EU ACHO …

GERAÇÃO BIOTÔNICO

Estamos tentando desprogramar a antiga relação com a comida

Outro dia, conversando num grupo de WhatsApp, uma amiga contou que, quando criança, tomava um coquetel de Biotônico Fontoura, leite condensado e ovos de pata. Encorajada pela “confissão”, outra amiga revelou que também não escapou da “vitamina”, com a agravante de que, no seu caso, os ovos eram inteiros, com casca e tudo. Alguém lembrou que tomava gemada com um pouquinho de vinho do Porto. “E eu, que encarava Emulsão Scott”, escreveu outra amiga, em referência àquele complemento alimentar conhecido pelo rótulo com o desenho de um pescador trazendo nas costas um enorme bacalhau. “Meu medo do Papai Noel vinha daí”, digitou.

Cada geração acaba ganhando um nome. Temos as gerações X, Y, a dos millennials. Tivemos a Geração Coca­ Cola cantada pela Legião Urbana, os hippies desencanados, os yuppies consumistas. A minha geração, do pós-guerra, é chamada de baby boomer, mas bem que poderia se chamar Geração Biotônico. Quem dessa faixa etária nunca foi obrigado a engolir algum elixir tradicional para obter energia extra e estimular o apetite? Havia na fórmula original até álcool, retirado por força de lei em 2001.

Monteiro Lobato, com seu talento para inventar histórias infantis, tem culpa no cartório. Gostou tanto do tônico criado pelo seu amigo Cândido Fontoura que não só a batizou como criou um personagem. Jeca Tatuzinho, que o popularizou. Na verdade, o nosso escritor apenas refletia o espírito do tempo – um tempo em que certa gordurinha era sinônimo de saúde. Naquela conversa em rede social, lembrei que, sempre que minha mãe elogiava minha silhueta, sabia que precisava perder uns quilos.

Com a melhor das intenções, é claro, nossos pais e avós nos transmitiram alguns hábitos alimentares que o tempo e as pesquisas médicas se encarregaram de demonstrar que não estavam entre os mais saudáveis. Aprendemos a servir porções maiores do que o necessário, a montar pratos pouco balanceados. E, talvez, o mais importante: incutiram-nos a noção de que a fartura da mesa é uma forma de expressar carinho.

Padrões estéticos mudam, da mesma maneira que o conceito do que seja uma boa alimentação. Estamos até hoje tentando desprogramar aquela antiga relação com a comida. Para nos livrarmos desses hábitos, haja esforço. É preciso recorrer a dietas e exercícios físicos. Para muitos de nós, é também um desafio psicológico, uma tentativa de desfazer associações cravadas na mente desde muito cedo.

Nada contra os produtos, ainda comercializados. A questão é cultural. Isso significa que comida não pode estar associada a carinho e afeto? Claro que não! Aliás, não há maneira mais gostosa de demonstrar estima por alguém do que lhe preparar uma refeição especial. Mas isso não tem a ver com quantidade. Se quisermos construir um estilo de vida saudável, é preciso abandonar a ideia de que comer em abundância é sinônimo de saúde e cuidado.

Que as novas gerações, quando conversarem no futuro sobre comilanças da infância, possam também contar casos divertidos, mas referentes a um tempo que terá ficado definitivamente para trás.

*** LUCÍLIA DINIZ

OUTROS OLHARES

A CIÊNCIA TEM AS RESPOSTAS

A experiência na luta contra a pandemia autoriza, depois de um ano da eclosão do primeiro caso de Covid-19, a isolar os achismos e ter certezas. A principal: venceremos

Numa era de tantos questionamentos de fatos inequívocos, como o formato da Terra ou resultados de eleições, o surgimento de uma pandemia de proporções históricas se transformou em terreno fértil para a disseminação de informações falsas e mitos. Impulsionado pela falta de filtros das redes sociais e pela ignorância de quem prefere espalhar tolices sem leitura e conhecimento, todo tipo de preconceito prospera. Contribui – e muito – para esse constrangedor comportamento a postura negacionista de algumas autoridades que, com objetivos egoístas e eleitoreiros, manipulam os cidadãos pendurados na internet, provocando ora o desleixo, ora pânico desnecessário.

Felizmente, a ciência vem fazendo de forma brilhante a sua parte neste combate. Oito meses depois da primeira morte em decorrência do novo coronavírus no Brasil, e quase um ano após o caso inaugural em Wuhan, na China, já é possível determinar, com alguma clareza, o que realmente funciona do ponto de vista da prevenção, dos cuidados iniciais e dos tratamentos – e, agora mais do que nunca, em relação à luta pelo desenvolvimento de uma vacina em tempo recorde. Há boas notícias, aliás, nessa batalha. Na quarta-feira 18, a farmacêutica americana Pfizer divulgou resultados de eficácia acima de 95% em um imunizante produzido em parceria com a empresa de biotecnologia BioNTech. Uma outra companhia dos Estados Unidos, a Moderna, também anunciou sucesso com taxa de 94,5%. A Sinovac, fabricante da chinesa Corona­Vac, que trabalha de mãos dadas com o Instituto Butantan, de São Paulo, celebrou uma excepcional conquista: a produção de anticorpos em 97% dos voluntários testados nas fases 1 e 2.

Os excelentes resultados dos laboratórios, por sinal, vieram em boa hora. Nas últimas semanas, houve uma acelerada leva de casos na Europa, nos Estados Unidos e inclusive no Brasil (embora em ritmo menos agressivo por aqui). É um momento preocupante, sem dúvida. Pede atenção, exige informação de qualidade, mas não medo. Por essa razão, a partir da vasta experiência recente acumulada por cientistas e profissionais de saúde, elaboramos uma lista de respostas às perguntas que andam nas cabeças em momento tão difícil da humanidade. O critério foi simples: separar falsidades de verdades, isolar os achismos e mostrar em que ponto estamos desta longa jornada. Com 1,4 milhão de mortes em todo o mundo, mais de 167.000 no Brasil, a Covid-19 demanda uma nítida compreensão do que ainda teremos pela frente. E a conclusão, como mostram as estatísticas a seguir, é uma só: graças a ciência, venceremos.

O QUE SIGNIFICA, NA PRÁTICA, O ANÚNCIO DE EFICÁCIA DE 95% DA VACINA PRODUZIDA PELA FARMACÊUTICA AMERICANA PFIZER E DE 94,5% DO IMUNIZANTE DO LABORATÓRIO MODERNA, TAMBÉM DOS ESTADOS UNIDOS?

São as primeiras evidências convincentes de que uma vacina pode ser realmente capaz de prevenir a Covid-19. Ambas as taxas são bem superiores aos 50% de sucesso exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os índices de eficácia da vacina da gripe, por exemplo, ficam em torno de 60% – menores, portanto.

POR QUE O ANÚNCIO DA PFIZER, ESPECIALMENTE, FOI TÃO CELEBRADO?

Em virtude da riqueza de detalhes e de ter sido divulgado depois da fase 3 (e derradeira) de estudos clínicos. Houve registro de eficácia de 95% a partir do 28º dia de aplicação. Os resultados foram obtidos após a análise inicial de 170 casos confirmados, 162 deles no grupo que recebeu medicamento placebo e os outros oito que receberam a vacina. Foram detectados dez casos severos de Covid-19 no estudo, nove deles no grupo de placebo e apenas um no que efetivamente recebeu o imunizante.

ALÉM DE EFICAZ, A VACINA DA PFIZER É SEGURA?

Sim. Ela foi bem tolerada, sem efeitos adversos graves entre os 43.000 voluntários que receberam as doses. O maior efeito colateral aferido foi fadiga, com 3,8% de ocorrência, e dor de cabeça, com 12% de ocorrência.

UMA VACINA PODE SER APROVADA, DISTRIBUÍDA E APLICADA ANTES MESMO DE SER TOTALMENTE TESTADA?

Não. Para aprovar o registro de uma vacina e liberá-la para uso, agências renomadas de controle, inclusive a brasileira Anvisa, exigem resultados robustos da fase 3 de estudos clínicos.

SERÁ POSSÍVEL SABER O PERÍODO DE VALIDADE DE IMUNIZAÇÃO DE UMA VACINA – OU SEJA, ESTABELECER QUANDO SERIA PRECISO RENOVÁ-LA?

Ainda não. Esse tipo de conclusão só poderá ser anunciada depois de alguns meses da aprovação, porque exige mais tempo de acompanhamento dos voluntários. Diante de uma pandemia, porém, a celeridade se impôs – mas, insista-se, a velocidade dos laboratórios não é sinônimo de risco.

A CORONAVAC, DESENVOLVIDA NA CHINA, SE APROVADA, TERÁ BENEFÍCIOS SEMELHANTES AOS DE VACINAS DESENVOLVIDAS NOS EUA E EUROPA?

Sim. Os chineses seguem os padrões internacionais. Resultados divulgados na terça-feira 17, demonstraram produção de anticorpos em 97% dos voluntários examinados nas fases 1 e 2. Há certeza de controle de qualidade no Brasil, porque a CoronaVac será produzida pelo Instituto Butantan, de vitoriosa história na preparação de vacinas. O Butantan já oferece seis substâncias para o Programa Nacional de Imunização: contra gripe, HPV, hepatite B, hepatite A, DTPa (contra difteria, tétano e coqueluche) e raiva. Condená-la, portanto, é tolice.

PELO MENOS QUATRO VACINAS ESTÃO EM FASE FINAL DE DESENVOLVIMENTO. BASTARÁ UMA DELAS PARA IMUNIZAR CONTRA A DOENÇA?

Em termos. Uma vacina é suficiente para conferir proteção individual. Entretanto, dada a demanda global, imensa, será preciso mais de uma opção de modo a atender a procura.

A VACINA SERÁ DADA PRIMEIRO A GRUPOS DE RISCO, COMO O DE IDOSOS. A PARTIR DAS PRIMEIRAS DOSES ADMINISTRADAS JÁ SERÁ MAIS SEGURO SAIR À RUA PARA TODA A POPULAÇÃO, INDISCRIMINADAMENTE?

Há uma regra: quanto mais pessoas forem vacinadas, maior será a proteção coletiva, a chamada imunidade de rebanho – com 70% da população vacinada, chega-se a esse ponto. Contudo, uma única dose não basta – a maioria dos fabricantes desenvolve imunizantes em duas doses, com pelo menos um mês de intervalo de aplicação. Há que levar em consideração, também, as vacinas que serão oferecidas – as que apresentarem eficácia de apenas 50% poderão prevenir somente casos graves de Covid-19. As eficazes em 70% autorizarão mais segurança de movimentação.

EM QUANTO TEMPO A VACINA DEVERÁ ESTAR DISPONÍVEL NO BRASIL?

A estimativa do Ministério da Saúde é que a vacinação de grupos prioritários tenha início no primeiro ou segundo trimestre de 2021. Antes, porém, briga-se para pôr em pé o esquema de armazenamento e distribuição. O Ministério da Saúde já começou a conversar com representantes da Pfizer para a distribuição em território brasileiro. Já foram fechados contratos com a CoronaVac e a vacina de Oxford em parceria com a AstraZeneca.

AS VACINAS CUSTARÃO CARO?

No Brasil, elas serão oferecidas gratuitamente, dentro do Plano Nacional de Vacinação. Haverá, contudo e evidentemente custos para as instituições públicas. A da Pfizer é cara – 39 dólares por duas doses, preço baseado na compra antecipada feita pelo governo americano. Ela usa uma tecnologia nova, afeita a estimular o corpo a produzir a proteína do vírus, e precisa ser mantida a 70 graus abaixo de zero, complicador para a imunização em massa exigida contra a Covid-19. Ela também não pode ser tirada várias vezes da temperatura baixíssima, na viagem desde a linha de produção até o braço dos pacientes. A CoronaVac é mais barata. Em ofício assinado (e depois suspenso) pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o preço previsto para cada uma das 46 milhões de doses orçadas era de 10,30 dólares.

UMA PESSOA QUE JÁ FOI INFECTADA PODE SE REINFECTADA NOVAMENTE?

Casos de reinfeção foram documentados em alguns estudos, mas são muito raros. São 25 reinfecções em 56 milhões de casos em todo o mundo.

QUAIS SÃO OS AFEITOS DE LONGO PRAZO DO CORANAVÍRUS?

Alista de sintomas persistentes da Covid-19 é mais variada do que a maioria dos especialistas poderia prever: Os danos incluem fadiga, batimento cardíaco acelerado, falta de ar, dores nas articulações e músculos, confusão mental, perda persistente do olfato e paladar e problemas de coagulação sanguínea.

OS GRUPOS DE RISCO MUDARAM AO LONGO DA PANDEMIA?

Não. Idosos e pessoas com condições médicas preexistentes, incluindo hipertensão, doenças cardíacas, doenças pulmonares, câncer ou diabetes estão mais suscetíveis, a desenvolver casos mais severos de Covid-19. A obesidade também aumenta consideravelmente a probabilidade de complicações da doença.

É POSSÍVEL SE CONTAMINAR PELO AR, MESMO DISTANTE DE PESSOAS SUPOSTAMENTE CONTAMINADAS?

Sim. A contaminação pelo ar é possível quando uma pessoa infectada tosse, espirra, canta, fala ou respira, deixando partículas minúsculas e leves, suspensas no ar. O risco dessa forma de contágio é maior em ambientes internos, com pouca ventilação.

SE UMA MULHER GRÁVIDA PEGAR COVID-19, SEU BEBÊ SERÁ INFECTADO?

Existem relatos de transmissão da Covid-19 da mãe para o bebê durante a gravidez. Até o momento, todos os bebês se recuperaram bem e ainda não há consenso sobre o risco e a frequência desse tipo de transmissão. Já a transmissão do coronavírus durante a amamentação é considerada pouco provável. Os benefícios da amamentação superariam quaisquer riscos potenciais de transmissão do vírus.

É SEGURO VOLTAR PARA A ACADEMIA DE GINÁSTICA?

O vírus se espalha mais facilmente em ambientes fechados. Há riscos, mas eles podem ser minimizados com a adoção de medidas de prevenção como uso de máscara, o distanciamento e a higienização das mãos. É recomendado limpar os equipamentos antes e depois do uso.

CRIANÇAS TRANSMITEM A DOENÇA?

 Sabe-se que as crianças de até 12 anos têm maior probabilidade de ser assintomáticas, risco baixo de ficar gravemente doentes e provavelmente são menos propensas a se contaminar. Elas podem transmitir a doença, mas ainda não há informações sobre o seu nível de contagiosidade. Ou seja, se elas têm alta ou baixa capacidade de transmissão. Já as crianças mais velhas, a partir de 12 anos, têm maiores chances de apresentar sintomas e de transmitir a doença. Tudo somado, o retorno às escolas, respeitado o leque de protocolos, é administrável. Não houve aumento de casos desde o retorno parcial no Brasil.

É SEGURO ANDAR DE ELEVADOR COM OUTRAS PESSOAS?

Sim, desde que seja mantido o distanciamento e o uso de máscara. Recomenda-se higienizar as mãos depois de apertar os botões.

É POSSÍVEL PEGAR O NOVO CORONAVÍRUS EM RELAÇÕES SEXUAIS?

 Não há relatos de que o vírus seja transmitido pelo sêmen ou por fluidos vaginais. Entretanto o contato próximo e o beijo, por exemplo, aumentam o risco de transmissão. Para reduzir o risco de contaminação entre parceiros que não vivem juntos, a recomendação de médicos de Harvard que analisaram o assunto são: usar máscara, evitar beijos, tomar banho antes e depois das relações e evitar atos sexuais que envolvam a transfusão oral de fluidos corporais

O NOVO CORONAVÍRUS PODE GRUDAR NAS ROUPAS?

Já se sabe que a transmissão pelo contato com superfícies contaminadas desempenha papel baixo na transmissão. Ressalve-se porém, que as roupas são como qualquer outra superfície – podem estar contaminadas. Para reduzir totalmente o risco, a recomendação é trocar de roupa ao chegar em casa e pôr para lavar as roupas usadas na rua. Se achar exagero, uma opção é troca-las ao chegar em casa e deixá-las ao ar livre por pelo menos um dia, antes de usá-las novamente.

QUAL É O MELHOR MOMENTO PARA PROCURAR O MÉDICO CASO EXISTA A SUSPEITA DE COVID-19?

O ideal é procurar um médico assim que surgir a suspeita da doença. O profissional solicitará o exame para diagnóstico e, em caso positivo, fará o acompanhamento. A Covid-19 é uma doença nova, com evolução imprevisível e sem tratamento específico. O ideal é que todos, mesmo pessoas com sintomas leves, tenham orientação médica continuada. Pessoas contaminadas devem permanecer isoladas durante dez dias após o início dos sintomas. No caso das assintomáticas, a contagem começa a valer a partir da realização do teste de diagnóstico.

QUAL É O TESTE DE DIAGNÓSTICO DO CORONAVÍRUS MAIS ADEQUADO?

O RT-PCR é o teste indicado para diagnosticar a Covid-19. O exame, feito a partir da coleta de material dentro das vias respiratórias e saliva, identifica partículas do vírus no organismo e detecta uma infecção aguda. Já os testes de sorologia, oferecidos em farmácias, com pequenas picadas para coleta de sangue, identificam anticorpos e apontam para infecção passada. São menos precisos.

EM QUE MOMENTO SE DEVE FAZER O TESTE?

A recomendação é que o teste seja realizado entre o segundo e o sexto dia de sintomas. Pessoas assintomáticas só devem realizar o RT-PCR em caso de contato evidente com alguém que foi diagnosticado com a doença. Nesse caso, o teste deve ser feito de quatro a cinco dias após o contato.

QUAL É A INDICAÇÃO TERAPÊUTICA AO INÍCIO DOS SINTOMAS DA DOENÇA?

O correto é recorrer a um médico ou a um hospital tão logo surjam os primeiros sintomas. Confirmada a doença, o tratamento é feito com analgésicos e antitérmicos, como dipirona e paracetamol. Nos primeiros meses da pandemia, a indicação oficial era que somente pessoas com sintomas mais graves, como falta de ar, procurassem o atendimento especializado. Desse modo, seria evitada a lotação das unidades de saúde. A mudança de conduta ocorreu quando se verificou que a infecção evolui muito rapidamente. A demora a procurar ajuda pode comprometer o quadro clínico.

QUAL É O MOMENTO CORRETO PARA INTUBAR UM PACIENTE?

No início da pandemia, acreditava-se que o melhor procedimento para o prognóstico do paciente era a intubação precoce, assim que fosse detectada uma baixa oxigenação no sangue, independentemente do quadro clínico. Agora, em muitos casos, a intubação precoce pode até mesmo piorar o caso. Por isso medidas não invasivas, como o uso de cateter nasal de alto fluxo, ventilação não invasiva, fisioterapia, prona (virar o paciente de bruços) e a administração de medicamentos, como corticoides, são prioridade. Caso o paciente não responda a essas medidas e tenha outros pontos comprometidos, como alteração no padrão respiratório, no nível de consciência e na oxigenação do sangue, a intubação pode ser indicada. Mas não há uma indicação ou métrica específica. Cada paciente deve ser analisado individualmente.

QUAIS SÃO OS REMÉDIOS MAIS EFICAZES PARA A INFECÇÃO NA FASE LEVE E MODERADA DA DOENÇA E QUANDO ELES DEVEM SER TOMADOS?

Ainda não há tratamento específico para a Covid-19. Para pacientes leves, que estão em casa, o tratamento inicial é apenas sintomático, com o uso de antitérmicos, analgésicos e descongestionantes, quando necessário. Hidratação, boa alimentação e repouso são fundamentais. Se o paciente realizar tomografia e exame de sangue, dependendo do resultado, alguns medicamentos podem ser recomendados. Mas não se deve, em hipótese alguma, tomar medicamento sem indicação médica. Em pacientes hospitalizados, que precisam de oxigênio, a droga que mais modifica a história natural da doença é o corticoide.

A CLOROQUINA, A DROGA DA IDEOLOGIA, FUNCIONA?

Não. Mais de uma dezena de estudos, incluindo alguns feitos no Brasil, já mostraram que a cloroquina e a hidroxi-cloroquina não modificam em nada a evolução da doença em casos leves, moderados e muito menos graves. Ela também não é eficaz para prevenir a infecção.

O ANTIVIRAL REMDESIVIR, APROVADO PELA FDA, É ÚTIL?

Um antiviral de relevância seria capaz de conter a doença antes de uma resposta imunológica exagerada do corpo, como acontece em relação à aids. O Remdesivir traz uma resposta positiva, embora fraca. O melhor estudo sobre o assunto provou que o medicamento chega a reduzir em cerca de cinco dias o tempo de internação hospitalar, mas não tem efeito na redução da mortalidade, por exemplo. O remédio ainda não está disponível no Brasil.

A REDUÇÃO PROPORCIONAL DO NÚMERO DE MORTES EM DECORRÊNCIA DA COVLD-19 É RESULTADO DO ENFRAQUECIMENTO DO VÍRUS?

Não há evidências de que o Sars-CoV-2 tenha se enfraquecido desde que foi identificado, em dezembro do ano passado, em Wuhan, na China. No entanto, em nenhuma das novas cepas registradas na Europa houve indício de mais agressividade do vírus. É boa notícia.

HÁ UMA SEGUNDA ONDA NA EUROPA E NOS ESTADOS UNIDOS?

Em termos. A redução do número de casos e de óbitos no fim do primeiro semestre não significou a eliminação do vírus. Mesmo em menor prevalência, ele se manteve presente. Quando as medidas de distanciamento social foram relaxadas, houve uma nova oportunidade de infecção. A atual alta de registros provoca número menor de mortes – na Itália, por exemplo, a taxa de letalidade está 75% menor em relação ao pico anterior da epidemia. A redução das mortes pode estar associada à melhora no tratamentoou a uma queda na carga viral dos infectados – o que contribui para a evolução da doença com menos gravidade.

O CORONAVÍRUS SOFRE MUTAÇÕES?

Sim, mas de modo pouco relevante. Embora a mutação a 20A.EUl, identificada na Espanha esteja presente em catorze países e seja responsável por uma grande porcentagem dos casos registrados recentemente na Europa, ela apenas pegou carona no relaxamento das medidas de prevenção.

A MUTAÇÃO PODE ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO DAS VACINAS?

Provavelmente não. Dada a pequena taxa de mutações, é muito provável que uma vacina consiga garantir proteção a todas as cepas do Sars-CoV-2.

QUE LIÇÕES O BRASIL PODE TIRAR DO ATUAL MOMENTO DA PANDEMIA NOS PAÍSES EUROPEUS E NOS EUA, SUPONDO QUE ELES ESTEJAM NA “FRENTE”?

É fundamental que utilizemos essa vantagem, a de poder olhar para o ‘histórico’ de outras partes do mundo de modo a aprender com os erros e acertos. Na Europa e nos EUA, as regiões mais afetadas hoje são as que foram poupadas no início do ano. É provável que o Brasil siga o mesmo padrão. A recomendação é que os locais que tiveram poucos casos de coronavírus redobrem a atenção, com testagem em massa e rastreamento de contatos.

O DISTANCIAMENTO ENTRE DUAS PESSOAS TEM DE SER DE QUANTOS METROS?

O distanciamento mínimo recomendado é 1,5 a 2 metros de distância. A adoção dessa medida é capaz de reduzir o risco de transmissão de 18%, para 2%,

QUAL MÁSCARA É A MAIS SEGURA?

A N95 é a máscara mais eficaz para filtrar gotículas e aerossol, a suspensão de partículas no ar. Em seguida, está a máscara cirúrgica descartável de três camadas. Mas a recomendação é que o uso desses produtos seja exclusivo para profissionais de saúde. No dia a dia, a máscara híbrida composta de duas camadas de tecido de algodão grosso, uma de um tecido sintético, ou a máscara feita com no mínimo duas camadas de algodão são as mais eficazes. É fundamental trocar a máscara periodicamente. Quando ela fica úmida a proteção é reduzida

A VITAMINA D PROTEGE CONTRA A INFECÇÃO?

Diversos estudos apontaram uma associação entre a deficiência de vitamina D e quadros mais graves de Covid-19.

ZINCO E VERMÍFUGOS PREVINEM A DOENÇA?

Não há trabalhos científicos que indiquem o sucesso desses medicamentos. Direto ao ponto: a única forma de se proteger contra a infecção é manter a higiene constante das mãos, usar máscara e manter distância de outras pessoas. Já soa um tanto óbvio, mas a insistência é necessária.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 04 DE ABRIL

A MENTIRA PRECISA SER ODIADA

O justo aborrece a palavra de mentira, mas o perverso faz vergonha e se desonra (Provérbios 13.5).

A palavra mentirosa precisa ser odiada. Precisamos repudiá-la com todas as forças da nossa alma. A mentira é um câncer nos relacionamentos. Quebra a confiança, desfaz laços, promove conflitos e protagoniza grandes tragédias. A mentira é maligna. Ela procede do diabo, está a serviço do diabo, e os mentirosos serão lançados no lago de fogo junto com o maligno. Não podemos sustentar nem promover a causa da mentira. Não podemos aplaudir os mentirosos nem nos calar diante de sua ação perversa. O justo odeia a palavra mentirosa. O justo odeia o que é falso. Os ímpios que promovem a mentira são motivo de vergonha e trazem sobre si grande desonra. A mentira pode desfilar na passarela do tempo, pode subir ao palco e apresentar-se garbosamente para o delírio dos insensatos, mas ao final será desmascarada. Ficará desnuda e mostrará suas vergonhas. Todos verão sua horrenda carranca. E os mentirosos, cheios de desonra, serão expostos à vergonha pública e à condenação eterna. Ainda é tempo de mudança. A Palavra de Deus nos exorta: Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo (Efésios 4.25).

GESTÃO E CARREIRA

FAÇA DO SEU CLIENTE UM VENDEDOR

Engajamento e envolvimento são palavras de ordem quando se pensa em marketing, afinal, quanto mais apaixonados pela marca e pela empresa, mais consomem, recomendam e indicam para conhecidos!

Tal como tantas expressões do mundo dos negócios, uma frequentemente ouvida é que “a propaganda é a alma do negócio”. Concordando ou não, é inegável que o marketing e a comunicação com clientes são essenciais para manter a marca na mente de quem consome e consumirá seus produtos ou serviços, seja pessoa física, seja jurídica. Investir nesse setor interno é importante para não só conquistar novos públicos, mas para manter o cativo, que, por sua vez, manterá o caixa no azul e, muitas vezes, em crescimento.

Independentemente de ser a dona Maria que vende marmita para trabalhadores do bairro ou para grandes companhias inovadoras e internacionais, o boca a boca é o pote de ouro no que tange à propaganda institucional e de produtos. É a divulgação espontânea feita pelo próprio cliente gratuitamente e que traz consigo autoridade e credibilidade.

No entanto, diferentemente desse (bem-vindo) marketing orgânico e sem controle, hoje, os profissionais do setor desenvolveram o marketing de defensores. Ele estabelece um processo que torna as recomendações da sua empresa algo previsível, mensurável e escalável, não dependendo apenas da sorte. Em princípio, é preciso, basicamente, entregar uma experiência incrível com boas lembranças em momentos descontraídos do consumidor com amigos e familiares – como tomar um café, passear com o cachorro -, o que o estimulará a compartilhar o sentimento positivo a pessoas queridas, formando uma comunidade em torno dessa paixão.

“O marketing de defensores é uma metodologia desenvolvida para as empresas engajarem os clientes satisfeitos e motivá-los a serem propagadores da marca em suas redes (sociais e pessoais), transformando-os em um poderoso canal de marketing e vendas”, explica o fundador da Peepi, empresa pioneira nessa metodologia no Brasil, Felipe Thomé.

Essa estratégica tem ganhado espaço justamente porque o perfil dos consumidores mudou – eles não confiam mais em propaganda como antigamente e, por isso, querem informações sobre as empresas vindas de fontes confiáveis. “Estamos vivendo um cenário de alta competitividade com novas empresas surgindo todos os dias. E, com a internet cada vez mais acessível, essa competição tomou-se ainda mais forte, pois as barreiras geográficas já não existem mais para muitos setores. Hoje os consumidores têm acesso a produtos de todo o planeta a poucos cliques de distância. Por isso, mais do que nunca as empresas precisam construir relacionamentos sólidos com seus clientes para que continuem comprando da sua empresa, sempre lembrando que manter um cliente custa cinco vezes menos do que conquistar um novo. Com produtos e ofertas em abundância, o principal diferencial de uma empresa é a experiência que gera ao seu cliente durante todo o relacionamento dele com a marca”, pontua Thomé.

E esse fenômeno é comprovado: de acordo com estudo realizado pela empresa global de informação, dados e medição Nielsen, 88% das pessoas na América Latina confiam na recomendação de um amigo ou conhecido sobre empresas, ou seja, essa é disparada a fonte de maior confiança. Trocando em miúdos, os clientes devem ser considerados, em qualquer empresa, os seus melhores vendedores e, por isso, é importante investir em manter um bom relacionamento com eles e utilizar estratégias para criar esse exército que vai recomendar e indicar seus produtos.

E lembre-se: quando um cliente pro­ cura uma empresa, marca ou produto, ele o faz buscando solução para uma dor ou necessidade. Atendê-lo tão somente pode não ser o bastante para torna-lo embaixador – é preciso ir além e entender o que o motivou a buscar a marca ou produto, mapeando o processo de vendas (cada detalhe), até a experiência que o cliente teve com outras soluções parecidas no passado que não o engajaram. E nesse ponto separa-se o bom do excepcional – quando o foco é resolver por completo a necessidade/ desejo que o motivou a buscar a marca, naturalmente constroem-se soluções melhores do que o esperado, indo além.

E como bem pontua o cofundador e COO da Accountfy, João Mano, esse tema não abre espaço para opiniões muito diferentes. “Eu gosto muito de uma expressão que ouvi, que ‘quanto maior o vínculo, maior a tolerância’, uma verdade muito importante. Grandes marcas tornaram-se grandes exatamente por terem conseguido criar um vínculo suficientemente estreito com seus clientes que lhes permite tolerar alguns erros da marca e contribuir com a construção de algo maior”, alerta o especialista.

POR QUE INVESTIR?

Porque clientes engajados são 23% mais lucrativos, segundo levantamento da companhia americana de pesquisa de opinião Gallup. Ainda de acordo com essa pesquisa, 86% dos clientes estão dispostos a pagar mais por um produto se a experiência for boa; e, quando um amigo recomenda um produto, a chance de comprar outras vezes aumenta. Além disso, empresas que envolvem com sucesso seus clientes B2B obtêm 63% menos atrito com o cliente, 55% mais participação na carteira e 50% mais produtividade.

E, nas redes sociais – um dos principais catalisadores de opiniões da atualidade -, o impacto dessa defesa é enorme: postagens de pessoas comuns recebem até oito vezes mais engajamento (comentários, curtidas e compartilhamentos) do que os posts realizados pelas empresas. No LinkedIn, por exemplo, clientes e colaboradores possuem dez vezes mais conexões de primeiro grau do que a média das companhias, levando em conta o total de seguidores.

O próprio manual de boas práticas das redes sociais e diversos relatórios de ferramentas de análises de dados indicam que quanto mais engajamento uma marca tem com seus consumidores, mais ela aparece nas timelines. Ou seja, este algoritmo de engajamento e relevância, muito sugerido pelas plataformas, faz os computadores de sites de buscas ou das próprias redes sociais entenderem que se uma marca tem interação com seu consumidor é porque ele quer se relacionar com ela. “Portanto, quanto mais interação, mais engajamento; quanto mais engajamento, mais relevância; quanto mais relevância para as pessoas, mais a empresa aparece, e quanto mais a empresa aparece, maiores são as chances de seu conteúdo influenciar positivamente em seus negócios”, pontua o especialista em marketing de Influência e CEO da IWM Agency, Murilo Oliveira.

Além disso, a menos que sua empresa possua um exército de brandlovers (ou apaixonados pela marca), tal como a Coca-Cola, o Nubank ou a grande Apple, as publicações nas redes sociais de uma empresa são consideradas anúncios, enquanto as postagens de clientes e funcionários são convicções defendidas por pessoas reais. Assim, na maioria das vezes, as opiniões ou comentários de pessoas comuns vão superar os de marcas, por mais bem elaborados que sejam. ”As redes proporcionam algo quase nunca vivido na sociedade: um lugar no qual podemos falar e ser ouvidos constantemente. Dito isso, as empresas se viram em um ambiente onde precisam estar próximo de seus consumidores e sempre ofertar os melhores produtos/serviços, caso contrário, este mesmo consumidor pode ir para as redes ‘gritar’ contra a empresa. A partir daí, torna-se quase que obrigatório as marcas estarem presentes nesses ambientes para ouvir e conversar com seus clientes. E as respostas precisam ser transparentes”, sugere Oliveira.

E essas conversas diretamente com os clientes levam empresas e marcas a entender melhor e mais profundamente suas percepções: comentários em redes sociais, avaliações da empresa em sites especializados, mensagens nos canais de atendimento são ótimas formas de avaliar a percepção dos consumidores. Existem também metodologias que ajudam a entender a percepção e satisfação dos clientes, a exemplo do Net Promoter Score (NPS), a mais utilizada, que com apenas uma pergunta consegue mensurar a satisfação dos clientes.

Para que um cliente recomende uma marca e seja realmente um embaixador, é preciso que ele esteja satisfeito e confie na empresa. “Ninguém recomendará uma marca na qual não confie. Quando os clientes recomendam uma empresa, eles estão emprestando sua credibilidade pessoal para a marca. Para chegar a esse nível, as empresas precisam oferecer uma ótima experiência que vai desde a qualidade do produto e/ ou serviço, o atendimento oferecido, o suporte pós-venda e todo o relacionamento durante a jornada de compra”, recomenda o diretor da Peepi.

Vale lembrar que ações não geram retorno sem constância. “Entendemos que um mecanismo complexo é invariavelmente cercado de várias pequenas coisas mais simples que já funcionam. Por isso, é indispensável pensar, agir e manter a ação”, recomenda o CEO e fundador da consultoria em contabilidade, compliance e intelecto humano Grupo Epicus, Sérvulo Mendonça.

COMECE POR DENTRO

Entretanto, antes de pensar em transformar os clientes em vendedores ou ter embaixadores nas redes sociais, é preciso fazer de seus colaboradores o seu principal time de defensores e propagadores da marca, entendendo que os profissionais que compõem as empresas serão um fator muito importante para a busca de engajamento e relevância nas redes. Só com tal conscientização é que se parte para embaixadores externos.

Um colaborador só conseguirá oferecer um ótimo atendimento e serviço se estiver engajado e comprometido com a empresa. Além disso, não existe empresa com clientes engajados se os colaboradores não estiverem engajados. A diferença é que os colaboradores conhecem os objetivos da empresa e estão totalmente inseridos nos processos de entrega dos produtos ou serviços. Nesse caso, o marketing atua oferecendo um guia para incentivar o engajamento e estabelecer alguns parâmetros.

Para conquistar esse envolvimento do público interno, é essencial ter plena certeza de que o propósito da marca está alinhado com a necessidade do cliente e está amplamente absorvido e entendido pelos colaboradores. Para isso, primeiro é necessário investir muito em treinamento do time para que todos saibam as melhores práticas com intuito de ajudar o cliente e colocá-lo em primeiro lugar. E ninguém cresce assim sem método e disciplina. Neste ponto, Sérvulo Mendonça, do Grupo Epicus, lembra que engajamento é o direcionamento da equipe para o foco na retenção, o que maximiza a gestão interna, aumenta o investimento em “double check”, compliance (programas de integridade), controladoria e governança. “Em nossa última pesquisa de NPS/CSAT, tivemos uma média de 86% de satisfação e possibilidade de indicação do Grupo Epicus”, conta o empreendedor.

É importante trazer o cliente para dentro. “Na área de produtos, por exemplo, sempre envolvemos clientes no processo de desenvolvimento de novas funcionalidades. Queremos entender se o que estamos projetando muda avida dele na prática. Óbvio que isso gera certa expectativa no cliente por algo novo que pode demorar um pouco para ser lançado e ele começa a cobrar um prazo. Mas, se isso acontecer, quer dizer que estamos no caminho certo”, compartilha, por sua vez, João Mano, do Accountfy.

Com isso em mente, o time interno deve ter a mentalidade voltada para ouvir os clientes e entender suas queixas ou considerações, afinal, poucos são os que vão abandoná-lo da noite para o dia (principalmente no cenário B2B) e, para evitar essa derrocada, é importante estar próximo para monitorar esses sinais e corrigir a rota enquanto tem tempo – depois da decisão tomada, dificilmente há como reverter. Os canais de comunicação com os clientes, internos e externos, devem ser, portanto, um dos principais investimentos nesse quesito, aliados a pesquisas cíclicas de satisfação, a exemplo das metodologias NPS (Net Promotion Score) & CSAT (Customer Satisfaction Score).

ALÉM DO PAPEL

Com essa lição de casa feita, o próximo passo é saber o que se busca com esses programas de engajamento. “Parece óbvio dizer isso, mas muitos ainda desafiam o óbvio e, como diz Pâmela Ponce, ‘o óbvio precisa ser dito’. Definir missão, visão e propósito pode ser algo que influencia e ajuda nessa busca futura de ações de marketing. A experiência não está em saber ou não saber marketing, e sim em saber ou não saber para onde se quer ir. Sabendo o caminho a percorrer, a trajetória das ações de marketing pode ser iniciada com empresas especializadas por meio de várias modelagens, tal como marketing off-line, marketing digital, outbound marketing, inbound marketing, marketing de conteúdo. A ferramenta vai depender de saber o que se quer”, reforça Sérvulo Mendonça.

Em seguida, o empreendedor deve identificar quem são os clientes satisfeitos e comunicar-lhes como são importantes para a marca e quanto os valoriza; isso pode ser feito convidando-os para eventos da empresa, oferecendo benefícios exclusivos, convidando-os a fazer parte de um grupo exclusivo como um grupo de WhatsApp, Telegram, Facebook ou outra ferramenta.

A partir daí, será possível pedir-lhes que ajudem a empresa com algumas atividades, como: compartilhar conteúdo sobre a marca em suas redes sociais pessoais, fazer depoimentos de como é a experiência com a empresa, escrever reviews em sites de avaliação e indicar novos clientes. “As pessoas que realizarem essas atividades devem ser reconhecidas, oferecendo algum tipo de recompensa, como descontos, brindes personalizados, serviços exclusivos ou até mesmo um simples muito obrigado vindo de alguém importante dentro da empresa. Isso as incentivará a realizar as ações mais vezes”, indica Thomé. Há a possibilidade também de contratar influencers que tenham público-alvo semelhante ao da marca para ações pontuais ou duradouras – nesses casos, o investimento é maior e deve ser levado em conta.

CASOS DE SUCESSO

Ainda que pareçam medidas simples, a aproximação com os consumidores é bem relevante. Na Accountfy, por exemplo, os clientes têm nome e sobrenome. “Apesar de nossos contratos serem com outras empresas, sabemos que a necessidade e a decisão de nos contratar partiram de um time interno que confiou e nos escolheu. Isso para nós tem muita relevância. Assim, nosso time de costumer experience não mede esforços para encantar os clientes e criar vínculos longos”, exemplifica Mano.

Já na rede de limpeza automotiva Acquazero Eco Wash, o diretor-executivo Henrique Mal compartilha que os clientes ganham pequenos mimos, que fazem toda a diferença. “São ações de baixo custo que repercutem muito bem”, evidencia o porta-voz. Entre os incentivos estão entregar o veículo ao consumidor com tapete vermelho, balas, lixo car, aromatizante e outros procedimentos pequenos que são padronizados entre todas as unidades. ”Acreditamos que o relacionamento entre marcas e clientes é uma das principais estratégias a tomar nos negócios para ter um empreendimento de sucesso. A partir dele é possível criar uma conexão de confiança, que nos permite explorar nossas soluções comerciais, transformando-as em vendas. A consequência é termos também um cliente recorrente em compras, tornando mais rentável a operação”, ressalta Mol.

Independentemente de ser um embaixador contratado ou por meio da clientela, o engajamento faz a diferença no marketing. Murilo Oliveira, da IWM Agency, exemplifica que, para o lançamento de um aplicativo de carona compartilhada, escolheram e comtrataram o músico Seu Jorge como embaixador, que, em vídeo, utilizou o app para viagem, mostrando quão rápido, fácil e conveniente era o serviço. “Em um mês de ação, conseguimos ultrapassar mais de 100 mil downloads do app. Foi um sucesso!”, lembra o especialista.

O fundador da Peepi, por sua vez, compartilha três cases de sucesso de marketing de defensores articulados pela agência: a Resultados Digitais teve 40% dos seus ingressos do RDSummit 2019 vendidos por conta do seu programa de embaixadores; a editora Sanar aumentou em 50% o seu faturamento em um ano; e a empresa voltada para a gestão de negócios Sankhya, por sua vez, conquistou 30 mil compartilhamentos orgânicos em suas redes sociais.

Porém, mais do que tudo, é importante entender que não há uma fórmula mágica de obter clientes satisfeitos – o processo requer disciplina, atenção constante, foco no propósito e no crescimento.

APROXIME-SE DOS SEUS EMBAIXADORES

“IDENTIFIQUE OS SEUS ‘SUPERFÃS”

Identifique quem são os verdadeiros clientes, fãs e defensores da marca e não os confunda. Um cliente ou um fã poderá gostar da marca (quiçá apenas à procura de descontos ou ofertas?) e até comprá-la, mas podem não ser acérrimos defensores dela, partilhando o que esta tem a oferecer.

“SEJA UM BOM OUVINTE”

Na era digital, é extremamente fácil ouvir o que os seus clientes têm a dizer, por isso faça-o. Ouça conversas sobre a sua marca, produto ou serviço. Faça monitorização das menções no Twitter, Facebook e blogs. Depois, responda, envolva-se e use a informação que recolheu.

“INCLUA-OS E MIME-OS”

As pessoas gostam de se sentir diferentes e especiais, e quando o sentem falam nisso. Uma forma fácil de criar embaixadores é trazê-los para o behind the scenes e fazê-los sentir que são efetivamente parte da marca – dê-lhes previews dos produtos, peça dicas, convide-os para visitas especiais, dê-lhes prêmios, agradeça-lhes individualmente. Trate os seus embaixadores como verdadeiros membros da equipe.

TORNE AS COISAS “COMPARTILHÁVEIS”

Os embaixadores gostam de partilhar o que sabem com os outros, portanto, facilite-lhes a tarefa produzindo conteúdos facilmente partilháveis. Por outro lado, convide-os também a partilhar os seus pontos de vista por meio de testemunhos, fotografias, diálogos etc.

“CRIE COMUNIDADES”

Assuma a criação de uma comunidade da marca, onde não só reúne os vários embaixadores da marca como os aproxima ainda mais dela mesma e de si. Esses defensores apaixonados não só partilharão o amor pela marca como também se disponibilizarão a dar ideias e conselhos de melhoria.

10 DICAS PARA INICIAR UM PROGRAMA DE MARKETING DE INCENTIVO

1. Estude o assunto – na internet tem diversos materiais gratuitos que podem ajudar muito na tomada de decisões.

2. Se for internalizar este processo, tenha um profissional dedicado a este tema, pois ele precisará mergulhar e se concentrar nisso.

3. Se preferir, contrate uma empresa especializada – ela abrevia certo tempo, além de já possuir experiência.

4. Construa um conteúdo leve e que seja de fácil aceitação.

5. Evite ao máximo entrar em polêmicas e politização.

6. Use ferramentas de apoio e de social listening.

7.  Nunca desanime! Nenhum negócio parte do zero ao cem em curto espaço de tempo.

8.  Seja obstinado em seu cliente e procure, ao máximo, ouvi-lo e se relacionar com ele de forma natural.

9.  Use as redes sociais que seus clientes mais utilizam e não perca tempo com redes sociais onde seu público-alvo não está.

10. A marca precisa estar diariamente nas redes sociais produzindo conteúdo e se relacionando com os clientes, afinal, quem não é visto não é lembrado!

VANTAGENS DO MARKETING DE DEFENSORES

•  Melhora da reputação e presença digital

•  Aumento da retenção de clientes e colaboradores

•  Conquista de indicações

•  Impulso do alcance de marca

•  Relação mais próxima entre público e empresa

•  Conhecimento de público

COMO TRANSFORMAR CLIENTES EM VERDADEIROS EMBAIXADORES DA MARCA?

1.  Tenha um bom produto/ serviço.

2.  Tenha presença nas redes sociais.

3.  Relacione-se com seus clientes.

4.  Traga seus clientes para próximo da marca e converse diretamente com eles.

5.  Entenda o que ele quer falar e sempre tenha respostas plausíveis.

6.  Use as redes sociais para comunicar-se – cerca de 50% do seu conteúdo deve ser voltado para

vender seu produto/serviço.

7. Redes sociais são lugares para as pessoas consumirem conteúdos relevantes.

8. Quando possível, contrate embaixadores de marca (influencers), para ajudar a aumentar a relevância e o engajamento da marca.

9. Esses embaixadores são fundamentais para o crescimento sustentável.

10. Os embaixadores podem ser porta-vozes da sua marca, assim, sua aceitação será mais orgânica.

ENGAJE SEUS CLIENTES INTERNOS

1. APRESENTE OS CONTEÚDOS – Para serem embaixadores da empresa, os colaboradores precisam conhecer quais são os canais oficiais de divulgação e quais conteúdos têm sido disponibilizados. Que tal enviar uma comunicação interna com algumas sugestões de compartilhamento? Assim, eles vão entendendo quais são os artigos que mais despertam interesse nos clientes.

2. MOSTRE A CULTURA DA EMPRESA – Outra ação para despertar o lado defensor dos funcionários é criar esquemas que mostram quem compartilhou mais ou quem teve mais curtidas. A brincadeira pode render certa espontaneidade e revelar aos clientes o clima descontraído entre a equipe. Mas todo cuidado é pouco para evitar que a descontração vire uma competição desmedida.

3. RECOMPENSE COM STATUS – Falar em recompensas ou premiar os melhores embaixadores da marca pode parecer forçado. Mas, na realidade, oferecer status ao colaborador é uma forma simples de demonstrar sua satisfação com o engajamento dele. Convidá-lo para escrever sobre seu dia a dia no trabalho para o blog da empresa é um bom exemplo.

4. OFEREÇA TREINAMENTO – Uma prática que tem sido adotada em diversos negócios é o treinamento de mídias sociais. Por fim, preparar os funcionários para usar canais como Facebook, Instagram e Twitter pode ser uma forma de expandir a comunicação e a divulgação. Por isso, as orientações a respeito de como a empresa espera ser vista pelos clientes devem ser bastante claras. Nesse momento, o papel do marketing é oferecer os caminhos e simplesmente confiar na atuação dos embaixadores.

AVALIANDO A SATISFAÇÃO DO CLIENTE

O Net Promote Score (NPS) é uma métrica criada por Fred Reichheld das mais conhecidas e utilizadas para fazer avaliações de satisfação. Nela, pergunta­ se, de O a 10, qual a probabilidade de o respondente recomendar a sua marca para um amigo ou conhecido.

Quem responder entre 9 e 10 é considerado um PROMOTOR, uma vez que ninguém recomenda algo para um amigo que não o tenha deixado satisfeito. Nas notas 7 e 8, são os clientes NEUTROS, que usam seus produtos ou serviços quando necessário; enquanto os DETRATORES, que dão notas de O a 6, têm o potencial de criticar abertamente a empresa/marca.

Para calcular o NPS, basta fazer a diferença entre a porcentagem de clientes Promotores e Detratores. Se a sua pesquisa coletou 100 depoimentos, sendo 85 promotores e 15 detratores, seu NPS é de 70.

AÇÕES DE MOTIVAÇÃO E DE ENGAJAMENTO

STATUS – Ofereça botons, logos, pins, assinaturas, badges, entre outras coisas, para que um defensor identifique o status do outro dentro do exército de defensores da marca.

ACESSO – Permita acesso a algo que eles não teriam caso não fossem defensores, como bastidores da empresa, área de produção, convites para eventos etc.

PODER – Dê um pouco mais de poder aos defensores da marca dentro do ambiente corporativo. Exemplo: ele pode representar a marca em eventos regionais ou fazer parte do focus group qualitativo, dando feedback sobre o produto ou o serviço que a marca oferece ou sobre a campanha que lançou.

COISAS – Os defensores da marca falam bem da empresa devido à experiência positiva como cliente e por nunca terem a impressão de que estão sendo comprados ou enganados. Ofereça presentes apenas em momentos bem definidos e de forma clara.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

ALTA EXIGÊNCIA SOBRE UM IDEAL

A principal característica da síndrome de burnout é o alto estresse provocado por condições de trabalho que exigem envolvimento interpessoal intenso e atividades laborais

A síndrome de burnout é um estado emocional e de estresse crônico que vem acometendo muitos profissionais, principalmente das áreas da saúde, educação, assistência social, policiais e agentes carcerários, mulheres que enfrentam jornadas duplas, entre outras profissões que lidam com altas cobranças e pressões constantes de produção. Estudos realizados apontam que existem atualmente comportamentos que se caracterizam por uma certa exaustão emocional, um afastamento das relações pessoais, baixa autoestima relacionada com a diminuição de sentimento de realização pessoal no trabalho. Existe um processo de alta insatisfação e desilusão com o futuro profissional, que vem sendo denomina- da de síndrome de burnout.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição (DSM- 5) não reconhece a síndrome como uma doença, e ela não consta em sua classificação.

O termo psicológico refere-se à exaustão prolongada e à diminuição de interesse em trabalhar. O termo vem do idioma inglês, burn (queimar) e out (inteiro), e foi utilizado para relacionar com o esgotamento mediante uma atividade laboral.

Os sintomas apontados pela classificação da CID-10 são: esgotamento causando estresse físico e psicológico, com apresentação de dores, cansaço, desânimo, apatia, irritabilidade, alteração no sono e tristeza profunda. Ainda apresenta um desgaste no empenho e na qualidade do trabalho, afetando a autoconfiança, abalo na perserveração e dedicação. Se relaciona também com a falta de repouso e de lazer, habilidades sociais inadequadas e conflitos sociais.

Os três componentes principais apontados pelas CID-10 e 11 são: esgotamento físico e mental, sensação de impotência e falta de expectativa. Pode-se dizer que é um colapso físico e emocional e em muitas vezes é necessária atenção médica imediata devido ao risco de suicídio.

Geralmente o diagnóstico é realizado por profissional de saúde mental, que pode ser o psicólogo e/ou psiquiatra. É feito a partir dos sintomas apresentados, a história pessoal e a contextualização atual. O tratamento é por via medicamentosa e psicoterapia. Mesmo para os pesquisadores da área da saúde que tratam a síndrome, a sua etiologia é incerta, e não se tem ao certo dados suficientes para se fechar um diagnóstico e nem dados estatísticos que mostram o quanto de pessoas são acometidas pela síndrome. Alguns dados sugerem que aproximadamente 40% dos profissionais atualmente apresentam muito estresse, mas não se pode afirmar que passaram a ter a síndrome ou não.

O alto grau de estresse pode ser compreendido pelo movimento inefável da pós-modernidade preconizado pelo capitalismo contemporâneo. Hoje tudo é muito rápido, volátil, a sociedade se liquidifica a cada instante, espalhando seu piche que objetaliza as relações pessoais. As pessoas estão inseguras, angustiadas, individualistas, competitivas até consigo mesmas, as ideias de produção desenfreada tomam conta do sujeito que trava verdadeiras lutas internas e externas para dar conta das exigências capitalistas. Hoje, se vale o que se tem, e aquele que não tem vai tentar conseguir de qualquer forma, vale até tirar a vida humana por causa de um celular. O ser humano está se desumanizando, está no processo de coisificação, se transformando em um robô de trabalho para não ser descartado como um mero objeto inútil.

Esse sinal de desumanização deixa o sujeito longe das relações humanas, ele não sabe mais como lidar com o outro nem suportar as frustações mínimas que fazem parte do humano.

Como exemplo, pode-se tomar a rede pública de trabalho no Brasil, como a saúde e a educação, e nem precisamos falar de outros setores, vamos compreender perfeitamente o universo incerto em que os profissionais vivem Trabalha-se muito, sem condições materiais e humanas, paga-se pouco, profissional precisa trabalhar em dois ou três empregos, a ética impõe que faça um trabalho decente, mas o Estado não dá as condições mínimas; a expectativas e cobranças sociais sã enormes, deixando o profissional em uma sinuca de bico. Os profissionais deparam com suas próprias necessidades, e com as péssimas condições para o trabalho e a impossibilidade de exercer dignamente sua profissão, isso leva o sujeito ao mais alto grau de estresse, e acaba no adoecimento.

Considerando as perspectivas do mundo pós-moderno e o sujeito visto pela Psicanálise, entende-se que os sintomas evoluem de acordo com a cultura. Pode-se dizer que a síndrome de burnout é um desses sintomas modernos.

O olhar da Psicanálise se volta para um ego decepcionado, por sua alta exigência sobre um ideal que busca realizações constantes e se decepciona consigo mesmo, provocando sintomas como uma defesa depressiva do narcisismo despedaçado.

Ego é uma forma de funcionamento em decorrência de um conjunto de representações inconscientes, é uma parte do psiquismo que lida com a realidade e tenta de alguma forma neutralizar os impulsos incessantes do id, que é uma outra instância movida somente pelo princípio do prazer, é o lugar que aloja o inconsciente humano. É um campo de força constante que exige do ego um enorme esforço para não o deixar tomar conta das nossas emoções, e uma das maneiras encontradas de defesa contra essa pulsão são os mecanismos de defesa psíquica, sendo os sintomas uma delas.

No caso da síndrome de burnout, pela perspectiva psicanalítica é uma ferida narcísica, uma das piores dores psíquicas, que resulta da distância entre os projetos ideais (ego ideal) e a realidade. Uma experiência de fracasso, mesmo sendo algo impossível, leva o sujeito a uma frustação visceral, a um processo de autodepreciação, como se ele perdesse uma parte de si próprio. Ele se sente o pior dos seres vivos, os fatos não são observados, as faltas não são sentidas como uma contingência da condição humana, mas uma derrota pessoal.

Tem casos que podem chegar até a uma despersonalização, na qual o ego cinde para não lidar com a realidade, é uma defesa para lidar com o outro de uma maneira saudável.

Voltando ao texto freudiano, O Mal-Estar na Civilização (1930), ele diz que o convívio humano impõe sacrifícios e renúncias que geram mal-estar e infelicidade. E no caso especificado neste texto, a síndrome seria uma forma de sobreviver ao mal-estar inerente às relações humanas.

No caso de tratamento pelo viés psicanalítico, teria que se trabalhar o sujeito em seus mais profundos sentimentos relacionados com a imagem de si, imagem do corpo, com o desejo dos outros (figuras parentais), que permearam a sua vida. Trabalhar a onipotência, a impotência, onisciência, onipresença, que são as formas primitivas do inconsciente, para que esse sujeito possa lidar minimamente com a realidade. Somente um processo analítico que permita que esse sujeito se veja e faça suas res- significações é que pode levá-lo a uma estrutura egoica melhor. Há casos que precisam de ajuda médica e medicamentosa para poder preservar a saúde física e psíquica do sujeito que está mergulhado em um sofrimento profundo. Mas também é necessário um acompanhamento psíquico para ajudá-lo a se reconhecer e promover mudanças na sua vida pessoal e interpessoal.

A Psicanálise não vê o sujeito como uma doença, mas uma maneira de se conduzir na vida mediante a história de cada um, é a novela familiar vivida na primeira infância que norteará a maneira de existirmos no mundo. E às vezes essa história vivida leva às profundidades das dores. Mas tem saída, uma aná- lise ajuda o sujeito a viver melhor.

A Psicanálise é um processo terapêutico que trabalha os conteúdos inconscientes que são as causas do sofrimento; isso faz com que o sujeito sustente o seu desejo, que lide com a realidade de uma forma possível, que conheça os seus sentimentos, que reconheça suas potencialidades e impossibilidades, que estabeleça laços sociais, que conheça principalmente as causas do seu sofrimento e assim possa eliminá-las para ter melhor qualidade de vida.

ARACELI ALBINO – é doutora em Psicologia pela Universidad del Salvador (Buenos Aires, Argentina). Presidente do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo – Sinpesp. Psicóloga e psicanalista, pós-graduada na PUC. Possui especializações em: Psicoterapia/Psicodinâmica de adultos e adolescentes; Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea; professora e coordenadora do Curso de Formação em Psicanálise do Núcleo Brasileiro de Pesquisas Psicanalíticas.

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