OUTROS OLHARES

FAMÍLIAS CHEFIADAS POR NEGRO E MULHER PERDEM MAIS QUALIDADE DE VIDA

Novo índice do IBGE avalia desigualdade entre grupos no Brasil; Norte e Nordeste têm os piores números por região

Em um contexto de desigualdade social no Brasil, famílias chefiadas por mulheres, pretos, pardos e pessoas com menos escolaridade e renda sofrem uma perda maior de qualidade de vida.

A conclusão é de um novo índice divulgado pelo IBGE: o IPQV (Índice de Perda de Qualidade de Vida). O estudo, de caráter experimental, utiliza variáveis da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) de 2017 e 2018, também produzida pelo instituto.

Para calcular a perda de qualidade de vida em diferentes grupos da população, a IPQV olha para uma série de indicadores nas áreas de moradia, serviços de utilidade pública, saúde e alimentação, educação, acesso a serviços financeiros, transporte e lazer.

O índice vai de 0 a 1 Quanto mais perto de 0, menor é a perda de qualidade de vida do grupo em questão.

Em outras palavras, valores menores sinalizam que as pessoas estão em uma situação considerada mais próxima da ideal em termos de bem-estar.

Entre 2017 e 2018, o Brasil teve IPQV de 0,158. À época, o país ainda sofria os reflexos da recessão econômica registrada nos anos anteriores.

Na divisão por grupos, é possível observar que a perda de qualidade de vida foi maior nas famílias chefiadas por mulheres (0,169) do que naquelas com homens como pessoas de referência (O,151).

O índice feminino superou a média nacional, enquanto o masculino ficou abaixo.

A diferença também aparece no recorte por cor ou raça. Segundo o estudo, famílias chefiadas por pretos e pardos tiveram um IPQV estimado em 0,185, maior do que o dos brancos (0,123) e 17% acima do valor nacional (0,158). Segundo o IBGE, a intenção do levantamento é construir uma forma de comparação que mostre as desigualdades entre os grupos.

A perda de qualidade de vida também muda conforme a educação e a renda da população. Na análise por nível de estudo, as famílias chefiadas por pessoas sem instrução têm o maior IPQV: 0,255.

Na outra ponta da lista estão as famílias cuja pessoa de referência tinha ensino superior completo. O índice dessa camada foi de 0,076, o menor da pesquisa. É menos da metade do valor do Brasil (0,158).

Segundo o IBGE, a perda de qualidade de vida diminui conforme a renda cresce. No recorte por rendimento, o grupo dos 10% mais pobres teve o maior IPQV, calculado em 0,260. 

O resultado equivale a mais de quatro vezes o índice dos 10% mais ricos, estimado em 0,063, o menor do estudo.

Há, ainda, análises por regiões e unidades da federação. Norte (0,225) e Nordeste (0,209) mostraram índices piores do que o nacional (0,158).

O Centro-Oeste, (0,159), por sua vez, ficou em linha com o dado brasileiro. Sul (0,115) Sudeste (0,127) tiveram um IPQV melhor do que o nacional.

Entre as 27 unidades da Federação, o Maranhão mostrou a maior perda de qualidade de vida, com IPQV igual a 0,160. Santa Catarina registrou a menor (0,100).

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 02 DE JANEIRO

A ALEGRIA DA COMUNHÃO COM DEUS

Deus […] andava no jardim pela viração do dia (Genesis 3.8).

Deus é mais importante do que suas dádivas. O Criador é mais importante do que a criação. Adão vivia no jardim do Éden, o mais esplêndido paraíso jamais visto na terra. Deus foi o próprio paisagista. Aquele lugar trescalava o perfume de flores multicoloridas. Árvores frondosas, empinadas aos céus, produziam sombras aconchegantes, e árvores frutíferas viviam repletas de todo tipo de frutos deliciosos. A grama verde e farfalhante embriagava os olhos com uma beleza multiforme. Rios de águas límpidas, prenhes de cardumes, adornavam aquele palco de incomparável formosura. Mas nem esse cenário esplêndido podia satisfazer a alma de Adão. Ele aspirava por algo maior do que a natureza. O próprio Deus, Criador dos céus e da terra, descia na viração da tarde para falar com Adão. A comunhão com Deus é a maior de todas as delícias. É o mais sublime prazer. É na presença de Deus que existe plenitude de alegria. É à destra de Deus que há delícias para sempre. Ainda hoje podemos erguer nossa voz e dizer como Aurélio Agostinho: “Senhor, tu nos fizeste para ti, e nossa alma só encontra repouso em ti”. As glórias deste mundo não podem aquietar nossa alma. As riquezas desta terra não podem preencher o vazio do nosso coração. Somente Deus pode dar sentido à vida. É na comunhão com Deus que experimentamos a verdadeira razão da nossa vida!

GESTÃO E CARREIRA

COMO SE TORNAR MAIS ATRAENTE AOS RECRUTADORES

Alguns fatores-chave fazem um profissional ser mais disputado pelo mercado ou menos. Eles compõem a chamada empregabilidade. Veja quais são.

Quem está buscando emprego e mesmo quem não está, já escutou alguém dizer que “há vagas, mas faltam candidatos qualificados”. Não é uma falácia. Segundo uma pesquisa de 2020 da CNI, a Confederação Nacional da Indústria, cinco em cada dez empresas do setor encontram dificuldades para recrutar profissionais. E, embora educação de qualidade seja um problema crônico do país, não são apenas requisitos técnicos que faltam a quem está disputando uma vaga, de acordo com os potenciais empregadores.

O X da questão é que há uma série de fatores que compõem a empregabilidade de um candidato, ou seja, que fazem dele atraente ou não para quem quer contratar. E eles precisam estar em sintonia. É como em uma orquestra: se um estiver fora do tom, pode ofuscar todos os outros.

O primeiro-violino dessa orquestra – o instrumento mais importante – permeia basicamente todos os fatores da empregabilidade: a forma como você lida com as pessoas.

A história do esporte ajuda a ilustrar. Quando Nelson Piquet ganhou seu primeiro título na Fórmula 1, em 1981, lhe perguntaram a quem ele dedicava o campeonato. Resposta: “Dedico a mim mesmo. Fui eu quem ganhei, pô”. Claro que a declaração tem muito do humor peculiar de Piquet, mas ela também reflete o espírito daquela época, que glorificava os feitos individuais.

Só que ninguém realiza nada sozinho. E o espírito da nossa época tem esse fato bem introjetado. Não à toa, Lewis Hamilton e Max Verstappen agradecem servilmente seus mecânicos pelo rádio a cada vitória. Cumprimentam um a um os membros da equipe ao pé do pódio. Se esses sujeitos se comportam dessa forma, imagine o que o mercado não espera de mortais como nós.

“Eu diria que as habilidades interpessoais, a forma como você trabalha em equipe e motiva os demais, é o que há de mais importante atualmente”, diz Diogo Forghieri, da consultoria de RH Randstad. De fato: se antes a arrogância fazia parte do jogo, hoje é mais fácil perder o emprego por conta de algum deslize de comportamento do que por alguma deficiência técnica. A parte técnica, afinal, é mais simples de aprimorar do que os vícios de personalidade.

Isso dito, vamos aos cinco principais instrumentos para manter sua empregabilidade em alta no mercado.

1 – SAIA DA SUA CAIXA

As organizações buscam profissionais que tragam vantagens competitivas. E isso vai além de você ser bom naquilo que faz. ”É importante abrir os olhos para competências que, eventualmente, ficaram adormecidas ao longo da carreira. Nunca houve tantas escolas voltadas ao desenvolvimento de habilidades como a criatividade”, diz Genis Fidelis, gerente-executivo da consultoria de recursos  humanos Michael Page.

É impossível aprender criatividade na marra. Mas vale buscar alguns caminhos. Se você é um ótimo administrador, e não escreve uma redação desde o vestibular, vale buscar técnicas para aprimorar sua escrita, por exemplo.

Um caso: a Amazon, um dos maiores empregadores do mundo, com 1,3 milhão de funcionários, abandonou o uso de PowerPoint por ordem de Jeff Bezos. A companhia espera que você seja capaz de se comunicar bem por escrito, sem a ajuda de imagens como muleta. Não é uma virada de chave simples. Mas, para empresas que seguem essa filosofia, é preciso dar um jeito. Se esse for o seu caso, leia mais. Gostou de um seriado? escreva sobre ele nas redes. Pode ajudar mais do que você imagina.

Também vale o oposto, claro. Se você é reconhecido pela sua criatividade e não sabe fazer uma planilha de Excel, aprenda. Mais hora menos hora o mercado vai cobrar.

 E há ainda a parte interpessoal. Se você busca um cargo gerencial, investir tempo e dinheiro num MBA de gestão de pessoas pode ser útil. Mas, claro: nenhum certificado assim faz mágica. Se você tem um desses e não responde quando te dão bom-dia, pode jogar no lixo.

Outro ponto é observar as tendências do mercado. Exemplo: muitas empresas passaram a adotar a chamada “metodologia ágil”. Trata-se de fatiar as entregas de um projeto, para possibilitar correções ao longo da jornada – em vez de terminar tudo primeiro e só depois ver se funciona. Se a empresa onde você está hoje nem sabe o que é isso, tome a iniciativa. Leve a metodologia lá para dentro. Teste-a para tentar melhorar os fluxos. Se der certo, isso não só vai tornar você um funcionário mais valioso, como vai ajudar no currículo. O que nos leva ao próximo tema.

2 – VOCÊ É OS PROJETOS QUE REALIZOU

Quando você vai procurar um novo emprego, ninguém quer saber se você foi o rei da cocada preta no Itaú, na Volkswagen ou no Google por dois séculos. O que interessa para os recrutadores é ver se você foi capaz de melhorar algo na empresa onde trabalhava – seja qual for a empresa. “Antigamente, valorizavam-se muito mais as companhias pelas quais aquele profissional havia passado e o tempo que ele tinha permanecido em cada posição. Hoje, as organizações buscam entender as transformações causadas pelos projetos que essa pessoa desenvolveu”, diz Genis Fidelis, da consultoria de RH Michael Page.

Nessa seara, vale tudo. Havia algum processo que levava dois dias e que, depois da sua intervenção, passou a ser resolvido em um dia? Mostre, por mais simples que tenha sido. Fez algo que proporcionou alguma economia financeira? Apresente.

Assumiu uma equipe e, com feedbacks mais constantes, ações motivacionais,  treinamentos e uma política mais lógica de bonificação, melhorou a retenção de talentos? Mostre. E com números. Nesta linha: “Em um ano, a rotatividade de  pessoal caiu de 30% para a nossa meta, que era de 10.

Parece óbvio. Mas não é. No dia a dia, vamos matando leões e apagando incêndios muitas vezes sem olhar com atenção para os resultados concretos, os legados que vamos deixando ao longo da carreira.

Quando matar seu próximo leão, quantifique  o resultado. Mantenha isso escrito em algum lugar para lembrar depois – e poder apresentar os highlights de sua carreira de forma cristalina quando isso for necessário.

Ah… .E cuidado com o “nós”. Dentro de uma organização é fundamental dar crédito a quem o apoiou, sejam pares, sejam subalternos, sejam superiores – não dar crédito é sintoma de psicopatia. Numa entrevista de emprego, porém, um eventual excesso de humildade pode se voltar contra você. Subestime sua própria participação em projetos bem-sucedidos, e o recrutador pode e vai entender exatamente isso: que você é um profissional que não faz diferença. Cuidado.

3 – MOSTRE QUE VOCÊ SABE LIDAR COM PESSOAS

Dizer que “você trabalha muito bem em equipe” é o novo “meu maior defeito é ser  perfeccionista” – uma frase feita que não diz chongas.

Os recrutadores sabem disso. Então usam técnicas para descobrir como você lidou com situações estressantes, em equipe, ao longo de sua trajetória profissional. Uma dessas técnicas é o “método STAR” – sigla bonitinha em inglês para “Situação, Tarefa, Ação e Resultado”.

Primeiro perguntam sobre alguma situação pela qual você passou, tipo: “Me diga sobre alguma vez em que você entrou em atrito com um colega”. O tal atrito é a “situação”· A “tarefa”, resolvê-la. A “ação”, o que você fez para resolvê-la. E o “resultado” é ver o que a sua empresa ganhou com a solução da pendenga.

Você pode ter se desentendido com um colega porque ele deixou de fazer algo e complicou o deadline que vocês tinham para entregar um relatório. Se você passou por uma situação assim e conseguiu resolver na conversa, possibilitando a entrega dentro do prazo (o “resultado”, nesse caso), conte.

E, sim: é virtualmente impossível se lembrar de tudo pelo qual você passou. Então mantenha uma “autobiografia” por escrito, de forma que você possa acessá-la às vésperas de uma conversa com um recrutador. Ele vai perguntar.

E por um motivo óbvio. As empresas têm interesse em saber como você lidou com conflitos no passado para projetar seu comportamento no futuro. “Muitas vezes, determinada experiência vai dizer mais sobre se a pessoa atende às necessidades da vaga do que a formação dela”, diz Diogo Foghieri.

Genis Fidelis, da Michael Page, completa: “Há a máxima que diz ‘os profissionais são recrutados pelo currículo e demitidos por características comportamentais’. Por quê? Porque a forma como o profissional vai negociar um orçamento, por exemplo, dependerá das relações que ele construir lá dentro”.

4 – ADAPTE SEU CURRÍCULO A CADA VAGA

Currículo é igual roupa que escolhemos para o processo seletivo. Você não vai de jeans e camiseta ao escritório de advocacia mais importante da cidade, nem de terninho e salto alto a uma agência de publicidade 100 % informal.

Então adapte seu currículo. Sempre. Para cada oportunidade que concorrer, em cada empresa, um documento diferente. Veja o que eles escreveram na divulgação da vaga, o estilo do texto, a escolha de palavras. E use-as no seu currículo.

Algumas empresas se dizem “obcecadas pela experiência do cliente” (o que faz todo o sentido como filosofia). Se você vem de uma cultura em que não se falava muito disso, adapte o currículo. Mostre como o trabalho que você faz ou fazia influía positivamente na vida dos clientes. Deixe claro que eram eles que você tinha em mente todo o tempo – mesmo que seu único objetivo tenha sido agradar seu chefe, mas isso fica entre nós.

Nas experiências, evidencie o que realmente pode ajudá-lo a conseguir a vaga, e não esqueça que nem tudo que reluz é ouro. Se você foi gerente em uma gigante farmacêutica por cinco anos, mas concorre a uma vaga no segmento alimentício, em que foi coordenador de uma empresa média por dez anos, dê destaque para essa vivência mais humilde.

Deixe de fora tudo que não agregue valor. Se você tem conhecimentos avançados  em photoshop, mas agora concorre a uma vaga no financeiro, corte.

Mas nem tudo é gordura. Empresas tendem a gostar de quem fez trabalhos voluntários – isso denota que você tem iniciativa, princípios. E tem ainda mais valor para quem está em busca do primeiro emprego. Um trabalho voluntário, afinal, já é uma experiência de trabalho. Se você não tem algo assim para colocar no seu resumo, talvez valha ir atrás. Mesmo assim, esse tipo de experiência deve entrar no campo de “informações complementares”.

Por fim, esqueça aquele currículo com mais de uma página. Seja sucinto. As empresas não querem perder tempo lendo descrições enormes e que dizem pouca coisa.

5 – CALIBRE SEU LINKEDIN

Ser ativo no LinkedIn não é só manter o perfil em dia. Aproveite a rede social para mostrar valores que sejam caros a você e, principalmente, às empresas. Preocupações ambientais ou demonstrações de apoio à inclusão e diversidade são bem vistas.

Mas tome cuidado: fuja do efeito Facebook, de opinar sobre tudo. Provocações e lacrações ali até rendem seguidores, mas podem mostrar que você é uma pessoa difícil de lidar. Também não faz sentido florear sua trajetória, dizer que tudo o que você toca vira ouro. “Empresas querem um perfil atualizado, com um storytelling legal, massem exageros, que poderiam soar como desespero. O que se espera é que você consiga mostrar seu trabalho e um pouco da personalidade”, diz Fidelis, da Michael Page.

E não  cuspa no prato em que comeu. Nem aplauda quem faz isso. Textos de ex-funcionários criticando antigas experiências costumam ser repositórios de likes, mas endossar posts como esses não vai pegar bem junto aos recrutadores.

Seja como for, LinkedIn sozinho não faz milagre. “O bom networking é orgânico, então é preciso pensar na imagem que você passa ao longo da vida. Você indicaria a si próprio para alguém?”, questiona Daniel Rodrigues, da consultoria de RH Robert Half.

Isso não significa ficar sentado esperando, claro. Se o seu networking orgânico não está funcionando, use o LinkedIn para correr atrás, mas de forma objetiva. Não faz sentido um candidato a analista adicionar e abordar um vice-presidente da empresa em que sonha trabalhar.

Busque quem pode lhe ser útil e, ao mandar sua mensagem, seja humano. Jamais use textos padronizados para dizer que está em busca de recolocação. Diga o que quer, porque quer e torça por uma resposta. Se ela não vier, nem pense em insistir. O silêncio do outro diz mais do que mil palavras.

E, se os silêncios se tomarem uma constante, não baixe a cabeça. Aprimore a forma como você conta sua vida profissional nas entrevistas, aprenda algo que pode complementar sua formação, ajeite melhor o currículo e o LinkedIn. Esperamos que este texto lhe ajude com isso. E ficamos aqui na torcida para que tudo dê certo.

EU ACHO …

A PREGUIÇA É O NOVO NORMAL

Deus inventou o Zoom, e a Covid deu lugar de fala ao meu cansaço do mundo

A expressão “novo normal” circulou muito no começo da pandemia por causa da saturação da vida online. Alguns, mais tardiamente, derivaram para expressões relacionadas como “velho normal” ou “melhor normal”. A primeira significando os modos de vida para os quais não retornaríamos e a segunda para um modo de vida que assimilaria o que de bom teria o novo normal e no velho normal.

Outra questão recorrente é o que aconteceria com a humanidade. Sairíamos melhor da pandemia? Mais conscientes? Salvaríamos o planeta? A solidariedade seria o novo normal do contato social? Mais recentemente alguns se perguntam: seria ESSA Pandemia um divisor de águas na história?

Não sou afeito o acalentar protagonismos para a nossa época. Suspeito que nossos descendentes darão um parágrafo para ela nos seus manuais de história, semelhante ao que recebe de atenção a invenção do telégrafo, O império Romano continuará merecendo mais páginas. Somos arrogantes, nos achamos a cereja do bolo, e quase sempre as perguntas sobre a pandemia carregam consigo a necessidade de que a resposta fale do nosso falso protagonismo na história da humanidade.

Entretanto, se olharmos nosso comportamento atual com os olhos de uma sociologia do microespaço e tempo, talvez encontremos, não o protagonismo que os palestrantes motivacionais vendem por aí, mas alguns traços que valem a pena ser apontados.

A irracionalidade permanece na moda. O movimento antivacina é o grande exemplo de nossa época. Como zumbis que parecem ter despertado dos cemitérios da época da Revolta da Vacina, em 1904 no Rio de Janeiro, lançam a falácia do argumento liberal para serem paranoicos. Bla- bla- bla.

As epidemias têm sido esquecidas ao longo da história. Mesmo a gripe espanhola, grande massacre natural de homens  e mulheres, foi esquecido pela imensa maioria da humanidade. A memória social tem a espessura da asa de uma mosca. Mas, talvez, aqueles que afirmam que essa pandemia permanecerá mais tempo em nossa memória tenham alguma razão.

A maior permanência da pandemia em nossa memória não tem a ver necessariamente com ela passar ou permanecer na nossa memória social, mas, sim, com ela não passar nunca. Se a Covid, vier a ser um divisor de águas em nossa é como uma tomografia computadorizada (PETscam) da vitória dos vícios mais banais em nosso cotidiano. As mídias sociais e profissionais terão seu protagonismo nesse processo.

Agora, até a gripe comum é uma nova gripe que acende o alarme de risco. A cada novo anúncio de uma nova variante, um novo ciclo de propaganda, autopromoção e fechamento de fronteiras, se segue gerando um caos no mundo e em vários setores da economia. É o mercado da pandemia querendo se impor como player. A Covid não passará.

Essa epidemia não vai passar só porque os números caem, ela só vai passar quando seus agentes de sucesso perderem espaço público para fazerem propaganda das novas variantes e das gripes, incluindo aqui a própria OMS.

Expressões como “potencialmente mais infecciosa”, “possivelmente resistente as vacinas”, quando nada se sabe acerca da variante em questão, não são dignas de qualquer jornalismo minimamente decente. Parece que voltamos à enciclopédia de besteiras denunciadas no romance “Bouvard et Pécuchet“, de Gustave Flaubert (1821-1880) ou ao jornalismo fake do século 19 francês descrito por Honore de Balzac (1799-1880).

Mas uma das coisas mais evidentes é a vitória da preguiça como novo contrato social cotidiano. Todas as grandes manifestações de saudade da vida com os outros em carne e osso caíram por terra. Até agora, aparentemente, a grande sequela social da Covid  – afora, é claro, a miséria social – é o reconhecimento do vício da preguiça como forma superior de liberdade individual. Dane-se o mundo, eu quero é ficar em casa.

As pessoas enchem o saco, são irrelevantes, são cheias de manias e insistem em falar comigo quando não quero – pensamos nós no silêncio da nossa consciência livre. Deus inventou o Zoom para me salvar. A Covid deu lugar de fala à minha preguiça do mundo.

*** LUÍZ FELIPE PONDÉ

ESTAR BEM

AFINAL, ESSES ALIMENTOS SÃO VILÕES OU MOCINHOS?

O ovo faz mal? E o abacate, é gorduroso dentais? Segundo nutricionistas, o segredo não é banir alimentos, mas ter uma dieta balanceada

As dúvidas sobre o que é permitido ou não par se ter uma dieta mais saudável ou alcançar objetivos estéticos são constantes. Afinal, pode ou não comer abacate? E ovo? Carne vermelha faz mal? Por causa dos avanços das pesquisas ao longo dos anos, o estigma de “vilão” ou “mocinho” de alimentos específicos muda e causa confusão. “Nada é vilão, nada é mocinho. Agente pode usar tudo. A palavra-chave é o “depende”, explica a nutricionista Vivian Ragasso.

Segundo ela, o papel do nutricionista é ouvir e acolher o paciente para ajudar a ter uma vida mais saudável ou alcançar uma meta como, por exemplo, a perda de peso. “Muitas vezes, a gente classifica como vilões ou mocinhos, mas o necessário é uma alimentação saudável e equilibrada e que  nos permita sentir prazer eventualmente”, avalia.

E sobre os alimentos em si? O médico Sandro Ferraz, que atende em uma clínica especializada em medicina integrativa, fala sobre o consumo equilibrado de alimentos e que não sejam ultraprocessados. “A primeira dica é descascar mais e desembalar menos. Quanto mais próximo da origem, melhor o valor nutricional.”

Vivian concorda. “É importante ter o conceito de que frutas, verdura e legumes são coisas boas, de que o que vem da natureza a gente deve consumir sem medo. Devemos evitar os ultraprocessados, os processados, aqueles que não nos nutrem de verdade, mas eles também são importantes para saciar o prazer em comer, o prazer social de compartilhar aquele alimento”, diz a nutricionista.

A alimentação, no entanto, não é o único fator importante para quem busca o acompanhamento nutricional. Ela deve ser acompanhada por um estilo de vida mais saudável em outros fatores ,- como hidratação e sono. ”Eu acredito em cinco pilares para esse processo de longevidade: alimentação saudável, suplementação, atividade física, sono restaurador e gerenciamento do estresse”, afirma Sandro Ferraz.

Ele sugere alguns passos para começar a mudar os hábitos alimentares. “Excluir farinha e derivados, além da restrição de açúcar, leite, refrigerante e alimentos congelados, processados e industrializados”, diz. E lembra: “Quanto menos aditivos químicos o alimento tiver, melhor a sua qualidade e valor nutricional”.

Para Vivian, uma alimentação saudável é diversificada, variada, colorida e natural, e eventualmente pode ter um fast-food, um doce ou algo que dê prazer. Ela é contra dizer que o paciente pode ou não consumir algo. Para quem tem algum objetivo em mente, como emagrecimento ou fortalecimento muscular, a principal recomendação da nutricionista é focar nos alimentos com menos aditivos.

Segundo Vivian, momentos em que se come algo de fora da dieta não devem ser considerados ruins. “Esse conceito de ‘dia do lixo’ acaba sendo ruim porque nada é desperdiçado. É até uma celebração, se eu fiz a minha semana inteira dentro do equilíbrio, agora vou me presentear e comer alguma coisa de que eu gosto. No fim, tudo depende.”

Segundo Sandro Ferraz, o consumidor deve priorizar alimentos de fontes naturais, mas também pode consumir industrializados, caso eles sejam introduzidos na dieta de forma correta. Alguns alimentos, no entanto, ainda causam dúvidas. Confira a explicação do médico sobre alguns deles:

ABACATE

É uma fonte de gordura importante, mas é preciso prestar atenção na quantidade consumida (até 100g/dia).

CAFÉ

A cafeína está presente em produtos pré-treino, por exemplo, mas deve ter uma dose máxima de três xícaras de café expresso ou quatro de coado por dia. É uma bebida estimulante, então pessoas com ansiedade e depressão devem ter cautela no consumo.

OVOS

São uma excelente fonte de proteína. Prefira ovos mexidos ou cozidos, evitando a fritura.

ALIMENTOS DIET E LIGHT

Mesmo sem açúcar (no caso dos diet) ou com calorias reduzidas (nos light), esses alimentos são ricos em gordura e carboidratos, Por serem processados, devem ter menos espaço no cardápio.

OLEAGINOSAS (CASTANHA, NOZES, AMÊNDOA, AVELÃ)

São ricas em vitaminas e minerais e uma excelente fonte de gordura. Devem ser inseridas em uma dieta equilibrada, até 30g a 50 g por dia.

TAPIOCA

A tapioca, em si, é excelente fonte de carboidrato. No entanto, é importante prestar atenção em como ela é recheada, evitando associar a doces, queijos e alimentos processados.

CARNE VERMELHA

É uma excelente fonte de proteínas, mas tem uma ação pró-inflamatória e uma digestão muito lenta. A recomendação é de que seja inserida na alimentação de uma a duas vezes na semana.

IOGURTE

Pode ser uma fonte alimentar nutritiva, mas é importante prestar atenção no tipo de iogurte consumido. Alguns são ricos em açúcar e corantes.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

LUTO PROLONGADO PASSA A SER UMA DOENÇA PSIQUIÁTRICA A PARTIR DE 2022

Sofrimento causado pela morte de entes queridos na pandemia tende a ser mais complicado

No período de um ano, o engenheiro agrônomo Ricardo Guze, 44, perdeu o pai, o sogro e uma tia por complicações da Covid-19. O irmão e um tio também morreram por outras doenças. “Lidar com tantas mortes e cuidar da mãe viúva e debilitada por sequelas da infecção pelo coronavírus o fizeram sucumbir.

“Parecia um facão vindo e levando todo mundo. No início, eu segurei a bronca toda, mas minha vida virou de ponta-cabeça. Fui ficando muito ruim, uma síndrome do pânico, coração disparando e uma depressão muito forte. Não queria sair de casa, ver ninguém”, conta Guze, que toma antidepressivos e iniciou atividade física por recomendação médica.

A contadora Michelle Bressiani, 36, perdeu o pai e a mãe por Covid em um período de 15 dias, e tenta reconstruir a vida também com a ajuda de medicamento, terapia quântica e espiritismo. Ela se mudou do apartamento onde vivia com os pais por não suportar a ausência física deles.

“O mais difícil para mim é aceitar a maneira abrupta com que eles se foram. Tô tentando de tudo para acalmar um pouco o coração, não chorar tanto. Se eu não acreditasse no espiritismo, já tinha feito uma loucura. Mas acredito que eles estão junto comigo, me ajudando a ficar bem”, diz.

As mortes na pandemia aceleraram uma recomendação que já vinha sendo discutida há anos pela área da saúde mental: a partir do próximo ano, o luto prolongado passa a ser um transtorno psiquiátrico nas novas versões do manual de diagnósticos de transtornos mentais (DSM-5) da Associação Americana de Psiquiatria e da CID – 11 (Classificação Internacional de Doenças).

Assim como Guze e Bressiani, a maioria das pessoas enfrenta momentos difíceis após a morte de um ente querido, mas com o tempo aceitam a perda e encontram um sentido para a vida. Uma parcela delas, porém, não consegue resolver esse luto.

“Algumas perdas têm uma intensidade maior ou mais prolongada do que o esperado. Essas agora serão reconhecidas como doença, algo que está atrapalhando a vida. É importante reconhecer isso porque só é possível tratar aquilo que estiver dentro da CID”, explica a psiquiatra Tânia Maria Alves, que coordena o ambulatório de luto do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Segundo ela, a depressão é um dos sintomas do luto, mas não é o mais comum. Os mais frequentes são os cardíacos, como arritmias e hipertensão e o uso de substâncias psicoativas. “O luto pode ser complicado tanto pela intensidade quanto pelo tempo. Fica arrastado, mas passa. Nesse momento, recebe o nome de prolongado. Enquanto não recebe esse nome, vai ter o nome da reação que a pessoa tiver, como arritmia” diz ela.

E o que define um luto prolongado?  “Muito sofrimento e falta da pessoa que morreu, ter pensamentos constantes sobre ela, uma procura pelo outro incessante, uma angústia muito grande quando fala a respeito dele, isolamento social. E as campeãs são as doenças somáticas”, afirma.

Na sua opinião, quando não é feita a elaboração do luto, a dor psíquica se transforma em somatização. Um exemplo é a síndrome do coração partido, que provoca sintomas semelhantes ao infarto especialmente em idosos. Nos adultos mais jovens, são relatadas arritmias, hipertensão, gastrites, alteração na pele.

Pelos critérios da CID, esse conjunto de sofrimentos precisa durar no mínimo seis meses para ser considerado luto prolongado. Para o DSM, o tempo é de um ano ou mais. “Um ano é o tempo em que a pessoa vive pela primeira vez as grandes datas expressivas que evocam a falta da pessoa”, explica a psicóloga Maria Helena Franco, professora da PUC­ SP e autora do livro “O Luto no Século 21” (Summus Editorial), que trata sobre os diversos tipos de luto, recursos para o diagnóstico e modos de intervenção terapêutica.

Segundo ela, a nova edição procura diferenciar o luto da depressão para que não seja tratado da mesma forma, embora alguns sintomas se assemelhem. Um debate que vem sendo feito no meio é se a nova classificação não irá exacerbar a medicalização do luto.

“A patologização do luto já existe. Tem gente que vê a pessoa chorando há uma semana eacha que tem que prescrever um antidepressivo. É importante acompanhar o processo. Avaliar não só os fatores de risco, mas também os fatores de proteção, a rede de apoio”, diz Franco.

Segundo Tânia Alves, essa foi uma das razões da demora em considerar o luto uma doença. Diziam: “Isso não é uma doença, todo mundo tem, todo mundo vai ter em algum momento na vida”.

Para ela, o tratamento vai depender dos sintomas e do quanto eles atrapalham a vida da pessoa. Não há uma solução única ou que seja igual para todos. “Se a complicação for a hipertensão, você não vai tratar? Se a complicação for o isolamento, a pessoa não quer se relacionar com mais ninguém, entra na área da psicoterapia. Se a pessoa passa a usar muitas substâncias ou parar de comer e se torna anoréxica, entra na psiquiatria”.

Antidepressivos, segundo a médica, só devem ser usados se a complicação do luto for de fato uma depressão. “A dor psíquica também é tratada com antidepressivos, mas com dosagens menores.”

Segundo as especialistas, durante a pandemia, o risco de um luto se complicar e se prolongar tem sido maior. Alguns estudos mostram que em situações normais, os enlutados têm de 4% a 10% de chances de evoluírem para um luto complicado. Numa situação de pandemia, isso pode chegar a 70%.

“Se a perda foi rápida e inesperada, o cérebro não tem tempo de elaborar. É uma pancada, um grande estrese, a pessoa se sente em choque. Hoje, na CID, isso se chama reação aguda ao estresse. Se passou de seis, vai se chamar agora luto prolongado”, explica Tânia Alves.

De acordo com ela, o fato de as pessoas não terem tido espaço para elaborar a morte pela Covid é um outro complicador, assim como a falta de suporte.

“A impossibilidade de ritualização da morte por conta das medidas de distanciamento e a  morte repentina e inesperada de pessoas jovens, saudáveis e em idade produtiva também tendem a agravar a evolução dos quadros de luto”, explica o psiquiatra Rodrigo Martins Leite, também do IPq.

A culpa também pode ser um outro fator complicador. “Se eu levei [o vírus] para casa e perdi a minha mãe, aquele luto terá dificuldade de resolução porque a culpa é real”, diz Tânia Alves. “Os enlutados durante a pandemia deveriam ser avaliados para saber se estão em lutos complicado imediatamente, para serem avaliados e seguidos. É o modelo seguido pelos países que levam o luto a sério.”

O psiquiatra Rodrigo Martins Leite lembra que o fenômeno do luto não pode ser dissociado do contexto em que ocorre. “A pandemia potencializou a vulnerabilidade social. Desta forma, as reações de luto podem se tornar persistentes.”

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with no commitments and all excuses

Lire dit-elle

Vous devriez savoir que je laisse toujours mes yeux dans les arbres...Jusqu'à ce que mes seins s'ennuient...

Baydreamer ~ Lauren Scott

~ a thread of words from every stitch of life ~

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"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b

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