OUTROS OLHARES

FEMINISMO PLURAL

Mina mana mona, feira de arte, moda e gastronomia, reúne mulheres cis e trans no Rio

Ao olhar para a história da própria família, a artista visual Mayara Velozo puxou o fio de uma rede de matriarcas. Avós, tias e mães trabalhavam com roupas e costura, numa relação que se revelou um rico material de base para a sua produção artística “Uso o tecido como suporte para explorar a memória”, resume a moça, que combina tramas e panos para produzir parte de suas obras.

O histórico familiar reverbera também na maneira como Mayara enxerga o oficio. “Encaro a união entre mulheres como a possibilidade de criar o próprio nicho, enquanto o mercado ainda nos exclui”, afirma. Nada mais natural, portanto, que ela seja uma das 17 artistas participantes da Mina Mana Mona, que acontece no próximo domingo, a partir das 15h, na nova sede da associação Cultural Despina (@despina.rio), em Santa Teresa. Diretora artística do espaço, Consuelo Bassanesi descreve o evento como uma feira de artes, ativismos, publicações e roupas, mas reconhece que é também um posicionamento político, ao promover a união de mulheres de todas as identidades. “Nossos projetos sempre incluíram pessoas LGBTQIAP+”, diz. “Acreditamos que a história do ativismo feminista é construída juntamente com pessoas trans e não-binárias.”

Fundada em 2013, a Despina funcionava, até no ano passado, na Rua do Senado, onde abrigava exposições, residências artísticas e cineclubes. Agora, acaba de reabrir as portas no novo endereço, num imóvel compartilhado com o Espaço Mova, este voltado à dança. “Unimos forças para dar continuidade a projetos artísticos num momento em que tantos espaços foram fechados na cidade”, ressalta Consuelo, lembrando que a programação inclui bar e comidinhas veganas da Kuzinha NEM, projeto gastronômico da Casa Nem, voltada ao acolhimento da população LGBTIAP+.

Se o mote é agregar, Yuki Hayashi, que estará no evento com o coletivo de moda Fudida Silk, formado por travestis, afirma que a premissa cai como uma luva em tempos de ódio. “Sempre nos abraçamos e nunca houve um espaço de disputa entre nós (mulheres trans e cis). Se uma subir e a outra continuar numa situação vulnerável, não adianta.”

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 01 DE JANEIRO

A ALEGRIA DO CASAMENTO

Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne (Genesis 2.23).

Deus criou o homem perfeito, colocou-o num lugar perfeito e mantinha com ele perfeita comunhão. Deu-lhe o privilégio de ser o gestor da criação, o mordomo da natureza. Adão, porém, não encontrou nenhuma criatura, para toda a natureza, que correspondesse com ele física, emocional e espiritualmente. O mesmo Deus que havia dado nota máxima para toda a obra da criação agora diz: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea (Genesis 2.18). Deus fez o homem dormir e de sua costela criou uma mulher e lha trouxe. Adão acordou do sono e viu a mais bela das criaturas a seu lado; então exclamou num arroubo de felicidade: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne. O casamento foi instituído por Deus para ser uma fonte de prazer e felicidade. O casamento merece o maior investimento e exige a maior das renúncias. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne (Genesis 2.24). A mulher não foi tirada da cabeça do homem para comandá-lo. Uma mulher que tenta mandar no marido torna-se uma pessoa frustrada, pois não consegue admirar o homem a quem comanda. A mulher não foi tirada dos pés do homem para ser por ele humilhada. Nenhuma mulher pode ser feliz sem ser respeitada. A mulher foi tirada da costela do homem para ser o centro dos seus afetos e o alvo de seu cuidado.

GESTÃO E CARREIRA

BREVE MANUAL DO GERENCIAMENTO DO TEMPO

O ideal seria que o dia tivesse 48 horas. Como o planeta teima em girar mais rápido que os nossos deadlines, técnicas de gestão temporal, como a pomodoro e a timeboxing, ganham cada vez mais popularidade. Mas e aí? Funcionam?

“O tempo é a coisa mais valiosa que um homem pode gastar”, disse uma vez o filósofo grego Teofrasto, que viveu entre os séculos 3 e 2 antes de Cristo. Poético. E um pouco desesperador se considerarmos que a gestão do nosso recurso mais valioso é, hoje, um problema para a maioria.

Numa pesquisa que o Instituto Gallup fez sobre o assunto, nos EUA, 52% dos entrevistados disseram não ter todo o tempo que gostariam em seus dias. E isso é um dado anterior à pandemia. Com o home office generalizado, a situação piora. Em muitos casos, home office não é bem trabalhar em casa, é morar no trabalho, combinando as tarefas pessoais com as profissionais.

A gestão do tempo, no fundo, é tão desafiadora quanto a gestão financeira. E menos falada que esta última, diga-se, porque esquecemos que tempo também é dinheiro (e saúde, e bem-estar, e…tudo, basicamente). A boa notícia é que há métodos já bem testados para escapar da armadilha temporal.

SEM TEMPO, IRMÃO

Antes de tudo, vale lembrar: a culpa não é (só) sua. Embora alguns sejam obviamente mais desorganizados na gestão do tempo do que a média, a verdade é que nosso cérebro e nosso corpo foram moldados por milhões de anos de evolução e estão agora tentando se adaptar a um conceito de tempo incompatível com nossa biologia.

Prova disso é que, entre os mamíferos, os humanos estão entre aqueles que dormem menos – mesmo se considerarmos uma rotina de sono saudável, de oito horas. Mais: nossos primos do reino animal tendem a dividir o sono ao longo do dia, enquanto convencionou-se que, para humanos, dormir é só de noite –  ainda que haja exceções, como em culturas latinas que têm o hábito da siesta, o de dormir depois do almoço.

O nosso impasse com o modo como lidamos com o tempo dá origem a um elemento peculiar: a procrastinação. Peculiar porque ficar empurrando as tarefas com a barriga é natural para quase todo mundo, ainda mais quando são chatas. Mas procrastinar não é como tirar férias: junto do prazer de não fazer a coisa maçante vêm a culpa e a angústia de não cumprir com a obrigação. Na prática, só prolonga-se o sofrimento. Mas não somos tão racionais como pensamos, e nosso cérebro prefere cair na armadilha de sentir-se mal a longo prazo do que de mergulhar numa tarefa que cause aborrecimento.

É exatamente nesse sentido que, nas últimas décadas, diversas técnicas de gerenciamento do tempo surgiram e se popularizaram. Elas prometem fazer o que seu cérebro não faz tão bem: criar um plano de ação lógico e racional para que você produza da forma mais eficiente e menos dolorosa possível. Vamos a elas.

A TÉCNICA POMODORO

Em meados de 1980, o jovem universitário italiano Francesco Cirillo tinha um problema: ele não conseguia se concentrar para estudar nem finalizar suas tarefas. Vendo seu rendimento cair na faculdade, decidiu testar quanto tempo conseguia ficar sem se distrair. Como não existiam smartphones, utilizou o instrumento de medição de tempo que tinha em casa – um timer de cozinha, daqueles usados para não esquecer o bolo no forno. O tal temporizador usado pelo estudante tinha o formato de um tomate – pomodoro, em italiano.

Cirillo decidiu testar rodadas de estudo de dez minutos, seguidas de intervalos. Achou pouco, mas a ideia geral lhe agradou. Continuou testando a técnica até aperfeiçoá-la no que, diz, seria o modelo ideal: usar o timer para produzir por 25 minutos, depois programá-lo para medir pausas de 5 minutos. Depois de quatro ciclos, o descanso é maior – de 15 a 30 minutos, dependendo de quão apertado está seu prazo.

Nascia ali o queridinho supremo entre os métodos de gestão do tempo: a técnica pomodoro. A ideia de dividir uma tarefa em turnos de trabalho com intervalos constantes é simples, mas cativante. Tanto que Cirillo vive disso até hoje: o italiano transformou a criação em negócio, fundou uma empresa de consultoria de produtividade e vende cursos de como colocar a técnica em prática no dia a dia. Quem compra o produto também ganha um software para medir o tempo, livros e materiais didáticos escritos pelo criador e planilhas de organização personalizadas.

A empresa diz que 2 milhões de pessoas já compraram seus kits de pomodoro. O número de quem já testou a técnica por conta própria, porém, é bem maior – e incalculável. O tomatinho é especialmente popular entre estudantes e há diversos apps e sites gratuitos que se propõem a ajudar na manutenção dos ciclos. Mais: há todo um submundo de streamers e youtubers na internet cujo conteúdo é fazer lives no estilo “Estude comigo” usando a técnica – são 25 minutos de basicamente nada na tela, para que você estude, e depois uma pausa para interagir com o pessoal.

A ideia de que pausas constantes ao longo do trabalho, seja qual for a extensão delas, melhoram a produtividade tem, sim, respaldo científico. Estudos mostram que elas aliviam a sobrecarga e ajudam a manter o foco. Sejamos sinceros: nem é preciso ter pesquisas para comprovar o que todos sabemos: uma pausa para o cafezinho quase sempre faz bem; horas ininterruptas de trabalho, não.

No livro The Distracted Mind: Ancient Brains in a High -Tech World (“A mente distraída: cérebros antigos em um mundo de alta tecnologia”, sem tradução para o português), os cientistas Larry D. Rosen e Adam Gazzaley elencam outra razão pela qual as pausas funcionam: elas são recompensas. Os turnos de trabalho ficam menos cansativos porque seu cérebro está focando nos cinco minutinhos que vai ganhar já, já. A cada 25 minutos (ou 30, ou 60) você recebe de presente uma pequena carga de dopamina, produzida pelo centro de recompensa do cérebro.

Mas claro que o método pomodoro recebe críticas. Não em relação à ideia das pausas – coisa que qualquer leão na lida diária de caçar zebras faz. Mas à forma como ele dita a duração dos ciclos. Em seu livro, Cirillo insiste que grande parte do sucesso do método se deve aos números: 25 minutos para produzir e 5 para os descansos pequenos. O italiano defende que, se você terminar a tarefa programada para aquele turno antes de o timer tocar, você continue nela – revisando ou melhorando-a. E, ao som do apito, pare imediatamente – nem que deixe uma frase pela metade, por exemplo. Ser rígido com o tempo evitaria o “só mais um pouquinho” – uma das causas da desorganização.

Não faz sentido. Um estudo de 2008, por exemplo, detectou que o nosso cérebro leva, em média, 23 minutos para focar totalmente numa tarefa. Parece uma coincidência com o timing do pomodoro. Não é. O método de Cirillo manda você parar praticamente no momento em que o foco veio. Além disso, cinco minutos de pausa não é um intervalo considerado longo o bastante para o cérebro resetar por completo. Sem uma disciplina monástica, você vai passar a maior parte desse tempo ainda pensando na tarefa que te espera.

O tomate também não é indicado para tarefas criativas – não se pode obrigar ideias a surgirem por alguns minutos e depois descansarem na sua mente. Este texto, por exemplo, não foi escrito em turnos, pois dependia não apenas de dados, mas de alguma inspiração do repórter.

Nada disso significa que a técnica não funciona. Também não é uma verdade universal o fato de que 20 e tantos minutos são o tempo necessário para focar em algo. Se os intervalos de tempo popularizados por Cirillo ajudaram milhões de pessoas, também temos aí um fato.

A dica aqui, então, é a seguinte: teste o método, mas sem se preocupar em seguir religiosamente os números do italiano – fatie o seu tomate como achar melhor.

SUPER AGENDA

“Trabalhe 80 horas por semana com a técnica de Elon Musk!”. Não faltam vídeos e artigos pela internet com títulos como esse (pode checar). Nos últimos anos, um método que promete aumentar sua produtividade a níveis muskianos tem ganhado quase tanta popularidade quanto o pomodoro: é o timeblocking, ou bloco de tempos –  também chamada de timeboxing, caixas de tempo.

(Para ser justo, Musk nunca fez propaganda desse método; ele sequer chegou a citá-lo nominalmente. Em entrevistas, já descreveu que organiza seus dias de uma forma parecida como essa metodologia; o resto é clickbait.) Assim como a do tomate, essa técnica é incrivelmente simples: consiste em dividir todo o seu dia em pequenos bloquinhos de tempo, em geral de cinco minutos cada. Não, não significa cinco minutos para cada coisa. O que você faz é reservar quantos bloquinhos de cinco minutos destinará para cada uma de suas tarefas.

Tal como a pausa para o café, que já existia antes da pomodoro (e do café), o conceito de planilhar o dia não é assim tão inovador. O diferencial do timeboxing é sua rigidez; a ideia é colocar tudo nesses tijolinhos de tempo: x blocos para responder e-mails, y para almoçar, z para escrever aquele relatório…

Esse Lego temporal pode parecer bobo, mas não é. O repórter que vos escreve achava que já aplicava um tipo de timeboxing mental ao definir períodos de tempo para escrever seus textos. Mas se deu conta que, entre as linhas, parava para olhar os grupos de WhatsApp, atualizar a caixa de e-mail e, por que não, rolar o feed do Twitter rapidinho. A ideia do método é excluir todas essas distrações – e focar mesmo só no que os bloquinhos mandam. Ou seja: funciona, mas para quem já é disciplinado por natureza e só precisa de uma receita pronta para seguir. Quem tem a distração e a procrastinação impressas no DNA, porém, vai acabar furando a programação sem perceber (foi o que aconteceu com este repórter). E também não é indicado para quem tem rotinas imprevisíveis – se seu chefe costuma chamar reuniões sem avisar, suas caixinhas vão por água abaixo.

DE TUDO UM POUCO

Pomodoro e timeboxing são as técnicas mais famosas – e inclusive costumam ser aplicadas em conjunto. Mas estão longe de ser as únicas.

Entre as demais, uma com respaldo científico é a Eat the frog (coma o sapo), um termo cunhado pelo coach americano Brian Tracy. A ideia também é simples: comece seu dia “comendo o sapo”, ou seja, se livrando logo de cara daquela tarefa mais difícil e chata. É melhor sofrer no início, quando você está descansado, e enfrentar um dia mais tranquilo do que deixar para resolver o problema no fim do expediente, já pensando no travesseiro.

É um fato. Vários estudos já demonstraram que, após um longo dia de trabalho, nosso cérebro já não está mais apto para tomar as melhores decisões – o que torna a tarefa de enfrentar o sapo não só desagradável como bem mais difícil. Ou seja: crescem as chances de você errar naquilo que havia de mais importante no seu dia.

O problema é que as manhãs não são lá exatamente agradáveis para todo mundo, ainda mais se o assunto é fazer algo complexo e difícil. Nesse caso, dá para adaptar usando a virtude de outra técnica, a Golden Hours – “horas douradas”. O conceito, criado pelo cientista pioneiro no estudo do sono, Nathaniel Kleitman, diz que cada pessoa tem suas horas do dia onde produzem mais e melhor – basta descobrir. Talvez seja melhor comer o sapo à tarde ou à noite se você não costuma acordar 100%. Nenhuma palavra deste texto, por exemplo, foi escrita antes das 10h.

PERSONALIZE

Críticas à parte, os métodos de gestão de tempo têm uma vantagem: eles oferecem um ponto de partida claro para procrastinadores, desorganizados e pessoas ocupadas demais para montar o seu próprio plano de gerenciamento de tempo. Como vimos, as técnicas costumam pecar pelo excesso de rigidez – mas o ideal é que você experimente de tudo, adapte e, no longo prazo, crie sua própria estratégia para otimizar o tempo. Todas essas técnicas se tornaram conhecidas porque se baseiam em princípios que fazem sentido, e devem ser levados em conta na hora de montar sua própria tática de guerra. Pausas entre o trabalho contínuo importam; ter uma programação do seu dia, ainda que flexível, também. Concentrar o trabalho duro nas horas mais produtivas, de preferência o mais cedo que você conseguir, é bem menos sofrido do que estender uma tarefa por horas.

Outros fatores também devem entrar na conta. Independentemente da técnica escolhida, cientistas concordam em uma coisa: regular o sono é imprescindível. E não adianta se encher de café para tirar a vontade de ir para a cama: a ciência mostra que noites mal dormidas destroem o foco e a concentração ao longo do tempo, e levam inevitavelmente à procrastinação. Algumas rotinas de trabalho, mais flexíveis, podem até encaixar um cochilo ao longo do dia – entre nós: em tempos de home office, por que não? Há pesquisas mostrando que pausas em formato de sonecas de fato ajudam a manter a produtividade lá em cima (ponto para as siestas).

Uma outra dica geral é usar a tecnologia a seu favor. Há vários softwares e apps por aí que ajudam na gestão do tempo (veja alguns abaixo). O mais importante é ir na fonte das distrações do mundo moderno: as redes sociais e congêneres. Afinal, seja pomodoro, seja time blocking ou qualquer outra estratégia escolhida, todas precisam de tempos de foco específico em uma tarefa, e não dá para fazer isso com as notificações do WhatsApp apitando o tempo todo. E é basicamente o que acontece: as pessoas são interrompidas a cada 11 minutos durante o trabalho, estimam pesquisadores.

Nas configurações do seu celular, dá para programar para evitar esse problema sem ter de ativar o modo avião – algo quase impossível nos dias de hoje; no computador, vale investir num “browser blocker”, extensões que bloqueiam todos os sites, exceto os que você precisa para a sua tarefa.

Talvez o mais importante não seja descobrir qual técnica, ou qual mistura de métodos, funciona melhor. O que importa mesmo é tomar alguma atitude, seja ela qual for. Uma revisão científica de 32 estudos sobre técnicas de gerenciamento de tempo (que incluíam coisas mais simples, como adotar um checklist semanal de atividades) chegou à seguinte conclusão: nem sempre as estratégias se traduziam automaticamente numa performance melhor. Beleza. Mas, em geral, elas traziam urna sensação de bem-estar e de menos estresse, já que você simplesmente se sente menos confuso na gestão do seu dia a dia. E isso já é algo bom por si só, mesmo que não o torne o rei dos prazos. Portanto, se você se sente perdido no relógio, chegou a hora de tomar uma atitude. Agora.

3 APPS PARA AJUDAR NA GESTÃO DO TEMPO

A lista de bons apps é longa, mas separamos três para fins diferentes: cumprir tarefas, rastrear seu tempo e trabalhar em grupos.

TODOIST

É o mais popular, te lembra das tarefas pendentes, cria checklists para cada atividade, na versão paga, faz relatórios de produtividade

RESCUETIME

Rastreia automaticamente como você gasta seu tempo no celular ou computador – e dá dicas de como você pode evitar distrações.

TRELLO

Bom pua o trabalho em equipes, ajuda a esquematizar as etapas de tarefas de forma simples e visual.

SEIS DICAS PARA APRIMORAR SUA GESTÃO DO TEMPO

RASTREIE SEU TEMPO

O primeiro passo é fazer uma análise detalhada de como você gasta seu tempo – alguns apps ajudam nesse diagnóstico, como o Toggi e o RescueTime. Reserve uma semana só para esse monitoramento. A partir daí, você conseguirá ver onde mora o problema e começar a pensar em soluções.

SEJA HONESTO

Nenhum plano de ação faz milagres: é preciso criar programações realistas. Se você sabe que demora para redigir um relatório, não invente de reservar somente uma hora para essa tarefa. Você vai furar a própria estratégia – e se desanimar.

REGULE SEU SONO

Independentemente do método escolhido, é preciso estar atento para produzir. E vários estudos já mostraram que uma boa noite de sono é imprescindível para isso. Oito horas é o mínimo para a maioria. Nove é desejável, ainda que nem sempre possível.

PROGRAME PAUSAS

Gerenciar o tempo de trabalho também significa gerenciar o tempo de descanso – de preferência, em intervalos frequentes e curtos. Também é importante ter uma hora de parar bem definida – caso contrário, o cansaço vira uma bola de neve.

SE LIVRE DAS DISTRAÇÕES

Todo e qualquer método de gerenciamento de tempo exige momentos de produção 100% focada. Para isso, só se livrando de todas as distrações do ambiente de trabalho. Busque configurações e apps que bloqueiem notificações e sites desnecessários.

ELENQUE PRIORIDADES

Por mais eficiente que seja, nenhum método de gerenciamento de tempo faz milagre. Você vai ter que deixar algumas coisas para depois, sem culpa. Avalie bem a urgência de cada tarefa.

EU ACHO …

O LUTO DO SÉCULO 21

A história anda em círculos e não vai para lugar algum

Já estamos na terceira década do século 21. Agora olhamos o 20 como de fato século passado. Para quem tem 20 anos hoje, o século 20 é como para nós, nascidos nele, o século 19 fora.

Existem muitas formas de tempo. O biológico – o envelhecimento -, o cósmico e o natural  – o tempo do Universo e da natureza -, o social – frutos das relações materiais do mundo -, o psicológico – a experiência interna da consciência -, o histórico – fruto das narrativas documentadas do passado – e o político – o tempo das transformações e ações dos agentes e instituições políticas.

Há um caráter atípico dos últimos 300 anos: o processo de modernização. O senso comum, que vive pela suposição de que o mundo seja um mar calmo de evidências, pode se dar ao luxo de crer nas ilusões e expectativas criadas pelas utopias da primeira modernização, aquela do final do século 18, que se espraia ao longo do 19, até a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa.

Quais eram essas utopias? Progresso técnico e científico que gerariam progresso social, psicológico, político. Fé de que ali onde Deus falhara, nós teríamos sucesso: o mundo avançaria a passos largos, e cada vez mais acelerados, em direção a um futuro cada vez mais glorioso em todos os sentidos. Os jovens que nascessem ao longo desse processo seriam seres humanos cada vez mais evoluídos.

Essa forma de crença permanece ativa até hoje na fala das pessoas. A ideia de que evoluímos, assim como evoluem as gerações de iPhones, permeia as relações diárias, quando a conversa entre pessoas faz um desvio em direção a visões supostamente mais profundas acerca do nosso tempo.

Para muitas pessoas que vivem o luxo da ilusão da evolução histórica, essa forma de crença é um dado de realidade como são as pandemias, os trovões e os relâmpagos.

Há que se reconhecer que muito do pensamento profissional é bastante responsável por essa ilusão. Termos como “progressista” e “conservador”, usados no dia a dia para identificar pessoas, formas de análise do mundo – típicos do vocabulário da primeira modernização -, traem esse perfil.

Mas existem outras formas eruditas de apreciação da modernidade e do contemporâneo que oferecem um olhar mais consistente sobre nosso tempo.

“História de Conceitos”, do historiador alemão Reinhart Koselleck (1923-2006), recém-publicado pela editora Contracapa, é um exemplo magistral do que é esse olhar. O autor tem outros títulos publicados no Brasil, entre eles, uma pequena coletânea de ensaios cujo título é “uma latente Filosofia do Tempo”, pela editora da Unesp. Essa edição conta, também com uma vigorosa introdução  escrita pela historiadora e professora da UFMG Thamara de Oliveira Rodrigues.

Recomendo paraquem se interessar em ensaiar um distanciamento da ilusão com relação à experiência moderna ao longo do século 21.

Muitos criticam Koselleckcomo um historiador e conservador, qualificação que no mundo da mídia, normalmente é um indicativo de quem não é de confiança paraas pessoas de bem. Para Koselleck,a modernização implicou um adensamento da aceleração do tempo, ou seja, o processo descrito aqui, como fruto do impacto das transformação em várias esferas da vida – psicológico, social, político.

Mas o século 21 tende a uma espécie de estagnação dessa aceleração ou uma desaceleração do tempo. Como assim? Ainda que inovações técnicas ocorram, as utopias que organizaram o “horizonte de expectativas” – lugar das utopias modernas, entre outras coisas – se desfez. A partir  da dobradinha das duas, grandes guerras, da Revolução Russa e da gripe espanhola, só a ignorância ou a má fé podem sustentar essas expectativas redentoras.

Para quem se prepara porá 2022 em meio à parafernália da pandemia atual, só o luto dessas utopias pode significar algum nível de amadurecimento. A história anda em círculos e não vai para lugar algum. Como diria o historiador Jacob Burckhardt (1818-1897), a história narra “o homem como sempre foi, como é, e será, se esforçando, agindo, sofrendo”.

*** LUÍZ FELIPE PONDÉ

ESTAR BEM

AS DIETAS FUNCIONAM? A CIÊNCIA É QUE RESPONDE

Revisão de estudos revela fatos e ficção sobre os procedimentos antienvelhecimento conhecidos

O que colocamos no prato tem a capacidade de interferir nos mecanismos intracelulares a ponto de expandir nossa longevidade? o mercado das dietas antienvelhecimento prospera ao alimentar o sonho de viver anos a mais e com saúde até a velhice. Faz isso com alegações cientificamente frágeis, mas sedutoras. Uma nova revisão de estudos publicada na revista Science neste mês separa fatos de ficção em um dos mais populares filões da alimentação saudável.

O objetivo da pesquisa foi resumir o conhecimento atual sobre as chamadas dietas antienvelhecimento. Os autores delimitaram a pesquisa aos estudos pré-clínicos realizados em roedores e, quando passivei, aos achados mais relevantes em humanos. Analisaram algumas das dietas mais difundidas, como a restrição calórica, o jejum intermitente, a alimentação sem proteínas e a dieta cetogênica (veja ilustração abaixo).

RESULTADO POSITIVO

A análise demonstra que, de todas as intervenções alimentares pesquisadas pela ciência, a redução calórica é a única que demonstrou ser capaz de ampliar a longevidade em experimentos com animais. Roedores submetidos a uma drástica diminuição de calorias chegam a viver 50%mais tempo que os animais livres dessa dieta. Caso fosse possível replicar esse resultado em humanos, seria como elevar a expectativa de vida de 50 anos até o patamar dos 120.

A lógica desse tipo de dieta é reduzir à metade o consumo diário de calorias por longos períodos, sem chegar ao estado de desnutrição. Por enquanto, não há evidências científicas de que ela ou qualquer outra forma de dieta seja capaz de aumentar a longevidade. Ou seja: prolongar o tempo de vida para além da expectativa média. “Procuramos evidências de que as demais “dietas antienvelhecimento” vendidas às pessoas apresentavam efeitos similares, ao menos em estudos com animais”, disse o biogerontologista Matt Kaeberlein, coordenador do estudo. “A resposta é, claramente, não.” o professor da Universidade de Washington, em Seattle, salienta que o fato de não prolongarem a longevidade não significa que essas dietas não tragam nenhum benefício à saúde das pessoas. Segundo ele, os dados disponíveis cm relação a isso não são claros.

PERSONALIZAÇÃO

Uma característica do bem-sucedido mercado das dietas é transformar evidências limitadas obtidas em estudos com animais em promessas milagrosas para quem deseja viver mais e melhor. “O campo da nutrição é confuso. Até mesmo para alguém com treinamento é difícil navegar por tantos conselhos contraditórios”, afirma Kaeberlein. “Minha sugestão é ignorar o ruído. Se alguém disser que a dieta X é a melhor para você, essa pessoa está mentindo”.

Cada indivíduo responde de forma diferente aos diversos tipos de dieta. Um esquema benéfico para alguns pode ser danoso a outros, salientam os autores. Além disso, a biologia de cada um muda ao longo do tempo. Dessa forma, a resposta individual a um mesmo tipo de dieta pode ser diferente aos 20 anos e aos 60. Os autores não recomendam que as pessoas adotem dietas radicais de restrição calórica. Além de não haver comprovação de aumento da longevidade em humanos, esse tipo de esquema alimentar pode trazer riscos à saúde, como prejudicar o sistema imunológico e a cicatrização.

MELHOR QUE FAST FOOD

Para algumas pessoas, as chamadas dietas antienvelhecimento podem servir de motivação para a melhoria dos hábitos. Vistas por esse ângulo, talvez elas tenham alguma contribuição a dar. Segundo Kaeberlein, seguir uma dessas dietas é melhor do que viver de fast food e permanecer na obesidade. “Se uma dessas dietas ajudar alguém a emagrecer e a manter o peso saudável, isso será bom para a saúde, diz.

O bom senso ainda é a melhor bússola. Maus hábitos alimentares (consumo constante de produtos ultraprocessados, com excesso de açúcar, sal e gordura, por exemplo) podem abreviar a vida. Ao mesmo tempo, escolhas saudáveis aumentam a chance de chegar à velhice com boa saúde. Planos alimentares personalizados e sem radicalismos (em vez das dietas da moda) são a melhor estratégia para quem pretende reduzir o risco de doenças e, talvez, ter uma vida longa.

“Não existe dieta ideal para o ser humano”, diz o endocrinologista Marcio Mancini, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas, em São Paulo . “Alguns indivíduos vão se dar muito bem comendo um monte de proteínas e cortando gorduras e carboidratos, mas a maioria nem consegue seguir dietas rígidas a longo prazo”, afirma.

EFEITO SANFONA

Mancini salienta que a dieta cetogênica e a Dieta de Atkins são variações sobre o mesmo tema. Leva a uma perda de peso relativamente rápida, mas é difícil de seguir por muito tempo. Segundo ele, o chamado efeito sanfona (recuperação do peso perdido) é mais comum nas chamadas dietas antienvelhecimento do que nos programas balanceados para perda de peso.

Ele destaca a dificuldade de transpor para estudos em humanos os achados verificados em pesquisas com animais. “Mostrar o que acontece em animais ou em poucas pessoas por um período curto é uma coisa. Fazer um grupo grande de indivíduos seguir esse tipo de dieta restritiva durante um tempo longo não é tarefa fácil. Não vivemos em gaiolas, à espera de alimento. No dia a dia, as dificuldades de seguir esse tipo de intervenção aparecem”.

Segundo Mancini, há pesquisas em humanos que conseguem comprovar o efeito de algumas intervenções dietéticas na melhoria das taxas de glicose e na redução da hipertensão em poucas semanas. Demonstrar que seguir esses esquemas no longo dos anos pode levar ao aumento da longevidade é mais complicado.

NOVAS DROGAS

Por mais que seja difícil demonstrar em humanos que dietas possam desacelerar o envelhecimento e expandir a duração da vida, esse tipo de pesquisa é importante, mesmo quando realizada apenas em camundongos. Apesar de suas limitações, esses estudos contribuem para a melhoria da compreensão da resposta celular à baixa disponibilidade de nutrientes.

Os cientistas acreditam que essa linha de pesquisa pode levar a descoberta dos mecanismos moleculares capazes de explicar o aumento da longevidade e a criação de remédios para estimulá-la. Eles começam a detalhar a rede complexa composta de múltiplas vias de sinalização que convergem em centros moleculares importantes.

O principal deles é o chamado alvo mecanicista da rapamicina (mTOR), proteína relacionada a atividade mitocondrial, à autofugin (limpeza dos dejetos das células) e à redução da inflamação que contribui para o envelhecimento.

A geneticista Maynnn Zatz, diretora do Centro de Estudos sobreo Genoma Humano e Células tronco da Universidade de São Paulo(USP) destaca também o papel das sirtuínas, proteínas envolvidas no processo de envelhecimento. “Uma das hipóteses é a de que a restrição calórica ativa essas proteínas e, com isso, elas fariam a célula entrar em um regime de baixa atividade para poupar energia. Algo como baixar o nível de luminosidade do celular para reduzir o consumo da bateria”, afirma. “Por outro lado, estudos mostram que o resveratrol presente nas uvas rosadas e no vinho tinto teria exatamente o mesmo efeito de ativar as sirtuínas.”

PARA QUEM PODE

Autora do livro O legado dos genes: o que a ciência pode nos ensinar sobre o envelhecimento, escrito em parceria com a jornalista Martha San Juan França, Mayana lidera um projeto de pesquisa sobre pessoas saudáveis com mais de 80 anos. Segundo ela, a longevidade excepcional é para quem pode; não para quem quer.

“Existem centenários que aguentam qualquer desaforo do ambiente; pessoas que vivem muitos anos mesmo sem ter um estilo de vida saudável” , afirma. Eles são exceção. Para a maioria das pessoas, há uma interação entre o genoma e o ambiente. Segundo Mayana, muitos genes devem atuar para aumentar a longevidade, mas o ambiente tem um papel muito importante. ”O exercício físico é consenso; não há dúvida de que ele aumenta a expectativa de vida com qualidade”, diz ela. “No caso das dietas, há controvérsias.”

CERTEZAS?

 Chegará o dia em que a ciência conseguirá demonstrar que uma ou outra dieta tem o potencial de dar aos humanos alguns anos de vida a mais? O professor Matt Kaeberlein mantém o ceticismo. “Não acredito que qualquer dieta sozinha seja capaz de aumentar a  longevidade das pessoas de forma expressiva (30 ou 40 anos), mas posso estar errado”, afirma.

SAIBA MAIS

RECEITA PROFISSIONAL

Segundo o biogerontologista Matt Kaeberlein, da Universidade de Whashington, qualquer pessoa que seguir as dicas abaixo tem boa chance de envelhecer com saúde:

1) Não foque apenas na dieta. Comece pelo básico e estabeleça algumas prioridades  

2) Controle o peso, não fume, beba com moderação e faça atividade física. Exercícios resistidos (para melhorar os músculos) são fundamentais);

3) Observe qual dieta saudável funciona melhor. Não existe um plano ideal;

4) Jejum intermitente sem extremismo pode funcionar para algumas pessoas.

RESTRIÇÃO CALÓRICA SEMPRE FUNCIONA?

Não é verdade. Embora existam evidências de expansão da longevidade e da vida com saúde em roedores submetidos a restrição calórica, diversos estudos não demonstraram os mesmos resultados.

RESTRIÇÃO CALÓRICA AUMENTA A LONGEVIDADE APENAS PORQUE PREVINE O CÂNCER?

Não é bem assim. O efeito anticâncer foi observado em roedores, mas os estudos também  indicam que ela retarda deterioração relacionada à idade em tecidos de órgãos como cérebro, coração e rins.

MACRONUTRIENTES INDIVIDUAIS SÃO BONS OU RUINS PARA O ENVELHECIMENTO?

A composição da dieta, a quantidade de calorias inseridas e o intervalo entre as refeições têm potencial de afetar a longevidade. A ciência ainda tem muitas dúvidas sobre os mecanismos por trás desses efeitos em animais.

DIETAS ANTIENVELHECIMENTO REDUZEM O ENVELHECIMENTO EM HUMANOS?

Não é verdade. Apesar da popularização dessas dietas, não existem evidências fortes de que os esquemas estudados em animais também sejam capazes de ampliar a longevidade das pessoas.

AS PRINCIPAIS DIETAS AVALIADAS E OS RESULTADOS EM ANIMAIS

A restrição calórica prolonga a vida de roedores em laboratório. Não há evidências disso em humanos

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

MAPA DA MENTE

Novos estudos indicam pistas para futuros tratamentos do Parkinson

O Parkinson afeta mais de 10 milhões de pessoas no mundo – são mais de 200 mil apenas no Brasil. Nos últimos anos, surgiram tratamentos que aumentaram muito a sobrevida e o bem-estar dos pacientes, mas a ciência continua em busca de uma cura. Isso pode estar mais perto de acontecer graças a descobertas recentes que ajudam a traçar as origens da doença.

Segundo distúrbio neurológico mais comum depois da doença de Alzheimer, o Parkinson tem como sintomas mais conhecidos as alterações motoras, como tremores, rigidez e lentidão dos movimentos. Mas há também outras manifestações, como depressão, ansiedade, prisão de ventre, alterações intestinais, oscilação da pressão arterial e até sintomas de declínio cognitivo em pacientes graves.

“Hoje em dia o paciente vive muito melhor do que há 20 anos. É difícil dizer que uma pessoa morre de Parkinson atualmente. Ela morre com a doença. Mas os tratamentos, por melhores que sejam, atuam apenas nos sintomas. Eles não impedem a progressão ou previnem o aparecimento”, diz o neurologista Henrique Ballalai Ferraz, professor da Universidade Federal de São Paulo(Unifesp).

Sabe-se que pessoas com Parkinson não têm níveis suficientes de dopamina, um neurotransmissor conhecido por seu papel na sensação de bem-estar e motivação, associada ao sistema de recompensa, e que também desempenha um papel fundamental no controle do movimento. Na doença, a redução na quantidade dessa substância ocorre em decorrência da morte de células nervosas localizadas em uma região do cérebro chamada gânglios da base, nas profundezas do córtex.

CURTO CIRCUITO

Essa mortandade é a chave dos estudos recentes que procuram mapear a doença. Sem produção suficiente de dopamina pelas células nervosas, a comunicação cerebral fica prejudicada. Surgem os sintomas motores típicos da doença, como tremores, rigidez dos membros e diminuição dos movimentos. A deficiência da substância também leva a uma ampla gama de manifestações menos visíveis, mas gravemente debilitantes. Na lista, estão declínio cognitivo, depressão, dor e incontinência urinária.

Nos últimos anos, descobriu-se que uma proteína chamada alfa-sinucleína pode estar envolvida nesse processo. Estudos mostraram que ela se acumula nesses neurônios produtores de dopamina e isso acaba desencadeando a morte da célula.

Uma das linhas de tratamento em investigação tem como alvo a interrupção desse acúmulo para tentar interromper a progressão da doença.

Porém, estudos mais recentes apontam para outros alvos. Pesquisadores da Universidade  de Georgetown, nos EUA, identificaram o que parecia ser um defeito vascular significativo em pacientes com Parkinson moderadamente grave. A descoberta sugere que a barreira hematoencefálica, que atua como um filtro crucial para proteger o cérebro contra toxinas enquanto permite a passagem de nutrientes, não funciona como deveria em algumas pessoas com a doença.

Nesses casos, a barreira não só impede as toxinas de saírem do cérebro como inibe a entrada de nutrientes como a glicose, além de permitir que células inflamatórias e moléculas do corpo entrem e danifiquem o cérebro.

ALVO POTENCIAL

De acordo com os autores, o resultado fornece um novo foco para intervenção terapêutica. “Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a mostrar que a barreira hematoencefálica do corpo oferece potencialmente um alvo para o tratamento da doença de Parkinson”, disse Charbel Moussa, autor sênior do estudo, em comunicado.

Outra descoberta inédita, publicada neste mês na prestigiosa revista Nature, mostrou que  defeitos no complexo mitocondrial 1 do cérebro, necessário para a sobrevivência dos neurônios que produzem dopamina, geram uma lenta e contínua progressão do Parkinson. A pesquisa traz novas revelações sobre o papel das mitocôndrias, responsáveis pela respiração celular, já apontadas como parte do mecanismo da doença.

O estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Northwestern, também nos EUA, demonstra pela primeira vez que os neurônios não morrem quando esse complexo falha. Eles primeiro começam a funcionar mal. Essa latência entre funcionamento e morte descortina um novo campo terapêutico porque permite novas abordagens para resgatar esses neurônios antes que o dano seja irreversível.

Atualmente, o medicamento mais eficaz contra o Parkinson é também o mais antigo. A levodopa, uma molécula substitutiva da dopamina, é a pedra angular do tratamento, segundo Ferraz. A estimulação cerebral profunda (uma espécie de marcapasso para o cérebro), considerada o maior avanço no tratamento da doença nos últimos 20 anos, visa a mesma área e é complementar ao remédio. Um estudo publicado na revista Neurology, que acompanhou os resultados de longo prazo do implante, mostrou que ele é capaz de reduzir em 75% os movimentos involuntários dos pacientes.

“O que a ciência espera é um tratamento que mude a progressão da doença. Tem muita coisa em teste e alguma vai trazer resultados positivos”, diz o neurologista.

As novas linhas de pesquisa da doença incluem novos tipos de neuroestimuladores, probióticos, células-tronco e terapia genética.

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