OUTROS OLHARES

A GERAÇÃO TIQUE-TOQUE

O aumento de casos de cacoetes repentinos, especialmente entre meninas adolescentes, intriga pesquisadores e pode estar ligado ao uso excessivo das redes sociais

Na França do início do século XIX, a marquesa de Dampierre costumava chocar a aristocracia local ao proferir palavrões e ofensas sem sentido, aos quais somava até sons de latidos. A jovem jurava não ter controle sobre seus atos, o que intrigava os médicos daquela época. Décadas depois, com base no caso de Dampierre e em outros, semelhantes, o neurologista francês Georges Gilles de la Tourette (1857-1904) descreveria uma síndrome que levaria seu nome. Trata-se de um transtorno neurológico hereditário, que costuma se manifestar na infância, caracterizado por movimentos repetitivos involuntários ou ruídos indesejados – ou, como se diz no jargão popular, tiques nervosos. Duzentos anos depois dos surtos da marquesa, pesquisadores de diversos países têm alertado para o surgimento de um novo e insólito tipo de cacoete. Sua origem é preocupante: as redes sociais, em especial o onipresente TikTok, com mais de 1 bilhão de usuários.

Uma série de artigos publicados em revistas médicas desde o começo da pandemia de Covid-19 tratou do aumento de casos de jovens que apresentaram início repentino de tiques motores e cônicos. Nas principais clinicas especializadas de Londres foram registrados seis por ano, em 2019, ante quatro por semana, no auge da pandemia, em 2020 e 2021. São sintomas diferentes dos da síndrome de Tourette (veja no quadro abaixo) e de prevalência feminina – os casos “clássicos” costumam acometer quatro homens para cada mulher. E o que tem o onipresente TikTok a ver com essa história? Verificou-se o uso e abuso de visualizações, entre as jovens acompanhadas em consultórios, de vídeos com a hashtag # tourettes. Um dos recortes do estudo cruzou dados dos consultórios e de mais de 3000 vídeos e revelou que diversas meninas passaram a replicar involuntariamente a palavra beans (feijão) com sotaque britânico, repetindo o tique de uma popular influenciadora. Ou seja, as meninas estavam “copiando” o transtorno alheio. Esse mimetismo já foi descrito como “doença psicogênica em massa”, mas costumava ocorrer em locais geográficos específicos. As redes sociais, porém, Ihe dão incômodo alcance global.

Dependendo da grande intensidade, os tiques podem ser tratados tanto com medicamentos quanto de maneira mais simples, com terapia cognitivo-comportamental. No entanto, já se sabe que os “tique­ toques” geralmente estão associados a problemas mais graves de autoestima, depressão e ansiedade. Eis o perigo da novíssima constatação. Assistir a vídeos de tiques pode representar um gatilho para grupos já vulneráveis. “Os adolescentes sentem uma necessidade muito primitiva de ser vistos e de ter uma identidade, mesmo que seja a de um doente”, diz Mauro Victor de Medeiros Filho, psiquiatra da infância e adolescência do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Ao ver vídeos de tiques, o corpo ‘aprende’ a imitá-los e isso pode acabar exacerbando o problema.” Complicações semelhantes ocorrem, segundo Medeiros, em conteúdos de autolesão não suicida, ou seja, de pessoas que se cortam sem intenção de se matar. Estudos comprovam que, quanto mais grave a mutilação exibida, mais os filmetes terão visualizações e comentários, viralizando. “As redes sociais reforçam esse comportamento, o que é muito preocupante”, diz Medeiros.

Ressalte-se que a profusão de tiques, agora revelada, acompanha uma tendência: na quarentena, entre quatro paredes, houve maciço aumento de casos de transtornos neuropsiquiátricos entre todas as idades. “Na pandemia, fomos privados de atividades mais sensoriais e de convivência, ficamos ilhados no ambiente doméstico”, diz o neurologista e neuropediatra Mauro Muszkat, coordenador do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Interdisciplinar da Unifesp. O uso abusivo de telas ao alcance das mãos representou, inegavelmente, um agravante. “Até mesmo bebês foram afetados por essa exposição exagerada”, afirma Muszkat. “Estimular o cérebro digitalmente é estimular o imediatismo, reações mais automáticas e menos reflexivas.”

Em nota, os responsáveis pelo TikTok se defenderam: “A segurança e o bem-estar de nossa comunidade são nossa prioridade, e estamos consultando especialistas do setor para entender melhor essa experiência específica”. Apesar da piada fonética pronta (tique-toque), os especialistas garantem que todas as redes podem apresentar efeitos nocivos. O que fazer, então? Moderação e atenção. Desde o ano passado, o TikTok, cuja idade mínima obrigatória para uso (nem sempre respeitada) é de 13 anos, tem uma ferramenta de controle parental, por meio da qual, ao ativar o emparelhamento familiar, os pais podem ter acesso aos vídeos vistos pelos filhos e gerenciar o tempo de tela. É recurso ainda pouco usado, mas é ótimo que exista. O zelo talvez seja a melhor arma contra o exagero, porque os tiques podem ser apenas a parte mais visível de um problema maior de saúde.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 17 DE DEZEMBRO

O PREGUIÇOSO PREFERE A MORTE AO TRABALHO

O preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos recusam trabalhar (Provérbios 21.25).

O preguiçoso tem alergia a trabalho. Sente urticária só em ouvir tal palavra. Isso não significa que o preguiçoso se conforma com a pobreza. Ele tem muitos desejos, muitos sonhos, muitos projetos. Consegue até mesmo falar de seus altos ideais. Comenta com todos sobre seus sonhos audaciosos. Via de regra, é um indivíduo que tem um belo discurso, é articulado nas palavras e chega até a convencer as pessoas de seus arrojados empreendimentos. O problema é que os planos e desejos do preguiçoso estão apenas em sua cabeça. Ele não os tira do papel. Ele não põe o pé na estrada para perseguir seus ideais nem coloca a mão na massa para atingir seus alvos. O preguiçoso busca o resultado sem se comprometer com a causa. A riqueza, porém, é fruto do trabalho, e não da indolência. Os desejos se cumprem mediante o trabalho e o esforço. Como suas mãos se recusam a trabalhar, os desejos do preguiçoso não passam de devaneios. Ele morre desejando sem jamais alcançar o que deseja. Não tem coragem de estudar. Não tem ânimo para trabalhar. Não tem disposição para semear. O resultado é uma vida inteira de desejos e uma morte inevitável na pobreza.

GESTÃO E CARREIRA

POR DENTRO DAS PROFISSÕES – ENCARREGADO DE DADOS

Desde 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados obriga empresas a terem um DPO (Data Protection Officer) – seja interno ou terceirizado. Cria-se aí uma nova oportunidade de carreira.

Saiu no Guardian,o jornal britânico, em 2015. Documentos mostravam que a empresa Cambridge Analytica, da Inglaterra, estava coletando e compartilhando indevidamente dados de milhões de usuários do Facebook para campanhas políticas.

Funcionava assim: as pessoas clicavam para jogar um quiz bobinho, e, sem perceber, concordavam em fornecer seus dados para o desenvolvedor – coisas como as páginas curtidas, a idade, a região onde mora. O app também coletava essas informações de todos os amigos do jogador.

Esses dados foram usados pela Cambridge Analytica para personalizar anúncios e propagandas em campanhas políticas, incluindo a do então candidato Donald Trump. No total, mais de 87 milhões de usuários podem ter sido afetados – 440 mil brasileiros.

O app, teoricamente, não descumpria nenhuma norma na coleta em si – o Facebook permitia (e permite até hoje, diga-se) que esses joguinhos armazenem dados do usuário, desde que avisem. Mas os termos de usuário do app não diziam para o que aqueles dados seriam usados.

O caso foi um escândalo global. E pressionou autoridades para que a regulação do uso de dados assim fosse mais rígida e clara. A pioneira foi a União Europeia, ainda em 2016. O bloco aprovou a primeira legislação que concentrava uma série de normas sobre como as empresas devem coletar, armazenar e usar os dados de seus usuários: o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, ou GDPR.

Não demorou para que o mundo começasse a copiar o texto. Em 2018, o Brasil aprovou a nossa própria versão da norma: a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor desde 2020. Tanto a GDPR como a LGPD criaram uma nova profissão obrigatória, a da pessoa responsável por garantir que as empresas de fato passariam a cumprir a legislação. É o Data Protection Officer (DPO), chamado também de encarregado de dados.

O GUARDIÃO DOS DADOS

“O primeiro papel do DPO é ser o principal porta-voz e interlocutor sobre proteção de dados, seja com os titulares de dados, seja com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)”, explica Patrícia Peck, sócia do Peck Advogados e conselheira titular do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD). Ou seja: se  um cliente tiver uma dúvida ou reclamação sobre quais dados a empresa coleta ou como são utilizados, é com o encarregado que deve falar. Por isso, seu nome e contato devem estar públicos para todos, de preferência no site da instituição. O cargo é obrigatório para todas as companhias que armazenem dados – incluindo as pequenas (ainda que haja discussões para tirar essa imposição das menores).

O encarregado também fica em contato com a ANPD, o órgão do governo federal criado para implementar e fiscalizar a LGPD. Caso o poder público tenha algum problema com a empresa, é o DPO que fará a ponte com o governo e tomará as medidas cabíveis.

Por lei, essas duas atividades de comunicação são as principais atribuições do encarregado. Mas o grosso do trabalho do cargo está na última função determinada pela LGPD: “orientar os funcionários da entidade a respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados pessoais”.

O texto é vago, de fato. Mas, na prática, isso significa que o encarregado de dados é o responsável por assegurar que não aconteçam novos casos Cambridge Analytica, em suas respectivas proporções. Ele deve entender sobre todo processo da empresa que envolva dados de pessoas. Como e quais informações são coletadas? Quais funcionários têm acesso a esses dados? São usados para que tipo de atividades? E o armazenamento? É seguro?

A partir de toda essa análise, cabe ao DPO formular relatórios, manuais e sugerir alterações para assegurar que a empresa não tenha problemas com a LGPD. Para fazer isso bem feito, o DPO tem que combinar dois tipos de competências: as de teor jurídico, para entender o que pode e o que não pode, e as relacionadas a TI e cibersegurança.

Isso porque a LGPD também trata de vazamento de dados acidentais, quando hackers invadem o sistema das companhias para roubá-los, por exemplo. Nos últimos meses, Lojas Renner, JBS e Fleury sofreram ataques do tipo.

“No mercado, há dois perfis de DPO: o cyber, que traz habilidades mais da parte de tecnologia e cibersegurança, e o legal, que tem experiência com legislação, cornpliance e auditorias”. diz Peck. Em ambos os casos, o profissional deve procurar se atualizar na área em que tiver menos bagagem.

Falar é fácil, fazer é difícil. Por isso mesmo, a LGPD (diferentemente da GDPR) não exige que o encarregado de dados tenha exatamente essas competências para assumir o cargo. Qualquer um pode ser nomeado – inclusive, a lei permite o acúmulo de funções.

Não é incomum que pequenas e médias empresas nomeiem funcionários já contratados, como o próprio responsável pelo setor de TI, ou alguém formado em Direito que estivesse em outra área. Uma alternativa é contratar uma empresa externa para ser o DPO de seu negócio – a lei permite, e vários escritórios de advocacia e companhias de segurança cibernética já oferecem o serviço.

Empresas maiores, por sua vez, preferem investir em um profissional focado somente na área, o que cria uma nova oportunidade de carreira. Para quem pensa em ser DPO profissional, vale buscar certificações disponíveis no mercado, como a da EXIN e da IAPP, que trazem a combinação dos saberes necessários.

Há ainda uma terceira competência importante para profissionais do ramo, diz Patrícia: a da comunicação. Afinal, a função principal do DPO é ser um porta-voz. Se a empresa se envolver num escândalo de vazamento de dados, é esse o profissional que vai ter que lidar com a bomba – e tentar limpar a imagem da companhia.

Uma pesquisa do Comitê Privacy BR ouviu 83 executivos de grandes empresas para traçar o perfil do DPO no Brasil. Os resultados mostram que, entre os profissionais a assumir o cargo, 30% atuavam no setor jurídico, 16% em segurança da informação, 10% em tecnologia da informação, 10% em gestão de projetos e 8% em compliance.

UMA NOVA CARREIRA

Para Carla Prado Manso, ser DPO foi um caminho natural. Advogada de formação, ela atuava no setor jurídico da Compugraf, empresa de tecnologia da informação de São Paulo, quando a LGPD entrou em vigor. Então decidiu se candidatar ao cargo para assumir novas aventuras.

A principal mudança foi uma alteração da rotina: o trabalho com contratos e a lida com o juridiquês ficou para trás. Deu lugar a um dia a dia muito mais dinâmico. No papel de DPO, o contato com outras áreas da empresa virou uma constante, especialmente com os setores que mais lidam com dados- o RH e o marketing.

“O DPO precisa ter um bom relacionamento com todas as áreas. Se for uma pessoa chata, daquelas com quem ninguém quer falar, não vai rolar”, brinca Carla. “Às vezes você vai cutucar coisas que as pessoas já estão acostumadas a fazer, mas que precisam mudar.”

Outro desafio para a advogada foi desenvolver as skills necessárias na área de tecnologia. Neste ponto, Carla tem a vantagem de trabalhar em uma empresa relativamente grande, capaz de ter um time misto para dar suporte ao encarregado de dados – algo que está se tornando mais comum, mas ainda caminha devagar. Na pesquisa do comitê Privacy Br, 47% das empresas citaram a equipe reduzida como um dos desafios enfrentados pelo DPO; em 25% delas, a redução era drástica mesmo: o encarregado de dados trabalhava sozinho, sem auxiliares.

“Eu sempre falo: ’uma andorinha só não faz verão’. Sem meu time técnico me apoiando, não consigo ser DPO”, diz. “Se o marketing quer comprar um software novo para uma campanha, por exemplo, eu preciso entender como ele funciona e se garante a privacidade da informação”, e aí entra a ajuda da equipe técnica.

Neste ponto, vale lembrar que o DPO não é o comandante supremo dos dados de uma empresa – ele sequer é uma autoridade com poder de mandar e desmandar. “Não é o DPO que vai executar toda a implementação da legislação”, diz Patrícia Peck. Uma das recomendações é sempre formalizar e documentar suas atividades e orientações, para que, caso aconteça algum incidente, não pareça que houve uma omissão- o DPO pode ter feito uma recomendação que não foi implementada.

UM DIA NA VIDA

ATIVIDADES-CHAVE

Ouvir reclamações e dúvidas de clientes sobre os dados pessoais, fiscalizar a adequação da empresa à LGPD e orientar os funcionários sobre como manter os dados seguros.

PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS

Entender a LGPD e conhecimentos de compliance em geral; saber conceitos de cibersegurança e proteção de dados; ter boa comunicação com todos os setores da empresa.

O QUE FAZER PARA ATUAR NA ÁREA

A LGPD não traz nenhum pré-requisito – qualquer um pode ser DPO. Mas as empresas tendem a procurar pessoas com bom conhecimento jurídico.

PONTOS POSITIVOS

É uma profissão nova e obrigatória por lei. Com isso, as chances de iniciar uma carreira duradoura são boas, e quem começar agora sai na frente.

PONTOS NEGATIVOS

As atividades do DPO ainda estão sendo definidas pela ANPD. Além disso, algumas empresas jogam toda a responsabilidade da segurança dos dados no colo do encarregado, sem uma equipe para auxiliá-lo.

QUEM CONTRATA

Toda empresa deve ter um encarregado de dados, seja interno, seja externo. Escritórios de advocacia e empresas de T.I. contratam profissionais para servir de DPO remoto a outras companhias. E há as empresas que preferem contratar elas próprias o seu encarregado de dados.

SALÁRIO MÉDIO

Até R$ 20 mil

EU ACHO …

DIFERENÇAS POSITIVAS

Uma semana em que a frase ”sou diferente” foi dita a ela e repetida à exaustão como se ”o mundo” novamente estivesse testando sua compreensão e tentasse deixar clara a distinção entre grupos e, mais importante, desencorajasse-a a misturá-los. Sua realidade já tinha sido aceitar e viver dentro dessa regra das bolhas, mas foi rompida por uma curiosidade inata pelo outro, pelas tais diferenças irremediáveis. Sua história de vida passou a ser misturar-se com o diferente na vida pessoal e profissional. A tarefa diária de se manter quem se é, convivendo de perto com um mundo de outras possibilidades era um desafio que estava acostumada.

A vida seguia até que um encontro com alguém que estava categorizado como um definitivo “outro” e que deveria ser “descartado” como possibilidade de vínculo se tornou a prova final de sua tese, “somos mais parecidos que diferentes e o encontro com o diferente promove amadurecimento e preenche a vida”. Nascidos em países tão distintos quanto a Suécia e o Brasil, ele em uma família de designers, artistas e ela em uma tradicional família brasileira de um pai militar, estavam em momentos possivelmente mais distantes ainda do que já provavam suas histórias. Um homem focado no poderoso e rico mercado imobiliário versus uma mulher empreendedora com paixão por seu pequeno negócio. Fortes em suas posições, eles poderiam ter rapidamente descartado as possibilidades de contribuição com base no primeiro contato visual, pelas roupas que vestiam, já estava claro que eram incompatíveis. Será?

No entanto, escolheram avançar. Ele frio como um iceberg, ela um vulcão de emoções, se dedicariam a arranhar a casca das aparências, a eliminar a visão como primeiro sentido de reconhecimento, encarando com abertura e empatia o diferente para que a mágica pudesse acontecer. Nesse espaço aberto, o que era igual se tornou evidente e, assim, nasceram dois cúmplices. Tornaram-se sócios, enfrentaram os desafios de crenças vinculadas às suas culturas, usaram a audição como o  principal canal de conexão, o ouvir o outro como regra, o não reagir de imediato ao estímulos como fonte constante e desafiadora de reflexão, e a confiança no estranho como propulsor de um novo afeto. Completaram uma década de parceria profissional e pessoal. Continuam diferentes e naturalmente se tornaram mais parecidos do que nunca. Jantaram essa semana para comemorar um novo momento: o iceberg se emocionou, o vulcão o acolheu.

*** ALICE FERRAZ

ESTAR BEM

VOCÊ É MUITO COMPETITIVO? ENTENDA AS CONSEQUÊNCIAS

Pesquisadores debatem efeitos da competitividade em tempos de pandemia e sugerem que ela pode ser minimizada com cooperação

As pessoas competitivas são felizes? E ser competitivo é bom para os indivíduos ou, pelo menos, para a sociedade? Com atletas de ponta como a ginasta Simone Biles e a tenista Naomi Osaka falando abertamente sobre priorizar sua saúde mental em momento de pandemia, parece ser um bom momento para entrar em contato com especialistas para falar sobre o tema.

“A competitividade não é inerentemente boa nem ruim”, diz Jenny Crocker, professora de Psicologia Social da Ohio State University. “Ela pode ser motivadora, encorajar as pessoas a se esforçar, a expandir suas capacidades e a ter desempenho de alto nível. A competitividade é ruim quando competimos de maneiras que são ruins para as outras pessoas.”

Um estudo publicado em 2011 na revista Psychology descobriu que indivíduos hipercompetitivos – aqueles que precisam vencer a todo custo – eram mais impacientes do que seus colegas menos competitivos e apresentavam maiores problemas de saúde. Esses achados se somaram a pesquisas anteriores, entre elas um estudo de 1994 que descobrira que pessoas hipercompetitivas são altamente narcisistas e têm baixa autoestima e taxas mais altas de ansiedade e depressão do que as outras. “Um dos perigos de uma personalidade competitiva é que mesmo situações de não competitividade podem se tornar competitivas, e isso arruína sua experiência hedônica”, diz Stephen Garcia, professor de administração da Universidade da Califórnia em Davis.

Deforma mais ampla, Crocker diz que as pessoas são animais sociais que geralmente operam sob duas motivações principais: do ecossistema, que reconhecem grupos como conjuntos interconectados de indivíduos cujo comportamento afeta a saúde e o bem-estar dos outros; e o que ela chama de “motivações do ego-sistema”, em que as pessoas veem os outros como um meio ou um obstáculo para determinado fim. Entre os exemplos de atitudes de ego-sistema, estão apontar o erro de outra pessoa numa conversa para que você pareça melhor. “Ou quando você retém informações das outras pessoas com quem trabalha para resolver o problema antes delas.”

O OUTRO

Crocker é coautora de um estudo publicado em 2012 na revista Advances in Experimental Social Psychology, que descobriu que, quando as pessoas tentam gerenciar as impressões que os outros têm delas, “elas criam uma cascata de consequências negativas não intencionais para si mesmas e para os outros. Em contraste, quando as pessoas tentam contribuir para o bem-estar das outras, elas criam uma cascata de consequências positivas para si mesmas e para os outros”.

Alguns especialistas acreditam que a competitividade é ruim em quase todas as formas. “As evidências mostram que a quantidade ideal de competição em qualquer ambiente – na saúde mental, na qualidade dos relacionamentos, no interesse pelo que fazemos e pelo nosso desempenho – é nenhuma”, diz Alfie Kohn, autor de No Contest: The Case Against Competition.

“Quando não é possível eliminar a competição, o objetivo deve ser minimizá-la. O  arranjo ideal é a cooperação, onde meu sucesso depende do seu sucesso. O segundo melhor arranjo é a independência das metas, onde meu sucesso não é afetado por seu sucesso. O pior arranjo é competição, onde meu sucesso requer seu fracasso.”

CONTROLE-SE

***** Concentre-se numa meta que tenha a ver com a autossuperação e não com a derrota dos outros.

***** Se a competitividade lhe traz algum medo ou negatividade, tente liberar sua voz crítica.

***** Preste atenção à linguagem que você usa na competição. Almeje o esforço, a paixão e o “nós”.

***** Pense na diferença entre seus objetivos de resultado e seu propósito. O placar é só uma consequência de sua escolha.

***** Pratique a gratidão. Agradeça a cada pessoa que a ajudou a moldar positivamente suas capacidades.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

MORTES LIGADAS A SELFIES SOBEM COM A MELHORA DA PANDEMIA

Ao menos 31 óbitos foram registrados este ano; comportamento arriscado é mais comum entre homens jovens

Tirar uma foto de si mesmo, ou apenas “fazer uma selfie”‘, nem sempre é inofensivo como parece. Para além dos perigos da exposição nas redes sociais, existe uma moda que cresce a cada ano: os registros em locais perigosos ou em situações arriscadas. E a preocupação de especialistas com a tendência não é à toa. Segundo um estudo publicado na última semana na revista científica Journal of Travel Medicine, pelo menos 379 pessoas morreram entre janeiro de 2008 e julho de 2021 enquanto faziam uma selfie considerada perigosa. O número, que havia diminuído com a chegada da pandemia de Covid-19, voltou a subir de forma rápida com a melhora da situação epidemiológica em diversos países, chegando a 31 mortes apenas nos primeiros sete meses de 2021, o equivalente a, em média, um óbito por semana, segundo dados de um estudo conduzido pela Fundação iO de Madrid, na Espanha, especializada em medicina tropical e do viajante.

Segundo a pesquisa, o país que mais registrou mortes desse tipo foi a Índia, com cem casos, seguida pelos EUA, com 39, e a Rússia, com 33. O Brasil ocupa o quinto lugar da lista, que contou com mais de 50 países, com 17 casos identificados durante o período analisado.

A organização também listou os dez locais mais mortíferos: as cataratas do Niágara, na divisa entre os EUA e Canadá; a catarata de Mlango, no Quênia; o Taj Mahal e o vale de Doodhipathri, na Índia: o arquipélago de Langkawi, na Malásia; os montes Urais, na Rússia; o Charco del Burro, na Colômbia; a ilha Nusa Lemborgan, na Indonésia; o Glen Canyon, nos EUA e, por fim, a praia da cidade de Penha, em Santa Catarina, no Brasil.

O local no sul do país registrou, inclusive, um dos 31 óbitos do ano, em 17 de janeiro, quando a professora Soliane Luíza, de 28 anos, caiu do costão da Ponta do Vigia enquanto fazia uma foto. A vítima foi arrastada por uma onda e chegou a ser resgatada pelos bombeiros, mas teve uma parada cardiorrespiratória e morreu antes de chegar ao hospital.

O estudo chama atenção, no entanto, que não são apenas turistas que acabam perdendo a vida nessas situações. Enquanto 141 mortes foram de pessoas que estavam viajando, 238 pessoas morreram no local onde moravam.

Os tipos mais comuns de mortes envolvendo selfies foram de correntes de quedas de lugares como cataratas, precipícios e telhados. que contabilizaram 216 dos 379 casos. Em seguida, situações que envolveram meios de transporte  deixaram 123 mortos; 66 pessoas morreram em afogamentos; 24 mortes foram por arma de fogo, 24 por descargas elétricas e 17 por animais selvagens.

Cerca de 41% das vítimas eram adolescentes de até 19 anos e 37% eram jovens com idade entre 20 e 29 anos. Além disso, 60% dos casos envolveram homens.

O levantamento foi possível graças a uma ferramenta de inteligência epidemiológica chamada Helmdllr-Project, que consegue identificar todas as informações publicadas na internet sobre esse tipo de acidente, como notícias em vários idiomas.

“AUSENTE PRESENTE”

A pós- doutora em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e CEO da Bee Touch, startup de saúde mental, Ana Carolina Peuker, explica que dois fatores podem explicar o perfil da pessoa que busca essas situações de risco na hora de tirar uma selfie: o fenômeno descrito como “ausente presente”, em que as pessoas às vezes estão tão conectadas com a realidade virtual que acabam minimizando aspectos do seu ambiente imediato, e uma predisposição de algumas delas para comportamentos mais impulsivos.

“Hoje a gente tem uma cultura que reforça esse comportamento”, afirma.

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