O MILAGRE DA PELE DE TILÁPIA
Curativo biológico desenvolvido no Brasil vai ajudar no tratamento de pessoas queimadas no Líbano

A tilápia, também conhecida nos restaurantes como Saint Peter, é uma espécie de peixe que vive em água doce e representa uma parte importante na economia alimentícia do estado do Ceará. No processo de comercialização desse saboroso alimento, porém, a pele é descartada pelos produtores. Sabendo disso, em 2006, pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará, começaram a reaproveitar esse material orgânico para desenvolver um tipo de curativo biológico que tem eficácia comprovada por estudos realizados desde 2017 em pessoas que estavam em tratamento com queimaduras de segundo e terceiro grau.
Conforme o médico Edmar Maciel, coordenador do Projeto Pele de Tilápia, que desenvolveu o produto, as propriedades da pele são ideais para o tratamento de queimados. “A pele da tilápia adere à ferida, faz um tamponamento e evita a perda de líquido”, afirma. O especialista explica que o curativo natural pode antecipar a cicatrização de uma ferida em até dois dias. “Isso acontece porque na tilápia há colágeno tipo 1, muito semelhante ao do organismo humano”, pontua Maciel. Além dessas qualidades, o curativo biológico não precisa ser trocado diariamente, como se faz nos tratamentos convencionais. Essa especificidade ajuda a diminuir as dores locais, o desconforto do paciente e os custos do tratamento.

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