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Aplicativo criado por ialorixá faz o mapeamento dos terreiros e adeptos de religiões afro-brasileiras no estado

Eles aparecem como minoria nas pesquisas sobre religião. Mas candomblecistas, umbandistas e seguidores de outras religiões de matriz africana podem ter expressão maior do que a registrada nos dados. É com esse pensamento que a ialorixá Mãe Marcia D’Oxum, do terreiro EgbéllêlyâOmidayêAxé Obalay ó (Casa de Oxum, Mãe da Água do Mundo, e Xangó, Rei que Nos Traz Alegrias), em São Gonçalo, criou o aplicativo “Igbá – Heranças Ancestrais”. Lançada com recursos da Lei Aldir Blanc e promovida pela Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa, a plataforma mapeia a presença dessas religiões no Estado do Rio. Já são 55 terreiros e 220 pessoas cadastradas.

No ano passado, uma pesquisa mostrou que seguidores de umbanda, candomblé e outras religiões afro-brasileiras correspondiam a 2% da população brasileira. No último Censo do IBGE, de 2010, o número de religiosos de umbanda e candomblé era de 0.3%. Para Mãe Marcia, o levantamento, quando feito pelos próprios adeptos, se torna muito mais fiel à realidade:

“Vejo algumas falhas quando é feito por quem não é do candomblé. Toda a tentativa de mapear sempre seguiu pelos espaços, nunca pelas pessoas. Por isso, a gente tem muita dificuldade de buscar política pública direcionada. Pensam que a gente é minoria”.

AGENDA CULTURAL

O nome Igbá é uma alusão ao recipiente que cada iniciado recebe e onde ficam objetos sagrados. Quando uma pessoa cadastra seu terreiro no aplicativo, ela preenche um questionário com informações sobre a religião e o templo. Além disso, o sistema tem quatro expressões culturais de herança ancestral: afoxé, baianas de acarajé, blocos afros e capoeira. Da mesma forma que os terreiros, são as pessoas que informam sobre seus grupos.

O aplicativo pode ser consultado também por quem quer conhecer essas expressões no estado. Dentro da plataforma, é possível divulgar os eventos na agenda cultural. Há ainda um resumo, a localização e o contato de cada um desses grupos culturais.

“Na seção dos terreiros, por exemplo, há o ícone e o contato de cada um. Conforme as pessoas vão se cadastrando, o mapa vai ficando mais completo. O aplicativo promove cultura, turismo e educação”, garante Arethuza D’Oyá, filha de Mãe Márcia e ialaxé no terreiro.

Arethuza e Mãe Márcia buscam duas parcerias com o Estado do Rio. A primeira é com a Secretaria estadual de Turismo para que hotéis ofereçam o aplicativo aos hóspedes. Através dele, os visitantes poderão saber, por exemplo, onde encontrar baianas de acarajé e outros eventos culturais. A segunda é com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), para que o lgbá seja também um canal de denúncias, fazendo chegar os casos de intolerância religiosa à especializada.

“O turista chega ao hotel e quer conhecer um terreiro, saber onde tem festa, evento ou passeio. Ele vai encontrar tudo ali, no aplicativo. No meu terreiro, por exemplo, tem  lojinha de artesanato”, afirma Mãe Márcia, acrescentando: “Em relação aos casos de intolerância, acho que os religiosos vão se sentir mais seguros com o aplicativo para fazer denúncias.

A Secretaria estadual de Turismo informou que avalia a proposta. A delegada Macia Noeli, titular da Decradi, disse que espera reunião com a idealizadora do aplicativo para debater a parceria.

Para o futuro, a ideia é que a plataforma tenha alcance nacional. Antes, no entanto, é preciso se estruturar no estado. Para isso, o lgbá conta com 26 coordenadores que divulgam o aplicativo e orientam sobre a sua utilização. Um dos terreiros cadastrados é o llêAxé Nilá Odé (Casa do Alto de Oxossi), do Pai  Ícaro de Oxóssi. Vilde Dorian de lansã, sarapegbé (relações públicas) da casa, acredita que o lgbá vai ser também uma ferramenta de combate ao preconceito:

“O que queremos é que as pessoas passem a nos conhecer e, a partir daí, consigam superar seus preconceitos pelo desconhecimento do que fazemos. Nossa religião é de ancestralidade, cultuamos os que nos antecedem. Queremos ter vez e voz”.

Eliana de Yemanjá, iyá kekerê (mãe pequena) do ilê Axé Fon Obá Okun Ati Ossanyi (Casa de Efon da Rainha do Mar e do Rei das Folhas), também acredita que os religiosos de matriz africana vão ficar mais unidos através do lgbá:

“A gente é considerado como minoria, mas somos muitos. O aplicativo é para união e  conhecimento de todos que estão nascendo e crescendo na religião. Tem casa nova que está começando agora, mas a nossa cultura é muito antiga e passada de pais para filhos”.

O aplicativo pode ser baixado em Android e iOS.

Autor: Vocacionados

Sou evangélico, casado, presbítero, professor, palestrante, tenho 4 filhos sendo 02 homens (Rafael e Rodrigo) e 2 mulheres (Jéssica e Emanuelle), sou um profundo estudioso das escrituras e de tudo o que se relacione ao Criador.

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