ENTREVISTA DE EMPREGO: COMO CONQUISTAR A VAGA DOS SONHOS
Do início ao fim, o guia completo da entrevista de emprego do Na Prática traz tudo o que você precisa saber para mandar bem nessa etapa, decisiva em todos os processos seletivos.
A entrevista de emprego é um dos momentos mais temidos dos processos seletivos. Não por acaso: o candidato fica frente a frente com o recrutador e tem pouco tempo para impressionar. Além disso, precisa controlar o nervosismo, se atentar à forma com que fala, à postura, e responder as perguntas objetivamente.
Dar atenção a esses aspectos, no entanto, pode não ser o bastante para cativar. Destacar-se em uma entrevista de emprego também requer que o perfil, objetivo e habilidades do profissional estejam alinhadas ao que empresa busca.
Com tantas preocupações, se você quer a oportunidade, não vale a pena ir sem se preparar. Siga esse guia completo da entrevista de emprego do Na Prática para não só dominar os pontos básicos como mostrar seu valor e conquistar o entrevistador. Não tem erro!
COMO SE SAIR BEM EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO
Para mandar bem nessa etapa, o candidato precisa se preparar. São muitos detalhes e pontos a desenvolver – deixar tudo para a última hora, ou “improvisar”, é arriscado.
Essa preparação não deve começar na véspera. Na realidade, ela começa com o currículo, que guiará a conversa com o recrutador. Nele, procure apresentar resultados, além das habilidades e conhecimentos. Treine contar e explicar cada um dos pontos que você descreve no documento.
E também saiba resumir a sua trajetória em poucos minutos, sem esquecer de passar pelos momentos ou fatos mais relevantes.
Não deixe de pesquisar a empresa. Além de, na maior parte das entrevistas, os recrutadores perguntarem sobre o que o profissional sabe, aprender sobre a companhia ajuda a entender de quem ela precisa em seu quadro de funcionários. É de alguém que lida bem com autonomia e rapidez? Ou de quem trabalha muito bem em equipe?
Outra coisa a ser trabalhada é a confiança. Tudo bem estar nervoso, mas controle os sinais e os substitua com sinais de segurança e autoconfiança (o que é diferente de arrogância, cuidado!).
A seguir, confira tudo o que é preciso – desde à preparação, até o que fazer depois da entrevista de emprego.
COMO SE PREPARAR PARA UMA ENTREVISTA DE EMPREGO
O autoconhecimento é um dos pontos mais relevantes, porque influencia diretamente em como a pessoa conta a sua história. Segundo Leonardo Gomes, coordenador de seleção da Fundação Estudar, é importante ter clareza sobre a trajetória, experiências anteriores relevantes, pontos a desenvolver, erros do passado, limitações e ter um plano, pelo menos de curto prazo, para a carreira.
Também é possível treinar para os testes online, como os de capacidade analítica, inteligência espacial, análise crítica de texto e até resolução de cases. Busque referências na internet! O Na Prática já destrinchou os testes de lógica, os de inglês e os desafios de cases, entre outros.
Não basta só se conhecer, você precisa saber contar a sua história. Afine sua habilidade de storytelling. Se tem uma frase que com certeza será dita durante a entrevista de emprego é: “Me fale sobre você”. Por isso, saiba narrar sua trajetória de forma “curta”, tenha uma versão de 5 minutos, e “longa”, com cerca de 8 minutos.
Utilize o método STAR, um jeito de estruturar que ajuda na hora de narrar suas conquistas. STAR é um acrônimo para Situação, Tarefa, Ações e Resultado. Basicamente, é só seguir essa ordem ao narrar seus feitos. Assim, garante que nenhum ponto importante ficará de fora.
Atualmente, as companhias buscam candidatos que se adequem à sua cultura – o famoso “fit cultural” -, por isso é muito importante estudar sobre a organização para a qual se aplica. Além disso, é bom saber sobre o contexto da indústria, em específico. Estude os seguintes pontos:
MACROECONOMIA: Você não precisa ser um expert, mas é bom saber como anda a situação política e econômica do Brasil. Qual a situação mundial? Qual é a aposta para ser a nova superpotência mundial?
INDÚSTRIA: Quem são os principais clientes no setor da empresa? E os principais concorrentes? Quem domina o mercado?
EMPRESA: Como é a cultura da empresa? Sua missão, visão e valores? Como ela se comporta nas redes sociais? Como sua marca se posiciona? Quais seus principais produtos?
ÁREA/FUNÇÃO: O que a área para qual você está se candidatando faz? Como se encaixa na empresa como um todo? Qual é o perfil dos profissionais? Como você pode contribuir para essa área?
Por fim – e, definitivamente, não menos importante – estude as perguntas mais básicas, sem se esquecer de se preparar para as mais difíceis. Não dá para prever as questões mais originais que o recrutador fará. Mas, tendo pesquisado sobre a empresa, você pode tentar se preparar para responder pontos que surjam.
Por exemplo, se autonomia é um foco da organização, pense em como explicaria como você lida com esse valor durante o dia a dia. E assim por diante.
COMO ESCAPAR DE “SAIAS JUSTAS”
Algumas “saias justas” podem ser evitadas. Por exemplo: atrasos. Quem mora em lugares que têm trânsito diariamente, precisa sair mais cedo. Mas se acontecer, ligue para o recrutador quando perceber que não vai conseguir cumprir o horário e explique honestamente a situação. Dê espaço para ele decidir se espera você chegar, ou se remarca a entrevista de emprego.
Quando o entrevistador pergunta algo com que você não está confortável em responder, como sobre sua idade, avalie o contexto e responde com sinceridade.
“Se for muito mais velho do que a média dos profissionais da empresa, diga que isso não interfere na sua disposição para aprender. Se for muito mais jovem, deixe claro que tem maturidade suficiente para assumir a posição”, explica Isis Borge, gerente de divisão da consultoria Robert Half.
Já no começo da conversa, você pode perceber que o entrevistador está sendo meio “frio”, ou mal-humorado. Lembre-se que ter dias ruins é comum e pode acontecer com todo mundo. Não encare como uma questão pessoal, relacionada a você, nem deixe que seu nervosismo aumente por conta disso.
Avalie o clima: tente “quebrar o gelo” com assuntos amenos no início da conversa e, se o interlocutor se mostrar fechado, foque em ser objetivo e dar respostas diretas.
COMO FAZER UM VÍDEO DE ENTREVISTA DE EMPREGO
Se nas etapas previstas no processo seletivo, um dos requisitos é que o candidato grave um vídeo, o ideal é seguir as normas previstas. Preste atenção em quantos minutos o vídeo precisa ter e até sobre seu formato.
Essa etapa está se tornando mais comum, e, na realidade, trata-se de mais uma forma que os recrutadores têm de conhecer você. Utilize a oportunidade para despertar interesse sobre você e sua trajetória.
ASPECTOS TÉCNICOS
Primeiro, separe o equipamento em que irá gravar e o prepare. Pode ser uma câmera, um celular, ou até uma webcam. O importante é que ele seja feito no formato horizontal e gravado durante o dia, para aproveitar a luz natural.
Em câmeras ou smartphones, tente estabilizar a imagem utilizando apoios ou tripés. Lembre-se também de verificar (antes!) como está a captação do áudio.
AMBIENTE
Escolha um lugar silencioso e organizado para gravar sua apresentação. Qualquer barulho exterior pode dificultar a captação do som. Certifique-se de que não haja distrações ao seu redor – tanto para você, quanto para o espectador.
APARÊNCIA
Vista-se como se você fosse a uma entrevista presencial. Baseado na sua pesquisa sobre a empresa e a vaga, escolha entre uma roupa mais formal ou mais casual. É importante que o traje não fuja do contexto ou se destaque mais do que o conteúdo.
CONTEÚDO
Por mais que seja um vídeo curto, na maioria das vezes, serve para instigar o recrutador. Por isso, aparecer lendo não é uma boa ideia. Escreva um roteiro simples e objetivo, que resuma bem quem você é, ao menos profissionalmente. Leia várias vezes até que consiga falar para a câmera com segurança.
Não decore palavra por palavra, porque pode não parecer sincero no relato. Também evite tocar nos pontos exatos do seu currículo, porque o recrutador já tem acesso a ele. Foque em explicar os movimentos da trajetória.
Por exemplo, por que escolheu migrar para outra área? Que habilidades desenvolveu em tal etapa da carreira? O que fez para se desenvolver nos meses em que esteve desempregado?
Contar por ordem cronológica, nesse caso, é sempre uma boa ideia. Mas se você quer se diferenciar ainda mais, trace a história de uma forma criativa, que faça sentido e tenha coerência.
Tome cuidado para não deixar o vídeo relaxado ou descontraído demais. Guie-se pela formalidade exigida pela vaga.
COMO SE COMPORTAR EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO
Como cativar de início
CUIDAR DO VISUAL
Escolha seu vestuário com atenção e tente adequar ao tipo de empresa a que se aplica. Na dúvida, aposte em roupas sóbrias e clássicas.
SER GENTIL
A cordialidade é uma das formas de conquistar. Seja gentil com todos que encontrar na empresa, desde a hora em que entrar. “Já liguei várias vezes para a recepcionista para saber como o profissional tinha se comportado diante dela, quando chegou ao prédio”, explica Raphael Falcão, diretor da consultoria Hays. “Se é grosseiro com ela, não adianta nada ser extremamente educado depois.”
IDENTIFICAR O ESTILO DO ENTREVISTADOR
A ciência já provou, diversas vezes, que a similaridade tem papel forte no quanto “agradamos” alguém. Não é diferente nos processos seletivos. Dessa forma, é indicado ao candidato avaliar a forma com o outro se porta e “imitar”. Isso não é o mesmo que mentir ou mudar sua personalidade. Há um tempo, Felipe Brunieri, na consultoria Talenses, deu a dica:
“Cada recrutador tem uma personalidade diferente: alguns são mais sisudos e formais, enquanto outros preferem uma abordagem mais coloquial e descontraída. Identificar rapidamente esse estilo, e se adaptar a ele, conta muitos pontos ao seu favor.”
O QUE RESPONDER EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO
A técnica de storytelling pode ser bastante útil em uma entrevista de emprego, principalmente se o objetivo é ser lembrado pelo recrutador entre dezenas de candidatos. Storytelling, basicamente, é a arte de contar boas histórias. No contexto do processo seletivo, quatro perguntas podem te ajudar a montar o seu discurso de apresentação.
1. QUEM SOU EU?
A importância do autoconhecimento, aqui, é dobrada. Identifique o que será o centro da sua história, com base na mensagem que você quer passar. Você é extremamente dedicado e entrega bons resultados? Busque mostrar isso.
O que você destacaria em sua trajetória? O que faz muito sentido para você? O que quer reforçar que represente quem você é como profissional?
2. PARA QUEM VOU CONTAR MINHA HISTÓRIA?
A forma com que alguém conta uma história costuma mudar de acordo com quem a ouve. A mesma lógica se aplica ao entrevistador: é preciso reforçar o que você vai contar de acordo com quem você está falando e a oportunidade que aquela pessoa representa.
Imagine que você participou da associação atlética durante sua faculdade. Se é uma vaga que lida com aspecto financeiro, você pode destacar experiências com fluxo de caixa e administração de finanças. Se for algo voltado para marketing e comunicação, pode, em vez disso, resgatar seus aprendizados ao divulgar eventos para milhares de pessoas. Não se trata de mudar toda a narrativa, mas ajustar os detalhes.
Use números quando for possível – métricas concretas ajudam sua história a ser mais marcante.
Escreva sua apresentação com base nessas perguntas, mas tenha uma versão curta e uma mais longa, para escolher dependendo do que o entrevistador pede, ou demonstra querer.
Treine contar a história o bastante para que consiga fazer isso com naturalidade. No entanto, tome cuidado para não narrá-la mecanicamente.
3. O QUE ME DIFERENCIA?
Muitos jovens têm experiências similares no papel: faculdade, estágio, intercâmbio, empresa júnior, etc. O esforço aqui deve ser direcionado para contar o que você fez de diferente. Como enfrentou um desafio ou mudou algum processo? Como buscou e aproveitou as oportunidades? De que forma realizou algo além do previsto?
4. MINHA HISTÓRIA É CONGRUENTE?
As mensagens ambíguas que uma história incongruente transmite podem levar um recrutador a assumir que você está inventando aquele interesse na hora ou que ele não é verdadeiro, por exemplo. Caso sua apresentação pessoal contenha focos de interesse, garanta que eles encontrem respaldo no que você está falando.
Se você não tem background congruente com seus interesses, não invente. Em vez disso, corra atrás de ter uma experiência alinhada, que traga a fundamentação necessária para a mensagem que você quer passar. Seja um curso (inclusive, online), um trabalho voluntário relacionado à causa que te move, etc.
COMO DEMONSTRAR INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Em tempos de automação intensa do trabalho, a inteligência emocional vem sendo cada vez mais valorizada nos processos seletivos. Em suma, ter um alto nível de inteligência emocional significa ter capacidade de gerenciar seus sentimentos, de modo que eles sejam expressos de maneira apropriada e eficaz.
Ela é muito útil pessoalmente, mas também profissionalmente – e para a empresa. Significa que você lidará bem com conflitos, por exemplo.
QUAL SEU NÍVEL DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL? FAÇA O TESTE!
Compilamos sete passos para mostrar essa habilidade em uma entrevista de emprego.
- Ouça ativamente
- Mostre emoções
- Compartilhe o crédito por suas conquistas
- Mostre como você está tentando melhorar
- Não tenha medo de falar sobre conflitos
- Pergunte sobre a cultura e valores
- Mostre que você pode aprender com seus erros
O QUE RESPONDER EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO: PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. “Me fale sobre você…”
2. “Quais são seus pontos fortes e fracos?”
3. “Como você se vê daqui a 10 anos?”
4. “Por que devo te contratar?”
5. “Por que não devo te contratar?”
PERGUNTAS QUE VOCÊ PODE FAZER
Toda entrevista de emprego tem aquele momento em que o entrevistador pergunta se o candidato tem alguma questão. Esse é o momento ideal para tirar dúvidas que tenham ficado. Como quão flexíveis são os horários, como se dá a interação entre as equipes, qual seria sua principal responsabilidade se conseguisse o cargo.
Porém, se não tenha nenhuma dúvida na cabeça e, mesmo assim, queira aproveitar a oportunidade para se destacar ainda mais, tenha algumas perguntas na manga. A seguir, alguns exemplos:
- Como a empresa vai estar daqui a um ano? De todas e quaisquer perspectivas – produto, pessoas, equipes, receita.
- O que significa sucesso para funcionários em posições iniciais nessa empresa?
- Como você descreveria a equipe e o gerente do time em que eu trabalharia?
- Se você me oferecesse o emprego, o que recomendaria que eu fizesse para começar com o pé direito?
- O que preciso realizar nos primeiros 90 a 120 dias para ser um sucesso e causar impacto?
REDAÇÃO PARA ENTREVISTA DE EMPREGO
Em algumas entrevistas, o recrutador pede uma redação. O tema pode variar, mas em geral é sobre a empresa ou o candidato, sua trajetória. Para o primeiro assunto, o objetivo é entender o que o profissional sabe sobre a companhia, se pesquisou, se preparou, e se compreende o negócio. No segundo, ele busca sinais de que o candidato tem noção sobre seus objetivos e se suas ações mostram autoconhecimento, vontade de se desenvolver e alinhamento com suas metas.
Não importa o tema, alguns pontos de atenção são indispensáveis. Por exemplo, gramática correta, já que os recrutadores avaliam isso também. Evite gírias, abreviações e, se conseguir, varie o vocabulário. A repetição de palavras, principalmente próximas, pode deixar o texto cansativo.
Porém, tenha cuidado ao usar com frequência palavras muito complexas: o material pode se tornar confuso e perder a coesão, que é um dos quesitos mais valiosos para quem avalia nesse contexto.
Estruture o texto em uma linha de pensamento que faça sentido. Por exemplo, introdução, desenvolvimento do tema e conclusão. Não se esqueça de um título relacionado, que não exponha todo o conteúdo da redação, mas que deixe claro seu teor.
COMO SABER SE FUI BEM NA ENTREVISTA?
O que fazer depois da entrevista de emprego é uma dúvida entre muitos candidatos. Se você sentir que a conversa fluiu bem e a oportunidade te interessar bastante, pode mandar um e-mail de agradecimento pela disposição do recrutador.
Durante a conversa, se o entrevistador pediu que você solucionasse um problema, envie um e-mail aprofundando sua proposta. Ou envie os trabalhos que mencionou.
Mostrar interesse é importante para conseguir a vaga, no entanto, tenha cuidado e perceba se ele deixou espaço ou não para um novo contato.
No caso de ter sido recomendado por alguém, mesmo que não seja de dentro da empresa, é importante ressaltar isso no e-mail de agradecimento. Converse com a pessoa que te recomendou e demonstre interesse na vaga, o feedback positivo pode acabar chegando aos ouvidos do recrutador.
Não tem como ter certeza de ter ido bem ou mal depois de uma entrevista. Existem sinais, mas eles são subjetivos e, ao mesmo tempo, pode ser difícil percebê-los. Ainda que o ideal não seja focar nisso durante a entrevista, se o entrevistador parecer estar gostando da conversa, pode ser que você tenha impressionado.
Se as próximas etapas foram discutidas, ou se o tempo da entrevista foi maior do que o previsto, também podem ser bons sinais. Outro é se o recrutador tentou “vender” a empresa e a vaga para você.
De qualquer forma, a “falta” desses sinais não é decisiva, por isso não se desanime se não lembrar de nenhum deles.
Você precisa fazer login para comentar.