OUTROS OLHARES

46 MILHÕES VIVEM EM LARES SEM RENDA DO TRABALHO, AFIRMA IPEA

Proporção de residências que dependem de aposentadorias e auxílios sobe de 23,5%, no 4° trimestre de 2019, para 28,5%, no 2° trimestre de 2021

A pandemia aumentou o percentual de lares sem renda do trabalho no Brasil, e a recuperação do quadro ainda não se completou. É o que indica o estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

No segundo trimestre de 2021, a fatia de domicílios sem renda do trabalho foi de 28,5% – quase três em cada dez.

Na prática, isso significa que 46 milhões de pessoas sobreviviam em lares sem dinheiro obtido por meio de atividades profissionais, estima o pesquisador do Ipea, Sandro Sacchet, autor do estudo.

O “sustento” nesses casos vem de aposentadorias, pensões e programas sociais.

No quarto trimestre de 2019, a proporção era de 23,54%, ou 36,5 milhões de pessoas. Na crise o total somou mais 9,5 milhões de brasileiros.

A proporção de famílias sem renda do trabalho alcançou , no segundo trimestre, de 2020, os 31,56%. O percentual perdeu fôlego, mas segue alto.

“As contratações devem aumentar com a movimentação deste final de ano. A questão é ver em qual patamar o percentual se estabilizar depois ou não”, indica Sacchet.

O estudo foi produzido a partir de dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O Ipea conclui que houve no mercado de trabalho “forte impacto inicial da pandemia e lenta recuperação, ainda incompleta”.

Segundo o estudo, o rendimento habitual médio dos trabalhadores ocupados , em termos reais, teve queda de 6,6% no segundo trimestre de 2021, ante igual período de 2020.

Mas o movimento é “apenas o inverso” do visto no início da pandemia, “quando os rendimentos habituais apresentavam um crescimento acelerado”.

Isso porque, no começo da crise sanitária, a perda de ocupações se concentrou em vagas com remuneração menor, em setores como construção, comércio e alojamento e alimentação, além de afetar os empregados sem carteira assinada e principalmente, os trabalhadores por conta própria.

Os profissionais que permaneceram ocupados à época foram os de renda relativamente mais alta, segundo o levantamento. A situação acabou levando para cima os ganhos médios com o trabalho.

O cenário agora traz diferenças. Com a volta de informais e trabalhadores por conta própria ao mercado, o rendimento médio cai.

Já a renda efetiva que de fasto foi ao bolso do trabalhador, subiu 0,9% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, o pior momento da crise no mercado.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 21 DE OUTUBRO

O APRENDIZADO É UM EXERCÍCIO CONTÍNUO

Filho meu, se deixas de ouvir a instrução, desviar-te-ás das palavras do conhecimento (Provérbios 19.27).

Na escola da vida ninguém se diploma. Somos eternos aprendizes. A cada estágio que avançamos e quanto mais aprendemos, mais temos coisas a aprender. O sábio é aquele que nada sabe. O que sabemos é infinitamente menor do que o que não sabemos. Quanto mais aprendemos, mais temos consciência de que estamos apenas arranhando a superfície do conhecimento. Só um tolo faz propaganda de seu conhecimento. Só um insensato proclama sua própria sabedoria. Só lata vazia faz barulho. Só restolho chocho fica empinado orgulhosamente. Só os ignorantes pensam que não têm mais nada a aprender. Nossos ouvidos precisam continuar atentos à instrução. Todo tempo é tempo de aprendizado. Aqueles que deixam de ouvir a instrução se desviarão das palavras do conhecimento. Se você parar de aprender, esquecerá até o que sabe. Quem cessa de aprender cessa de ensinar. Quem se ausenta da escola do aprendizado entra na fila da ignorância. O aprendizado é um exercício contínuo, um privilégio constante, uma aventura diária, uma semeadura diuturna e uma colheita ao longo da vida. Se fizermos uma semeadura abundante no aprendizado, teremos uma colheita bendita, cujos frutos nos deleitarão e nos fortalecerão para a jornada da vida.

GESTÃO E CARREIRA

COMO AS MARCAS ESTÃO SE PREPARANDO PARA A BLACK FRIDAY

Por conta da pandemia, o padrão de comportamento dos consumidores mudou, acelerando a transformação digital e reforçando as vendas online

Acompanhando esse movimento, grande parte das empresas migrou para o e-commerce, o que foi difundido na Black Friday de 2020. De acordo com o levantamento da Ebit/ Nielsen, a edição registrou o maior volume de vendas já visto no país, somando 6 bilhões de reais no período de 26 e 30 de novembro.

Com o objetivo de manter o bom resultado, as marcas brasileiras já estão se preparando para a Black Friday de 2021, buscando corrigir as falhas do ano passado e investindo nos métodos de sucesso. As empresas entenderam que, além de um site seguro e preços acessíveis, um bom atendimento em todos os processos do cliente faz uma grande diferença no momento de fidelização.

Para isso, estão investindo pesado em tornar a experiência do consumidor positiva por meio de um atendimento completo, fornecendo fácil acesso a todos os canais ao entrar em contato com a loja para dúvidas, reclamações ou trocas. Para Anna Moreira Bianchi, CEO da NeoAssist, as marcas estão levando em consideração toda a experiência do cliente e depois da compra. “A expectativa é que a Black Friday deste ano siga as mesmas tendências de 2020, tendo o e-commerce como principal método para compras. Por isso, as empresas estão ajustando os pontos que ficaram a desejar na edição passada com o objetivo de fidelizar seus clientes, capacitando com cuidado toda a equipe, se preparando para os picos de vendas e oferecendo um atendimento eficiente durante todo o período, de olho também no pós, que acumulam chamados para solicitação de trocas, reclamações e acompanhamento dos pedidos”, afirma.

A fim de manter os colaboradores preparados para lidar com todas as demandas da data, uma série de treinamentos capacitores já estão sendo iniciados, tanto do time oficial quanto dos adicionais que devem ser contratados especial- mente para o evento. Após o treinamento, a equipe de atendimento e apoio ao cliente deve estar atenta e à disposição em todos os canais disponibilizados pela empresa, sendo capaz de responder a qualquer problema ou dúvida.

Além disso, a importância em conhecer o comportamento dos clientes sempre foi fundamental, porém, agora, as marcas estão atentas a dois tipos: os novos e os que a pandemia trouxe para o ambiente online. Entender quem são esses consumidores e quais os seus hábitos digitais é primordial para conquistá-los. Os varejistas também estão estudando investir cada vez mais no esquenta Black Friday, com ações promocionais distribuídas por todo o mês de novembro.

Sabendo que as pessoas já pesquisam preços e benefícios antes da compra, organizações já procuram divulgar seus produtos e serviços antes, muitas das vezes com descontos especiais. Quanto mais perto da data, mais a quantidade de compradores aumenta e é importante que a infraestrutura do site ou aplicativo esteja em perfeito funcionamento, pois caso não esteja pronto para lidar com um número alto de usuários, eles não perderão tempo e procurarão a concorrência.

“A Black Friday ainda pode ser uma ótima oportunidade para aumentar a base de clientes e fazer a empresa crescer, pois muitos consumidores enxergam na data uma ótima chance para as compras”, finaliza Bianchi.

EU ACHO …

RETORNAR ÀS VIAGENS A TRABALHO É REVIGORANTE, MAS TAMBÉM ASSUSTADOR

Vacinação alivia medo do vírus e voltar a estar entre pessoas diferentes é alentador; informações ainda são confusas e deixam incertezas

Não tem tanto tempo assim, mas já parece uma outra vida. Uma viagem de trabalho consistia em um determinado número de roupas adaptáveis às ocasiões e caprichos da temperatura, um documento de identidade ou um passaporte, e uma programação de encontros, cafés, reuniões ou eventos, parte deles marcados por apertos de mão, abraços, táxis compartilhados e jantares.

Quase dois anos depois da interrupção de praticamente todo evento social do mundo corporativo, me vi nesta semana embarcando para uma longa viagem que resultaria em uma sequência de encontros sem apertos de mão ou abraços e cercados por frases enunciadas um tom acima do habitual. As máscaras protegem, mas também abafam o som das palavras e nos tiram o poder da leitura labial.

Somado ao que me parece terem sido os efeitos do jetlag – certa indisposição causada pela mudança brusca de fuso horário -, meus dias de compromissos de trabalho foram um tanto confusos e cansativos.

E certamente só não foram mais exaustivos pela inegável satisfação de acompanhar uma série de discussões de maneira presencial. Encontrar fontes, colegas de profissão, pessoas.

Repetir uma frase que se perdeu na barreira da máscara jamais será tão cansativo quanto refazer raciocínios interrompidos por conexões de internet instáveis.

Ao mesmo tempo, me apresentei pela segunda vez a um colega que, sem máscara, fumava um cigarro em uma área externa. Sem a proteção, não o reconheci.

Uma repórter portuguesa com quem conversava se afastou para buscar uma bebida e, ao voltar, já tomando a água, custei a perceber que era minha interlocutora. Por pouco não cometi a indelicadeza de me retirar.

Se a vacinação, por um lado nos permite paulatinamente retornar esses deslocamentos e encontros, a pandemia, de outro, tomou a preparação muito mais complicada e mesmo cansativa.

Para mim, o desgaste começou com a decisão de aceitar o convite. Não tem muito tempo, passei quatro horas em um evento de trabalho sem ter coragem de tirar a máscara de proteção para almoçar. Aceitar o convite foi um cálculo pensado. O embarque seria quase um mês após a segunda dose da vacina contra a Covid-19. O destino, a França, já tem 80% de sua população vacinada e só recebe visitantes vacinados ou testados.

O evento para o qual fui convidada tinha premissa similar e ainda recomendava que os participantes evitassem contato físico e só tirassem as máscaras para comer, beber ou fumar.

A nova dinâmica dos eventos corporativos me faz sentir que estamos percorrendo um caminho ainda em construção. Enquanto ando por ele, algumas partes caem, outras são reconstruídas rapidamente.

Seria injusto dizer que as recomendações eram ignoradas. Ao mesmo tempo, continuo me perguntando o quão seguro é o tira e põe de máscaras durante os coquetéis e restaurantes.

Encarar uma sequência de aeroportos e voos foi um relevante passo, um voto de confiança possível somente pela drástica redução do risco fornecida por duas doses de vacina.

É justo dizer que a rotina que envolve voo, especialmente os internacionais – ou, para quem vive em São Paulo, aqueles saídos de Cumbica, em Guarulhos – já era muito cansativa antes da pandemia. O acesso aos terminais é ruim e mal projetado. O Expresso Aeroporto, por exemplo, sai da Estação da Luz da CPTM e chega apenas ao terminal 1. Do terminal 3, são 3 quilômetros de distância.

O jeito então é buscar um táxi ou um carro via aplicativo. Quem mora em São Paulo sabe que o risco de um trânsito pesado a caminho de Guarulhos exige medidas de precaução, como sair com tempo de sobra, aumentando o tempo dedicado à viagem, o check-in e despacho de mala agora levam mais tempo, pois inclui a conferência da carteirinha de vacinação. Começa ali também uma certa cacofonia de informações sobre as quais ninguém tinha muita certeza.

Um agente da companhia aérea quis saber do meu passe sanitário, algo que não tenho. Tento baixar o programa que o gera, mas o sistema não reconhece o código de validação, nem o fornecido pelo governo de São Paulo na carteirinha de vacinação, nem o do Valida SUS.

Sou informada depois que o passe é necessário apenas para acessar bares e restaurantes (depois viria a descobrir que a apresentação do comprovante de vacinação, com as datas das doses, teria o mesmo efeito do passe).

Apesar de já dispensar a quarentena na chegada ao país, a França ainda considera o Brasil um país vermelho, segundo a classificação de risco por cores. Isso me leva a mais uma fila, já em solo francês, para nova conferência da carteirinha. Ainda enfrentaria outras duas, uma para o raio – X, outra para a imigração. Nos sites das autoridades francesas, há a informação de que mesmo os passageiros vacinados precisarão apresentar um tipo de carta solene, na qual juram não ter sintomas e não ter conhecimento de ter tido contam com alguém contaminado. Fiz a carta. Ela nunca saiu da minha mochila.

Antes de voltar ao Brasil, nova surpresa. Tinha acabado de enviar um texto aos meus editores quando recebi um e-mail da companhia aérea comunicando o início do check-in. E foi assim que descobri a necessidade de ter um exame do tipo PCR-RT para retornar ao país. Conto com ele para embarcar para o Brasil – não sem antes enfrentar novas filas, novas leituras incompletas do certificado de vacinação, novos companheiros de jornada com seus narizes fora da máscara. Espero que seja a última surpresa da jornada. Por fim, volto dessa primeira viagem desejante de que o avanço da vacinação, mesmo menor que o necessário, proteja o Brasil de uma nova catástrofe, como a vivida no início do ano, pois não há nada como estar rodeada de outras pessoas.

***A repórter FERNANDA BRIGATTI viajou à convite da Airbus

ESTAR BEM

REGIMES DEMOCRÁTICOS

O sucesso de dietas que propõem cardápios mais flexíveis ilumina uma verdade: os programas drásticos estão fadados ao fracasso

A estatística transborda. Cinquenta milhões de adultos brasileiros seguem algum tipo de dieta. Nos próximos dois meses, metade terá desistido, inapelavelmente. Depois de mais quatro meses, somente 2% estarão seguindo as regras restritivas firmes e fortes. A principal causa do retumbante fracasso? Programas alimentares rigorosos demais – e a fome vence. Uma das explicações é lógica, atrelada aos mecanismos de defesa da espécie humana. Quando há redução drástica de calorias ou se exclui toda uma categoria de alimento, cai a produção de um composto no organismo essencial ao sucesso dos programas de emagrecimento: a serotonina, a substância do prazer. O novo balde de água fria nesses tipos de regime foi jogado recentemente com uma estocada no popular jejum intermitente, que prega ficar sem comer por horas a fio. Um estudo publicado na revista JAMA Internal Medicine mostrou que a médio prazo ele fracassa. Ao longo de três meses, a maioria dos participantes havia perdido cerca de 2 a 3,5 quilos – pouquíssimo a mais do que um grupo de controle. Foram avaliados esquemas de jejum de doze ou mais horas por dia. Uma das razões da falha apontada pelos especialistas é que os seguidores passavam a exagerar no consumo de alimentos ultracalóricos para aplacar o estômago vazio.

Resumo da ópera: o crivo científico e a dura travessia dos viciados em regimes radicais, como o da turma da intermitência, abriram espaço para dietas menos severas. Eis aí uma boa novidade. Duas delas, em especial, conquistam número cada vez maior de brasileiros (veja detalhes no quadro abaixo). A chamada “flexitariana”, como o nome sugere, é um aceno ao exagero do vegetarianismo. A base de alimentação proposta é com proteínas de origem vegetal, como soja, lentilha, feijão e nozes, mas com algum consumo animal, em um terço das refeições. Vale até o bom churrasco. Um segundo programa, o “volumétrico”, prega a redução de calorias das refeições, mantendo o volume de alimentos ingeridos. Desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, valoriza ingredientes com fibras, caldos e frutas ricas em amido, como banana e manga, que proporcionam mais a sensação de saciedade, mas permite carboidratos, como macarrão e proteína animal.

As duas modalidades – a flexitariana e a volumétrica – despontam com louvor, agora em 2020, em um ranking da revista americana US News, organizado desde 2010. Nele só aparecem dietas fáceis de seguir e com boas respostas. No topo da lista, praticamente imbatível, está a dieta mediterrânea, um tanto esquecida no Brasil, composta de alimentos típicos das regiões banhadas pelo Mar Mediterrâneo, como o sul da Europa. Inclui peixes, queijos, azeite de oliva e até mesmo pão e vinho. Ela faz perder peso mais lentamente, mas é unanimidade no quesito de controle da saúde. Desde a década de 80, inúmeras pesquisas comprovaram seu impacto no organismo, como a capacidade de prevenção contra diabetes, colesterol ruim, câncer e perda de memória. “Só emagrece e se mantém magro quem não exclui nenhum grupo alimentar”, diz o médico Antônio Carlos do Nascimento, da Sociedade Brasileira de Metabologia e Endocrinologia. Não há, enfim, alimento melhor (e mais gostoso) do que o bom senso.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

HORA DE CONVERSAR SOBRE AQUELE ASSUNTO – III

TABU EM SALA DE AULA

Tema mal aparece na BNCC, que direciona o ensino no País; situação preocupa especialistas

Algo na aula de Ciências. Mais um pouco uns anos depois, em Biologia. O currículo que crianças e adolescentes brasileiros têm nas escolas passa longe da educação sexual, disciplina considerada essencial à promoção dos direitos humanos pela Organização das Nações Unidas(ONU). Homologada entre 2017 e 2018, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que norteia o ensino no País, é vista como um retrocesso em comparação ao antigo Plano Curricular Nacional, de 1998.

No documento voltado à educação o infantil e ao ensino fundamental, a menção mais próxima do tema está na tabela da disciplina de Ciências no 8º ano. O termo sexualidade é abordado como objeto de conhecimento sobre vida e evolução, indicando que deve tratar de infecções sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos. Nas orientações para professores do ensino médio, o termo é mencionado uma vez, como competência que pode ser desenvolvida em núcleo de estudo.

Mãe de Vicentina e Danton, de 12 e 15 anos, Tamara Ramalho diz que os filhos só aprenderam as funções do aparelho reprodutor pelo olhar da Biologia. “Não chamo isso de educação sexual”, critica a mãe dos adolescentes, que leciona Sociologia na rede pública.

Especialistas e professores afirmam que ensinar educação sexual se tornou mais difícil nos últimos anos. “Até 2018, a gente tinha mais liberdade para fundamentar o tema”, conta a professora Camila Burchard, da rede pública do Rio Grande do Sul. “Hoje, isso se restringe aos cuidados com o corpo e a higiene, mas só em algumas séries.”

Na opinião da coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação Sexual da Faculdade de ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista. Andreza Leão, os parâmetros curriculares nacionais eram mais amplos. Além de saúde sexual e reprodutiva, tratavam de relacionamentos afetivos, por exemplo, e contribuíam para a formação integral dos alunos.

ESFORÇO

Alguns Estados abordam questões de gênero e sexualidade como princípios norteadores no currículo. Pernambuco, por exemplo, usa como base as diretrizes nacionais, mas prevê que “o respeito às diversidades culturais, religiosas, étnicas, raciais, sexuais e de gênero não seja apenas um princípio, mas uma estratégia formativa para o desenvolvimento dos alunos”.

Já a rede estadual de São Paulo pode incluir disciplinas eletivas. Na opinião do chefe do gabinete do governo paulista, Henrique Pimentel, a BNCC não é o todo e deve ser complementada de forma colaborativa.

É o caso da disciplina eletiva sobre educação sexual da professora de Biologia, Verena Santos, que dá aulas no ensino médio da rede pública paulista. Além do material didático e do suporte tecnológico, ela usa jogos e deixa à disposição uma caixa de dúvidas, onde os alunos colocam perguntas para serem respondidas ao fim de cada aula. “Os alunos se interessam muito”,  comemora Verena.

MATERIAL DIDÁTICO

Conseguir corresponder às necessidades dos aluno no entanto, depende de conhecimento. E é neste ponto que a formação de muitos professores deixa a desejar, afirma Camila Sabino, que leciona Biologia no Recanto das Emas, região administrativa do Distrito Federal. “Pelo que eles têm na mão, já fazem muito.”

Outro entrave para as aulas de educação sexual é o material didático, que se limita a questões biológicas. “Não traz debates sobre homoafetividade e sobre como a pessoa se identifica socialmente”, exemplifica o professor de Ciências Ítalo Ferreira Garcia, de Salvador.

Líder de Relações Governamentais do movimento Todos pela Educação, Lucas Hoogerbrugge afirma que episódios como a interferência do Ministério da Educação (MEC) em editais de compra de livros didáticos para suprimir referências de enfrentamento ao machismo, homofobia e qualquer tipo de preconceito contribuem para dificultar o ensino da educação sexual. “É um desserviço.”

Entramos em contato com o Ministério da Educação para ter um posicionamento sobre iniciativas de educação sexual e as deficiências apontadas na BNCC, mas não obteve retorno. Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro afirma que não existe superficialidade no modo como a educação sexual é tratada na BNCC. Ela explica que a intenção do documento é apenas planejar uma abordagem geral. “Não concordo (com as críticas), porque aí teria de ter educação sexual, financeira, meio ambiente. Não é isso”, diz Maria Helena.

NOS CHATS DE JOGOS ONLINE, RISCO DE ASSÉDIO

Diálogo é importante para proteger seu filho de criminosos que se passam por crianças para aliciar menores

Uma criança está na sala, agarrada ao celular. Enquanto isso, no quarto do adolescente, o zum­ zum de um jogo online rola solto. Cenas nada incomuns desde que o coronavírus chegou ao País. Neste um ano e meio, é difícil encontrar pais que não estejam preocupados com o tempo que crianças e adolescentes passaram na frente dos jogos. Será um excesso? Meu filho está seguro em um ambiente que muitas vezes inclui chats e fóruns?

Dados mostram a resposta para a primeira pergunta. Publicada recentemente, a Pesquisa de Games do Brasil (PGB) apontou que 75,8% dos usuários desse tipo de entretenimento afirmam que jogaram mais em 2020.O segundo questionamento tampouco traz alívio para as famílias. Há, sim, riscos de crianças e adolescentes estarem expostos a ações de criminosos e assediadores, que procuram nos jogos online a chance de entrar em contato direto com menores de idade.

“A internet é a rua de antigamente”, diz o químico Nelson Mortean, de 45 anos. Consumidor de videogame desde a infância, ele conta que monitora com quem seu filho de 11 anos joga online. “Em algum momento, a relação caminha para deixar de ser virtual”, conta Mortean. “Então, podem surgir convites do tipo ‘Venha aqui em casa.”

O cuidado que o químico procura ter está longe de ser exagero. Os crimes virtuais de natureza sexual envolvendo crianças e adolescentes têm crescido no Brasil. Só em 2020, segundo a Safernet, organização civil voltada à promoção de direitos humanos na internet, as denúncias de pornografia infantil duplicaram e atingiram quase 100 mil registros em um único ano.

A possibilidade de criar perfis falsos em plataformas de games, nos quais os usuários conseguem mentir e omitir informações, tornou os jogos uma via fácil para aliciadores falarem com crianças. Thiago Oliveira, presidente da Safernet, diz que os agressores abordam as vítimas de várias maneiras, em relações construídas “em redes sociais, em fóruns sobre jogos e nos próprios games”.

Em geral, os criminosos primeiro tentam criar um vínculo com a vítima, seja com um elogio à foto do perfil ou iniciando uma conversa que desperte o interesse da criança. Depois, os pedófilos se sentem mais seguros para fazer insinuações sexuais e pedir fotos íntimas.

”Eu já vi casos em que a solicitação de fotos aconteceu em uma semana, enquanto em outros demorou mais de um mês”, conta Helena Regina Lobo, professora de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP).

Fã de jogos eletrônicos, o filho da bancária Thaís Chaar foi abordado por um garoto mais velho, que o convidou para um encontro num shopping de Fortaleza, onde a família mora. Vinícius, de 13 anos, interagia em um grupo de WhatsApp criado para crianças conversarem sobre videogames e agendar partidas online. “Eu e as outras mães não deixamos eles se encontrarem no shopping”, conta a mãe de Vinicius. “Não sabíamos se era um garoto ou alguém maior de idade. E pedimos para eles cortarem a amizade.”

Identificar os responsáveis por esses perfis é difícil porque o acesso às contas é feito, geralmente, por computadores que têm VPN, dispositivo que impede o rastreamento de IPs (identificação de um computador). Diante do risco, uma recomendação para os pais é o ajuste das configurações de privacidade para o uso do controle parental.

Em casos de assédio, a orientação é não se calar. ”Denuncie o perfil do assediador nos canais disponíveis no jogo e no Disque 100″, orienta a professora de Direito Digital Laura Mascaro.

FIQUE ATENTO

Alguns passos podem proteger o seu filho. O primeiro é justamente conversar com ele sobre segurança digital. Nada de dar Informações pessoais nem enviar fotos para estranhos. Oriente que fale com você se algo estranho ocorrer. Fale da necessidade de ter senhas fortes e ajude seu filho a manter o computador protegido. Procure também pesquisar os jogos antes de liberar o acesso.

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