EU ACHO …

ASSIM, NEM A LEI DA GRAVIDADE ESCAPA

A simplificação de complexidades históricas distorce a visão

Pode alguém ser visceralmente contra o racismo e também abominar a retirada ou derrubada de estátuas de personagens históricos? Não só pode como a maioria das pessoas pensa assim, segundo mostram pesquisas de opinião pública na Inglaterra e nos Estados Unidos, os países onde a recente onda de iconoclastia formou um tsunami.

Isso deixa um problema em aberto: como manter os monumentos que outros tantos consideram ofensivos? Talvez um passeio pela Praça de Westminster, o espaço de alta concentração de estátuas no coração de Londres, nos ajude a entender as complexidades históricas e as personalidades que as escreveram – algumas literalmente, como Winston Churchill, que disse que pretendia deixar escrito seu próprio lugar na história. Disse e fez, magnificamente. O envoltório de laminado plástico que deixou a estátua de Churchill na praça parecida com um banheiro químico incendiou o debate. A estátua foi embrulhada depois de ser pichada com a frase “Era racista”. Para protegê-la, mas também num gesto simbólico de rendição à versão britânica do Black Lives Matter, que já tem uma lista de estátuas e placas comemorativas a ser varridas do espaço público com 93 nomes. O homem que salvou a Inglaterra de se dobrar ao nazismo era, com certeza, racista, imperialista e islamofóbico. Alcoólatra também, se julgado pela quantidade de bebida que era capaz de ingerir todos os dias, iniciados com uma taça de champanhe Pol Roger no café da manhã.

Com a praça esvaziada de pedestres e turistas pelo vírus, talvez dê para ouvir as estátuas conversando. O que diria Churchill a Mahatma Gandhi, seu companheiro de praça e de empacotamento. Em vida, quando a Índia já caminhava para a independência – e o desmoronamento do império britânico -, ele criticava Gandhi por ser um advogado típico da City londrina “posando de faquir e andando seminu”. Pode ser que agora se entendam melhor. Ambos foram capazes de praticar a grandiosidade. Agora, dividem o embrulhamento. Gandhi empacotado? Pois o indiano disse e escreveu palavras de cunho racista sobre os negros da África do Sul, onde viveu.

O mesmo país também poderia protagonizar outro diálogo imaginário na praça: Nelson Mandela, igualmente encaixotado, com seu sorriso beatífico, e o segregacionista reformado Jan Smuts. Como os dois sul-africanos foram acabar na mesma praça resume o arco histórico dos últimos setenta anos. Não faltaria assunto para Smuts, ex- primeiro-ministro e líder da minoria branca que acabou rejeitando o apartheid, e Mandela, o homem que o enterrou. Quanto mais recentes, mais pavorosas vão ficando as estátuas. Dá até pena da feiura da versão de bronze da sufragista Millicent Fawcett. E ela que não se sinta livre de ser julgada por padrões morais contemporâneos. A única mulher da praça, inaugurada em 2018, era uma apaixonada pelo império britânico. Se alguém, a caminho de lá, passar por Isaac Newton na frente da Biblioteca Britânica, deixe um aviso. O mais prodigioso entre tantos prodígios da ciência tinha ações da South Sea Company, a parceria público-privada que dominou o tráfico de escravos no século XVIII. O Newton nu e bombadão, versão de pedra da gravura de William Blake, que se cuide. Até a lei da gravitação universal pode acabar derrogada.

**VILMA GRYZINSKI

OUTROS OLHARES

LUZ, CÂMERA, REUNIÃO

As chamadas por vídeo em home office criaram um novo estilo de roupa de trabalho, em que só a parte de cima importa. Embaixo da mesa, a regra é o conforto

Já virou rotina: antes de iniciar uma das muitas videoconferências impostas por seu cotidiano de trabalho em casa, o publicitário alagoano Davi Pradines escolhe entre as duas camisetas que compõem seu figurino quarentena, a preta com estampa e a toda amarela. Assim vestido ele conversa com fornecedores, participa de reuniões e assiste às aulas de pós-graduação. “Alterno uma e outra todos os dias. Ninguém nunca percebeu a repetição”, afirma Pradines, 30 anos, que reserva as camisas sociais e blazers para os encontros virtuais mais sérios, com clientes ou acionistas da startup em que atua no Recife. “Mulheres e homens têm escolhido repetir peças no home office. Não vejo problema nenhum. Acho, inclusive, uma opção sustentável e responsável”, diz a consultora de moda Lilian Pacce. É verdade, mas quem, antes da pandemia, passaria a semana alternando duas camisetas? A proliferação das chamadas de vídeo instituiu um novo modo de se vestir para trabalhar, que privilegia o conforto, foge do rebuscado e elimina o ritual matinal de combinar roupa, sapato e acessórios com a temperatura lá fora.

Já que a roupa de reuniões domésticas só aparece da cintura para cima, as marcas investem em propaganda de blusas, camisas polo e camisetas – no Brasil, o termo “blusa” atingiu seu pico de buscas dos últimos doze meses no Google justamente no fim de maio, de acordo com o Google Trends. “Os varejistas buscam oferecer aos clientes um meio-termo, roupas confortáveis para usar em casa, mas que passem uma imagem apropriada”, define Maria Carolina Melo, especialista do mercado de moda e diretora da consultoria Tropic Consulting. O empresário Marcos Morrone, 64 anos, dono de um escritório de design para varejo em São Paulo e que antes da quarentena circulava com o clássico trio jeans-camisa social-paletó, agora é adepto convicto da “moda Zoom”. “Do tronco para baixo, passo o dia de bermuda e chinelo. Faz três meses que não sei o que é usar uma calça ou sapato fechado”, relata. De manhã, com funcionários, é ainda mais radical: aparece com traje de fazer esteira. “Não sou só eu. Todos com quem converso por vídeo adotaram o estilo despojado e confortável”, afirma. Convenhamos: uniforme de correr na esteira é radical. Mas o outro lado também é verdadeiro – seriedade, para quem está obviamente sentado à mesa de jantar da casa, é demais.

O manual do bem-vestir em home office recomenda evitar cores fortes, maquiagem pesada e acessórios gritantes, tudo duplamente ressaltado naquela telinha que não mostra o conjunto inteiro. Nas mulheres, decotes são um convite à distração, por óbvias questões de enquadramento. “No ambiente virtual, qualquer coisa que passe do tom é como se você estivesse gritando para a câmera, mesmo estando em silêncio”, ensina Lilian. Vaidosas que se arrepiam com roupas simplesinhas costumam apelar para echarpes, lenços e brincos, muitos brincos. A joalheria Vivara registrou em junho aumento de 13% nas vendas deles em uma de suas coleções em relação ao mesmo mês do ano passado, avanço maior do que o consumo de anéis e outros itens. Para a administradora Sandra Speyer, da área de tecnologia, se vestir da cabeça aos pés, como fazia todos os dias antes da pandemia, é uma forma de entrar no ritmo mesmo estando dentro de casa. Ela é grande adepta das echarpes e xales em volta do pescoço, mesmo tendo adaptado a parte de baixo do traje. “Troquei o salto pela rasteirinha e a maquiagem mais forte por um batom cor de boca e um rímel”, diz. “Também abandonei as pulseiras e anéis, até por motivo de higiene.”

Nos Estados Unidos, as lojas on-line de roupa masculina oferecem a Zoom shirt, uma camisa curinga de tom neutro que não amassa nem compromete. Lá são comuns os relatos de profissionais que colocam a “camisa Zoom” na cadeira, ao lado do laptop – eles põem no momento da videoconferência, tiram ou trocam pelo pijama assim que acaba. Detalhe: a mesma camiseta, dias seguidos. De novo, ninguém nota. No caso das mulheres, a peça que fica a mão é o sutiã, não para trocar pelo que estão usando, mas porque abriram mão dele na temporada de isolamento. A moda pandemia vai durar? “É comum que se crie um novo padrão estético após grandes crises da humanidade. Neste momento, valoriza-se o conforto. Mas a previsão é de uma volta à sofisticação assim que a economia se estabilizar”, diz João Braga, professor de história da moda da Fundação Armando Alvares Penteado, de São Paulo. Vai ser a hora de tirar o pó dos ternos e do salto alto.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE CONSOLO PARA A ALMA

DIA 21 DE JULHO

DEPRESSÃO, A MASMORRA DA ALMA

Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao teu nome… (Salmos 142.7a).

A depressão é uma doença que atinge mais de 10% da população mundial. É a principal causa de suicídio e a razão de muitas outras doenças graves. A depressão enfia seus tentáculos em todo tipo de gente, sem se importar com a cor da pele, o grau cultural ou as cifras da conta bancária. A depressão é como um parasita que suga nossas energias e rouba nossos sonhos. É como um corredor sem janelas, um túnel sem luz, um poço sem respiradouro. Estar em depressão é como vestir uma roupa de madeira. É como engolir o próprio funeral duas vezes por dia. As pessoas que enfrentam esse drama muitas vezes perdem o entusiasmo pela vida e flertam com a morte. Não que elas queiram morrer; é que a vida se torna um fardo tão pesado, que preferem morrer. A morte, contudo, não alivia essa dor que pulsa na alma. Por isso, é preciso dizer em alto e bom som que há solução para o problema da depressão. Seu ciclo passará. A luz voltará a brilhar. A carranca da morte será desfeita e a vida sorrirá novamente. O salmista orou ao Senhor: Tira a minha alma do cárcere. Por mais escura que seja essa masmorra e por mais fortes que sejam os grilhões, Deus é poderoso para iluminar o recinto e quebrar nossas cadeias. Em Deus encontramos alívio para a dor que assola o nosso peito, libertação para os dramas que afligem a nossa alma, cura para a depressão. Jesus veio para nos dar vida, e vida em abundância!

GESTÃO E CARREIRA

BOTÃO DE EMERGÊNCIA

Como ficam economia, empregos, investimentos e planos pessoais diante da pandemia de coronavírus que ameaça o planeta

“Fique em casa.” Essa foi a recomendação mais repetida nas últimas semanas para boa parte dos habitantes do planeta. Até o fechamento desta reportagem, o novo coronavírus já havia contaminado mais de 2.000.000 de pessoas ao redor do mundo, levando à morte mais de 100.000 delas, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, os números oficiais também apontavam milhares de infectados e centenas de vidas ceifadas pela covid-19.

Para evitar o alastramento da doença, governos tiraram sociedades e economias da tomada, em um cenário de filme de ficção: aulas suspensas, shows cancelados, bares e lojas proibidos de operar. Transportes foram reduzidos, ruas esvaziadas, voos restritos e fronteiras bloqueadas. Países inteiros – como a Índia, com mais de 1,3 bilhão de pessoas se viram obrigados a entrar em quarentena. E até os Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados para 2021.

Se nos doentes o novo vírus causa febre, tosse seca e dificuldade para respirar, na economia o estrago também é grande: atividades comerciais desaceleraram e bolsas de valores derreteram. No Brasil, o dólar chegou a bater a marca de 5,80 reais. Por aqui, aliás, a previsão de crescimento do PIB, segundo o próprio governo, não passará de 0,02% em 2020. A expectativa em todo o mundo é de recessão. Roberto Azevedo, presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), por exemplo, acredita que o crescimento global deverá ser o menor dos últimos 30 anos.

Diante deste cenário caótico, preparamos um guia para ajudá-lo a entender de que maneira essa pandemia pode afetar seu bolso.

O QUE ESPERAR DA ECONOMIA?

Com mais de 81.000 pessoas infectadas, a China teve suas atividades seriamente afetadas. Segunda maior economia do mundo, a participação do país no PIB global é de 16%. Isso significa que qualquer desaceleração ali gera um efeito dominó, que impacta o Brasil. Segundo dados da plataforma de análise Economatica, apenas 50% das grandes empresas do país têm caixa para suportar três meses sem faturar. Outro número, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que 70% das indústrias nacionais já tiveram queda no faturamento e 49% pedidos cancelados. “Tudo indica que ou teremos crescimento muito baixo, ou entraremos em recessão. A China começa a se recuperar, mas até tudo voltar ao normal leva tempo”, diz Rodrigo de Lasso, professor titular do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP). E o que acontece até lá? Na opinião de especialistas, por enquanto, não há risco de inflação, tampouco de desabastecimento nas prateleiras de supermercados e farmácias. Isso só deve acontecer se as pessoas entrarem em pânico. “Não há necessidade de fazer estoques em casa. Se todo mundo comprar ao mesmo tempo, aí, sim, poderá faltar, diz Renan de Pieri, professor do Departamento de Planejamento e Análise Econômica na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV- Eaesp). Outro efeito previsto do surto de coronavírus é a redução do valor da gasolina. Isso porque a procura global por petróleo caiu, derrubando o preço do barril em 56%. Embora a baixa no preço ainda não esteja sendo sentida nas bombas dos postos de combustível, a tendência é sim de queda. Na visão dos pesquisadores, o momento é de apertar os cintos, já que a atual crise sanitária impactará na retomada econômica e na geração de empregos. Diversos setores terão problemas graves pela diminuição da demanda, e empresas pequenas irão falir. Por isso, medidas governamentais são fundamentais”, diz Renan, da FGV.

ATÉ ONDE VAI O DÓLAR?

Desde o dia 26 de fevereiro, quando o Brasil teve o primeiro caso de contaminação confirmado, o dólar valorizou 27% em relação ao real. No ano, a moeda já acumula alta de 29%. Isso acontece porque, em momentos de incerteza sobre o crescimento da economia e das empresas, a percepção de risco aumenta e os investidores tiram suas aplicações de nações emergentes. O professor Renan explica o fenômeno: “O dinheiro foge de países como o Brasil e corre para os Estados Unidos, pois os títulos do tesouro americano são o investimento mais seguro do mundo. Essa saída diminui a oferta de dólares, e o preço da moeda sobe”. Por aqui, a escalada tem consequências graves: pressiona o preço dos importados e de produtos que dependem de matérias-primas de fora, como remédios, fertilizantes, insumos da indústria petroquímica e automobilística, componentes eletrônicos e até mesmo o trigo usado no pãozinho. E dá para ganhar algum dinheiro com a alta do dólar? Se você comprou a moeda a menos de 4 reais, agora talvez seja a hora de vender para obter lucro. Estamos em um momento de alta volatilidade e incerteza, então é difícil fazer qualquer previsão. Mas acredito que a cotação não vá subir muito mais do que isso”, afirma Rodrigo, da USP.

DEVO CANCELAR VIAGENS E OUTRAS PROGRAMAÇÕES?

De acordo como diretor executivo do Procon, Fernando Capez, o Código de Defesa do Consumidor garante o direito das pessoas de não viajar neste momento, pois há risco para a saúde e a segurança. “É possível remarcar ou cancelar e ter o dinheiro devolvido, sem que haja retenção do valor pago ou cobrança de taxa ou multa”, afirma. Foi o que aconteceu coma especialista em web analytics Roberta lto, de30 anos, que trabalha no escritório do Greenpeace em São Pauto e tinha uma viagem marcada para Amsterdã no dia 14 de março, onde faria treinamento na sede da ONG. No primeiro momento, a companhia aérea até tentou cobrar taxa de cancelamento. “Mas acabou voltando atrás após alegarmos o risco de viajar neste momento”, diz.

Já o engenheiro de produção Fernando Betarelli, de 40 anos, que viajaria para Cancún com a esposa em julho, ainda está na luta pelo cancelamento do passeio. “Paguei a viagem à vista. O resort aceitou numa boa, mas ainda estou tentando cancelar as passagens aéreas. Em último caso, remarcarei para janeiro.”

Fernando Capez, do Procon, explica que estão ocorrendo cancelamentos em massa. Por isso, a entidade tem feito acordos coletivos com companhias aéreas e agências de turismo. “É melhor negociar, mesmo abrindo mão de alguma coisa, em prol de uma solução mais rápida. Se levar a questão para o Judiciário, pode demorar muito. Segundo ele, no caso de eventos, shows e espetáculos já comprados, o princípio é o mesmo. Alunos de escolas particulares devem aguardar a reposição das aulas e, no caso de cursos de curta duração e academias, o consumidor tem o direito de suspender o pagamento. “Nossa orientação, no entanto, é tentar reagendar o serviço contratado, substituir por outro equivalente ou transformar em créditos para ser consumidos na mesma empresa.”

MEU EMPREGO ESTÁ AMEAÇADO?

Junto com o balde de água fria na economia vem o temor das demissões. Mas o advogado trabalhista Júlio Cesar de Almeida, do Viseu Advogados, diz que essa não é sempre a primeira opção. As indústrias costumam recorrer primeiramente às férias coletivas, à queima de bancos de horas e até mesmo à dispensa com compensação futura. “Evitam-se as demissões, que custam caro”, afirma. Outras opções são a antecipação de feriados ou das férias regulares dos trabalhadores. Dependendo da duração da crise, outra alternativa prevista em lei é a redução da jornada de trabalho, juntamente com a do salário, se houver negociação com o sindicato e acordo coletivo. “Os setores mais afetados serão os de turismo, aviação, varejo, comércio, indústrias que dependem de insumos importados e eletrônicos, devido à dependência da China”, diz o professor Renan, da FGV. Ele afirma também que os trabalhadores informais, 41% da mão de obra no país, sofrerão mais por não ter garantias legais. “Quem atua com aplicativos de transporte, comércio de rua e pequenos negócios será muito afetado. Acredito que o BNDES deva injetar dinheiro na economia, comprando ações ou participações em empresas, e disponibilizando crédito mais barato. Para os trabalhadores informais, que não podem ficar parados, o governo deve apostar em um programa de renda básica.” Outra consequência da atual crise sanitária, dessa vez menos apocalíptica, é a disseminação do teletrabalho. “Depois dessa pandemia, o home office deve ganhar espaço e ser adotado por mais empresas, que vão perceber suas vantagens”, diz Renan. Embora a reforma trabalhista tenha regulamentado a modalidade, é importante firmar um aditivo ao contrato se esse se tornar o modelo de trabalho definitivo. O contrato precisa estabelecer as novas condições, como jornada, fornecimento de materiais, ajuda de custo com internet e tudo o que for pertinente. Outro ponto importante é que, durante o período atual, o empregador permanecerá responsável pelo cumprimento das regras de segurança e saúde do trabalho. “Conforme a CLT, a empresa deve instruir os empregados sobre as precauções para evitar doenças e acidentes de trabalho, e o empregado tem de assinar um termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir essas orientações”, afirma Júlio Cesar. Para quem contrai covid-19, a lei assegura que as ausências decorrentes do isolamento, desde que atestadas por um médico, são faltas justificadas e a organização deve arcar com a licença remunerada nos primeiros 15 dias. Depois disso, se necessário, o trabalhador recebe auxílio-doença do INSS.

COMO DEVO CONDUZIR MEUS INVESTIMENTOS?

Primeiro, tenha muita calma nesta hora. Economistas reforçam que, nos momentos de crise, é essencial evitar decisões precipitadas para não perder dinheiro. Os mais conservadores possuem alternativas de renda fixa, como fundos OI e Tesouro Selic, do Tesouro Direto. Apesar de o rendimento ser baixo com a taxa de juros a 2,75% ao ano, essas opções são seguras e têm liquidez caso o investidor precise se desfazer delas numa emergência. Para quem tem mais recursos e tolera riscos, Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos, recomenda um portfólio diversificado, alocando recursos em fundos cambiais e de renda variável por meio de fundos multimercados, imobiliários ou ações.

Mesmo assim, tenha cautela. “É melhor ir comprando ações que estejam baratas aos poucos para fazer um preço médio, porque ainda não sabemos se a bolsa vai cair mais”, diz o especialista. O lbovespa, índice formado pela média das ações mais negociadas na bolsa de valores brasileira, já caiu 42% em 2020. O tombo arranhou a valorização do ano anterior, de 32%. O administrador de empresas Adilson Zampirolli, de  55 anos, enxerga esse tipo de situação como oportunidade. “Antes da crise, eu tinha cerca de 40% do meu dinheiro investido em renda variável, e o restante em renda fixa e no Tesouro Direto. Com a recente desvalorização, perdi mais de 30% do que estava na renda variável e, em vez de sair da bolsa, mexi em recursos da renda fixa e comprei mais ações, porque os preços caíram e surgiram ótimas ofertas”. Ao contrário do que possa parecer, Adilson não é imprudente. Primeiro, porque o montante que ele investe em ações representa apenas 5% de seu patrimônio total. Segundo, porque ele acompanha o mercado financeiro e sabe que comprar ações só dá retornos futuros. “O valor aplicado é para a construção de patrimônio, coisa que você não vai conseguir na renda fixa. Já passamos por várias crises e vimos que, no longo prazo, a tendência da bolsa é de crescimento e recuperação”, explica Rafael, da Toro Investimentos, que indica títulos da Magalu, Petrobras, ltaúsa, Via Varejo e dos setores de energia elétrica, bancos e educação. Já aplicações como ouro e dólar valorizaram muito nas últimas semanas, pois são o porto seguro nos momentos de crise. Por isso, não é hora de comprar, porque o preço está nas alturas. Aqueles que têm uma parte do dinheiro aplicada em fundos multimercados ou em ações e estão apreensivos devem respirar fundo. O melhor é aguardar alguns meses até que os fundos ou as ações se recuperem.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

PAUSA PARA O BANHO

Por que as melhores ideias surgem no chuveiro? Momentos de descanso, assim como férias e hobbies, são essenciais para estimular a criatividade

“Nada melhor do que não fazer nada.” Mesmo fora de contexto, a frase da música de Rita Lee revela uma sabedoria que muitos pesquisadores de gestão de tempo se desdobram para demonstrar: se você quer ser mais feliz, precisa saber priorizar seu tempo, ainda que seja para reservar alguns minutos para não fazer nada. Nós lutamos contra as horas, tentando arranjar momentos, entre o trabalho e outras responsabilidades, que possam ser dedicados ao lazer. No final, não parece haver solução simples, uma vez que não existem horas extras no dia, mas mesmo assim é importante criar um espaço para assar um pão. Ou tricotar, fazer uma caminhada, ler um livro. Pode parecer um conselho contraprodutivo, mas ter um hobby estruturado na rotina para fugir da correria, na verdade, ajuda a acalmar a sensação de falta de tempo — e a relaxar no geral. “­Hobbies são uma ótima forma de gastar o tempo. E não apenas pela diversão. É que, se você passa 2 horas na semana montando um quebra-cabeça, criando um projeto de marcenaria ou fazendo crochê, é muito difícil falar para si mesmo que está faminto por tempo. E esse senso de abundância de tempo ajuda a se sentir mais relaxado”, explica Laura Vanderkam, escritora de livros sobre gestão de tempo e produtividade, incluindo Off the Clock: Feel Less Busy While Getting More Done (“Fora do relógio: sinta-se menos ocupado enquanto faz mais”, numa tradução livre).

Nada contra quem resolveu desenvolver habilidades culinárias durante a quarentena, mas o escritor Alexandre Teixeira, autor de Rotinas Criativas e Felicidade S.A., defende que até algo simples, como um longo banho, já traz benefícios para o bem-estar, para a saúde mental e, em conse­quên­cia, para o trabalho. Em vez de hobby apenas, ele prefere nomear a prática como “escapada”. “Um ­hobby pressupõe algo a que dedicamos tempo, carinho e paixão, que pode ser uma atividade esportiva ou cultural. A escapada abrange mais coisas. Por exemplo, algumas pessoas falam do banho. Soa esquisito, mas é uma escapada, porque é um momento pequeno de descompressão”, explica Teixeira. A ideia de dar um tempo para seu cérebro combater o estresse também é defendida pelo pesquisador Tal Ben-Shahar, que ficou famoso como o “professor da felicidade”. Ben-Shahar é um estudioso da psicologia positiva e fala que uma forma de lidar com o estresse é dar-se um tempo para a recuperação, de uma maneira muito parecida com o período de descanso dado a um músculo após um treinamento intenso.

Enquanto Ben-Shahar delimita três tempos de desconexão, de pausas curtas ao longo do dia, fins de semana e férias longas ou um ano sabático, Teixeira coloca as escapadas como atividades que se encaixam no dia a dia e as classifica em categorias próprias, distribuídas pelos efeitos positivos que proporcionam. A mais importante é a fuga criativa: “Funciona como o coração, sem ser piegas. É como o músculo, que tem a sístole e a diástole, aperta e solta. Quando a gente está trabalhando, fica mais tenso. Essa compressão, a sístole, precisa depois do oposto, a diástole. Se você quiser estimular a criatividade, precisa parar de pensar naquela tarefa. Por isso muita gente fala que tem as melhores ideias no banho”, diz o autor. Depois existem as fugas defensiva e educativa. Segundo Teixeira, a defesa serve de vacina contra o esgotamento profissional, a síndrome de burnout, sendo uma higiene mental dos infinitos estímulos e informações que recebemos de notícias, e-mails e mensagens de Whats­App. A leitura de um bom livro ou passar um tempo de qualidade com a família e os amigos ajudam nessa limpeza. E, se uma das necessidades para um profissional se manter relevante no futuro do trabalho é o aprendizado contínuo, encontrar prazer em aprender novas habilidades entra em seu saldo positivo de bem-estar.

Cultivar um hobby torna-se um recurso que pode acabar com esses três tipos de desconexão de uma vez só. Uma atividade prazerosa estimula partes diferentes de seu cérebro das usadas em um dia de trabalho, abrindo novas possibilidades de aprendizado, ajudando na criatividade e promovendo um equilíbrio maior na rotina. No entanto, o especialista em inteligência emocional Carlos Aldan, CEO da consultoria Kronberg, comenta que, para tirar o melhor dessas práticas, é preciso que a pessoa as aborde de forma consciente. Um hobby não pode ser visto como uma tarefa, mas pensar no momento de lazer como um depósito de energia positiva contribui para manter o equilíbrio mental. No longo prazo, Aldan afirma que um passatempo aumenta não só nossa capacidade cognitiva como também a emocional. “Um hobby, independentemente de qual seja, traz um sentimento de controle mesmo quando não temos nenhum. Ele entra como um ­ritual e também como um exercício de mindfulness, durante o qual você suspende julgamentos e pode viver o momento presente na totalidade. Na hora do lazer, você deixa a mente divagar”, conta ele. Em perío­dos de crise, manter esse ritual ajuda na resiliência ao ativar circuitos neurais que permitem enxergar melhor o futuro, criando mais possibilidades e afastando, assim, o pessimismo diante de um cenário incerto.

Não se trata apenas de um truque para ver o lado bom da vida. Em uma palestra TEDx, o neurocientista canadense Max Cynader explica que o cérebro pode ser exercitado para ter mais plasticidade, ou maior capacidade de adaptação, o que afeta a memória e o aprendizado. Num estudo do Centro pela Saúde do Cérebro, do qual ele faz parte, pesquisadores descobriram que exercícios físicos ajudam na criação de conexões neurais mais fortes. Aprender a tocar um instrumento musical favorece o desenvolvimento de diversas habilidades, como solução de problemas, porque estimula capacidades diferentes do cérebro, como a memória, a visual, a motora e, claro, a auditiva.

De acordo com Thais Gameiro, doutora em neurociên­cia e fundadora da Nêmesis, empresa de soluções na área de neurociência organizacional, um hobby que envolva aprender uma nova habilidade é uma fonte de motivação e de desafios. Mais importante ainda: pode nos tirar da zona de conforto e estimular uma mentalidade de iniciante. “Quando a gente fala de executivos, ou de pessoas bem-sucedidas que avançaram na carreira, existe pouco espaço para o erro no trabalho. E eles perdem a beleza do desenvolvimento, correndo o risco de acreditar que não têm mais nada a aprender. Fazer uma coisa nova e permitir-se não saber a resposta cria essa oportunidade. A postura de aluno traz humildade e empatia. E o profissional fica mais tranquilo para dizer que não sabe algo”, explica Gameiro.

Mesmo com tantas vantagens, ainda falta tempo para nos dedicarmos às atividades de lazer. Afinal, esse é o recurso que usamos como moe­­da de troca para tudo na vida. É por isso que a professora assistente na Harvard Business School Ashley Whillans acredita que a maioria das pessoas seja pobre de tempo. Segundo seu estudo, 80% dos americanos dizem que falta tempo na vida deles. Porém, existem também os que usufruem a riqueza de tempo. A diferença entre os grupos é a abordagem das pes­soas ao tomar decisões sobre como usam suas horas. Em seu primeiro livro, Time Smart, Whillans compartilha suas descobertas como pesquisadora sobre as estratégias desse tipo de riqueza. Com outras pesquisadoras, ela acompanhou durante anos alunos na tomada de decisões de carreira, considerando quem priorizava o tempo ou o dinheiro nessas escolhas. A conclusão foi que estudantes que sempre focaram o tempo, como trabalhar menos horas e gastar dinheiro para economizar tempo, tinham mais satisfação com a vida e com o trabalho, assim como declaravam ser mais felizes. Uma das razões para isso é que esses jovens profissionais, independentemente de suas escolhas, foram movidos por um propósito, e não por um dever.

Mudar essa mentalidade é essencial para melhorar a relação com o tempo e abrir um espaço na rotina para interesses pessoais. A dica de ouro para promover essa mudança é integrar o lazer à agenda. “A chave para encontrar tempo para atividades prazerosas é planejá-las. Se você faz planos para encontrar seus amigos, você deve então planejar seu trabalho para finalizá-lo na hora certa. Se não tiver nada esperando por você, é fácil sentir que precisa continuar trabalhando e que não tem tempo para a diversão”, afirma a escritora Laura Vanderkam. Em uma palestra, Whillans alerta para os minutos perdidos checando e-mails e redes sociais. Tirando fora as grandes escolhas de vida, quem tem abundância de tempo mantém uma lista mental de tarefas rápidas que podem ser realizadas nos minutos do dia em que estão na fila do banco ou depois do almoço.

Para Alexandre Teixeira, a pessoa precisa real­mente estar disposta a limitar seu tempo no trabalho, respeitando a parcela do dia que reservou para a vida fora do horário de expediente. A partir daí, deve encontrar seu ritmo na nova rotina, otimizando as janelas que tem durante o dia para domar esses períodos a seu favor. Teixeira, por exemplo, gosta de reservar a manhã para a rotina criativa, começando com atividade física, meditação e um banho frio. Depois inicia o trabalho, sempre priorizando a tarefa mais relevante. No caso dele, a escrita.

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