OUTROS OLHARES

AUMENTA INTERESSE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM FORMAR FAMÍLIA NO PAÍS

Crescimento da inclusão e avanços na medicina ajudam a entender a tendência, mas há preconceito

Mais acesso ao trabalho, ao lazer e à vida social, avanços tecnológicos e médicos, difusão de informações e de direitos, inclusão. Todos esses elementos ajudam a explicar um movimento crescente que envolve pessoas com deficiência no Brasil: a formação de famílias e a geração de filhos.

Tem sido cada vez mais comum se deparar com pais e mães que guardam diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, o que se contrapõe a antigos preconceitos contra pessoas com deficiência – o chamado capacitismo – que viam esses como assexuados, dependentes, e até mesmo infantilizados.

A médica Natália de Sousa Zufelato, 36, casada com Marcos José Zufelato, 47, ambos cadeirantes, avalia que pessoas com deficiência passam por um momento histórico no Brasil em relação a conquistas. Eles são pais de duas meninas, Rafaela, 5, e Júlia, 1. “Não era comum ver pessoas com deficiência estudando, trabalhando, namorando. Era mais difícil ter uma vida ativa, constituir uma família. Com mais acessos sendo garantidos, estamos vendo uma evolução. As pessoas estão indo à escola, ao trabalho, tendo suas necessidades supridas, tendo mais oportunidades e mais qualidade de vida. Com isso, elas crescem, se desenvolvem, conhecem parceiros, como quaisquer outras”, afirma.

De acordo com a psicóloga Karla Garcia Luiz é preciso ‘tirar o acesso do campo individual e transpor para o campo coletivo, da justiça social. Para Karla, que pesquisa o tema na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e que também é pessoa com deficiência, “parece absurdo que precisemos garantir em lei e em políticas públicas que a gente tem o direito de fazer sexo e se relacionar. No entanto, historicamente, a deficiência serviu como argumento para que muitos direitos básicos nos fossem negados. É preciso que nos reconheçam como pessoas, como humanos”, afirma.

O Brasil não dispõe ainda de estatísticas oficiais que demonstrem e concretizem a percepção de crescimento de pessoas com deficiência compondo famílias e tendo filhos, movimento que se manifesta em grupos organizados, redes sociais e organizações representativas.

Mais do que desafios logísticos apresentados pelas condições físicas, sensoriais ou intelectuais diferentes em relacionamentos ou na criação de filhos, é a interação social, o que ainda precisa ser mais naturalizada, nas palavras de quem faz parte do grupo.

“Ser pai ou mãe sem deficiências já não é fácil, então, para quem tem deficiência os desafios triplicam. A sociedade ainda é muito preconceituosa. Muitos não acreditam que os filhos são nossos. É comum ser abordado na rua com esse questionamento e com perguntas do tipo quantas babás nós temos, duvidando de nossa capacidade de cuidar dos meninos. Mal sabem que não temos nenhuma “, diz Genival Silva dos Santos, 42.

Ele e Kátia Antunes Marques dos Santos, 39, são cegos e tiveram filhos gêmeos – Matheus e Patrick – há pouco mais de um ano. “Não cabe mais esse olhar de espanto, que julga a capacidade da pessoa com deficiência. Somos sujeitos de deveres e obrigações independentemente da condição de deficiência”, afirma ele.

Segundo Karla, que se tornou mãe recentemente, o preconceito sobre essas questões ainda deve resistir por muito tempo. “Somos oprimidos na expressão da nossa sexualidade, da orientação sexual, de gênero, de reprodução, da possibilidade de gerar e cuidar de filhos. O que devemos fazer é tentar romper com estruturas capacitistas compreendendo que a sexualidade faz parte da condição humana, assim como a deficiência.”

Com osteogênese imperfeita, síndrome genética e hereditária que fragiliza os ossos, a médica Lorena Carneiro do Amaral, 39, e o marido, o advogado Paulo Pereira Cardoso, 32, que tem a mesma condição que a dela, atribuem também ao avanço da medicina a ampliação das possibilidades de vida familiar para pessoas com deficiência.

“Hoje há mais acesso também à medicina reprodutiva. Alguns tipos de deficiência vão recorrer à fertilização in vitro, por exemplo. Pessoas com tetraplegia ou paraplegia podem necessitar de uma biópsia testicular. No meu caso, precisei de um útero de substituição não parental (uma voluntária de fora da família faz a gestação), o que foi autorizado pelo Conselho Federal de Medicina”, declara Lorena, que tornou-se mãe de Antonella há dois anos.

Ela encara com naturalidade os questionamentos dos outros em relação a sua maternidade. “Vejo muita admiração e curiosidade sobre nossa história. As pessoas querem saber como foi a gestação, se o processo foi natural. A minha preocupação é com a formação da minha filha, com o entendimento dela em relação a ter pais com diferenças. Estou trabalhando isso desde já”.

A composição de famílias por pessoas com deficiência, nas palavras de Natália de Sousa, enseja uma maneira mais moderna de promover acessibilidades.

“O degrau de evolução precisa de um novo passo agora. Em geral, as adaptações nos locais foram pensadas para um cadeirante sozinho. Por exemplo, quartos de hotéis são acessíveis para uma pessoa ou um casal, dificilmente pensam que pode haver uma família. Banheiros infantis raramente têm portas largas para passar uma cadeira de rodas”, declara a médica.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 30 DE OUTUBRO

O MAIOR LEGADO DE UM PAI

O justo anda na sua integridade; felizes lhe são os filhos depois dele (Provérbios 20.7).

Um homem justo prova sua integridade não com palavras, mas com a vida. O exemplo vale mais do que o discurso. O mundo está cheio de palavras vazias e vazio de exemplos dignos de imitação. Muitos pais deixam polpudas riquezas materiais para os filhos, mas também legam um caráter disforme, uma personalidade doentia, um nome sujo e uma reputação duvidosa. A maior herança que um pai pode deixar aos seus filhos é sua integridade. Os filhos devem ter orgulho dos pais não tanto pelo patrimônio material que granjearam, mas pelo caráter impoluto que tiveram; não tanto pelos bens que acumularam, mas pelo nome honrado que ostentaram. A honra não se compra no mercado. Não se adquire caráter com ouro. Ninguém edifica uma família feliz com riquezas materiais se essas riquezas tiverem sido mal adquiridas. O dinheiro acumulado sem honestidade é maldição, e não bênção. Traz tormento, e não felicidade. É causa de vergonha para os filhos, e não de contentamento. É motivo de opróbrio na terra, e não de alegria no céu. Nenhum sucesso financeiro compensa o fracasso da honra. Nenhuma herança é mais importante para os filhos do que a dignidade dos pais. É melhor ser um pai pobre e íntegro do que ser um pai rico e desonesto.

GESTÃO E CARREIRA

PLATAFORMAS DE BEM-ESTAR PARA EMPRESAS IMPULSIONAM STARTUPS

Apps que estimulam exercícios e plataforma que reúne benefícios crescem na pandemia

As restrições impostas pela pandemia e os custos físicos e psicológicos do período levaram empresas a buscar formas remotas de promover o bem-estar entre seus funcionário, abrindo uma nova oportunidade de negócios para startups.

As startups seguem caminho semelhante ao da Gympass, unicórnio do setor que torna a adesão a academias mais acessível para funcionários de empresas.

A startup Radar Fit, por exemplo, oferece um aplicativo para empresas incentivarem a prática de exercícios entre seu quadro de funcionários.

O app funciona como um jogo em que o usuário, ao se cadastrar, informa suas características físicas, doenças e frequência de atividade física. Depois, uma série de tarefas diárias é gerada, que envolvem de alimentação saudável a exercícios, de acordo com seu perfil. Conforme ele completa esses desafios, ganha um prêmio.

Segundo Jade Utsch, presidente executiva do negócio, o faturamento cresceu 1.600 % entre 2019 e 2020. “A pandemia deu uma alavancada surreal na Radar Fit. Quando vimos, estávamos atuando em 25 países”, diz.

A startup atende hoje mais de 30 empresas de médio e grande porte, diz Jade. O empreendimento começou voltado para o atendimento de empresas, mas agora abriu espaço para usuários finais. O plano empresarial mensal parte de R$ 4,90 por colaborador, enquanto o plano para pessoa física custa a partir de R$15,90.

Entre os clientes da plataforma está a Votorantim. “Ela nos contratou e pediu para atender clientes em outros países em que atuam. Corremos para fazer a mudança no idioma, e tivemos que nos adaptar à cultura de cada país”, afirma Jade.

Em julho, a startup teve um aporte de R$ 3 milhões em sua segunda captação, feira pelos fundos Bossa Nova Investimentos e Domo Invest, com participação do G2 Capital como reserva de rodada. Com funcionários desgastados pelo home office, as áreas de recursos humanos de empresas foram empurradas a olhar mais para saúde mental e para o bem-estar da equipe. O assunto não surgiu durante a pandemia, mas se tornou a tônica do último ano, diz Maíti Junqueira, gerente de desenvolvimento de talentos da consultoria LHH.

“Surgiram novas parcerias diferenciadas de atendimento psicológico e bem-estar físico. Antes fazia parte de um plano, hoje a empresa, independente de recomendar; faz parcerias para incentivar o colaborador”, diz.

Outra startup que foi pega de surpresa foi a caju, uma plataforma de benefícios que permite concentrar todos os benefícios corporativos em apenas um cartão de crédito. “As empresas estão claramente se movimentando, e os RHs estão dispostos a pagar por um produto que reúna tudo que seja necessário para o colaborador”, diz o presidente executivo Eduardo Del Giglio.

O diferencial , diz, está justamente em livrar o funcionário de ter o problema de ter um benefício que não é aceito em um estabelecimento. Por ter bandeira Visa, ele pode ser usado em qualquer local.

“Já para o RH tem a facilidade de reunir todos os benefícios em um só, e pode definir regras para deixar muito mais benefícios, seja para bem-estar, seja para alimentação”, afirma.

Hoje, a startup, que começou em 2020, já tem mais de 2.000. A Caju recebeu um aporte de R$13 milhões liderado pelo fundo Valor Capital Group, pela Canary e também com a participação de Ariel Lambrecht, fundador da 99 e da Yellow.

No início de agosto, a empresa recebeu outro aporte de R$ 45 milhões, liderado por Valor Capital Group, Caravela Capital e Volpe capital. Os fundos Picus capital, FJ Labs e Clocktower Technology também participaram da rodada.

Já no Recife, a Zero Pay oferece seguros odontológicos e outros serviços para empresas. A empresa começou há quatro anos como uma plataforma de seguros online com cash back, mas acabou ‘pivotando” em 2019, uma gíria do meio para quando uma startup muda de rumo.

O negócio começou com atendimento ao usuário final, mas migrou também para o atendimento de áreas de Recursos Humanos.

“Essa guinada veio depois que a Ser Educacional adquiriu parte da ZeroPay, e acabamos mudando o modelo de negócio”, diz Douglas Ferro, presidente-executivo da ZeroPay.

A partir de então, começou a fazer parceria com o RH do Ser Educacional, e viu que a entrada de um grande player teria um ganho maior. Surgiram novos projetos como Easy Vantagens, um clube de benefícios para colaboradores.

“Separamos vários descontos para empresas parceiras como descontos na Netflix, Spotify e e-commerce”, diz.

Com a pandemia, viu a necessidade de expandir o negócio para saúde mental, e criou o LabSaúde, que vai englobar todos os benefícios anteriores junto ao atendimento psicológico.

O perfil primário da startup é de pequena e médias empresas. “Grandes também, mas é um pouco difícil de penetrar”, diz Ferro.

“Como somos uma startup, pensamos em outras que não conseguiriam ter um plano para um colaborador, por exemplo”.

A empresa já tem 270 mil usuários, com planos que partem de R$20.

EU ACHO …

A MULHER FRANCESA

E Paris estava lá, igual. Ou melhor, ainda mais linda depois de dois anos. E por que não estaria? A pandemia ressaltou em nós o medo da perda em todos os aspectos. Alguns dias antes do embarque para a Cidade Luz, uma aflição enorme dava suas caras: seria possível mesmo entrar na França? Quais documentos seriam mesmo necessários? Checa, checa de novo, entra em todos os sites para ter certeza de que não existe uma “pegadinha” esperando. Coloca tudo no celular, melhor imprimir tudo também; e se a bateria acaba? Celular pifa? E se o francês não aceitar aquele código assegurando a vacina? Medo. E Paris estava lá, inteira e ainda mais linda, assim como tudo que achamos que perdemos e reencontramos, ela foi valorizada aos nossos olhos. Está mais limpa? Mais interessante? Ela parece ter as cores mais vivas por ser vista por quem está ali inteira com sentidos abertos para esse momento. Pelas ruas, tudo desperta sensações e assim nesse espírito de recuperar o que parecia perdido, ela depara novamente com a força da mulher francesa.

O inconsciente coletivo está repleto dessas imagens: a mulher francesa é livre, determinada, desperta e lúcida. Andar pelas ruas de Paris nesse pós-pandemia depois de dois anos “presa” em uma realidade brasileira patriarcal sobre o papel da mulher, nossas estatísticas desanimadoras do abuso, da intolerância, das diferenças, é para ela um bálsamo.

 Olha as mulheres nas ruas com admiração e respeito. Elas andam com passos firmes como quem conquistou seu espaço. Não são jovens, nem velhas. São mulheres  em seu dia a dia, atarefadas como todas nós. São mais sérias? Não, são mais seguras. A postura  delas diz isso abertamente. Parecem ter menos medo de parecerem fortes demais, independentes demais. Lutaram por seu espaço e são conscientes da responsabilidade de ocupar esse lugar na sociedade. E, de repente, ela também se sente assim, como por “osmose” – estar perto delas muda sua própria referência.

Ter 50 anos em Paris preenche outra superfície. E vista e olhada de outra forma. Está de volta ao jogo da vida, da sedução, do pertencimento, se sente acolhida. A quem agradecer? A intelectual Simone de Beauvoir, que revolucionou a luta feminista? Olympe de Googes, que escreveu em 1791 a declaração dos direitos da mulher e da cidadã, ou a cientista Marie Curie, que abriu o caminho para o prêmio Nobel? Cheia de inspiração e metas sente suas veias pulsando. Morar em Paris? Nunca pensou. Voltar ao Brasil e se comprometer, dia após dia, a fazer sua parte na busca desse ambiente para a mulher brasileira, isso sim.

*** ALICE FERRAZ

ESTAR BEM

AO INFINITO E ALÉM

A ciência avança na compreensão de como os recursos tecnológicos e médicos poderão estender os limites da longevidade para até 200 anos. E o melhor: com qualidade de vida

A vida eterna é um desejo irrefreável do ser humano. Há 2000 anos, o imperador Qin Shi Ruang, o primeiro da dinastia Qin, na China, tentou alcançar a imortalidade ao ingerir pílulas de mercúrio. Ironicamente, morreu envenenado. No século XVI, o conquistador espanhol Juan Ponce de León navegou pelos novos mundos em sucessivas expedições que buscavam a fonte da juventude. Como se sabe, ele não a encontrou. Em pleno século XXI, a ânsia para ludibriar a finitude não diminuiu. Agora, contudo, ela conta com poderosa aliada: a ciência. A busca por formas de retardar o envelhecimento representa um dos movimentos mais fascinantes da medicina. A diferença é que, ainda que estejamos longe de combater por completo os efeitos inevitáveis do relógio biológico, nunca estivemos tão perto. “A primeira pessoa a viver até 200 anos já nasceu”, assegura o pesquisador Sergey Young, autor do livro recém-lançado The Science and Technology of Groiving Young (ainda sem tradução para o português), que em poucas semanas já entrou para a lista dos mais vendidos nos Estados Unidos.

Aos 49 anos (aparenta bem menos), Young – sobrenome adotado ao emigrar da Rússia para os Estados Unidos – diz ter como missão mostrar que é possível estender para patamares extraordinários a expectativa devida de até 1 bilhão de pessoas. Ele vai além. A longevidade não seria somente um fim em si, mas estaria acompanhada do que realmente interessa: a possibilidade de humanos centenários desfrutarem a plenitude da existência. Não faria sentido, diz este gestor de recursos obcecado por pesquisas, estudos e fórmulas matemáticas que retratem de alguma maneira o prolongamento biológico, viver muito, mas mal, e ultrapassar os 100 anos sem se sentir saudável. Em sua recente obra, que levou três anos para ser concluída, Young aponta os notáveis avanços que permitiriam aos humanos chegar aos dois séculos de vida (veja abaixo). Não há no livro nenhuma informação bombástica ou fórmula milagrosa. O trabalho dele se propõe, e de forma bem-sucedida, a reunir as principais tecnologias da ciência e da medicina nesse campo.

As descobertas biomédicas, em especial as que estão ligadas à genética, são consideradas a principal maneira de aumentar substancialmente a longevidade. Tome-se como exemplo a terapia CAR T-Cell. De maneira simplificada, ela consiste na transferência dos genes de uma molécula para outra. Para ficar mais claro: um paciente com câncer poderia ter suas células de defesa reprogramadas. Depois de modificadas, elas são capazes de destruir alguns tipos de tumores. O inovador tratamento já está disponível na Europa e nos Estados Unidos, e provavelmente logo será adotado em escala global, evitando que milhares de vidas sejam perdidas.

A medicina regenerativa é outro fator que certamente elevará o tempo e a qualidade de vida dos humanos. Nessa área, há façanhas que até pouco tempo atrás pareciam obra de ficção científica. Recentemente, médicos britânicos deram enorme passo para curar uma forma comum de doença ocular associada à idade. Ao usar células-tronco, eles restauraram a visão de pacientes com degeneração macular. Ainda mais fantástico é o desenvolvimento de órgãos artificiais. Achamada bioimpressâo em 30 permitirá, por exemplo, a produção de tecidos hepáticos em laboratório, e não é difícil imaginar o impacto que a inovação causará no prolongamento da vida. Apenas nos Estados Unidos, dezessete pessoas morrem por dia à espera de um transplante.

O livro de Young também aponta os principais entraves para viver mais. Entre eles, a ausência de uma abordagem mais preventiva do que reativa e, claro, os hábitos ruins de boa parte da população. “As doenças ligadas ao envelhecimento podem ser controladas por políticas públicas direcionadas a quatro fatores de risco: má alimentação, falta de atividade física, consumo excessivo de álcool e tabagismo”, afirma o gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil. Apesar do papel irrefutável dos bons hábitos para expandir a duração da vida, prevenção e monitoramento são, em essência, o nome do jogo. “O diagnóstico precoce é o grande segredo”, reforça Carlos André Freitas dos Santos, coordenador do Programa de Envelhecimento Ativo da Unifesp. “Nós ainda tendemos a cuidar do problema apenas depois que ele aparece.”

Os debates acerca do limite da duração da vida humana são fascinantes. A maioria esmagadora dos seres humanos está geneticamente programada para morrer antes dos 100 anos, e até pouco tempo atrás isso parecia imutável. Um estudo recente publicado na revista Nature Communications indica que podemos viver, no máximo, até 150 anos –  o humano mais próximo da marca hoje é a francesa Jeanne Calment, que chegou aos 122. Outra corrente, da qual Young faz parte, sugere que é incerto o limite da longevidade, e que certamente ela se estenderá muito. Um breve passeio pela história da humanidade permite certo otimismo. Na Renascença, quem vivia até os 30 anos podia se dar por satisfeito. A melhora do saneamento básico, o desenvolvimento de remédios e vacinas, o maior cuidado com a alimentação e a prática de atividades físicas fizeram a expectativa de vida mais do que dobrar em quatro séculos, chegando, na média, perto dos 70 anos atualmente. O número de centenários no mundo também aumenta sem parar: passou de 95.000, em 1990, para mais de 450.000, hoje em dia.

O único consenso entre os especialistas é que a longevidade precisa estar conectada à qualidade de vida. No clássico da literatura As Viagens de Gulliver, escrito em 1726 pelo irlandês Jonathan Swift, os struldbrugs, como são chamados os humanos imortais, são isolados do reino para viver em um lugar amargo e sombrio. Aos 90 anos, eles esquecem o nome dos amigos. Aos 200, não conseguem sequer reconhecer a língua do próprio país. São imortais biológicos, mas morreram para o convívio social. Quem gostaria de viver uma experiência triste como essa?

O caminho às avessas foi percorrido por Benjamin Button, personagem de um conto de F. Scott Fitzgerald interpretado no cinema por Brad Pitt. Button nasce velho e morre jovem, mas nem o relógio ao contrário foi capaz de aplacar a sua angústia. Agora, a destreza científica parece encontrar um caminho promissor – ser muito velho e saudável ao mesmo tempo. Isso, claro, é formidável. Talvez o humano que viverá 200 anos esteja por aí. Quem sabe seja você.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

ESTRESSE AUMENTA TAXA DE INFERTILIDADE EM MÉDICAS

Profissionais americanas escreveram artigo pedindo atenção aos problemas de fertilidade na categoria. Privação de sono, dieta inadequada e falta de exercícios estão entre os fatores que afetam a busca pela gravidez

Desde o início de sua carreira, Ariela Marshall, hematologista da Clínica Mayo, em Minnesota, nos EUA, tinha a convicção de que se ela trabalhasse mais e melhor; ela teria sucesso. E ela o fez: formou-se como oradora da turma do segundo grau, frequentou uma universidade de elite e foi aceita em uma das melhores faculdades de medicina.

Mas uma conquista lhe escapou: ter um bebê. Ela havia adiado a gravidez até estar estabelecida na vida profissional, mas, quando finalmente decidiu tentar ter filhos, aos 34, ficou surpresa ao descobrir que não conseguiria, mesmo tomando remédios para fertilidade. Ariela atribuiu isso ao fato de ter trabalhado em turnos noturnos frequentes, bem como ao estresse e à falta de sono, que podem afetar os ciclos reprodutivos.

Quando ela convidou outras médicas para compartilharem histórias semelhantes, soube que estava longe de estar sozinha. Muitas mulheres em seu ramo de trabalho também lutavam contra a infertilidade ou dificuldades para engravidar. Uma pesquisa de 2016 com médicas publicada no Journal of Women’s Health descobriu que quase uma em cada quatro daquelas que tentaram ter um bebê foi diagnosticada com infertilidade – quase o dobro da taxa do público em geral.

“Para muitos médicos, como eu, tudo é muito planejado. Muitas decidimos esperar até terminar nosso treinamento e ter independência financeira para ter filhos, e isso não acontece até os 30 anos”, conta Ariela.

Para aumentar a conscientização sobre o problema, ela ajudou a criar uma força-tarefa de infertilidade com a American Medical Women’s Association. Em junho, a associação realizou seu primeiro encontro nacional sobre fertilidade, com sessões sobre congelamento de óvulos, benefícios e cobertura de seguro para tratamento de fertilidade.

FALTA DE TEMPO

Frequentemente, médicos levam dez anos para se formar, entre faculdade de medicina, residências e bolsas. A idade média para as mulheres concluírem sua formação médica é 31, e a maioria das médicas dá à luz pela primeira vez aos 32, em média, de acordo com um estudo de 2021. A idade média para as não médicas darem à luz é 27 anos.

Por meio da redes socias, Ariela se conectou com duas outras médicas que também lutavam contra o problema da infertilidade e, no ano passado, escreveram sobreo assunto na revista Academic Medicine, pedindo maior conscientização sobre fertilidade entre as aspirantes a médicas, começando na graduação.

Durante um ano, a médica Arghavan Salles, que agora tem 41 anos, tentou congelar seus óvulos, mas nenhum foi viável. Uma das autoras do artigo, Arghavan, que é cirurgiã da escola de medicina de Stanford, também arcando com as despesas do procedimento, que pode custar até US$15 mil por tentativa. Ela está considerando a inseminação intra-uterina, que é mais acessível, mas tem menor chance de sucesso.

Em 2019, ela escreveu um ensaio na revista Time sobre ter passado seus anos mais férteis estudando para ser cirurgiã, e só depois descobriu que poderia ser tarde demais para ela ter um filho. Posteriormente, muitas médicas entraram em contato com ela para dizer que também haviam lidado com a infertilidade.

“Todas se sentiam muito sozinhas. Todas haviam passado, por conta própria, por essa montanha-russa que é lidar com a infertilidade, porque as pessoas simplesmente não falam sobre isso. Precisamos mudar a cultura da faculdade de medicina e das residências”.

A privação de sono, a dieta inadequada e a falta de exercícios – condições inerentes às demandas da formação médica e da profissão – afeta mais mulheres que buscam engravidar. Até mesmo encontrar um parceiro pode ser um desafio, dadas as exigentes horas de trabalho.

“O problema é que você tem que passar muito tempo no hospital, e isso é muito imprevisível” – , disse Arghavan Salles.  “Alguém poderia argumentar que eu deveria ter congelado meus óvulos no início dos meus 20 anos, mas a tecnologia não era muito boa na época. Vemos mulheres mais velhas que são celebridades tendo bebês, e achamos que vai ficar tudo bem, mas não é bem assim. Estamos percebendo que não temos controle sobre nossas vidas”.

A médica Vineet Arora, reitora da Pritzker School of Medicine da Universidade de Chicago e outra autora do artigo, avalia como ela e outros educadores podem orientar as lideranças na medicina sobre essa questão.

“O que mais me surpreendeu é que a infertilidade é uma luta silenciosa para muitas dessas mulheres, mas, quando você vê os dados, percebe que não é incomum”, disse ela, que passou por muitas fertilizações in vitro nos seus 40 anos, e finalmente teve seu segundo filho em março.

Ela e Arghavan analisam dados de um estudo que conduziram perguntando a médicos e estudantes sobre suas experiências em família e de acesso a tratamentos de fertilidade.

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