O bem-estar. É uma coisa muito estranha: a comida é boa, o coração é simples, encontro um menino na rua jogando bola, eu lhe digo: não quero que você brinque de bola em cima de mim, ele responde: vou tomar cuidado. Fui ver um filme, não entendi nada, mas senti tudo. Vou vê-lo de novo? Não sei, posso dessa vez não estar em bem-estar, não quero arriscar, posso de repente entender e não sentir.
E houve a amiga. Ela estava com ciúmes. E não suportei bem: o ciúme dela exigia. Então falei claro: disse-lhe que ela podia estar estragando uma amizade que poderia durar a vida inteira. Ela sofreu e, por amizade pura, resolveu desistir de mim. Depois me disse que a amizade verdadeira sabe desistir. Mas eu não desistira. E houve um dia que telefonei de novo para ela. Enquanto isso, nós “trabalhávamos” no perigo da amizade desfeita. Nós nos vimos. E agora está muito, muito melhor. Estamos simples. Ela diz que eu sou engraçada. Suporto bem: parece que às vezes sou espontânea demais e isso me torna engraçada. Em casa a cozinheira fez canjica. Minha amiga é doida por canjica. Ela veio em casa, achou a canjica boa, e simplesmente repetiu.
E há os filhos. Bem-estar com os filhos. Franqueza, amor natural. E houve uma grande amiga que passou o fim de semana fora. Senti falta dela, mas com bem-estar: agradava-me que ela descansasse.
E houve um velho amigo a quem pretendi pedir emprego. Ele estava em Brasília. Quando telefonei-lhe, falei com quem devia ser o seu pai. Disse meu nome. E o pai teve alegria ao ouvir meu nome. Também eu estou aceitando meu nome, nessa onda de alegria calma, eu que achava meu nome estranho e gaguejava ao pronunciá-lo. E estou aceitando acordar de madrugada e esquentar café para mim. O café quase queimou minha boca. Aceitei.
E eu, que raramente faço visitas, resolvi de surpresa visitar uma amiga. Só que antes fui tomar num bar uma batida de caju, eu que não bebo e quando bebo, bebo mal: bebo depressa demais, sobe à cabeça, me dá sono. Encontrei várias pessoas na casa que visitei. A mãe de minha amiga estava muito bonita. Vocês veem como estou escrevendo à vontade? Sem muito sentido, mas à vontade. Que importa o sentido? O sentido sou eu.
E meu menino menor está indo a festinhas. Não quer me contar o que acontece nas festinhas. E eu aceito.
Tenho falado muito em dinheiro porque estou precisando dele. Mas táxi eu tomo de qualquer jeito. E converso com o chofer. Ele gosta também. Encontrei um que tinha nove filhos: achei demais.
E depois ando meio bonita, sem o menor pudor: vem do bem-estar.
Pesquisa mostra que o brasileiro subestimou a pandemia, culpa Bolsonaro pela crise, acha que sua situação financeira vai piorar e teme morrer – embora ainda acredite em uma melhora nos próximos meses
Riobaldo acordava assustado em meio à madrugada, pressentindo que algum perigo se avizinhava. “A vida é ingrata no macio de si”, reflete ele. “Mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero.” Tal passagem de Grande Sertão: Veredas transcende o universo mágico de Guimarães Rosa e serve para resumir a quase inquebrantável capacidade de resiliência do povo brasileiro. Nos tempos atuais, a terrível agrura que tira o sono de todos é o vírus invisível. Ele se espalha cada vez mais rápido e sufoca até matar, provocando uma tragédia sem precedente. O Brasil ultrapassou nesta semana o número de 300.000 mortos pela Covid-19 e, pela primeira vez, a pandemia vitimou mais de 3.000 pessoas em um só dia. O sistema de saúde nacional entrou em colapso e praticamente não há vagas em UTIs. Apesar disso, mesmo à beira de um ataque de nervos por terem subestimado o potencial de estrago do inimigo e diante de autoridades que custam a se entender na tomada de medidas urgentes, as pessoas não perderam o otimismo e a fé.
É essa mistura de medo e de esperança que aparece com nitidez em um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas feito com exclusividade sobre os sentimentos da população neste momento. Realizado entre os dias 12 e 16 de março, com 2.334 entrevistas no país, o trabalho mostra que a desolação com a situação atual do Brasil nunca foi tão flagrante. Mas, ainda assim, existe uma certa esperança que leva a crer que o futuro poderá ser diferente. Há um empate técnico entre aqueles que acreditam na melhora da situação sanitária nos próximos meses (39,5%) e os que creem na piora do desastre (41,5%).”Esse é o estilo brasileiro de dizer que “a vida continua”, diz o antropólogo Roberto DaMatta.
Há, de fato, motivos para a sensação deque nem tudo está perdido. Apesar de atrasado, o cronograma da vacinação deverá ganhar tração a partir de abril, quando o Ministério da Saúde receberá pelo menos 47 milhões de doses. Enquanto o cenário não muda, o brasileiro passa os dias remoendo seus medos e inseguranças com o presente. No levantamento, 80,4% das pessoas dizem que a pandemia dura mais do que imaginavam e 73,4% afirmam que o número de mortos é maior do que o esperado. Os dados mostram que o brasileiro claramente subestimou os perigos da Covid-19. Tanto é assim que o medo de perder alguém querido para a doença atinge 48% das pessoas, temor muito maior do que o de ficar sem emprego (7,8%). “Ficamos sem a noção de tempo, a possibilidade de fazer planos, de ter projetos. O maior valor é estar vivo”, afirma a psicóloga Maria Helena Pereira Franco, coordenadora de um laboratório de estudo e atendimento ao luto da PUC-SP.
O resultado não se traduz apenas em desamparo, mas em revolta contra os gestores encarregados da condução da crise. Pela primeira vez, 20% dos brasileiros atribuem o cenário crítico da pandemia a todos os políticos com cargos eletivos (o índice era de 6% em maio de 2020, obtido em pesquisa equivalente). Também cresceu a responsabilização de Jair Bolsonaro pelo descontrole da doença. O porcentual atingiu 29,4% contra o presidente, muito superior aos 11,2% que culpam os governadores pelo caos sanitário. “Bolsonaro conseguiu num primeiro momento passar a culpa aos governadores, mas agora isso não ocorre de forma tão óbvia. O quesito da recuperação econômica vai na conta do presidente. O responsável por emprego e renda no Brasil é ele, não o governador e o prefeito”, diz Matias Spektor, professor de relações internacionais da FGV.
A mesma pandemia que fez da economia um cenário de terra arrasada mexeu com os dois extremos da linha do tempo da vida: o nascimento e a morte. Houve queda considerável no primeiro e aumento brusco no segundo. Nove meses depois que a pandemia já estava instalada no Brasil, foi possível constatar: casais optaram por não ter filhos neste período conturbado. Em janeiro, o número de registros de nascimentos atingiu o menor patamar desde 2002, quando começou a série histórica da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Foram computados 207.901 nascimentos, um número 15% menor que o registrado no mesmo mês do ano passado. “Vai demorar para que seja retomado o ritmo de antes da pandemia. Até lá, essa queda representará uma ruptura na pirâmide etária e impactará o mercado de trabalho e a população economicamente ativa”, afirma Gustavo Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil. Por outro lado, nunca tantas mortes foram contabilizadas – quase 1,5 milhão entre março do ano passado e fevereiro de 2021, um triste crescimento de 31% de óbitos em relação à média histórica para esse mesmo período.
Os cartórios também detectaram outro reflexo da pandemia na configuração das famílias. Ficaram em lados opostos na gangorra as uniões e os divórcios. Enquanto o primeiro cai, o segundo cresce. De março a dezembro de 2019, 816.226 casamentos foram registrados. No mesmo período do ano passado, o número caiu cerca de 30%. Na outra direção, o total de divórcios tem crescido – passou de 62.969 entre março e dezembro de 2019 para 64.071 no mesmo período do ano passado. É um desafio manter um relacionamento em meio a um ambiente altamente estressante. Retrato das preocupações que tiram o sono dos brasileiros (aliás, houve um aumento de 55% nos casos de insônia de um ano para cá, segundo o Instituto do Sono), as buscas no Google por termos como “UTIs” explodiram nas últimas semanas.
Enquanto o Brasil cresce de forma descontrolada nas curvas da pandemia, descolando-se do resto do mundo, despencou no ranking internacional que mede o bem-estar mental de uma nação. O instituto Gallup, em parceria com a ONU, elaborou recentemente uma nova versão do Relatório Mundial da Felicidade, que leva em conta questões subjetivas, como o PIB per capita, apoio social, expectativa de vida e ausência de corrupção. A infelicidade subiu em todo o mundo, mas a queda do Brasil foi drástica. O país perdeu doze posições e agora está na 411 colocação. Paira sobre as pessoas um estado de “crise crônica” que acarreta sintomas físicos, segundo levantamento da NOZ Pesquisa e Inteligência, em parceria com o Instituto Bem do Estar. Cerca de 40% têm mais enxaquecas, 31% têm problemas gastrointestinais e 19% sentem falta de ar. “A pandemia tirou os véus da sociedade, que já vivia uma pandemia de saúde mental”, declara a fundadora do Instituto Bem do Estar, Isabel Marçal. A fé acaba sendo o refúgio natural diante da sensação de desamparo (quase 60% dos entrevistados do Paraná Pesquisas relataram que começaram a rezar mais nos últimos tempos).
Não há mesmo como escapar indiferente ao impacto da doença na sociedade. Ela já se refletiu em alterações na rotina (82,4% das pessoas do levantamento dizem que mudaram de hábitos), e uma parte disso pode ser creditada ao aspecto positivo do chamado “novo normal”, a exemplo dos esquemas de trabalho híbridos e da migração de pessoas das grandes cidades para o interior, o que produz não apenas melhora de qualidade de vida nas famílias, mas também abre uma perspectiva de desafogamento das maiores metrópoles. Para o Brasil, o saldo da crise vai exigir grandes esforços de retomada das atividades e superação de estatísticas como a do índice recorde de desemprego, que pode chegar a quase 15%, de acordo com estimativa recente da Confederação Nacional da Indústria.
Tamanho mal-estar social foi registrado na epidemia de gripe espanhola que o Brasil enfrentou entre 1918 e 1920. Somente São Paulo perdeu 1% da população da época em um período de aproximadamente seis semanas. A partir de reportagens da imprensa é possível ter uma noção de como aquela epidemia afetou diretamente a vida dos brasileiros. “Há um recorte muito ilustrativo em que o médico Plácido Barbosa pede às pessoas para controlarem o medo, porque aquilo poderia afetar a imunidade contra a gripe”, diz a historiadora Christiane Maria Cruz de Souza, do Instituto Federal da Bahia (IFBA). A pesquisadora Gisele Sanglard, da Fundação Oswaldo Cruz, acrescenta que as charges dos periódicos também apresentavam situações em que a morte rondava o cotidiano das pessoas. “Uma das mais representativas é a de uma dançarina espanhola cujo parceiro é a morte, vestida de preto e com um cajado em punho. Assim como ocorreu agora, os bailes tiveram de ser suspensos porque a morte estava ali”, afirma. Uma vez vencida a crise sanitária, os relatos mostram que o Rio de Janeiro sediou “o maior Carnaval de todos” em 1919, com marchinhas e carros alegóricos que faziam alusão ao fim da epidemia que tanto tinha castigado a cidade. Por enquanto, resta aos brasileiros respeitar as medidas de segurança e aguardar que o Ministério da Saúde acelere o programa de vacinação contra a Covid-19. De volta a Guimarães Rosa, ficam as palavras de consolo da personagem Diadorim ao protagonista da trama: “Riobaldo, tem tempos melhores. Por ora, estamos acuados em buraco”.
A VIDA NO CONFINAMENTO
Entre os brasileiros, 82% mudaram seus hábitos na pandemia
O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína (Provérbios 13.3).
Há muitas pessoas que tropeçam na própria língua. Caem na armadilha das próprias palavras. A língua solta é uma prisão ameaçadora. Quem fala sem pensar é açoitado por sua própria língua. Quem fala sem refletir acaba prisioneiro de sua própria estultícia. O que controla a boca preserva a sua vida, mas quem fala demais traz sobre si grande ruína. A Bíblia cita Doegue, o homem que delatou Davi ao insano rei Saul. Como resultado de sua inconsequente maledicência, houve uma chacina na cidade de Nobe, onde 85 sacerdotes foram mortos, assim como homens, mulheres e crianças. O próprio Doegue, o fofoqueiro, precisou acionar a espada assassina contra inocentes. Doegue arruinou não apenas sua própria vida, mas se tornou instrumento de morte para dezenas de outras pessoas. A discrição é uma virtude fundamental. Até o tolo, quando se cala, é tido por sábio. Quem muito fala muito erra. Palavras são como o vento: uma vez proferidas, não se podem mais administrar. É como soltar um saco de penas do alto de uma montanha. Não se pode mais recolhê-las. Cuidado com sua língua!
A Pandemia motivou empresa de beleza a adotar a tecnologia para enfrentar a crise. Aplicativos que auxiliam no contato com clientes ou na gestão do negócio não são passageiros. Veja o que empresários do setor já fizeram e que pode servir de exemplo para você.
O Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. E a preocupação com o bem-estar e até com a saúde de cabelos, pele e unhas foi prejudicada por causa da pandemia de coronavírus. A pandemia e a quarentena, rígidas em grande parte do País no segundo trimestre de 2020, derrubaram investimentos e fizeram com que muitos enfrentassem dificuldades. Mas muitas empresas passaram a desenvolver aplicativos, e a possibilidade de atendimento em casa acabou por “salvar” o ano do mercado, que adotou de vez a tecnologia para manter os negócios.
O levantamento que coloca o Brasil no top cinco do mercado de beleza foi feito pelo provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International. Nosso país perde apenas para Estados Unidos, China e Japão. Cosméticos, perfumes, higiene bucal, busca pelos serviços de cabeleireiro, manicure e pedicure. Tudo isso é levado em consideração.
Cinco empresas concentram 47,8% do mercado brasileiro, de acordo com o mesmo relatório. Já no quesito digitalização, multinacionais começaram a investir em redes sociais e em inteligência artificial. Cerca de 39% dos usuários globais. usam esses serviços hoje.
CHEGOU A HORA
Foi essa busca por inovação e tecnologia que estimulou muitos empreendedores a partir para a adoção de meios virtuais a fim de se manter de pé durante a pandemia de coronavírus. “Com a pandemia, o setor de beleza como um todo teve que se reinventar. Esses aplicativos melhoram a rotina de qualquer empresa. Afinal, são soluções para gerenciamento de agenda, gestão de caixas e, muitas vezes, operações com antecipação de recebíveis”, afirma o fundador da Certus, fintech que utiliza dados do software de gestão para conceder empréstimo e capital de giro para o empresário que necessita de socorro, Fábio Leger.
A própria Certus lançou uma plataforma que ajuda o pequeno empresário a gerir a sua empresa e também possibilita antecipar receitas da máquina de cartão a juros bem mais baixos. ”A adoção dessas ferramentas auxilia em muito a profissionalizar os estabelecimentos. São soluções que permitem ter um dinheirinho extra, afinal, em momentos de crise, quanto menos juros pagarmos, mais sobra”, explica Leger.
PERSONALIZAÇÃO DO PRODUTO
Com consumidor brasileiro procurando cada vez mais produtos de beleza, o movimento naturalmente seguiria para a personalização das experiências dos clientes. Em 2018, a JustForYou foi a primeira beauty tech brasileira a usar inteligência artificial com o intuito de desenvolver fórmulas personalizadas para shampoos e condicionadores.
Com um questionário completo, que traz perguntas sobre o tipo de alimentação, prática de atividade física e até mesmo o estado emocional, as informações são cruzadas pela JulIA, inteligência artificial da JustForYou, que encaminha um e-mail para o cliente com um resumo da fórmula que será desenvolvida.
Localizada em Vinhedo, interior de São Paulo, a marca já analisou mais de 360 mil fórmulas desde o início da operação. Mesmo durante o período da pandemia, a startup registrou crescimento de mais de 35%.
O CEO da JustForYou, Caio de Santi, revela que a empresa já estava preparada para uma vida digital mais ativa, mas o coronavírus acabou por acelerar esse processo. “Tivemos, por exemplo, a necessidade de realizar o onboarding remoto de muitos colaboradores que chegaram por causa da alta demanda do período, aumentando nosso time de bem-estar do cliente”, explicou.
De Santi conta que, dentro da empresa, os funcionários passaram a usar ferramentas de comunicação para conversar com outros departamentos – e que o atendimento ao cliente é prioridade, em qualquer circunstância. “Usamos uma tecnologia que nos permite oferecer atendimento omnichannel, ou seja, nosso cliente é atendido em absolutamente todos os pontos de contato que tem com a marca. Usamos a tecnologia para humanizar. O atendimento é quase 100% feito por humanos”, complementa o executivo. Por isso, o CEO acredita que a pandemia trouxe mais pontos positivos do que negativos para o negócio. Uma vez que o comércio é todo on-line e as entregas acontecem com distanciamento, não houve necessidade de parar a operação – mesmo como home office. “Nós já usávamos ferramentas de trabalho na nuvem, e o próprio crescimento dessa área já era programado, mas entendemos que era preciso antecipar a ampliação desse setor e pudemos colocar à prova toda a nossa organização para cercar nosso consumidor de todo o suporte de que ele poderia precisar”, finaliza.
E-COMMERCE É A SOLUÇÃO
O setor de beleza e estética foi um dos que mais sofreram para a flexibilização da retomada econômica. E quem conseguiu adotar novas formas de atendimento, conseguiu superar a crise. Foi o caso da Não+Pelo, rede que inovou o mercado de estética e depilação sendo a pioneira nesse serviço, com tecnologia avançada para eliminar os pelos indesejados de forma eficaz.
Mesmo já tendo que lidar com regras rígidas de biossegurança e higienização – por causa da atividade -, a empresa também adotou algumas medidas para auxiliar os franqueados, como a suspensão da cobrança de taxa de royalties e publicidade durante o tempo em que as unidades ficaram fechadas.
O próprio CEO da Não+Pelo no Brasil, José Rocco, veio da Europa neste ano. Ele conta que as adaptações mais importantes aconteceram no segmento digital. Muitos franqueados utilizaram a parceria que a rede tem com uma empresa de máquinas de cartões para geração de links de compras que eram enviados aos clientes enquanto a maioria das lojas permaneceu fechada.
“Assim, os franqueados mantiveram comunicação com seus clientes pelo aplicativo WhatsApp e por envio de e-mail marketing. Além disso, houve reestruturação do site para o e-commerce, que passou a ser uma alternativa, tendência que a pandemia evidenciou: a necessidade da vida e relacionamento digital e on-line”, explica Rocco.
Internamente, para atender os franqueados, a Não+Pelo criou mecanismos por meio de plataformas para manter o treinamento e a atualização das informações de caráter sanitário e econômico para as 265 unidades no País. A reciclagem dos profissionais também acontece, por meio da criação da Universidade Não+Pelo usando a plataforma BenkYou.
Um novo software será implantado nas unidades para cada uma acompanhar o desempenho de todos os franqueados. “A pandemia vai colocar as empresas diante de uma situação cada vez mais digital para a comunicação e o aumento de vendas e faturamento. Essa solução não chegou ao fim e continua em andamento. A pandemia está em curso, e as comunicações on-line serão fundamentais”, reafirmou.
O site da empresa foi reformulado para permitir o e-commerce, e isso ajudou a renovar as expectativas da marca. A Não+Pelo Brasil espera aumentar o faturamento em 2021 em 40%, depois de uma redução em tomo de 60% em 2020. Rocco também considera que a pandemia foi ”positiva” para o negócio, já que foi possível “pôr ordem na casa”. A pandemia criou uma empatia mais apurada entre a rede e os clientes da base e os novos.
ACELERAR O PROCESSO
A Pello Medos aproveitou o momento de isolamento social e quarentena para pôr em prática planos de assinatura. O instituto de depilação, que surgiu em 1996 com uma cera exclusiva criada por Regina Jordão, oferece os serviços Vip Gold e Vip Silver, com benefícios exclusivos. As clientes que compraram os pacotes antes da quarentena foram atendidas remotamente, por telefone, e-mail e WhatsApp e tiveram os agendamentos transformados em créditos para usar no futuro.
Segundo a CEO, quando as atividades foram retomadas, em junho, muitos dos créditos já foram reaproveitados. E é graças a essa presença nas redes sociais que foi possível manter alguns atendimentos. “Usamos bastante telefone, e-mail e WhatsApp no auge da crise para falar com as nossas clientes. Pelas redes sociais, mostramos a nossa preocupação. Fizemos inclusive vídeos para mostrar nossos cuidados, medição de temperatura na entrada da loja, tapetes sanitizantes, protetores de acrílico para isolar nossas caixas e recepcionistas, higiene, uso de equipamentos de proteção”, contou.
Para Regina, a relevância dos serviços digitais hoje faz com que os empresários pensem melhor em como abordar os clientes (e potenciais) e garantir personalização, para fechar um negócio. Na Pello Menos, novas alternativas também estão sendo pensadas. “Intensificamos a nossa participação no mundo digital, lançamos dois vouchers e estamos em fase final de preparação do nosso e-commerce. Estreitamos o relacionamento com nossos franqueados e ainda apresentamos e dividimos soluções para atravessar todo o período de crise”, afirma Regina.
NOVO NORMAL
A Doctor Feet, pioneira no segmento de serviços de cuidados e saúde para os pés e venda de produtos médicos e ortopédicos, considera o “novo normal” algo que já acontece há algum tempo.
A rede foi criada em 1998. Os serviços têm um grande diferencial de atendimento e a maioria das pessoas fica surpresa em seu primeiro contato. São mais de 20 opções de tratamento para os pés e mãos, além de produtos médico-ortopédicos e estéticos. ”A Doctor Feet sempre se preocupou com questões de higiene nas lojas e o que fizemos foi intensificar ainda mais a sanitização de nossas cabines de atendimento e lojas. Também fornecemos equipamentos de proteção individual para as nossas profissionais, como máscaras e viseiras de acrílico”, explicou o presidente da Doctor Feet, Jonas Bechelli.
Mesmo com as lojas em shoppings fechadas, as de rua puderam permanecer abertas em grande parte do País, já que o serviço era considerado essencial. Para ajudar no combate ao coronavírus houve reforço das medidas de segurança sanitária.
Com 20 anos de mercado, a rede já utilizava aplicativos para agendamento de procedimentos e controle de caixa, e a pandemia veio apenas para reforçar a relação de preocupação com a saúde dos clientes e dos colaboradores. ”A Doctor Feet sempre esteve na vanguarda e já disponibilizava o recurso de agendamento, bem como ferramenta para receber feedbacks de clientes, pelo app da rede mesmo antes da pandemia”, afirma.
O que o hábito de falar sobre os outros diz sobre nós mesmos. Compartilhar e falar da vida alheia podem trazer grandes prejuízos para a vida de alguém
Imagine a seguinte cena: ainda é hora do expediente, você faz uma pausa para tomar um café. Aparece um colega e vocês logo começam a comentar amenidades e, quando percebem, estão falando sobre alguém. Imaginou? Se você teve facilidade para formar essa imagem mental é porque, com certeza, você já passou por isso e nem se deu conta que estava fazendo fofoca. Afinal, é normal comentar sobre a vida dos outros, não é? Na verdade, pode ser comum, mas normal não deveria ser.
Por mais que pareça uma atitude inofensiva, falar dos outros é uma prática extremamente prejudicial em todos os âmbitos de nossa vida. Uma das teorias sobre o surgimento da fofoca diz que ela apareceu juntamente com a capacidade do homem de controlar o fogo. Tal teoria justifica que, ao afastar o perigo e a escuridão, o ser humano passou a ter mais tempo para socializar, conversar e compartilhar histórias. Os comentários sobre os outros já não são mais compartilhados ao redor de fogueiras, nem mesmo a janela ou o telefone são tão comuns. Nosso problema está, literalmente, em nossas mãos. Basta um celular e um aplicativo de conversas que já temos a possibilidade de falar o que e com quem quisermos. É a fofoca ao alcance de todos. Aliás, muitas vezes ilustrada, com direito a foto e captura de tela. É a fofoca com provas, com riqueza de detalhes e pobreza de conteúdo.
Compartilhar e falar da vida alheia pode trazer grandes prejuízos para a vida de alguém. Recentemente, uma produção da Netflix, intitulada 13 Reasons Why, mostrou a história de uma adolescente que se suicida após uma sucessão de desventuras e abordou, também, como o fato de ela ter virado assunto entre as rodas de amigos da escola colaborou para a decisão de tirar a própria vida. Obviamente, a produção tem suas porções de exagero, que são peculiares às obras de entretenimento, mas é inegável como há uma inspiração de vida real para o roteiro.
De fato, não precisamos ir tão longe para avaliar o quão negativo é esse hábito que é comum e presente no nosso cotidiano. Basta olharmos para o lado e observar com atenção: quantos de nossos colegas já perderam uma promoção por terem sido alvo de fofocas? Quantos relacionamentos você conhece que foram destruídos por algo que alguém disse e nunca se comprovou verdade? Com certeza você responderá não só positivamente a pelo menos uma dessas perguntas, como também vai saber um ou dois exemplos de histórias reais.
Mas de onde vem essa necessidade de falar sobre alguém? Por que fazemos fofocas? As respostas são muitas, embora cada situação exija uma interpretação única. Ao observarmos a interação humana, podemos perceber que esse hábito está ligado à necessidade de aceitação. A fofoca gera curiosidade, que por sua vez aproxima as pessoas, cria uma conexão e faz do fofoqueiro o centro das atenções. O medo do sucesso alheio (que acontece por conta de uma crença oculta de escassez, como se o sucesso do outro impedisse o nosso ou significasse nosso fracasso) é outra maneira de dar espaço à fofoca. Nesse caso, além de diminuir o mérito do outro, ainda podemos, deliberadamente, prejudicá-lo.
CARÊNCIAS
A verdade nua e crua é que todos nós, seres humanos, sem exceções, temos nossas carências, dores e medos e é fundamental que conheçamos nossas partes mais sombrias ou não conseguiremos evoluir. Assumir que diminuímos outras pessoas por inveja pode parecer assustador, mas é um exercício para compreendermos que, por alguma razão, acreditamos que não somos capazes de alcançar nossos objetivos e acabamos colocando o foco no lugar errado, ao invés de virarmos todas as atenções a nós mesmos e dedicar esse tempo e energia em conquistarmos os nossos anseios.
No ambiente de trabalho, a fofoca pode ser explicada (não justificada) pela busca por conexões entre os membros da equipe que acabam formando as famosas “panelinhas”, grupos que se unem para falar mal daqueles que não são enturmados, ou de seus superiores e até mesmo das regras da empresa. Até a falta de assunto é gatilho para a fofoca. Quando não há o que falar, mas há a necessidade de se comunicar com o outro, mesmo que sem um assunto, é comum proferirmos aquela frase que quebra o gelo: “Você não sabe o que aconteceu com fulana…”.
Mas que a verdade seja dita, a fofoca não prejudica só quem é vítima. O feitiço também pode virar contra o feiticeiro e o fofoqueiro, por diversas vezes, pode acabar em saias justas quando confrontado ou quando é pego no flagra com uma mentira.Também é fato que tendemos a não confiar naqueles que sabemos que não conseguem guardar segredo e, principalmente, em quem percebemos ter um comportamento tóxico. Assim, no fim das contas, é um hábito que se inicia por carência, necessidade de atenção e traz ao indivíduo consequências como a solidão e falta de confiança, afinal nenhum vínculo sólido e verdadeiro é formado por meio da fofoca.
Uma vez consciente de que não quer mais fazer parte do ciclo vicioso que a fofoca pode gerar na sua vida, é hora de, então, aprender a construir vínculos sólidos com quem nos cerca, a interagir, sem falar de pessoas. Substituir o assunto “quem fez o que” por “vamos fazer tal coisa?”, “vamos colocar tal projeto em prática”. Compartilhar ideias, planos e projetos não só vai tirar a fofoca do radar como também abrir horizontes para que novas situações e oportunidades apareçam.
ACEITAÇÃO
Cabe-nos a percepção de que não precisamos ser aceitos por todos em todos os lugares, principalmente se a única conexão encontrada é falar mal de outras pessoas. Afastar-se de situações como essas (fazer fofoca) é abrir a porta para se aproximar de outros grupos que terão como foco discutir ideias e ideais. Uma das frases mais célebres relacionadas ao filósofo Platão (450 a.C.) e que traduz perfeitamente a fofoca é: “Pessoas normais falam
sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre ideias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas”.
A frase de Platão pode até acender um alerta vermelho em nossa mente e logo começarmos a escanear toda a nossa vida até encontrarmos os momentos em que acreditamos ter feito uma fofoca. Mas é importante ressaltar que nem todo comentário sobre alguém é ruim. Aliás, pelo contrário, muitos podem ser baseados em admiração e inspiração e, quando falamos bem da vida alheia, aumentamos nossas emoções positivas e autoestima.
Expressar nossas opiniões, sem julgamentos, ressaltando apenas nossos pensamentos e linha de raciocínio, não é atitude condenável.
Inclusive, utilizar situações cotidianas para debater opiniões pode ser bastante interessante. Basta apenas lembrar que, por mais que o assunto seja uma pessoa, nosso foco são as ideias.
OS TRÊS FILTROS DE SÓCRATES
Um dia, veio ao encontro do filósofo um homem, seu conhecido, que lhe disse:
– Sabes o que me disseram de um teu amigo?
– Espera um pouco – respondeu Sócrates.
– Antes de me dizeres alguma coisa, queria que passasses por um pequeno exame. Chamo-lhe o exame do triplo filtro.
– Triplo filtro?
– Isso mesmo – continuou Sócrates.
– Antes de me falares sobre o meu amigo, pode ser uma boa ideia filtrares três vezes o que me vais dizer. É por isso que lhe chamo o exame de triplo filtro. O primeiro filtro é a verdade. Estás bem seguro de que aquilo que me vais dizer é verdade?
– Não – disse o homem.
– Realmente só ouvi falar sobre isso e…
– Bem! – disse Sócrates. – Então, na realidade, não sabes se é verdadeiro ou falso. Agora, deixa-me aplicar o segundo filtro, o filtro da bondade. O que me vais dizer sobre o meu amigo é uma coisa boa?
– Não. Pelo contrário…
– Então, queres dizer-me umacoisa má e que não estás seguro de que seja verdadeira. Mas posso ainda ouvir-te, porque falta um filtro, o da utilidade. Vai servir-me para alguma coisa saber aquilo que me vais dizer sobre o meu amigo?
– Não. De verdade, não…
– Bem – concluiu Sócrates.
– Se o que me queres dizer pode nem sequer ser verdadeiro, nem bom e nem me é útil, por que haveria eu de querer saber?
Venez parler de tout ce dont vous avez envie avec moi. Donnez vos opinions en toute liberté. Laissez vos commentaires. Je vous attends nombreuses et nombreux !!! / Translation in English for people who don't speak French : come to speak about all you want with me. Give your opinions with complete freedom. Leave your comments. I await you many and many !!!
"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b
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