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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL AJUDA A ANALISAR EXAME E ACELERAR DIAGNÓSTICO DE DERRAME

Algoritmos identificam local exato de lesão cerebral e podem tornar tomografia mais precisa

Ferramentas de inteligência artificial têm ajudado a acelerar o diagnóstico de AVC (acidente vascular cerebral) e otimizar o tratamento de pacientes que ficaram com sequelas.

Esse é o caso de um software, desenvolvido pela empresa israelense Aidoc, que é capaz de identificar com mais precisão derrames do tipo hemorrágico – quando uma artéria se rompe, causando sangramento no cérebro.

O programa usa um algoritmo para analisar o resultado de tomografias e destaca áreas com sangramento que podem passar despercebidas pelo olho humano.

A solução já é oferecida em sete hospitais públicos de São Paulo e um de Goiás, por meio de uma parceria da Aidoc com a Fidi (Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem), organização social que presta serviços para o SUS.

Igor Santos, médico e superintendente de inovação da Fidi explica que o resultado de uma tomografia pode demorar até duas horas para chegar ao médico que a solicitou. Isso se deve ao tempo que os radiologistas levam para analisar a imagem. Por meio da nova solução, a espera pode ser reduzida para até 30 minutos.

Os arquivos do exame são armazenados na nuvem, onde as imagens são analisadas. Ao identificar o derrame, o resultado é disparado para o médico do paciente, junto com informações como data, horário, nome e idade.

Tudo é feito seguindo as regras da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que regula o uso de informações pessoais nos meios digitais.

Desde que o programa começou a ser testado, em 2018, já foram analisados exames de mais de 100 mil pacientes.

A tecnologia também permite detectar outros tipos de doenças, como tumores cerebrais. “É um algoritmo especialista em sangramentos no crânio”, explica Santos.

Com dores de cabeça e dificuldade para sentir as pernas, Antônio Valentim da Silva, 71, deu entrada no Hospital Mandaqui, na zona norte de São Paulo, no dia 7 de setembro. Era um AVC. O paciente conseguiu ser diagnosticado rapidamente e foi conduzido a UTI graças à tecnologia. Hoje, sem sequelas, diz que se sente bem.

“O diagnóstico rápido é super importante. Tempo significa viabilidade de células do sistema nervoso. Se você demorar (a intervenção) não vai adiantar”, diz José Krieger, professor do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP ((Universidade de São Paulo).

Ele faz parte do c4IA (Centro de Inteligência Artificial, que está desenvolvendo um algoritmo para melhorar o desempenho da tomografia na identificação do AVC. O projeto, que teve início em 2020, é resultado de uma parceria entre USP, Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e IBM.

A tecnologia quer tornar a tomografia tão precisa quanto a ressonância magnética – mais cara e demorada. Segundo Krieger, enquanto o primeiro leva cerca de 5 minutos para ser feita, a segunda demora de 30 a 40 minutos.

Com o novo algoritmo, seria possível usar o exame mais simples para localizar a lesão com precisão e caracterizar o tipo de AVC: hemorrágico ou isquêmico, quando há obstrução de uma artéria.

Marco Antônio Gutierrez, engenheiro e um dos pesquisadores do C4IA, explica que a ressonância consegue identificar a lesão mais precocemente do que a tomografia. A proposta do projeto é tornar o segundo método tão eficaz quanto o primeiro.

“Com o algoritmo, poderíamos, com um exame mais simples, detectar um AVC isquêmico ou hemorrágico logo no início”, diz Gutierrez.

Para construir a ferramenta, os pesquisadores vão usar técnicas de inteligência artificial e comparar resultados de milhares de exames. Cada paciente participante do estudo deve fazer uma tomografia e uma ressonância magnética. O objetivo é que o algoritmo reconheça padrões entre os dois métodos de diagnóstico. O projeto está em fase inicial e não há previsão de término.

Outra iniciativa, também encabeçada por pesquisadores da USP – mas do campus de São Carlos (interior do estado) – , criou um robô para ajudar na recuperação de pacientes que ficaram com restrições de movimento nos membros inferiores.

Feito de ligas de alumínio, o protótipo, que é acoplado junto à cintura e às pernas, mede a força que a pessoa está fazendo para se mexer. Se ela for suficiente para completar o movimento, o robô permanece parado; caso o paciente não consiga terminar de se locomover, a máquina ajuda a impulsioná-lo.

“O robô tem sensores nas articulações, com os quais conseguimos medir se a pessoa começou a fazer o movimento e em que intensidade ela fez”, diz Adriano Siqueira, professor de engenharia mecânica e pesquisador da USP.

Conforme o usuário realiza a fisioterapia, o robô coleta, também, as medidas dos ângulos do movimento. A partir disso, a equipe de Siqueira pretende utilizar inteligência artificial para analisar os dados e tentar identificar se o paciente teve alguma evolução.

Embora o protótipo tenha sido finalizado em 2020, ainda não foram feitos testes com um número significativo de pessoas. Segundo Siqueira, a pandemia foi um dos fatores que atrapalhou o andamento do projeto.

CONHEÇA OS TIPOS, SINTOMAS E FATORES DE RISCO DE AVC

Brasil tem cerca de 200 mil internações e mais de 30 mil mortes pela doença por ano

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 13 DE DEZEMBRO

SEMEANDO BONDADE, COLHENDO HONRA

O que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra (Provérbios 21.21).

A vida é feita de escolhas. Enquanto uns colocam os pés na estrada da justiça, outros descem pelos abismos da iniquidade; enquanto uns semeiam a bondade, outros plantam as sementes malditas do ódio. O que ninguém pode escolher são os resultados de suas escolhas. Quem planta ventos colhe tempestades; aqueles que semeiam na carne, da carne colhem corrupção. Quem semeia violência recebe violência. Quem planta discórdia colhe desprezo. Mas aqueles que semeiam amor colhem reconhecimento. Quem semeia paz colhe amizade. O que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra (Provérbios 21.21). A justiça e a bondade precisam andar de mãos dadas. A justiça sem a bondade esmaga as pessoas; a bondade sem justiça as deixa acomodadas. A bondade vai além da justiça; caminha a segunda milha com quem já não tem mais direito. Aqueles que seguem a justiça e ainda praticam a bondade acharão a vida, a justiça e a honra. Quem anda na verdade e pratica o amor, semeando na vida do próximo justiça e bondade, colherá os frutos benditos de uma vida abundante, se cobrirá com as vestes alvas da justiça de Cristo e receberá honra tanto na terra como no céu, diante dos homens e de Deus.

GESTÃO E CARREIRA

SEM VOLTA: EMPRESAS ETERNIZAM O HOME OFFICE

Na contramão da retomada do trabalho presencial e da tendência do modelo híbrido, companhias decidem manter funcionários em casa de forma permanente e apostam em autonomia e bem-estar para alavancar produtividade

A administradora Emanuela Santana de Melo, de 32 anos, começa a semana em um barco na Baia do Guajará, em Belém. Pratica remo ao nascer do sol e depois corre para o escritório – que fica em casa. O home office temporário iniciado na urgência do isolamento na pandemia virou permanente para ela e para todos os colegas de trabalho. O movimento é seguido por algumas empresas que, na contramão da retomada do trabalho presencial ou da aposta no modelo híbrido com o avanço da vacinação, decidiram manter os funcionários em casa.

Emanuela se mudou de São Paulo para Belém em setembro, acompanhando o namorado, que foi transferido do trabalho. A mudança, ela diz, não impactou a vida profissional. Ela pode trabalhar 100% remotamente na Movile, investidora e desenvolvedora de negócios de tecnologia para empresas como ifood, PlayKids e Sympla, que aderiu ao teletrabalho definitivo.

“Como eu tinha possibilidade de trabalhar de onde quisesse, não fazia sentido continuar em São Paulo”, conta Emanuela. “Ganhei qualidade de vida. Consigo acordar cedo, faço remo, jogo futebol, tomo café com calma. Fujo do trânsito de São Paulo e ainda consigo resolver coisas em casa na hora do almoço e entre uma tarefa e outra do trabalho.

Acostumada à vida no escritório, ela teve de aprender a estabelecer uma nova rotina profissional em casa de maneira permanente.

“Houve uma transição. Hoje, sinto que aprendemos a interagir virtualmente, trabalhar bem e a resolver os problemas. Se há necessidade, vou a reuniões presenciais em São Paulo e volto. Gosto da facilidade. Ter de ficar no escritório seria um complicador para mim”, afirma.

CERVEJARIA SEM ESCRITÓRIO

Cerca de 80 trabalhadores da Movile estão em home officedefinitivo. A opção pelo modelo veio depois de uma pesquisa interna com os funcionários.

“Desenvolvemos um modelo 100% remoto, sem obrigação de ir ao escritório. Planejamos um novo espaço em São Paulo, mas para promover trocas, engajamento, atividades e iniciativas dentro de um propósito de olhar para os colaboradores e oferecer cultura”, explica Claudia de Souza, diretora de People da Movile.

Na Heineken, cerca de 1.300 funcionários dos escritórios de São Paulo e Itu também passaram ao home office permanente. Uma consulta com os funcionários comprovou a aceitação da ideia, e os contratos de trabalho foram alterados.

“Remodelamos os escritórios para ambientes mais colaborativos e hub de apoio aos colaboradores para necessidades pontuais, como reuniões de equipe e conexões do grupo”, explica Juliana Wei, diretora de Recursos Humanos da Heineken.

Para manter a conexão a distância, a empresa promove programas de reconhecimento dos funcionários, organiza lives com o presidente da companhia e incentiva encontros virtuais entre lideranças e liderados – menos às terceiras sextas do mês, em que os funcionários são encorajados a ficarem longe do excesso de videochamadas.

Para a gerente de sustentabilidade da Heineken, Beatriz Dias de Sá, de 38 anos, o modelo remoto trouxe mais produtividade.

“Tive minhas melhores avaliações de desempenho estando em casa. Inclusive fui promovida recentemente”, conta ela, mãe de um menino de 3 anos e moradora de Jundiaí, a cerca de 60 quilômetros de São Paulo. “Gastava mais de três horas por dia no trânsito, e tive um ganho de tempo incrível. Consigo fazer exercício, cuidar do meu bem-estar mental, estar mais próxima do meu filho e ver o desenvolvimento dele.

‘PRESENÇA É IMPORTANTE’

A modalidade 100% remota, porém, ainda desperta dúvidas em especialistas em RH sobre como manter a cultura corporativa e o engajamento em alta no longo prazo.

“É tudo muito novo. Talvez aprendamos rituais e práticas que podem fomentar e fortalecer a cultura de forma 100% remota. Mas, a realidade hoje que, para compartilhar valores, a presença física ainda é importante”, diz Tatiana lwai, professora de Comportamento Organizacional e Liderança do Insper, em São Paulo. Os funcionários, acrescenta Tatiana, também devem estar atentos a possíveis efeitos da falta de interação direta no desenvolvimento de qualidades como inovação e criatividade e na evolução da própria carreira:

“O escritório não é apenas um local em que o trabalho acontece. Existe um papel de interação social. E há uma parte de aprendizado e troca que acontece melhor observando as pessoas.

EU ACHO …

A QUEM ENCONTROU A CARTEIRA QUE PERDI

Prezado, prezada(o),

nem por um segundo cogitarei que você enfiou a mão na minha bolsa num momento em que eu estava distraída. Minha intuição diz que você não cometeria essa indelicadeza. É mais provável que eu tenha esquecido a carteira sobre a bancada de uma loja, na hora que estava pagando algo, ou a deixei cair no chão do shopping durante uma manobra desastrada, talvez ao colocar a alça da mochila por cima do ombro – tenho a mania tola de deixar zíperes semiabertos. Você chegou logo depois e deparou com aquele objeto ali, abandonado, dando sopa.

Já soube que você não foi até o setor de achados e perdidos, ninguém me chamou pelos alto-falantes, ótimo, um mico a menos. Tampouco me mandou uma mensagem pelas redes sociais, deve ser um dos poucos tímidos que ainda restam. Por via das dúvidas, fiz um boletim de ocorrência, por favor não se ofenda. Agora você tem em mãos um cartão de crédito inútil, já que bloqueado, e 1.100 reais em dinheiro vivo. Já não uso dinheiro pra nada, mas havia dois pagamentos em cash a fazer naquela tarde. Me conta, criatura de sorte, por onde vai começar?

Torço para que você se matricule em algum curso, que sonhe em fazer aulas de dança ou teatro, e que a quantia seja suficiente pra arrancada. Ou que você entre numa livraria e saia com três sacolas repletas de poesia e ainda compre ingressos para ir a um show com os amigos. O troco você destina a uma rodada de cerveja e bolinhos de bacalhau, avise a turma que é por sua conta. Não me decepcione sendo sovina com dinheiro que caiu do céu.

Puxa, você não tinha me dito. Seu filho sonha com a camiseta oficial do time dele, pediu de Natal. Agora ficou sem desculpa, atenda o garoto, mas seja um Papai Noel para sua mãezinha também, ela está devendo uma fortuna na farmácia. Se você ainda não está por dentro do preço dos medicamentos, vai cair duro quando souber o quanto a coitada desembolsa para se aliviar das dores da artrite.

Olha, não é porque estou ligeiramente envolvida no assunto que vou me sentir no direito de me meter, mas já me metendo: dá para lotar o carrinho do supermercado, dá para encher o tanque e dá para pagar as dívidas mais urgentes, se você tiver juízo. Ou entrar no primeiro ônibus para o litoral com seu amor e trocar um longo beijo em frente ao mar.

Claro, dá para poupar, depositando cada centavo no banco, mas não vejo graça nenhuma. Se a carteira perdida fosse de um desempregado, seria calamitoso, mas vá que o desempregado seja você: gaste. Bombons, camisa nova, um corte de cabelo, outra tatoo, assinatura de um canal, luzinhas na sacada. Recompense minha perda fazendo bom uso do seu desejo. Lamentarei menos se você atenuar a falência geral e ser estupidamente feliz por um dia.

*** MARTHA MEDEIROS

marthamedeiros@terra.com.br

ESTAR BEM

CORPO FECHADO

Os alimentos para o sistema imunológico

Com a pandemia da Covid-19, um mecanismo do corpo humano em especial ganhou protagonismo nos estudos científicos: o sistema imunológico. Pesquisas não só detalharam seu papel no combate à infecção, como ampliaram os conhecimentos sobre a sua forma de agir contra a invasão de variados microrganismos. Mas essa não é sua única função, explica a diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Ekaterini Simões Goudouris:

“Se você tem um sistema imunológico funcionando mal, pode não apenas ter o risco aumentado de quadros infecciosos repetidos, como desenvolver doenças autoimunes e câncer”.

Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, descobriram que uma das células T (que atuam no combate a agentes desconhecidos) tem um tipo de receptor específico capaz de identificar e atacar células cancerígenas.

O sistema depende de uma série de nutrientes para funcionar da maneira ideal. Uma forma de garanti-los é consumindo “superalimentos” – comidas ricas em substâncias boas para o sistema imunológico. Conheça sete deles:

MEL

Um dos alimentos mais consagrados na história da humanidade, o mel é consumido há milênios – os primeiros registros datam de 8 mil anos. Ele desde sempre foi associado à saúde. A relação com a imunidade é mais recente, e os conhecimentos nessa área vêm crescendo. Recentemente, pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, chegaram a afirmar que o mel atua como um “construtor do sistema imunológico”.

Tal capacidade é provocada especialmente pela atuação antioxidante de dois compostos, os flavonoides e os polifenóis. Ambos agem neutralizando os radicais livres, as moléculas que aceleram o processo de envelhecimento das células, aumentando o risco e o surgimento de doenças crônicas. O mel também tem grandes quantidades de uma substância chamada peróxido de hidrogênio, com ação antisséptica capaz de matar comunidades de bactérias e fungos.

IOGURTE

O iogurte é um leite fermentado por bactérias. Essas bactérias se alimentam do açúcar natural do leite (a lactose) e liberam ácido láctico. É esse processo que confere a consistência, o gosto azedinho característico e a grande propriedade terapêutica do alimento. O alimento possui pelo menos dois tipos de bactérias, a lactobacillus bulgaricus e a streptococcus thermophilus – são os chamados probióticos.

“Essas bactérias consideradas protetoras vão atuar diretamente na ação do sistema imunológico”, explica a endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Juliana Garcia Dias.

Trabalho da Universidade de Yale publicado na revista Clinical Immunology mostrou que entre 70% e 80% de todas as células imunes do corpo estão no trato gastrointestinal.

QUINOA

Típica da América do Sul a quinoa é uma semente tão nutritiva que é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um superalimento para o combate à fome no mundo pelo potencial energético.

Ela tem os chamados “compostos fenólicos”, como quercetina e canferol, e flavonoides, que são antioxidantes e produzem o efeito semelhante ao do mel no fortalecimento do sistema imunológico. Ela também carrega uma grande quantidade de zinco, nutriente que exerce um papel na maturação das células T, responsáveis pela imunidade a nível celular. Além disso, tem vitamina B6 em abundância. Pesquisadores da Universidade de Tufts, em Boston, observaram pacientes com imunodeficiência e relacionaram a baixa concentração dessa vitamina no organismo a uma redução na produção de anticorpos.

BATATA DOCE

Os principais nutrientes da batata doce que impactam a imunidade são as vitamina A e C. Ambas têm um papel antioxidante, ou seja, protegem as células dos radicais livres. A vitamina A é absorvida pelo corpo como resultado da conversão do betacaroteno presente no legume em vitamina. Essa substância é o pigmento que dá a coloração alaranjada. Assim, quanto mais alaranjada, maior a quantidade de betacaroteno e de vitamina A no legume.

Estudo brasileiro publicado na Revista Pan Americana de Saúde Pública relacionou ainda a deficiência de vitamina A à redução da atividade das células chamadas “natural killer” (NK), que fazem parte da resposta inicial do sistema imunológico. Já a vitamina C, além de ser um antioxidante, atua na manutenção da “barreira epitelial”, que é uma fina camada de células cuja função é proteger o corpo contra toxinas e bactérias.

SPIRULINA

Trata-se de uma alga que pode ser usada como suplemento alimentar por ser rica em proteínas, aminoácidos, ferro, zinco e vitaminas A, B, D e E. Portanto, possui diversos nutrientes relacionados ao funcionamento do sistema imunológico.

O principal deles é a ficocianina, um pigmento que dá à spirulina a coloração azul esverdeada. Ela tem uma alta atuação antioxidante e consegue inibir determinadas enzimas pró-inflamatórias. Pesquisadores da Universidade de Jinan, na China, conduziram uma pesquisa em que atestaram a sua função imunomoduladora. Ou seja, ela melhora significativamente a ação das células formadoras de anticorpos e aumenta a atividade dos linfócitos. Ela é vendida em comprimidos, cápsulas ou em pó.

CÚRCUMA

Também conhecida como açafrão -da-terra, é um pó extraído de uma planta da família Zingiberaceae, a mesma do gengibre. Sua principal substância, a curcumina, é já há bastantetempo conhecida pelo efeito antiinflamatório.

Mais recentemente, mostrou-se também ser um potente agente que atua na ativação das chamadas células T, células B, macrófagos, neutrófilos, células N K e dendríticas, todas com papel essencial no sistema imunológico.

A cúrcuma também pode reduzir a expressão de citocinas (substâncias segregadas por células do sistema imune que, em excesso, fazem mal ao corpo) e aumentar as respostas de anticorpos, aponta um estudo de pesquisadores da Universidade do Texas publicado no Journal of Clinical Immunology. Trabalho da Universidade do Oregon sugere ainda que a curcumina aumenta os níveis da proteína que regula a resposta imune inata, a primeira barreira de defesa do corpo.

GENGIBRE

A planta atua nas defesas do corpo pela alta capacidade de ação antioxidante e antiinflamatória, que combatem os radicais livres, explica a endocrinologista Juliana Garcia Dias, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Isso acontece graças à substância chamada de gingerol. Um estudo da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade de São Paulo (USP) afirma que o gingerol é capaz de modular as células T, que têm um papel primordial no funcionamento das defesas do corpo.

Além disso, trabalhos afirmam ainda que o gingerol possui também uma atuação anticâncer por meio da indução da apoptose, uma forma de morte celular programada, e da autofagia, processo de regeneração natural em nível celular, que seriam capazes de inibir metástases.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

O QUE EXPLICA O FENÔMENO ‘ROUND 6’?

 Do fascínio das crianças à crítica ao capitalismo, vários fatores decifram o sucesso da série

A pergunta que muitos pais têm escutado de seus filhos pequenos, ultimamente, é uma variação entre ‘Posso assistir?’ e ‘Todo mundo já viu, só eu não. Por quê?’. As perguntas não são novas. São feitas desde sempre por crianças que não entendem a restrição – ou a entendem e querem algo assim mesmo. O que há de novo é o que esses meninos e meninas querem assistir: a série sul-coreana Round 6. Entender os motivos de tanto sucesso- a produção já teve 111 milhões de acessos na Netflix em todo mundo e seu valor estimado é de R$ 5bilhões – vai além de compreender o desejo das crianças, mas começa precisamente por elas e suas escolas.

A classificação etária da série é 16 anos e o conteúdo chama atenção pela extrema violência. Brincadeiras marcantes da infância de muita gente, como “batatinha 1, 2, 3”,        ‘cabo de guerra’ e ‘bola de gude’, são usadas, por exemplo, para perpetrar assassinatos. Os participantes são submetidos à provas de sobrevivência na série, e a estética de cores vibrantes nos cenários de Round 6 e o ar inicialmente inofensivo das gincanas são uma combinação que mexe com a memória afetiva infantil de muitos adultos, mas desperta a curiosidade dos pequeninos. “A sonoridade das brincadeiras, o aspecto lúdico, as imagens infantis, tudo isso tem um apelo grande com o público infantil. E, sendo brincadeiras menos frequentes entre as gerações atuais, desperta a curiosidade de como funcionam, atraindo ainda mais a atenção das crianças. Assuntos como ‘bolinhas de gude’ voltaram a ser tema entre as crianças com quem convivo”, afirma a psicóloga infantil Tauane Gehm, doutora em Psicologia. Diante do sucesso – e acessos – cada vez maiores, as escolas se movimentaram. No Rio de Janeiro, a Escola Aladdin emitiu comunicado aos pais sobre a ‘obsessão’ dos jovens pela série, com a advertência de que alguns estavam fazendo brincadeiras com alusão ao assassinato de personagens. Em São Paulo, o tradicional colégio Dante Alighieri também se manifestou. “Quando esse assunto começa a vir para cá, a gente precisa repactuar o olhar que família e escola têm juntas. Na época da Baleia Azul, a gente também fez um alerta”, disse a diretora-geral educacional do Dante, Valdenice Cerqueira. A menção à Baleia Azul não aparece por acaso. Também era um jogo aparentemente inocente, que também envolvia uma série de tarefas que seus participantes precisavam cumprir… e que poderia levar à morte real ou virtual.

Em Poços de Caldas, Minas Gerais, a professora de Artes Andréa Ribeiro Campos, do Colégio Dr. José Vargas de Souza, percebeu o alvoroço dos alunos em relação a Round 6 e decidiu abordar o assunto em aula. ”Eles falavam da série como se fosse legal e natural que as pessoas se matassem por dinheiro. A sensação que tive foi que eles acharam bacana a crueldade dos episódios. Fiquei mais espantada depois que eu mesma vi a série. Senti a necessidade de falar com eles sobre o lado negativo, e da importância de assistir a programas com classificação indicativa para a idade”, diz a professora. Andréa gostou da série. “Achei uma crítica interessante ao capitalismo, mas, para crianças de 11 anos, ela é totalmente inviável devido ao grau de crueldade física e psicológica”, ressalta.

ANTICAPITALISMO

O fenômeno Round 6, para além do fascínio das crianças, deriva do que muitos consideram uma crítica ao capitalismo. E, apesar de as críticas serem à realidade da sociedade coreana, as desigualdades são mais ou menos parecidas por todo o planeta – e foram aumentadas por conta da pandemia. No Brasil, o Índice de Gini, usado para medir a desigualdade de  renda, estava em 0,642 no primeiro trimestre de 2020. No fim do ano, estava em 0,669 e no trimestre inicial de 20 21 atingiu 0,674 (o ponto mais alto da série histórica do índice, que oscila entre 0 e 1, no Brasil). “A tendência crescente de priorizar os benefícios sobre o bem-estar do indivíduo é um fenômeno que vemos nas sociedades capitalistas de todo mundo”, disse à AFP Sharon Yoon, professor de Estudos Coreanos na Universidade Notre-Dame.

“Eu quis escrever uma estória que fosse uma alegoria ou fábula sobre a sociedade capitalista moderna, algo que retratasse uma competição extrema, como a extrema competitividade da vida”,  disse o diretor da série, Hwang Dong-hyuk, à revista americana Variety.

Discussões sobre o capitalismo à parte, Luciana de Moraes Cunha Correa toma todo cuidado para proteger a filha de 11 anos que, claro, está louca para ver a série. Ao receber a negativa, a menina retrucou: “Ah, mãe, minhas amigas assistiram. Na minha sala, só eu que ainda não viu.

O interesse da menina Manoela, aparentemente, não tem a ver com a série em si, mas com a influência que os serviços de streaming e as redes sociais tem sobre todos. Adultos ou crianças. “Eu fiquei interessada porque estava todo mundo falando nisso, estava no ‘top1 das séries mais vistas no Brasil. E também porque vi diversos memes no Instagram da ‘batatinha frita 1, 2, 3’, daí fiquei curiosa.”

O sucesso de Round 6 é o mais recente capitulo da escalada do audiovisual sul-coreano no mundo. Se a série da Netflix é o seu capítulo mais popular, o mais importante foi Parasita, que venceu o Oscar de melhor filme, diretor, filme estrangeiro, roteiro original, direção de arte e montagem. Todos no ano passado. O principal ponto de intersecção entre as duas produções é a desigualdade social. Se os jogos mortais de Round 6 são vividos por desempregados em busca de um prêmio milionário, em Parasita uma família mostra as amplas desigualdades da sociedade sul-coreana.

“Todos esses prêmios contemplam uma obra que, desde a vitória com a Palma de Ouro em  Cannes, no ano passado, tem sido tema de admiração e polêmica. Realizado com precisão absoluta – a ponto de a Academia ter ignorado o portentoso plano-sequência, mesmo que não seja um só, de 1917 -, o filme também segue uma tendência expressa no brasileiro Bacurau, no francês Les Misérables e no norte-americano Coringa – a revolta dos excluídos face às desigualdades do mundo”, escreveu, no ano passado, o crítico de cinema  Luiz Carlos Merten.

Com tanta polêmica envolvida, Round 6 já é o maior lançamento de série original da Netflix. Até meados de outubro, foram 11 milhões de acessos em todo o mundo, segundo a plataforma. O valor da série é estimado em USS 900 milhões, o equivalente a quase R$ bilhões, na cotação anual, de acordo com a Bloomberg News, que cita números de um documento interno da companhia.

De qualquer forma, os lucros do mundo real são incongruentes com as misérias vividas pelos personagens da série, que passam por provas de sobrevivência em busca de dinheiro para pagar suas dívidas. São 456 pessoas desempregadas, em desespero financeiro, para ganhar um prêmio de $ 38 milhões.

Será que a polêmica voltará para uma nova temporada?

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