Minha condição é muito pequena. Sinto-me constrangida. A ponto de que seria inútil ter mais liberdade: minha condição pequena não me deixaria fazer uso da liberdade. Enquanto que a condição do universo é tão grande que não se chama de condição. O meu descompasso com o mundo chega a ser cômico de tão grande. Não consigo acertar o passo com ele. Já tentei me pôr a par do mundo, e ficou apenas engraçado: uma de minhas pernas sempre curta demais. O paradoxo é que minha condição de manca é também alegre porque faz parte dessa condição. Mas se me torno séria e quero andar certo com o mundo, então me estraçalho e me espanto. Mesmo então, de repente, rio de um riso amargo que só não é um mal porque é de minha condição. A condição não se cura, mas o medo da condição é curável.
O grande avanço das técnicas de reprodução humana e o aumento das gestações entre as mulheres mais velhas levaram ao recorde de nascimentos de gêmeos
Desde 1978, quando nasceu a americana Louise Brown, o primeiro bebê de proveta, a medicina de reprodução humana se desenvolveu extraordinariamente. Técnicas antes só imaginadas no cinema e na literatura de ficção futurista, como o congelamento de células extremamente delicadas que formam embriões em laboratórios e procedimentos que permitem a uma mulher engravidar já não mais em plena idade fértil, são hoje corriqueiras. Uma relevante implicação desse novo cenário, porém, só agora começa a chamar atenção com mais profundidade – a profusão do nascimento de gêmeos. Um estudo conduzido pelas universidades de Oxford, na Inglaterra, e de Radboud, na Holanda, mostrou que nunca vieram ao mundo tantos pares como agora. No tempo de Louise, a cada 1.000 partos, nove entregavam gêmeos. Hoje a taxa subiu para doze em 1.000. A cada ano, portanto, há 1,6 milhão de novos gêmeos sorrindo por aí.
Gêmeos nascem naturalmente quando um óvulo fertilizado se divide espontaneamente ao meio, levando a dois bebês idênticos, ou quando a mãe libera dois óvulos de uma vez que são fertilizados, produzindo gêmeos não idênticos. A interferência da medicina estimulou o segundo processo. Nos métodos de fertilização artificial, faz-se uso de hormônios para estimular o ovário, o que aumenta a probabilidade de liberação de dois óvulos de uma vez. Além disso, é comum (e permitido) as clínicas transferirem mais de um embrião para o útero simultaneamente, para aumentar as chances de que pelo menos um sobreviva.
Convém, ainda, considerar o papel de um aspecto de cunho comportamental ocorrido nos últimos anos: as mulheres estão engravidando naturalmente mais tarde, o que sob o ponto de vista biológico estimula o nascimento de gêmeos. Dados do IBGE mostram que entre 2008 e 2018 diminuiu em 16,1% o número de mulheres que tiveram filho com menos de 30 anos, enquanto aumentou em 36% entre aquelas que se tornaram mães após essa idade. A explicação para o fato de o organismo com mais idade ter mais chance de engravidar de gêmeos é fascinante: a proteção da espécie. Ao contrário dos homens, elas nascem com um número determinado de óvulos de células sexuais, que são dispensadas ao longo da vida, a cada ciclo menstrual. Com o passar dos anos, a quantidade e a qualidade dessas células diminui. Uma criança nasce com 1 milhão a 2 milhões de óvulos. Aos 40 anos, essa reserva praticamente já se esgotou. Só que, à medida que a idade avança, também aumenta a probabilidade de a mulher liberar dois óvulos ao mesmo tempo, como uma forma do corpo tentar compensar o aumento do risco de aborto pela queda na fertilidade.
Toda essa grande mudança cientifica tem, no entanto, um efeito colateral preocupante. Diz o especialista em reprodução assistida Rodrigo Rosa, diretor clínico da Mater Prime, em São Paulo: “A incidência de problemas na gestação de gêmeos, originada em laboratório ou não, é maior”. Gêmeos têm cerca de quatro vezes mais risco de morrer no fim da gestação ou na primeira semana de vida – com trigêmeos esse risco é sele vezes maior. Nos últimos anos, a medicina conseguiu minimizar uma das situações mais dramáticas decorrentes de uma gestação de gêmeos, as sequelas ou morte de bebês prematuros.” Hoje, as UTIs neonatais conseguem sustentar e fazer ganhar peso crianças que nascem com apenas 500 gramas, o equivalente a um feto de seis meses, ainda sem os pulmões formados”, diz Edson Borges, diretor médico da clínica Fertility, em São Paulo. Há dez anos, muito raramente um bebê com menos de oito meses sobrevivia sem sequelas. “Sede fecundos, crescei e multiplicai-vos e enchei a terra.” A máxima de mais de 2.000 anos descrita no Gênesis da Bíblia ganha agora ares de modernidade.
O que despreza a palavra a ela se apenhora, mas o que teme o mandamento será galardoado (Provérbios 13.13).
Há um ditado que diz: “Quem não escuta conselho escuta ‘coitado’”. Quem zomba da instrução pagará por ela e pagará caro. Quem despreza conselhos traz sobre si destruição, pois é na multidão de conselhos que está a sabedoria. Quem não aprende com amor em casa talvez aprenda com dor na rua. Quem não escuta a voz da sabedoria receberá a chibata da disciplina. Quem não abre os ouvidos para escutar conselhos oferece as costas para o chicote do juízo. A obediência é o caminho da bem-aventurança. Traz doçura para a alma, descanso para o coração e sucesso para a vida. Somos livres quando seguimos, e não quando transgredimos os mandamentos. Somos livres para dirigir nosso carro quando obedecemos às leis de trânsito. Somos livres como cidadãos quando cumprimos os preceitos da lei. Um trem é livre para transportar em segurança os passageiros quando corre sobre os trilhos. Assim, também, somos livres para viver uma vida feliz e vitoriosa quando cumprimos os mandamentos. Os que guardam os mandamentos serão galardoados.
Reformas domésticas, bricolagem e decoração entram na lista de prioridades de muitos brasileiros que tratam de tornar suas casas mais agradáveis e adaptá-las à realidade do home office. Vendas de materiais de construção disparam durante a pandemia
Reformar e decorar a própria casa virou uma das atividades preferidas dos brasileiros nestes tempos de pandemia. Há uma verdadeira febre de consumo de tintas, pisos laminados e azulejos, além de móveis e acessórios de todos os tipos. Sem gastos de viagens de férias e economizando com lazer, muitas pessoas trataram de destinar seu dinheiro para melhorar o lugar onde vivem. Nesse embalo, a bricolagem, a execução de reparos e trabalhos caseiros, também ganhou mercado. Como todos passaram a ficar mais tempo dentro de casa por causa das restrições de deslocamento, surgiu a necessidade de tornar mais confortável o espaço interior onde se vive e também onde muitos passaram a trabalhar, com a escalada do home office. Existe uma explosão de demanda nas grandes capitais por serviços de reparos, organização e decoração das residências. O fenômeno beneficiou fortemente a indústria e o comércio de materiais de construção no País, que cresceram muito mais do que a economia nos últimos 12 meses.
“Antes da Covid-19 as pessoas ficavam fora de casa na maior parte do dia, mas com as quarentenas e o trabalho remoto, a realidade mudou, porque agora elas ficam muito tempo em casa”, diz o arquiteto Maykon Fogliene, que tem escritório na capital paulista. “As reformas não são feitas só para receber os amigos, mas também para adaptar ambientes para o home office.” Segundo ele, a procura por reformas não para e existe, inclusive, uma ansiedade dos clientes para transformar suas residências. O arquiteto vê esta tendência gerada pela pandemia como um investimento na melhoria da qualidade de vida. No seu caso, o número de projetos executados mensalmente praticamente dobrou. Entre outros serviços, o escritório de Fogliene reformou o apartamento da empresária Francine Prado, e também os dois centros de reabilitação para crianças com necessidades especiais que ela administra em São Paulo. “Como nosso negócio está em expansão precisamos fazer adaptações para receber mais alunos”, disse.
OTIMIZAÇÃO DO ESPAÇO
Além das reformas, houve um forte aumento pelos serviços dos “personal organizers”, profissionais que trabalham na melhora e organização dos cômodos em casas e apartamentos. “Como as pessoas estão em casa, a bagunça aumenta muito. Nós ajudamos o cliente na reorganização residencial, este é o nosso foco, e também preparamos o espaço para o home office”, diz Sheila Soares, empresária da Possível prá Você (@possivelpravoce). “Nem todo mundo tem dinheiro para comprar um imóvel grande e nosso trabalho é ajudar o cliente a otimizar o espaço que ele tem disponível.” Segundo ela, por causa do aumento da demanda, a empresa expandirá sua atuação do Rio de Janeiro para São Paulo.
Esse é o caso também da empreendedora Cida Nogueira, paulistana que atua no mercado de pinturas e papel de paredes há mais de 15 anos. “No começo da pandemia, as pessoas ficaram com medo e houve queda nos serviços”, comenta Cida, que está finalizando a pintura de um apartamento de três dormitórios no Morumbi, em São Paulo. “Mas isto passou quando as medidas de segurança e higiene foram adotadas. Hoje, faço um serviço e começo outro, sempre tem trabalho, a demanda é forte.” Segundo ela, o orçamento varia conforme a metragem da área a ser pintada, as cores ou o papel de parede que o cliente escolhe. Seu trabalho, hoje, envolve uma espécie de consultoria para entender a vontade do cliente. “Após finalizar este apartamento, vou pintar outro com 120 m2”, conta.
O que os profissionais da construção e da decoração percebem na prática é captado nas pesquisas. Em janeiro, a venda de materiais de construção cresceu 0,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo mês, as vendas do comércio em geral tiveram retração de -0,2%. No fechamento de 2020, o volume de vendas desses materiais teve expansão de 10,8%, enquanto o comércio varejista cresceu 1,2%. Em dezembro do ano passado, houve aumento de 18,8% sobre dezembro de 2019 nas lojas de construção. E o crescimento nas vendas durante a pandemia foi observado em duas etapas, afirma Rodrigo Pothin, diretor comercial da Telhanorte. “Na primeira, as pessoas compram mais tintas e artigos de decoração”, diz. “E na segunda, notamos um crescimento nas vendas de pisos, porcelanatos (azulejos), louças sanitárias e revestimentos.” Ele diz que a Telhanorte teve um crescimento superior a 18%, no volume de vendas no primeiro bimestre de 2021. Em 2020, a empresa começou as vendas diretas pelo Whatsapp, também com bons resultados. O mercado vai de vento em popa e, pelo jeito, a febre das reformas ainda vai demorar para passar.
Se fosse implementada, a educação positiva traria profundas mudanças nos papéis tanto da escola quanto do professor
Símbolo de status, sacerdócio, missão. Muito já se falou sobre a profissão do professor que, ao longo dos últimos cinquenta anos, tem sofrido grandes transformações. Filha de professora, consegui testemunhar um pouco do prestígio que cercava a profissão quando eu, ainda criança, ouvia meu pai dizer como se sentiu importante ao namorar uma então “normalista”. Sim, esse era o nome que se dava às mocinhas que na época de mamãe faziam o curso Normal, que lhes conferia o cobiçado título de professoras. Papai também brincava que sua intenção teria sido a de “dar o golpe do baú”. Isso porque naquela época professores ganhavam bem. Além disso – e talvez justamente por isso -, eram também respeitados. Ou seria o contrário, em que a remuneração seria a consequência do respeito? Creio que ambos. O fato é que a própria educação foi se transformando. Seus meios, seus objetivos, sua importância. Quando aos 17 anos tornei-me, também eu, professora, cabia a esse profissional formar o caráter do aluno. Não em detrimento da família, é claro, mas como um importante agente formador. Sempre me espanto quando vejo a reação de meus alunos de MBA diante de uma cena de filme que utilizo como recurso didático para ilustrar um determinado tema. Nela um professor idealista se dirige ao pai de um aluno problemático e diz ser sua função “moldar o caráter do menino”. Na cena o pai fica revoltado, dizendo ser apenas dele (pai) essa função. Fico perplexa ao observar que nessa cena a grande maioria de meus alunos se identifica com o pai, achando que, de fato, a formação do caráter não seria papel da escola.
Quando vi essa cena pela primeira vez, imediatamente me identifiquei com o professor, na medida em que penso exatamente como ele. Mas não podemos ser ingênuos. Com o passar dos anos, no entanto, o papel do professor foi se tornando cada vez mais conteudista. Valores e caráter foram sendo esquecidos no caminho tortuoso do vestibular e de um processo educacional cada vez mais voltado para o ter. E cada vez mais distante do ser.
Passamos a educar nossas crianças para que entrem em boas faculdades pura e simplesmente porque, ao cursá-las, elas teriam mais chances de conseguir um bom emprego (leia-se um bom salário) num processo educacional completo e exclusivamente voltado para que se tenha mais, se compre mais e se distancie mais do que poderíamos chamar de nossa essência humana.
Hoje percebo, com tristeza, que o ofício de ensinar tem formado indivíduos desconhecidos de si mesmos. O que me leva a refletir sobre qual seria o papel do professor no que poderíamos chamar de Educação Positiva, ou seja, numa educação que se fundamentasse exclusivamente nos preceitos da Psicologia Positiva.
Em primeiro lugar, seria uma educação para a felicidade, na qual a educação das emoções seria tão importante quanto o estudo das letras. Contudo, a coisa não seria tão simples. Urna educação baseada na Psicologia Positiva deveria promover o florescimento humano, ou seja, o desenvolvimento da criança em todo o seu potencial. E é aí que a mágica aconteceria. A promoção de uma educação voltada ao florescimento exige autoconsciência. Uma autoconsciência que permitisse, antes de tudo, o conhecimento da criança em relação a tudo o que de melhor ela teria a oferecer ao mundo. Nesse cenário, o papel do professor, mero depositante numa educação bancária, se transformaria radicalmente, passando a ser o de um provocador que, por fazer as perguntas certas, por olhar para o fundo da alma de cada criança, seria capaz de reconduzi-la em direção à sua própria essência.
A Educação Positiva promoveria também as virtudes, ocupando-se da capital importância da formação do caráter. Nesse mundo talvez o professor recuperasse seu valor, seu status e talvez, até, quem sabe, seu verdadeiro propósito.
LILIAN GRAZIANO – é psicóloga e doutora em Psicologia pela USP, com curso de extensão em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento, onde oferece atendimento clinico. consultoria empresarial e cursos na área.
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