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PESSOAS COM NANISMO REFUTAM RÓTULO DE ANÃS E BUSCAM VISIBILIDADE

Grupo quer inclusão no mercado de trabalho e na moda e se sentir parte da sociedade com voz e reconhecimento

As pessoas com nanismo não admitem mais serem tratadas como anãs ou anãzinhas. O termo, dizem, é ridicularizado, estereotipado e não condiz com quem busca mais inclusão, ser ouvido e reconhecido pela sociedade. “A informação é a melhor arma contra o preconceito. Anão é um termo muito antigo e usado em histórias da mitologia, em filmes que mexem de fantasia cheios de estereótipos. Essa palavra carrega aspectos negativos para nossa visibilidade como seres humanos”, diz Fernando Vigui, educador e presidente da Associação Nanismo Brasil.

E é imbuída de valores mais atuais que a família de Enzo da Silva Farias, 7, que nasceu com nanismo, tenta ensinar o menino a se reconhecer e se afirmar diante de sua realidade.

“Jogamos aberto com o Enzo e procuramos que ele tenha o máximo de contato com outras pessoas com nanismo para que saiba que tem suas diferenças, mas não tem limites para nada. Explicamos a realidade e falamos sempre que ele tem direitos a serem respeitados”, diz a mãe, Juliana da Silva Siqueira Farias, 40.

Para ampliar o sentimento de pertencimento social dele, a família promoveu acessibilidade na casa, no mobiliário e procurou uma escola que acolhesse suas necessidades.

“Isso fortalece no sentido de autonomia e dá independência. Ele sabe que tem nanismo, mas também que é capaz de fazer tudo o que quiser se houver condições”, conta Juliana.

Outra frente em que pessoas com nanismo têm atuado para demonstrar suas necessidades e reforçar suas identidades é a busca por roupas e acessórios que atendam adequadamente suas medidas.

Uma iniciativa encabeçada pela Nanismo Brasil fez um estudo com centenas de pessoas pequenas até chegar a padrões de medidas (PP, P. M,G e GG) específicas para o grupo.

Atualmente, segundo Fernando Vigui, o ajuste de uma peça convencional para uma pessoa com nanismo pode ser mais dispendioso que a própria roupa e tem resultado nem sempre satisfatório.

A marca Via Voice For Fashion se atentou a esse mercado e tem investido em coleções. Neste mês, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo (celebrado em 25 de outubro), a marca lançou novas peças.

“Há uma frustração das pessoas com nanismo em não se identificarem com nenhuma peça de roupa. A moda diz muito sobre nossa expressão e personalidade. Quando há dificuldade de encontrar algo que seja ideal para você, isso impacta a autoimagem”, diz Josi Zurdo, da Via Voice For Fashion. Segundo ela, se acumulam relatos de pessoas com nanismo que acabam deixando de lado a vaidade por falta de opções. “A roupa é fator primordial na construção da autoestima. A moda é ferramenta de empoderamento e comunicação e não ter acesso a isso te limita.”

Também em ambientes corporativos as pessoas com nanismo têm atuado em busca de conhecimento e visibilidade. A Lei de Cotas, que amparam trabalhadores com deficiência no mercado de trabalho, abarca a condição.

Patrícia Costa Byrro, 31, é advogada em uma multinacional e procura ampliar a consciência dos colegas e de gestores de que o nanismo não a limita profissionalmente e como parte atuante da empresa.

“Tento trabalhar o pertencimento mostrando que não fui contratada só para cumprir uma cota e sim para contribuir com meu trabalho e agregar valor à equipe”, diz. “Mostro a Patrícia que quer contribuir e crescer na profissão. Pertencimento é se sentir parte do todo. Quando vamos além da capacidade limitada, mostramos que somos maior do que uma imposição física.”

Tornar o local de trabalho acessível incorporando necessidades do trabalhador com nanismo, nas palavras da advogada, também é essencial para o avanço do “fazer parte”, mote levantado pelo grupo.

“O ambiente faz com que o colaborador sinta-se parte ativa daquela construção. Ele não se sente deslocado ou pensa que aquele ambiente não é para ele, pelo contrário, se sente mais motivado”.

Segundo a Nanismo Brasil, os avanços por mais qualidade de vida e fortalecimento social também se dão em áreas como a nutrição, que estuda a melhor forma de alimentação para essa condição, uma vez que o IMC (índice de Massa Corporal) tradicional costuma indicar obesidade mórbida para pessoas com nanismo; a medicina, com pesquisa relativa à estrutura óssea e cuidados corporais; e condicionamento físico, com o desenvolvimento de práticas esportivas mais adequadas.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 30 DE NOVEMBRO

O CAMINHO DO HOMEM CULPADO

Tortuoso é o caminho do homem carregado de culpa, mas reto, o proceder do honesto (Provérbios 21.8).

Há dois tipos de culpa: a real e a irreal; a verdadeira e a fictícia. Há pessoas que não têm culpa, mas por ela são assoladas; há outras que têm culpa, mas não a sentem. Algumas pessoas têm a consciência fraca e se sentem culpadas mesmo sendo inocentes; outras têm a consciência cauterizada e, mesmo transgredindo, não sentem nenhuma culpa. Não estamos falando aqui da culpa irreal, mas da verdadeira. Uma pessoa que vive em pecado não tem paz. Seu coração é um mar revolto que lança de si lodo e lama. A solução não é amordaçar a voz da consciência e eliminar a culpa. É arrepender-se, confessar o pecado e mudar a conduta. O culpado segue caminhos errados. Para justificar um erro, comete outros erros. Para se livrar de uma mentira, precisa articular outras tantas. O culpado enrola-se num cipoal e não consegue livrar-se de suas próprias armadilhas. Um abismo chama outro abismo, e a pessoa se perde nesse caminho tortuoso e cheio de bifurcações. Diferente é a vida do homem honesto. Ele anda na luz. Sua conduta é irrepreensível, seu proceder é honrado, e seu caminho é reto. O homem honesto tem consciência limpa, coração puro e mãos incontaminadas. Seu passado é limpo, sua vida é um legado, e seu futuro é um exemplo a ser imitado.

GESTÃO E CARREIRA

CARREIRAS QUENTES – I

A crise segue, mas alguns setores já aceleram as contratações. O Guia Salaria da consultoria de recrutamento Robert Half, mostra quais são os cargos que estarão em alta em 2022, e como andam as remunerações nessas áreas.

O noticiário bate numa só tecla: o desemprego. De fato. Nunca vimos índices acima dos 14%. Mas há um outro lado nessa moeda: mesmo com recessão, pandemia e desgoverno, o Brasil ainda é a 12ª maior economia entre as 207 nações monitoradas pelo Banco Mundial. Nossa indústria, comércio e serviços garantem um PIB que coloca o Brasil bem à frente de outras nações. O bolo segue pessimamente dividido, claro, mas é grande.

Nisso, os donos do bolo se deparam com um problema: a má formação dos brasileiros. Trata-se do legado mais podre dessa má divisão: um país que não encontrou um jeito de melhorar a educação e capacitação profissional da maioria de seus cidadãos. O resultado é que, mesmo com 14 milhões de pessoas em busca de trabalho, 69% dos empregadores se queixam da falta de profissionais qualificados. É o que mostra o Guia Salarial da empresa de recrutamento Robert Half – que traz as expectativas das carreiras com mais demanda para 2022.

Nessa realidade, quem está mais bem preparado vira ouro. Os mais disputados ainda são os trabalhadores de tecnologia. Todos os segmentos da economia precisaram abraçar a” transformação digital” e a TI, que já era essencial, ganha ainda mais destaque.

Outra área em evidência é o marketing. O celular se tornou o novo shopping. Isso virou de ponta-cabeça as estratégias de divulgação, e precisa-se de gente nova para tocar essa revolução dentro das empresas.

Um fator que está movimentando o mercado é o aumento de fusões e aquisições. Entre as mais célebres, estão a da varejista Grupo Soma, que comprou a Hering por RS 5,1 bilhões; e a junção entre a Hapvida e a Notre Dame Intermédica. Mas dados da consultoria KPMG mostram que, em dez anos, nunca houve tantas operações desse tipo. Só no primeiro semestre, foram 1.804.

Isso joga luz nos profissionais de M&A – mergers and acquisitions, ou fusões & aquisições, no bom e cada vez menos utilizado português. Esses profissionais são responsáveis por acompanhar todo o processo de compra, venda ou fusão das companhias. A crise, porém, bate na parte salarial. “Para o ano de 2020, a gente não deve ver mudanças gritantes.

As empresas ainda estão preocupadas como impacto da Covid-19 na economia e isso afeta a remuneração”, afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

Veja a seguir, quais são as expectativas para o mercado de acordo com a Robert Half, além dos cargos e salários para as sete áreas de atuação que devem bombar em 2022.

COMO LER AS TABELAS

Os salários listados aqui não incluem bônus, benefícios e outras formas de remuneração. O valor de cada cargo é dividido em três perfis nos quais cada faixa é determinada pelo nível de qualificação, experiência do candidato e complexidade do cargo. Os comparativos salariais entre os anos de 2021 e 2022 foram feitos com base no perfil e, no qual a maior parte dos profissionais se encontra.

FINANÇAS E CONTABILIDADE – O FILÉ MIGNON FINANCEIRO

Se no começo da pandemia  a área de finanças foi essencial para controlar os custos das companhias, agora é ela quem lidera a expansão das empresas para uma eventual retomada.

E surgem cargos mais especializados. ”Antes, a gente sentia uma demanda maior para áreas de contabilidade, controle fiscal e tesouraria. Agora, saímos desse arroz com feijão e estamos no filé mignon da área. A tendência é de aumento dos profissionais de planejamento financeiro, fusões & aquisições, relações com investidores e captação de recursos”, afirma Marcela Esteves, gerente de recrutamento da Robert Half.

O setor cada vez mais exige profissionais que lidem com grandes quantidades de dados. Logo, conhecimento avançado de ferramentas de business intelligence e ERP (sistema integrado de gestão empresarial) e, claro, Excel, são essenciais. A vantagem da transformação digital é a diminuição de atividades operacionais – já que vários processos se tornam automatizados. Isso abre espaço para profissionais com maior capacidade analítica e visão estratégica

NO OLHO 00 FURACÃO

Maria Isabel Antonini, de 35 anos, lida com M&A há dez anos. Passou pelo Itaú, Grupo Pão de Açúcar e Via. Mas ela afirma que um dos seus maiores desafios profissionais foi ano passado, como CFO da startup de beleza Singu. A belo-horizontina liderou as negociações de investimento entre a Singu e a Natura. “Um processo de fusão entre uma startup e uma grande empresa é como se fosse uma operação entre Davi e Golias. É mais difícil de precificar, alinhar a parte burocrática e conseguir se impor nas negociações.” Claro que conhecimento técnico, como o de modelagem financeira (conjunto de técnicas para atribuir o preço justo de uma empresa no mercado), conta (e muito) para exercer o cargo. Mas ela destaca que a habilidade mais importante para o profissional de fusões e aquisições é o jogo de cintura. “Quando você senta em uma mesa de negociação, tem vários interesses no meio e agendas diferentes. Saber ouvir e ser flexível é fundamental.”

EU ACHO …

COMO ‘RECRIAR OS FILHOS’ PÓS-PANDEMIA

Será prioridade ensinar o valor do cuidado de si – que se estende ao cuidado com o outro

Será que teremos de mudar algumas direções em nossas atitudes educativas com os filhos após esse longo período – que ainda não terminou – de pandemia? Tenho refletido a esse respeito, estimulada pela questão que uma mãe me trouxe: “Como recriar os filhos depois de tanto tempo sem escola”·

Temos muito no que pensar sobre esse tema, mas já dá para colocar em prática o que muitos adultos, principalmente, aprenderam durante esse período. Daqui para a frente, será prioridade ensinar aos filhos a importância do autocuidado – que leva ao cuidado com o outro. Uma discussão atual – tomar ou não vacinas – nos lembra que não vivemos sozinhos.

Da família à escola, ao trabalho, à vida social em todos os seus aspectos, estamos sempre em grupos, o que requer cuidados. Como colaborar com a proteção coletiva?

Tomemos dois exemplos: o sarampo e a poliomielite. O sarampo já havia sido declarado erradicado no Brasil; porém, voltou a circular, acompanhando o baixo índice de vacinação. A poliomielite está considerada erradicada, mas o momento é preocupante: em 2019, uma pesquisa mostrou que só metade da população se vacinou contra essa doença.

Percebe que podemos, com o autocuidado, promover o cuidado com o outro? E o cuidado tema ver não só com a saúde e o bem-estar, mas também com a vida boa e respeitosa. Sempre é bom lembrar que, quando o grupo (familiar, social) vive bem, nossa vida pessoal fica melhor.

Os pais, quando cuidam das crianças pequenas, estão, indiretamente, ensinando o cuidado de si. Mas, a partir dos 6, 7 anos, é importante ensinar diretamente. Mostrar ao filho que ele arca com alguma consequência ruim por não ter avaliado os riscos de determinada atitude antes de tomá-la é um bom exemplo. Quanto aos adolescentes, é mais importante que eles já saibam o básico, mas continuem aprendendo como cuidar bem de si. Nessa fase da vida, há muitas tentações, e eles têm de pensar que, antes de ceder a essas iscas, precisam saber dos riscos que elas podem conter.

Outro tema que deverá nortear de agora em diante a educação dos filhos é a construção do processo de autonomia. Após quase dois anos apegados aos pais, será necessário incentivar o caminhar com as próprias pernas, sempre conforme a etapa vivida no momento. Como fazer? De início, tomando uma atitude simples: não fazer nada pelo filho que ele já possa fazer por si  mesmo. Aliás, você se deu conta de quantas coisas faz por ele que deveriam ser da conta dele? Por que fazemos isso? Porquê?

*** ROSELY SAYÃO – psicóloga, consultora educacional e autora do livro “Educação sem blá- blá- blá”

ESTAR BEM

VEGANISMO EM ALTA

As vantagens e os perigos de se aderir à dieta sem carne

“Para mim, o veganismo não é uma linha reta. Hoje em dia me sinto feliz por não ter mais recaídas, mas elas aconteceram no começo”, confessa Luísa Motta, de 22 anos, uma das influenciadoras veganas mais conhecidas do país. Dona do canal de receitas Larica Vegana, ela tem cerca de meio milhão de seguidores no Youtube, onde prepara de bacalhoadas sem peixe a fondue.

O interesse pelo veganismo mais que dobrou online entre 2015 e 2021, segundo o Google. E a tendência se reflete à mesa: pesquisa do lpec (antigo Ibope) divulgada em agosto mostrou que 46% dos brasileiros não comem carne por opção ao menos uma vez na semana e 32% preferem a alternativa vegana, em restaurantes em que é ofertada.

A redução ou eliminação do consumo de produtos animais tem sido apontada como um caminho para garantir a sobrevivência do planeta, reduzir o sofrimento dos animais e melhorar a saúde.

“Eu nunca afirmaria que todas as pessoas se adaptam à dieta vegetariana estrita. Não falaria isso a respeito de nenhuma dieta. Existem pessoas que não se adaptam a uma dieta com carne também”, afirma Luísa.

Mas nem tudo são flores – ou folhas de couve ricas em antioxidantes: influencers que ganharam milhares de seguidores e muito dinheiro com feeds coloridos cheios de frutas, legumes e receitas veganas protagonizaram polêmicas e expuseram os riscos de se aderir ao estilo de vida só pelo hype e pelos likes.

O caso mais emblemático é o da californiana Yovana Ayres, a Rawvana (ou Cruvana, em português), que pregava a dieta vegana crudívora até 2019. Ostentava três milhões de seguidores – até ser flagrada em Bali comendo peixe e alegar motivos de saúde. Estava anémica, não menstruava há meses e enfrentava problemas intestinais. Em um pedido de desculpas em meio ao cancelamento que sofreu, revelou que há pelo menos três anos não seguia a dieta que pregava.

A australiana Bonny Rebecca, outra influencer que abandonou o veganismo em 2019 após alegar problemas digestivos e foi prontamente cancelada, hoje se diz traumatizada com as críticas que recebeu da comunidade. Em seu canal no Youtube, passou a defender que nem todo corpo se adapta ao veganismo.

“A ciência mostra que não há justificativa fisiológica, bioquímica ou nutricional que obrigue um ser humano a comer produtos animais. É escolha, não necessidade”, rebate Alessandra Luglio, nutricionista especializada em veganismo e referência na área.

“Pessoas como elas fazem escolhas alimentares equivocadas, com dietas com poucas calorias e deficiências nutricionais. Tudo pelo padrão de beleza das redes. Depois desistem e culpam o veganismo”.

Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, o médico Durval Ribas discorda que a dieta seja para todos. Segundo ele, todo fenômeno biológico está inserido na curva gaussiana, que prevê que 16% das pessoas respondem bem a terapias médicas, incluídas as intervenções nutricionais – a porcentagem aproxima-se dos 14% de brasileiros que declararam ser vegetarianos em pesquisado IBOPE de 2018. Outros 16% respondem muito mal a esses tipos de mudanças. São, segundo Ribas, aqueles que não conseguiriam levar o cardápio sem carne adiante. As chances são menores quanto mais restrita a dieta, diz.

Em comum, os especialistas concordam que uma alimentação equilibrada, com verduras e frutas em abundância, melhora a saúde. E quem optar pela transição deve fazê-la com calma e muita informação sobre como fazer boas substituições. A supervisora em um banco digital Ana Quintero, 27, trilhou esse caminho e, em janeiro, fez a transição do vegetarianismo para o veganismo. Diz que a mudança despertou o amor pela culinária e, com auxílio de um psiquiatra nutrólogo, passou a lidar com a compulsão alimentar e intolerância à lactose.

“Talvez não seja a salvação para todo mundo, mas me ajudou muito a ter outra relação com a comida”, diz.

Já a publicitária Andrea Oliveira, 33, não teve a mesma sorte. Foi ovolactovegetariana por 7 anos mas, sem acompanhamento profissional, só substituiu as carnes por uma dieta de massas e carboidratos ricos em glúten. Passou a ter crises alérgicas severas e ouviu dos médicos que o período a fez desenvolver doença celíaca. Então adotou o flexitarianismo (em que se reduz alimentos de origem animal).

“Sem glúten e sem carne, ficou inviável. Quem é mais engajado acha que sempre tem uma solução. E tem mesmo. Mas com filho, trabalho, restrições alimentares e os preços menos acessíveis, nem penso em voltar”.

FOCO NOS GANHOS

Ricardo Laurindo, presidente da Sociedade Brasileira Vegetariana, sugere focar naquilo que se ganha.

“O cérebro não gosta da sensação de perda, então ao invés de pensar que nunca mais vai comer carne, foque nos ganhos de saúde, na diferença na vida dos animais e meio ambiente e nas comidas novas que vai provar”.

Estudos científicos indicam que veganos teriam menor nível de colesterol, 15% menos chances de câncer e risco menor de infarto e diabetes do tipo 2. Os impactos sobre o planeta também são atenuados: juntas, as indústrias de carne e laticínios são responsáveis por 14,5% das emissões de gases estufa.

Mas alguns dos riscos de quem decide fazer a transição pelos modismos, sem acompanhamento médico e informação, são piora na saúde, desequilíbrios nutricionais (como carência de vitamina B.12) e autoconfiança.

Para a nutricionista vegana Alessandra Luglio, calma é a chave. Ela recomenda reduzir aos poucas os produtos animais e atentar para as mudanças na disposição e no apetite. Muito cansaço, fome ou sono podem ser alertas para ajustes nas porções ou seus macronutrientes (como proteínas e carboidratos). O bife que era a estrela do prato pode dar a vez a mais verduras, leguminosas e grãos.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

ELAS NÃO AGUENTAM MAIS

Sobrecarregadas ao extremo durante a pandemia, as mulheres são as principais vítimas da síndrome de burnout. De acordo com pesquisas, elas chegaram ao colapso

Há algo de paradoxal na situação atual das mulheres. Nunca foi tão intensa a mobilização por equidade com os homens, pelo direito de decidir o que fazer com o próprio corpo e contra a violência de gênero. Ao mesmo tempo, poucas vezes na história elas estiveram tão exaustas pelo acúmulo de funções como mães, parceiras e profissionais e tão pressionadas por uma cultura que exalta a perfeição. Embora as bandeiras estejam aí e um movimento real de mudança ganhe força, ainda permanece uma distância imensa separando o gênero feminino de uma realidade menos pesada e punitiva. A pandemia de Covid-19, claro, contribui para fazer com que a vida delas – ou da maior parte – tenha se transformado em um caos. Ou em um inferno, dependendo do momento. O trabalho em casa, as aulas on-line dos filhos, a louça na pia, o cuidado com os pais e nem um segundo para si próprias levaram as mulheres ao esgotamento.

O retrato da situação está exposto na crueza dos resultados da pesquisa Women in the Workplace 2021, feita pela consultoria McKinsey & Company e pela organização Leanln. Depois de entrevistarem mais de 65.000 pessoas de 423 empresas nos Estados Unidos e Canadá, os pesquisadores concluíram que 42% das mulheres sofrem com sintomas da síndrome de burnout. Entre os homens, a taxa foi de 35%. Em 2020 e 2019, os índices eram de 32% e 28%, respectivamente. A síndrome de burnout é uma doença dos nossos tempos. Primeiramente observada pelo psicanalista alemão Herbert Freudenberger em 1974, foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como síndrome em 2019. Caracteriza-se pelo cansaço extremo e esgotamento físico e mental resultantes de situações desgastantes ligadas ao trabalho ou relacionadas a altas cargas de stress. Entre os sintomas estão os sentimentos de fracasso e insegurança, insônia, mudanças no apetite e dores de cabeça frequentes. No levantamento realizado pelas consultorias, nada menos do que 50% das mulheres que ocupavam cargos de gerência manifestaram sintomas de forma persistente. Quanto mais elevada a posição na carreira profissional, maiores as responsabilidades, as cobranças e, em milhares de casos, os problemas domésticos.

Aqui a situação não é diferente. Considerado pela International Stress Management Association o segundo país com maior número de pessoas afetadas pela síndrome em 2019, atrás somente do Japão, o Brasil viu subir suas taxas na pandemia. Segundo o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, houve um acréscimo de 21% nos casos de exaustão ligada ao trabalho em comparação com os meses que antecederam a crise sanitária. Outro estudo, executado pela Locked Down, Burned Out e publicado pela editora De Gruyter, na Alemanha em 2020, mostrou que a interrupção de relações importantes para a saúde mental, como a convivência social, e a desigualdade no mercado de trabalho também influem nesses índices. Mesmo com as diferenças diminuindo, as discrepâncias de salário e de tipo de emprego entre os gêneros continuam graves. O mercado brasileiro é um dos mais aviltantes nesse sentido. No relatório Global Gender Gap de 2020, do Fórum Econômico Mundial, o país ocupa a 931 posição em um ranking que classifica as nações de acordo com a igualdade salarial entre homens e mulheres. A lista tem 153 países.

No seminal livro O Segundo Sexo, lançado em 1949, a filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) já intuía que as atribuições sociais dadas ao corpo feminino estariam na raiz da desigualdade de tratamento entre homens e mulheres. “Cuidar de sua beleza, arranjar-se, é uma espécie de trabalho que lhe permite apropriar-se de sua pessoa como se apropria do lar pelo seu trabalho caseiro; seu eu parece-lhe, então, escolhido e recriado por si mesma. Os costumes incitam-na a alienar-se assim em sua imagem.” As palavras de Simone explicam a discriminação persistente à passagem do tempo, com a mulher até hoje submetida a estereótipos que a aprisionam. Os dados trazidos pelas pesquisas sugerem, no entanto, que elas podem estar chegando a um ponto de inflexão. A exaustão de ser quem a filósofa tão bem descreveu está insuportável. Elas não aguentam mais.

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