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‘MEU FILHO, NÃO SAIA DO CELULAR’

Pesquisas dizem ser benéfico o tempo de tela, mas não deixe de ler esta reportagem até o fim

Com apenas 5 anos, Lucca Argentino Martins liga o tablet e coloca em seu jogo favorito. Na televisão, entra no YouTube para assistir seu programa preferido, o canal de dois meninos que gravam vídeos sobre um jogo eletrônico. Sim, um game, o já clássico Minecraft. Lucca é um legítimo nativo digital. Nasceu em um mundo de smartphones e tablets.

O tempo que crianças e adolescentes gastam em frente às telas é uma preocupação para pais, educadores, médicos e autoridades de saúde. O receio não é infundado. Afinal, nas primeiras duas décadas de vida, o cérebro ainda está em formação e maturação.

Ainda assim, nos últimos anos, em especial após a pandemia, ganhou espaço a ideia de que o uso da tecnologia durante a infância e adolescência não é de todo ruim. Para o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), as novas tecnologias possibilitam o acesso a uma gama inédita de conhecimentos. Também ajudam no desenvolvimento do raciocínio espacial e em uma maior rapidez de resposta a certos estímulos.

REDE DE AMIGOS

Uma nova pesquisa, liderada por uma equipe do Instituto de Genética Comportamental da Universidade do Colorado, em Boulder, nos Estados Unidos, analisou dados sobre a saúde infantil e o desenvolvimento do cérebro de quase 12.000 crianças com idades entre nove e dez anos.

Os resultados mostraram que mais tempo de tela estava relacionado a maiores redes de amizade. Os pesquisadores testaram a hipótese de que “a natureza social do tempo de tela fortalece os relacionamentos entre oscolegas e permite que eles permaneçam conectados, mesmo quando separados”.

É o que aconteceu com a estudante Naomi Gibin Tamura, 15 anos, aluna do 9º ano da escola Móbile Integral, em São Paulo.

“Na pandemia eu sentia necessidade de falar com as minhas amigas mais próximas. Começamos a fazer ligações de vídeo para contar tudo o que estava acontecendo na nossa vida. Depois começamos a fazer isso para estudar ou enquanto a gente se arrumava para a aula de balé. Às vezes até almoçávamos juntas e acabou se tornando meu momento de integração com o pessoal da minha idade. O que era estranho se tornou um hábito que continua até hoje”, conta a estudante.

“SCREEN HIGH”

Outro estudo, feito pelo Oxford Internet Institute, ligado à Universidade de Oxford, no Reino Unido, baseado em dados de mais de 35.000 crianças e seus cuidadores, sugere que aqueles que passam entre uma a duas horas por dia envolvidas em atividades com televisão ou dispositivos digitais têm melhores níveis de bem-estar social e emocional.

Uma das vantagens sempre lembradas do uso de dispositivos on-line por crianças e adolescentes é a ciência na tecnologia que eles proporcionam. Para a educadora Tatiana Almendra, diretora da Móbile Integral, é verdade que novos saberes entram no espaço escolar por vias digitais.

EXAGEROS

Para aqueles pais que deixam seus filhos ficar horas sem fim em frente à tela e já estavam começando a se sentir menos culpados com essa reportagem, uma ressalva de grande importância. Como diz Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), tudo é uma questão de equilíbrio. Tempo em excesso causa, sim, grandes problemas para crianças e adolescentes. A lista inclui uma série de prejuízos para a saúde e o bem-estar, incluindo aumento do risco de miopia; problemas com habilidades de comunicação, resolução de problemas e interações sociais, problemas para dormir e até aumento do risco do desenvolvimento de doenças mentais, como depressão e ansiedade.

O QUANTO É MUITO?

É por isso tudo que muitos pais e mães vivem se perguntando o que é considerado uso excessivo. Em sua recomendação mais recente, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, nem mesmo a de televisores. Depois dessa idade, a TV pode ser liberada, mas no máximo durante uma hora por dia. Smartphone próprio, ou tablet, tão somente depois dos 8 anos, e sempre com vigilância.

Entre seis e dez anos, o tempo de uso diário pode ser prolongado para até duas hora e, entre 11 e 18 anos, a recomendação é limitar o tempo de telas e jogos de videogames a até três horas por dia – o que é tarefa quase impossível em muitos lares.

“O que a gente costuma dizer é que as atividades on-line não devem se sobrepor ao que eles devem fazer na vida off-line porque isso faz com que esses jovens percam experiências extras que envolvem relacionamento e apresentação de situações são imprevisíveis que são importantes para a resiliência psicológica”, diz Nabuco.

Na Móbile Integral, por exemplo, apesar da incorporação de dispositivos digitais no ensino, o uso de smartphones é controlado nas dependências da escola.

O depoimento de Tatiana Almendra, a diretora, é ilustrativo por expor a experiência de quem está na linha de frente dessa questão.

A escola entende que toda criança e adolescente precisa de controle e limite. Por anos, os estudantes do sexto ano puderam usar celular na escola durante o recreio.

“O problema foi que nós fomos reconhecendo que isso era prejudicial para eles. Eles deixavam de interagir pessoalmente e interagiam apenas via celular ou por meio de jogos digitais. Nós analisamos isso conjuntamente e eles mesmos reconheceram este movimento. A solução encontrada foi postergar a possibilidade do uso do celular nestes espaços de socialização e interação para quem chegasse ao oitavo e nono ano.

“Esse é o papel do adulto. Reconhecer quando a tela está impedindo essas crianças de explorar outras experiências que também são fundamentais no seu desenvolvimento”, completa a educadora.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 23 DE DEZEMBRO

MAIS PRECIOSO DO QUE OURO

Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro (Provérbios 22.1).

Salomão podia falar de cadeira a respeito deste assunto, pois era o homem mais rico do seu tempo, e afirma categoricamente que há coisas mais preciosas do que as riquezas materiais. O bom nome vale mais do que muitas riquezas, e o ser estimado é melhor do que ouro e prata. Note que Salomão não apenas declara que o bom nome é melhor do que riquezas, mas que é melhor do que muitas riquezas. É melhor ter uma boa reputação do que ser um ricaço. É melhor ter o nome limpo na praça do que ter o bolso cheio de dinheiro sujo. É melhor andar de cabeça erguida, com dignidade, do que viver em berço de ouro, porém maculado pela desonra. A honestidade é um tesouro mais precioso do que os bens materiais. Transigir com a consciência e vender a alma ao diabo para ficar rico é consumada loucura, pois aquele que usa de expedientes escusos para enriquecer, subtraindo o que pertence ao próximo, em vez de ser estimado, passa a ser odiado na terra. A riqueza é uma bênção quando vem como fruto do trabalho e da expressão da generosidade divina. Mas perder o nome e a estima para ganhar dinheiro é tolice, pois o bom nome e a estima valem mais do que as muitas riquezas.

GESTÃO E CARREIRA

ELAS ESTÃO ESGOTADAS

Com mais tarefas domésticas e pressão profissional, as mulheres se sentem sobrecarregadas durante a pandemia. Entenda como ajudá-las neste momento delicado

Balancear trabalho e afazeres domésticos não é novidade para as mulheres. A pandemia, com home office forçado, educação à distância e preocupação com a saúde dos familiares, intensificou a jornada. Tanto que o estudo From Insights to Action: Gender Equality in the Wake of Covid-19 (“Das ideias para a ação: Igualdade de gênero na esteira da covid -19 “, em tradução livre), feito pela ONU Mulheres em parceria com a ONG Women Count, mostra que a crise sanitária aumentou o tempo gasto em cuidados não remunerados – tanto para homens quanto para mulheres. Mas elas trabalham mais.

De acordo com o levantamento, limpar a casa entrou na lista de novas tarefas de 49% das mulheres na pandemia, enquanto 33% dos homens passaram a realizar a mesma função. Cozinhar virou rotina para 37% delas, mas para apenas 16% deles. Além disso, 37% das mulheres são responsáveis por cuidar dos filhos e ajudá-los durante as aulas online, enquanto somente 26% dos homens realizam a mesma tarefa. Ainda segundo a pesquisa, se as mulheres têm filhos, o volume de trabalho é três vezes maior em comparação com os homens.

Esse acúmulo de tarefas e de preocupações tem deixado muitas trabalhadoras esgotadas física e emocionalmente – e pode ter um impacto profundo na carreira. A consultoria McKinsey, em seu relatório Women in  the Workplace 2020 (“Mulheres   no Trabalho”, em português), afirma que a pandemia afetou as trabalhadoras de forma tão negativa que poderia atrasá-las em meia década em termos de desenvolvimento profissional. De acordo com o estudo, executivas seniores são mais propensas a se sentir esgotadas na crise e a probabilidade de deixarem o cargo é 1,5 vez maior do que a de seus colegas homens. Entre as mulheres que pensam em se demitir, três em cada quatro apontam o esgotamento como o motivo principal.

MAIS EQUILÍBRIO

Lidar com duplas e triplas jornadas tem elevado os níveis de estresse nos lares, muito por causa da ideia – ainda enraizada em nossa sociedade – de que a mulher tem de ser a responsável pelo lar. “Culturalmente no Brasil, a mulher acaba por assumir os cuidados com a casa, com os filhos e, muitas vezes, com o marido. Além de administrar o próprio trabalho, ela tem de administrar a casa, e isso é estressante”, afirma Edwiges Parra, psicóloga organizacional, especialista em recursos humanos e fundadora da EMind Mente Emocional.

Michele Storino sentiu o peso do acúmulo de atividades tão logo voltou ao mercado de trabalho. Demitida em abril de 2020 da companhia em que trabalhou por dois anos, levou quatro meses para conseguir uma recolocação. No tempo em que ficou afastada, se dedicou às tarefas domésticas e aos cuidados com a filha, de quase dois anos. Em julho, foi contratada pela Youse, empresa de seguros online, para o cargo de gerente de performance. E sentiu o baque logo nos primeiros meses no novo emprego. “Queria voltar a trabalhar, então fiquei feliz quando fui chamada. Só que o começo foi muito estressante. Sempre tive ajuda para limpar, fazer comida, lavar roupa, mas com a pandemia tudo passou a ser responsabilidade minha e do meu marido”, diz Michele. “Tive muito medo de não dar conta. Meus pensamentos eram “Como vou cuidar da casa, do trabalho, da alimentação da minha filha e de mim?.”

Ela se sentia culpada por não dar total atenção nem à filha nem ao trabalho e se cobrava cada vez mais. “Estendia muito o tempo trabalhado. Minha filha ia dormir e eu voltava para o computador.

Foi estressante demais.” Depois de um tempo, Michele fez o que poucas fazem: dividiu suas angústias com a liderança e o RH da empresa. “Tive espaço para falar e fui muito bem acolhida como mulher e como mãe.”

Isso aconteceu porque a Youse já estava desenhando práticas para ajudar na qualidade de vida das profissionais. Por lá, 42% dos gerentes e diretores são mulheres. Por isso mesmo, desde o começo da pandemia, a empresa apostou em adaptação de jornadas, flexibilização de atividades e revisão de prazos de entregas. “A família está no trabalho e o trabalho está na família. Temos uma mentalidade extremamente flexível, então tudo aconteceu de forma orgânica. Antes da pandemia, já tínhamos a cultura de home office uma vez na semana e acompanhamos bem de perto a adaptação de todos”, explica Nádia Brandão, business partner na Youse.

Durante a crise, a empresa tem promovido rodas de conversa com psicólogas, incentivado a busca por atividades fora do trabalho, desenvolvido ações que envolvam toda a família e investido em uma central de atendimento psicológico e jurídico para que os empregados possam dividir seus principais anseios.

Por meio de pesquisas de satisfação, eles descobriram que 62% dos funcionários viram a qualidade de vida melhorar desde o início da quarentena, seja por meio de maior convivência com a família, mais concentração no trabalho, descoberta de um novo hobby, seja por mais tempo para se dedicar a outras atividades.

DISCUTINDO A RELAÇÃO

A Cia Athletica, rede de academias, também apostou em um canal de atendimento psicológico para atender os funcionários. E as mulheres estão usando muito o benefício: 62% das buscas por apoio foram feitas por mulheres sobrecarregadas e em crise conjugal. Enquanto os homens tinham preocupações financeiras, o que estava tirando o sono delas eram os relacionamentos. “Trouxemos dicas e técnicas da terapia cognitivo-comportamental, tanto para acalmar os ânimos em momentos de tensão quanto para estimular as funcionárias em momentos de baixa de energia”, diz Cinthia Guimarães, gerente corporativa de recursos humanos da Cia Athletica e responsável pelos atendimentos. “Sempre as orientamos a buscar aprendizado em cada contratempo. Isso é o que apazigua nossa mente e nos abastece de otimismo para continuar a caminhada.”

As sessões duram de 30 a 40 minutos, são feitas por meio de videochamada ou ligação telefônica e acontecem desde o começo da quarentena. “Os meses de março e abril foram os mais difíceis. A pandemia aconteceu de forma muito rápida e nos fez perceber que não temos controle sobre o que pode nos acontecer. Nem todo mundo está preparado emocionalmente para lidar com isso”, diz Cinthia. No último bimestre do ano passado, houve mais um pico de atendimentos. “O empilhamento de tantos meses difíceis, a sobrecarga de múltiplas tarefas somada às preocupações com saúde e finanças deixaram muitos à flor da pele. As queixas de ansiedade, irritação, cabeça quente e pavio curto foram as mais comuns. Em outro extremo, tivemos também casos de exaustão, dificuldade de concentração e desânimo”, explica Cinthia.

Perceber que está chegando à beira do esgotamento mental não é difícil. Os sintomas são clássicos e, segundo Luciana Lima, professora de liderança no Insper, bem visíveis. “É possível notar uma irritabilidade extremamente exacerbada. As pessoas ficam mais impacientes, intolerantes, impulsivas e com dificuldade de fixar memórias”, diz. “Isso pode desencadear síndrome do pânico, picos de ansiedade e depressão. As mulheres são mais afetadas, principalmente por causa da tripla jornada que levam. Não conseguem um equilíbrio”.

CUIDADO SOB DEMANDA

Ao notar os primeiros sinais de estresse e cansaço extremos em funcionárias com filhos em casa, o Olist, startup brasileira que atua no segmento de e-commerce, tratou de desenvolver projetos que, de alguma forma, pudessem aliviar a carga emocional que elas estavam sentindo.

Assim nasceu o Pit Stop, que oferece às mães (e aos pais) duas pausas de 30 minutos ao longo do expediente, de manhã e à tarde. “A agenda das mães é editável, obedecendo aos rituais de cada área. Não fizemos isso para ser legais, mas para que elas pudessem se sentir tranquilas e fazer o que quisessem dentro dessa pausa. A produtividade dessas mães, inclusive, aumentou depois da implementação do projeto”, revela Melissa Guimarães, diretora de pessoas do Olist.

Hoje, o quadro da empresa tem 48% de mães, e todas aderiram ao Pit Stop. Com o sucesso do programa, a startup passou a integrar os filhos no dia a dia e em datas especiais, como as semanas do Dia das Mães e do Dia das Crianças. As crianças participam de atividades com os pais durante o expediente. O programa de terapia online também é muito usado pelas mulheres – tendo filhos ou não. A adesão das funcionárias é de 67%, índice que cai para 32% entre os homens. “A pandemia trouxe a necessidade de inovar, acolher, entender e ajudar. Essa situação de confinamento nos fez pensar em maneiras de ajudar os funcionários, e temos nos empenhado em manter a energia deles lá em cima”, diz Melissa.

Um ponto importante no momento de desenhar práticas voltadas para o equilíbrio das mulheres é olhar para os profissionais individualmente – algo essencial para garantir o bem-estar. “Um programa que funciona para um profissional pode não funcionar para os outros. É preciso olhar caso a caso”, diz a professora Luciana Lima. “Uma mulher que é mais matutina não pode extrapolar o horário de trabalho. Ao fim do dia, ela estará esgotada. É preciso ter planos individualizados.”

As práticas devem ser para todos, mas sempre lembrando que, por estarem em realidades diversas, pessoas diferentes devem ser tratadas de formas diferentes – ainda mais em um momento delicado como o que estamos vivendo.

NO LIMITE

A consultoria McKinsey afirma que 2 milhões de mulheres estão considerando tirar licença ou deixar o mercado por causa da covid-19. Veja os principais motivos para essa decisão:

• Falta de flexibilidade

• Sensação de que é preciso estar sempre disponível

Sobrecarga de atividades domésticas e cuidados com a família

• Preocupação de que a performance seja negativamente julgada por causa da jornada dupla

Desconforto em compartilhar seus problemas pessoais com chefes e colegas

• Receio de ser pega de surpresa por decisões que afetam a rotina

• Sentimento de incapacidade de ser si própria no trabalho

EU ACHO …

O PENSAMENTO MÁGICO É DO BEM?

“Toda vez que eu uso esta roupa, chove”, dizia, desolada, minha irmã sobre uma blusa bege que ainda tinha o agravante de tender à transparência quando molhada. Como enunciamos uma frase assim? Todos nós temos uma parcela de pensamento mágico, estabelecendo relações de causa-efeito a partir de deduções sem base em pesquisas científicas. Há alguma chance, remota que seja, de uma blusa mudar o jogo de massas de ar e provocar acúmulo de nuvens de chuva? Todo ser humano mais ou menos equilibrado dirá: “Não! Absurdo!  No creo en brujas, pero quelas hay, las hay”.

Muitas casas possuem talismãs, imagens e disposições que mostram nosso desejo de ajuda extra de um cosmos fora da ciência  Já notou um elefante com o derriere voltado para a porta? Pode reforçar o círculo botânico da magia: experimente  espadas e lanças de  São Jorge, alecrim, manjericão, arruda de guiné. As energias  negativas serão bloqueadas e tudo de bom fluirá. Bem, vamos ser objetivos: tudo isso foi feito em 2020 e 2021 e o que veio depois foi um desastre…

Difícil lutar contra o pensamento mágico, está no ar, invisível e onipresente. Necessário combater? Nossa percepção do real é marcada pela modulação que as emoções produzem sobre a cognição. Sentimos, preferencialmente, analisamos depois.

Um amigo meu era taxativo: pensamento mágico era falta de boa formação. Eu sou mais sensível com a fauna da humanidade. Com boa ou má formação, os atos mágicos revelam muito sobre uma sociedade. Existem códigos e convenções que atribuem significado às coisas, mesmo às coisas de pessoas com excelente currículo. Céticos emolduram diplomas ou guardam pétalas de flores dadas pelo seu amor. Dizem que é pelo afeto e memória, porém, os objetos deslocados da sua função original costumam virar talismãs.

O ser humano é um animal que simboliza, metaforiza, torna alegoria o material concreto e busca lógicas e padrões em tudo. Faz parte da famosa Revolução Cognitiva, a capacidade de inventar e contar histórias e, sobretudo, de acreditar nelas. Tal força fez surgir o Estado, a divindade dos reis, as pirâmides e, como lembra Yuval Harari, até os direitos humanos. Quando o pensamento mágico é direto e linear, chamamos de folclore. Quando fica elaborado, pode virar política ou ritos acadêmicos de defesa de doutorado. A liturgia das coisas nos inunda. De todos os pensamentos mágicos, entrar com o pé direito no avião causa menos danos do que duvidar de vacinas. Desejo boa sorte e esperança a todos nós, algo totalmente mágico…

*** LEANDRO KARNAL

ESTAR BEM

INGERIR LATICÍNIOS DIMINUI RISCO DE DOENÇAS CARDÍACAS

Estudo com suecos, combinado a 17 outros trabalhos, mostra efeito benéfico da gordura presente em alimentos como queijo e iogurte

O consumo de uma boa quantidade de gordura láctea está associado a um risco menor de doenças cardiovasculares em comparação àquelas pessoas que ingerem pouco dela. Esse é o resultado de um estudo feito por pesquisadores do The George Institute for Global Health (Instituto George para a Saúde Global, em tradução livre), na Austrália.

No trabalho, os pesquisadores combinaram os resultados coletados com 4.150 suecos com dados de 43 mil pessoas que participaram de 17 pesquisas semelhantes nos EUA, Dinamarca e Reino Unido.

A quantidade de gordura láctea ingerida foi medida pelos níveis de alguns ácidos graxos presentes no sangue. Este modo de quantificar foi escolhido para evitar que os voluntários precisassem lembrar da quantidade de laticínios consumidos anteriormente, o que  é bem difícil, já que produtos derivados do leite são usados em variados tipos de alimentos. A medição por exame de sangue, dizem os pesquisadores, foi capaz de fornecer informações mais objetivas sobre a ingestão de gordura láctea.

O consumo de leite e laticínios na Suécia está entre os mais altos do mundo. Os voluntários foram acompanhados por 16 anos, em média, para ver quantos tiveram ataques cardíacos, derrames ou outros problemas circulatórios graves, e quantos morreram por alguma outra causa durante este tempo.

Depois de ajustar estatisticamente para outros fatores de risco conhecidos de doenças cardiovasculares, incluindo informações como idade, renda, estilo de vida, hábitos alimentares e outras doenças, o risco de doença cardiovascular foi mais baixo para aqueles que tinham altos níveis de ácido graxo (refletindo, portanto, alta ingestão de gorduras lácteas). Aqueles com os níveis mais elevados também não tiveram risco aumentado de morte por outras causas.

Os trabalhos não quantificaram o impacto, mas iluminamos os conceitos sobre o tema entre os especialistas. Há ainda polêmica em relação à gordura dos derivados do leite. Algumas diretrizes dietéticas defendem que o correto é que os consumidores escolham produtos lácteos com baixo teor de gordura.

Os autores do estudo destacam, inclusive, que a ação desse tipo de gordura também depende do tipo da comida em si (queijo, iogurte, leite e manteiga, por exemplo). Isso porque também apresentam uma ótima quantidade de outros nutrientes que podem fazer parte de uma dieta saudável.

Os próximos passos dos estudos serão detalhar o efeito da gordura isoladamente por alimento e compará-la com a gordura vinda dos frutos do mar, nozes e azeites, largamente comprovada ser extremamente benéficas à saúde.

Os efeitos da gordura monoinsaturada, que já foi condenada pela ciência, hoje são sacramentados. Além de fortalecer o sistema cardiovascular, ela fortalece os ossos e tem propriedades anticancerígenas, por exemplo. Nos ossos, ela permite melhor absorção de vitamina O. Contra tumores, pode participar do processo de morte de células da doença, sobretudo quando atinge a doença e a próstata.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

QUALIDADE E DURAÇÃO DO SONO PIORARAM DURANTE A PANDEMIA

Descanso foi mais afetado entre mulheres, jovens e pessoas de baixa renda

Tomar um banho morno, escovar os dentes, apagar as luzes e deitar na cama. Esse roteiro parece comum, mas pode ser o prenúncio de uma noite que se estende até a madrugada – de olhos abertos. Com o estresse e a ansiedade a florados durante a pandemia, dificuldades para dormir, sono fragmentado e até insônia passaram a ser mais frequentes. Dormir menos ou pior se reflete na saúde em geral, com quadros que vão de irritação e instabilidade emocional até queda na imunidade e maior risco de diabetes.

Asmática e com apneia do sono, a vendedora autônoma de cosméticos Angelina Dourado, de 55 anos, tem passado por dificuldades financeiras diante da falta de clientes. A moradora de Ceilândia, que fica a 30 quilômetros de Brasília, conta que passou por uma experiência “terrível” quando teve Covid-19 no fim de 2020 e o quadro de saúde se agravou. Ela se deita às 22h30, porém, quando dá 1h da madrugada, já está acordada.

“Daí, então, vou ler, leio até cansar, mas o sono não vem. Às 5h, levanto. Não tenho  tratado porque o meu custo de vida não dá para fazer tratamento e o SUS não ajuda a gente em nada”, diz Angelina, que reclama também da falta de concentração devido ao problema.

O perfil dela se enquadra naqueles traçados pela pesquisadora em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Campinas (Unícamp) Margareth Guimarães Lima, que estuda o sono durante a pandemia. Entre os mais suscetíveis a problemas, estão os de mulheres, jovens, pessoas de baixa renda, sedentárias e que tiveram aumento do trabalho doméstico e do uso de telas durante o período.

“ Vimos que 48% das pessoas já tinham problemas de sono e ele piorou. Outras 43,5% passaram a ter”, revela, sobre um dos estudos.

Segundo a cientista, existe uma associação muito forte entre o sono e os problemas emocionais: pessoas que enfrentam essas questões tem cinco vezes mais chances de ter descanso de baixa qualidade. Noutro estudo, publicado em Cadernos de Saúde Pública, considera a classe social na análise:

“O sono piorou naqueles que tinham pior renda antes da pandemia. Essa piora foi 34% maior nos que eram mais pobres em relação aos mais ricos”, completa Lima. Outro caso é o da Eduarda Rodrigues, de 20 anos, que começou a ter ansiedade e perder o sono após ter Covid-19 no ano passado. Hoje, avalia que o isolamento social e as preocupações econômicas foram as principais causas do distúrbio.

“Após pegar a doença e com a morte de familiares, passei a ter só pensamentos negativos. Nada estava bom, não saia de casa, dormia tarde e ficava acordando várias vezes à noite. Passei também a ficar mais agitada e, neste turbilhão todo, ainda perdi meu emprego”, desabafa.

Com o início de uma nova rotina devido à flexibilização da pandemia, Eduarda conseguiu novamente se inserir no mercado de trabalho. O sono deu uma melhorada, mas ainda não é o mesmo de antes. Ela tem indicação para fazer a terapia cognitiva comportamental, no entanto, ainda não sabe quando vai começar.

COVID LONGA

Segundo o neurologista Raimundo Nonato Delgado Rodrigues, estudos apontam a possibilidade de o vírus SARS-CoV-2 ter uma ação direta no sistema nervoso central e causar problemas de sono. Para o especialista, isso pode ocorrer não só imediatamente após contrair a doença, mas até seis meses depois. É a chamada síndrome da Covid longa.

“No quadro chamado de “brain fog”, que quer dizer nevoeiro do cérebro, a pessoa tem fadiga, dificuldade de concentração, dificuldade de memória e alterações de sono”, explica Rodrigues.

Em trabalho do grupo Cronobiologia Aplicada à Saúde Coletiva, a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz) Liliane Teixeira alerta que a privação, a redução e a fragmentação do sono prejudicam também a saúde mental. Entre as estratégias que podem ajudar, estão deitar e levantar nos mesmos horários, evitar cochilos e anotar pensamentos para diminuir ansiedade e estresse.

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