Pudesse eu um dia escrever uma espécie de tratado sobre a culpa. Como descrevê-la, aquela que é irremissível, a que não se pode corrigir? Quando a sinto, ela é até fisicamente constrangedora: um punho fechando o peito, abaixo do pescoço: e aí está ela, a culpa. A culpa? O erro, o pecado. Então o mundo passa a não ter refúgio possível. Aonde se vá e carrega-se a cruz pesada, de que não se pode falar.
Se se falar – ela não será compreendida. Alguns dirão – “mas todo o mundo…” como forma de consolo. Outros negarão simplesmente que houve culpa. E os que entenderem abaixarão a cabeça também culpada. Ah, quisera eu ser dos que entram numa igreja, aceitam a penitência e saem mais livres. Mas não sou dos que se libertam. A culpa em mim é algo tão vasto e tão enraizado que o melhor ainda é aprender a viver com ela, mesmo que tire o sabor do menor alimento: tudo sabe mesmo de longe a cinzas.
Levantamento exclusivo aponta a queda de mortes e internações entre os imunizados contra a Covid-19 e mostra quanto o país perdeu ao atrasar o início da vacinação
A calamidade sanitária pela qual passa o Brasil por causa do avanço do coronavírus ganhou novo patamar na terça 6, quando o país rompeu a marca de 4.000 mortes pela Covid-19, recorde alcançado menos de duas semanas após ter cruzado a já infame linha das 3.000 vítimas diárias. Em pouco mais de um ano, 350.000 brasileiros tiveram a vida ceifada pelo vírus. O país chegou à triste condição de, com 3% da população mundial, ter hoje um a cada três mortos pela doença no mundo. Como em toda a tragédia dessa magnitude, muitos foram os erros cometidos, a começar pela descoordenada política de isolamento social, que tem provocado mais balbúrdia e crise do que ajudado efetivamente a conter o vírus. Outro equívoco fatal a ser computado na conta do governo Jair Bolsonaro foi a demora para o início da vacinação. Os primeiros resultados da campanha de proteção contra o coronavírus iniciada por aqui em janeiro deixam evidente que muitas vidas poderiam ter sido poupadas com um esforço maior em busca da imunização em massa desde cedo.
A corrida para diminuir o tamanho da tragédia continua e, combinada ao esforço pelo isolamento social, há a urgente necessidade de uma oferta maior de vacinas. A esperança cabe em um frasco de poucos mililitros e a multiplicação de doses começa a aliviar algumas das trágicas estatísticas nacionais. Depois de quase três meses de repetição de cenas de pessoas felizes recebendo agulhadas, o país colhe os primeiros bons resultados dessa ação. A ONG Impulso Gov, que acompanha os dados da pandemia e da imunização, fez um levantamento que constatou um efeito positivo entre os pioneiros na fila da vacinação: em 26 das 27 capitais (a exceção foi Macapá), caiu a participação de quem tem 80 anos ou mais no total das mortes (veja o quadro abaixo). Em dezenove delas também despencou o porcentual desse grupo no total de hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). “O perfil de internações e dos óbitos tem sofrido mudanças recentemente, com mais jovens e menos idosos nessa proporção. É difícil isolar apenas o efeito da vacinação, mas, pelo que vimos nos Estados Unidos e em Israel, é plausível que seja por causa da imunização”, diz Marco Brancher, coordenador de análise de dados para governo da plataforma. “Se não houvesse a vacinação, não haveria motivo para essa redução proporcional de internação e especialmente óbitos entre os mais idosos”, concorda o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 do Estado de São Paulo, Paulo Menezes.
Mesmo em locais críticos da pandemia, como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, houve quedas expressivas entre os mais velhos. Dados da prefeitura paulistana indicam que o número de mortes entre quem tem mais de 80 anos caiu acima de 50% entre janeiro e março. “Essa redução se deve a uma combinação de fatores: vacinação e uma mudança de protocolo que introduziu alguns exames para identificar os pacientes que tendem a piorar”, afirma o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. No Rio, as mortes de idosos de 80 a 89 anos caíram quase 65% entre dezembro e março. No Distrito Federal, a queda nas internações em UTI de pessoas com mais de 80 anos foi de 58% desde janeiro.
Esses efeitos positivos da imunização poderiam estar em um estágio bem mais avançado, não fosse a negligência do governo federal. Bolsonaro desdenhou da Covid-19, não se empenhou pela aquisição de vacinas e desprezou a iniciativa do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de apostar na CoronaVac, até hoje a vacina mais aplicada no país (bem atrás vem a AstraZeneca/Oxford, desenvolvida em parceria com a Fiocruz). O Ministério da Saúde chegou a rejeitar uma oferta de 70 milhões de doses feita pela Pfizer em agosto. Quando o presidente começou a ser cobrado pela falta de imunizantes, disse, em meio à corrida global dos países por doses, que eram as farmacêuticas que deveriam procurar o Brasil. Agora, para tentar conter danos em razão da queda de popularidade e da pressão política, tenta colar a versão de que sempre apoiou a vacinação. O país aplicou até aqui quase 30 milhões de doses – sendo mais de 20 milhões de primeira dose. Em igual número de dias, os Estados Unidos vacinaram 78 milhões de pessoas. Detalhe: o impulso se deu com a chegada de Joe Biden, que derrotou o negacionista Donald Trump, ídolo de Bolsonaro.
A dificuldade para viabilizar a compra e entrega de vacinas tem se refletido no voo cego que é o planejamento da vacinação no país. Depois de entregar menos do que havia previsto em fevereiro e março, o governo acena para uma nova frustração em abril, mês que para muitos seria uma espécie de virada na marcha lenta da imunização: vai entregar apenas 53% dos 47,3milhões de doses previstas. “Chegamos a um ponto em que está diminuindo a faixa de idade para a vacinação e isso aumenta muito o público-alvo. Então, precisamos ter uma confirmação certeira e garantida do ministério de quantas doses receberíamos”, cobra o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette. Enquanto 79% dos idosos com 80 anos ou mais receberam ao menos uma dose, esse porcentual cai para 4% entre aqueles com 60 a 64 anos.
Apesar de os resultados preliminares apontarem quanto a vacinação funciona no combate a essa epidemia, especialistas são unânimes em afirmar que ela tem de ser combinada com isolamento social. Segundo a Fiocruz, isso precisa ocorrer até que 70% da população esteja vacinada. Um dos exemplos recentes de que o fechamento total surte efeito é Araraquara, no interior de São Paulo. Com o sistema de saúde à beira do colapso, a prefeitura decretou lockdown em fevereiro e, desde então, houve uma redução de 75% nos óbitos.
Além da experiência caseira, há exemplos bons e ruins lá fora para o Brasil calibrar os seus próximos passos. Um deles é o Chile, onde 7 milhões dos 19 milhões de habitantes foram imunizados, mas o bom desempenho não freou o aumento dos casos. “A população não esperou a imunização ter resultado e relaxou o isolamento. As pessoas ficaram mais expostas, com uma nova variante que é mais transmissível e mais agressiva”, analisa Erika Manuli, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da USP. Por outro lado, a vacinação avançada nos Estados Unidos, Reino Unido e Israel, combinada ao lockdown, traz inspiração. Os americanos registraram 252.000 casos por dia em janeiro – hoje, estão em 62.000. A previsão do presidente Joe Biden é que até 19 de abril todos os adultos terão recebido ao menos uma dose. No grupo que inclui Brasil, Estados Unidos, México, Índia, Reino Unido, Rússia e Itália, países que tiveram mais de 100.000 óbitos por Covid-19, o Brasil é o único que apresenta tendência crescente e contínua – todos os demais estão entre as nações que mais vacinam no mundo.
Embora tenha atingido nesta semana a marca de 1 milhão de vacinados por dia (ritmo que acabou não se sustentando), o Brasil ainda perde energia em discussões estéreis, como o uso de medicamentos sem comprovação cientifica contra a doença, uma obsessão de Bolsonaro. Na quarta 7, ele foi a Chapecó (SC) para elogiar o prefeito local pelo uso do chamado tratamento precoce – a cidade, no entanto, teve alta de casos e mortes neste ano e está com 100% dos leitos de UTI ocupados. Levantamento da consultoria Quaest mostra que o presidente aborda o tratamento precoce em 29% de seus textos e vídeos publicados neste ano nas redes sociais e que suas postagens somadas atingiram 4,98 milhões de pessoas. Ou seja, mesmo com milhares de cadáveres por dia no país, lamentável e inexplicavelmente, Bolsonaro continua jogando a favor do vírus. Menos cloroquinas e mais vacinas, é disso que o Brasil precisa no momento.
O ainda desorganizado esforço estatal necessário para acelerar a imunização deu margem a um movimento que, mal planejado, pode gerar ainda mais confusão. Na última quarta, a Câmara aprovou projeto que autoriza a iniciativa privada a comprar vacina para proteger seus funcionários. A condição é que os empresários doem 50% ao Sistema Único de Saúde e que as compras sejam concretizadas depois que os laboratórios entregarem o que foi acordado com o governo. A iniciativa, que ainda precisa passar pelo Senado, é interessante, mas precisa ser mais bem debatida e obedecer às regras determinadas pelo poder central (problema: ainda não temos isso). Além da criação de uma fila dupla de vacinação, algo confuso do ponto de vista da organização, especialistas chamam atenção para o risco de se abrir uma brecha para a aquisição de imunizantes ainda não aprovados pela Anvisa.
Em meio à polêmica da entrada em cena da iniciativa privada, o poder público corre para tentar garantir que as remessas prometidas efetivamente cheguem no prazo. Até dezembro, estão garantidos por contratos mais de 400 milhões de doses. O perigo é que, diante da forte demanda mundial pelos produtos, atrasos como o ocorrido em abril podem voltar a se repetir. Por essa razão, a Impulso Cov fez projeções com base em diferentes possibilidades de número de doses. No pior cenário, em que se presume que apenas metade da projeção de produção nacional será realizada, o país vacinará os mais de 73 milhões de indivíduos dos grupos prioritários até o fim do ano. Numa projeção menos catastrófica e mais realista, o prazo para o término dessa etapa ocorrerá em junho. Mais vacinas e mais isolamento social – não há outra receita hoje para salvar vidas no país.
O mau mensageiro se precipita no mal, mas o embaixador fiel é medicina (Provérbios 13.17).
Um mensageiro é aquele que leva a mensagem de alguém para outro alguém. O mensageiro fiel é aquele que leva essa mensagem com fidelidade e agilidade. Ele não retarda o tempo nem muda a mensagem. O mau mensageiro é infiel àquele que o comissionou. É negligente com respeito ao conteúdo da mensagem e descuidado para com a urgência da mensagem. O mau mensageiro não apenas se precipita no mal e cai em dificuldade, mas também faz os outros caírem no mal. O mau mensageiro ainda é aquele que transporta mensagens de morte e não de vida, de escravidão e não de liberdade, de perdição e não de salvação. É agente das trevas, e não da luz. É portador de más notícias, e não arauto das boas-novas. Completamente diferente é o embaixador fiel. Ele é íntegro em seu caráter, fiel à sua missão e zeloso em sua proclamação. O embaixador fiel é medicina. Tem pés formosos e lábios que destilam a verdade. É mensageiro de salvação. É embaixador dos céus, ministro da reconciliação e profeta do Altíssimo. Sua vocação é sacrossanta, sua missão é bendita, sua mensagem é restauradora. O embaixador fiel leva esperança por onde passa, espalha o perfume de Cristo por onde anda e esparge a luz do evangelho por todos os recantos.
Depois de estudar 5.000 pessoas, um cientista norueguês acredita ter identificado os segredos de quem produz muito em menos horas
Quando jovem, o norueguês Morten Hansen trabalhou para a empresa de consultoria The Boston Consulting Group (BCG). “Trabalhou” não é bem a palavra, pois Hansen se matava no serviço. “Era comum fazer semanas de 60 horas, mas, em várias ocasiões, cheguei a ficar 90 horas.” (Isso dá 12 horas por dia, incluindo sábado e domingo.) A certa altura, teve de encarar um fato: mesmo com tamanha dedicação, a qualidade de suas tarefas era inferior à de uma de suas colegas. “Os relatórios dela eram melhores em todos os sentidos: mais claros, mais informativos.” Certa vez, ele estava no escritório à noite e precisou consultar essa par. Foi até sua mesa, mas disseram-lhe que ela já tinha ido para casa fazia tempo. E que não adiantava procurá-la depois das 18 horas, pois ela sempre saía no horário. “Descobri também que ela nunca trabalhava em fim de semana.”
Quais eram os segredos de gente assim? Hansen transformou a busca por respostas a essa pergunta num projeto de vida. Virou cientista – seu tema é a produtividade no trabalho. Hoje é professor de administração na Universidade da Califórnia em Berkeley. Acaba de publicar nos Estados Unidos o livro Great at Work: How Top Performers Do Less, Work Beter and Achieve More (Simon & Schuster). Ao longo de cinco anos, Hansen usou muita probabilidade e estatística para estudar o histórico profissional de 5.000 pessoas. No fim, acredita ter descoberto os sete segredos daqueles indivíduos incrivelmente produtivos e que não parecem suar sangue de tanto trabalhar. Os especialistas de recursos humanos vão achar familiares alguns dos pontos. Um deles é “mantenha-se obcecado por prioridades”. Outro: “aprenda enquanto trabalha.” Outros soam menos familiares, como “colabore menos”. “As pessoas já conversam sobre ideias desse tipo”, diz o professor. “Mas o que a pesquisa revelou é que elas quase nunca falam sobre certas sutilezas importantes”.
Uma delas está no principal conselho do livro: “Do Less, then obsess’, ou “faça menos coisas e então se dedique a elas feito um louco”. Segundo o especialista, “a ideia de foco não é nova. Achei que os profissionais capazes de focar uma lista pequena de tarefas teriam desempenho superior, mas não foi isso o que a pesquisa mostrou. Tais pessoas têm desempenho bom, é verdade, mas as melhores são as que ficam obcecadas pela lista. Elas vão atrás das prioridades de corpo e alma e dão uma atenção fanática a detalhes. Focar, escolher, eliminar o que é menos importante – nada disso é suficiente se não houver obsessão”.
TAREFAS PRIORITÁRIAS
Na correria do dia a dia, várias corporações já tomaram contato com alguns desses detalhes. A fabricante de software Stefanini, por exemplo, faz tudo a seu alcance para que o empregado não precise gastar tempo com tarefas de menor importância. É o que diz Cíntia Bortotto, diretora de RH para a América Latina. “Não adianta querer que o funcionário seja produtivo se a empresa o obriga a executar tarefas que, em última análise, limitam sua produtividade. “Sendo uma companhia de tecnologia, a Stefanini estuda os procedimentos internos em busca de oportunidades de automação. Seu propósito é entregar aos computadores as etapas mais improdutivas de cada procedimento. “Se possível, nós também automatizamos astarefas que são emocionalmente difíceis”, diz Cíntia. Recentemente, a empresa automatizou o preenchimento de dados nas planilhas da controladoria. Antes, os profissionais tinham de entrar em vários sistemas para pegar os dados e digitá-los nas tabelas, o que era cansativo e sujeito a erros. Agora, um robô vai atrás das informações e entrega ao time da controladoria as planilhas prontas para análise.
Cíntia também desestimula o trabalho em excesso – por dois motivos. “Primeiro, seria inconsistente com o que estamos sempre dizendo aqui: passe mais tempo com a família, estude, pratique esportes. Como uma pessoa pode se exercitar se não tem tempo?”, diz a diretora de RH. “Segundo, analisando nossos próprios dados, descobrimos que a produtividade do funcionário inspirado por seus chefes é mais que o dobro da daquele não inspirado. Uma pessoa que se sente obrigada a trabalhar em excesso dificilmente vai se sentir inspirada.”
Iniciativas desse tipo servem para que o empregado se concentre numa lista pequena de tarefas. Mas será que os itens da lista são os mais importantes? Morten Hansen diz que os profissionais de recursos humanos estão habituados à ideia de que todos na organização devem perseguir objetivos claros de negócio, e em geral ajudam os executivos com isso. Mas a pesquisa mostrou que, mais uma vez, uma sutileza passa despercebida. “Não basta que alguém cumpra todos os objetivos do ano se as metas não produzem valor”, diz o professor.
AÇÕES VALIOSAS
Quando fala nisso, Hansen usa um conceito específico: os benefícios que o trabalho produz para colegas de firma e para os clientes e que, no fim das contas, transformam-se em valor no sentido contábil (resultado do exercício). “O que a área de RH deve fazer, mas nem sempre faz, é ajudar cada executivo e cada subordinado a questionar duramente os objetivos do ano, para saber se eles realmente significam valor para o negócio.” O pesquisador defende que esse ponto é importante porque muitos profissionais confundem “quantidade” com “valor”, e menciona um exemplo comum em áreas de gestão de pessoas. “Uma coisa é escrever um relatório anual analisando o desempenho de 80% dos executivos da companhia. Isso pode ser feito burocraticamente”, diz. “Outra coisa, muito mais valiosa, é garantir que 80% dos executivos da empresa recebam conselhos realistas detalhando as maneiras como podem melhorar”. Fernando do Valle, diretor de RH da 3M Brasil, diz que é difícil fazer com que as metas de cada funcionário se traduzam em valor para a corporação. Desde 2001, a 3M vem melhorando nesse quesito ao recorrer à metodologia Six Sigma. Para cumprir essa técnica, a fabricante do post-it tem de aperfeiçoar as especificações técnicas de produtos e serviços – isto é, precisa descrever, claramente, o que vai entregar ao cliente (produtos) e como vai se comportar perante o cliente (serviços). Isso permite à organização detectar “não conformidades”, que são produtos ou serviços fora das especificações. E então, das duas, uma: ou a não conformidade ocorreu porque alguém deixou de cumprir seu trabalho corretamente, e daí esse alguém precisa de treinamento; ou ela ocorreu porque as especificações são impossíveis de cumprir, e daí elas precisam ser aperfeiçoadas.” A Six Sigma nos ensina que é melhor fazer poucas coisas importantes, cujas consequências sejam muito benéficas para a companhia, do que muitas coisas de menor importância”, diz Fernando.
CADA UM POR SI
Hoje em dia, na lista diária de tarefas a cumprir estão as reuniões. Ninguém mais escapa delas, pois o profissional pode participar de um encontro desses estando na sala de espera do aeroporto de Ulan Bator, na Mongólia. Hansen detectou um comportamento comum entre aqueles de desempenho excepcional: eles colaboram menos com os outros – porque escolhem com maior rigor os projetos nos quais vão se envolver. Como consequência, participam de menos reuniões. Evitá-las pode ser estressante, segundo o pesquisador, porque, embora sejam mal faladas por todos, a verdade é que muita gente aprecia esses encontros. “Um de meus entrevistados me disse que gosta delas porque há biscoitos e ele acha relaxante ficar lá.” Tanto a Stefanini quanto a 3M estão tentando diminuir a quantidade e a duração das reuniões – ambas recorrem à técnica de usar ambientes nos quais não há como se sentar. ”Ninguém aguenta ficar de pé por muito tempo”, diz Cíntia, da Stefanini. Na 3M, Fernando afirma que a corporação se esforça para que todo encontro sirva para tomar decisões importantes. “Queremos acabar com aquele negócio de marcar uma reunião para marcar outra. Mas devo dizer que elas realmente são um desafio.”
OS SETE SEGREDOS DE GENTE MUITO PRODUTIVA
Segundo uma pesquisa realizada com mais de 5.000 pessoas
1. Manter obsessão por uma lista pequena de prioridades
2. Cada tarefa importante é valiosa para seus colegas de trabalho ou para os clientes
3. Colaborar menos. Escolher bem os projetos aos quais se juntar e dos quais fugir
4. Aprender enquanto trabalha. Cada atividade, seja qual for, é uma oportunidade para crescer
5. Obter o apoio dos outros, mas com argumentos racionais, formulados com fatos e lógica
6. Ir a menos reuniões e, ao participar de uma, que seja para tomar decisões importantes
7. Repensar métodos e rotinas de trabalho, usando a ideia de valor como guia
O QUE EXPLICA O DESEMPENHO INDIVIDUAL?
Para Morten Hansen, o jeito como uma pessoa atua vale mais que aptidão, horas trabalhadas e condição social
Nossas emoções são influenciadas por percepções sutis que nem sequer notamos conscientemente; felizmente é possível controlar essas interferências
Acontece com todo mundo: de repente e inexplicavelmente nos sentimos alegres ou tristes, embora ainda há pouco nosso humor estivesse bem diferente. Em geral, a culpa é de uma pista subliminar ou “estímulo precedente” (priming). Mas não precisamos ficar presos a essas pistas subconscientes. Pesquisas recentes sugerem que simplesmente reconhecer o fenômeno já é meio caminho andado para assumir o controle de novo – afinal, não é porque sentimos algo que isso, necessariamente, se justifica.
Os pesquisadores costumam estudar os efeitos do estímulo precedente induzindo os participantes a acreditar que estão envolvidos no teste de outra variável qualquer. Num estudo realizado na Universidade de Toronto, pessoas expostas a imagens de logo tipos de fast-food, sem se darem conta disso conscientemente, tornavam-se mais impacientes e dispostas a gastar. Outro estudo, publicado no periódico científico Journal of Psychosomatic Research, mostrou que, quando os participantes evocavam lembranças relacionadas a doenças, sua tolerância à dor diminuía, como se ficassem mais sensíveis diante da lembrança da fragilidade física.
Um artigo publicado no periódico Social Cognition revela como metas das quais não temos consciência clara (aquelas que se tornaram tão automáticas que nem percebemos que ainda as estamos perseguindo, como emagrecer, impressionar o chefe ou tirar férias do Facebook) podem nos deixar com um humor “misterioso” – positivo ou negativo.
No estudo tratado no artigo, alguns participantes que deveriam perseguir certo objetivo foram previamente estimulados com uma tarefa de leitura que incluía palavras como “sucesso” e “realização”. Os voluntários, entretanto, não tinham consciência dessa preparação, acreditavam que a leitura não estava relacionada com o experimento. Quando se saíram mal numa tarefa subsequente de desafio mental, seu estado de ânimo se mostrou mais negativo que o daqueles que não foram submetidos antes ao exercício com palavras orientadas para o cumprimento de uma meta.
A chave para superar os efeitos da preparação pode ser bastante simples: exercitar a autoconsciência. Um fato a ser destacado é que o ânimo dos participantes melhorou quando os pesquisadores mostraram por que razão eles começaram a se sentir tristes. O que isso significa na prática? Talvez que, quando de repente começamos a perceber que nos sentimos angustiados, depressivos ou com medo, pode ser útil nos lembrarmos do que vimos, ouvimos ou pensamos nos últimos minutos – e, assim, identificar o gatilho emocional. Essa atitude, pautada por uma escolha racional, costuma ajudar bastante a superar crises de mau humor repentinas e aparentemente misteriosas.
ALTERAÇÕES PODEM SER SINAL DE DEMÊNCIA
Um senso de humor distorcido – que inclui o riso em momentos inapropriados ou explosões incompreensíveis de irritação – pode ser um dos primeiros sinais de demência. Pelo menos é o que indica uma pesquisa da Universidade College London publicada pelo periódico científico Journal of Alzheimer’s Disease. Os cientistas que participaram do estudo entrevistaram parentes e amigos de 48 pacientes com diagnóstico de demência. Todos tinham conhecido os pacientes havia mais de 15 anos antes de os sintomas da doença terem se tornado perceptíveis. A maioria reconheceu que o senso de humor dos doentes havia mudado. Vários relatavam casos em que os pacientes haviam rido em situações inadequadas, assistindo a reportagens sobre desastres naturais, ou ao ver um carro mal estacionado.
Um dos entrevistados recordou que um parente riu muito quando sua mulher se queimou de forma grave com água fervente. “Meu pai passou a não ver graça em praticamente nada após a doença, mas um dia nos surpreendemos quando ele começou a gargalhar ao ver minha mãe, que sofre de asma, perder o fôlego e lutar para respirar”, lembrou outro entrevistado.
“Embora a perda da memória muitas vezes seja a primeira coisa que nos vem à mente quando ouvimos a palavra ‘demência’, o estudo destaca a importância de olhar para as várias alterações que impactam a vida diária e os relacionamentos”, afirma o neurologista Simon Ridley, do Centro de Pesquisa sobre Alzheimer, no Reino Unido. Ele salienta, entretanto, que apenas as variações de humor não são suficientes para diagnosticar um quadro demencial: é preciso levar em conta o conjunto de sintomas. De qualquer forma, orienta: “Pessoas que percebem mudanças no comportamento de seus entes queridos, em especial após os 70 anos, devem procurar ajuda médica o quanto antes”.
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