OUTROS OLHARES

SUAVE VENENO

Aumento do uso de cigarros eletrônicos preocupa médicos

A popularidade dos cigarros eletrônicos aumenta a cada dia. É comum observar um crescente número de usuários destes dispositivos até mesmo no Brasil, onde sua comercialização é proibida desde 2009, mas o uso não. De modo que o consumidor pode trazê-lo do exterior e consumi-lo aqui, por exemplo. Os cigarros eletrônicos surgiram há cerca de duas décadas, como uma alternativa mais saudável e glamourosa do que o cigarro  tradicional, que fez o caminho inverso e veioperdendo usuários ao longo dos anos. Mas essa alegação é alvo de controvérsia. Médicos e a própria Organização Mundial da Saúde alertam para os danos associados à exposição à presença de ingredientes tóxicos, à exposição à nicotina e ao uso por crianças e adolescentes.

Em meados de outubro, no entanto, o debate esquentou. A FDA, agência reguladora dos EUA, autorizou pela primeira vez, a venda de três novos produtos, todos da marca Vuse, ligada à British American Tabacco, maior empresa de tabaco do mundo. A agência sinalizou acreditar que a ajuda oferecida para que fumantes deixem os cigarros tradicionais é mais significativa que os riscos de viciar uma nova geração. “A FDA determinou que o potencial benefício para fumantes que trocaram completamente ou reduziram de forma significativa, o uso do cigarro superaria o risco para a juventude”, escreveu a FDA em comunicado. Na mesma data, a agência negou dez outros pedidos da empresa para autorização de produtos com sabor, que são considerados mais atraentes para adolescentes e jovens.

Alguns dias depois, foi a vez do Ministério da Saúde do Reino Unido dar um passo em direção ao aumento do acesso aos cigarros eletrônicos. Em comunicado, a pasta afirmou que a autoridade reguladora nacional abriu caminho para que esses produtos sejam oficialmente prescritos por médicos para ajudar pessoas que querem para de fumar cigarro tradicional.

VAPOR TÓXICO

As recentes decisões partem do pressuposto de que embora seja ideal que as pessoas não fumem nem vaporizem produtos com nicotina, os cigarros eletrônicos são menos prejudiciais do que os cigarros tradicionais. De acordo com o Serviço Nacional de Saúde britânico, os cigarros eletrônicos são mais seguros porque não produzem alcatrão ou monóxido de carbono, que podem causar doenças pulmonares e câncer. Mas eles não são totalmente isentos de riscos.

“Existem estudos que mostram que essa estratégia do Reino Unido levou ao aumento da mortalidade cardiovascular. Emboca não tenha monóxido de carbono, o cigarro eletrônico tem multas substâncias químicas, como partículas ultrafinas que estão relacionadas à mortalidade cardiovascular”, explica o pneumologista Paulo Corrêa, coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Fisiologia (SBPT).

Trabalhos mostram ainda que existem ao menos 20 substâncias tóxicas no vapor dos cigarros eletrônicos. A maioria é formada pela degradação química dos componentes presentes no líquido durante o processo de vaporização. Destas, pelo menos sete podem provocar problemas graves no organismo. Para fator de comparação, o cigarro convencional contém 4.700 compostos tóxicos.

“Os estudos falam em comparação de quantidade de substâncias tóxicas, presumindo que pelo fato de ter menos substâncias tóxicas, tem menos risco, mas não quer dizer que os compostos que estão lá sejam isentos de risco”, diz  Jaqueline Scholz, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor.

‘TROCA DO VÍCIO’

Além disso, não há evidências de que o dispositivo ajude os que lutam para abandonar o tabagismo. Para Scholz, o cigarro eletrônico não é uma opção para parar de fumar.

“Para quem faz cessação, parar de fumar é parar de usar nicotina e não parar de usar cigarro. Esse seria um bom tratamento se o usuário conseguisse ficar livre de tudo, mas não é o que acontece. Há apenas a troca do vício”, afirma.

Os cigarros eletrônicos, também chamados de vape, são dispositivos que usam uma bateria para aquecer e vaporizar um líquido com nicotina e outras substâncias. Em geral, os ingredientes principais são propilenoglicol, glicerol e essências aromatizantes. O teor de nicotina varia de acordo com o fabricante – o mais baixo equivale a seis cigarros comuns; o mais alto a 18. As versões aromatizadas, com sabores doces e mentolados, são os preferidos dos adolescentes e jovens e, por isso mesmo, ainda não foram aprovadas pela FDA, por exemplo.

Estudos já associaram o cigarro eletrônico a problemas de saúde como a bronquiolite obliterante, um problema grave dos pulmões, atalho para a inflamação e a obstrução dos bronquíolos, as estruturas responsáveis pelas trocas gasosas com o sangue. Em 2019, 2.500 casos de doenças pulmonares e 55 mortes nos EUA foram associados à vaporização de cigarros eletrônicos contendo THC de cannabis e acetato de vitamina E, substância presente em muitas essências. Também há preocupação com os efeitos de longo prazo dos cigarros eletrônicos, que ainda são desconhecidos e com seu potencial viciante entre adolescentes.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 09 DE DEZEMBRO

A BOEMIA LEVA À POBREZA

Quem ama os prazeres empobrecerá, quem ama o vinho e o azeite jamais enriquecerá (Provérbios 21.17).

Aqueles que são perdulários e gostam da vida boêmia, bebendo todas as taças dos prazeres, curtindo a vida com vinhos caros e banquetes requintados, ficarão pobres. A riqueza é fruto do trabalho, e não da boemia. A riqueza vem como resultado da modéstia, e não da ostentação. Aqueles que se rendem à bebedeira e à comilança jamais enriquecerão. A exortação da Palavra de Deus é categórica: Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem (Provérbios 23.20,21). O profeta Amós deu o seu brado de alerta contra as pessoas que se entregavam aos deleites da vida, dormindo em camas de marfim e espreguiçando-se sobre o leito, cantando ao som da lira e bebendo vinho, ungindo-se com o melhor dos perfumes, mas esquecendo a miséria do povo à sua volta. Mesmo que tenhamos provisão com fartura em nossa casa, não é sensato amar os prazeres, entregando-nos a esses deleites. Precisamos viver uma vida mais simples para ajudar as pessoas em suas necessidades. Precisamos deleitar-nos em Deus mais do que nos dons de Deus. Precisamos amar a Deus, servir às pessoas e usar as coisas, em vez de esquecer de Deus, usar as pessoas e amar as coisas.

GESTÃO E CARREIRA

RANKING DE VAGAS MOSTRA BRASIL PRESO EM ARMADILHA DE BAIXA PRODUTIVIDADE

País oferta ocupações como vendedor, enquanto as de transição tecnológica têm pouco espaço

O mercado de trabalho no Brasil está preso em uma armadilha de baixa produtividade. Atividades que demandam menos estudo e oferecem baixos salários ampliam espaço no total de vagas criadas.

Já profissões que põem o país em uma nova fronteira tecnológica, com mais qualificação e renda, até crescem, mas ainda são pouco representativas.

As tendências foram identificadas em estudo de pesquisadores vinculados a  FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) com base no período de 2012 a 2019, para eliminar eventuais impactos de caráter transitório causados pela pandemia. Entre as vagas que mais cresceram, em número de ocupados, estão vendedores de produtos diversos, em pontos comerciais ou nas ruas.

Empregos em áreas relacionadas à transição tecnológica, como analistas de dados, serviços de TI (tecnologia da informação), também avançaram, mas sem alcançar tanto espaço na comparação com o total de profissionais no país.

O estudo é de Janaína Feijó, Laísa Rachter de Sousa Dias, Fernando de Holanda Barbosa Filho e Fernando Veloso, com base em microdados da Pnad Contínua, a pesquisa sobre mercado de trabalho do IBGE.

“Entre as ocupações que registram os maiores aumentos estão aquelas relacionadas com a prestação de serviços relativamente mal remunerados, [tendência] compatível com a baixa produtividade do país nos últimos anos”, destaca o levantamento.

Segundo Veloso, o crescimento da população ocupada com serviços com menos exigências de qualificação e remuneração menor reflete, em parte, a recente dinâmica macroeconômica do país. De 2014 a 2016, o Brasil embarcou em um período de dificuldades e amargou uma recessão, cujos prejuízos não foram totalmente recuperados. Nesse quadro, a busca por vagas em serviços com menos exigências e no setor informal, por exemplo, foi alternativa para entrada ou reingresso no mercado de trabalho.

“A tendência de crescimento do emprego em serviços é um fenômeno global. Não é a novidade em si. A questão do Brasil é que, entre os serviços que mais crescem, estão aqueles predominantemente informais e com menos exigência de escolaridade, diz Veloso.

Ele menciona que, de 2012 a 2019, o país até teve avanços na área de educação – o que costuma ter reflexos na empregabilidade -, mas insuficientes para uma melhora forte nas condições de emprego.

Conforme o levantamento, mais de 44,7 milhões de trabalhadores não possuíam ensino  médio completo no início de 2012. O número caiu para 37 milhões no final de 2019.

Em termos absolutos, a categoria “outros vendedores” teve o maior acréscimo de ocupados, em média, no período: 297.863 ao ano. O grupo engloba profissionais diversos, como vendedores a domicílio e por telefone, frentistas e balconistas de serviços de alimentação.

Em seguida aparecem os comerciantes e vendedores de lojas (118.267/ano).

Vendedores de ruas e postos de mercado (80.163) – incluindo ambulantes que trabalham como comida – , cabeleireiros (78.548), condutores de automóveis, camionetes e motocicletas (77.434) e cozinheiros ( 58.635) estão entre as dez ocupações em ascensão.

“A inserção no mercado de trabalho ficou mais difícil nos últimos anos. Talvez essas ocupações representem uma forma mais fácil de colocação no mercado”, analisa Veloso.

“Trabalhadores com um nível mais baixo de escolaridade não têm tantas opções de atividades. Eles precisam encontrar algum tipo de renda”, sublinha Janaína Feijó.

A escassez de vagas levou Victor lima, 39, a vender sorvetes e picolés no Rio de Janeiro. “Está muito difícil conseguir um trabalho fixo, ainda mais para quem é pobre e não teve oportunidade de estudar”, diz. Sem concluir o ensino fundamental, seu desejo é encontrar um emprego na área de serviços gerais, mas não descartaria migrar para outros setores. “A gente tem de agarrar o que aparece”.

O trabalho na rua também sustenta Linaldo Rocha, 67. Ele vende biscoitos, café água na zona sul do Rio há cerca de sete anos. Antes, foi porteiro, relojoeiro e borracheiro. A idade, diz, virou um desafio na busca por emprego. “Isso dificulta. A gente vai até as firmas, mas sempre acabam perguntando sobre a idade”.

O estudo da FGV- Ibre ainda analisa o comportamento de vagas de  trabalho intensivas em tecnologia, ocupações que vêm ganhando peso, mas ainda não são tão representativas.

 A demanda por instaladores de equipamentos eletrônicos e de telecomunicações, por exemplo, foi a terceira ocupação que mais cresceu entre 2012 e 2019 (13,1% ao ano).

Outras atividades relacionadas à tecnologia da informação e comunicação, como dirigentes de serviços de TI e especialistas em dados, também são ocupações emergentes, com o avanço da população ocupada em torno de 10% ao ano.

“Há um crescimento nessas vagas, mas ainda não são tão representativas no total. TI envolve uma qualificação maior, é vista como uma área de profissões com futuro”, avalia o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho.

O estudante de direito Ricardo Freitas de Araújo, 24, decidiu migrar para tecnologia da informação, setor no qual trabalha há sete meses por indicação de um amigo.

Araújo vem fazendo cursos para trabalhar com segurança da informação. Agora, já está em processo de mudança para uma vaga que considera mais técnica, de analista de negócios, na mesma empresa.

A meta, diz, é continuar estudando e dar novos passos no setor. Ele planeja concluir o curso de direito, mas não quer trabalhar na área

“Pretendo me aperfeiçoar em segurança da informação.  Vejo muitas possibilidades  mais do que no direito. Os dados são a moeda do futuro”.

O levantamento da FGV – Ibre também aponta os tipos de ocupação que mais recuaram em média, entre 2012 e 2019.

Os pesquisadores chamam a atenção para a redução de postos de trabalhadores classificados como elementares.

Na lista estão trabalhadores elementares da agropecuária, da pesca e florestais (fechamento de 300.489 vagas), trabalhadores elementares da mineração e da construção (-94.992) e trabalhadores domésticos e de limpeza de interior de edifícios (-70.743).

Na avaliação de Janaína, pelo menos dois fatores ajudam a explicar, em parte, o declínio das atividades. Ela relata que a modernização vem reduzindo funções associadas a tarefas repetitivas e operacionais.

Além disso, avanços incipientes na área de educação, entre 2012 e 2019, podem ter levado uma parte desses profissionais a migrar para outras atividades com rendimentos um pouco mais atraentes, especialmente dentro de serviços.

Segundo economistas, a crise gerada pela pandemia aumenta os desafios para a recuperação do mercado de trabalho no Brasil.

“É preciso um esforço para que o país aumente a qualidade educacional e que ela seja voltada para o mercado de trabalho a longo prazo”, diz Sérgio Firpo, professor de Economia do Insper.

Firpo acrescenta que, para avançar na geração de empregos, o Brasil também precisa colocar em prática uma agenda que estimule a competição entre as empresas.

EU ACHO …

SEU TEMPO DE VIDA DEPOIS DA MORTE

Morremos, acabou. O que pensarem de nós, pouco importará. Humm. Será mesmo que somos tão indiferentes à impressão que deixaremos? Alguma curiosidade há de se ter sobre como nosso nome circulará nas rodas de conversa (numa projeção otimista, dando como certo que alguns ainda falarão a nosso respeito). Quanto tempo devida você imagina que terá depois de expirado seu prazo de validade?

A boa notícia: enquanto alguém lembrar de você, sua morte será pardal. Minha avó lby ainda vive (morreu aos 90), meu colega Rooney ainda vive (morreu aos 34), meus dois primos Flavio ainda vivem (um partiu aos 60, outro aos 56).

E como contribuo para a imortalidade que lhes coube, eles que nunca foram pilotos de Fórmula l, jogadores de futebol, ídolos populares. Quem não é famoso, precisa garantir a própria imortalidade através da autêntica e sincera saudade.

Soube pelo obituário que um querido amigo perdeu o pai. Fazia anos que eu não tinha contato com ele, mas recordava de que os dois eram muito próximos, e imaginei seu abalo emocional. Já nem sabia onde esse amigo morava, ele que vivia trocando de país, mas descobri um e-mail antigo e tentei: mandei uma mensagem de condolências. A resposta veio em poucos dias. Meu amigo contou que, apesar de muito ligado ao pai, desconhecia certas atitudes de seu passado que nunca foram alardeadas. Sua morte fez brotar revelações comoventes. Os relatos chegavam de ex-colegas de profissão do pai, de habitantes da cidade do interior onde o pai morou quando jovem, de funcionários que haviam trabalhado para ele, de gente que nem ao menos o conheceu pessoalmente, mas que havia sido beneficiado por seus gestos. Para além de todo seu histórico de bom pai, bom marido e bom avô, meu amigo descobriu que ele havia sido, dentro da sua universalidade, um homem gentil, portanto, eterno não só para a família.

Como uma coisa puxa a outra, me veio a palestra on-line que a The School of Life promoveu, semana passada, com o psicanalista lrvin Yalom. Já com a idade avançada e vivendo o luto de uma recente viuvez, Yalom, autor de “Quando Nietzche chorou e outros livros sobre relações pessoais, confirmou: “Nossa imortalidade está condicionada à nossa gentileza, à maneira como tratamos conhecidos e desconhecidos”. Prosaico e profundo. É a cordialidade que nos manterá vivos na lembrança de quem conviveu conosco. Nem bens materiais, nem prêmios, nem festas, nem feitos: quando chegarmos ao final, nada contará tanto quanto nossos bons modos, nosso olhar amoroso e nossa disponibilidade para o afeto. É um alento. Morre cedo quem quer.

*** MARTHA MEDEIROS

marthamedeiros@terra.com.br

ESTAR BEM

DOR NO CORPO E CANSAÇO? PODE SER FALTA DE VITAMINA D

Baixo nível da substância no organismo já é um problema de saúde pública mundial; pouca exposição ao sol está entre as causas

Com dores no peito, nos ombros e braços, o engenheiro Roger Okura, de 37 anos, ficou preocupado e consultou um cardiologista em julho. Fez exames de imagem e de sangue, que revelaram um baixo nível de vitamina D, de 11,oo  ng/ml ­ a referência para o seu perfil é de 20 ng/ml, no  mínimo. Saiu do consultório com a prescrição de comprimidos de vitamina D por alguns meses e a recomendação de tomar sol para possibilitar a síntese da substância, além de praticar exercícios físicos com regularidade. O coração? Estava ótimo.

“Fico o dia todo enclausurado no escritório na semana. Tento tomar sol na hora do almoço, mas é por poucos minutos”, conta Roger. Depois de alguns meses de vitamina D, ele diz que as dores sumiram.

Casos de baixo nível de vitamina D no organismo, como o de Roger, são um problema de saúde pública mundial, inclusive no Brasil. Um estudo realizado pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz) em 2018 revelou que 68,9% dos participantes, com 18 a 60 anos, tinham níveis de vitamina D abaixo do recomendado (hipovitaminose).

A chamada “vitamina D” na verdade é um pré- hormônio que, associado ao  paratomônio (PTC), tem um importante papel na saúde óssea. Os baixos níveis podem causar doenças como a osteomalácia, que deixa os ossos frágeis e quebradiços, no caso dos adultos. Nas crianças, a deficiência de vitamina D pode resultar em raquitismo, que compromete o desenvolvimento dos ossos, explica a ortopedista Cecília  Richard, presidente do comitê de doenças osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). ”É muito comum receber pacientes com dores musculares, que podem ter causas diversas. A deficiência de vitamina D é uma delas.”

Idosos, pacientes que fizeram cirurgia bariátrica, pessoas em quimioterapia, obesos, por exemplo, devem ter seus níveis de vitamina D monitorados, segundo Cecília. Mas como o problema é comum em toda a população, ela alerta que todos devem se empenhar em tomar sol – ou suplementar com vitaminas. “Para ter uma estrutura óssea forte, é preciso cuidar da vitamina D desde a infância e praticar exercícios físicos de impacto. Isso fará diferença na saúde esquelética quando idoso”, diz.

SOL NA PELE

Para sintetizar a vitamina D naturalmente, é preciso tomar sol diretamente na pele. “A alimentação não supre as necessidades. A exposição frequente ao sol por 15 minutos, sem filtro solar em braços e pernas, por volta das 11 horas, garante bons níveis de vitamina D em pessoas saudáveis”, explica a endocrinologista Maria Lucia Fleiuss de Farias, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

A solução aparentemente simples é um desafio para a sociedade. “A poluição ambiental, o uso de filtro solar e hábitos de vida contribuem para a menor síntese de vitamina D na pele. As pessoas estão na frente do computador, da televisão”, diz Maria Lúcia.

Por ter trabalhado durante mais de 5 anos na área de TI na madrugada, Camila dos Santos Borda, de 39 anos, ficou com os olhos mais sensíveis à luz solar e passou a fugir do sol. Ao fazer os exames de rotina em 2018 levou um susto: estava com 6 ng/ml, nível muito abaixo do recomendado. “Tinha dores no corpo e um cansaço enorme. O médico disse que a deficiência da vitamina D era a causa desses sintomas”, conta. Desde então, toma o suplemento e se força a tomar sol com frequência, apesar de não gostar. Está com os níveis de vitamina D adequados – e se sente mais disposta.

CONFINADO

Por ficar confinado em casa durante a pandemia, o farmacêutico Felippe de Alencar Silva, de 31 anos, reduziu a sua exposição ao sol. Isso causou uta queda no seu nível de vitamina D, acusado no check­up feito em julho. O exame de sangue indicou que ele tinha 12,49 ng/m.l – o mínimo para o seu perfil é 20 ng/ml. A partir disso, ele começou a  tomar os comprimidos de suplemento de vitamina D diariamente. “Durante a semana, trabalho até as 18 horas dentro de casa. Não tenho espaço para tomar sol nem o costume. Nos fins de semana, tento fazer algo ao ar livre, caminhadas no parque”, diz.

Outras doenças, além das relacionadas aos ossos, estão ligadas à deficiência de vitamina D, afirma o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).  “A hipertensão arterial, a diabete, doenças autoimunes e câncer já foram associados à deficiência de vitamina D”, alerta. Segundo ele, a insuficiência de vitamina D também enfraquece o sistema imunológico, o que abre portas para vírus e bactérias patogênicas – inclusive para o coronavírus.

“Parece sensato recomendar suplementação para atingir níveis adequados de vitamina D”, diz Maria Lúcia. O consumo de suplementos de vitamina D praticamente dobrou no Brasil  no primeiro ano da pandemia: cresceu 93%no Brasil entre abril de 2020 e abril de 2021, segundo a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). A professora Alicia Kowaltowski, da Bioquímica da USP, adverte para o consumo excessivo. “O suplemento de vitamina D nunca deve ser tomado sem orientação médica e sem dosagem anterior dos seus níveis individuais.”

A MELHOR MANEIRA DE SE OBTER VITAMINA D

MELHOR HORÁRIO

O banho de sol é o principal responsável pela disponibilidade de vitamina D no corpo. Os raios UV B são os que permitem a síntese da substância na pele. Eles incidem mais fortes ente entre 10h e 16h. Porém, os raios UV B também podem provocar vermelhidão e câncer de pele. Por isso, não vá muito além dos 15 minutos de exposição diária nesse horário. Quanto mais longe da Linha do Equador, maior deve ser o tempo de exposição.

POUCA ROUPA É MELHOR

Tome sol diretamente na pele, que só vai sintetizar vitamina D se não estiver coberta por roupas ou chapéu. Por isso, arregace as mangas e exponha a maior área de pele sempre que estiver ao sol. E abra a janela, pois o vidro bloqueia raios UV B.

PROTETOR SOLAR

O uso do protetor solar previne o câncer de pele e evita o seu envelhecimento precoce. Mas, se todo o seu corpo estiver coberto com a loção, não será possível que os raios UV B incidam para promover a síntese de vitamina D.

ALIMENTAÇÃO AJUDA, MAS NÃO RESOLVE

As fontes alimentares podem corresponder a 20% da vitamina D presente no corpo – o resto é promovido pela exposição solar. Atum, salmão, gema de ovo e leite integral são ricos em vitamina D.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

ELETRÔNICOS ROUBAM SONO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Noites mal dormidas nas faixas etárias observadas prejudicam o desenvolvimento, a concentração e afetam o rendimento escolar, além de provocarem alterações no comportamento. Quanto mais tempo em frente a telas, pior o desenvolvimento, dizem estudos

As crianças entre seis e 13 anos, na Espanha passam quase cinco horas por dia em frente a alguma tela. Esse dado cresce até alcançar seis horas e meia durante os fins de semana, aponta estudo da Associação para Pesquisa de Meios de Comunicação da Espanha (AIMC). Agora. a Universidade do Sul da Dinamarca fez uma revisão sistemática de 49 pesquisas sobre a relação dos aparelhos eletrônicos com o descanso entre os mais jovens (crianças e adolescentes até 15 anos), e os resultados foram publicados na revista científica BMC Public Health.

A principal conclusão é de que há uma relação direta entre o uso dos meios eletrônicos e menos horas de sono. Porém, além desta conclusão geral, os pesquisadores têm reconhecido resultados para cada faixa etária. Até cinco anos, o uso da televisão e de tablets provoca dificuldades para adormecer, além de uma menor duração do sono. O uso estendido de televisão também é associado a um aumento dos cochilos, o que sugere uma consolidação de um sono mais deficiente e padrões de sono menos maduros.

No grupo seguinte, de seis a 12 anos, o uso de telas, de maneira geral, e especialmente antes de dormir, além da presença destes aparelhos no quarto, está diretamente relacionado com deitar-se mais tarde e uma qualidade do sono inferior. Além disso, se as telas são de televisões ou celulares, há uma associação com distúrbios do sono e o despertar durante a noite.

No último período de ida de observado, formado por adolescentes de até 15 anos, o uso de aparelhos, em especial de celulares e computadores, também implicou uma redução das horas de sono, além de problemas para adormecer. Neste grupo, o uso das redes sociais foi também associado a uma má qualidade do sono.

CONSEQUÊNCIAS

A falta de descanso nesses grupos de idade pode provocar dificuldades na concentração e no rendimento escolar e alterações no comportamento, explica o vice-presidente da Sociedade Espanhola do Sono, Javier Puertas. No entanto, estas não são as únicas consequências que podem ser acarretadas:

“O hormônio do crescimento é secretado especialmente em um momento, durante um tipo de atividade cerebral chamada sonhos de ondas lentas. Se o tempo que passamos nesse período de sono for reduzido porque dormimos menos horas ou porque temos uma alteração na sua qualidade devido a interrupções, menos hormônios de crescimento são produzidos,  e pode haver diminuição do referido crescimento”, diz Puertas.

A revisão incluiu estudos realizados entre 11 de janeiro de 2009 e 31de agosto de 2019 na América do Norte, Europa, Austrália, Nova Zelândia e alguns que são a junção de pesquisas realizadas em diversos países. Os parâmetros que foram analisados são a hora de ir dormir, a qualidade e duração do sono e o cansaço no dia seguinte.

O que  todos eles têm em comum é que cobrem uma variedade de dispositivos eletrônicos: celulares, televisores, tablets, computadores e consoles de  jogos eletrônicos.   Em  relação aos  participantes, foram divididos em três períodos: de O a 3 anos; de 6 a 12 e de 13 a 15. O número de crianças que participaram destas análises foi de 55 no caso dos mais pequenos e 370 mil no caso dos mais velhos, de acordo com a equipe da Universidade do Sul da Dinamarca.

Lisabeth Lund, do Instituto Nacional de Saúde Pública da Dinamarca, e uma das autoras principais da revisão, explica que, no primeiro momento, os dados foram encomendados pelo governo para produzir um guia. No final, eles decidiram torná-lo público porque  acreditam que é um campo importante da saúde pública e pode ser usado por outros países para desenvolver diretrizes.

PREOCUPAÇÃO GLOBAL

Esta não é a primeira revisão sistemática sobre esta questão. A primeira foi publicada em 2015, um total de 20 estudos foram revisados e os resultados são muito semelhantes aos da última pesquisa: há forte evidência de uma ligação entre acesso ou uso de aparelhos eletrônicos e a redução da quantidade e qualidade do sono, bem como aumento da sonolência diurna.

A preocupação com as telas para crianças é tão grande que a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou diretrizes em 2019 para o uso responsável dos aparelhos por crianças pequenas.  As recomendações mais importantes são evitar seu uso por crianças com menos de um ano de idade e, uma vez passada esta etapa, não utilizar estes dispositivos por mais de uma hora até a idade de quatro anos. Em qualquer caso, a OMS recomenda passar o mínimo de tempo possível com essas ferramentas tecnológicas.

As telas e o desenvolvimento das crianças, embora não diretamente relacionadas ao repouso, já foram estudadas em crianças canadenses. A pesquisa mostrou que quanto mais tempo se passava com estes dispositivos entre os dois e os três anos de idade, pior era o desempenho ao fazer testes de desenvolvimento posteriormente.

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