Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes do sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Vestíamo-nos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.
Saíamos para uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde. Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco: e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a clarear e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos de pé: “Olhe um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras de minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe um porco de verdade.”
Passávamos por cavalos belos que esperavam de pé pelo amanhecer.
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
No bonde mesmo começava a amanhecer. Meu coração batia forte ao nos aproximarmos de Olinda. Finalmente saltávamos e íamos andando para as cabinas pisando em terreno já de areia misturada com plantas. Mudávamos de roupa nas cabinas. E nunca um corpo desabrochou como o meu quando eu saía da cabina e sabia o que me esperava.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.
Outras pessoas também acreditavam em tomar banho de mar quando o sol nascia. Havia um salva-vidas que, por uma ninharia de dinheiro, levava as senhoras para o banho: abria os dois braços, e as senhoras, em cada um dos braços, agarravam o banhista para lutar contra as ondas fortíssimas do mar.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco do mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.
Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que trabalhar cedo. Mudávamos de roupa, e a roupa ficava impregnada de sal. Meus cabelos salgados me colavam na cabeça.
Então esperávamos, ao vento, a vinda do bonde para Recife. No bonde a brisa ia secando meus cabelos duros de sal. Eu às vezes lambia meu braço para sentir sua grossura de sal e iodo.
Chegávamos em casa e só então tomávamos café. E quando eu me lembrava de que no dia seguinte o mar se repetiria para mim, eu ficava séria de tanta ventura e aventura.
Meu pai acreditava que não se devia tomar logo banho de água doce: o mar devia ficar na nossa pele por algumas horas. Era contra a minha vontade que eu tomava um chuveiro que me deixava límpida e sem o mar.
A quem devo pedir que na minha vida se repita a felicidade? Como sentir com a frescura da inocência o sol vermelho se levantar? Nunca mais?
Grifes essencialmente femininas começam a investir no promissor mercado de cosméticos para os homens – e mais um tabu ensaia perder terreno
Até muito recentemente, eram dois clubes ostensivamente separados – o das “luluzinhas” e o dos “bolinhas”, e não haveria como aproximá-los. Para elas, saias e salto alto, em tons vibrantes. Para eles, camisas e blazers, sempre discretos. As fronteiras, porém, começaram a ser abertas com a aparição de ídolos jovens, como o cantor britânico Harry Styles e o rapper americano ASAP Rocky, colados a um modo de vestir, digamos, até então sobejamente feminino. E então as placas tectônicas começaram a se mexer – tanto e tão ruidosamente que aceleraram um novo fenômeno, o da maquiagem masculina. Nos últimos meses, uma seleção de produtos pensada para atrair os homens despontou nas lojas eletrônicas. São corretivos, bases para a face, protetores para os lábios e géis de barba e sobrancelha. Tudo quase sempre em embalagens de cores sóbrias e design minimalista. Não se trata, naturalmente, de replicar o aspecto vibrante popularizado pelas dragqueens, e sim de conquistar uma aparência natural, com cobertura das imperfeições do rosto. “Eles querem a pele corrigida, mas não gostam de parecer que usaram maquiagem”, diz o celebrado maquiador Rodrigo Costa, de São Paulo. “A naturalidade é essencial.” Para ajudar os iniciantes, brotam na internet tutoriais didáticos sobre o que fazer e como. Há evidente interesse. Estima-se que o mercado global de produtos afeitos aos cuidados da pele tenha chegado, em 2020, a 145 bilhões de dólares – e o universo masculino respondeu por 45 bilhões de dólares desse montante. É bastante. Uma pesquisa da empresa de inteligência de dados americana Morning Consult mostrou que um em cada quatro homens está disposto a incluir a maquiagem em seu cotidiano.
Dá-se, realmente, o encontro de mundos avessos. Uma das pioneiras foi a francesa Chanel, eterno ícone feminino, com uma linha de cosméticos de olho neles. A americana Tribe Cosmetics lançou um hidratante pré-maquiagem. A britânica Shakeup pôs nas prateleiras virtuais um bálsamo labial. A multinacional Avon e a brasileira Simple Organic apostaram em produtos sem distinção de gêneros. ”Os homens já representam 40% das vendas dos nossos corretivos, mas para conquistá-los é preciso oferecer praticidade e multifunções”, diz Patrícia Lima, CEO da Simple Organic. Por favor, sem brigas no banheiro porque uma (ou um) usou o produto do outro.
LÁBIOS QUE BEIJEI
O bálsamo labial da britânica Shakeup concede brilho e aumenta o volume, além de ter fator protetor contra os raios ultravioleta
À FLOR DA IDADE
Hidratantes como o da americana Tribe Cosmetics, ajudam no combate aos efeitos nocivos provocados pela exposição ao sol
Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento (Provérbios 13.11).
Uma recente pesquisa afirmou que a maioria dos artistas e esportistas que ganham muito dinheiro ainda jovens demais gasta seus bens sem critério e acaba seus dias na pobreza. Da mesma forma, o dinheiro adquirido com desonestidade diminuirá, seja pelo esbanjamento irresponsável, seja pela exigência da lei de devolver publicamente aos verdadeiros donos os bens que foram roubados furtivamente. Os bens mal adquiridos tornam-se maldição, e não bênção para aqueles que os ajuntam. As casas construídas com sangue jamais podem ser refúgios de paz. O dinheiro retido com fraude ergue sua voz ao céu e clama por justiça. Os bens roubados tornam-se combustível para a destruição daqueles que os roubam. Porém, as riquezas adquiridas com o trabalho honesto são a expressão da bênção de Deus. Essas riquezas geram progresso e bem-estar. Tornam-se instrumentos de bênção para aqueles que as ajuntam e fonte de bênção para todos os que delas usufruem. O trabalho muitas vezes pode ser penoso, mas o seu fruto é deleitoso. O trabalho pode ser árduo, mas o seu resultado pode trazer descanso à sua alma.
Organização brasileira com presença até no Vale do Silício, nos Estados Unidos, une forças para estimular as melhores práticas de gestão, bem como acelerar e potencializar negócios de diversos perfis
Foi em uma conversa informal que surgiu a ideia de desenvolver um grupo para discutir os desafios de empreender e como essa experiência, muitas vezes, é solitária. O grupo ganhou volume e do primeiro encontro, com dez pessoas, passou a reunir, em pouco tempo, eventos com até 100 empresários. Hoje são mais de 900 empresas e mais de 1.000 empreendedores.
A Confraria de Empreendedores é um hub virtual e conta com mais de 900 membros que estimulam a conexão genuína entre empreendedores de perfis diversificados. É uma organização que nasceu com o propósito de ser uma rede de apoio, estimular melhores práticas de gestão, acelerar e potencializar negócios de diversos perfis.
Fundada em 2016 por André Mainart, Diogo Garcia e Natalia Lazarini, a Confra, como é chamada por seus membros, atua em todo o Brasil e tem presença até no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Os fundadores, que já tinham vivência sólida em tecnologia, inovação, vendas e negócios, decidiram se unir. Os encontros acontecem em diversos formatos, como happy hour promovido em restaurantes, encontro de grupos de corrida, o ConfraCorre, ConfraChef, com experiências gastronômicas, e o ConfraSocial, que idealiza uma série de ações voluntárias, neste momento disponível digitalmente pela plataforma do próprio ConfraSocial. “Na Confra o empreendedor nunca estará sozinho. Nosso olhar sempre se direciona para ajudá-lo a crescer e, de fato, acreditamos que uma rede de relacionamento bem construída e consolidada, que gere bom conteúdo, bons aprendizados e que fomenta aprender com os erros, desperta um grande impacto social no mundo e nos negócios”, afirma Mainart.
“Nasceram dentro da organização projetos como o Beleza de Mãos Dadas, que ajuda manicures periféricas, o Vevee, plataforma de consultas gratuitas via telemedicina, além do GlOFavelas, que combate a redução dos efeitos da Covid-19”, conta outro fundador, Diogo Garcia.
A cofundadora da Confra, Natalia Lazarini, acre dita que a criatividade, a inovação e o digital são ferramentas essenciais para transformar o universo empreendedor. “Nosso papel vai além de ser empreendedor. É isso que pregamos. Devemos ser melhores como pessoas e compreender o tamanho da importância de olhar para o outro com humanidade dentro do ecossistema econômico e social”.
COMO FUNCIONA
Os empreendedores que querem fazer parte da Confraria do Empreendedor passam por um processo seletivo no qual o perfil do empreendedor e o nível de maturidade do negócio são avaliados. No site da organização há um formulário pelo qual se inicia o processo de participação. “O objetivo da seleção é manter a diversidade dos perfis dos confrades (nome dado aos membros) para gerar negócios entre eles e estimular a colaboração de forma mais rica e diversificada”, explica Natália Lazarini.
O empreendedor não paga para participar da Confraria e não há intenção dehaver cobranças no futuro. ”A forma como monetizamos é por meio deeventos, plataformas digitais (projeto em que estamos trabalhando para ser disponibilizado até o final do ano), programas deparceiros eo ConfraLabs, que apoia grandes emédias empresas a criar suas comunidades e a trabalhar seus programas de Open Innovation”, mostra Natália.
E o objetivo é claro: Conectar empreendedores cujo propósito é compartilhar desafios de negócio. A Confra tem três pilares que são a base para seu crescimento e relevância: gestão de comunidade, curadoria de conhecimento e conexão com ecossistemas. Esses pilares, de acordo com a cofundadora, são concretizados nos grupos que se conectam diariamente, assim como nos encontros focados em compartilhar conhecimento e networking em diversos formatos, que vão do virtual ao presencial, nos principais locais e empresas que movimentam estetema no Brasil.
Existem também grupos segmentados por temas de interesse que fomentam conexões mais fortes e promovem o bem-estar de profissionais que tendem a ter uma rotina de trabalho bem intensa. Alguns exemplos são: o ConfraSocial, queestimula a conexão e a criação de organizações sociais, o Confraüm, que conta com práticas de mindfulness, yoga, meditação e dicas para o bem-estar, o ConfraChef, que, além deboa gastronomia e experiência com o jantar, traz pitch às cegas, entre outras subcomunidades criadas com diferentes temas.
TRANSFORMAÇÕES
Segundo a cofundadora, quando criaram a Confraria do Empreendedor, jamais pensaram que ela teria o impacto que tem hoje na vida dos Confrades. “Nunca imaginamos que um grupo de WhatsApp com o simples propósito de trocar experiências e desafios entre empreendedores fosse um dia virar uma das comunidades mais relevantes do Brasil. E tenho certeza de que isso só foi possível pelo envolvimento e engajamento de todos que fazem parte da Confraria do Empreendedor. O empreendedor vive uma jornada solitária, assim como eu no início dos meus empreendimentos. Tudo que eu queria na época, pois acredito que é um ciclo contínuo, era compartilhar meus desafios de negócio, desde ter indicação de contabilidade até contratar ou não um diretor para a empresa e ter indicação”, revela.
E essa troca, de acordo com ela, é genuína na rede deles. Inclusive existe um “help” em poucos minutos e de empreendedores de diferentes setores e maturidade. ”Além disso, é muito gratificante e emocionante quando recebemos mensagens de empreendedores dizendo que, depois que entraram na Confra, sua jornada não foi a mesma, que na Confraria do Empreendedor eles têm uma família com quem podem contar. Isso é o que inspira a mim e meus sócios, André Mainart e Diogo Garcia, além dos Community Manager que nos ajudam fazendo acontecer”, emociona-se.
Bruno Guerra foi um dos primeiros Confrades, e o primeiro encontro, que contava com apenas dez empreendedores, foi realizado em 2017 na sua empresa, em São Paulo. Eles perceberam como é prazeroso e valioso trocar experiências de negócio.
O primeiro encontro foi com dez; o segundo, com vinte; e no terceiro eles já alcançaram cinquenta empreendedores. “Não sabíamos nem como sugiram tantos empreendedores até hoje (risos). Mas foi muito legal e ao mesmo tempo desafiador, pois tivemos que pegar cadeiras emprestadas da empresa vizinha para atender todos, e o resultado foi o caminho para a construção da Confraria do Empreendedor de hoje”, destaca.
TODOS JUNTOS
Na visão de Natália, a inovação para reinventar modelo de negócio e a colaboração são essenciais para transformar o universo empreendedor. “Por esse motivo o nosso papel vai além de ser empreendedor. Muito tem se falado, nos últimos tempos, sobre juntos sermos mais fortes. O empreendedor que empreende sozinho constrói uma jornada mais dolorosa, e a Confra veio para quebrar isso. Quando encontramos empreendedores compartilhando desafios e trocando experiências é muito gratificante”, afirma.
Segundo ela, há, inclusive, casos de Confrades que se tornaram sócios e outros que, de uma ideia, fizeram parcerias e negócios fantásticos. “O empreendedorismo criativo, muitas vezes, está na capacidade que temos de olhar para o outro, para o mercado e juntos cocriar soluções transformadoras, seja para remodelar e inovar a sua proposta de valor, seja para criar algo que contribuirá para o ecossistema econômico e social”.
Compartilhar e ajudar no crescimento do outro faz com que você também receba ajuda. Essa colaboração está no propósito da Confraria do Empreendedor, e eles perceberam que cada vez mais os empreendedores compartilham seus erros, acertos e conquistas, independentemente de saberem que na Confraria do Empreendedor exista ou não outro empreendedor que seja concorrente. Pelo contrário, eles se envolvem nessa cultura e trocam figurinhas entre eles. Natália conta que, no decorrer dos anos, perceberam a necessidade de engajar ainda mais os relacionamentos dos empreendedores. Assim, criaram o ConfraHobbies, grupo de Confrades que conecta negócios a lazer, como ConfraCorre (empreendedores que correm), ConfraChef (culinária), Confralnvest, ConfraSocial e outros.
SERVIÇO
A Confraria de Empreendedores conta com mais de mil empreendedores que são agentes de transformação. Juntos colaboram com o propósito Confra de conectar empresários e colaborar com o crescimento um do outro, além de estimular a conexão genuína entre empreendedores de perfis diversificados. Mais informações podem ser acessadas no site https://confra.cc
Várias patologias relacionadas ao estresse, fobia e ansiedade tornam-se perigosamente comuns ao nosso cotidiano. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) afeta pessoas de todas as idades e pode passar despercebido por décadas
Há uma crescente demanda de pacientes que sofrem de sintomas de estresse, ansiedade e fobias, que são diagnosticados com transtorno de ansiedade generalizada, uma patologia ainda recente e que começou a ser difundida há pouco tempo. Existe dificuldade em fazer o seu diagnóstico, até porque pode estar associado a outras síndromes como a do pânico e gerar interferência na qualidade de vida e no comportamento.
O fato é que a ansiedade e o medo são elementos emocionais muito atribuídos à vida moderna e são de grande valor adaptativo, mesmo sendo experimentados como desconfortáveis na maior parte das vezes. Estas são condições que podem ser interpretadas como benéficas e necessárias no dia a dia, pois existe uma relação direta entre seus níveis de manifestação e os resultados, desempenho e eficiência das atividades que executamos em nossas vidas normais. Porém, quando esses níveis ultrapassam um determinado limiar, ocorrem prejuízos no funcionamento social, o que caracteriza um transtorno.
A novidade nesse campo são os estudos sobre o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) em que sua principal característica é a preocupação excessiva. É normal nos sentirmos preocupados em determinados momentos, porém, nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adaptação às novas condições devida.
MODELOS BIOLÓGICOS
Os principais modelos biológicos para o TAG são baseados na hipótese de que a ansiedade faz parte de um conjunto de comportamentos de defesa ligados à reação a ameaças externas e internas, mecanismos os quais estão presentes em outras espécies animais e preservados ao longo do processo evolutivo. Dessa forma, quando a ansiedade é intensa, persistente e desproporcional às possíveis causas aparentes, interferindo de maneira bem significativa no funcionamento do indivíduo, ela passa a ser considerada como uma patologia e deverá ser alvo de intervenção terapêutica.
A preocupação sentida pelas pessoas que sofrem de transtorno de ansiedade generalizada encontra-se claramente fora de proporção em relação à probabilidade real ou impacto do evento temido. Independentemente do foco da preocupação, esse sentimento temeroso muitas vezes é acompanhado por sintomas, tais como: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular, dores de cabeça, micção frequente, dificuldade em deglutir, sensação de “nó na garganta” e distúrbios do sono. Pessoas que apresentam diagnóstico de TAG procuram, como consequência, esquivar-se das situações.
TRATAMENTO
O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sempre com orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. O tratamento farmacológico geralmente precisa ser mantido por pelo menos 24 semanas após o desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes, quando necessário. Costumam-se obter bons resultados com os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) – escitalopram, fluvoxamina, sertralina, paroxetina – e os inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina ou duais (IRSN) – venlafaxina, duloxetina – na abordagem da remissão dos sintomas do TAG. Benzodiazepínicos – bromazepam, alprazolam, lorazepam, clonazepam, diazepam – são frequentemente utilizados no tratamento dos transtornos ansiosos, e estudos demonstram melhora dos sintomas do TAG, principalmente em situações de desempenho, porém o risco de abuso e dependência, bem como os efeitos colaterais dos BZD, impede seu uso prolongado (fase de manutenção).
ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS
A síndrome do pânico pode ser uma das consequências do TAG, pois essa síndrome é um tipo de transtorno de ansiedade, na qual ocorrem episódios inesperados de desespero e medo intenso de que algo ruim possa vir a acontecer, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. Ocorre uma desregulação química na transmissão de receptores químicos neuronais, havendo falha na interpretação das sensações do próprio corpo, quando são percebidos erroneamente como sinais de grande perigo.
Os ataques de pânico são períodos de medo, apreensão ou desconforto intensos que surgem inesperadamente, característicos da síndrome, e geralmente ocorrem de repente, sem aviso prévio, em qualquer período do dia ou em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo. Por apresentar muitos sintomas somáticos, a maioria dos pacientes que sofrem da síndrome do pânico acaba passando por atendimentos médicos de diversas especialidades antes de chegar ao psiquiatra.
O transtorno do pânico constitui problema de saúde pública. É incapacitante, levando ao comprometimento da capacidade laborativa e à redução da qualidade de vida. Pacientes portadores da síndrome, devido ao desespero extremo, correm grande risco de cometerem suicídio.
SÍNDROMES ASSOCIADAS
Com o TAG instaurado no paciente, muitos sintomas são apresentados e um deles pode estar relacionado à síndrome do pânico, mas para que ela seja caracterizada, é necessário que os ataques sejam frequentes ao indivíduo e não ocorram apenas de forma isolada. O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar, dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. Diversas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco pelas pessoas que apresentam tais sensações. Sensação de sufocamento e dificuldade de respirar que surgem sem motivo aparente também são características típicas da síndrome, assim como náuseas, parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
O tratamento da síndrome do pânico consiste em reduzir o número de crises, bem como sua intensidade. As duas principais formas de tratamento envolvem psicoterapia e medicamentos. Ambas têm se mostrado bastante eficientes, sendo que a combinação dos dois tipos de tratamento parece ser ainda mais eficaz do que um ou outro operando isoladamente. O tratamento à base de medicamentos inclui antidepressivos, como os inibido res seletivos da recaptação da serotonina, como a paroxetina, sertralina, fluvoxamina, escitalopram ou citalopram. Benzodiazepínicos também podem ser prescritos pelos médicos, por um período limitado, devido ao risco de desenvolver sintomas de dependência. Com essa classe medicamentosa, o efeito ansiolítico começa quase imediatamente após a ingestão oral. A terapia cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico engloba componentes de psico-educação, reestruturação cognitiva e intervenções comportamentais.
COMPLEXO PROGNÓSTICO
É notória a dificuldade de distinção entre um possível cansaço e uma patologia instalada. Por conta da falta de informação e conhecimento por parte da população a respeito do TAG, a maioria dos pacientes chega ao tratamento sem conseguir identificar o momento em que os sintomas começaram e acredita conviver com eles durante toda a vida. A grande preocupação é que a ansiedade é comum para a maioria das pessoas que lida com estresses e fadiga todos os dias. O acúmulo de informações, tarefas e atividades é potencial causador de ansiedade, mas ela só é considerada como um distúrbio patológico quando tem extrema intensidade e duração, diminuindo a qualidade de vida e interferindo nas atividades diárias. A complexidade do prognóstico deve-se ao fato de que, geralmente, os sintomas só são percebidos quando já estão em estado patológico e trazendo sérios prejuízos sociais ao sujeito. A relação com outras patologias associadas também dificulta o diagnóstico claro. Este artigo teve como objetivo esclarecer alguns fatores e alertar para a necessidade de um olhar humanista para a qualidade de vida da sociedade moderna para que não sejamos representantes de uma população doente.
ATINGE A TODOS
Em relação à frequência do TAG na população, estudos apontam que parece não existir prevalência entre os gêneros, diferentemente de outros transtornos de ansiedade, como fobias específicas, mais frequentes em mulheres. Sobre as características, ambos os sexos se preocupam excessivamente com circunstâncias cotidianas e rotineiras, tais como responsabilidades no trabalho, finanças, saúde e segurança dos membros da família ou questões menores, como tarefas domésticas, consertos no automóvel ou atrasos a compromissos. Também podem apresentar medo acentuado e persistente de situações sociais nas quais possam ser expostos a possíveis avaliações por parte de outras pessoas. Essas situações incluem comer, falar ou escrever na frente dos outros e conversar com estranhos ou autoridades. Crianças com TAG tendem a exibir preocupação excessiva com sua competência, a qualidade de seu desempenho ou possibilidade de sofrerem bullying (podendo ser verbal ou físico) e julgamento de colegas de seu convívio diário.
COMO IDENTIFICAR?
A principal diferença entre uma simples ansiedade (normal) e uma ansiedade patológica encontra- se nos seguintes fatores:
Intensidade e duração das manifestações;
Grau de limitação provocado;
Proporcionalidade entre o evento desencadeante e a reação do indivíduo.
CARACTERÍSTICAS DO ATAQUE DE PÂNICO
Falta de ar e/ou sensação de asfixia e sufocamento;
Vertigem. sensação de desmaio ou instabilidade em manter-se numa mesma posição;
Palpitações/taquicardia;
Tremores musculares. suor excessivo. ondas de calor ou frio;
Medo de morrer;
Medo de enlouquecer e perder o controle;
Desrealização (sensação de que o ambiente familiar está estranho);
Despersonalização (sensação de estranheza quanto a si mesmo).
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"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b
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