OUTROS OLHARES

OS CAMINHOS DA FÉ E CONTRA A INTOLERÂNCIA NA TELA DO CELULAR

Aplicativo criado por ialorixá faz o mapeamento dos terreiros e adeptos de religiões afro-brasileiras no estado

Eles aparecem como minoria nas pesquisas sobre religião. Mas candomblecistas, umbandistas e seguidores de outras religiões de matriz africana podem ter expressão maior do que a registrada nos dados. É com esse pensamento que a ialorixá Mãe Marcia D’Oxum, do terreiro EgbéllêlyâOmidayêAxé Obalay ó (Casa de Oxum, Mãe da Água do Mundo, e Xangó, Rei que Nos Traz Alegrias), em São Gonçalo, criou o aplicativo “Igbá – Heranças Ancestrais”. Lançada com recursos da Lei Aldir Blanc e promovida pela Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa, a plataforma mapeia a presença dessas religiões no Estado do Rio. Já são 55 terreiros e 220 pessoas cadastradas.

No ano passado, uma pesquisa mostrou que seguidores de umbanda, candomblé e outras religiões afro-brasileiras correspondiam a 2% da população brasileira. No último Censo do IBGE, de 2010, o número de religiosos de umbanda e candomblé era de 0.3%. Para Mãe Marcia, o levantamento, quando feito pelos próprios adeptos, se torna muito mais fiel à realidade:

“Vejo algumas falhas quando é feito por quem não é do candomblé. Toda a tentativa de mapear sempre seguiu pelos espaços, nunca pelas pessoas. Por isso, a gente tem muita dificuldade de buscar política pública direcionada. Pensam que a gente é minoria”.

AGENDA CULTURAL

O nome Igbá é uma alusão ao recipiente que cada iniciado recebe e onde ficam objetos sagrados. Quando uma pessoa cadastra seu terreiro no aplicativo, ela preenche um questionário com informações sobre a religião e o templo. Além disso, o sistema tem quatro expressões culturais de herança ancestral: afoxé, baianas de acarajé, blocos afros e capoeira. Da mesma forma que os terreiros, são as pessoas que informam sobre seus grupos.

O aplicativo pode ser consultado também por quem quer conhecer essas expressões no estado. Dentro da plataforma, é possível divulgar os eventos na agenda cultural. Há ainda um resumo, a localização e o contato de cada um desses grupos culturais.

“Na seção dos terreiros, por exemplo, há o ícone e o contato de cada um. Conforme as pessoas vão se cadastrando, o mapa vai ficando mais completo. O aplicativo promove cultura, turismo e educação”, garante Arethuza D’Oyá, filha de Mãe Márcia e ialaxé no terreiro.

Arethuza e Mãe Márcia buscam duas parcerias com o Estado do Rio. A primeira é com a Secretaria estadual de Turismo para que hotéis ofereçam o aplicativo aos hóspedes. Através dele, os visitantes poderão saber, por exemplo, onde encontrar baianas de acarajé e outros eventos culturais. A segunda é com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), para que o lgbá seja também um canal de denúncias, fazendo chegar os casos de intolerância religiosa à especializada.

“O turista chega ao hotel e quer conhecer um terreiro, saber onde tem festa, evento ou passeio. Ele vai encontrar tudo ali, no aplicativo. No meu terreiro, por exemplo, tem  lojinha de artesanato”, afirma Mãe Márcia, acrescentando: “Em relação aos casos de intolerância, acho que os religiosos vão se sentir mais seguros com o aplicativo para fazer denúncias.

A Secretaria estadual de Turismo informou que avalia a proposta. A delegada Macia Noeli, titular da Decradi, disse que espera reunião com a idealizadora do aplicativo para debater a parceria.

Para o futuro, a ideia é que a plataforma tenha alcance nacional. Antes, no entanto, é preciso se estruturar no estado. Para isso, o lgbá conta com 26 coordenadores que divulgam o aplicativo e orientam sobre a sua utilização. Um dos terreiros cadastrados é o llêAxé Nilá Odé (Casa do Alto de Oxossi), do Pai  Ícaro de Oxóssi. Vilde Dorian de lansã, sarapegbé (relações públicas) da casa, acredita que o lgbá vai ser também uma ferramenta de combate ao preconceito:

“O que queremos é que as pessoas passem a nos conhecer e, a partir daí, consigam superar seus preconceitos pelo desconhecimento do que fazemos. Nossa religião é de ancestralidade, cultuamos os que nos antecedem. Queremos ter vez e voz”.

Eliana de Yemanjá, iyá kekerê (mãe pequena) do ilê Axé Fon Obá Okun Ati Ossanyi (Casa de Efon da Rainha do Mar e do Rei das Folhas), também acredita que os religiosos de matriz africana vão ficar mais unidos através do lgbá:

“A gente é considerado como minoria, mas somos muitos. O aplicativo é para união e  conhecimento de todos que estão nascendo e crescendo na religião. Tem casa nova que está começando agora, mas a nossa cultura é muito antiga e passada de pais para filhos”.

O aplicativo pode ser baixado em Android e iOS.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 27 DE OUTUBRO

A COLHEITA DO PREGUIÇOSO

O preguiçoso não lavra por causa do inverno, pelo que, na sega, procura e nada encontra (Provérbios 20.4).

Um indivíduo preguiçoso sempre encontra bons motivos para ficar de braços cruzados. Quando todos os agricultores estão arando a terra para o plantio, ele imagina: “Agora não posso arar minha terra, pois o inverno está chegando”. Por não arar a terra na estação própria, na época da colheita ele não tem nada para ceifar. O preguiçoso coloca a culpa de sua pobreza no tempo, na estação, na semente, na terra, nos outros. Ele se esconde atrás de muitos escudos e intérminas desculpas. Sempre se blinda com essas couraças. Por um tempo consegue convencer a si mesmo de que está sendo prudente. É melhor não arriscar, arando a terra no inverno. É melhor não desperdiçar a semente. É melhor não correr riscos. É melhor descansar um pouco mais até chegar uma estação mais favorável para o trabalho. Mas essas máscaras não são tão seguras. No tempo da colheita, seus campos estarão cobertos de mato, seus celeiros estarão vazios, e sua necessidade estará à mostra. Quem não semeia com lágrimas não colhe com júbilo. Quem não trabalha com o suor do seu rosto não come gostosamente o seu pão. Quem se entrega à preguiça capitula à pobreza. Essa é uma lei imperativa, intransferível e inexorável.

GESTÃO E CARREIRA

LIDERAR A DISTÂNCIA – UMA NECESSIDADE HUMANA

Liderar é uma rotina. Um líder – seja executivo, de nação, de instituições e figuras públicas-convive diariamente com suas equipes e é a voz delas

A pandemia também fez o mundo mudar, assim como as estratégias até então traçadas pelas empresas. Com o isolamento social nosso mercado de tecnologia passou de seus colaboradores, praticamente, para o trabalho remoto. Sabemos que é um privilégio ter acesso a esse novo formato enquanto muitas pessoas perderam seus empregos ou passam por situações difíceis, mas dentro da nossa realidade também observamos obstáculos, principalmente culturais e comportamentais.

Reuniões e encontros online, debates, construções, brainstorms, tudo na frente do computador, celular pessoal invadido pelo corporativo e toda a rotina de uma pessoa se uniu à vida da família, com parentes, pets etc. O papel do líder nunca esteve tão em evidência. Um desafio: como manter, por tanto tempo, os funcionários ativos, inspirados, engajados e dentro do mesmo espírito de time?

Sou cofundador de uma startup de tecnologia e o nosso setor, além de tudo já comentado, muda constantemente. Foi durante a pandemia que muitas pessoas se destacaram em suas atividades, principalmente pelo domínio e equilíbrio mental. Não é fácil, estamos a todo o momento recebendo notícias negativas, tristes e com muitas vidas partindo (muitas delas pessoas próximas a nós, de familiares, amigos, colegas do dia a dia).

Liderar a distância é mais necessário, digamos. Não basta ser chefe e apontar situações ou auxiliar tecnicamente. Um líder dá um direcionamento e permite que a pessoa siga, com seu brilho. Um líder atua diretamente estimulando a confiança de seu colaborador – dele para o trabalho e do líder para com ele. E temos que entregar tudo isso de forma mais intensa agora.

É necessário deixar as pessoas seguirem, atuarem na empresa com protagonismo nas escolhas e sustentando-as. A comunicação entre duas pessoas e entre a equipe deve ser transparente e até detalhista, mas sem excessos. Um bom líder confia e conhece seu time, não só suas competências (expostas publicamente nos perfis de LinkedIn e nos currículos), mas em seu caráter e iniciativas.

Um bom líder comanda sua equipe em qualquer cidade ou região do mundo. A pandemia abriu a premissa para o teletrabalho e esta deixou de ser uma tendência, sendo uma realidade para o futuro das empresas. É preciso estimular que as pessoas possam exercer suas atividades profissionais de onde elas se sintam melhor, contando com o compromisso, metas e entregas claras.

Um bom líder não se prende às hierarquias e está aberto às mudanças. Ele sabe ouvir, muito mais do que falar e consegue criar uma compreensão de causa e efeito para seus colaboradores. Recentemente, a empresa que cofundei contratou mais de 300 colaboradores (estamos em trabalho remoto desde março de 2020), todos para atuar em home office até que a pandemia seja findada no Brasil. Portanto, não podemos paralisar. É preciso tirar o medo do que vai acontecer e construir a confiança para que as situações aconteçam.

Eu e minha equipe conversamos com o time de liderança sobre a importância de cada um neste momento, das vidas atrás de cada tela. E a liderança precisa atuar unida, engajada e motivada para que os funcionários andem no mesmo ritmo. Não é apenas pedir ou cobrar, o líder é o exemplo. Cada vez mais temos líderes mais jovens e eles não têm a visão ou a experiência de uma pessoa com mais idade, mas, em contrapartida, temos mesclas de gerações e é importante ter esse equilíbrio. Cada uma tem o seu toque especial, o seu ritmo, as suas especialidades e todos juntos devem atuar para o fortalecimento de um só DNA, o da empresa. Vejo que os mais jovens, por exemplo, têm facilidade em ser mais comunicativos. Eles falam o que pensam com a mesma responsabilidade de pessoas que atuam há muitos anos na função, e ficam mais confortáveis com as mudanças rotineiras ou bruscas. O fato é que todos se complementam: não existe líder sem liderado e times com perfis totalmente iguais.

Seguimos um ritmo de país, com suas regionalidades e especificações, e agora também global. Temos colaboradores na Suíça e na Espanha, por exemplo. Esses ambientes mistos tendem a focar mais o desenvolvimento das pessoas do que do escritório físico. Existe ainda um movimento mundial, que impacta o mercado nacional, impulsionando o teletrabalho no pós-pandemia.

Foi o que apontou o Google, em recente pesquisa “O futuro do trabalho no Brasil “. O modelo de híbrido é o novo padrão, com decisão de 43% dos entrevistados. E mais da metade dos funcionários dessas empresas apoiam o formato: com 51% enxergando a mudança com entusiasmo e 47% com confiança. Portanto, temos a comprovação de que paradigmas e regras podem mudar, a rotina de bilhões de pessoas também, e o mais importante é estar preparado para o que vier. O bom líder não vai estar preocupado com o que não pode fazer, ele sempre estará de olho no que pode auxiliar a transformar e isso vai de situações às pessoas. Esteja atento e tenha certeza de que é ainda mais importante ouvir sua equipe agora a distância. Um bom líder aprende todos os dias.

*** PAULO DE ALENCASTRO JR. – É cofundador e VP Projetos e Relação com Investidor da único.

EU ACHO …

GASTRONOMIA PERDIDA

Em busca dos sabores esquecidos que resgatam emoções

Em Ponte de Lima , vilazinha no norte de Portugal, antropólogos pesquisaram receitas que, por este ou aquele motivo, foram deixando o repertório gastronômico daquela região fronteiriça com a Galícia, na Espanha. São pratos dos tempos medievais. Pataniscas de farinha de milho, chouriço de língua de porco, cabidela de cabrito, para citar exemplos. Alguns nomes até sobreviveram aos século, mas o preparo típico dos tempos feudais se perdeu nas fumaças e vapores das rústicas cozinhas com forno a lenha, de onde saiam iguarias imemoriais.

Pois eis que esse passado remoto está agora sendo resgatado. Chefs locais foram convocados para recriar os cardápios que despertaram o apetite de cavaleiros, súditos e reis. Um livro com 100 daquelas receitas será lançado neste mês, com conteúdo disponível na sequência em um portal na internet, uma simpática iniciativa que democratiza o conhecimento.

A estratégia objetiva promover o turismo gastronômico. Pega o visitante pelo paladar, o sentido que se conecta diretamente com as emoções. Há mais em comum entre o paladar e o cérebro do que se imagina. A lembrança de um prato provoca senso de pertencimento e, a partir da valorização das individualidades, promove uma identidade coletiva. Proust, por exemplo, acreditava não ser possível acessar o próprio passado por meio da inteligência. Só a memória involuntária, acionada por algum elemento, seria capaz de recuperá-lo. Daí a famosa cena da madeleine, tão clássica que foi absorvida pela cultura pop, tendo sido retratada até no desenho Ratatouille, da Pixar. Não é preciso ter lido Em Busca do Tempo Perdido para saber que, ao provar o bolinho após mergulhá-lo em uma xícara de chá, o protagonista evoca a sua infância na fictícia Combray.

Cada um de nós sabe os pratos que têm o condão de despertar nossas melhores memórias. Eu sinto falta do miolo de boi à milanesa, receita da dona Floripes, minha mãe. Os miolos empanados, com casquinhas crocantes e macios por dentro, também não ficam atrás. Já provei outras receitas depois de adulta, mas nenhuma que se aproximasse do que eu comia em casa. E não há como esquecer da geleia de mocotó feita na “Doceira” Pão de Açúcar, em porções que vinham em copinhos de plástico. Acho que hoje uma simples colherada dessa geleia teria o mesmo efeito da madeleine de Proust.

Não temos mais acesso fácil a alguns ingredientes com que se deliciaram nossos antepassados. Também não dispomos do mesmo tempo para preparar uma refeição com a calma que às vezes ela exige. Ah, e como faz falta a avó ao lado, ensinando-nos truques e macetes dos mais deliciosos quitutes. Tudo isso é verdade, sim. Mas não quero soar saudosista, suspirando por um tempo que não volta mais. Gosto de olhar para a frente. Na pandemia, não foram poucos os que aprenderam a cozinhar a partir de dicas em aplicativos ou sites. Se não temos mais a Dona Benta, podemos tentar a ajuda da Alexa, da Siri ou de qualquer outra inteligência artificial.

Não é a mesma coisa? Talvez não seja mesmo. Mas, em vez de lamentarmos o molho derramado, façamos como os chefs de Ponte de Lima, que usam as modernas tecnologias a favor dos sabores de outrora.

*** LUCILIA DINIZ

ESTAR BEM

SEGUE O BAILE

Como manter a libido em alta durante a menopausa sem recorrer à reposição hormonal

Ondas de calor, insônia, oscilação de humor, ressecamento vaginal, taquicardia e falta de libido: os sintoma costumam chegar sem avisar. A menstruação começa a falhar e o climatério indica o que está por vir. A menopausa, quando a mulher fica 12 meses seguidos sem menstruar; não tem idade marcada – há quem ingresse nessa fase precocemente, antes dos 40; e quem adentre aos 50 e poucos anos. Independentemente disso, a falta de libido é uma das queixas mais frequentes, principalmente entre mulheres que não podem ou não querem fazer reposição hormonal.

“A libido feminina tem vários aspectos envolvidos e o hormonal é um deles”, frisa a endocrinologista Lorena Lima Amato.

Influencer da maturidade, Kika Gama Lobo, de 57 anos, sentiu isso na pele. Aos 47, teve câncer no endométrio e precisou tirar todos os órgãos femininos, o que provocou uma menopausa severa. “Não passei por aclimatação alguma”, lembra Kika, impossibilitada de fazer reposição por causa da doença. Nessa mesma época, ela desfez um casamento de mais de duas décadas. Permaneceu quatro anos sem beijar na boca até reencontrar um antigo namorado, com quem se casou em 2016. “Quando a gente teve a primeira transa, depois de tudo que me aconteceu, me senti viva de novo”, conta. Para manter a chama acesa, ela inclui brinquedinhos eróticos, um bom gel e faz questão de abrir o verbo: “‘Falo tudo para ele, temos muita intimidade. Sem humor essa cama madura “não rola”.

Foi na busca por autoconhecimento que Kika chegou à terapeuta integrativa Maira Swami (@sammasati.rj). “Como também entrei na menopausa, meu foco são mulheres que estão no climatério”, diz Maira, que aplica massagem tântrica e ensina pompoarismo. A terapeuta destaca os benefícios da técnica milenar. “Traz percepção corporal e exercita o assoalho pélvico”, afirma. Já a massagem “estimula a bioeletricidade no corpo”. “Uma parte é feita nos genitais, mas respeito o limite de cada paciente.”

A endocrinologista Isabela Bussade, diretora da Ali Clinik, diz que o baixo apetite sexual pode ser tratado com e sem estrogênio. “A bupropiona é um remédio indicado para o transtorno do desejo sexual hipoativo. Não tem hormônio. É um antidepressivo que age na libido por outras vias.”

Fisioterapeuta e terapeuta holística, Claudia Braune, de 55 anos, parou de menstruar por volta dos 52. “Depois de um ano e meio, passei a sentir muito cansaço”, recorda-se. Oscalores, combateu com cápsula de linhaça e, no lugar de reposição hormonal, fez, no ano passado, por três meses, tratamento de nutrição celular com o bioquímico Alexandre Cosendey. “Todo organismo voltou a funcionar melhor”, explica. Para a falta de lubrificação, ela indica às pacientes como terapia, o uso do vibrador. “Ajuda a dessensibilizar a região .” A masturbação também é recomendada. “Fundamental para destravar o campo energético.” Segundo Claudia, que tem um canal no YouTube chamado Teracorpo Spa Holístico, a conexão com a natureza recarrega as baterias: “Andar descalça na terra ou na areia e o contato com o fogo do sol melhoram todos os sistemas”.

Ginecologista com ênfase no climatério, Camila Ramos endossa a importância de hábitos saudáveis e alternativas naturais. “Fazer atividade física regular, diminuir o consumo de álcool, manter a lubrificação vaginal com hidratantes ou até com óleo de coco ajudam a restabelecer a libido”, pondera. A advogada e funcionária do SUS Ruth Pinho, 54, segue essa cartilha: pratica exercícios físicos todos os dias. “São os meus remédios”, define a advogada, que criou um perfil no Instagram (@ruth_sigaquemagrega) para compartilhar informações sobre a menopausa na qual ingressou depois de realizar uma histerectomia aos 48 anos. “Engordei oito quilos, sentia uma fome indescritível além dos calores”, lembra. Iniciou a reposição hormonal e passou a se achar uma “Claudia Raia”. “Porém, por causa de uma suspeita de câncer de mama, tive de parar com tudo. “Além da ioga, da ginástica postural e da academia, é adepta de óleos essenciais e do óleo de coco na hora H. “E muito papo com o marido, com quem estou há 28 anos.” Outra alternativa é o laser vaginal . “A aplicação do Fotona (laser) ajuda no trofismo (boa qualidade do aparelho geniturinário)”,diz a endocrinologista Isabela Bussade, que também recomenda o ácido hialurônico.

A endocrinologista Lorena Amato Lima salienta que a baixa libido tem diversas causas. “A menopausa pode coincidir, por exemplo, com um casamento desgastado e com a saída dos filhos de casa”, observa. “A libido é multifatorial. O comportamento psicossocial impacta em mais da metade do desejo”, finaliza Isabela.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

‘EFEITO ZOOM’ FAZ PESSOAS ACHAREM NARIZ FEIO E GERA ONDA DE RINOPLASTIAS

Procedimento, que virou febre entre influencers, é alvo de disputa de profissionais da saúde

Reuniões de trabalho por vídeo, lives e maior tempo nas redes sociais durante a pandemia de Covid·19 fizeram com que as pessoas olhassem mais para a própria imagem – e muitas não gostaram do que viram nas telas.

O resultado tem sido uma disparada na procura por rinoplastias, as cirurgias plásticas no nariz. É o chamado “efeito Zoom” em referência a um dos programas mais famosos de videoconferência. A operação é feita na estrutura nasal para melhorar a estética e/ou corrigir disfunções do nariz (desvio de septo, por exemplo) e virou febre entre muitos influencers.

No início de agosto, o cantor sertanejo Mariano e a modelo Jakelyne, casal formado no reality “A Fazenda12″ (Record) postaram nas suas redes fotos do pós-cirúrgico de rinoplastias feitas no mesmo dia. As atrizes Cleo Pires, Bruna Marquezine e as cantoras Anitta e Ludmilla também já passaram pelo procedimento. Em grupos privados nas redes sociais, um deles com 88 mil pessoas, a maioria mulheres jovens, são postadas fotos do “antes e depois”, com os nomes dos cirurgiões e os valores. Os preços vão de RS 7.000 a RS 40 mil, dependendo da região do país, do profissional e dos custos hospitalares.

O aumento na procura pelo procedimento não é exclusivo do Brasil. No ano passado, a rinoplastia liderou pela primeira vez o ranking da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (Isaps), desbancando o aumento de seios nos EUA. Embora não haja dados consolidados de 2020 sobre o número de plásticas de nariz no mercado brasileiro – em 2019, foram 72.433 -, profissionais ouvidos dizem que a tendência é mesma dos EUA. Uma pesquisa no Google Trends, por exemplo, aponta que no último ano houve aumento de até 4.800% nas buscas pelo termo “rinoplastia” em relação aos cinco anos anteriores.

Um censo realizado no ano passado com 12120 de 900 otorrinolaringologistas que trabalham com plásticas da face mostra a rinoplastia como a campeã entre os procedimentos, com 739 cirurgias por mês. Considerando essa média para todos os profissionais, seriam 66.504 por ano.

Segundo o otorrinolaringologista e cirurgião facial Mário Ferraz, presidente da ABCPF (Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face) e responsável pelo censo, muita gente passou a usar mais telas de celular durante a pandemia e assim, a prestar mais atenção em detalhes do próprio rosto.

”A câmera do celular provoca uma distorção da imagem que pode chegar a 40%. O nariz parece maior. Isso deixa muitas pessoas desesperadas”, diz ele. Muitas, no entanto, já estavam insatisfeitas com seus narizes antes da pandemia e aproveitaram o momento para realizar a cirurgia.

É o caso da nutróloga Luciane Américo Mangullo, 34, de Sorocaba (SP), que não gostava do nariz desde a infância (“era grande, tinha uma giba, era muito feio”). Mas, por medo de fazer uma cirurgia plástica, ela foi adiando o desejo de passar por uma rinoplastia. Durante a pandemia, como havia reduzido o horário de trabalho, começou a pesquisar mais sobre a cirurgia na internet, selecionando médicos que não tinham processos nem queixas de pacientes. Em fevereiro deste ano, marcou a primeira consulta e, no final de julho, fez a tão sonhada cirurgia. “Quando eu falava que queria operar, todo mundo dizia: “Não precisa, não precisa”. Depois que eu operei, todo mundo passou a dizer: Meu Deus, o seu nariz realmente era muito feio”, brinca.

Uma das mudanças imediatas que notou foi deixar de sentir vergonha de participar de lives. “Se eu soubesse que iria melhorar tanto a autoestima, tinha feito antes.”

A promotora de vendas Natália, 30, de São José dos Campos (SP), sofria bullying dos colegas de escola devido ao tamanho do nariz. Na vida adulta, nem o ex-marido a poupava. “Ele me chamava de lula molusco (personagem da série animada “Bob Esponja”). Em janeiro deste ano, já divorciada, fez rinoplastia em São Paulo. “Antes, tinha pavor de ficar de lado em reuniões ou mesmo de tirar fotos. Agora, adoro fazer fotos de perfil. Mas há também muita gente infeliz com os resultados. “Choro todos os dias desde que tirei a tala. Acho que o nariz continua grande e pouco delicado”, diz J. C. ,25, que fez a cirurgia em julho.

Para Mário Ferraz, pessoas que decidiram fazer rinoplastias no impulso ou por modismo têm mais chances de não ficar satisfeitas com os resultados porque buscam um embelezamento, e não necessariamente a correção de algo que as incomodava muito.

Devido ao aumento desse perfil de pacientes, o médico incorporou na equipe duas psicólogas para ajudá-lo a filtrar os casos que não têm indicação cirúrgica. Com a medida, segundo ele, a taxa de cirurgias não recomendadas quase dobrou, de 13% para 23%.

Nos grupos online, há relatos dramáticos sobre rinoplastias que deixaram sequelas, como dificuldade para respirar, sangramentos e infecções. O cantor Mariano, por exemplo, disseque já passou por cinco procedimentos no nariz para corrigir o primeiro, que resultou em uma dificuldade de respirar.

Para o cirurgião plástico Denis Calazans, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a rinoplastia jamais deveria ser feita por modismo, mas sim, sempre, por indicação médica. “Em um tratamento médico que precisa de diagnóstico, de plano terapêutico, de informações ostensivas sobre as limitações dos resultados e dos riscos da cirurgias.

Calazans afirma que os colegas relatam que são frequentemente procurados por pacientes que fizeram procedimentos desastrosos com não especialistas, e que depois buscaram os cirurgiões plásticos em busca de correções.

Ele explica que as estruturas anatômicas que compõem o nariz são complexas, e elas que dão a funcionalidade da respiração. Quando as complicações ocorrem, deixam sequelas que podem ser irreparáveis. “Quanto mais intervenções feitas, mais complexo vai ficando o tratamento”, diz. De acordo com Ferraz ,a alta demanda pelo procedimento tem levado muitos médicos recém-treinados nesse tipo de cirurgia a fazer um grande volume de procedimentos. “Hoje a pessoa acabou de passar por treinamento e já tem paciente esperando para fazer rinoplastia. É preciso um amadurecimento do profissional. Você não pode no dia seguinte (ao treinamento) já ter dez cirurgias. O risco de dar problema é grande:”.

O mercado das rinoplastias também é disputado por cirurgiões-dentistas, que oferecem procedimentos chamados de “rinomodelação”, espécie de plástica sem corte que usa preenchimentos com ácido hialurônico e fios. Mas há várias denúncias de casos de pacientes submetidos a procedimentos invasivos no nariz em consultórios dentários, o que contraria normas do CFO (Conselho Federal de Odontologia).

Para o cirurgião plástico Thiago Marra, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica, os cirurgiões-dentistas têm competência para realizar rinoplastias e só precisam ser bem capacitados. “Esse é um caminho sem volta. A área de atuação dos cirurgiões-dentistas é  inequivocadamente a região da face. Eles já fazem harmonização facial, aplicam toxina botulínica e o próximo passo serão as cirurgias da face de um modo geral. A gente quer profissionais bem capacitados, bem treinados.”

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