OUTROS OLHARES

ANTES TARDE DO QUE NUNCA

Com a terceira idade muito mais prolongada e o mundo em volta bem mais tolerante, grisalhos saem do armário e assumem namoros e casamentos com parceiros do mesmo sexo

Ainda alvo de preconceito e discriminação, a comunidade LGBT escancarou as portas do armário nos últimos anos, exigindo direitos, denunciando abusos e exibindo sem disfarces, com as mãos dadas e beijos em público, a naturalidade das relações entre pessoas do mesmo sexo. Embora não existam dados abrangentes sobre a população gay do Brasil, é evidente que os jovens vêm sendo o motor dessa reviravolta, tirando vantagem dos traços de individualismo, indiferença às regras estabelecidas e maior tolerância presentes nas novas gerações. Não é só a garotada, porém, que anda assumindo sua homossexualidade – cada vez mais, senhores e senhoras de idade avançada, muitas vezes com casamento convencional e filhos no currículo, tomam coragem e apresentam parceiros de gênero inesperado.

Consultamos dez especialistas em envelhecimento na comunidade gay –  sexólogos, antropólogos, sociólogos, psiquiatras e geriatras – e eles foram unânimes em confirmar a saída mais frequente do closet entre a turma que já passou dos 50. “O tabu da sexualidade na terceira idade diminuiu e isso estimulou as pessoas dessa faixa etária a se assumir, o que era muito mais difícil há dez anos”, diz Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Faculdade de Medicina da USP. Um empurrão definitivo partiu, como sempre, do mundo das celebridades, onde parcerias homossexuais consolidadas por trás de um muro de silêncio agora vêm a público – sendo, em geral, assimiladas sem grandes traumas.

A revelação mais recente partiu do galã Carmo Dalla Vecchia, 50 anos, durante uma apresentação do Super Dança dos Famosos, do extinto Domingão. Em rede nacional, o ator falou sobre sua relação de dezesseis anos com o autor de novelas João Emanuel Carneiro, com quem tem o filho Pedro, de 2 anos. “Nunca escondi o fato de ser gay para as pessoas próximas. Agora me dei conta de que tinha a chance de tocar o coração de mais gente e que isso era uma responsabilidade. Também quero ser um exemplo de coragem para meu filho”, disse. Antes dele, o ator Marco Nanini, 73 anos, contou ser casado há mais de trinta anos com o produtor Fernando Libonati, com quem formalizou a união estável há dois anos. O cantor Lulu Santos, 68 anos, após um casamento de décadas com a jornalista Scarlet Moon, apresentou o baiano Clebson Teixeira como seu namorado em 2018 e os dois se casaram no ano seguinte. Outro ator, o humorista Luiz Fernando Guimarães, 71 anos, oficializou em 2019 a relação de mais de vinte anos com o empresário Adriano Medeiros, com quem acaba de adotar dois filhos, Dante,10, e Olivia, 9.

O processo de sair do armário nunca é fácil. Ele exige coragem e resiliência, especialmente para aqueles que passaram a vida inteira escondendo seus sentimentos. Mas o assunto hoje está longe ser tabu, sendo retratado em obras e no dia a dia das pessoas. Foi a partir da ficção que a enfermeira aposentada Ângela Fontes, de 69 anos, encontrou incentivo para revelar à família conservadora que era lésbica. Inspirada pelo casal vivido por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg na novela Babilônia – protagonista do primeiro beijo de duas mulheres na TV brasileira – , Ângela deixou de esconder seu relacionamento com Willman Rocha, 74, e as duas enfim se casaram no civil e no religioso no início de outubro. “Assumir foi como tirar uma tonelada das costas”, afirma Ângela. Já o estilista mineiro Ronaldo Fraga, 54 anos, passou toda a vida adulta no meio da moda, repleto de gays, casado com uma mulher – até se apaixonar por um homem. Divorciou-se e contou para os dois filhos. “Esconder não seria justo com eles, comigo e com meu namorado. Me considero bissexual, e decidi viver essa experiência porque entendo que a vida é curta, mas pode ser larga”, diz Fraga, que há três anos namora o apicultor Hoslany Fernandes.

Os mais velhos que agora assumem parceiros gays eram jovens quando o movimento LGBT começou a se organizar, no fim dos anos 1960, após uma violenta batida policial no bar do hotel Stonewall lnn, em Nova York, frequentado pela comunidade. Dos tempos da pancadaria e do preconceito, que ainda acontecem, foi um duro caminho até aqui. “Mais de meio século depois, o patriarcado que colocou a masculinidade em posição de poder é cada vez mais questionado”, diz a psicanalista Regina Navarro Lins. Diversos momentos, porém, foram dificílimos nessa trajetória. Um deles provocado pelos estragos da epidemia de aids, chamada de “peste gay” nos seus primórdios, na década de 80, estigma que levou muita gente a se esconder sexualmente durante boa parte da vida.

Mas importantes vitórias aconteceram. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde removeu homossexualidade da lista de doenças, o que abriu caminho para conquistas como o direito a casamento, adoção e herança. Começava aí a lenta mudança de mentalidade que resultou, primeiro, na maior exposição dos jovens gays e, recentemente, na abertura de portas para quem tem mais idade e percebe, feliz, que ainda pode usufruir muitos anos tirando vantagem de tempos mais liberais. O americano Kenneth Felts, por exemplo, diz que sabia ser homossexual desde os 12 anos, mas só contou à família aos 91, depois de os pais terem morrido, com os filhos adultos e após ter sobrevivido a um câncer. “Sempre é bora de sermos livres”, diz Pelts ao lado do namorado, Johnny Hau. Tem toda a razão.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 18 DE DEZEMBRO

O CULTO QUE DEUS NÃO ACEITA

O sacrifício dos perversos já é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna! (Provérbios 21.26).

O culto que agrada a Deus tem duas marcas distintas: é verdadeiro e sincero. Deve ser oferecido a Deus em espírito e em verdade. Não basta ser um culto verdadeiro; precisa ser oferecido de todo o coração. Não basta ser sincero; é preciso ser bíblico. O culto ou é bíblico ou é anátema. Não podemos adorar a Deus do nosso jeito, segundo as inclinações do nosso coração. Deus estabeleceu a forma correta como deve ser adorado. O culto divino é prescrito pelo próprio Deus. Não temos liberdade de acrescentar nem de retirar nenhum elemento do culto. A adoração não pode ser separada do adorador. O culto não pode ser divorciado da vida. Antes de Deus aceitar nossa oferta, ele precisa aceitar nossa vida. É por isso que o sacrifício dos perversos é abominação para Deus. O Senhor se compraz mais na obediência do que em sacrifícios. Requer mais misericórdia do que holocaustos. Fazer ofertas a Deus com a vida errada e com as motivações erradas é tentar subornar aquele que é santo e justo. É consumada loucura, pois ninguém pode enganar aquele que sonda os corações. Deus não se impressiona com a quantidade das nossas ofertas nem com a eloquência das nossas palavras. Ele requer verdade no íntimo.

GESTÃO E CARREIRA

POR DENTRO DAS PROFISSÕES – ENÓLOGO

Há seis cursos de graduação em enologia no país. Entenda o que faz esse profissional, que controla toda a cadeia de produção dos vinhos: do cultivo das uvas até o cálice.

O ano é 1896. O casal de italianos Angelo Cristofoli e Maria Dalla Senta desembarcou no Brasil e se instalou na cidade de Bento Gonçalves (RS). Compraram algumas terras e começaram uma plantação de uvas. As frutas eram vendidas e, com o que sobrava, a família produzia alguns barris de vinho para consumo próprio.

A fazenda passou de pai para filho até chegar aos irmãos Loreno e Mário – bisnetos dos imigrantes. Nos anos 1980, a hiperinflação estava dificultando as vendas de uvas. Então decidiram aumentar o negócio para conseguir uma renda extra Assim, em 1986, abriram a Vinícola Cristofoli e passaram a vender os vinhos que, até então, eram só para a família. No mesmo ano, nasceu a primeira filha de Loreno, a Bruna.

A menina cresceu entre as parreiras e começou a ajudar na produção ainda criança. Por isso, não foi nenhuma surpresa para a família quando ela decidiu fazer, ao longo do ensino médio, um curso técnico em enologia. Para quem não está familiarizado com o mercado de bebidas, o enólogo é o profissional especializado na produção de vinhos, espumantes, conhaques e grappa (um destilado italiano feito com o bagaço de uva).

Bruna até pensou em prestar vestibular para Química, mas a paixão pelo vinho e a vontade de profissionalizar o negócio da família falaram mais alto. “Eles começaram sem muita instrução. Então, mesmo nova, passei a ver as melhorias que precisavam ser feitas na vinícola, no produto e também na área administrativa”, relembra.

Ela acabou fazendo um curso superior em Viticultura e Enologia, e também uma pós- graduação na área. Durante os estudos, no Instituto Federal de Bento Gonçalves, estagiou em uma vinícola vizinha à de sua família, a Dal Pizzol, e também na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Ainda teve a oportunidade de participar das vindimas (período entre a colheita das uvas e o início da produção do vinho) em vinícolas da Itália e Alemanha.

Bruna, hoje com 35 anos, controla a empresa desde 2004 — que, claro, continua familiar. O irmão Lorenzo e a prima Letícia (filha de Mário), ambos também enólogos, ajudam na parte administrativa. O pai e o tio continuam cuidando do vinhedo, enquanto a mãe e a tia preparam pratos típicos da região para harmonizar com os vinhos servidos para os turistas.

CIENTISTAS DO VINHO

A profissão foi regulamentada em 2007. Significa que, para atuar como enólogo, é necessária uma formação acadêmica na área.

Mas tem um problema: somente seis instituições de ensino oferecem cursos de enologia reconhecidos pelo Ministério da Educação. E quatro delas ficam no Rio Grande do Sul. O motivo é óbvio. O Estado é o principal produtor de vinho, segundo as estimativas da Embrapa, representando mais de 60% da produção nacional.

Entre as opções gaúchas, dá para estudar na Universidade Federal do Pampa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de Caxias do Sul e nos campi de Bento Gonçalves e Visconde da Graça do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.

O Instituto Federal também tem cursos em Santa Catarina (Urupema) e São Paulo (São Roque). A única opção fora desse eixo é o Instituto Federal do Sertão Pernambucano, que fica em Petrolina, o polo nordestino da vinicultura. A cidade tem roteiros enoturísticos junto com outros municípios do Vale do São Francisco. A região, diga-se, vem despontando no setor de vinhos e já abastece 15% do mercado brasileiro.

Outra opção para atuar na área é fazer uma graduação em agronomia e depois partir para um curso de pós-graduação em Viticultura e Enologia.

Um enólogo é mais do que um especialista em vinhos. É um profissional que domina o processo de produção de ponta a ponta. Primeiro, o enólogo precisa entender tudo de uva: métodos de plantio, controle de pragas, condições do solo, genética para melhorar as mudas, colheita, processamento, maturação. Enfim: é alguém que sabe o longo caminho da planta ao cálice, e precisa lidar com os problemas que aparecem ao longo dessa jornada;

“É desafiador, porque você depende de coisas que fogem um pouco do controle, como a temperatura e quantidade de chuvas. É sempre um grande desafio conseguir as uvas no ponto de maturação para fazer o vinho que você deseja”, afirma Bruna.

Além disso, produzir vinho é quase um projeto científico. Você precisa entender de bioquímica para acompanhar devidamente o processo de fermentação, envelhecimento, conservação da bebida na adega e envase. O enólogo também é responsável pelo controle de qualidade e testes de estabilização, para garantir que o vinho não sofrerá alterações até o seu consumo. Você precisa, inclusive, ser registrado no Conselho Regional de Química para ser o responsável técnico de uma vinícola.

E, claro: também entra a parte mais conhecida. É o enólogo quem faz a análise sensorial das bebidas para avaliar se ela está dentro do esperado. “A gente degusta o vinho durante toda a produção. Então, você tem que experimentá-lo em várias etapas, antes de estar pronto, e identificar se tem as características necessárias para virar um bom vinho e se é preciso fazer algum ajuste, correção ou misturar uvas diferentes.”

ALÉM DAS VINÍCOLAS

Pode parecer que os enólogos passam os seus dias entre as parreiras e dentro das adegas. Mas hoje elestêm um papel mais amplo. Os profissionais ganharam espaço nas empresas de importação e exportação de vinhos, assim como nos e-commerces e lojas especializadas.

Tudo por conta do crescimento do mercado de vinhos no Brasil. De acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho, no ano passado, o consumo da bebida no país cresceu 18,4%.

Os brasileiros beberam 430 milhões de litros no ano – ou uma média de 2,6 litros de vinho por pessoa com mais de 15 anos. Claro que não chega aos pés dos maiores consumidores: os portugueses encabeçam a lista, com 51,9 litros per capita ao ano.

Em seguida está a Itália (46,6 litros) e a França (46 litros). Mas também mostra que o setor tem muito para onde crescer.

Além disso, as regiões que abrigam as vinícolas tendem a se tornar pontos turísticos. E isso pede um quê de criatividade e de marketing ao enólogo. “Participei de missões de benchmarking (análise das melhores práticas usadas por empresas do mesmo setor)na Argentina, Chile e Portugal, que são lugares que recebem muitos brasileiros. Então, pude entender o que agradava essas pessoas, o que elas queriam ver ou consumir e como eu poderia oferecer tudo isso aqui no Brasil”, afirma Bruna. Um brinde.

UM DIA NA VIDA

ATIVIDADES-CHAVE

Controlar todo o processo de produção de uma vinícola, do cultivo de uvas à análise sensorial das bebidas; elaborar novos vinhos.

PRINCIPAIS CDMPETÊNCIAS

Planejamento para acompanhar as etapas de produção; criatividade para desenvolver novos produtos; paladar e olfato aguçados.

O QUE FAZER PARA ATUAR NA ÀREA

Um curso técnico ou de graduação em enologia. Para quem é formado em agronomia, basta uma especialização ou pós-graduação na área. Um segundo idioma é bem-vindo. O Inglês é o principal, mas francês, Italiano e espanhol também são importantes.

PONTOS POSITIVOS

A ampla grade curricular permite trabalhar da produção do vinho até a sua comercialização. Em outros países, o mercado já está consolidado, o que abre portas para trabalhar no exterior.

PONTOS NEGATIVOS

Existem poucos cursos de enologia no Brasil, e a maioria deles fica na região Sul.

QUEM CONTRATA

Vinícolas, exportadoras e importadoras e indústrias de vinificação (como fabricantes de equipamentos e barris).

SALÁRIO MÉDIO ***

R$ 5.200

*** Fonte: Glassdoor

EU ACHO …

GORDOFOBIA EM AÇÃO

Há um exército de pessoas ocupadas em vigiar a balança alheia

Sempre me espantei com a importância que as pessoas dão ao peso alheio. Alguém me encontra e já vai comentando: “Engordou”… Ou “emagreceu”. Fala-se de regimes o tempo todo e surgem as dietas mais malucas possíveis. Agora, com a recente morte da cantora Marília Mendonça, poucos foram os obituários que não se referiram ao peso. Deu-se tanta importância a seu peso corporal quanto à sua voz e carreira musical. Existe uma avidez por discutir o peso alheio. Já se processa por gordofobia. É um direito. Mas, na vida comum, a rejeição continua. Soube de que nem gostavam de contratar gordos. Para a vaga, sempre o mais magro.

Fui esbelto até os 30 anos. Depois engordei e há tempos luto contra minha barriga. Toda semana ouço conselho para perder peso. Alguns vêm disfarçados de amizade: “Ter barriga é perigoso.” Até concordo, gordura no fígado não é bom. Outros de piada. Mas o que um gordo suporta não é fácil. Não são conselhos dados por médicos. Há um exército de seres humanos ocupados em lutar contra o peso alheio. Há algum tempo as modelos plus size ganharam espaço, por um simples motivo: as mulheres acordaram. Descobriram que nem sempre é possível ter um corpo magríssimo. São consumidoras ávidas de fotos, propagandas, nas quais se vejam de fato representadas.

Tudo tem a ver com um ideal estético, em que as mais vigiadas são as mulheres. Se um homem famoso morre, ninguém discute seu peso, como ocorreu com Marília Mendonça. Eu me pergunto de onde vem tanta raiva?

Até um tempo relativamente recente, magrice demais era feio. Vejam Marilyn Monroe, ícone da beleza, falecida em 1962. Era gordinha, com todo respeito. Um modelo estético que se invejava e desejava. A mulher mais bela do mundo. Se eu recuar no tempo, encontraremos mais e mais mulheres acima do peso sendo admiradas. As magras não faziam sucesso. Muito magra era considerada doente. Houve uma virada no conceito estético. Queria entender o porquê.

Segundo o livro O Mito da Beleza, de Naomi Wolf, a sociedade aposta em um padrão que surgiu para que as mulheres sejam aceitas no mercado de trabalho. Isso também  se estendeu aos homens. Ao exibirem uma aparência saudável e atlética todos se mostrariam mais aptos a vitórias profissionais. Resultado: meninas e também meninos se submetem a dietas malucas e procedimentos estéticos cada vez mais cedo.

Naomi Wolf comparou as calorias que “deveriam” ser ingeridas para alcançar o chamado corpo perfeito: 800 a 1000 diariamente. No gueto de Lodz, durante o nazismo, os judeus se alimentavam com rações que tinham de 500 a 1200 calorias. Que tal a comparação? Não é à toa que aumentam as mortes por anorexia.

O adeus de Marília Mendonça provou que a gordura ainda tem sua patrulha. Gordofobia? Não acabou. Continua em alta. Ao chamar uma garota de “gordinha”, muitos acham que estão fazendo piada. Na real, estão mantendo um padrão, que dói, machuca e continua sendo repetido.

*** WALCYR CARRASCO

ESTAR BEM

CARETAS PARA A BELEZA

Ioga facial reúne adeptos que querem um resultado natural de pele rejuvenescida, mas sem recorrer a tratamentos estéticos

Arregalar os olhos, apertar os lábios, rodar a língua dentro da boca e praticar “caretas” já são um hábito da terapeuta nutricional Kiki Felipe, de 56 anos, nas mais diversas situações: quando está na fila do supermercado, no metrô ou em casa, por exemplo. Ela é praticante da chamada “ioga facial”, que inclui uma série de exercícios dos músculos do rosto, pescoço e colo, técnicas de respiração, automassagens e ajustes posturais. “A gente se preocupa em fazer ginástica para o corpo, mas se esquece dos mais de 50 músculos do rosto, que é o nosso cartão de visitas”, diz.

Duas vezes ao dia, Kiki faz os exercícios que aprendeu em um curso de ioga facial há três anos. Ela afirma que os resultados são visíveis. “Notei que as linhas de expressão nos olhos e vincos de sorriso melhoraram. Sinto que fiquei com uma aparência mais saudável no rosto, depois de adotar esse ritual de autocuidado.” A melhora impressionou tanto que ela resolveu fazer o curso avançado para poder dar aulas.

A professora de Kiki é Cláudia Reis, de 56 anos, que conheceu a ioga facial há 25 anos, mas sô se aprofundou no assunto nos últimos seis anos. Aprendeu a técnica com instrutores famosos mundialmente como Danielle Collins e Fumiko Takatsu. Em 2018, lançou a sua plataforma de cursos online de ioga facial, que já atraiu 350 alunos. Nesse mesmo ano, viu o interesse pela técnica aumentar quando a duquesa de Sussex, Meghan Markle, revelou, em 2018, que esse era o segredo para a beleza natural do seu rosto. As atrizes Gwyneth Paltrow e Jennifer Aniston também já anunciaram que são adeptas da técnica, assim como a brasileira Maitê Proença.

Para ver resultado, é preciso dedicar pelo menos 20 minutos diários aos exercícios, por 2 meses, no mínimo, diz Cláudia. “A ioga facial pode proporcionar melhora nos contornos do rosto, redefinição de volumes, mais tônus à pele, que fica com uma textura melhor. Não tem milagre nem perfeição e exige dedicação, por isso não é indicado para pessoas imediatistas.” Alguns acessórios, como espátulas e rolinhos, podem ser usados para algumas manobras no rosto (leia abaixo), mas geralmente só as mãos limpas com algum óleo ou hidratante são suficientes para realizar os exercícios.

O método criado por Cláudia inclui um trabalho de reorganização postural. “Prestamos atenção em detalhes, como a forma de olhar e a abertura de ombros, que têm reflexo na aparência”, exemplifica Cláudia. Ela explica que os exercidos que trabalham os músculos faciais promovem uma “massagem interna” que ativa os tecidos do pescoço e do rosto, permitindo uma melhor circulação sanguínea e drenagem linfática. Praticante de hatha yoga há 30 anos, ela diz que a ioga facial, assim como a ioga clássica, traz melhorias na saúde, na autoestima e no bem-estar – a beleza é apenas uma consequência.

“Recomendo a ioga facial porque é uma prática que deixa você bem com você mesma, por ter um resultado natural, diferentemente de um procedimento estético que pode mudar demais a sua aparência”, diz a psicóloga Ailla Stefano, outra aluna de Cláudia, de 45 anos. Ela pratica a ioga facial pelo menos três vezes por semana há cerca de dois anos e acha que a técnica é eficaz. ” O trabalho muscular ajuda a segurar a papada, deixa a bochecha mais firme. Meu rosto não tem inchaço e a pele está mais bonita. As pessoas percebem os benefícios.”

O termo “ioga facial” foi ”emprestado” da milenar prática indiana. Márcia de Luca, estudiosa da ioga, meditação e ayurveda (filosofia médica indiana), nunca viu o termo “ioga facial” nos textos clássicos da ioga. Apesar disso, ela considera que os exercícios faciais são válidos, já que devem ser trabalhados assim como os do restante do corpo.

E O BOTOX?

Aos 74 anos, Bartira Bravo afirma nunca ter passado por cirurgia plástica ou procedimentos estéticos invasivos para poder funcionar como garota-propaganda de seu próprio método de ginástica facial. Todos os dias, desde 1992, ela dedica 15 minutos a exercícios que envolvem músculos do rosto, pescoço e face. Ela explica que as tensões do dia a dia aceleram a criação de vincos na pele e que a ginástica facial ajuda a reduzir esse estresse, pois tem movimentos firmados e coordenados, combinados com descanso.

Bartira recebe interessados em aprender a ginástica facial de forma individual na Clínica Denise Steiner, em São Paulo, e monta o programa de exercícios específicos para a necessidade de cada um. Entre os diversos perfis de clientes, ela é procurada, por exemplo, por pessoas que perdem peso rapidamente e não querem ficar com o “rosto caído” por conta da flacidez. ”O resultado da ginástica facial vai depender de diversos aspectos como a genética e a alimentação. Orientais, por exemplo, têm uma resposta rápida. Mas, em todos os casos, quem praticar diariamente terá uma aparência mais saudável”, afirma Bartira. Na entrevista, ela exibiu orgulhosamente fotos suas e de seus clientes, para mostrar o resultado da dedicação.

As práticas de ginástica facial podem contribuir para a saúde se forem suaves, pois proporcionam relaxamento, afirma a dermatologista Edileia Bagatin, coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Sabemos da conexão entre doenças crônicas de pele, como a acne, com o estresse. Por isso, uma massagem suave pode trazer benefícios, sim.” Ela afirma, porém, que ainda não há evidências científicas de que essa prática traga benefícios estéticos.

No entanto, uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, em Chicago, concluiu que uma rotina de exercícios faciais de 30 minutos diários, por cinco meses, pode rejuvenescer a pele em até três anos. O estudo, divulgado em 2018, foi realizado com mulheres de 45 a 60 anos. Os participantes fizeram diversos exercícios como para “esculpir” as bochechas, melhorar aparência do pescoço, levantar a pálpebra dos olhos e as sobrancelhas.

ORIENTAÇÕES

As instrutoras de ginástica e ioga facial não recomendam a prática a quem aplicou Botox ou que esteja com alguma lesão no rosto ou pescoço. “Não é que seja perigoso, mas com a ginástica facial o Botox perde o efeito mais rapidamente. Se ela já investiu nisso, é melhor aproveitar até o fim”, diz Bartira.

A instrutora de ioga facial Alessandra Scavone, de 47 anos, tem uma visão diferente. Ela inicia o plano de exercícios mesmo que o paciente tenha aplicado Botox. “Conseguimos fazer a transição do uso do Botox para a ioga facial. Em vez de paralisar o músculo com o Botox, passamos a aprender a treinar e relaxar, melhorando assim a aparência”, explica.  “As pessoas que me procuram querem ter uma aparência melhor, mas que se reconheçam. Não querem ficar superesticadas por um efeito Cinderela”, diz.

Esse é o caso da empreendedora social Juliana Rodrigues Dutra, de 36 anos, que procurou a ioga facial proposta por Alessandra para conseguir um ”rejuvenescimento” facial mais natural. “Já apliquei Botox e realizei uma série de tratamentos dermatológicos. Percebi que minha fisionomia estava cada vez mais artificial e comecei a notar isso também nas mulheres. Estava em um círculo vicioso de buscar sempre um tratamento moderno, ir a  uma clínica e pagar”, conta. Há cerca de um mês, ela dedica 15 minutos do seu dia aos exercícios faciais propostos por Alessandra, com a meta de alcançar 30 minutos diários.  “Pode ainda ser imperceptível para os  outros, mas já sinto algumas mudanças nos músculos do rosto. Inseri essa prática na minha rotina porque quero envelhecer de forma saudável.”

ACESSÓRIOS DEVEM SER USADOS COM ORIENTAÇÃO DE ESPECIALISTAS

Gua sha espécie de espátula, e rolinho, ambos feitos de jade, vieram da China e são adotados no tratamento facial

Praticantes de ioga ou ginástica facial muitas vezes recorrem a acessórios para turbinar a prática, como o roller facial (um rolinho) e o gua sha (espécie de espátula). Geralmente feitos de pedra, são deslizados pela pele do rosto e do pescoço.

Ambos os acessórios são muito utilizados na China, feitos com a pedra jade, segundo o presidente da Escola Brasileira de Medicina Chinesa (Ebramec), Reginaldo de Carvalho Silva Filho. Ele explica que gua sha traz em seu nome a característica da aplicação: “gua” significa ”raspar” e “sha” implica a reação da pele ao tratamento. “Quando aplicada com finalidades terapêuticas, na medicina chinesa, as raspagens são executadas até a obtenção do ‘sha’, que muitas vezes se apresenta de modo avermelhado com variações na intensidade. Mas, no caso da aplicação com finalidades estéticas, as raspagens são muito mais suaves.

A prática do gua sha estimula a pele e os tecidos faciais, segundo Reginaldo de Carvalho Silva Filho. “As regiões estimuladas recebem uma melhor nutrição e ganham mais brilho, suavidade e melhor aparência”, diz.

Ele afirma que a prática de autoaplicação em casa é segura, mas o ideal é seguir recomendações de profissionais capacitados, como aqueles que são especializados em medicina chinesa cosmética. “Esse profissional tem recursos para melhorar a aparência externa a partir de uma melhora nas condições internas, ou seja: a beleza como reflexo externo da saúde interna.”

Na visão da dermatologista Renata Sitonio, esses acessórios ajudam a eliminar fluidos linfáticos que causam inchaço. “Deslizar o roIler de forma suave na pele pode trazer benefício estético ao realizar uma drenagem facial, principalmente ao acordar, de manhã, quando olhos e maçãs do rosto ficam inchados.” Ela mesma tem o costume de usar o roller na sua rotina de cuidados com a pele, para melhorar a aparência ao redor dos olhos, junto com o creme facial.

Quando usado gelado, o roller pode amenizar problemas na pele como a rosácea, doença inflamatória que traz vermelhidão à pele, conforme explica a médica. “A temperatura mais baixa do instrumento ajuda a acalmar a pele, pois fecha os vasinhos. Mas é claro que isso tem que ser associado a um tratamento dermatológico correto e ao uso de cosméticos voltados para esse tipo de pele, que é mais sensível”.

A dermatologista alerta que usar esses acessórios com força e pressão na pele não é indicado. “Isso pode remover a barreira de proteção cutânea, o que danifica a pele e pode resultar até em inflamações”, explica.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

COMO DRIBLAR O SOFRIMENTO NOS FERIADOS PÓS-DIVÓRCIO

Dias dedicados a um tempo com a família e os amigos também podem ser momentos de solidão para algumas pessoas. Mas, assim como você faz comsua lista de compras do Natal, planeje outros programas e projetos com antecedência

Os feriados de fim de ano estão chegando e eu já estou me preparando. Se você ou sua família estão passando por uma fase difícil, minha sugestão é que você não fique simplesmente esperando a chegada dos feriados, mas que se prepare para eles.

Antes de eu e meu ex-marido nos divorciarmos, eu pensava que o lado bom dessa situação normalmente terrível é que eu teria mais tempo para mim. Mas a realidade é que é agonizante ter saudades de seus filhos e estar longe deles, especialmente nas festas de fim de ano.

Até mesmo o Halloween pode ser difícil. O primeiro 31 de outubro depois que nos separamos, meu ex e eu concordamos que dividiríamos o feriado. Isso foi antes da pandemia, então saí do trabalho mais cedo e corri para casa para levar as crianças para pegar doces. Cheguei ao meu apartamento, peguei minha fantasia de chifres de Diabo e esperei. E esperei. O sol estava quase se pondo. Onde eles estavam?

Eu sabia que as crianças estavam provavelmente felizes com o pai, e é claro que isso é o mais importante. Mas, naquele momento, essenão era o problema. Eu queria que eles estivessem adoráveis com suas fantasias de dinossauros e felizes pegando doces comigo.

Rapidamente, mudei meus planos e sugeri ao meu ex que a gente se encontrasse na casa de um amigo nosso que fica no meio do caminho. Quando cheguei, vi meus meninos sentados nos primeiros degraus da escada. “Oi, pessoal” gritei. Eles me ignoraram. Conforme eu me aproximava, vi que o Isaac, com 5 anos na época, já havia retirado parte de sua fantasia. Ele parecia pronto para ir para casa jantar e contar o seu estoque de doces. Meu coração afundou ainda mais.

Eu os convenci a colocarem seus sapatos de volta e buscar doces naquele bairro também. Eles gentilmente concordaram.

LEMBRANÇAS DIFÍCEIS

Naquela noite, depois que os coloquei na cama, me lembrei dos Halloweens dos anos passados, os bons. Meu ex frequentemente tentava coordenar nossas fantasias em família. Num ano, quando Isaac era um bebê, ele escolheu uma fantasia de leão, então seu pai e eu nos vestimos ambos de domadores de leões com chapéus pretos. Tenho um vídeo de Isaac cambaleando pela nossa vizinhança. Ele agarrou o chicote falso de seu pai e tentou persegui-lo pela rua. O Facebook me lembra daquele momento todo Halloween.

No ano seguinte, Aarav tinha chegado. Eu comprel para ele uma fantasia de cordeiro, então meu ex decidiu que o resto de nós seríamos chefs de cozinha e comprou chapéus e  aventais brancos. Colocamos nosso cordeirinho rechonchudo numa panela grande e nos preparamos para ir. Mas Isaac, com 2 anos na época, de repente entendeu o conceito e gritou: “Eu não vou comer o Aarav!”

Esses foram os Halloweens que eu perdi, aqueles pelos quais eu aguardava ansiosamente. As memórias que, por um momento, me fizeram questionar se eu tinha tomado a decisão errada.

Depois do Halloween, vêm o Dia de Ação de Graças, o Hanukkah e o Natal. Todas datas apenas pedindo pela dor quando sua família está passando por uma fase difícil. Até mesmo o feriado do Dia de Martin Luther King me deixou perturbada num ano. Estava convencida de que, ao contrário de nós, todas as famílias intactas tinham planos incríveis. O que é possível, mas, agora percebo, improvável.

Os feriados muitas vezes nos trazem alegria, mas também são lembretes de quem perdemos. Durante anos difíceis, feriados nos mostram que a imagem que tínhamos de nossas vidas não se parece mais com a que imaginávamos. Essas datas, que são dedicadas a tempo com família e amigos também podem nos fazer sentir sozinhos. E mesmo assim, ironicamente, nós não estamos sozinhos nisso. Particularmente durante a pandemia que afetou milhões de famílias, é provável que muitas pessoas se sintam assim.

TIRE PROJETOS DO PAPEL

Nesse ano, eu vou me preparar para cada feriado com antecedência. No Halloween, meu plano foi garantir que o tempo que meus meninos e eu tivemos fosse o mais divertido possível – e tentei deixar minhas expectativas baixas. Se eles fossem pegar doces com o pai, então iríamos nos divertir mais cedo enquanto nos arrumávamos.

Terei meus meninos para o Dia de Ação de Graças, mas agora sei que o resto daquela semana pode ser deprimente sem eles. Talvez eu busque meu grupo de amigas que também são divorciadas para planejar um “Dia de Ação de Amigas” para um outro dia. Um feriado que dura o fim de semana também é uma ótima oportunidade para se voIuntariar em uma doação local de alimentos ou ajudar outras pessoas na comunidade – neste ano, farei isso.

Graças à minha própria experiência, estou mais ciente de que outras pessoas também podem estar passando por isso. Meu pai e meu padrasto estão ambos tendo anos difíceis, e vou garantir que durante os feriados passarei mais tempo com eles.

Meus filhos estarão com o pai durante as férias de inverno. Longos períodos sem eles podem ser difíceis, especialmente quando as pessoas estão postando fotos fofas de seus filhos acendendo a menorá (tradição judaica). A audácia. (Dica de profissional: em dias tristes, dê um tempo no Instagram).

Eu aprendi que focar em hobbies enquanto espero eles voltarem ajuda. Durante a pandemia, eu passei meus fins de semana sem eles escrevendo. Em vez de me sentir sozinha, ter um manuscrito para trabalhar me deu algo pelo qual me animar.

Durante essas férias de inverno (período de dezembro a março no Hemisfério Norte), eu já tenho tudo planejado. Vou fazer uma lista de projetos que tenho estado ansiosa para completar. Acabar meu livro! Aprender a pintar!

Limpar meu sótão! Virar uma bailarina – porque não! E caso tudo isso ainda não seja suficiente, estou programando uma viagem com uma amiga. Muitas famílias, especialmente aquelas que perderam um ente querido, passam por uma situação muito mais difícil que a minha. Meu coração está com elas e espero que elas também encontrem maneiras de lidar com a sua perda.

Para mim, sei que os feriados serão frequentemente desafiadores, mas a cada edição que passa, estou me apoiando em rituais antigos, adotando novos e aprendendo o que preciso para administrar a situação cada vez melhor.

Minha maior dica para outras pessoas recém-chegadas nesse barco: assim como você faz com a sua lista de compras do natal desse ano, planeje-se com antecedência. E lembre que apesar de como você pode estar se sentindo, você não está sozinho.

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