EXPECTATIVA DE VIDA NA PANDEMIA CAIU ATÉ 2 ANOS
Queda global foi comparável à da Segunda Guerra. Estados Unidos ficaram no topo do ranking da Universidade de Oxford

A pandemia reduziu a expectativa de vida em 2020, na maior queda desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com um estudo da Universidade de Oxford publicado em setembro. A redução mais expressiva foi entre homens americanos, com cerca de dois anos a menos.
A expectativa de vida caiu mais de seis meses em comparação com 2019 em 22 dos 29 países analisados no estudo, que abrange Europa, Estados Unidos e Chile. Houve reduções na expectativa de vida em 27 dos 29 países em geral.
A universidade informou que a maioria das reduções na expectativa de vida em diferentes países pode estar ligada às mortes confirmadas causadas pela Covid-19. Houve quase 5 milhões de óbitos provocados pelo novo coronavírus até agora, mostra uma contagem da Reuters.
“O fato de nossos resultados destacarem um impacto tão grande, que é diretamente atribuível à Covid-19, mostra o quão devastador foi esse choque para muitos países”, disse Ridhi Kashyap, coautora principal do artigo, publicado no lnternational Journal of Epidemiology.
Houve quedas maiores na expectativa de vida dos homens do que das mulheres na maioria dos países, com o maior declínio nos homens americanos, que viram a expectativa de vida cair 2,2 anos em relação a 2019.
No geral, os homens perderam mais de um ano em 15 países, em comparação com as mulheres, em 11 países. Isso eliminou o progresso na mortalidade que havia sido feito nos 5 e 6 anos anteriores.
Nos Estados Unidos, o campeão de óbitos por Covid-19 no mundo, com 688 mil pessoas vitimadas pela doença, o aumento da mortalidade ocorreu principalmente entre pessoas em idade produtiva e menores de 60 anos, enquanto na Europa, as mortes entre pessoas com mais de 60 anos contribuíram de forma mais significativa para o aumento da mortalidade. Kashyap apelou a mais países, incluindo nações de baixa e média renda, para disponibilizar dados de mortalidade e com isso expandir a abrangência dos estudos futuros.
“Pedimos urgentemente a publicação e disponibilidade de mais dados desagregados para melhor compreender os impactos da pandemia globalmente”, disse ela.
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