EU ACHO …

O LUGAR DO ENCONTRO

Apesar da imensa crise, as livrarias felizmente vão sobreviver

Na última semana, participei de uma live com Rui Campos, da rede de livrarias Travessa, e Ivana Jinkings, da editora Boitempo. Conversamos sobre o futuro do livro e do mercado literário, um dos que mais sofreram ultimamente, mesmo antes da pandemia, principalmente com o fechamento de diversas livrarias e com a recuperação judicial das redes Saraiva e Cultura.

Apesar de tudo, o livro sobrevive. Após uma queda brusca e um prenúncio de crise histórica, o mercado mostrou recente recuperação, ainda longe de ser ideal. Nos meses de maio e junho, um levantamento do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) confirmou uma rota de recuperação desde o início da pandemia, conforme noticiado no site Publish News. Segundo o presidente do Snel, os próximos meses serão essenciais, com a reabertura das lojas físicas e a volta dos lançamentos, que movimentam o mercado e atraem o público.

Afinal, a pandemia exigiu replanejamento das editoras. Muitos lançamentos foram adiados, especialmente de autores estreantes. Apenas alguns nomes fortes seguiram no calendário – por exemplo, Fé no Inferno, de Santiago Nazarian, foi publicado recentemente pela Companhia das Letras já que o autor possui público cativo. Para ultrapassar a crise, Nazarian tem pessoalmente vendido exemplares autografados pelas redes sociais.

A maioria das editoras garantiu vendas através do relançamento de clássicos, da criação de boxes e dos e-books. Sem dúvida, os livros digitais ganharam força nos últimos tempos. Quando eles chegaram ao mercado, muitos disseram que o livro físico seria coisa do passado, para colecionador, em comparação esdrúxula com o vinil. É claro que isso não aconteceu, nem vai acontecer: a experiência de ler um exemplar físico, com capa, textura e cheiro de papel, é bem diferente daquela de ler um digital, com a tela branca. Os dois coexistem – eu mesmo leio livros de estudo no e-reader, mas corro para o físico quando quero me distrair com uma boa ficção.

O e-commerce cresceu no período, já que as lojas estavam fechadas por causa da quarentena. Ainda que a Amazon seja a mais forte nas vendas on-line, Rui Campos fez questão de destacar que não só a Travessa como a maioria das livrarias pequenas fazem vendas on-line com entregas em todo o Brasil. Mais ainda: nas cidades onde não há livrarias, a venda da Amazon cai. São as livrarias, com suas gôndolas expondo as novidades, que criam a demanda. É o diálogo com um bom livreiro que leva a conhecer um autor novo. Se você não vai à loja, nada disso acontece. Segundo Rui, a livraria é o lugar do encontro.

Foi essa frase que motivou este texto. Eu me assusto ao pensar nas dificuldades que as livrarias ainda vão enfrentar. Para ajudar, o projeto Retomada das Livrarias (www.projetoretomada.org.br) tem arrecadado fundos para os pequenos negócios do ramo, tão importantes para nós. São tantos encontros que as livrarias já me proporcionaram: com leitores, com amigos livreiros com quem troco referências, com autores que mudaram minha visão de mundo, com apaixonados por livros que se tornaram bons amigos. Vou fazer minha parte para que as livrarias voltem com a força de gerar mais e mais encontros.

***RAPHAEL MONTES                

OUTROS OLHARES

AUTORIDADE DOENTIA

Alguns dos piores traços do caráter nacional têm se manifestado com frequência, nas últimas semanas, e mostrado que a propalada cordialidade brasileira não demora um segundo para virar ilusão. São constantes as imagens de gente querendo ganhar discussões no grito, impondo autoridade, dando “carteiradas”, agredindo inocentes e, principalmente, recusando ser chamada de cidadã ou cidadão, como se fosse uma afronta. Parece que a cidadania virou uma ofensa pessoal e a grosseria deveria se impor como padrão de comportamento. Os problemas vão muito além da pandemia, estão nas nossas raízes, mas a exigência de uso de máscaras para proteção contra a Covid-19 e a proibição de aglomerações tornaram-se os maiores disparadores de discórdias. Agentes de saúde e profissionais de segurança, que tentam fazer as regras serem cumpridas, são alvos de pessoas que se acham superiores e expõem o lado mais pernóstico da nossa cultura, que tem no rebaixamento um de seus pilares. “Sabe com quem está falando?” é a frase preferida do anticidadão brasileiro para mostrar-se melhor do que os outros e burlar as regras.

O vídeo do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Eduardo Almeida Prado de Siqueira que circulou nas redes sociais, chamando de “analfabeto” e “guardinha” o guarda civil de Santos, Cícero Hilário, que o havia multado por falta de máscara, é um exemplo bem-acabado dessa síndrome de superioridade que macula o espírito nacional. “Cidadão, não. Desembargador, com contatos. Melhor que você”, declarou para o profissional que tentava fazer seu trabalho. Para se justificar, Siqueira disse que o decreto municipal que tornou obrigatório o uso do equipamento de proteção “não é lei” e ameaçou jogar a multa de R$ 100,00 na cara do guarda. Em seguida, telefonou para o secretário de Segurança Pública de Santos, Sérgio Del Bel, para reclamar da situação, numa típica “carteirada”. “Estou aqui com um analfabeto de um PM seu. Eu falei, vou ligar para ele (Del Bel) porque estou andando sem máscara. Só estou eu na faixa de praia que eu estou”, disse para o secretário. O desembargador revela que para algumas pessoas ser tratado como um cidadão, seguir certas regras que todos devem obedecer, é um ultraje. Há uma nítida extrapolação de poder, além de uma vontade de crescer sobre o outro, de torná-lo inferior.

VÍCIO ESTRUTURAL

Há 41 anos, o antropólogo e professor titular da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) Roberto DaMatta publicou um livro chamado “Carnavais, Malandros e Heróis – Para uma sociologia do dilema brasileiro”, no qual deixou claro que esse sentimento de superioridade que afeta as relações sociais tem suas origens na sua própria formação do País e no seu desenvolvimento. DaMatta mostrou que a frase “sabe com quem está falando?” expõe um profundo vício estrutural de uma terra de homens e mulheres que rejeitam a igualdade. Não se trata apenas de um comportamento isolado e individual, como o do desembargador, mas de uma manifestação obscura que aparece em momentos críticos. No capítulo 4 da obra, ele classifica a pergunta como um rito cultural, um traço persistente da cultura nacional forjada na escravidão e na desigualdade. “O Brasil é uma sociedade especializada em esconder coisas embaixo do tapete, é aristocrático e alérgico à igualdade”, disse DaMatta. “O que estamos vivendo de maneira intensa é a dificuldade de lidar com o regime democrático, que exige autocrítica”. Segundo o antropólogo, o fato da sociedade brasileira ter sido construída por escravos e não por operários explica, em parte, essa distorção de comportamento. “Vejo uma reação violenta ao elemento básico da democracia, que é a igualdade. Para o brasileiro, quem manda dá ordem e obedecer é sinal de inferioridade. Isso ficou bem claro nesse caso do desembargador. Ele se recusou a acatar a ordem do guarda, que ele julga que se trata de um ser inferior”, afirmou.

Devido à pandemia, houve uma mudança repentina da realidade, que disparou uma crise comportamental com a qual muita gente não está sabendo lidar. Casos de ofensas e de agressões verbais gratuitas e desproporcionais pipocam toda hora em vídeos divulgados pelas redes sociais. Além do episódio de Siqueira, várias outras situações expuseram os piores instintos dos brasileiros. No Rio de Janeiro, no início do mês, uma mulher e um homem ofenderam o superintendente de Inovação, Pesquisa e Educação em Vigilância Sanitária da Prefeitura local, Flávio Graça, durante uma operação de fiscalização em bares e restaurantes da Barra da Tijuca que não cumpriam as normas de distanciamento social. Assim que Graça chamou o homem de cidadão, a mulher retrucou: “Cidadão, não. Engenheiro civil formado e melhor que você”, disse ao fiscal. Sentindo-se admoestada, algo que muitos brasileiros adultos têm dificuldade em aceitar, a mulher tentou impor sua superioridade. E mais uma vez, a condição espezinhada foi a de cidadão, posição que muitos consideram inferior, uma denominação genérica para uma pessoa qualquer.

DIREITOS E DEVERES

Pelo que se vê, o Brasil deve ser o único país do mundo em que a pessoa se sente ofendida e rebaixada ao ser chamada de cidadão. O conceito de cidadania, que envolve uma percepção clara de direitos e deveres, ganhou forma a partir do Iluminismo e da Revolução Francesa, na segunda metade do século 18, quando a posição da aristocracia, que vivia acima da lei, passou a ser questionada na França. O que define um cidadão, basicamente, é usufruir de seus direitos civis, em especial, à liberdade, à propriedade e à igualdade e cumprir seus deveres legalmente estabelecidos. Mas no Brasil ser igual aos demais é um incômodo e tripudiar com o semelhante é um vício nacional. Enquanto o brasileiro diz “sabe com quem está falando”, um americano diria “quem você pensa que é”. “O desejo de humilhar e a vontade hierarquizante fazem parte de um ritual de destituição da cidadania”, afirmou DaMatta.

Em Alphaville, bairro luxuoso da região metropolitana de São Paulo, o engenheiro Ivan Storel, em mais uma demonstração de barbárie, surtou, no final de maio, com dois policiais militares, um cabo e um soldado, que foram à sua casa para verificar uma denúncia de violência doméstica feita por sua esposa. Com um discurso furioso, ele revelou seu lado mais preconceituoso e violento e recusou-se a atender os guardas cordialmente. “Você pode ser macho na periferia, mas aqui você é um bosta. Aqui é Alphaville, mano”, disse, aos berros, para o cabo da PM que tentava realizar seu serviço. “Você não me conhece, ganho R$ 300 mil por mês e você é um merda de um PM que ganha R$ 1 mil”. Para os fomentadores da desigualdade, o mais importante é a profissão, o diploma, o alto salário e não as regras que precisam ser cumpridas e o respeito ao próximo. Há uma esquisita autopercepção de status e poder, que impulsiona o transgressor a fugir de suas responsabilidades.

Num ponto extremo de rebaixamento e anticidadania, um policial militar pisou no pescoço de uma mulher em Parelheiros, na zona sul de São Paulo. Num vídeo exibido pelo programa Fantástico, da TV Globo, no domingo 12, a mulher, uma comerciante negra de 51 anos, mãe de cinco filhos e dona de um bar no bairro, aparece caída no chão e imobilizada. “Quanto mais eu me debatia, mais ele apertava a botina no meu pescoço”, declarou a vítima. O policial João Paulo Servato, 34 anos, alegou que foi atacado por uma barra de ferro e que estava se defendendo, uma situação que as imagens desmentem. Disse que usou o “meio necessário para conter a comerciante”. Depois de sofrer violência e humilhação, a mulher foi levada a um hospital, com ferimentos no rosto e a perna quebrada. Foi mais uma cidadã brasileira humilhada por uma autoridade doentia.

“Ainda não resolvemos a contradição entre o senhor e o escravo, entre a casa grande e a senzala”, diz o historiador Marco Antônio Villa. “Nós passamos 130 anos de República, mas a questão da igualdade ainda é um traço de resistência.” Segundo ele, aqueles que se sentem donos do poder e dos espaços sociais continuam vendo o cidadão comum como “arraia-miúda, plebe ignara”. Percebe-se no “aristocrata” brasileiro uma vontade de rebaixar o próximo para elevar sua própria posição. Há, porém, uma reação vigorosa das instituições e da sociedade diante das agressões, o que, de alguma forma, revela uma evolução social. “A gente observa que essas manifestações existem, mas são cada vez mais dissonantes. Hoje vira um escândalo. Isso é positivo. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) agiu rapidamente, o que mostra que o próprio Poder Judiciário rejeita esse comportamento do desembargador”, explicou.

No caso de Siqueira, a reação institucional foi imediata. O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou a abertura de um pedido de providência para investigar sua conduta com os guardas civis. Martins deu um prazo de 15 dias para que o desembargador dê informações sobre sua atitude. O ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Marco Aurélio Mello criticou Siqueira. “A autoridade na rua é o guarda, não o desembargador”, afirmou Mello. “Somos autoridades no tribunal, com a capa nas costas. Na rua, somos cidadãos.” Os guardas municipais agredidos, Cícero Hilário e Roberto Guilhermino, que também participou da ação, foram homenageados pela Prefeitura da cidade por causa da conduta exemplar no episódio. Os dois mantiveram a calma e ouviram Siqueira respeitosamente. “A gente vê que uma postura nossa gerou admiração, nosso trabalho foi reconhecido e isso trouxe orgulho para minha família”, disse Cícero ao ser condecorado.

INDIGNAÇÃO SOCIAL

A mulher que ofendeu a fiscal da Prefeitura do Rio perdeu o emprego. A empresa do setor elétrico Taesa, onde ela trabalhava, emitiu uma nota em que afirma que “compartilha a indignação da sociedade em relação a este lamentável episódio”, destacando que a funcionária desrespeitou “a política vigente da empresa de isolamento social e prevenção ao novo coronavírus”. O homem que ofendeu os policiais em Alphaville publicou um vídeo pedindo desculpas e atribuiu seu descontrole a um problema médico. “Não quero me eximir de responsabilidade, mas passo por tratamento psiquiátrico e estava sob efeito de álcool e de remédio. Peço perdão à PM pela minha atitude”, disse Storel. A PM informou que os policiais envolvidos no caso da comerciante agredida em Parelheiros foram afastados e permanecerão fora das atividades operacionais até a conclusão das investigações.

A síndrome de superioridade que afeta muitos brasileiros ganhou dimensões de patologia social. A pandemia abriu uma nova frente de impropérios e violências verbais contra profissionais que contribuem para inibir o avanço do coronavírus. Em pleno estado de calamidade pública, ainda há pessoas que não sabem se comportar, cometem atos de desobediência civil e querem ficar impunes. Há gente que acha que não deve usar máscaras porque se trata de algo inútil ou de uma invasão de privacidade. Agentes sanitários sofrem ameaças frequentes em operações de fiscalização e encontram várias pessoas se comportando de maneira agressiva e arredia. É uma pena. Já está na hora de alguns brasileiros deixarem de se sentir melhores do que os outros e passarem a respeitar a suprema condição de cidadão.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE CONSOLO PARA A ALMA

DIA 14 DE AGOSTO

QUAL É A ORIGEM DA FAMÍLIA

E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeita-a… (Genesis 1.28a).

Deus criou o homem e a mulher. Criou-os à sua imagem e semelhança. Criou-os perfeitos, colocou-os num lugar perfeito e tinha com eles perfeita comunhão. Deus não apenas criou o homem e a mulher, mas também os uniu em sua carne, estabelecendo um princípio permanente: Por isso, deixa o homem pai e mãe e se una à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne (Genesis 2.24). O casamento não nasceu na terra, mas no céu. Não nasceu no coração do homem, mas no coração de Deus. O casamento é a primeira instituição divina. Precede à igreja e ao estado. A família é a base de todas as outras instituições. É a célula-mãe da sociedade. Por ter sua origem em Deus, a família há de permanecer vitoriosa até o fim. Enquanto o mundo for mundo, a família estará presente na terra, e homens e mulheres continuarão casando e dando- se em casamento. É bem verdade que a família está sendo torpedeada implacavelmente. Muitos são os torpedos lançados sobre essa divina instituição para desmoralizá-la. Mas ela sairá vitoriosa e sobranceira de todas essas lutas. Os homens não podem desfazer o que Deus faz. A família prosseguirá sua jornada perseverantemente e navegará nesse mar revolto até chegar a seu destino final, quando, na consumação de todas as coisas, os remidos de Deus, serão recolhidos aos tabernáculos eternos para habitar para sempre com o Senhor, onde seremos uma só família!

GESTÃO E CARREIRA

ISOLADOS, SIM. SEDENTÁRIOS, NÃO

Ganho de peso, má postura, falta de energia. O confinamento pode trazer prejuízos ao corpo e ao bem-estar, mas é possível criar uma rotina fisicamente ativa dentro de casa

Desde que a pandemia de covid-19 nos mandou ficar em casa como estratégia para conter a propagação do novo coronavírus já se vão mais de 100 dias. Das muitas mudanças que isso provocou (e vem provocando) na rotina das pessoas, uma das principais foi reduzir a quantidade de atividades físicas. Quem estava acostumado a treinar em academia ou a correr ao ar livre, por exemplo, precisou pensar em maneiras de adaptar a prática para o espaço do­méstico, o que nem sempre é simples. E não é só isso. As novas jornadas de trabalho e o acúmulo de funções (como manter a arrumação da casa, planejar e preparar as refeições e assessorar os filhos nas aulas online) forçaram novos arranjos no dia a dia das famílias. Uma das consequências foi que os exercícios acabaram ficando em segundo plano para muitos.

Em um levantamento sobre os hábitos de saúde dos brasileiros durante a quarentena, o Vigilantes do Peso entrevistou mais de 2.200 pessoas (associadas e não associadas) e descobriu que metade delas (49%) não está conseguindo se exercitar regularmente em casa, principalmente por preguiça, falta de espaço ou de tempo ou por não saber como malhar sozinha. A pesquisa mostrou, ainda, que 42% adaptaram os treinos, mas não estão parados; e 9% afirmaram estar fazendo os mesmos exercícios praticados antes da pandemia.

Para completar, há o fator home office. Muitos profissionais que, de um dia para outro, precisaram transformar a casa em escritório tiveram de fazer isso na base do improviso. Sem um ambiente adequado e móveis minimamente ergonómicos, quem paga é o corpo. “A altura do assento e da mesa, a posição da tela do computador e a postura ao falar no celular precisam ser ajustadas de modo que não acabem levando a dor nas costas (principalmente na lombar e na cervical), lesões como tendinite e problemas circulatórios”, diz Bianca Vilela, fisiologista do exercício e especialista em ergonomia e saúde corporativa. “A falta de estrutura física adequada para trabalhar prejudica não só o corpo mas a concentração, o humor e a produtividade.”

Tanto as empresas sabem disso que estão agindo para apoiar a adaptação dos funcionários em regime de trabalho remoto. A Nestlé ampliou seu já existente programa de qualidade de vida e, por meio de um aplicativo interno, passou a oferecer a todos os trabalhadores em home office dicas de ginástica laboral, aulas em vídeo e treinos personalizados para fazer em casa. Também criou um programa de bem-estar que orienta sobre como adequar o espaço de trabalho para ter conforto e produtividade e conta até com coach de ergonomia, que faz uma visita virtual à residência do profissional e sugere melhorias. Na Locaweb, os mais de 1.400 funcionários em home office têm acesso a aulas guiadas online de ioga, meditação, treinamento funcional e ginástica laboral.

POR QUE NÃO FICAR PARADO

 Além de recomendar o isolamento social, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas de diversas áreas da saúde se apressaram em defender que todos tentassem criar uma rotina de atividades físicas em casa como forma de cuidar não só da saúde do corpo mas do bem-estar mental. “Quando você se exercita, tira o foco dos problemas e de pensamentos negativos que surgem no contexto em que estamos. É um momento de aliviar o estresse e a ansiedade”, diz o médico do esporte Páblius Staduto Braga, do Centro de Medicina Especializada do Hospital 9 de Julho.

Para a trader de exportação Maria na Fonseca Moura, de 32 anos, o efeito tem sido exatamente esse. “Sou ansiosa e, com tempo sobrando por causa das mudanças no trabalho, me pego pensando demais e ficando tensa. Os exercícios e a respiração consciente me ajudam a manter o equilíbrio’, diz. Ela tinha como meta completar sua primeira maratona neste ano e vinha se exercitando todo dia: corria de manhã e à noite fazia musculação, crossfit e dança. Com a academia fechada e sem poder praticar corrida na rua, adiou o plano, mas segue treinando para manter o condicionamento conquistado. Adaptou um espaço no apartamento onde mora, comprou acessórios e está tentando malhar diariamente, embora nem sempre consiga. “Treino cerca de meia hora por dia e sinto que rende mais do que na academia (onde fazia 1 hora), talvez pela falta de distrações”, diz. Ela também alugou uma bicicleta ergométrica, participa de aulas fitness online e tira dúvidas com seu personal por videochamada. O empenho rendeu uma bem-vinda perda de peso. “Tive medo de engordar ficando o tempo todo em casa. Mas, comendo melhor e treinando, acabei até emagrecendo”, conta.

Ter uma rotina de atividades físicas também funciona como gatilho para adotar outros hábitos saudáveis. Além disso, é consenso que praticar exercícios leves e moderados com regularidade melhora as defesas do organismo, mas até aqui havia certa polêmica em relação às práticas em alta intensidade e seu possível risco de suprimir o sistema imunológico – algo que ninguém deseja em tempos de coronavírus. Um estudo da Universidade de Bath, na Inglaterra, publicado em março deste ano no Exercise Imunology Review, pôs fim à dúvida e confirmou que ter uma rotina ativa, não importa o nível de esforço, é chave para manter a função imunológica e reduzir o risco de contrair infecções.

Malhar também aumenta o fluxo de sangue e o transporte de oxigênio para o corpo inteiro, inclusive o cérebro, que com isso funciona melhor. A atividade física é importante, ainda para estimular a formação de novas conexões entre os neurônios e liberar endorfinas, serotonina e dopamina, substâncias que ativam circuitos mentais ligados ao bem-estar, à atenção e à aprendizagem.

USE A CRIATIVIDADE

Um desafio que muita gente está enfrentando é não ter equipamentos próprios para se exercitar, mas é possível improvisar com o que se tem em casa. Foi o que fez a dentista Daniela Murata, de 39 anos, assim que o isolamento foi determinado e ela se viu impedida de ir à academia cinco vezes por semana, como fazia. “No primeiro mês, malhava usando cadeira como apoio e galão de água e saco de arroz como peso. Vendo que a quarentena seria longa, comprei caneleiras, colchonete e halteres e agora malho no quintal tranquilamente”, conta. Ela ainda faz aulas online e caminhadas. Com mais gente buscando alternativas para se exercitar sozinha, a procura por acessórios de ginástica aumentou. A fabricante de aparelhos de pilates Metalife registrou crescimento perto de 50% na venda de bolas e faixas elásticas para pessoas físicas.

O mais importante nesta época é criar uma rotina e procurar segui-la. Isso ajuda a dissipar a preguiça e a driblar a procrastinação, além de ser uma ótima maneira de separar o horário de trabalho do período de cuidados com questões pessoais. Mas não se cobre demais nem se prenda à agenda anterior ao isolamento: aproveite a flexibilidade de horários para experimentar e descobrir em que momento do seu dia a malhação se encaixa melhor.

E, claro, procure se divertir. Se você não gosta de fazer abdominais, mas adora ligar uma música e dançar na sala, faça isso. Experimente modalidades. Não é hora de focar o resultado ou a performance, mas de encarar o exercício como uma experiência que entrega muitos benefícios, entre eles a chance de atravessar com equilíbrio e sair fortalecido deste momento difícil.

MALHAÇÃO CONFINADA

Dicas para incorporar a atividade física no dia a dia da quarentena e conseguir levar os bons hábitos para a vida pós-pandemia

DIMINUA O TEMPO NA CADEIRA

Durante o trabalho, levante-se a cada hora para esticar o corpo e aliviar a tensão nos grupos musculares mais pressionados quando estamos na posição sentada, como pernas, costas e quadril. Sempre que possível, fique em pé ou caminhe pela casa enquanto fala ao telefone ou assiste a vídeos, por exemplo. É uma forma de evitar os prejuízos à saúde e passar muito tempo sentado, como dores no corpo, problemas circulatórios e risco aumentado de doenças do coração.

MOVIMENTE-SE O ÁXIMO QUE PUDER

Não são só os treinos estruturados que contam contra o sedentarismo. “Atividades domésticas como limpar a casa, passar roupa e arrumar a cama, além de subir e descer escadas, brincar com as crianças e dançar, também são eficientes e merecem ser incorporadas para aumentar o bem-estar e a disposição”, diz Bruno Gion, educador físico do Hospital Israelita Albert Einstein.

ENCONTRE UM LUGAR ADEQUADO

Pode ser um desafio, principalmente para quem mora em apartamento, mas é possível treinar para valer usando só o peso do corpo (sem precisar de acessórios) e fazer alongamentos em espaços reduzidos. Na medida do possível, deixe o local organizado para as aulas. Usar roupas de ginástica e tênis próprios, quando é o caso, também aumenta a motivação para fazer do exercício uma prática diária.

RESPEITE SEU CORPO

Quem estava sedentário antes de entrar em isolamento social deve começar aos poucos, experimentando modalidades e intensidades que ajudem a conhecer o corpo sem sobrecarregá-lo. Contar com a orientação de um profissional também e importante ­ muitos Personal Trainers estão trabalhando de forma remota, elaborando e acompanhando treinos individuais e em turma em plataformas como o zoom.

NA PALMA DA MÃO

Conheça os aplicativos mais populares que auxiliam na prática de diferentes modalidades

BTFIT

O número de usuários diários do app da academia Bodytech aumentou 12 vezes no primeiro mês da quarentena, quando esteve com acesso gratuito, e chegou a ter picos de 10.000 pessoas treinando simultaneamente. Ele oferece mais de 1.000 vídeos gravados de aulas coletivas de Pilates, ioga, dança e abdominal, além de programas de treinamento funcional para diferentes objetivos (emagrecimento, força, tônus muscular) e níveis de condicionamento. Há serviço de Personal Trainer online.

Assinatura anual por 12 x 19,99 reais

ANDROID E I0S

DOWN DOG YOGA

Tornou-se um dos mais populares no início da quarentena, com programas de Hatha, Vinyasa e Ioga restaurativa para praticantes iniciantes, experientes e gestantes. É possível escolher a trilha sonora da sessão, a voz do instrutor que guia a prática, a duração e o ritmo da prática (se mais rápido ou mais lento, de acordo com o tempo de permanência nas posturas). Possui mais de 60.000 configurações de aula, o que faz com que dificilmente o treino fique repetitivo ou monótono.

7,90 dólares ao mês ou 49,90 dólares ao ano

ANDROID E I0S

NIKE TRAINING CLUB

Apresenta dezenas de exercícios funcionais gratuitos para todos os níveis de condicionamento e objetivos, como emagrecer, ganhar força, fôlego, desenvolver massa muscular, alongar ou tonificar pernas, por exemplo. Épossível personalizar seu programa de ginástica com base em quantos dias por semana quer se exercitar, se vai usar acessórios ou não, e quais outras modalidades você já pratica.

Grátis

ANDROID E IOS

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA

Organização Mundial de Saúde (OMS) avalia que cerca de 20% das crianças possuem algum transtorno mental

A ideia de a saúde mental na infância ser ainda distante é motivo de muitas discussões na atualidade. Segundo estimativas, uma em quatro famílias tem pelo menos um membro que sofre atualmente de um transtorno mental ou comportamental. Estas famílias veem-se obrigadas a proporcionar não só apoio físico e emocional, como também arcar com o impacto negativo da estigmatização e discriminação presentes em todas as partes do mundo (OMS, 2018). Estima-se que inúmeras crianças e adolescentes apresentam sintomas psicológicos relacionados a transtornos mentais e comportamentais. Contudo, eles não são identificados e não recebem atendimento, sendo muitas destas crianças com transtornos, como: problemas de aprendizagem, de ansiedade, de conduta, depressão, transtornos alimentares, abuso de substâncias, entre outros. Os transtornos mentais podem diminuir a capacidade cognitiva da criança e de adolescentes durante quase um terço das suas vidas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) avaliou que cerca de 20% das crianças padecem de algum transtorno mental. A terceira causa de morte entre os adolescentes é o suicídio associado à Depressão Maior, com implicações no decorrer da vida adulta. Outros transtornos são as condutas antissociais, delinquência, abuso de drogas, agressividade e distúrbios do comportamento. Ultimamente, os quadros de transtornos alimentares e de ansiedade também têm sido mais amiudados. Emoções de tristeza em situações de perdas ou comportamentos de raiva derivados de sentimentos de frustração são, na maior parte, reações emocionais naturais e passageiras e não necessita conduzir a criança a um tratamento. Entretanto, dependendo da acuidade, da constância e da presença de outros sentimentos concomitantes, a tristeza e a irritabilidade podem ser sinais de transtornos do humor em crianças e adolescentes. Alterações do temperamento com um intenso aspecto de irritação, tristeza, angústia, agressividade e súbitas mudanças de comportamento na criança e no adolescente, não justificadas por fatores de estresse, constituem quadros disfóricos, que são presentes nos transtornos do humor. Essas alterações comportamentais e afetivas são de grande estima para a categorização dos transtornos afetivos. A terapia cognitiva-comportamental possibilita a construção de um modelo de pensamento mais eficaz e eficiente. Portanto, fiquem atentos a quaisquer alterações comportamentais, emocionais e cognitiva, principalmente sem motivo.

(Fonte: OMS – Organização Mundial de Saúde. A saúde mental pelo prisma da saúde pública. Relatório sobre a saúde no mundo: Saúde mental: nova concepção, nova esperança. Genebra. WHO – World Health Statistics (2018): monitoring health for the SDGs, sustainable development goals. Geneva: World Health Organization, 2018).

RÉSIA SILVA DE MORAIS, CRP-MG 04/31203, Doutoranda em Ciências – UFU. Profª. Psicóloga Clínica em TCC e Psicopedagoga – UFU, Especialista em Terapia Familiar e Hospitalar, Mestre em Psicologia da Saúde – UFU. resiamorais@gmail.com

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