quais aspectos seria uma boa evoluir. Isso vai melhorar a relação entre vocês. Também anote tudo o que está sendo dito. A anotação faz você prestar mais atenção e vai te ajudar a elaborar um plano de ação mais efetivo.
FEEDBACK REMOTO
O ideal é que o feedback seja feito presencialmente. Mas agora, com boa parte das empresas adotando o modelo híbrido – no qual parte da jornada de trabalho é em casa –, a avaliação precisa ser remota.
Mas não tem muito segredo: continuam valendo as regras para estruturar a conversa e todo o processo de preparação. A diferença é que, nesse modelo, o feedback é ainda mais importante. A distância, afinal, dificulta a comunicação, a integração e o alinhamento de tarefas.
Para evitar esses percalços, o contato entre as pessoas precisa ser maior. Quando você está no escritório, conhece o jeito do seu chefe, dos colegas. Sente no ar quando tem algo de errado. Para driblar a falta dessa atmosfera, a equipe tem de criar uma rotina de conversas. Vale falar com os colegas e com a liderança sobre assuntos que vão além do trabalho. Isso facilita na hora da avaliação – de outra forma, serão dois estranhos conversando.
Ah, e nada de usar o WhatsApp. A conversa tem que ser por vídeo e de câmera aberta, bem olho no olho mesmo.
Também é importante prestar atenção nos feedbacks informais. Os formais são aqueles em que você marca uma reunião, se prepara e pensa em um plano de ação. Já os informais acontecem no dia a dia quando o gestor faz uma correção ou parabeniza por um resultado.
A consultora de RH Silvia Spessotto destaca que essas avaliações mais simples não podem passar despercebidas. “Elas são importantes para alinhar o comportamento das pessoas sem ter de interromper a rotina do trabalho. O líder está o tempo inteiro passando feedbacks.” Entenda isso, e suas avaliações formais serão bem mais agradáveis.
A ARTE DO FEEDBACK
COMO FAZER
ESCOLHA BEM O LUGAR O ideal é criar um ambiente em que a pessoa se sinta confortável e não associe a prática a uma experiência negativa. Dada a carga emocional por trás de uma avaliação, é normal, por exemplo, que a pessoa comece a chorar – mesmo se a conversa estiver indo bem. Então sempre tenha a reunião em um local isolado.
NADA DE DESABAFO NEM DE FOFOCA Cuidado: não descarregue as suas insatisfações com o fígado. Qualquer crítica deve estar baseada em fatos – sempre olhando para o lado profissional, nunca pessoal. Evite frases como “me disseram que você não está colaborando”. O feedback não pode considerar coisas ditas por terceiros, pois podem ser uma interpretação enviesada.
DEFINA AS REGRAS Quando um interrompe o discurso do outro, gera tensão, e ninguém escuta mais o que está sendo dito. Defina as regras antes mesmo de começar a conversa. Por exemplo: você pode orientar que o outro espere que você diga o que tem para falar antes de responder. Também dá para ser menos formal e fazer pausas periódicas para que a pessoa possa se posicionar.
VÁ DIRETO AO PONTO Não ficar misturando a avaliação positiva com a negativa. Isso pode confundir o ouvinte. Comece deixando claro que esse é um momento de feedback, e mostre o que vai ser discutido. É um problema de comportamento? Então fale: “Eu te chamei para essa conversa de feedback, porque há uma questão de comportamento que precisamos trabalhar”.
SEJA PRECISO Falar “achei seu relatório ruim” ou “parabéns, sua apresentação estava excelente” não ajuda em nada. Você deve detalhar os motivos pelos quais o trabalho não estava bom. Assim, quem está recebendo o feedback sabe exatamente qual é o problema e o que precisa ser melhorado.
DÊ ESPAÇO Feedback não é monólogo. A pessoa que está sendo avaliada deve ter espaço para se posicionar e apresentar os seus próprios dados. Encoraje o outro a falar o que entendeu e fazer perguntas. Afinal ele pode dar um argumento que explique o que o levou a tomar uma atitude malvista, e até indicar que a avaliação pode estar equivocada.
COMO RECEBER
NÃO FIQUE NA DEFENSIVA Muitas vezes a gente não percebe onde está errando, e é para isso que serve a conversa. Mais: quando o cérebro entra no modo defensivo, ele para de prestar atenção ao que está sendo dito; passa simplesmente a bolar formas de sair daquela situação. Aí tudo está perdido.
FAÇA ANOTAÇÕES Essa é uma reunião de trabalho. Anote os problemas que estão sendo apresentados e os resultados que esperam de você. Essas anotações ajudam a compreender melhor as ideias que foram passadas. Além disso, anotações podem ser úteis na hora de montar um plano de melhoria.
LINGUAGEM CORPORAL O psicólogo Albert Mehrabian defende que 55% da nossa comunicação é silenciosa, não verbal. Não fique de cara fechada e braços cruzados – são sinais claros de que você não está disposto a ouvir. Relaxe, mantenha o contato visual e demonstre interesse.
PERGUNTE Resista ao impulso de sair se explicando. Espere a outra pessoa terminar de falar, preste atenção em tudo que foi dito e pergunte caso algo não fique claro. Peça exemplos de qual seria o comportamento ideal, de como o trabalho deveria ser feito ou alternativas para melhorar. O plano de ação deve ser elaborado em conjunto.
HORA DA AUTOAVALIAÇÃO Ninguém em sã consciência espera que você mude suas atitudes da noite para o dia. Isso demanda um processo de autoavaliação. Você não precisa concordar com tudo o que foi dito, mas deve, sim, refletir sobre o assunto. Filtre as sugestões de melhoria que fazem mais sentido e coloque-as em prática.
CRIE O HÁBITO DA AVALIAÇÃO Não espere o seu líder chamar. Se você está em dúvida sobre o seu desempenho, colocou seu plano de ação em prática e quer saber se está funcionando ou finalizou um projeto, tome a iniciativa e peça pelo feedback. Dessa forma, a outra pessoa vai saber que você está interessado em melhorar profissionalmente.
Sempre que chega o fim do ano, um calafrio me percorre. “Passei por ele de novo”, penso. Atravessei todos os 12 meses e cada um de seus dias, e um deles era ele, que, discreto, não se fez notar. Percorri o dia da minha futura morte em plena vigência da vida. É sobre a vida que pretendo falar, confie em mim.
Ele existe: o dia fatal. Porém, anônimo. Pode ser o 13 de abril, o 21 de junho, o 8 de novembro ou qualquer outro dia do calendário 2022 que se descortina. Olho para todos os próximos 365 dias e levo fé de que passarei por ele, mais uma vez, sã e salva, sem desconfiar o ano (felizmente, indeterminado) em que ele não me deixará seguir em frente, me reterá para sempre e formará, junto à data do meu nascimento, a dupla mais importante da minha biografia: o dia em que cheguei e o dia em que parti, inseparáveis na minha lápide. Que ele não tenha o mau gosto de cair no mesmo dia em que nasci, quero o privilégio de ter duas datas masters para me chorarem.
Falta de timing dessa mulher, talvez o leitor esteja pensando. Em pleno entusiasmo da virada, esse assunto? Entenda, é apenas uma homenagem à elegância da inocência. Todos os anos, passo 24 horas vivenciando um dia que terá grande destaque no meu futuro, porém acordo corno se fosse uma data qualquer. Cumprimento o sol que avisto pela janela, tomo meu suco de laranja, enrolo uma fatia de queijo numa fatia de blanquet de peru e engulo esse enroladinho em pé mesmo, enquanto aguardo meu personal para uma hora de treino de força, confiante de que isso me garantirá alguma longevidade. A inocência é muito camarada, nunca estraga nosso prazer de fazer planos.
Antes que ele seja o último, será mais um dia comum. Escreverei um texto que não mudará o mundo. talvez assista a um filme com o namorado e me preocuparei com trivialidades, sem ter alguma mínima ideia de que estou passando por um outro tipo de aniversário, aquele que jamais celebrarei.
O que isso tem a ver com a vida? Tudo. A vida só é bem aproveitada graças a essa única ignorância a festejar. Na inauguração de mais um ano, sinto como se eu tivesse a eternidade toda para amar, para viajar, para lutar por mudanças necessárias, para fazer novos amigos e com eles beber muito vinho. Para plantar uma muda de cipreste no jardim, acreditar que o verei crescer e que ainda desfrutarei de sua sombra – pouca. Cipreste não dá muita sombra, convenhamos.
Prezo a generosidade deste desconhecimento fundamental, o segredo mais bem guardado do universo, que nunca se revela a fim de que possamos percorrer sossegados a estrada adiante, do contrário, paralisaríamos. É isso, a crônica esquisita é apenas para agradecer o mistério, esse adorável condutor dos nossos sonhos.
SENTAR-SE POR HORAS AUMENTA NÍVEL DE AÇÚCAR E COLESTEROL
Mas estudo revela que fazer movimentos a cada 30 minutos pode diminuir impactos na saúde
Ficar sentado durante horas pode causar estragos em nossa saúde metabólica, contribuindo com o tempo para elevar os níveis de açúcar e colesterol no sangue, mesmo em pessoas aparentemente saudáveis. Um novo estudo, embora pequeno, mostra que levantar-se e movimentar-se a cada 30 minutos por três minutos pode diminuir os impactos na saúde em razão de ficar muito tempo sentado. O estudo descobriu que subir vários lances de escada, fazer alguns polichinelos ou agachamentos ou mesmo dar apenas 15 passos durante esses mini- intervalos melhorou aspectos do controle de açúcar no sangue entre funcionários de escritório, sem interromper seu fluxo de trabalho.
A pesquisa, que envolveu 16 trabalhadores de meia-idade, funcionários de escritório com alto risco de diabete tipo2 ,também indica que essas pausas de três minutos duas vezes por hora representam a quantidade mínima de movimento necessária para proteger a saúde metabólica. Embora 15 passos duas vezes por hora possam ser um bom começo, eles não devem ser nossos únicos passos para reduzir o tempo que ficamos sentados.
Para maioria, sentar é uma constante. Segundo estudos epidemiológicos, os adultos nos Estados Unidos ficam sentados por cerca de 6 horas e meia por dia, e a maior parte desse tempo não é interrompida para ficar de pé ou dar uma volta. Essa lassidão postural se acelerou durante a pandemia.
Como escrevem os autores do novo estudo, “cada hora gasta em posturas sedentárias (isto é, sentado ou deitado) aumenta o risco de síndrome metabólica e diabete tipo 2”. Culpe os músculos flácidos. Quando estamos sentados, os músculos de nossas pernas, que são os maiores em nosso corpo e geralmente estão ativos e famintos, quase não se contraem, portanto, requerem o mínimo de combustível e absorvem pouco açúcar de nossa corrente sanguínea. Eles também não liberam substâncias bioquímicas que normalmente ajudariam a quebrar os ácidos graxos no sangue. Quando nos debruçamos sobre as mesas, o açúcar no sangue e o colesterol se acumulam em nossa corrente sanguínea.
PAUSAS QUE AJUDAM.
Felizmente, pausas frequentes para sair da posição sentada melhoram o controle de açúcar no sangue e os níveis de colesterol. Este novo estudo, publicado em agosto no The American Journal of Physiology: Endocrinology, an Metabolism, um consórcio internacional de cientistas, decidiu observar o que aconteceria se funcionários concordassem em interromper seu tempo sentado, ao longo de três semanas. Eles começaram recrutando 16 homens e mulheres de meia-idade em Estocolmo com empregos sedentários em escritórios e um histórico de obesidade, que os colocava em alto risco de problemas metabólicos como diabete. Eles verificaram a saúde metabólica dos voluntários na época e pediram que usassem monitores de atividade por uma semana, para obter números de base.
Em seguida, metade dos voluntários continuou com sua vida normal, como grupo de controle, e o restante baixou um aplicativo para smartphone que os alertava a cada 30 minutos durante o trabalho para que se levantassem e se mantivessem ativos por três minutos. Eles andaram por corredores, escadas, marcharam no mesmo lugar. Eles tinham de dar um mínimo de 15 passos antes que o aplicativo registrasse seu movimento como uma pausa.
O experimento continuou por três semanas. O grupo de controle apresentou problemas contínuos com resistência à insulina, controle de açúcar no sangue e níveis de colesterol. Os outros voluntários, que se levantaram e se movimentaram durante o trabalho, apresentaram níveis mais baixos de açúcar no sangue quando em jejum pela manhã, o que significa que seus corpos controlaram melhor o açúcar no sangue durante a noite, um indicador potencialmente importante da saúde metabólica.
Restringir calorias para prolongar a longevidade só funciona em animais de laboratório, mostra novo estudo que questiona antiga teoria. Ao comer menos, pessoas saudáveis reduzem o risco de doenças, mas podem causar outros problemas
Comer menos faz com que você viva mais, mas apenas se você for um animal de laboratório. Uma revisão dos avanços da ciência sobre a restrição calórica mostrou seu impacto positivo no metabolismo. No entanto, a grande maioria dos estudos foi feita em ratos, moscas, vermes e leveduras. Por razões éticas e de duração, dificilmente existem experiências com humanos. Há, no entanto, uma série de experimentos naturais, cujos resultados são contraditórios. Especialistas alertam para o uso das dietas hipocalóricas e apostam em uma alimentação controlada, variada e balanceada.
Trabalhos recentes mostraram que, sem passar pela desnutrição, camundongos e ratos de laboratório vivem entre 20% e 50% mais do que aqueles que comem o que desejam. Em outros organismos, como moscas das frutas, nematoides e leveduras, todos invertebrados, a redução de energia prolongou sua vida entre duas a três vezes. Mas seres humanos não são feitos de fermento.
A revisão publicada pela revista Science destaca como, apesar da quantidade de estudos em animais, “atualmente não é possível saber se as dietas de restrição calórica afetam o envelhecimento biológico das pessoas. Ao contrário dos ratos, seria necessário realizar estudos controlados ao longo de muitos anos para avaliar os benefícios a longo prazo para a longevidade e a saúde dos humanos”.
Essa nova pesquisa revisa três grandes grupos de dietas cetogênicas, que buscam forçar a queima de gordura, as diferentes formas de jejum intermitente ou variações de restrição, por exemplo, de proteínas ou de alguns aminoácidos. Embora cada tipo de dieta atue de forma diferente, elas têm em comum o impacto no processo e na velocidade do metabolismo celular.
O nutricionista Júlio Basulto lembra que “não é fácil transferir para o homem os possíveis benefícios a um camundongo. “Um primeiro obstáculo é que a restrição calórica leva à perda de peso, com tudo de bom que isso possa trazer. Mas isso torna mais difícil separar o próprio impacto na longevidade. Além disso, os roedores usados foram selecionados por décadas para desenvolvimento acelerado (testes encurtados) ou reprodução precoce. Isso distorce toda intervenção em sua longevidade.
Os potenciais impactos negativos da restrição calórica em humanos também são mal compreendidas. Esses efeitos podem incluir enfraquecimento do sistema imunológico, menor tolerância ao calor ou diminuição da libido.
OSTEOPOROSE E FRATURAS
Nos anos 90 e na primeira década deste século houve um experimento que, por acaso, serviu par a estudar o impacto sobre o metabolismo da falta de alimento.
O projeto Biosfera 2 teve como objetivo criar um ecossistema artificial completo para testar a vida em outros planetas. Um problema com suprimentos forçou os oito participantes a uma redução calórica de 29 % por 18 meses. Embora restrita, era uma dieta baseada em vegetais, com fibras e proteínas em quantidades satisfatórias. Eles observaram melhora em vários marcadores já vistos em camundongos, como diminuição dos níveis de insulina, colesterol e triglicerídeos, aumento do cortisol e diminuição da pressão arterial e da concentração de glicose.
Mas eles não alteraram índices em elementos-chave do metabolismo, como a proteína IGF-1, relevante no desenvolvimento, a testosterona ou o sulfato de DHEA um hormônio relacionado com a passagem do tempo. Eles também perderam massa óssea, especialmente em áreas propensas a osteoporose e fraturas, como o quadril ou o fêmur. Além disso, anos depois, uma revisão do experimento descobriu que os voluntários sofriam de hipóxia crônica, e essa falta de oxigênio poderia ter corrompido os resultados.
O único estudo científico que analisa os marcadores citados por Luigi Fontana é o CALERIE-2. Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos (N1A), sua sigla se refere a uma avaliação dos efeitos de longo prazo da redução da ingestão de calorias.
Ele foi desenvolvido em várias universidades americanas com 220 pessoas saudáveis e não obesas. Após dois anos de redução calórica, foi observada uma diminuição dos marcadores de estresse oxidativo e uma desaceleração do metabolismo. No entanto, a baixa adesão ao programa fragiliza os resultados. O próprio NIA alerta que “não há evidências suficientes para recomendar qualquer tipo de jejum ou restrição calórica.
O professor de nutrição da Universidade de Navarra, J. Alfredo Martinez não concorda com o uso de marcadores metabólicos como indicadores de longevidade futura. E também destaca a dificuldade de aplicar essas dietas a humanos.
“O ciclo de vida de um rato é muito curto. Não podemos deixar uma pessoa comendo pouco esperar 80 anos”, diz Martinez, que acrescenta: “As teorias do desenvolvimento associam comer pouco nos primeiros anos de vida a várias doenças na idade adulta.
Os questionamentos continuam. O pesquisador do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentação e Nutrição do CSIC Ascensión Marcos lembra que “a microbiota está envolvida e sofre com esse tipo de dieta”. Marcos acredita que uma boa educação nutricional é mais do que qualquer uma dessas dietas:
“Comemos muito mal e a indústria de alimentos atrapalha. Em algumas dessas dietas, como o jejum, não há ciência por trás disso.
"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b
Você precisa fazer login para comentar.