EU ACHO …

VITÓRIA NOSSA

O que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia.

Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos ser tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos nem aos outros. Não temos nenhuma alegria que já tenha sido catalogada. Temos construído catedrais e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos pois isso seria o começo de uma vida larga e talvez sem consolo. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro que por amor diga: teu medo. Temos organizado associações de pavor sorridente, onde se serve a bebida com soda. Temos procurado salvar-nos, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de amor e de ódio. Temos mantido em segredo a nossa morte. Temos feito arte por não sabermos como é a outra coisa. Temos disfarçado com amor nossa indiferença, disfarçado nossa indiferença com a angústia, disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo”, e assim não chorarmos antes de apagar a luz. Temos tido a certeza de que eu também e vocês todos também, e por isso todos sem saber se amam. Temos sorrido em público do que não sorrimos quando ficamos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso temos considerado a vitória nossa de cada dia.

***CLARICE LISPECTOR

OUTROS OLHARES

PANDEMIA, ANO 2

As mudanças de protocolos e tratamentos ocorridas depois de doze meses de Covid- 19 por meio dos heróis de Jaleco do Hospital Albert Einstein, em São Paulo no diagnóstico da doença

Faz só um ano e parece uma eternidade. O presidente Jair Bolsonaro divulgara um vídeo convocando a população a apoiá-lo em uma série de manifestações contra o Congresso Nacional; programadas para dali a vinte dias, em 15 de março.  As primeiras páginas dos jornais publicaram a foto do humorista Marcelo Adnet, destaque da escola de samba São Clemente, na pele do capitão que ocupa o Planalto, com o ridículo gesto da arma nas mãos. Na véspera, a Viradouro atravessara a Sapucaí com pinta de campeã, ao contar a história das lavadeiras da Lagoa do Abaeté, em Salvador. Em um dos camarotes da avenida, a atriz Malu Mader temia pelo fracasso de Regina Duarte na Secretaria de Cultura. Roberto Carlos levava ao delírio milhares de fãs a bordo do navio MSC Fantasia, atracado em Búzios. A Amazon abria seu primeiro supermercado sem caixas nos Estados Unidos. Donald Trump não parava de tuitar. Íamos ao cinema para ver Minha Mãe é uma Peça 3. E, então, como senha para o início de um novo tempo, na noite da terça-feira 25, o Ministério da Saúde anunciou a descoberta do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. Na sua edição, VEJA daria capa com uma chamada forte: “Ele está entre nós”.

Aquele 25 de fevereiro, terça-feira gorda de Carnaval, hoje é história, capítulo inicial de uma Quarta-Feira de Cinzas que se estenderia por doze meses infindáveis, e ainda está entre nós — e, não por acaso, a festa de 2021 nas ruas e nos clubes foi cancelada, triste e necessariamente. Naquele dia de 2020, a diretoria do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, avisou as autoridades de que, na segunda-feira 24, um homem de 61 anos, J.C.F.C, que chegara três dias antes de uma viagem a trabalho na Lombardia, no norte da Itália, com embarque em Milão e conexão em Paris, fora ao pronto-socorro da instituição paulistana com sintomas típicos de Covid-19 — tosse seca, febre, dor de garganta e coriza. Com resultado positivo, anunciado a uma bióloga por WhatsApp, ele fora liberado para isolamento doméstico e rigoroso acompanhamento do estado clínico. O mundo contabilizava então 2 834 mortes em decorrência do vírus, 2 747 delas na China, e 82 329 casos. Hoje são 2,4 milhões de mortes, das quais mais de 250.000 no Brasil, e pelo menos 110 milhões de casos globais. Há um ano, de modo a acompanhar os primeiros passos hospitalares depois do susto inicial, no Brasil, estivemos no coração do Albert Einstein, mergulhado em um dia a dia de responsabilidade e drama — voltou agora para descrever os avanços de tratamento e as mudanças de protocolos, com muito mais compreensão do vírus, mas colossal pressão imposta por um ano extenuante na luta contra o inimigo invisível. O novo cotidiano do Einstein que registramos ajuda a trilhar uma aventura humana ancorada na ciência que poderia receber o seguinte título: “Pandemia, ano 2”. “O surto não está sendo um marco apenas para o Einstein”, diz Sidney Klajner, presidente da instituição. “Mudou profundamente a forma de trabalhar e as reações emocionais dos profissionais de saúde em todo o país.”

Na história oficial da chegada do novo coronavírus ao Brasil, caberá sempre espaço para um personagem central, o infectologista Fernando Gatti, 44 anos. Foi ele quem suspeitou estar diante do primeiro caso de infecção e quem, depois da alta, nunca mais abandonou os laços de amizade e carinho com o paciente zero. Os dois estabeleceram uma relação de extrema confiança. O executivo, que desembarcara da Itália, e que nunca quis se expor publicamente, procura o médico com frequência para discutir e tirar dúvidas a cada nova notícia sobre a infecção. O peso de estar no coração da pandemia desde o princípio foi avassalador na vida de Gatti. O movimento de seu consultório aumentou 150% ao longo do ano. As mensagens de pacientes e colegas em busca de informações sobre a doença passaram a piscar no celular dia e noite, sem parar. Em um ano, engordou 10 quilos e conviveu muito pouco com o filho de 3 anos. Foi diagnosticado com a chamada síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, distúrbio provocado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho. A percepção veio quando começou a sentir um cansaço crônico e ter ataques de choro sem motivo palpável. Parou por dez dias, foi tratado com antidepressivos, e terminou por voltar em ritmo igual. Atendeu pacientes na véspera e nos dias de Natal e Ano-Novo. “Começamos praticamente do zero e com extrema dedicação, mas estamos conseguindo mudar o percurso da Covid-19”, diz ele.

A figura de Gatti, o pioneiro, é espelho de uma engrenagem incansável do Einstein — a de atenção com os cuidados terapêuticos e a absorção de novidades na briga contra a pandemia. O Einstein é simultaneamente vetor de descobertas e esponja de reputados estudos internacionais. Pelo menos cinquenta especialistas, entre médicos, biólogos, farmacêuticos e equipes de enfermagem, foram designados a ler, traduzir e compilar artigos científicos sobre o vírus — num total de estrondosos 30 000 trabalhos esmiuçados. Dentro de duas semanas, a nova empreitada será a participação nos testes de uma vacina, a Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, com aplicação de doses em 3.600 voluntários. Outros dois imunizantes devem também entrar para o rol de pesquisas do hospital. Desse modo, o Einstein sabe fazer parte de um movimento único na história da medicina moderna, no qual foram investidos globalmente 20 bilhões de dólares em 61 países, na lida com oito vacinas já sendo injetadas e outras dezesseis em fase de investigação final. É corrida que parece estar refletida permanentemente nos vidros e corredores de uma organização de saúde pega no olho do furacão.

Aprende-se a cada minuto, de uma ponta a outra da doença, da contaminação às terapias. Já não há, entre os orgulhosos profissionais de jaleco do Einstein, o receio dos dias iniciais. “Quando chegava um paciente com Covid-19, pensávamos que invariavelmente seríamos contaminados pelo vírus”, diz o infectologista Moacyr Silva, 47 anos, na linha de frente do atendimento de doentes contaminados, que foi capa de revistas em 2020. “Com o tempo, percebemos que a paramentação correta reduz o risco ao mínimo.” As incertezas iniciais em torno da proteção mais primária chegaram a ser estimuladas até mesmo pela própria Organização Mundial da Saúde, que minimizou por um bom tempo a importância do uso de máscaras — e, sabe-se hoje, portá-las é tão imprescindível quanto manter o distanciamento social. Os equipamentos de segurança do Einstein são usados, acertadamente, à profusão. Os números são homéricos. Em um ano, foram quase 11 milhões de máscaras utilizadas, entre as cirúrgicas simples e a mais recomendada, a já famosa N95. Até agora, o Einstein registrou 3 351 profissionais da saúde infectados, o equivalente a 20% do total, quase a metade da média global. Entre eles, ressalve-se, o próprio Moacyr Silva — que, atrelado à modéstia dos grandes, ainda assim insiste em celebrar o pequeno risco de quem se protege adequadamente.

Os obstáculos a que foram submetidos heróis como ele, e não há exagero em tratá-lo desse modo, resultaram em vitórias. Os bons frutos decorrentes dos esforços médicos podem ser contabilizados, um ano depois. Hoje, no Brasil, a taxa de mortes é de 2,65% dos infectados e a de pessoas recuperadas de 97,35%. No longínquo mês de março, a proporção era outra: 38,72% de recuperação e 61,28% de mortalidade. Um dos grandes motores dessa inversão foi o entendimento de se estar lidando com uma doença que vai além de um problema respiratório e pulmonar. O novo coronavírus ataca vários órgãos do corpo, em especial o cardiovascular. Estudo publicado na revista Jama Cardiology identificou a presença do microrganismo no músculo cardíaco em 60% das vítimas autopsiadas. O vírus aumenta o risco de trombose, coágulos que se formam dentro de um vaso. “Quatro em cada dez mortes por Covid-19 são em decorrência de complicações cardíacas”, diz Ludhmila Hajjar, professora de cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e intensivista da Rede D’Or. Era informação até há pouco tempo desconhecida. O controle cardíaco é, portanto, atalho para remissões mais rápidas e consistentes.

Descobriu-se também que o vírus provoca muitas vezes uma reação do sistema imunológico exagerada e isso faz com que o organismo crie uma intensa atividade inflamatória, difícil de controlar. Os corticoides, potentes anti-­infla­ma­tó­rios são agora introduzidos nos tratamentos, capazes de acalmar o processo e reduzir o número de mortes em 30%. Foi crucial, ainda, o investimento na redução do tempo de resultado dos testes de rastreamento de Covid-19. O mais elaborado deles, o chamado PCR, considerado o padrão ouro no diagnóstico da doença, chegou a demandar um prazo de dez dias para entregar resultados. “Hoje, totalmente automatizados, exigem somente dois dias, e logo será apenas um”, diz João Renato Rebello Pinho, coordenador do Laboratório de Técnicas Especiais do Einstein.

Há entusiasmo, depois de tanta descrença, mas há ainda um bom caminho pela frente rumo ao fim da pandemia, e as curvas atuais no Brasil impõem cautela. “Estamos quase empatando o jogo contra o vírus”, diz Luiz Vicente Rizzo, diretor superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Einstein. “E, quando isso ocorrer, será uma questão de muito pouco tempo para vencê-lo de vez”. As novas variantes estão entre os desafios para a ciência. Ainda não há consenso se são mais ou menos letais, mas sabe-se que aumentam o número de reinfecções, como se verificou em Manaus, origem de uma das mutações recentes do novo coronavírus. Pesquisa publicada na revista Science mostrou que cerca de 80% da população da capital amazonense já tinha anticorpos da doença e, mesmo assim, parte dela se reinfectou com a nova variante. A questão: vacinas serão eficazes contra elas? Muito provavelmente sim, é o que indicam trabalhos recentes. Todos os vírus mudam seu material genético, e na maioria das vezes as mutações não conferem vantagens nem desvantagens, são meras consequências aleatórias e naturais. O agente da gripe, por exemplo, tem uma taxa de mutação que é o dobro em relação às identificadas no novo coronavírus. A do HIV, quatro vezes maior. Estima-se que as vacinas para Covid-19 tenham de ser reformuladas a partir de 2022 — mas não agora. Não há aí nenhum grande susto. Todo ano os antígenos para gripe têm de ser modificados. “Até o próximo ano, a eficácia dos imunizantes atuais será suficiente para reduzir dramaticamente o número de mortes, casos graves e hospitalizações”, diz Salmo Raskin, geneticista da Sociedade Brasileira de Genética Médica que participou da equipe internacional do Projeto Genoma Humano.

A pandemia virou o ano vivíssima, assusta, mas já não pode ser resumida ao espanto e imprevisibilidade dos tempos inaugurais, quando um profissional como Fernando Gatti começou a enfrentar o desconhecido, e teve de vencê-lo na marra. A melhor imagem atual talvez seja a de seu sorriso largo, embora tímido, na terça-feira 16, ao exibir o registro de vacinação com a CoronaVac do Butantan. Assim, de maneira esperançosa, ancorada nas certezas científicas, começa o segundo ano da pandemia.

CURVAS DE ESPERANÇA

Os avanços da medicina no tratamento da infecção hoje salvam mais vidas (taxa de recuperação e mortos em porcentagem no Brasil

O RETRATO DA INFECÇÃO

Os casos no mundo

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 26 DE FEVEREIRO

GENEROSIDADE, FONTE DA PROSPERIDADE

A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado (Provérbios 11.25).

A prosperidade não é resultado da usura, mas da generosidade. A avareza é a mãe da pobreza, mas a generosidade é a progenitora da prosperidade. Aqueles cujo coração foi aberto por Deus têm mãos e bolsos abertos para socorrer os necessitados. Jesus Cristo disse que mais bem-aventurado é dar do que receber. A contribuição não é um favor que fazemos às pessoas, mas uma graça que recebemos de Deus. Quando abrimos a mão para ofertar, estamos investindo em nós mesmos e semeando em nosso próprio campo. Quem dá ao pobre empresta a Deus, que jamais fica em débito conosco. Deus multiplica a sementeira daquele que semeia na vida dos seus irmãos. Quem dá alívio aos outros, alívio receberá. A Bíblia diz: Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o Senhor o livra no dia do mal. O Senhor o protege, preserva-lhe a vida e o faz feliz na terra; não o entrega à discrição dos seus inimigos. O Senhor o assiste no leito da enfermidade; na doença, tu lhe afofas a cama (Salmos 41.1-3). Quando damos a beber a quem tem sede, dessedentamos a nós mesmos. O bem que fazemos aos outros retorna para nós em dobro. No reino de Deus temos o que damos e perdemos o que retemos.

GESTÃO E CARREIRA

CONTROLAR OU NÃO CONTROLAR?

No home office de emergência da pandemia essa é uma questão que tem causado muitas dúvidas. Veja o que fazer

O trabalho à distância parece ter vindo para ficar. De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, a prática deve crescer 30% no mercado brasileiro pós-crise. Embora o teletrabalho tenha caído nas graças das companhias, existem diversas dúvidas jurídicas sobre a questão. Uma delas diz respeito à jornada: é necessário controlá-la em casa?

A Reforma Trabalhista, aprovada em 2017 e parte da legislação vigente, diz que não e que acordos devem ser feitos entre empregado e empregador. O problema que a aplicação Integral do trabalho remoto em caráter de emergência tem causado Interpretações diferentes sobre a lei.

Para remediar os efeitos da pandemia, partiu do Executivo a edição da Medida Provisória 927 em março de 2020, que isentou empregadores de regras estipuladas na CLT para a adoção de teletrabalho, como a necessidade de aceite do empregado para iniciar suas funções na modalidade remota ou aviso prévio de 15 dias e aditivo contratual – o prazo caiu para 48 horas. Além disso, a MP suspendeu a necessidade de fazer uma adição ao contrato de trabalho falando sobre o home office. A medida provisória não foi votada pelo Congresso, o que garantiria sua vigência. Suas disposições tem se mantido de pé apenas pelo decreto de calamidade pública, aprovado pelo Senado em março, que tinha data de validade até dezembro de 2020. O que vai acontecer depois é incerto. Por isso, é preciso se preparar.

Para o especialista em direito empresarial, Marcus Vinícius de Carvalho Ribeiro, embora a CLT explicite que não é preciso supervisionar o tempo de jornada no teletrabalho, empregados em regime de home office transitório (que estão assim exclusivamente por causa da pandemia e que, em algum momento, retornarão às atividades presenciais) devem ter algum tipo de monitoramento. É necessário que as empresas tenham o controle de jornada, pois não há Legislação olhando para esses casos”, diz.

Benefícios como cadeira ergonômica e ajuda de custo para despesas de internet e luz também não são obrigatórios legalmente. Mas Andrea Massei, sócia da divisão trabalhista do escritório de advocacia Machado Meyer, faz um alerta: “Algumas convenções coletivas têm previsões nesse sentido e estipulam taxas fixas mensais que a empresa deve pagar para fins de ajuda no custeio do acréscimo de despesas”.

VAMOS COMBINAR

Como prevenção, os advogados sugerem a criação de uma política interna de home office e a redação de aditivos contratuais. “Se as empresas têm a intenção de permanecer nesse regime, é importante regular seus aspectos: como o teletrabalho vai acontecer, quem é elegível, quais são as questões de segurança, medicina, custeio e equipamentos”, diz Andrea.

Segundo Jacqueline Resch, fundadora da consultoria Resch RH, o controle de ponto por meio de acesso à máquina do funcionário tem sido uma opção adotada por algumas empresas. Porém, isso não é necessariamente efetivo na garantia de produtividade e entregas. E mais: lideranças com perfil de micro gerenciamento podem acabar frustradas por não entenderem a forma de produtividade mais flexível que o momento pede.

Neste mundo em que tudo muda constantemente, ninguém – nem o líder – dá conta de ficar no micro gerenciamento -, analisa.

Mas as companhias precisam ficar atentas. Por não haver ainda multas decisões sobre o pagamento de horas extras em regime de teletrabalho, Marcos Vinícius alerta ser imprevisível como os juízes vão julgar o tema daqui para a frente. Porém, se um empregado se sentir excessivamente cobrado e pressionado a trabalhar muito mais horas para dar conta das tarefas e não tiver a intrajornada respeitada, ele poder recolher provas (troca de mensagens em aplicativos como WhatsApp e de e-mails, por exemplo) e requerer indenização por assédio moral e recebimento de horas extras. “É muito fácil comprovar a hora extra considerando conversas por meios eletrônico”, diz Marcus Vinícius.

TRÊS ASPECTOS IMPORTANTES

Fornecer condições de trabalho e alinhar direitos e deveres faz a diferença

FERRAMENTAS

O empregador não é obrigado por lei a fornecer ferramentas de trabalho, mas pode ser acionado judicialmente em caso de doença adquirida pelo funcionário durante o teletrabalho. No dia a dia, a falta dessas ferramentas também pode impactar na produtividade individual.

REGRAS

Os trabalhadores que adotaram o teletrabalho durante a vigência da Medida Provisória 927 podem permanecer sem aditivo contratual e aceite. Já os que entrarem nesse regime após o fim da vigência da MP precisarão de aditivo contratual, aceite e aviso sobre home office com 15 dias de antecedência.

É recomendável criar políticas internas descrevendo direitos e deveres de empregados e empregadores.

ALTERNATIVA

Uma alternativa para o controle de jornada é realizar um ritual de metodologia ágil chamado daily. Nele, os membros de uma equipe têm entre 15 e 30 minutos para dar um panorama geral das tarefas que vão realizar no dia, sinalizar para o gestor as entregas do dia anterior e apontar as dificuldades presentes.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

VOU DEIXAR PARA AMANHÃ …

A tendência à procrastinação tem comprometido a carreira, a saúde e a vida financeira de muita gente; embora a biologia possa ser responsabilizada – pelo menos em parte – por esse hábito, é possível se livrar dele

Um jovem advogado, denominado aqui pela inicial de seu primeiro nome, R., era conhecido no escritório por adiar o retorno de importantes ligações de negócios e a assinatura de súmulas legais. O comportamento que a princípio parecia inofensivo passou aos poucos a ameaçar seriamente sua carreira, o que o fez buscar a ajuda do psicólogo clínico William Knaus, de Longmeadow, Massachusetts. Ele entregou a R. uma sinopse de duas páginas sobre procrastinação, pediu-lhe que a lesse e “verificasse se a descrição se aplicava”.

R. concordou em fazê-lo durante um voo para a Europa. Em vez disto, assistiu a um filme. A seguir, prometeu que leria na primeira noite no hotel, mas caiu no sono cedo. Depois disto, a cada novo dia, surgia algo mais urgente a ser feito. No fim, segundo o cálculo de Knaus, o advogado gastou 40 horas adiando uma tarefa que ele completaria em, no máximo, 15 minutos.

O fato é que quase todo mundo ocasionalmente adia decisões e tarefas. É o que o economista Piers Steel, professor da Universidade de Calgary, no Canadá, define como procrastinar voluntariamente uma ação pretendida, apesar de saber que essa atitude lhe trará consequências negativas – que poderia facilmente evitar. Mas é preocupante que, assim como R., cerca de 20% dos adultos adiem rotineiramente atividades que melhor seria se fossem realizadas imediatamente. De acordo com uma pesquisa de 2007, coordenada por Steel, o problema aflige colossais 90% dos universitários, cujos horários acadêmicos lotados e distrações como “festa na república” os colocam em situações de desconforto.

Procrastinar não significa programar deliberadamente tarefas menos cruciais para momentos futuros. O termo é mais adequado para situações em que uma pessoa deixa de seguir essa lógica e acaba adiando as tarefas de maior urgência. Ou seja, se o simples pensamento sobre o trabalho de amanhã provoca um arrepio no pescoço ou a compulsão de fazer algo mais trivial, a pessoa provavelmente estará procrastinando.

O pendor para adiamento cobra seu preço. A procrastinação acarreta perdas financeiras, coloca em risco a saúde, prejudica relacionamentos e põe fim a carreiras. “A procrastinação mina o bem-estar, mas pode haver ganhos secundários recorrentes do mau hábito: os perpetuamente vagarosos parecem obter benefícios emocionais da tática que é sua marca registrada, que sustenta a inclinação humana de evitar o desagradável”, observa o psicólogo Timothy A. Pychyl, diretor do Grupo de Pesquisa de Procrastinação da Universidade Carleton, em Ottawa.

Ao longo da vida, aprendemos a adiar atividades, mas certos traços estruturais da personalidade aumentam a probabilidade de uma pessoa adquirir o hábito. “Procrastinação é uma dança entre o cérebro e a situação”, diz Pychyl. A concepção “natureza versus criação” faz parte de uma nova linha de pesquisa sobre o processo e a prevenção da procrastinação.

FALTA DE FOCO

Sucumbir às seduções do adiamento pode ser custoso. Especialistas estimam que 40% das pessoas tiveram uma perda financeira por causa da procrastinação, grave em alguns casos, por adiar pagamentos, decisões acerca de investimentos, compras ou vendas. Em 2002, os americanos pagaram US$ 473 milhões a mais em impostos como resultado da pressa e dos erros consequentes. A exiguidade dos fundos para a aposentadoria entre os americanos pode ser, em parte, atribuída ao fato de as pessoas adiarem o momento de separar de lado algum dinheiro. E no Brasil a prática de “deixar para a última hora” é cada vez mais comum.

A procrastinação também pode pôr a saúde em risco: depois de realizar uma triagem para colesterol alto em mais de 19.800 pessoas, a epidemiologista Cynthia Morris e colegas da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon relataram em 1990 que 35 % dos que tomaram conhecimento de que tinham colesterol elevado adiaram a consulta com um médico por pelo menos cinco meses. Em 2006, a psicóloga Fuschia Sirois, da Universidade de Windsor, em Ontário, relatou em um estudo com 254 adultos que os procrastinadores tinham níveis mais altos de stress e problemas agudos de saúde, em comparação com indivíduos que concluíam as tarefas no momento oportuno. Os procrastinadores também fizeram menos checkups médicos e odontológicos e tiveram mais acidentes domésticos, resultado do adiamento de tarefas monótonas, como a manutenção de utensílios eletroeletrônicos.

A aversão a tarefas é um dos principais gatilhos externos da procrastinação. Quem deixa para fazer depois algo que adora? De acordo com a análise de Steel, metade dos estudantes universitários pesquisados citou a natureza da própria tarefa como o motivo da protelação. Sem dúvida, poucos se entusiasmam com a tarefa de escrever uma dissertação sobre a reprodução dos nematoides ou de limpar o armário. “Procrastinação muitas vezes tem a ver com a falta de projetos em nossa vida que realmente reflitam nossas metas”, diz Pychyl.

Somos mais propensos a nos distrair e a procrastinar quando o prazo parece a entrega de um projeto está distante. O motivo está num fenômeno conhecido como retardo temporal, que significa que quanto mais perto uma pessoa estiver de uma recompensa (ou de uma sensação de realização), mais valiosa parecerá a gratificação e, portanto, menos provável será que ela adie a realização do trabalho necessário para merecê-la. Em outras palavras, gratificação imediata é mais motivadora que os prêmios ou louvores a serem acumulados num futuro distante – o que pode ter forte base evolutiva. O futuro para as pessoas da   Idade da Pedra era, na melhor das hipóteses, imprevisível. “Portanto, havia verdade no dito ‘mais vale um pássaro na mão que dois voando’. Em prol da sobrevivência, os seres humanos têm tendência à procrastinação embutida em seu cérebro”, diz Pychyl.

Em 2004, o neurocientista Barry Richmond e colegas do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos relataram a descoberta de uma base biológica dessa tendência. Primeiro, a equipe treinou macacos a soltar uma alavanca sempre que um ponto vermelho na tela do computador se tornasse verde. Quando as cobaias continuavam a soltar corretamente a alavanca, o brilho de uma barra cinza aumentava, deixando que os animais soubessem que estavam se aproximando de uma recompensa, uma guloseima. Assim como os procrastinadores humanos, os animais eram relaxados durante as primeiras etapas do experimento, cometendo muitos erros. Mas quando o saboroso prêmio ficou mais próximo, os animais permaneceram na tarefa e cometeram menos equívocos.

Os pesquisadores levantaram a hipótese de que o neurotransmissor dopamina, um dos responsáveis pela sensação de recompensa, poderia estar na base desse comportamento. Trabalhando com Richmond, o geneticista molecular Edward Ginns utilizou um engodo molecular chamado DNA antissentido para impedir parcialmente a produção de um receptor de dopamina na região do cérebro dos macacos chamada córtex rinal, que associa indícios visuais com recompensa. A intervenção diminuiu os efeitos da dopamina até o ponto em que os animais não conseguiam mais prever em que momento do experimento teriam a guloseima. Assim, eles reforçaram as apostas, trabalhando duramente o tempo todo.

Mas nem todos os macacos com respostas diminuídas de dopamina se comportaram da mesma maneira. Alguns permaneceram sossegados depois do tratamento que reprimia a dopamina, empenhando-se pouco, mesmo quando o tempo até a recompensa diminuiu. Essa observação nos alerta sobre as características individuais da procrastinação: alguns de nós somos mais propensos a ela.

No final do século XX, alguns psicólogos começaram a estudar cinco grandes traços que se combinam para descrever a personalidade: conscienciosidade, afabilidade, neuroticismo, abertura a experiências e extroversão. De acordo com Steel, o grau em que uma pessoa exibe cada um desses traços ajuda a determinar a inclinação desse indivíduo à procrastinação.

A característica mais fortemente ligada à procrastinação é a conscienciosidade – ou a falta dela. Uma pessoa altamente conscienciosa é zelosa, organizada e diligente. Portanto, alguém que não apresente esse traço tem alta probabilidade de procrastinar. “Impulsivos também são proteladores em potencial. Não conseguem proteger uma intenção da outra, portanto, distraem-se à toa com as tentações – digamos, a oferta de uma cerveja – que surgem repentinamente no meio de um projeto, como redigir um trabalho de fim de semestre “, diz Pychyl.

FÓRMULA DO ADIAMENTO

A procrastinação também se origina da ansiedade, uma ramificação do neuroticismo. Muitas vezes, procrastinadores protelam por medo do fracasso, receio de cometer um erro ou de não lidar bem com o sucesso. Estes traços de personalidade entram em cena em situações particulares, em combinação com o ambiente. Os pesquisadores agora estão tentando capturar a interação natureza-criação para unificar as teorias existentes da procrastinação e predizer quem tem propensão ao adiamento de tarefas importantes e em quais circunstâncias. Steel desenvolveu uma fórmula matemática que define “utilidade”, ou seja, quão desejável uma tarefa é para um indivíduo. Para determinar a utilidade de uma tarefa e, portanto, a probabilidade de uma pessoa realiza-la imediatamente, Steel reúne quatro fatores básicos, expectativa (E), valor (V), retardo até a recompensa ou punição (D) e sensibilidade pessoal ao retardo (f), na seguinte equação:

Quando uma pessoa espera se sair bem numa atividade ou valoriza essa tarefa, é mais propensa a fazê-la. Logo, um número maior para expectativa ou valor aumentará a utilidade. Por outro lado, se uma recompensa ou punição se situar muito longe no futuro ou se uma pessoa for particularmente “sensível”, implicando distraível, impulsiva ou com falta de autocontrole, ela será bem menos propensa a fazer a tarefa, pelo menos a tempo.

Vários cientistas discordam da ideia de que um comportamento humano complexo possa ser definido por uma fórmula matemática. “Isto nos leva a acreditar que, se eu colocar números ali eu poderia lhe dizer o que você estará fazendo na próxima sexta-feira”, explica Pychyl. Mesmo assim, a equação de Steel é uma tentativa inicial de unificar várias teorias motivacionais e psicológicas da procrastinação e de dar um arcabouço para futuras pesquisas.

Em lugar de quantificar os traços de personalidade e resolver fórmulas, alguns pesquisadores preferem “extrair” a psicologia por trás do comportamento. Dois elementos importantes no desejo de deixar que os projetos desmoronem são a sensação de desconforto com uma atividade e o desejo de evitá-lo. “Um procrastinador diz, ‘eu me sinto horrível com uma tarefa’, e, portanto, me afasto para me sentir melhor”, explica Pychyl. O psicólogo Joseph Ferrari, da Universidade DePaul, cunhou a expressão “procrastinador por esquiva” para descrever aquele em quem a evitação é a principal motivadora.

Outro propulsor psicológico da protelação é a indecisão. Digamos que uma mulher pretende visitar uma amiga no hospital Em lugar de simplesmente apanhar as chaves e sair, a procrastinadora indecisa começa a debater internamente se irá de carro ou pegará o metrô. A dúvida pode continuar até que passe tempo bastante para que o horário de visita se encerre.

Uma terceira explicação muitas vezes citada para um atraso irracional é o estado de excitação. O “procrastinador pela excitação ” jura que trabalha melhor sob pressão e precisa da adrenalina do último minuto para dar a partida. Essa pessoa acredita que a protelação propicia uma experiência que o psicólogo Mihaly Csíkszentmihályi, da Escola Drucker de Administração da Universidade de Pós-Graduação de Claremont, define como se perder na atividade. Nesse momento, é como se o tempo desaparecesse e o ego se dissolvesse.

Mas procrastinação não facilita o fluxo, de acordo com o cientista social Eunju Lee, da Universidade Halla, da Coreia do Sul. Em 2005, ele relatou uma pesquisa com 262 estudantes e descobriu que os procrastinadores tendiam a ter menos, e não mais desse tipo de experiência. Afinal, uma pessoa precisa conseguir se libertar de si própria para “se perder” dentro de uma experiência, e os procrastinadores geralmente têm dificuldade em fazê-lo.

Pychyl e seu aluno de pós-graduação Kyle Simpson mediram os traços associados à excitação, entre os quais a busca de emoções e a extroversão, em estudantes que frequentemente procrastinavam. Na tese de doutorado de Simpson, ele e Pychyl mostram que nenhuma dessas qualidades explicava o desperdício de tempo que os estudantes relatavam. Portanto, provavelmente, os procrastinadores não estão realmente precisando de excitação, mas usam a crença de que precisam da pressão do último minuto para justificar o fato de estarem se arrastando vagarosamente, quando, na verdade, tentam contornar o desprazer. Outros, protelam estrategicamente os projetos como desculpa para um eventual mau desempenho. Dizem a si mesmos ou aos outros que poderiam ter se saído melhor se tivessem começado antes. Tal estratégia pode, em alguns casos, servir de escudo para um ego frágil.

TRUQUES DO OFÍCIO

Procrastinação nem sempre é prejudicial. Em uma pesquisa de 2007 com 67 universitários, que se reconheciam como “adiadores” de tarefas, o psicólogo Gregory Schraw, da Universidade de Nevada, Las Vegas, e colegas aprenderam que esses estudantes tinham encontrado maneiras criativas de usar o mau hábito a seu favor. Muitos deles, por exemplo, só escolhiam cursos nos quais o professor oferecia um sumário detalhado, em lugar de um esboço grosseiro, dos trabalhos a serem entregues. Essa especificidade permitia adiamentos “planejados”: os estudantes poderiam programar como prorrogar a execução da tarefa e, desta forma, se dar ao luxo de ter o máximo de tempo para atividades mais atraentes.

Para lidar com a culpa e a ansiedade acarretadas pela espera até o último minuto, alguns jovens adquiriam logo todos os livros necessários para a realização do trabalho – e os punham numa prateleira. Os estudantes diziam que, quando faziam isso, era como se “colocassem na prateleira” os incômodos pensamentos sobre a tarefa. Também se desviavam da culpa, dizendo a si próprios: pelo menos providenciei os livros. Só 48 horas antes do prazo para a entrega do projeto o procrastinador passava a produzir freneticamente para conseguir terminar a tarefa. Consequentemente, os estudantes faziam o máximo num tempo mínimo – com um mínimo de dor.

Portanto, embora esses alunos estivessem adiando o trabalho por mais tempo do que deveriam, ainda assim conseguiam terminar a tarefa e, ao mesmo tempo, manter a sanidade. Schraw enfatiza que seu estudo não pretende defender a procrastinação, mas destacar que a prática é capaz de engendrar algumas aptidões úteis para a sobrevivência, como planejamento tático, para realizar uma tarefa em tempo limitado e com o mínimo de tensão. “A moral da história é que as pessoas protelam na tentativa de ter uma vida mental melhor”, diz Schraw.

HORA MARCADA

Mas nem todos os especialistas concordam com ele. De fato, a análise de Steel sugere que 95% dos procrastinadores gostariam de mudar essa característica, mas não conseguem. “Hábitos são processos cerebrais não conscientes. Quando a procrastinação se torna crônica, uma pessoa está essencialmente andando em piloto automático”, diz Pychyl.

Alguns especialistas sugerem substituir o reflexo de protelação pelas prescrições de ação cronologicamente determinadas. O psicólogo Peter Gollwitzer, das Universidades de Nova York e de Konstanz, Alemanha, aconselha a criação de “intenções de implementação”, que especificam onde e quando uma pessoa exibirá determinado comportamento. Então, em vez de colocar uma meta vaga como “vou ficar saudável”, ela define uma estratégia, inclusive cronológica, embutida: digamos, vou encaminhar amanhã, às 7h30″, por exemplo, ou “a partir de hoje deixo de comer carne vermelha”.

PRAZOS PRÓPRIOS

A definição de prescrições tão específicas parece realmente inibir a tendência de procrastinar. Em 2008, o psicólogo Shane Owens e colegas da Universidade Hofstra demonstraram que procrastinadores que produziam intenções de implementação eram oito vezes mais propensos a cumprir uma intenção do que aqueles que não usavam esse recurso. ‘Você precisa criar, de antemão, um compromisso específico com uma hora e lugar em que você agirá. Isto o tomará mais propenso a ir até o fim”, diz Owens.

Um cronograma inteligente também pode frustrar a procrastinação. Em um experimento de 2002, o economista comportamental da Universidade Duke, Dan Ariely, que na época era do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e o professor de marketing Klaus Wertenbroch, da lnsead, uma escola de administração com campi na França e Cingapura, pediram a alunos de um curso para executivos que determinassem seus próprios prazos para a entrega de três monografias naquele semestre. Ariely e Wertenbroch estabeleceram punições, impostas para aqueles que se atrasassem. Entre os estudantes, 70% escolheram datas de entrega espaçadas ao longo do semestre, em vez que agrupá-las no final do curso. O curioso foi que aqueles que definiram prazos menores se saíram melhor, em média, que os frequentadores de um curso similar, no qual Ariely definiu uma única data para os três artigos no final do semestre. Tal planejamento pode neutralizar a inclinação para adiar o trabalho.

Pychyl aconselha os procrastinadores a “simplesmente dar a partida”. Frequentemente, a expectativa de realizar a tarefa se revela muito pior do que a realização em si. Para demonstrar este fato, o grupo dele, num trabalho publicado em 2000, deu pagers a 45 estudantes e entrou em contato com os voluntários 40 vezes num intervalo de cinco dias para perguntar sobre o seu humor e com que frequência estavam adiando uma tarefa que tinham prazo para cumprir. “Verificamos que, quando os voluntários realmente fazem a tarefa que estão evitando, as percepções que têm da atividade mudam significativamente. Muitos deles realmente gostaram de fazê-la.”

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