EU ACHO …

QUEM CALA CONSENTE

Suzane Jardim – mulher negra, ativista e educadora – fala sobre os perigos do racismo velado

sobre os perigos do racismo velado

O mês passado foi o da visibilidade LGBT+, mas cá estou eu falando de raça. Estranho? Não deveria ser. A população negra também faz parte da comunidade LGBT+, assim como compõe outros grupos, como o de mulheres e o de pessoas com deficiência.

No entanto, ainda é extremamente comum que projetos premiados na área de diversidade e inclusão nas empresas não trabalhem questões étnico-raciais. É como se esquecessem que a população negra é mais de 50% do povo brasileiro e que, por isso, deveria estar incluída nos programas que não versam necessariamente sobre raça.

Muitos alegam temer a possibilidade de “criar” um conflito racial caso comecem a falar sobre o assunto. Entretanto, se você atua em um espaço onde a grande maioria das pessoas é branca e isso nunca foi um problema – se você se acostumou a só conviver com negros que cuidam da limpeza em seu ambiente de trabalho – , já temos um conflito racial gravíssimo, porém encoberto por silêncios. E a barreira do silêncio é a mais difícil de ser quebrada. Em minha trajetória como educadora, foi necessário rompê-la sempre dos modos mais incômodos. Mesmo em minha formação universitária, poucos foram os professores com bagagem e capacidade para me guiar em um processo de conhecimento sobre a história e a sociologia do negro brasileiro. Imperava o silêncio e, para quebrá-lo, era necessário caminhar por fora, com outros profissionais negros que também tentavam construir uma história e uma trajetória, apesar do silêncio.

Hoje, continuo mostrando que deixar de falar sobre o assunto será sempre mais danoso. Sigo minha jornada como profissional autônoma aplicando um ensino que permite que mais negros tenham direitos, pois apenas com condições mínimas de dignidade é possível dizer que se tem uma vida – somente “sobreviver” não é “viver” de fato. Na história brasileira, marcada por silêncios e negações, as vidas negras sempre valeram muito pouco. Por isso, começamos a gritar que “vidas negras importam”. Mas as empresas precisam tomar cuidado: espalhar cartazes ensinando supostos “termos racistas” que funcionários deveriam evitar não adianta sem antes entender a complexidade do preconceito racial no Brasil. Obviamente todas as vidas importam.

Porém, a falta de condições mínimas e os estigmas de urna sociedade marcada por um racismo estrutural fizeram com que tivéssemos de lutar para que vidas negras fossem vistas como tendo o mesmo valor e o mesmo direito à dignidade. Vidas negras estão entre nós, são parte do universo, e calar diante disso é manter-se na cumplicidade.

SUZANE JARDIM – ativista e educadora na consultoria Mais Diversidade

OUTROS OLHARES

A SOMBRA DA REINFECÇÃO

A rara possibilidade de contaminados voltarem a pegar a Covid-19 foi atestada devido a dois casos que surgiram em junho nos EUA e no Brasil

A pandemia de coronavírus já matou mais de 800 mil pessoas em todo o mundo, contaminou mais de 20 milhões e, mesmo assim, a comunidade médica e científica ainda tem enorme dificuldade para decifrar o funcionamento da doença. E o vírus acaba de pregar mais uma peça nos cientistas: a possibilidade de reinfecção. Já foram constatados dois casos específicos, o primeiro em Boston, nos EUA, e o segundo em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 27 de junho. No caso brasileiro, a paciente em questão é a técnica de enfermagem Gabriela Carla da Silva, 24, que trabalha numa Unidade Básica de Saúde (UBS), na ala de Covid-19. Ela foi contaminada pelo novo coronavírus inicialmente em 4 de maio. Após quatro dias enferma, a jovem foi submetida à coleta de secreção da nasofaringe e orofaringe, e o resultado deu negativo. Porém, num segundo exame, realizado no nono dia, Gabriela teve a confirmação da contaminação. Ela teve vários sintomas e levou doze dias para se curar, sem necessidade de maiores intervenções médicas.

Depois, em 27 de junho, quando acreditava estar livre do coronavírus, a enfermeira voltou a apresentar os sintomas. Gabriela foi assistida no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto. O médico que acompanha o caso, Fernando Belíssimo, disse em entrevista coletiva que “ao que tudo indica, inclusive pelo exame sorológico, a paciente não desenvolveu anticorpos suficientes quando testou positivo em maio”. A instituição divulgou um estudo no qual apresenta a conclusão de que, apesar de ser extremamente rara, “a reinfecção por SARS-CoV-2 e o adoecimento por Covid-19 em mais de uma ocasião são eventos possíveis”. Apesar de o documento reconhecer a possibilidade de reinfecção, ainda pairam dúvidas a respeito. Para o professor da Faculdade de Medicina da USP, Marcos Boulos, integrante do comitê de contingenciamento do governo de São Paulo, não é provável uma reinfecção em tão pouco tempo. “Em toda infecção por vírus existe resposta imune que protege por algum tempo contra reinfecções”, afirma. O professor entende que os casos do tipo foram descritos em pouco tempo, o que pode revelar algum erro em algum dos testes realizados. “Não devemos nos preocupar com eventos ocasionais”, diz Boulos.

CABINES DE LIMPEZA

O parque Villa-Lobos, em São Paulo, está ganhando cabines de desinfecção contra a Covid-19. Essas câmaras estão sendo instaladas em terminais de ônibus e na entrada de hospitais públicos de todo o País. Ao passar por dentro da estrutura, a pessoa recebe jatos de aerossol que contém substâncias desinfetantes. Porém, a Anvisa desautoriza uso devido à falta de comprovação de eficácia científica

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE CONSOLO PARA A ALMA

DIA 28 DE AGOSTO

ASSÉDIO MORAL, UM LAÇO PERIGOSO

Falando ela a José todos os dias, e não lhe dando ouvidos, para se deitar com ela e estar com ela (Genesis 39.10).

José era escravo na casa de Potifar, mas era também um jovem inteligente e bonito. Não tardou para que a mulher de Potifar colocasse os olhos nele com desavergonhada cobiça. Ela usou todas as suas armas de sedução para levar o jovem hebreu para a cama. Mas José se manteve íntegro. Muitos fatores poderiam atenuar a culpa de José caso ele se entregasse aos galanteios daquela mulher sedutora. Ele era jovem. Seus hormônios gritavam dentro dele. Era escravo e devia obedecer em tudo à sua patroa. Vivia longe de casa e ninguém cobraria nada dele. Ainda mais: dizer não aos encantos de sua patroa poderia render-lhe perdas, e ir para a cama com ela poderia trazer-lhe vantagens imediatas. Além do mais, o assédio era contínuo. Chegou o dia em que a mulher agarrou José e disse: Deita-te comigo (v. 7). José, porém, fugiu deixando-a com seu manto. Preferiu a acusação aberta à culpa secreta. Preferiu a prisão à liberdade no pecado. Preferiu sofrer como inocente a ser promovido como adúltero. A Bíblia diz: O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa (Provérbios 6.32). Deus julgará os impuros e adúlteros. Aqueles que vivem assediando e deixando-se assediar caem numa armadilha de morte e colherão os frutos amargos dessa semeadura insensata.

GESTÃO E CARREIRA

UMA AUDIÊNCIA PARA CHAMAR DE SUA

Entenda como os influenciadores digitais podem ser bons aliados ao crescimento da sua empresa

A conversão de clientes torna­ se cada vez mais desafiadora. As redes sociais são uma boa ferramenta, mas a construção de público demanda tempo, dedicação e estudos, já que os algoritmos mudam o tempo todo e o número alto de seguidores não significa exatamente retorno em lucros. Entre os muitos atalhos que podem ser tomados nesse sentido, a audiência compartilhada é um deles.

Não à toa, a assessoria de imprensa alia-se cada vez mais a youtubers e instagramers no momento de planejar suas ações, e as agências que fazem mediação entre o cliente e as estrelas da internet crescem aos montes. “Em 2013, tive a oportunidade de trabalhar com um cliente visionário do segmento de cosméticos. A diretora de marketing do produto entrava em contato diretamente com celebridades de pequeno e médio alcance, especialmente no Instagram, falando sobre a marca, enviando um kit e, se fosse necessário, negociando um ‘merchandising’ para postagem”, conta o fundador da La Torre Marketing, com foco em consultoria em posicionamento estratégico para empresas e autor do livro A Mentalidade de Marketing: Não fique a ver navios, Thiago La Torre.

Segundo ele, era algo inovador para a época, considerando que o Instagram começou a ser usado no Brasil em 2012. ‘Algumas das influenciadoras, que ainda não tinham esse nome, geravam um pico de vendas imediato – era impressionante. Outras não surtiam efeito. No longo prazo, a marca se consolidou no Brasil e nos Estados Unidos sem nunca ter feito nenhuma ação de mídia tradicional (ATL)”, revela.

O CEO da Bume-plataforma que ajuda pequenas empresas, autônomos e influenciadores a monetizarem conteúdos na rede social -, Michel Ank, acrescenta que empresas conseguem divulgar seus produtos com o aval de uma pessoa influente em um determinado nicho principalmente pelo fato de poderem segmentar suas ações, escolhendo que tipo de público atingir e influenciadores com o perfil próximo ao da empresa.

Segundo pesquisa realizada pelo marketplace de influencers Tomoson, 51% dos profissionais de marketing que utilizam o marketing de influência afirmam que esse método pode trazer clientes mais qualificados para se tornarem consumidores da sua marca e 59% dos participantes da pesquisa planejam aumentar seus orçamentos destinados a marketing de influência nos próximos 12 meses. “É como se fosse uma divulgação boca a boca, no sentido que influenciadores são vistos por seus seguidores como amigos. Do lado do influenciador, as marcas ajudam a aumentar sua relevância e também são parte do ‘ganha-pão’ desses profissionais”, completa.

Thiago La Torre aponta ainda um estudo que mostra os dois tipos de publicidade que dão mais retomo de investimento: a mídia programática on-line, com 218%, e ações de parceria, com 174%. Os influenciadores digitais acabam trabalhando com as duas coisas de uma só vez. Mas ele alerta: “o principal risco é que a marca não use o embalo de exposição para construir sua própria audiência e fique sempre dependendo desta muleta. Ou então que selecione influenciadores errados para parceria, pensando apenas nos números, e não na essência da marca”.

Por isso, o ponto de partida é sempre um planejamento com definições de metas e traçando os perfis que realmente façam sentido para a empresa. Em seguida, é importante não gerar expectativas para além da realidade ou descontinuar ações que estão funcionando. “É importante se balizar de acordo com as médias globais para ter uma expectativa realista de retorno. O grande campeão de origem de clientes sempre será a indicação boca a boca de amigos e familiares, que é responsável em média por 45% da origem de clientes. Os demais principais canais são: Google (16%), anúncio em mídias tradicionais (14%), Review do produto em sites especializados (8%), anúncios on-line (6%), notícias (2%). Os influenciadores ficam com 4%”, ressalta La Torre.

COMO ATUAM OS INFLUENCIADORES

Apesar de haver força em redes como Instagram e Facebook, hoje, a cada minuto, são geradas 500 novas horas de conteúdo no YouTube no mundo. Quando o assunto é Brasil, pelo menos 24 canais nacionais estão na lista dos 100 mais influentes, segundo o ranking mais atual da Snack Intelligence/Tubular Labs.

Carol Moreira entra para o grupo dos produtores de conteúdo com grande alcance. Hoje, além de apresentadora do Warner Channel, ela possui o próprio canal no YouTube, com quase 800 mil inscritos, para falar principalmente sobre cinema e TV “Comecei falando de beleza e maquiagem em 2010, mas com o tempo fui mudando minha vertente. Desde então, houve muitas mudanças. Antes, chegava muito trabalho que não tinha a ver ou uns pedidos muito específicos que não combinam com o público ou comigo. Hoje, eles entendem que precisam dar liberdade para o influenciador criar junto, senão a ação dá errado. E é engraçado, porque rapidinho a gente já tem o resultado, né? Postou, dá cinco minutos e já tem gente comentando”, conta.

Os amigos Rafael Gonçalves e Alessandro Pisa começaram há menos tempo, quatro anos, e já puderam constatar essas e outras mudanças nos processos. O primeiro é padeiro, doutor em comunicação e professor universitário. O segundo é mestre cervejeiro, administrador e mestre em comunicação. Juntos, eles são os Carecas na Cozinha, que já acumula parceiros como a Fiss Koss, Santa Bárbara Carnes, Layr Fornos e Ateliê Morro do Bambu.

O segredo, segundo eles, é sempre buscar produtos que possam ser usados no vídeo e, uma vez que não há uma equipe de produção deixando os alimentos pré­ prontos, a usabilidade das marcas é mais verdadeira e a experiência mais completa. “O primeiro passo é nunca confiar cegamente em uma agência. Bem ou mal, os caras são fissurados em métrica. Pergunta para uma marca de farinha de trigo se eles preferem ter dez milhões de views no Felipe Netto ou cinco mil na mão da Palmirinha? O segundo é pesquisar onde você está pisando. Teve gente por aí, muito famosa, que andou apagando vídeos antigos, posts antigos de site, Instagram… Mas a empresa que contrata não é boba! Terceiro: visibilidade, geração de leads e conversão para vendas são coisas bem distintas”, explica Rafael Gonçalves.

QUEM É QUE MANDA

É necessário ainda lembrar que os algoritmos mudam em ritmo veloz. O que funciona hoje pode mudar sua dinâmica amanhã e é preciso decidir junto com o influenciador o melhor caminho a tomar. E, claro, ninguém melhor que o dono do canal para dizer o que os seguidores querem. “Essa coisa de tirar o número de curtidas deixou muita agência de cabelo em pé, porque essas redes têm métricas muito fechadas, muito particulares. A principal delas é o tamanho da audiência. Se você não deixa público esse número, a tendência é as pessoas olharem para a qualidade. Por isso, eu acho que a tendência orgânica e a de volume vão ter que dar um passo atrás para valorizar o conteúdo de qualidade de verdade. Quem procura o Carecas na Cozinha quer saber como harmonizar um doce ou um pão com uma cerveja”, completa Gonçalves.

Carol ressalta que muitas marcas e agências já chegam com uma ação pronta e roteirizada para divulgações pontuais, mas o trabalho pode fluir melhor se as parcerias forem pensadas a longo prazo e quando o influenciador consegue criar junto com a empresa, pensando em uma estratégia que faça sentido ao empreendedor e que também seja assertiva com o público que já está acostumado com o canal. Para isso, ela lembra que conhecer o trabalho do influenciador é o primeiro passo, tendo em mente que ter milhões de seguidores não significa exatamente ter a coesão com o que a marca precisa. “É preciso escolher bem com quem vai trabalhar, antes de tudo. Depois disso, tem que dar espaço para a pessoa criar junto. Não adianta chegar com roteirinho muito pronto ou com ideias loucas que não combinam com a pessoa ou com seu público. Quanto mais liberdade para criar junto, melhor vai ficar. Esse é o maior problema, eu acho. Tem vezes que as marcas/agências pegam pessoas que não têm muito a ver com o objetivo da ação. Esse é o primeiro passo para dar tudo errado. Tem que escolher a dedo cada influenciador, conhecer o trabalho anterior dele, saber do que ele fala, seus valores. Assim, fica muito mais fácil na hora de bater briefing e discutir a ação”, adverte Carol.

Uma pesquisa realizada pela agência Airfluencers trouxe nomes mais relevantes de influenciadores digitais de 2019 em 22 categorias. As medições incluíram audiência, influência e relevância. No setor de beleza, por exemplo, destacam-se nomes como Mariana Saad e Mari Maria; enquanto Jout Jout e Gabi Oliveira estão em comportamento e estilo de vida. Mas não adianta saber a lista dos mais influentes sem entender o que eles falam. Mídia Ninja e Kim Kataguiri estão entre os mais conhecidos de Economia, Política e Atualidades e, com certeza, você não daria os mesmos temas para ambos. Para escolher aquele que vai representar sua empresa, é preciso analisar a fundo o histórico, a mensagem e a maneira como cada uma dessas pessoas se comunica, para que a campanha não fracasse.

Se você fizer a lição de casa, a chance de sucesso é grande. “Não é porque a pessoa não fez a compra na hora que ela não foi impactada pela mensagem. Tem empresas que só querem números de views, quanto mais alto melhor. Mas não pensam muito se o público realmente ouviu o que foi dito. Não se deve exigir que o influenciador faça um trabalho legal sendo que tem um briefing engessado sem possibilidade de criação em cima. Ela pode exigir que o influenciador lhe passe dados e informações para a criação ser mais assertiva”, acrescenta a influencer Carol Moreira.

O QUE A EMPRESA PRECISA SABER

Sem identidade, não há marketing. E sem métricas não há resultado. Não dá mais para repetir frases como “acho que não ficou bom”. É preciso uma razão de ser. Usar um influenciador significa aproveitar os formatos que ele já usa e funcionam com o público dele. Aceitar isso é o que vai fazer vender mais, e a medição dessa venda vai poder ser realizada de diversas maneiras: cliques, tráfego, engajamento, feedback direto e indireto, entre outros.

Isso não significa você perder a identidade de marca, mas sim compartilhá-la ­ afinal, se sua empresa fez a tarefa de pesquisa, o nome escolhido para a campanha não deve destoar daquilo que quer transmitir. “Falo de YouTube porque tenho mais conhecimento, mas dá para ter vários dados demográficos por meio dele – idade, gênero, localidade. Isso é básico, simples e a empresa precisa exigir sim”, afirma Gonçalves.

Thiago La Torre lembra que não existe uma maneira única de trabalhar a audiência compartilhada. É possível tanto aproveitar o canal que já existe quanto usar a presença do influenciador em campanhas ativas que partam direto da sua empresa. “O Facebook, que é dono do Instagram e do WhatsApp, está atento ao crescimento do uso de influenciadores no mercado. Para eles, não é vantajoso o crescimento dos influenciadores no modelo atual de negócios. Pois com o aumento do uso de influenciadores no marketing, parte da verba de publicidade que seria destinada ao Facebook ou Instagram passa a ser destinada diretamente para os influenciadores”, diz.

Ele analisa que aos poucos, Zuckerberg está tomando medidas para que as ações sejam intermediadas pela empresa, por exemplo, a caça às automações, que reduz o poder de alcance dos influenciadores, remoção da contagem pública de Likes, que reduz a capacidade de o cliente analisar o engajamento real do influenciador, e o lançamento de ferramentas para que influenciadores façam anúncios em cobranding. Resumidamente: No futuro para fazer ações de influência dentro do Facebook e Instagram, vai ser necessário destinar uma fatia da verba para o grupo empresarial também.

Carol concorda e observa que o Facebook está praticamente morto para campanhas, enquanto que Instagram e Twitter ainda geram bons resultados. Mesmo assim, ela é otimista com as novas mudanças e acrescenta que o podcast é uma tendência ainda pouco explorada pelas marcas. “Nos Estados Unidos, o mercado de influenciadores movimenta US$2 bilhões, o equivalente a cerca de 2% de toda mídia digital do País. Por outro lado, a massificação dessas abordagens já começou a virar chacota entre alguns empreendedores que são abertamente contra o uso de influenciadores”, pontua.

De acordo com ela, o segmento pede uma profissionalização. “Os influenciadores, que antes tratavam diretamente com os proprietários ou diretores, devem começar a tratar mais com agências ou através de plataformas que organizam o seu trabalho, definindo bem os tipos de parcerias que estão dispostos a fazer”, ressalta Thiago. Ele ainda vê, para os próximos anos, a tendência de que os influenciadores se tornem produtores de conteúdos para as marcas, assumindo funções que seriam da agência ou equipe interna, como a marca de licor Malibu já faz nos Estados Unidos.

Ele ainda enxerga que as marcas comecem a buscar nanoinfluenciadores: consumidores-influenciadores e funcionários-influenciadores. “O diretor de conteúdo do LinkedIn, Daniel Roth, diz que o engajamento de funcionários é dez vezes maior do que o perfil institucional das marcas – é natural, portanto, que as marcas comecem a buscar influenciadores não profissionais para fazer o trabalho de divulgação, seja através de diretrizes internas para os funcionários ou eventos de experiência que incentivem as postagens”, finaliza o fundador da La Torre Marketing.

PRINCIPAIS MÍDIAS SOCIAIS

Uma das maiores preocupações dos gestores é qual mídia social focar. A regra é simples: todas as mídias sociais vão eventualmente perder o engajamento. O foco da marca deve ser em desenvolver a sua reputação no longo prazo e não criar audiências em canais específicos. No ano passado, o Facebook teve seu alcance orgânico reduzido a menos de 2%, o mesmo já aconteceu com o Instagram, cujo engajamento já caiu pela metade, tanto nos posts orgânicos (de 4,5% para 1,9%) como em anúncios (de 4% para 2,4%). Nos EUA, o Snapchat é muito forte com os millenials e se fala muito do Tik tok, mas no Brasil o Instagram ainda é o principal.

FONTE: Thiago La Torre.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

MENTES INSTÁVEIS

A impulsividade típica da adolescência pode ser explicada pela fraca integração de áreas cerebrais responsáveis pelo planejamento cognitivo

Costumamos culpar os jovens por situações que talvez pudessem ser facilmente evitadas – como acidentes de carro nas madrugadas. Nesses casos, quase sempre há indícios de uso de álcool ou outras drogas pelos motoristas. Pesquisas neurocientíficas recentes, entretanto, sugerem que a preocupação dos adultos não se deve apenas à suposta falta de responsabilidade dos mais novos. Estudos mostram que quando adolescentes executam certas tarefas, seu córtex pré-frontal – região cerebral que participa das tomadas de decisão – trabalha de forma mais intensa do que a mesma estrutura no cérebro mais maduro diante de circunstâncias idênticas. Além disso, outras áreas do sistema nervoso, que costumam auxiliar nesses momentos, mostram-se menos ativas durante a puberdade. Quando confrontados com situações desafiadoras, os adolescentes parecem menos hábeis em avaliar os fatores em jogo e reagir de forma apropriada.

Compreender as capacidades e limitações do cérebro ao longo dos diversos estágios do desenvolvimento é essencial na avaliação psicológica e na educação. Ironicamente, embora a adolescência, e mais especificamente a puberdade, seja reconhecida como uma fase importante, a mente e o cérebro dos jovens foram bem menos estudados do que de crianças e de adultos. Com o avanço das pesquisas, no entanto, vem ficando cada vez mais claro que a habilidade neural de um adolescente não é igual à de uma pessoa mais velha, embora muitas vezes ele se comporte como adulto. Os processos fisiológicos por trás do controle cognitivo do comportamento ainda não estão totalmente maduros. Se somarmos ainda os estímulos estressores, abundantes nas grandes cidades, fica mais fácil explicar por que tantos acidentes ocorrem com pessoas nessa faixa etária.

Uma das características mais marcantes do cérebro adolescente está no funcionamento do córtex pré-frontal, responsável pelas funções executivas que atuam no comportamento voluntário e planejado. É o que apontaram as pesquisas da psicóloga Beatriz Luna, diretora do Laboratório de Desenvolvimento Neurocognitivo da Universidade de Pittsburgh. Com ressonância magnética funcional (fMRI) e testes psicológicos que mobilizam funções visuais e motoras, Luna escaneou o cérebro de adolescentes e adultos enquanto eles olhavam luzes aleatórias piscando na tela do computador. Duas situações foram avaliadas: quando os indivíduos tentavam se concentrar rapidamente no novo foco de luz e quando a instrução era evitar olhá-lo diretamente.

EXÓGENO E ENDÓGENO

A pesquisadora observou que, para realizar a mesma tarefa, o córtex pré-frontal dos mais jovens foi mais solicitado do que o dos adultos. “A extensão dessa região mobilizada pelos adolescentes é similar à que os adultos usam para realizar tarefas bem mais complexas”, explica Luna. Segundo ela, o uso excessivo do córtex pré-frontal pode induzir ao erro, especialmente em situações mais difíceis ou de maior risco.

Especialistas em psicologia cognitiva distinguem dois tipos de controle do comportamento: exógeno e endógeno. O primeiro é reflexo, uma resposta “automática ” a estímulos externos, como as luzes que aparecem na tela. O controle endógeno é voluntário e resulta do propósito de, por exemplo, esforçar-se para não olhar os pontos de luz. No córtex pré-frontal maduro predomina o controle endógeno do comportamento. Para o cérebro adolescente é mais difícil anular deliberadamente a reação exógena.

Luna e outros pesquisadores afirmam que, embora os adolescentes possam eventualmente manifestar o controle cognitivo na tomada de decisão, o poder endógeno ainda está em amadurecimento. “Testes visuais e motores exigem que o córtex pré-frontal coordene as atividades do resto do cérebro. O que a fMRI nos mostrou foi que na fase intermediária entre a infância e a vida adulta é com um o uso dessa região de forma exacerbada, enquanto os adultos acionam também outras áreas, distribuindo melhor a carga de trabalho”, explica. Assim, se algo inesperado ocorre em uma situação já estressante, o adolescente tende a esgotar os recursos do córtex pré-frontal. A sobrecarga cognitiva acaba prejudicando as funções executivas e, consequentemente, a capacidade de planejar e fazer escolhas. Isso talvez explique por que os adolescentes se comportam de forma impulsiva. “Para o adulto é bem mais fácil inibir respostas equivocadas, manter a compostura e não ceder às tentações”, diz a pesquisadora.

RECRUTANDO NEURÔNIOS

A maturação das habilidades executivas só ocorre no fim da adolescência, isto é, pouco depois dos 20 anos. Além disso, outras funções cognitivas estão em desenvolvimento durante a puberdade, como a memória de trabalho, que auxilia na orientação do comportamento voluntário. As imagens em fMRI obtidas por Luna indicam que os adolescentes não são capazes de mobilizar com eficiência as áreas que contribuem para o funcionamento da memória de trabalho.

Susan F. Tapert, da Universidade da Califórnia em San Diego, também observou fraca integração de algumas funções cerebrais durante a puberdade. Ela investigou a memória de trabalho espacial em indivíduos no início (12 a 14 anos) e no final (15 a 17 anos) da adolescência com fMRI. “Os mais velhos apresentaram um número menor de áreas ativadas enquanto realizavam tarefas, e usaram mais o córtex parietal inferior que os participantes mais jovens”, explica Tapert. Ela acredita que os voluntários com mais de 14 anos utilizaram menos neurônios e empregaram estratégias diferentes das dos mais jovens. As áreas ativadas sugerem que eles resolveram a tarefa por meio de estratégia verbal, em vez de por tentativa e erro.

Ao longo da adolescência, o cérebro passa a mobilizar mais regiões e distribuir certas tarefas a áreas especializadas, reduzindo assim o esforço cerebral necessário para chegar ao mesmo desempenho. “Fui surpreendida com a magnitude da mudança observada nesse intervalo relativamente pequeno”, diz a psicóloga. Adolescentes mais novos podem ter bom desempenho em testes de memória de trabalho espacial, mas precisam recrutar mais neurônios. Também são menos capazes de realizar tarefas adicionais se estiverem previamente estressados. Segundo Tapert, só no final da adolescência a memória de trabalho espacial é distribuída de forma eficiente entre as diferentes regiões cerebrais.

PROCESSO DE DEPURAÇÃO

As técnicas de imageamento cerebral apoiam a hipótese de que o cérebro adolescente, sobretudo as áreas envolvidas na tomada de decisão e no controle do comportamento, passa por alterações físicas significativas. O pesquisador Jay N. Giedd, do setor de psiquiatria infantil do Instituto Nacional de Saúde Mental, Estados Unidos, demonstrou que o córtex pré-frontal dorso lateral, importante para o controle da impulsividade, sofre uma poda sináptica sistemática, isto é, a eliminação de conexões desnecessárias entre os neurônios – o resultado é a transmissão mais eficiente dos sinais neurais.

A maioria dos pesquisadores admite que essa “depuração” neuronal seja um mecanismo fundamental de maturação do sistema nervoso, assim como o depósito adicional de mielina, que promove o isolamento elétrico dos axônios que enviam sinais de um neurônio a outro. As duas alterações aprimoram o funcionamento cerebral. Enquanto a depuração sináptica aumenta a eficácia de operações locais, a mielinização acelera a transmissão neural. A consequência é o aumento da capacidade do córtex pré-frontal de impor comportamentos voluntários planejados, aponta Luna.

Um dos estudos recentes conduzidos por Giedd acompanhou o desenvolvimento cerebral de 307 crianças e adolescentes por meio de fMRI e testes neuropsicológicos. “Foi surpreendente descobrir que o tamanho do cérebro não muda muito depois dos 6 anos. Ele se torna mais espesso, mas já tem cerca de 90% do tamanho adulto. Sua dimensão geral é estável durante a adolescência, mas seus componentes mudam de forma e tamanho”, explica. As imagens revelaram alterações nas conexões entre os neurônios que participam dos processos de tomada de decisão, julgamento e controle da impulsividade, bem como das projeções do córtex pré-frontal para outras regiões. As pesquisas mais recentes sugerem que o córtex pré-frontal continua a amadurecer até os 20 anos. “É impressionante que essas mudanças durem tanto tempo”, comenta Giedd.

Nem todos os especialistas, porém, estão de acordo com a ideia de que a impulsividade adolescente seja explicada apenas pela neurobiologia. Um deles é Robert Epstein, da Universidade da Califórnia em San Diego e fundador do Centro de Estudos Comportamentais de Cambridge. Indignado, ele não acredita que o cérebro adolescente seja diferente do adulto. “Isso não existe. É uma farsa coordenada pelas indústrias farmacêuticas que financiam pesquisas.”

Para desmascarar o suposto mito segundo o qual o desenvolvimento cerebral estaria na origem dos problemas comportamentais do adolescente, Epstein cita o livro Blaming the brain, de 1998, de Elliot Valenstein, da Universidade de Michigan. Para o autor, certos neurocientistas são influenciados pelos grandes laboratórios farmacêuticos, os quais teriam interesse em “culpar” o cérebro, porque isso abriria caminho para que os médicos prescrevessem mais drogas psicoativas. (Vale lembrar que nenhuma pesquisa apresentada neste artigo foi financiada pela indústria farmacêutica).

Outro argumento de Epstein – mais convincente – é que os estudos que indicam alterações físicas no cérebro adolescente tendem a analisar apenas a sociedade ocidental. Segundo ele, algumas raras pesquisas em países em desenvolvimento ou em países orientais mostram que seus adolescentes não se comportam como os americanos, por exemplo. “No plano multicultural não há nada que se assemelhe a um cérebro adolescente”, afirma. Epstein gosta de citar o livro Adolescence an Antropological inquiry, de 1991, dos antropólogos Alice Schlegel, da Universidade do Arizona, e Herbert Bany, da Universidade de Pittsburgh. Eles estudaram adolescentes de 186 culturas pré-industriais e descobriram que em 60% delas não há sequer um termo que identifique esse período da vida. Além disso, a maioria dos jovens observados passavam a maior parte do tempo entre adultos e não segregados com seus próprios pares. O estudo mostrou que não havia comportamento anti social em metade das culturas analisadas, e, mesmo quando havia, sua manifestação era moderada. Baseado em pesquisas como essa, Epstein considera “equivocado culpar o cérebro por tudo o que há de ruim em nós, pois a influência ambiental sobre o comportamento é tremenda. Vivemos numa sociedade na qual as crianças vivem distantes dos adultos e, portanto, aprendem umas com as outras. Isso gera problemas”, argumenta. Segundo ele, nas sociedades em que a transição da adolescência para a vida adulta é suave, a suposta angústia ou revolta adolescente simplesmente não é observada.

CÉREBRO PRONTO?

Luna não concorda com a opinião de Epstein, mas a considera interessante e respeitável. “Seus experimentos controlam as diferenças culturais e estudam o funcionamento cerebral por meio de estímulos emocionalmente neutros e não de decisões comportamentais socialmente relevantes”, diz a pesquisadora. Em relação à influência do meio, ela afirma que as imagens de fMRI mostra m que o cérebro é um sistema vulnerável e, em situações estressantes, o adolescente tem mais dificuldade de se controlar do que o adulto. Segundo a psicóloga, o cérebro adolescente não estaria totalmente “pronto” – o que é bom, pois permite que ele se desenvolva de forma mais compatível com seu meio. “Estamos tentando compreender a relação cérebro-meio. Não que o cérebro adolescente seja diferente dos outros, o que existe é um continum, afirma. Para isso, foi formulada uma experiência que confrontasse estímulos internos e externos e os cientistas pudessem, assim, estudar como as respostas são inibidas em situações contraditórias.

“O teste visual e motor é difícil, pois todo o cérebro é acionado para prestar atenção aos estímulos visuais”, diz Luna. Para não olhar as luzes é preciso que o córtex se comunique com as regiões sub corticais, gerando uma resposta endógena (“Não vou olhar as luzes”) que suplanta a resposta reflexa e exógena (“Olhe a luz”). Como é mais difícil para o adolescente realizar tarefas que exigem controle voluntário, ele está mais exposto a decisões equivocadas. Em situações com poucas exigências concorrentes, ele de fato se comporta como o adulto. Nas culturas pré-industriais, esse é o meio mais comum e, assim, o adolescente não manifesta condutas arriscadas. Mas isso não quer dizer que seu cérebro não esteja sendo depurado, ou melhor, que não exista algo único em relação à adolescência.

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