ONDA DE CIRURGIAS ESTÉTICAS NOS OLHOS GERA SEQUELAS
Procura por intervenções do gênero aumentou 40% no país, e as complicações decorrentes dos procedimentos, 20%
A pandemia de Covid-19 levou milhares de pessoas a trabalhar de casa e a fazer reuniões online. Ao se depararem com a autoimagem estampada no computador – com luzes e sombras que demonstravam rugas, olheiras e outras ‘imperfeições’ no entorno dos olhos – muitas pessoas decidiram realizar procedimentos estéticos nesta área, o que ficou conhecido como “efeito Zoom”, em referência ao popular software de teleconferência. De acordo com André Borba, médico cirurgião oculoplástico (oftalmologista capacitado para tratamento reconstrutivo e estético das pálpebras, vias lacrimais e órbitas) e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCP), a procura por intervenções no entorno dos olhos aumentou 40% e, consequentemente, houve também um incremento de 20% nas complicações decorrentes destes procedimentos.
Segundo ele, só em seu consultório em São Paulo houve um aumento mensal de 10% no número de pacientes apresentando complicações nos procedimentos estéticos realizados na região dos olhos. O especialista lista os principais deles: hipo ou hipercorreção da pálpebra (retirada de menos ou de mais da pele da pálpebra); lagoftalmo(dificuldade de fechar os olhos para dormir); olho seco; cicatrizes aparentes; ptose de supercílios; visão dupla e até cegueira.
“As complicações devem ser tratadas, na maioria dos casos, de maneira cirúrgica, abordando de maneira personalizada a necessidade de cada paciente. Não existe uma solução rápida. Em geral, uma nova cirurgia só pode ser feita seis meses após a primeira, devido ao processo de cicatrização”, afirma.
BAIXA REVERSÃO
A reversão dos casos de cegueira provocados por algum procedimento estético é bem baixa: cerca de 5%. Esta sequela normalmente acontece quando o preenchimento com ácido hialurônico da região do entorno dos olhos ocorre de maneira errada e atinge algum vaso sanguíneo que irrigue o globo ocular.
Os procedimentos mais feitos neste período pandêmico foram a blefaroplastia (cirurgia nas pálpebras), preenchimentos com ácido hialurônico, aplicação de toxina botulínica, peeling elaser na região periocular.
Os profissionais capacitados para realizar procedimentos cirúrgicos na região dos olhos são cirurgiões plásticos especializados na face, cirurgiões oftalmologistas e cirurgiões dermatologistas. A dica de Borba é sempre analisar o currículo do médico antes de realizar qualquer procedimento para saber se ele tem ou não a capacitação necessária para fazer a cirurgia, preenchimento ou usar lasers.
O sábio escala a cidade dos valentes e derriba a fortaleza em que ela confia (Provérbios 21.22).
Os homens fortes pensam que podem viver seguros e inexpugnáveis atrás de suas fortalezas. Criam sistemas de segurança sofisticados, encastelam-se em suas torres altas, vestem-se com couraças de ferro e blindam-se atrás de muralhas grossas e cadeados potentes. No entanto, por confiarem nesses expedientes, tornam-se vulneráveis. A Bíblia fala que a cidade de Edom colocou o seu ninho entre as estrelas e pensou que ninguém poderia saqueá-la, uma vez que havia sido construída no alto dos penhascos. Mas o Senhor disse que, ainda que ela colocasse seu ninho entre as estrelas, de lá seria derrubada. O profeta Jeremias, falando em nome de Deus, alerta: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor (Jeremias 9.23,24). O sábio conquista a cidade dos valentes e derruba a fortaleza em que ela confia. O sábio é mais forte do que o valente. A força da inteligência é mais robusta do que a força dos músculos. A sabedoria é mais poderosa do que um exército com armas em punho e mais segura do que uma cidade amuralhada no topo de uma montanha. A sabedoria do sábio é preferível à força dos poderosos deste mundo.
BUSCA POR ESCRITÓRIOS COMPARTILHADOS VOLTA A CRESCER COM TRABALHO HÍBRIDO
Redução de custos e flexibilidade na contratação atraem pequenas empresas para coworkings
Em busca de flexibilidade e economia, muitas pequenas e médias empresas têm optado por espaços compartilhados em vez de escritórios próprios, depois de quase dois anos de home office.
Com isso, coworkings de algumas regiões de São Paulo, como o entorno da Avenida Paulista e os Jardins, já têm fila de espera. Na rede GoWork, 1.200 novas estações de trabalho foram contratadas entre setembro e outubro, com previsão de entrega para os próximos seis meses.
“O pessoal voltou com pressa porque as empresas querem recuperar o senso de organização e o contato humano”, diz Fernando Bottura, 41, diretor-executivo da GoWork.
Segundo ele, a diferença é que, antes da pandemia, as empresas procuravam postos para 100% dos seus funcionários. Agora, como as companhias aderiram ao modelo híbrido, elas estão buscando metade das posições de trabalho.
De acordo com pesquisas do Talenses Group com a Fundação Dom Cabral, 72,7% dos profissionais preferem o regime misto. O levantamento foi realizado em setembro e ouviu 686 trabalhadores.
“As empresas estão entendendo que o maior ativo são as pessoas, não os espaços. E aí o escritório flexível vem com tudo, porque você tem um risco menor de contratação”, afirma Otávio Cavalcanti, 37 vice-presidente do IWG no Brasil, rede com 62 unidades de coworking e 38 mil clientes no país.
A flexibilidade dos contratos foi a principal razão para que a Gof Flux voltasse a dividir um espaço físico com outros negócios, de acordo com Pedro Azevedo, 46, sócio- fundador da startup, que atua na área de logística.
A empresa havia passado por um coworking em 2019, mas, pouco meses depois, optou por ter um escritório privado em busca de mais eficiência. Com o início da quarentena, toda a equipe migrou para o home office.
Mas o ritmo acelerado de crescimento durante a pandemia demandou mais flexibilidade da empresa, que, em 2021, resolveu dar uma segunda chance ao coworking.
“Eu comecei o ano com 19 pessoas. Hoje estou com 60, projetando 130 funcionários para abril do ano que vem. Em um escritório próprio, eu teria que fazer um contrato de locação em um espaço muito maior ou mudar depois”, conta o empresário.
Entre as facilidades de quem escolhe um coworking está a possibilidade de ampliar ou diminuir o número de estações de trabalho, e salas de reunião num mesmo contrato.
A locação inclui internet, rede telefônica, energia elétrica, limpeza e cafezinho. Com isso, a economia pode variar entre 20% e 40% dos custos mensais, segundo redes de coworkings.
Antes de voltar para um espaço compartilhado em outubro deste ano; os sócios da consultoria em inovação Instituto Ahlma chegaram a buscar um escritório próprio. Com isso, eles queriam evitar problemas que enfrentaram numa experiência anterior em coworking: barulho e falta de privacidade.
Pesquisando, conseguiram encontrar um meio-termo. Alugaram uma sala privativa em outro coworking. “A rotina do trabalho remoto estava muito desgastante. Queríamos um espaço também com outras pessoas”, diz Leandro Perim, 33, cofundador .
O compartilhamento de ambientes entre empresas é uma tendência já observada também fora dos coworkings. Desde abril, a startup Elas Que Lucrem passou a dividir um endereço com a Thinkseg, no Jardim Paulista, em São Paulo. A dona da primeira empresa é a economista Francine Mendes, 36, e o proprietário da segunda, André Gregori, 49, seu marido.
Com as duas companhias operando em regime híbrido, o compartilhamento da estrutura física permitiu o retorno gradual das equipes ao escritório em um momento de incertezas quanto aos rumos da pandemia e da economia.
O rodízio dos cerca de 60 funcionários trouxe redução de riscos e custos. Mas também surgiram desafios.
“A nossa maior missão é socializar essas pessoas, principalmente aquelas que estão voltando apenas agora para o escritório e encontram uma nova estrutura, com pessoas que nunca tinham visto antes”, afirma a empresária.
Quem cogita migrar para um espalho compartilhado deve levar em conta alguns aspectos, como a localização e a proximidade para cliente e funcionários. Clareza quanto ao orçamento disponível e transparência na negociação são fatores que facilitam a escolha do lugar ideal, recomendam os especialistas.
Mas a adaptação pode incluir ainda a superação de alguns hábitos culturais, como a necessidade de abrir mão de uma mesa especifica ou sala de reunião, afirma Pedro Azevedo, da Go Flux. Nós temos
Imunize seus filhos contra o coronavírus, é irracional ficar com medo
Como esse vírus vai permanecer entre nós por muitos anos, quase todas as crianças que não receberem a vacina um dia estarão infectadas. A maioria tem sintomas leves ou ficará assintomático, mas uma minoria apresentaria a forma grave da doença. E se for sua filha ou filho?
Não é essa a mesma razão que nos faz vaciná-los contra sarampo, difteria, coqueluche e outras doenças de curso benigno no maioria das crianças, mas que podem causar complicações graves?
O caso da Covid é comparável: crianças infectadas costumam evoluir com poucos ou nenhum sintoma. mas uma minoria desenvolve quadro de insuficiência respiratória que coloca a vida em risco.
A revista Science traz os últimos dados tabulados pelos Centros de Controle, e Prevenção de Doenças, os CDC, dos Estados Unidos., os mais completos já publicados. No início de 2020, as crianças representavam apenas 3% dos casos de Covid no país. Hoje, ultrapassam 25% -, um contingente de mais de 6 milhões. Cerca de 2 milhões pertenciam à faixa dos 5 aos 11 anos.
No fim de outubro deste ano, eram infectados aproximadamente 100 mil crianças americanas por semana. Entre as dezenas de milhares hospitalizadas, um terço não apresentava problemas de saúde. Apesar de saudáveis, muitas necessitavam de internação em UTI.
Nos Estados Unidos, já morreram 700 crianças. Covid está hoje entre as dez principais causas de óbito no infância.
Não há um caso sequer de morte causada pela vacina. Apesar da contundência desses dados, as pesquisas revelam que 42% a 60% dos pais americanos admitem ser relutantes ou estar decididos a não vacinar seus filhos.
Um dos argumentos é o de que a vacinação não foi testada em número suficiente de crianças. O estudo que levou à aprovação das preparações da Pfizer e da Moderna (ambas com a tecnologia do RNA mensageiro) para adultos, envolveu 40 mil participantes, enquanto aquele realizado na faixa etária de 5 a 11 anos reuniu 2.400.
Embora com números menores, entretanto, a pesquisa com as crianças foi estatisticamente muito significante: eficácia de 90,7% na prevenção de sintomas da doença, isto é, apenas uma em cada dez imunizados apresentou algum sintoma. Não houve mortes.
Outro argumento contra a vacinação seria o risco de miocardite, processo inflamatório que atinge as células musculares do coração.
Nos estudos de acompanhamento, depois da autorização das vacinas, Pfizer e Moderna, juntando crianças e adultos, o risco de miocardite foi de cinco casos em cada 1 milhão de pessoas vacinadas. Esse risco é insignificante comparado aos problemas cardíacos provocadas pelo Covid e, no caso das crianças aos da síndrome inflamatória multissistêmica, complicação grave que se instala em diversos órgãos (entre os quais o coração), e pode levar às unidades de terapia intensiva e ao óbito.
Além disso, como a dose aplicada em crianças equivale a um terço daquela administrada aos adultos, a possibilidade de miocardite se torna mais improvável. Estudos conduzidos em Israel e nos Estados Unidos mostraram que a incidência de miocardite pós-vacinal na faixa etária de 12 a 15 anos é mais baixa do que na população de 16 a 25 anos de idade. Por analogia, nas crianças com 11 anos ou menos devemos esperar riscos mais baixos ainda.
Todos os que tivemos ou têm filhos pequenos vivemos a experiência de vê-los com resfriados de repetição, contraídos a partir do momento em que são mandados para a escola. Crianças brincam juntas, correm e se aglomeram na hora do recreio, impossível mantê-las distantes umas das outras. Depois, trazem para casa os vírus, que circulam no ambiente escolar, agem como vetores de transmissão para os mais velhos que, no caso da Covid, podem adquirir uma forma grave.
Esses dados mostram que o Brasil precisa vacinar todas as crianças com mais de dois anos (futuros estudos talvez demonstrem que pode ser antes). As perdas cognitivas por mantê-las em casa por quase dois anos são incalculáveis, especialmente no caso das mais pobres. Cada vez que uma delas adoece as aulas são suspensas, prejudicando todas.
Por essas razões, leve seus filhos para vacinar. Ao contrário dos perigos da doença, as vacinas são muito seguras. Não vá ficar morta de remorsos ao vê-los doentes, seja racional.
POR QUE O OVO QUE TE FAZ BEM HOJE É O MESMO QUE TE MATA AMANHÃ?
Muitos estudos no campo da nutrição são indigeríveis; faltam pesquisas robustas e financiamento
Desculpe-me pelo trocadilho, caro leitor, mas muitos estudos no campo da nutrição são indigeríveis. Há os que sugerem que consumir um ovo por dia encurtaria nossa expectativa de vida em seis anos, e, por outro lado, os que apontam que ingerir 12 avelãs diariamente nos faria 11 anos mais longevos (um ano para cada frutinha). Seriam esses resultados minimamente plausíveis?
Tendo essa pergunta retórica como pano de fundo, John Ioannidis, proeminente cientista da Universidade Stanford, tem duramente criticado não somente os achados inverossímeis de famosos estudos nutricionais populacionais, mas especialmente suas falhas metodológicas.
Segundo Ioannidis, as conclusões exorbitantes geradas por esses estudos devem se, antes de tudo, a uma falta de análise e interpretação. Em geral, estudos populacionais são de natureza associativa. E a associação entre duas variáveis não necessariamente implica causalidade entre elas. Vejamos este exemplo: no passado, o consumo de café foi correlacionado com risco aumentado do câncer. À época, muitos concluíram que a bebida causava a doença. As suspeitas somente seriam encerradas com a constatação de que o hábito de tomar um cafezinho frequentemente acompanha o do tabagismo – voilá! este sim o fator causal por trás da espúria associação.
Os fatores de confusão (o tabagismo no exemplo anterior) – cujo nome faz jus ao efeito que exercem na interpretação de resultados – são abundantes na ciência da nutrição. Alguns estudos clássicos californianos das décadas de 1960 a 1980 atribuíram ao consumo de tomates, legumes, grãos, alimentos integrais, etc. a maior longevidade dos fieis adventistas comparados a não religiosos.
Porém, as pesquisas também revelaram que os cristãos, em média, bebem e fumam menos, praticam mais atividade física e apresentam menores taxas de obesidade. De certo, o conjunto desses fatores que compõem o estilo de vida – e não o consumo de um alimento pontual – explica muito melhor porque os adventistas tendem a viver por mais tempo.
Em estudos nutricionais de observação, os tais fatores de confusão são difíceis, se não impossíveis de serem controlados, quase sempre gerando resultados exagerados ou ambíguos, o que só faz confundir a população. A tal história do ovo que te faz bem hoje, mas te mata amanhã…
Como nos lembra Ioannidis, há mais de 250 mil alimentos que podem ser diariamente consumidos em milhões de combinações diferentes, a partir de preparações culinárias diversas, resultando em respostas biológicas praticamente imprevisíveis. Mas esse “detalhe” é frequentemente ignorado por pesquisadores que, a partir da avaliação da diversificada e complexa dieta das populações, elegem um único alimento (ex. ovo) ou, ainda pior, um de seus nutrientes (ex.: colesterol) como capaz de modular o risco de doenças ou morte.
Ioannidis é cirúrgico em revelar as chagas das quais padecem os estudos nutricionais, pondo em xeque diretrizes dietéticas mundiais, que se baseiam na literatura existente. Mas o que viria da implosão da área? Na visão do cientista, a “radical reforma da ciência da nutrição” compreenderia duas frentes: a ampla e transparente reanálise dos estudos observacionais publicados, ponderando-se a real influência dos fatores de confusão nos resultados; e a concentração de esforços e financiamentos em estudos de larga escala, com desenhos randomizados e enfoque em padrões nutricionais, em vez de num único alimento ou nutriente.
Não há dúvidas de que a proposta de reforma tem o potencial de gerar evidência mais qualificada para subsidiar a construção de melhores políticas públicas nutricionais. Contudo, é sempre bom lembrar que achados científicos não são prontamente intercambiáveis entre populações, haja vista as profundas particularidades da alimentação em cada pedaço de mundo.
O eficiente enfrentamento dos nossos atuais problemas nutricionais de saúde pública, que envolvem, entre outros, a obesidade e a insegurança alimentar, depende mormente de conhecimento produzido por estudos robustos locais. É para dar conta deste tipo de desafio social que a comunidade científica brasileira tem incansavelmente cobrado por financiamento adequado.
Estudo suíço mostrou que o efeito das baixas temperaturas sobre o sistema imunológico pode reduzir inflamação
Um conhecido mecanismo ocorrido no corpo humano serviu de base para uma descoberta importante no tratamento da esclerose múltipla. Já se sabia que, quando exposto a baixas temperaturas, o organismo sofre uma redução natural de suas defesas. Agora, pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, deram uma aplicação inovadora para esse princípio: o combate aos sintomas de doenças autoimunes.
Esse efeito do frio pode ser explicado por sua ação no sistema imunológico, que é mobilizado para manter a temperatura corporal estável. Direcionado pelos pesquisadores para aliviar os sintomas da esclerose múltipla, o tratamento gelado teve um resultado surpreendente.
A pesquisa acompanhou durante duas semanas camundongos infectados por encefalomielite autoimune experimental (EAE), um modelo animal da esclerose múltipla, divididos em dois grupos. O primeiro foi colocado num ambiente com temperatura de cerca de 10 ºC, enquanto o segundo foi mantido em condições ambiente. Já nos primeiros dias de experimento, os cientistas observaram uma melhora significativa no quadro da doença nos espécimes do primeiro grupo.
“Isso mostra que nas baixas temperaturas existiu uma atividade inflamatória auto imune menor que na temperatura habitual. Agora, a partir desses dados, é possível extrapolar para estudos em humanos”, explica o coordenador do Centro de Esclerose Múltipla do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Tarso Adoni.
No experimento, os sintomas ligados à locomoção diminuíram drasticamente no primeiro grupo de cobaias, com casos em que o animal nem conseguia andar e evoluiu para apenas uma paralisia sutil na cauda. Os resultados da pesquisa foram publicados no último dia 22, na revista científica Cell Metabolism.
“Seguramente é uma fronteira que abre para se estudar novos modelos e se desenharem novos trabalhos para reduzir a agressão da doença”, acrescenta Adoni.
ATAQUE AOS NEURÔNIOS
A esclerose múltipla é uma doença autoimune caracterizada pelo ataque do próprio organismo à mielina, uma camada protetora que envolve os neurônios. Esse dano afeta o envio dos comandos do cérebro para o resto do corpo e provoca sintomas como dormência ou formigamento, dificuldade de andar e de coordenação motora e problemas de visão.
O coordenador médico do Centro de Excelência em Esclerose Múltipla do Programa Integrado de Neurologia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Rodrigo Thomaz, detalha a relação entre baixas temperaturas e esclerose múltipla.
“Só de você esfriar um pouco o corpo do paciente, com compressas de água tendemos que nesse caso ocorre uma melhora na transmissão dos impulsos nervosos”, explica.
Segundo o especialista, os médicos sempre observaram que o frio ajuda o paciente com a doença, enquanto o calor tende a piorar. O estudo dos pesquisadores suíços pode abrir mais uma perspectiva sobre como a temperatura interfere na doença.
“Hoje a importância é entender o seu mecanismo, saber se ela tem de fato uma interferência na produção da doença autoimune e como a gente pode usar esse conhecimento para melhorar a neuro inflamação e a qualidade de vida do paciente na prática”, diz Thomaz.
EFEITO CELULAR
Os pesquisadores responsáveis pelo trabalho investigaram como funciona em nível celular a diminuição da atividade do sistema imunológico causada pelo frio, que consequentemente reduz o ataque à mielina.
Eles constataram que o esforço desviado para estabilizar a temperatura corporal provocou uma redução das moléculas do sangue responsáveis por defender o organismo de corpos estranhos, como vírus e bactérias, mas que, no caso de uma doença autoimune, ataca o próprio organismo.
Essa redução as tornou menos ativas e menos capazes de instruir a resposta imune das chamadas células T, que também desempenham um papel fundamental na defesa do corpo.Com isso, a atividade do sistema diminuiu como um todo, o que melhorou a neuro inflamação.
Os especialistas ressaltam, no entanto, que apesar de o enfraquecimento do sistema imunológico reduzir a resposta que ataca o organismo, ele também deixa o corpo humano mais suscetível à infecções por agentes que devem de fato ser combatidos. Além disso, embora o princípio tenha se mostrado eficaz para conter a esclerose múltipla, ele, destacam que as doenças autoimunes não funcionam de uma só maneira e, por isso, não é garantido que o método se aplicaria às demais.
Hoje, não há uma cura para a esclerose múltipla. Por isso, o tratamento é focado nos sintomas e realizado majoritariamente com o uso de anti-inflamatórios, em especial corticoides, além de medicamentos para regular e modular o sistema imunológico.
Há ainda uma opção mais recente e que tem se mostrado promissora: o transplante de células-tronco. Foi o caso da atriz americana Selma Blair, que foi diagnosticada em 2018. Depois do procedimento, a doença entrou em remissão. No entanto, devido à complexidade e aos altos riscos de cirurgia, ainda é uma opção pouco oferecida.
MILHÕES DE CASOS
Cerca de 2,8 milhões de pessoas no mundo vivem com esclerose múltipla. De acordo com o Ministério da Saúde, a prevalência média da doença no Brasil é de 8,69 casos para cada 100 mil habitantes.
A doença afeta principalmente o sexo feminino, na proporção de três mulheres para cada homem, e adultos entre os 20 e 40 anos. Entre os sintomas, estão a fadiga e o comprometimento da coordenação motora.
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