OUTROS OLHARES

PAUSAS CURTAS REDUZEM DANOS DE FICAR HORAS SENTADO

Estudo feito na Suécia indica que fazer intervalos de até três minutos a cada meia hora, durante o horário de trabalho, subindo escadas ou caminhando por apenas 15 passos, melhora o controle de açúcar no sangue

Ficar horas sentado trabalhando pode causar estragos em nossa saúde metabólica, contribuindo, com o passar do tempo, para níveis elevados de açúcar e colesterol no sangue, mesmo em pessoas que parecem saudáveis. Um novo estudo, embora pequeno, revelou que levantar-se e mover-se a cada 30 minutos por cerca de três minutos pode diminuir os impactos na saúde de ficar sentado muito tempo.

A pesquisa descobriu que subir vários lances de escada, fazer polichinelos ou agachamentos ou mesmo dar apenas 15 passos durante esses mini intervalos melhorou o controle de açúcar no sangue entre funcionários de um escritório, sem interromper visivelmente seu fluxo de trabalho.

Mas o estudo, que envolveu 16 profissionais de meia-idade com alto risco de diabetes tipo 2, também indica que essas pausas de três minutos a cada meia hora provavelmente representam a quantidade mínima de movimento necessária para proteger a saúde metabólica. Embora 15 passos duas vezes por hora possam ser um bom começo, eles não devem ser os únicos passos que devemos dar para reduzir o estrago.

De acordo com estudos epidemiológicos, os adultos americanos normalmente ficam sentados por cerca de sete horas em média por dia, sendo a maior parte desse tempo ininterrupta. Esse esgotamento postural provavelmente se acelerou durante a pandemia. Dados preliminares sugerem que as pessoas estão mais inativas agora do que em 2019, especialmente aquelas que têm emprego e filhos.

Essa posição constante prejudica a saúde metabólica. Ou, como escrevem os autores do novo estudo, “cada hora gasta em posturas sedentárias (isto é, sentado ou deitado) aumenta o risco de síndrome metabólica e diabetes tipo 2.”

A CULPA É DOS MÚSCULOS

A culpa é da musculatura flácida. Quando nos sentamos, os músculos das pernas, que são os maiores no corpo e geralmente estão ativos e famintos, dificilmente se contraem, portanto, exigem o mínimo de combustível e absolvem pouco açúcar de nossa corrente sanguínea. Eles também deixam de liberar substâncias bioquímicas que normalmente ajudariam a quebrar os ácidos graxos no sangue. Então, quando nos debruçamos sobre nossas mesas de trabalho, o açúcar no sangue e o colesterol se acumulam em nossa corrente sanguínea.

Para o novo estudo, que foi publicado no mês passado no American Journal of Physiology ; Endocrinology and Metabolism, , um consórcio nacional de cientistas liderado por pesquisadores do Instituto Karolinska em Estocolmo, Suécia, decidiu ver o que aconteceria se funcionários de um escritório concordassem em interromper seu tempo sentado, durante três semanas.

Foram recrutados 16 homens e mulheres profissionais de meia-idade em Estocolmo, sedentários e com histórico de obesidade, o que os coloca em alto risco de problemas metabólicos, como diabetes. Eles verificaram a saúde metabólica atual dos voluntários e  pediram que usassem monitores de atividade por uma semana, para obter os dados de base. Em seguida, metade dos voluntários continuou com sua vida normal, como parte do grupo controle, e o restante baixou um aplicativo para smartphone que os alertava, a cada 30 minutos durante a jornada de trabalho para se levantarem e se manterem ativos por três minutos. Eles caminharam por corredores, subiram escadas, marcharam no mesmo lugar, agacharam-se, pularam ou andaram vagarosamente da maneira que achassem conveniente, tolerável e sem distrair muito seus colegas de trabalho. Mas tinham que dar um mínimo de 15 passos para que o aplicativo registrasse seu movimento como uma pausa.

O experimento continuou por três semanas, depois das quais todos voltaram ao laboratório para outra rodada de testes metabólicos. Os pesquisadores descobriram que os resultados dos dois grupos divergiram sutilmente. O grupo de controle apresentou problemas contínuos com resistência à insulina, controle de açúcar no sangue e níveis de colesterol. Mas os outros voluntários, que se levantaram e se moveram durante o expediente, mostraram níveis mais baixos de açúcar no sangue em jejum pela manhã, o que significa que seus corpos controlaram melhor o açúcar no sangue durante a noite, um indicador potencialmente importante da saúde metabólica.

O açúcar no sangue também se estabilizou durante o dia, com menos picos e quedas do que no grupo de controle, e a quantidade de colesterol HDL benéfico em sua corrente sanguínea aumentou. Essas melhorias foram leves, mas podem significar a diferença, ao longo do tempo, entre progredir para o diabetes tipo 2, ou não. Os ganhos variaram, dependendo da frequência e do rigor com que os funcionários cumpriram os alertas de seus aplicativos. Aqueles que se levantaram regularmente e foram os mais ativos –   geralmente conseguindo 75 passos ou mais – melhoraram ao máximo seu metabolismo. Outros, com menos esforços ou frequentemente ignorando seus alertas sonoros, se beneficiaram menos. Mas a saúde metabólica melhorou um pouco, disse Erik Naslund, professor do Instituto Karolinska que supervisionou o estudo. Os resultados sugerem que vale a pena tentar levantar-se duas vezes por hora, mesmo que nem sempre tenhamos sucesso. Ele deu dois conselhos para pessoas preocupadas em passar muito tempo sentadas:

*** Baixe um aplicativo ou defina um alarme em seu computador ou telefone para lembrá-lo de parar a cada meia hora. Caminhe por alguns minutos. Corra parado no lugar. Ir ao banheiro ou tomar um café também conta.

*** Continue se movendo fora do horária de trabalho. “Em geral, é importante introduzir mais atividade física em nossas vidas. Andepelas escadas em vez de pegar o elevador. Desça um ponto de ônibus antes de casa. São pequenas alterações que podemos fazer que são benéficas para a saúde metabólica.”

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 26 DE OUTUBRO

BRIGAR É SINAL DE TOLICE

Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas (Provérbios 20.3).

Na estrada da vida há muitas armadilhas de contendas prontas a nos apanhar. Uma pessoa sábia desvia-se delas. Não vale a pena entrar em discussões bobas, em disputas de ideias, em contendas sem proveito algum. Só os tolos se metem em rixas. Qualquer tolo pode começar uma briga; quem fica fora dela é que merece elogios. É uma honra dar fim a contendas, mas os insensatos se envolvem nelas. O rei Saul envolveu-se em muitas batalhas inglórias. Por causa de seu ciúme doentio contra Davi, perturbou sua alma, transtornou sua família e causou desgosto à sua nação. Muita gente perdeu a vida por causa das rixas desse rei louco. Quantas batalhas verbais dentro do lar têm resultados desastrosos! Quantas acusações ferinas entre marido e mulher! Quantos filhos feridos por guerras intérminas dentro da família! Quantas lutas são travadas até mesmo nos bastidores do poder eclesiástico, numa disputa insensata por prestígio e glórias humanas! Devemos declarar guerra ao mal. Devemos empunhar armas espirituais poderosas em Deus para destruir fortalezas e anular sofismas. Mas entrar em pelejas movidos pela vaidade e alimentados pelo orgulho, para ferir pessoas e atormentar nossa própria alma, é sinal de insensatez.

GESTÃO E CARREIRA

TRABALHADOR QUER TEMPO MAIS FLEXÍVEL NO PÓS-PANDEMIA

Um quarto prefere voltar ao escritório, e 31%, ficar em home office, diz pesquisa

O relaxamento das restrições e o avanço da vacinação contra a Covid-19 vão lentamente abrindo caminho para a volta aos escritórios. Ainda que o home office tenha sido um privilégio de uma minoria – somente 11% dos ocupados brasileiros tiveram esse direito em 2020, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) -, foram 8,1 milhões de trabalhadores que tiveram de improvisar estações de trabalho e conciliar rotinas profissionais e pessoais enquanto seguiam suas jornadas a partir de suas casas.

Agora, com o pós-pandemia no horizonte, termos como flexibilidade e trabalho híbrido ganham espaço – e quem não quiser empregados descontentes terá de levar isso em consideração.

Segundo pesquisa da Ipsos sobre a volta aos escritórios, 66% dos trabalhadores acham que as empresas terão de ser flexíveis quanto a exigir a presença no local de trabalho, e 63% querem poder decidir quando ir ou não.

As preferências dos trabalhadores quanto a voltar ou não aos escritórios, porém, aparecem bem divididas. Quatro em dez disseram que preferem trabalhar totalmente fora de casa assim que a pandemia terminar. Na outra ponta, 31% querem trabalhar totalmente em casa.

“O dado mais óbvio da pesquisa é o de que a flexibilidade não tem volta”, diz o presidente da Ipsos no Brasil, Marcos Calliari. “O que é inesperado é que o Brasil apresenta números muitos parecidos nos extremos, entre os que absolutamente querem voltar e os que não querem”.

Para Calliari, os resultados dão uma dimensão do quão mais complexo ficará a gestão de pessoal.

Quando a Ipsos perguntou quantos dias os trabalhadores gostariam de cumprir jornada em casa, 30% optaram por todos os dias da semana, tendo em conta uma semana de cinco dias. Os demais se dividiram entre preferir um (10 %), dois (15%), três (18%) e, quatro 7%) dias de home office no fim das restrições.

“Vai ser complexo lidar com isso e entender a posição de cada funcionário. O grande achado não é mais se vai ser home office total ou parcial. As empresas vão precisar ter um modelo que respeite as peculiaridades individuais”, afirma.

Na avaliação de Calliari, fatores como a distância entre casa e local de trabalho e ter ou não filhos influenciam na posição do trabalhador quanto ao retorno à rotina no escritório. “Já não é somente sobre trabalhar em casa. (Para o futuro], é fazer uma reunião no escritório, mas poder buscar os filhos na escola”.

A pesquisa da Ipsos foi realizada com 12.445 trabalhadores de 16 a 74 anos em 29 países. Entre os brasileiros, 65% disseram que se sentem mais produtivos com um cronograma flexível. Nas empresas em que já se discute um formato para o pós-pandemia, Calliari tem a avaliação de que os modelos de retorno são, na prática, rigorosos. “São dois dias em casa, mas o que vemos é que as expectativas são mais complexas.”

O trabalho remoto no Brasil em 2020 foi bastante heterogêneo. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a maioria das pessoas ocupadas e que ficaram trabalhando em casa no ano passado eram mulheres brancas e com nível superior completo.

O maior contingente de pessoas em home office estava em São Paulo. Eram 2,9 milhões em 2020, ou 35,5% do total. No outro extremo, apenas 16 mil pessoas estavam em trabalho remoto no Amapá, 14 mil no Acre e 13mil em Roraima.

Para Galllari, há chance de as discussões sobre o futuro do trabalho remoto e a possibilidade de as empresas adaptarem seus funcionamentos às demandas de seus funcionários ficarem restritas às grandes empresas.

“As micro e pequenas, que são os maiores empregadores, não têm uma estrutura para endereçar essas questões. Além disso, a maioria já voltou às atividades”.

Nas grandes firmas, porém, ele nota que começa a existir uma preocupação com um aumento de rotatividade como consequência do trabalho remoto e de uma desmobilização de funcionários. Distante da equipe e de superiores, o desligamento fica mais fácil.

Por isso também, diz o executivo da Ipsos, empresas que chegaram a cogitar a adoção permanente do trabalho a distância recuaram da decisão ao avaliar que a retenção de talentos fica mais difícil sem o desenvolvimento do que os gestores chamam de “cultura da empresa” – seus hábitos, valores e rituais.

“Claramente há uma percepção de que há prejuízos se você nunca estiver no escritório. Perde-se convivência e engajamento”, afirma.

Uma outra pesquisa, essa conduzida pela Grant Tornton  diz que somente 7% das empresas brasileiras descartam manter o home office. A perspectiva de economizar com o custo de manutenção das instalações é atraente para os negócios.

Segundo a consultoria, 45% dos executivos consultados disseram estar avaliando seriamente” a possibilidade de adotar o home office de maneira permanente. Foram ouvidos cerca de 5.000  empresários em 32 países.

A redução dos espaços vem estimulando outros tipos de negócios, como o dos coworkings -empresas que locam estações de trabalho para pessoas físicas e empresas.

Na WeWork, Lucas Mendes, diretor-geral da operação no Brasil, diz ter havido uma “explosão de procura” nos últimos três meses. E, ainda que nem todo o mundo feche negócio, ele afirma que os novos contratos dão à empresa perspectivas de voltar a crescer, depois de um 2020 de retração.

A empresa não abre números ou taxa de ocupação, mas Mendes diz que a vacância é muito baixa. O que atrai as firmas ao modelo da WeWork é justamente a flexibilidade. No lugar de um contrato de locação de cinco anos, elas podem focar mesas, estações de trabalho e salas de reunião até mesmo por diárias, mas há contratos de até um ano. Dispensam também custos com limpeza, copa ou segurança.

EU ACHO …

COVIDALGIA

Novas palavras nos ajudam a superar velhos medos

O desconforto de ficar em locais fechados é claustrofobia. A angústia de estar em aglomerações é agorafobia. Incomodar-se com pequenos sons que a maioria nem repara, como mastigar, tossir ou simplesmente limpar a garganta, é misofonia. A aflição ao falar em público é glossofobia. Como se não bastasse o mal causado por essas fobias, nossos tempos forjaram o medo de todos esses medos juntos. E ele ganhou um nome, é o FORTO.

Esta é uma abreviação de fear of returning to the office. Em tradução literal, seria o “medo de voltar para o escritório”. E o FORTO é real.

Para sete em cada dez pessoas, retornar à rotina do escritório será “difícil” e “estranho”, segundo pesquisa da consultoria Korn Ferry. Entretanto, com o avanço da vacinação e a queda no número de internações, cabe pensar. Será que esse temor de retornar ao local de trabalho está relacionado apenas com a Covid?

Imaginar o “chato” do escritório com dois anos de assuntos para botar em dia pode ser bastante assustador, a ponto de influir no seu FORTO. Não há quem esteja pronto para isso. Outras coisas também trazem pavor na retomada, como dividir espaços, evitar virar os olhos presencialmente e voltar a usar sapatos!

Afinal, depois das cavernas, dos feudos e das sesmarias, é nos escritórios que se enfrentam os limites humanos. Tanto físicos quanto, ultimamente, mentais, como o stress e a síndrome de burnout. Pois então veio a pandemia, que fechou tudo, inaugurou a era do home office e, de uma hora para outra, fez cessar esses transtornos fóbico ­ ansiosos para muita gente.

Sim, no meio de tantas vítimas, muitas outras foram salvas. O que nos leva a uma outra nova palavra no léxico, “covidalgia”, a nostalgia do tempo da Covid-19. Isso mesmo, saudades da pandemia.

Por incrível que pareça, já há quem sinta falta da fase dura do confinamento, como a ausência de trânsito nas ruas vazias. Menos mesquinha, dentre as covidalgias mais sentidas para quem retorna à rotina estará a saudade da comida feita em casa, por exemplo. Outras perdas serão sentidas. Lá se vão hábitos saudáveis como a caminhada matinal, diante da necessidade de sair mais cedo e evitar o engarrafamento. E adeus a comer em família, diante da junk food cotidiana entre reuniões e os snacks da madrugada para entregar o relatório na primeira hora.

Como algo que ninguém controla, medos também são necessários. Fica difícil confessar, mas a verdade é que não descendemos do hominídeo mais valente. Esse achou que dava conta e foi comido pelo leão. Viemos do que estava logo atrás, do mais prudente. Ou seja, do “medroso”.

Sem poder evitar, resta superar o novo medo. A adaptabilidade que levou os funcionários para o home office agora será importante para fazer o caminho inverso.

De qualquer forma, diante da conjuntura atual, em que se teme o que inventam em boatos e fatos alternativos, esse seria só mais um livramento. Sorte que, neste caso, a pista está clara. Vencer o PORTO nos tornará mais fortes.

***  LUCÍLIA DINIZ

ESTAR BEM

TRICOMONÍASE: O QUE É, SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTOS

A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST) deflagrada por um protozoário. Saiba tudo sobre a doença, da prevenção aos remédios usados

O QUE É TRICOMONÍASE E QUAL SUA CAUSA?

Trata-se de uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis. Ela atinge tanto homens como mulheres, afetando principalmente a vagina e o trato urinário. De acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, 156 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos foram diagnosticadas com o problema.

A TRICOMONÍASE NA MULHER

A ginecologista Iara Moreno Linhares, da Comissão Nacional em Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), conta que o perigo de contágio para a população feminina é maior. “O risco varia de 60% a 80% em uma relação sexual desprotegida”, relata.

Para evitar a enfermidade, é imprescindível usar camisinha masculina ou feminina.

Nas mulheres, a doença acomete principalmente a vulva, a vagina e o colo do útero. Mas também pode afligir a uretra e as glândulas de Skene e Bartolin. “São glândulas que têm sua abertura na parte interna da vulva, o vestíbulo, e produzem muco, que ajuda na proteção e na lubrificação durante a relação sexual”, explica.

A maior parte dos casos são assintomáticos. Quando os sinais surgem, as mulheres tendem a sofrer com corrimento vaginal, geralmente amarelo ou amarelo-esverdeado. Ao contrário da candidíase, surge um odor bem desagradável, que lembra o cheiro de peixe. E ocorre uma sensação de irritação e ardor local.

 “A vulva pode ficar avermelhada e sensível, causando bastante desconforto. E é possível que haja dor ao urinar. Logicamente, o sexo se torna desconfortável na presença desses sintomas”, avisa Iara, que também é professora da Universidade de São Paulo (USP).

A TRICOMONÍASE NO HOMEM

A tricomoníase no homem afeta frequentemente a uretra. Apesar de os sintomas aparecerem com menos frequência, os principais na população masculina são irritação e corrimento no pênis, além de ardor ao urinar ou ejacular.

PRINCIPAIS MANEIRAS DE PREVENÇÃO

Assim como qualquer IST, a melhor maneira de prevenir a tricomoníase é usando camisinha. Visitas periódicas ao ginecologista ou urologista também são úteis.

A educação sexual e o conhecimento sobre quaisquer ISTs são importantes entre os adolescentes e os adultos jovens. Entretanto, os idosos não podem ser esquecidos. A tricomoníase é capaz de infectar pessoas de todas as idades.

COMO FUNCIONA O DIAGNÓSTICO

“A análise dos sintomas e os achados do exame físico já levantam uma forte suspeita no médico. Mas o diagnóstico de certeza é feito através de testes realizados no laboratório ou no próprio consultório, se o ginecologista ou urologista tiver um microscópio disponível”, aponta Iara.

Para esses testes, o profissional coleta secreções da genitália. Nos homens, um exame de urina também pode ser utilizado.

TRICOMONÍASE TRATAMENTO

A tricomoníase tem cura, que depende do uso adequado de remédios específicos. São antibióticos tomados de forma única ou em várias doses por alguns dias, a depender do quadro de cada um. Só um médico deve prescrevê-los — pedir a receita da vizinha aumenta o risco de complicações.

“É muito importante que todos os parceiros sexuais sejam tratados simultaneamente para que não ocorra reinfecção e para evitar as possíveis complicações”, orienta Iara. Transparência é tudo nessa fase.

Nesse período, não se deve consumir bebidas alcoólicas nem transar. “Depois, é necessária uma nova avaliação para confirmar a cura e controlar o estado do paciente”, complementa a ginecologista.

Mesmo sem sintomas, a tricomoníase pode persistir por algum tempo no corpo e se disseminar. E dá para pegar a doença mais de uma vez.

TRICOMONÍASE É GRAVE? QUAIS AS COMPLICAÇÕES?

Quando não diagnosticada ou não cuidada corretamente, a tricomoníase facilita o aparecimento da chamada doença inflamatória pélvica (assim como a clamídia, por exemplo). Ela, por sua vez, levaria à infertilidade.

“Se a mulher estiver grávida, há o risco de complicações na gestação, como ruptura precoce de membranas, conhecida como ‘perda das águas’, e parto prematuro”, alerta a professora.

Na ala masculina, os perigos são prostatites (inflamação da próstata), epidimite (inflamação do epidídimo, uma estrutura dos testículos) e alterações na mobilidade e capacidade de fertilização dos espermatozoides (o que eleva o risco de esterilidade).

“Além disso, pesquisas têm mostrado que o Trichomonas vaginalis pode ‘ajudar’ outras infecções sexuais”, informa Iara. Ou seja, diversas ISTs podem aproveitar a ação desse protozoário para causarem mais estragos no trato genital. Sabe-se, por exemplo, que o processo inflamatório facilita a entrada e a disseminação do HIV no corpo.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

DESEMPREGO E SOLIDÃO PIORAM ABUSO DE DROGA

Traumas, vulnerabilidade e mudanças de rotina estão na raiz da alta de consumo

Marcelo enterrou a mãe em meio à pandemia. Quinze dias depois, foi a vez de um irmão. Mais duas semanas, outro irmão. De luto, descontou no álcool. Para Lívio, pesaram o isolamento social e as incertezas diante de um vírus desconhecido. Também passou a beber de domingo a domingo. Já Filipe ficou sem emprego, voltou à cocaína e acabou indo morar na rua. Agora, busca reabilitação: “Cansei de só sobreviver, quero voltar à vida.”

Em agosto, fomos a duas comunidades terapêuticas e uma república, mantidas pelo governo de São Paulo, para contar histórias de quem perdeu o controle na crise sanitária, e tenta retomar a autonomia sobre a vida. As unidades prestam assistência a dependentes químicos. Para preservar os acolhidos, os nomes usados são fictícios.

Trauma, perda de renda, mudança brusca de rotina e vulnerabilidade social estão na raiz do consumo compulsivo de álcool e de outras drogas, relatam psicólogos, pesquisadores e assistentes sociais. “Percebemos o aumento até pelo número de ligações e mensagens recebidas nas redes sociais”, diz Denis Munhol, coordenador de uma unidade visitada pela reportagem.

Em 2020, as mortes ligadas a ”transtornos mentais e comportamentais por causa do uso de álcool subiram 23,9% no País, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao todo, houve registro de 8 mil óbitos, ante 6.445 no ano anterior – a maior alta ao menos desde 2008.

Estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), de novembro, diz que 42% dos brasileiros relatam beber mais álcool na pandemia. Com 3.799 entrevistados, o trabalho indica que a chance de beber com mais frequência subiu 73% diante de quadros graves de ansiedade.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que os dados de mortes por álcool são “preocupantes”, mas que “não há como fazer inferências de correlações, ou mesmo de causalidade utilizando um único indicador” em reação à pandemia. Segundo a pasta, há “ações permanentes” e os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps), especializados em transtornos, atendem todas as faixas etárias, sob “ótica interdisciplinar” em situações de crise ou na reabilitação psicossocial.

RECAÍDAS

 O auxiliar de cozinha Lívio Augusto, de 28 anos, passou a usar álcool e cocaína todo dia na pandemia. O estalo veio de repente. Ao se dar conta, já havia se tornado maltrapilho e pesava apenas 44 quilos, quase metade do seu peso habitual. Estava sozinho e longe de casa, trabalhando em um prostíbulo no interior de Minas para sustentar o vício. A visão lhe caiu como um susto: “O que estou fazendo aqui?”. Segundo relata, isso foi em março e serviu de estopim para buscar ajuda. Ele está em tratamento desde 10 de agosto, em uma   comunidade terapêutica de Ribeirão Preto (SP), onde nasceu. Por trás da tentativa de retomar a dignidade, Lívio carrega uma história de uso precoce de drogas, rompimentos com a família, abstinências e recaídas.

Teve o primeiro contato com a cocaína aos 11 anos, influenciado por amigos. Aos 17, começou a usar maconha e substâncias sintéticas. Foi internado pela primeira vez em 2016. Com o vício sob controle, o jovem atuava na realização de eventos. Até que veio a pandemia. “De uma hora para outra, eu estava sem trabalho e trancado em casa, com duas irmãs gestantes e um padrasto diabético”, disse. “Tinha medo de sair e passar a doença para eles, mas só aguentei dois meses de isolamento.”

Sem renda, arrumou emprego em uma pastelaria e voltou a abusar das drogas. ”Tudo que eu fazia era com o objetivo de usar mais. Gastava de R$700 a R$ 800 por semana e o dinheiro foi acabando. Cheguei ao ponto de me deparar com a prostituição.”

Dados da Secretaria de Desenvolvimento Social paulista mostram que, de abril de 2020 a julho de 2021, a maioria dos atendidos na rede pública eram homens (88,4%), de até 43 anos (72,9%). As drogas mais comuns são álcool (26,7%) e cocaína (19,8%). Em São Paulo, a rede pública estadual tem 1.377 vagas em 64 comunidades terapêuticas ou repúblicas do Recomeço, principal programa contra o uso indevido de drogas. Mas as unidades precisaram reduzir a capacidade e reservar parte das vagas para quarentena, necessária nas duas primeiras semanas de tratamento, o protocolo anti covid.

Mesmo no setor privado, gestores relatam fila de espera. Esses locais acolhem dependentes químicos que demandam assistência social, com atendimento psicológico e  atividades com foco na melhoria da qualidade de vida e resgate da autonomia. Já casos de intoxicações severas ou surtos psiquiátricos são levados a hospitais.

“Nosso olhar é de que a droga é uma expressão social de dor. Organicamente, pode se tornar uma doença, mas que deve ser trabalhada sob a perspectiva de cuidado e controle”, diz a psicóloga Eliana Borges, coordenadora estadual de Políticas Sobre Drogas. “O tratamento é necessário a partir do momento que a vida passa a girar em torno do consumo, com perda de autonomia e de relações sociais.” Parte dos casos está ligado a traumas ou prejuízos sociais.” A droga é transversal a esse processo: se focar nela, não resolvo.” O tratamento é pensado para seis meses, mas a saída pode ser antecipada ou adiada.

Pelo levantamento do Recomeço, 20,4 % dos atendidos viviam nas ruas antes da assistência. “Nem sempre seis meses é o suficiente para retomar o vínculo com a família. Às vezes, é pouco para uma relação que passou anos sendo machucada”, continua. “Cerca de 60% terminam e não têm para onde voltar. A comunidade terapêutica não pode ser uma redoma que protege da droga. Porque, no dia que tirar a redoma, a pessoa despenca.”

Foi a experiência do operador de empilhadeira Filipe Brás, de 34 anos, que usa cocaína desde os 13 e está na quarta internação. “Perdi o emprego, me distanciei da família e fui morar na rua. A ociosidade que a rua proporciona deixa a gente ainda mais receptivo à droga”, descreve. “Na pandemia, não tive oportunidade de trabalho.”

A maior pane dos assistidos é de baixa renda e escolaridade. Exceção, a publicitária Joana Santos, de 44 anos, morou na Califórnia e chegou a coordenar uma franquia de idiomas. Órfã da mãe desde a infância e com o pai alcoólatra, Joana desenvolveu vício em álcool e cocaína. Nunca conseguiu manter emprego. “Havia vezes em que ia trabalhar bêbada ou saía da sala para dar ‘tiro’ no banheiro”, diz ela, que trabalhou de atendente de padaria, mas foi dispensada no início da pandemia.

Joana carrega uma tatuagem com o nome dos pais no antebraço direito. Ao lado, há o desenho de quatro bonequinhos de mãos dadas – representação de si e dos três irmãos. ”Hoje, a relação com a minha família é “muito ruim”, diz. “Ao mesmo tempo que não confiam mais na minha recuperação, também não me deixam livre para que tente caminhar com as minhas próprias pernas.”

Ela já passou por internação hospitalar, clínica de reabilitação e está voluntariamente em uma das comunidades terapêuticas do Estado desde junho, período em que se mantém em abstinência. “Quero descobrir porque me tornei essa pessoa. Tenho casa própria, um cachorro para cuidar e uma vida para viver. Basta eu mesma me ajudar”, discorre. “Estou há dois meses sem usar nada. Mas é saindo daqui que a gente tem de enfrentar os monstros”.

RENASCER

Toda noite, o pintor Davi Torres, de 41 anos, rega a horta, ajuda em outras tarefas coletivas e depois senta no banquinho para fumar um cigarro com calma. Em oito meses, saiu da condição de morador de rua para viver em uma república. Está sem álcool, cocaína e crack: “Eu renasci. Renasci de verdade”.

Voltada para pessoas em fase de retomada de vínculos sociais e reinserção no mercado de trabalho, a república é uma última etapa de assistência a dependentes químicos. A ideia é que funcione como uma casa e atende quem resgatou a autonomia, mas não tem onde morar. Os acolhidos têm as chaves e liberdade para escolher da decoração às compras da semana. “A convivência tem sido muito harmônica, todos dividem as responsabilidades”,   diz ele. “Dos 13 que entraram comigo, só três ficaram os seis meses.”

Antes dessa etapa, o acolhido tem de ser encaminhado por uma unidade básica de saúde – normalmente um Caps, o que nem todo município tem. Depois, passa por uma comunidade terapêutica, instalada em cidades-polo, às vezes distante do seu local de origem.

Coordenador técnico de uma comunidade, o assistente social Denis Munhol usa a própria história como exemplo. “Com 18 anos, já bebia, fumava e conhecia cocaína”, conta. “Mesmo assim, fiz três anos de Administração. Até que conheci o crack e perdi tudo. Cheguei a roubar meu irmão que estava doente”.  Em 2009, foi para uma comunidade terapêutica, largou a droga e agora trabalha para outros seguirem esse caminho. “O que me fez virar a chave foi me aceitar como gente, ser humano. Não sou forte de tudo, mas não sou fraco de tudo também.”

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