OUTROS OLHARES

MORTES DESIGUAIS

Feminicídio de negras não segue tendência e cresce em dez anos

“Tô cansada, tô estressada, hoje eu não vou bater boca com ninguém”. Era uma brincadeira que a digital influencer Bruna Quirino postou no sábado sobre o marido, que era seu empresário. Aos 38 anos, Bruna ganhava projeção em Valinhos, no interior de São Paulo, dando dicas principalmente sobre cabelo voltado para o público afro, ora em penteados de dreads, ora com black power mais comprido. Um dia depois da postagem, ela foi morta a facadas por Rodrigo Quirino, de 40 anos, com quem era casada há 20 anos e tinha uma filha, que presenciou o crime. Rodrigo se suicidou.

Na madrugada do dia 1º de setembro, a modelo de 20 anos Geordana Farias foi morta a facadas pelo ex-namorado em Ananindeua, na região metropolitana de Belém. O criminoso, que teve um relacionamento amoroso por quatro anos com a vítima, foi preso em flagrante na manhã do mesmo dia pela Polícia Civil do Pará.

O assassinato de Geordana provocou revolta e manifestações em Ananindeua, com pedidos de políticas públicas de combate à violência contra a mulher no município. O de Bruna, pela natureza de seu trabalho, ultrapassou os limites de Valinhos e causou comoção e indignação nas redes sociais. Os dois crimes compõem um quadro de desigualdade que atinge as mulheres negras em uma realidade que já é trágica, a das estatísticas de feminicídio no Brasil. Enquanto o número de mortes por violência de gênero no Brasil se reduziram, o feminicídio de mulheres negras não só não seguiu essa tendência como aumentou.

EXCLUSÃO SOCIAL

Dados do Atlas da Violência 2021, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, mostram que os feminicídios entre mulheres negras cresceram na última década, quando 50.056 mulheres foram assassinadas por companheiros no país.

Numa das pesquisas mais completas sobre violência no Brasil, que reuniu dados entre 2009 e 2019, é possível ver que os assassinatos contra mulheres brancas, amarelas e indígenas diminuíram 26,9% no período, caindo de 1.636 para 1.196 casos. Já o total de negras vítimas desse tipo de crime cresceu 2%: foram 2.468 vítimas em 2019 ante 2.419 dez anos antes.

O feminicídio, embora esteja em níveis muito altos no país, tem uma face mais trágica entre a população mais excluída. Além do recorte de gênero, é preciso considerar a classe social:

“Nós (mulheres negras) somos a maioria e as primeiras na categoria da pobreza. Hoje, você tem uma educação contra a violência doméstica muito forte, mas quem mora em periferia ainda tem dificuldade de ser ouvida”, explica a advogada Patrícia Guimarães, presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal.

Para a advogada, especializada em Direito da Família, as estatísticas não são capazes de dimensionar totalmente a violência doméstica e familiar, já que muitas mulheres sofrem caladas, em segredo, por medo de serem julgadas perante a sociedade. Segundo Patrícia, é preciso considerar os entraves judiciais.

“Existe a discriminação dentro da própria delegacia, o tabu. Se você for sozinha, encontra uma resistência para que esse boletim ocorra. As perguntas são constrangedoras. Muitas deixam de ir ou de ir pela segunda vez porque já sabem o que vão ouvir”, comenta.

Em 2019, 66% do total de vítimas de feminicídios no Brasil eram mulheres negras – o total contabiliza pretas e pardas, segundo a classificação do IBGE. De acordo com o Mapa da Violência, o risco de homicídios para mulheres brancas, amarelas e indígenas era de 2,5 e saltava para 4,1 quando em relação às negras.

“O feminicídio é um termo relativamente novo no nosso vocabulário, mas dá nome a um problema muito antigo”, alerta a coordenadora-geral da Rede Feminista de Juristas, a advogada Amarílis Costa.

Segundo Amarílis, ainda há aprovação da sociedade a esse tipo de crime e mecanismos que incentivam essa forma de violência.

“A violência de gênero começa de maneira subjetiva nas ruas, nas escolas, nos espaços familiares e se materializa por meio de agressões físicas e, por vezes, do feminicídio”, detalha a jurista.

A coordenadora-geral da rede acrescenta que o combate à violência contra mulher exige um pacto social, ético e moral:

“Pensar na violência de gênero sem pensar na raiz do problema não faz sentido. É preciso um debate que fale das desigualdades de poder e das dinâmicas históricas que fazem com que o gênero masculino estruture uma dinâmica de opressão. É preciso pensar num Judiciário antirracista, que não seja machista e misógino, e que comece a construir jurisprudências que sejam de vanguarda e focadas na equidade de gênero.

UM CRIME ÍNTIMO

Pesquisadora do Instituto Igarapé, Renata Giannini confirma que o principal motivo para os altos índices de feminicídios no Brasil é a desigualdade de gênero. Ela explica que o feminicídio normalmente é o fim de um processo que é antecedido por outras violências:

“Existe uma percepção sobre um status inferior de mulheres, sua liberdade e seus corpos, que acaba impactando na violência cometida contra elas. É importante olhar para outros tipos de violência: porque normalmente não acontece do nada, é um crime íntimo, que costuma ser cometido por uma pessoa próxima da vítima”, diz Renata, em uma análise que combina com a forma como morreram Bruna e Geordana.

O Igarapé realizou um levantamento sobre feminicídios e registros de crimes relacionado contra mulheres em 2020. Outros tipos de violência diminuíram na pandemia, mas o feminicídio aumentou:

“É um indicativo de que as mulheres, no processo de isolamento e super convivência com possíveis agressores, tiveram mais dificuldade para relatar”.

No primeiro semestre de 2021, 33 casos de feminicídios foram registrados no Pará e 86 em São Paulo, números próximos aos do mesmo período no ano passado, segundo registros das secretarias de segurança destes estados. Os índices também se mantiveram semelhantes no Rio Grande do Sul, Ceará, Amazonas, Goiás e Santa Catarina. O Rio de Janeiro teve o maior aumento nos números, passando de 35 feminicídios de janeiro a junho de 2020 para 48 nos mesmos meses em 2021.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 24 DE OUTUBRO

CUIDADO COM O VÍCIO DA BEBIDA

O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio (Provérbios 20.1).

A bebida alcoólica tem sido um carrasco para milhões de pessoas no mundo. Na verdade, o álcool aprisiona pessoas, humilhando-as e mantendo-as sob algemas. O álcool é um ladrão de cérebros. Tira a lucidez e provoca transtornos mentais e emocionais. O álcool é responsável por mais da metade dos acidentes de carro e o causador de mais de 50% dos assassinatos. As cadeias estão lotadas de seus escravos, e os cemitérios se enchem com suas vítimas. O álcool vicia e degrada. Aqueles que são dominados pela bebida alcoólica vivem perturbados e perturbam a ordem social. São um pesadelo para a família e uma desgraça para a sociedade. Discussões tolas, brigas desnecessárias e crimes hediondos são cometidos por pessoas dominadas pela bebida. O escravo da bebida nunca é sábio. Aqueles que se entregam aos encantos do vinho e bebem espalhafatosamente acabam vencidos pelo vício. Alguém já disse que o vinho é formado pela mistura do sangue de quatro animais: pavão, leão, macaco e porco. Quando o homem começa a beber, sente-se como um pavão, a mais bela das criaturas. Depois, ruge como um leão, demonstrando sua força. O passo seguinte é fazer peraltices como um macaco. Finalmente, chafurda-se na lama como um porco. Fuja da bebida alcoólica; essa dependência pode lhe custar a vida.

GESTÃO E CARREIRA

QUAL PERÍODO VOCÊ É MAIS PRODUTIVO?

Tem pessoas que despertam de manhã e sentem na mente, e no corpo, uma disposição diferente da parte da tarde e da noite. Conseguem fazer exercícios físicos, resolver os problemas mais desafiadores do trabalho, e meditar logo nas primeiras horas da manhã. Outros, demoram mais tempo para começar a trabalhar e tomar decisões no período matutino. Vários livros foram escritos sobre o tema, sendo um dos mais famosos, “O Milagre da Manhã”, de Hal Elrod

O autor esmiúça vários comportamentos e ações para os leitores fazerem ao despertar, e garante que acordar cedo e seguir essas pequenas ações diárias trará mais satisfação ao indivíduo.

Mas, afinal quem está certo nesse dilema? O grupo de pessoas que despertam cedo e conseguem ser produtivos, ou os que demoram um pouco mais para conseguir lidar com os assuntos complexos do dia a dia? Para Orquist, pesquisador Sueco, que desenvolveu um questionário para quantificar o ciclo circadiano de cada pessoa, ninguém é perdedor ou ganhador nessa história.

Há técnicas que podem ajudar as pessoas a serem mais produtivas e garantir mais qualidade de vida nos períodos do dia em que não são tão ativas. Orquist foi o grande precursor da ciência chamada Cronobiologia (Cronos, tempo, bio, vida, logia, estudo), em 1970. O questionário criado pelo cientista consegue mensurar o relógio biológico de cada pessoa (termo atribuído ao francês Julien-Joseph Virey) e quantifica o ciclo circadiano de cada indivíduo. Mede se a pessoa é mais matutina, vespertina, e/ou noturna.

O termo relógio biológico é considerado por alguns cientistas como ultrapassado, à medida que os estudos da cronobiologia avançam. Em 1976, Horne e Ostberg, traduziram a obra para o inglês e criaram a versão conhecida como questionário de Horne-Ostberg. Em 1981 a USP, criou o Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos e traduziu para o português as questões. O grupo foi responsável por inserir na grade curricular de ciências e biologia do ensino fundamental e médio, respectivamente, o estudo sobre os diferentes ciclos circadianos.

Para os cronobiólogos, a maioria dos seres humanos teve que se adaptar a rotinas intermediárias, dado ao horário dito “comercial”, das 09hrs às 18hrs. “Há 200 anos, as pessoas dormiam 10 horas por dia, depois passaram a descansar 09 horas, depois oito e, atualmente, dormimos 6 horas por dia”, afirma o professor Menna-Barreto precursor dos estudos no Brasil e professor da EACH-USP.

“Quando acampamos e ficamos sem rede de celular, nossos corpos e mentes, após alguns dias na mata, se adaptam ao ritmo da luz do sol e da lua. Ou seja, começamos a despertar às 5h da manhã e já nos preparamos para dormir às 19h.

É interessante observar essa mudança de comportamento em mim e no grupo que faz esse tipo de trajeto comigo”, evidencia Lanna Dogo, responsável pela página ‘Elas Viajam Sozinhas’. Lanna incentiva mulheres a se descobrirem por meio da exploração geográfica e já é nômade há dois anos.

Esse fenômeno, apontado pela viajante Lanna, é explicado pelo Psicólogo e Coordenador do Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão, Douglas Vilhena: “A iluminação do ambiente guia vários ciclos biológicos em nosso corpo maior, sendo mais conhecido o ciclo circadiano (cerca de um dia) e o ciclo sazonal (dias longos no verão e noites longas no inverno). Proteínas fotossensíveis em nossas retinas reconhecem a variação da luz disponível ao longo do dia. Nosso organismo consegue interpretar essa alteração e preparar todos os relógios para um bom funcionamento”.

Mas, como ser mais feliz e produtivo no horário que temos que ser?! Seja para estudar ou trabalhar?! Já que não estamos acampando, e sim na cidade, sob forte influência da tecnologia, e brilho da tela de celular e computadores?!

Jefferson Vendrametto, especialista de educação do CEBRAC , vem para ajudar:

A MESMA HORA DE DORMIR E ACORDAR (REGULARIDADE)

Já sabemos que a luz dos aparelhos eletrônicos pode interferir na boa condição do sono, por isso, desligue o celular meia hora antes de dormir. Pratique alguma atividade relaxante e prazerosa, como ler um livro ou meditar, assim você avisa para seu organismo que já está na hora de ir para a cama. Tente não alterar esse hábito de ter o mesmo horário para dormir e despertar aos finais de se- mana, para que o seu organismo se acostume e venha a se tornar um hábito.

TENHA HORÁRIOS PARA AS REFEIÇÕES

Se alimentar todos os dias no mesmo horário cria no corpo uma rotina. O seu corpo tem ciência que em determinado momento vai precisar trabalhar para digerir a comida. A Sociedade Brasileira de Obesidade lista como uma das principais causas da obesidade a alimentação desregulada, principalmente durante a madrugada.

FAÇA ATIVIDADES FÍSICAS

O melhor horário para atividades físicas é das 09h às 11 horas da manhã. O corpo está descansado e neste horário o baço e o pâncreas aceleram o metabolismo colocando em ritmo e dando a energia necessária para realizar as demais atividades. Como nesse horário normalmente estamos trabalhando e/ou estudando, crie uma rotina de exercícios antes das suas atividades do dia, ou após a elas.

O ideal é você se exercitar no período que você for mais produtivo e evitar se exercitar duas horas antes de dormir, pois os exercícios deixam o corpo com muita energia e a sua mente mais acelerada. O Cebrac, rede de cursos profissionalizantes, com mais de 80 escolas pelo país, desenvolveu um sistema virtual que auxilia a descobrir qual o melhor horário para estudar.

“Nós temos um sistema virtual que permite através do teste Horne-Ostberg, que o aluno possa descobrir seu cronotipo e se matricular no horário que será mais assertivo para ele, além disso nossa plataforma tem trilhas de aprendizagem personalizadas que conseguem ler as dificuldades e montar para cada aluno testes que possam qualificá-lo”, finaliza Rogério Silva, CEO do Cebrac. No link: (https://www.cebrac. com.br/blog/1-veja-qual-periodo-voce-e-mais-produtivo–matutino-ou-vespertino-faca-o-teste) faça o teste e descubra qual o período do dia acontece a sua produtividade!

Fonte e outras informações: www.cebrac.com.br.

EU ACHO …

TERAPIA DE CASAL

Já tinha provado que havia dado certo. 15 anos, 13 de casados, 10 trabalhando e empreendendo juntos e 2 anos de pandemia, parte deles morando com a mãe e a sogra. Sobreviveram. Mas, nas últimas, algo pesou. Pela primeira vez em todos esses anos, teve certeza de que precisava de ajuda, e seria a de um profissional. Ligou para a irmã, desabafou e recebeu de prontidão o número de telefone da expert em terapia de casais. Ligou sem duvida alguma de que seu casamento corria risco e precisava urgentemente da avaliação de um especialista. Conseguir o horário não foi fácil, “época de pandemia”, pensou e relembrou todos os inúmeros artigos que citavam as estatísticas de separação neste momento. Ficou mais angustiado, insistiu e conseguiu o desejado encontro.

Avisou, logo pela manhã, o marido, que iria sozinha falar sobre o casamento com uma terapeuta, o tom não foi animador. É admiradora do processo terapêutico. Desde a adolescência até seu começo dede namoro com o marido fez análise e considerava uma “higiene mental” se entender , escutar e conhecer-se. Mas fazia 15 anos da última sessão e estava desmontada. Arrumou-se como quem vai a um encontro profissional para impressionar. No meio do dia, antes de chegar à consulta, se sentiu ridícula em seus trajes; porque queria tanto agradar à terapeuta?

Estava ansiosa, queria ser clara, cirúrgica em seu problema matrimonial. Não temos tempo a perder: ”Tenho 51 anos”, pensou. O tal “tempus fujit” aumentava o volume de voz em sua mente, agora mais inquieta que de costume. Ou seria feliz ou nada, era a cabeça com a qual entrara no confortável consultório onde o vento batia fortemente na janela, como símbolo de tempestade à vista. Tinha certeza de sua fala. Estava havia pelo menos dez dias  pronta para contar seus aborrecimentos e mazelas de uma vida comum e os terríveis defeitos de seu marido.

Sentou delicadamente na ponta da poltrona pronta para despejar sua angustiante história e assim contextualizar e legitimar sua aflição. As palavras foram nascendo e como ouvinte de si mesma foi encontrando paz na narrativa. Ao contar resumidamente em voz alta sua trajetória, emocionou-se com uma alegria terna. Voltou-se , então, para o tema “o marido”, , afinal, ele foi o causador de suas últimas dores, e teria que expor a realidade àquela mulher que ouvia cada sílaba com atenção. Mas, a cada palavra, ela mesma se compadecia com a fraqueza de seus argumentos, comparava rapidamente os bons e maus momentos, fazia paralelos mentais entre os acertos do par e seus desentendimentos, olhava para ele no centro da tela, sendo projetado com uma luz intensa na face e começou a sentir amor e compaixão por estar lá revelando seus deslizes. Parou.

Foi ficando sem graça consigo mesma. Tinham problemas reais, mas eram também comprovadamente companheiros de jornada. Havia amor, admiração e percebeu, naquele momento, um forte sentimento de proteção. Não queria agora que ”soubessem” dos pequenos defeitos do parceiro, eram dele – e quem não os tem? Finalizou a sessão prometendo-se ligar para marcar a consulta de casal. Entrou no carro e colocou a música dos dois. Chegou em casa tarde do trabalho e agradeceu por ele estar ali. Naquela noite dormiu em paz.

*** ALICE FERRAZ

ESTAR BEM

O MELHOR CAFÉ PARA SUA SAÚDE

Para aproveitar ao máximo as vantagens do grão (que não são poucas), o modo de preparo da bebida faz uma baita diferença. É o que aponta um estudo fresquinho. Encha a sua xícara e conheça melhor essa história

“O brasileiro tem café correndo em suas veias”, brinca a barista Concetta Marcelina, professora de gastronomia do Senac, em São Paulo. Dá para entender a analogia. Afinal, somos o principal produtor dos grãos no mundo e, ao mesmo tempo, o segundo maior mercado consumidor – ficamos atrás apenas dos Estados Unidos. Para ter ideia, uma pesquisa encomendada pela empresa Jacobs Douwe Egberts, dona das marcas Pilão e D’OR, e divulgada no ano passado, indica que 98% dos lares consomem café. E, apesar da oferta cada vez maior de máquinas de expresso caseiras, a bebida coada segue a mais popular. Ótimo que seja assim. Em estudo da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e do Instituto Norueguês de Saúde Pública, esse tipo foi considerado o melhor para o organismo.

No trabalho, os pesquisadores avaliaram os hábitos com foco no consumo de café de 508.747 pessoas de 20 a 79 anos durante cerca de duas décadas. Nesse período, 46.341 participantes morreram – boa parcela por doenças cardiovasculares. Então, cruzaram-se os dados. A primeira conclusão é que, de modo geral, a bebida não impacta negativamente a saúde. Pelo contrário, café filtrado foi associado a mais aniversários pela frente. Nos cálculos dos cientistas escandinavos, o costume diminuiu em 15% o risco de falecer por qualquer causa em comparação a não tomar a bebida.

Para morte por doenças cardíacas, a redução do perigo bateu 12 e 20% entre homens e mulheres, respectivamente. O café coado não foi citado à toa: em todos esses aspectos ele se mostrou superior ao método não filtrado. Os autores da investigação já têm pelo menos uma hipótese: sem o filtro, substâncias presentes no grão reconhecidamente capazes de elevar o colesterol acabam passando para a xícara.

O cardiologista Luiz Antônio Machado César, ex-presidente e assessor cientifico da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), lembra que, entre a população estudada, o método não filtrado preferido era a prensa francesa. Nele, a água quente é despejada sobreo café moído e fica em infusão por uns bons minutos. Daí, pressiona-se um êmbolo, separando, finalmente, o pó do líquido. No Brasil, por outro lado, o café não filtrado mais comum provavelmente vem da máquina de expresso. Nela, ocorre a compactação do pó no porta-filtro e depois a extração do café pela água quente sob pressão”, ensina a nutricionista Mônica Pinto, coordenadora de projetos da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Ou seja, o processo dura poucos segundos. “Na prensa francesa, o tempo de contato da água com o pó é muito maior. Portanto, mais substâncias são extraídas”, compara César.

A verdade é que ninguém precisa abdicar do café da máquina se estiver na correria e não der tempo de recrutar o coador – até porque, se não houver exagero, tudo indica que é melhor tomar do que não ter esse hábito. A preocupação é se o indivíduo só bebe o expresso e em alta quantidade,” pondera o médico. “Nesses casos, é possível encarar algum malefício. Mas ainda não dá para bater o martelo, acrescenta. Estudioso do grão, César estava atrás desse tipo de resposta em experiência conduzida no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o projeto está em banho-maria.

De qualquer forma, os especialistas assumem que o tipo coado é, entre todos o que tem maior capacidade de reter o cafestol eo kahweol, as substâncias gordurosas e polêmicas do grão. É que essas moléculas ficam presas nas tramas do pano ou no papel. De acordo com o cardiologista, dá para beber até uns 600 mililitros por dia numa boa – com leite ou não, vai do gosto do freguês. Acima dos 65 anos, sugerimos o consumo de, no máximo, 450 mililitros”, aponta. Para quem é do time que só gosta do expresso, aí é melhor ser mais comedido e ficar em até quatro xícaras. Para a nutricionista da Abic, dentro desses limites cada pessoa deve buscar a dose que dá mais satisfação, sempre lembrando que falamos de um item estimulante por causa da cafeína. “O ideal é reduzir o consumo à noite para não afetar o sono”, avisa. “A primeira xícara deve ser tomada na primeira hora após o despertar e as demais com intervalos mínimos de duas horas”, recomenda.

O estudo nórdico não é o primeiro e certamente não será o último a ligar esse comportamento a benefícios como proteção cardíaca e uma vida mais longa – e há muitos outros efeitos na mira da ciência. O café é desses alimentos lotados de compostos fenólicos, que são substâncias antioxidantes. “Elas protegem as células, bloqueando processos que seriam prejudiciais ao nosso organismo”, resume o médico da Socesp. É como se o líquido ajudasse a desacelerar processos atrelados ao envelhecimento e que têm relação intima com problemas cardiovasculares, capazes de culminarem um infarto ou derrame. Mônica cita ainda a presença de vitamina B3 e minerais como potássio, ferro e manganês. Para uma singela xícara, é um mix de respeito. A seguir, desvendamos alguns truques para o café coado ideal – tanto para a saúde como para o paladar.

O FIITRO

Hoje, há vários métodos de extração que se valem da versão de papel – considerado mais prático, – e, por isso, esse filtro surge em formatos diversos. Em geral, o que prevalece no caso das pessoas é o tipo Melitta. Fato é que o papel tende a reter mais as substâncias gordurosas do café. Mas em certas regiões do país, há preferência pelo coador de pano”, conta a química Camila Arcanjo, coordenadora do campus do Speciality Coffee Association (SCA) do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafesp). Como ele não precisa ser descartado a cada uso, é melhor para o meio ambiente. Agora, pensando no sabor da bebida, a história fica mais controversa. “O pano vai acumulando resíduo. Logo, você nunca vai tomar uma xícara igual à anterior”, avisa Júlio Fortini, barista da Academia do Café, na capital mineira e campeão brasileiro de métodos de extração. Se quiser provar dessa técnica clássica, que remete o caso de vô, é fundamental respeitar certos cuidados com o coador de pano. Acompanhe abaixo:

A ÁGUA

Ainda que o sistema de abastecimento da sua cidade forneça uma água de qualidade pela torneira, evite essa opção no preparo do café. “Ela tende a concentrar um pouco mais de cIoro e outros resíduos”, ensina Concetta. “A filtrada apresenta melhor qualidade”, completa a barista. Para Júlio, um dos principais mitos em torno da água é o papo de que ela não pode dar sinal de fervura – caso contrário, queimará o café. “Só que, antes, o grão é torrado a uma temperatura de mais ou menos 200°C. Se fosse queimar, seria nessa hora”, ilustra. Agora, deixar fervendo realmente não élegal, já que o oxigênio vai embora e o líquido perde propriedades. Aposte no meio-termo: quando a água começar a entrar em ebulição, soltando bolhas médias, desligue o fogo e aguarde um pouco antes de usar.

O PÓ

Para obter um café de qualidade, Camila frisa que a matéria-prima é o ponto principal. Há basicamente quatro linhas de produtos: tradicional, superior, gourmet e especial. Para quem não quer se aprofundar nas nomenclaturas, mas deseja uma bebida mais saborosa, um recado: “Verifique a data da torra ou fabricação. Quanto mais recente, melhor”, diz Concetta. Ela também sugere a torra média. “Quando é muito forte, encobre os aromas e o açúcar natural do café. Restam só cor e cafeína”, justifica. Uma embalagem com bastante informação (de onde vem, quem produz etc.) Já é outro bom sinal. “Se for provar pela primeira vez, compre o pacote menor”, orienta Ramos.

O DULÇOR

O ideal é dispensar o açúcar. “Se estiver habituado a adicionar muitas colheres, reduza gradualmente”, orienta Mônica. A nutricionista reforça que isso é importante não só por causa das calorias, mas também pelo risco de diabetes. Cabe ressaltar que, em geral, a impossibilidade de degustar uma xícara sem pesar no ingrediente denota a má qualidade do café. Busque uma bebida que você consiga tomar com só um tiquinho de açúcar.

A DOSE CORRETA

Se empolgou ao saber que, para a saúde, tudo bem tomar ao redor de 500 mililitros de café ao dia? Mas atenção: o conselho dos baristas é preparar a bebida aos poucos. Nada de fazer pela manhã e largar na garrafa térmica o dia inteiro. “Ela oxida facilmente. Assim, vai perdendo suas características sensoriais”, alerta Júlia, da Academia do Café. Segundo Ramos, um bom parâmetro é passar a quantidade que você pretende beber em uma hora.

PARA OUSAR

Métodos que usam filtro de papel e dão cafés diferenciados

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

O PAÍS DO DESASSOSSEGO

Pesquisas no Google relacionadas a ansiedade e pânico nunca foram tão altas

No último mês de agosto, o interesse dos brasileiros em procurar no Google termos relacionados a ansiedade foi quase cinco vezes maior do que o contabilizado no mesmo mês em 2014. O pico histórico da curiosidade em relação ao tema foi em abril deste ano. Ou seja, nunca quisemos   saber tanto sobre ansiedade e seus desdobramentos. O aumento foi detectado em um relatório  produzido pela empresa de análise dedados Bites. O mesmo estudo apontou que a disposição em saber mais sobre remédios específicos para o transtorno de ansiedade chegou a crescer dez vezes em 17 anos.

‘INCONSCIENTE COLETIVO’

Ao todo, os brasileiros dedicaram cliques às buscas sobre ansiedade 48 milhões de vezes nos últimos 12 MESES, à frente da Alemanha e da Espanha, e atrás apenas dos Estados Unidos. A título de comparação, a pesquisa pelo termo “democracia” ao longo do mesmo período acumulou 7,9 milhões de buscas. A pesquisa leva em conta os cerca de 150 milhões de pessoas que moram no país e têm acesso à internet. Pelas mãos desse público, a vontade de procurar páginas que oferecem informações sobre ataques de pânico é quase cinco vezes maior do que as aferidas em janeiro de 2004.

“O Google é o mais próximo do que poderíamos chamar de inconsciente coletivo digital, porque as buscas são anônimas. Ninguém precisa dizer (paraos outros) que está pesquisando sobre ansiedade ali”, afirma Manoel Fernandes, diretor da Bites.

As buscas, realizadas de maneira discreta na plataforma do Google, estão de mãos dadas com o que psicólogos e psiquiatras observam em seus consultórios. Os especialistas perceberam um crescimento nos sentimentos de angústia, temores diversos, relatos de tristeza, melancolia, cansaço, entre outros, sobretudo nos últimos meses, com a clausura – etantas outras complicações de ordem financeira, afetiva e emocional – impostas pela Covid-19.

SAÚDE MENTAL

Um estudo recente divulgado pela farmacêutica Pfizer em parceria com a consultoria Ipec, por exemplo, mostrou que, entre os jovens com idades entre 18 e 24 anos, metade avalia sua saúde mental como ruim ou muito ruim. No mesmo grupo, somente 4% classificam o bem-estar mental como algo muito bom. A análise lança luz sobre o atual período, afetado pela pandemia do coronavírus. O levantamento levou em conta 2 mil respondentes de todas as idades.

“Agora estamos enfrentando problemas relacionados à pandemia de maneira muito mais complexa. A primeira questão é encontrar formas de conviver com o vírus e entender que alguns aspectos da vida não vão voltar a ser o que eram antes (da Covid-19). Além disso, outras questões que não são relacionadas ao coronavírus também ganharam maior atenção, como os riscos do aquecimento global”, diz Ilana Pinsky, psicóloga clínica, autora do livro “Saúde emocional: como não pirar em tempos instáveis” (Editora Contexto) e consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS).

PRÁTICA REQUER CAUTELA

O aumento de buscas na internet é um tema complexo e que não se resume, simplesmente, ao crescimento da angústia na sociedade, em geral. Há por trás desse fenômeno, também, o avanço da categorização formal do que significam certos sofrimentos. Se antes alguns quadros eram considerados, somente, uma angústia, hoje essa queixa pode ganhar um rótulo relacionado a um transtorno específico, a exemplo da síndrome do pânico. Esse fenômeno está relacionado à publicação da quinta edição do “Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais”, da Associação Americana de Psiquiatria, explica a professora Paula Peron, do curso de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O guia, publicado em 2013, trouxe um aumento importante no número de diagnósticos disponíveis para consulta. A especialista explica que essa categorização teve impacto direto em relação a como o paciente encara o próprio estado de saúde. E, por vezes, pode se mostrar prejudicial.

“Isso incide completamente sobre a compreensão que a pessoa tem de seu próprio sofrimento”,  diz a especialista.

Peron afirma que, em alguns casos, em vez de o paciente procurar uma justificativa para a angústia que sente, ele atribui a situação somente à doença e deixa de procurar entender a relação daquilo com a própria vida.

Nesse cenário, faz-se ainda mais necessária a busca por especialistas que possam oferecer apoio e tratamento em momentos nos quais o paciente nota um aumento na tensão, na tristeza, na agonia ou na ansiedade.

“Há o risco de que as pessoas procurem on-line uma solução rápida para os seus problemas. Em alguns casos, não há a busca para sair da angústia, mas somente uma medicalização do quadro”, afirma a psiquiatra Camila Magalhães, ligada ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

SIGA AS PISTAS

A psicanalista Márcia Tolotti afirma que, embora exista um maior conhecimento da gravidade de transtornos de ordem psicológica, ainda é comum o comportamento de pacientes que querem resolver sofrimentos mentais sérios com seus próprios recursos, sozinhos, sem buscar ajuda médica.

“A pessoa nega que tem um problema mais grave e vai procurar um caminho mais fácil. Tem também uma pressão social, uma ideia de que, se a pessoa “se esforçar”, ela vai conseguir. São mitos que reforçam que ela sozinha dará conta”, explica Tolotti.

Há, nesse aumento de buscas, porém, um luminoso caminho para a criação de políticas públicas que estejam mirando no que aflige a população, explica a psicóloga Ilana Pinsky.

O Google figuraria, neste caso, como um bom confidente, que protege a identidade de quem busca por ajuda, mas oferece pistas a quem pode colaborar para a construção de mecanismos de apoio a quem precisa.

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