A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

HORA DE CONVERSAR SOBRE AQUELE ASSUNTO – II

QUAL O CAMINHO PARA O PAPO FAMÍLIA DAR CERTO?

É comum ouvir histórias de famílias que tentaram, sem sucesso, ter Aquela Conversa. Vergonha, receio e até falta de conhecimento podem dificultar essa importante troca entre pais e filhos. Por isso, convidamos quatro famílias que já conseguiram ultrapassar essas barreiras para compartilhar a experiência delas e inspirar que você faça o mesmo em casa. As conversas ­ realizadas em vídeos com a presença de um especialista no tema – estão disponíveis no YouTube.

A história da assistente social Talita Gonçalves, de 47 anos, e da filha Sofia, de 16, poderia virar exemplo de sucesso em um episódio de série britânica Sex Education. Ao contrário da história da Netflix – em que o papo não flui bem apesar de Jean, a mãe de Otis, ser sexóloga -, na casa dela a conversa funciona.

Sofia sempre se beneficiou da relação de confiança com os pais para complementar o que aprendia nas aulas de biologia do ensino médio. “A gente acabava falando sobre isso em casa mesmo”, conta. “Na escola, só havia educação sexual em disciplinas específicas.”

Mãe de três filhos, Talita viu a filha chegar à pré-adolescência sem sobressaltos: sexualidade já era um tema natural, discutido desde a primeira infância. Mesmo assim, sabia que seria um desafio iniciar conversas até então inéditas na família, com uma linguagem adequada para a nova fase da filha. “Mas se não há essa evolução em casa, eles buscam a evolução do assunto na rua. Eu penso que é onde mora o perigo”, diz Talita.

O psicanalista Bruno Branquinho diz que fazer essa adequação é o caminho. “A cada idade você vai ter de passar um dado à criança para que ela possa entender e trabalhar a informação”.’

Se a criança e o adolescente forem reprimidos quando sentirem dúvidas, alerta o psicanalista, eles podem buscar outras fontes e acabar, aí sim, acessando conteúdos inadequados para a idade.

EXPERIÊNCIAS DISTINTAS

A artesã Indira Frauches replicou com o filho, Daniel, de 18 anos, o modelo de diálogo que tinha com a família quando ela era adolescente. ”Meu pai dizia que eu tinha de ouvir em casa para não ruborizar quando ouvisse na rua”, lembra. Isso garantiu que Daniel se sentisse à vontade para tirar com a mãe dúvidas sobre sexualidade.

Uma experiência bem diferente da que viveram Thais Cespe, de 16 anos, e o pai dela, Fernando. Ela conta que mesmo o momento da primeira menstruação foi complicado, com pouca orientação. “‘Os pais não sabem lidar bem com esses assuntos e acabam não falando'”, acredita a adolescente.

Mesmo quando não existe um tabu, diz a ginecologista e sexóloga Carolina Ambroginia, às vezes a comunicação entre pais e filhos é feita de forma confusa, tornando o tema mais embaraçoso.

Para ela, o mais adequado é introduzir a conversa de forma gradual. “Quando a puberdade chega, o ideal é que o adolescente já saiba o que acontece com o seu corpo, porque é uma fase muito difícil”, diz Carolina.

O pai de Thais, Fernando, reconhece que o diálogo sobre Aquele Assunto com a filha foi tardio. “É uma coisa recente na minha vida e essa ausência criou bloqueio”, diz. Hoje, morando em cidades diferentes, pai e filha tentam construir um espaço de aprendizado.

“SEM VERGONHA”

 Totalmente à vontade nas redes sociais, o influenciador digital carioca Rapha Vicente, de 21 anos, até os 15 tinha dificuldade para falar com a família sobre sexo e sexualidade. Agora, no entanto, o tema é discutido “sem vergonha” na casa dele com a madrinha Luciene Elias, de 65, e a avó Antônia da Silva, de 67. “Seja o que for, tem de ser conversado com a família”, ensina a madrinha.

A educadora Beatriz Melo, que preside a Liga de Educação Sexual da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, lembra que uma boa conversa pode até evitar que ocorra uma iniciação sexual por mera curiosidade. “Há estudos que apontam que quanto mais cedo você começa a falar sobre esse assunto, mais tarde os jovens iniciam a vida sexual porque a curiosidade foi sanada por uma conversa”, diz Beatriz.

PERGUNTAS & RESPOSTAS

TIRE SUAS DÚVIDAS

1. O QUE FAZER PARA QUE, NO PÓS-PANDEMIA, OS ADOLESCENTES SE DESENVOLVAM SEXUAL E AFETIVAMENTE DE FORMA SEGURA?

Para Laura Lindberg, demógrafa social e pesquisadora chefe do Guttmacher Institute, nos EUA, é preciso priorizar o acesso a informações de contracepção e reconhecer e apoiar a necessidade dos jovens por intimidade, encontrando formas saudáveis para que eles se relacionem. “Precisamos ajudá-los a equilibrar as coisas”, diz.

2. HÁ COMO FACILITAR A PRIMEIRA CONVERSA SOBRE AQUELE ASSUNTO COM MEU FILHO? Uma estratégia simples pode ser começar o papo a partir de temáticas e de discussões que aparecem em livros, filmes ou séries. Principalmente quando os conteúdos tem linguagem descontraída e fazem parte do universo adolescente. Sex Education, da Netflix, é uma boa referência.

3. MEU FILHO DESCONVERSA QUANDO TENTO PERGUNTAR ALGO. DEVO INSISTIR?

Nem sempre o adolescente estará disposto a falar. Inclusive, porque ele pode ainda estar processando uma informação ou um sentimento. Se você iniciar o papo e sentir que esse é o caso, diga apenas que estará à disposição quando ele precisar conversar.

4. COMO CRIAR UM AMBIENTE ACOLHEDOR PARA O DIÁLOGO?

Seu filho precisa compreender que tem liberdade para falar e que vai ser acolhido – e não julgado. Deixe claro que a conversa não vai ser exposta para outras pessoas.

5. COMO PAIS E EDUCADORES PODEM FALAR SOBRE MENSTRUAÇÃO?

 A normalização do ciclo menstrual deve fazer parte das conversas familiares. “É um sinal vital”, diz Chris Sobel, professora de estudos de Gênero e Sexualidade da Mulher na Universidade de Massachusetts Boston. Professores podem abordar o tema em várias aulas, da Química à Politica, segundo ela.

6. COMO SABER O QUE MEU FILHO TEM DE EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA?

Leia o projeto político-pedagógico para conhecer a identidade da instituição, bem como os métodos das aulas e os objetivos em relação ao tema. Nas reuniões, pergunte quais atividades estão planejadas. Vale também conversar com outros pais sobre a importância do assunto.

Autor: Vocacionados

Sou evangélico, casado, presbítero, professor, palestrante, tenho 4 filhos sendo 02 homens (Rafael e Rodrigo) e 2 mulheres (Jéssica e Emanuelle), sou um profundo estudioso das escrituras e de tudo o que se relacione ao Criador.

2 comentários em “A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS”

  1. Sem dúvida… precisamos quebrar esses paradigmas e conversarmos com as crianças e adolescentes antes que aprendam de forma errada pelas redes sociais e os disseminadores de fale news

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