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ELES TAMBÉM PRECISAM VIVER

Pacientes com doenças graves e crônicas convivem com o risco de infecção e de falta de órgãos ao mesmo tempo que perdem vagas para concluir seus tratamentos em hospitais

Num momento de total fragilidade física e emocional, quando deveriam se preocupar exclusivamente com os cuidados de suas graves doenças, alguns pacientes se veem forçados a conviver com os riscos de sua saúde ser ainda mais debilitada – e até mesmo de perder a vida – em consequência dos desdobramentos do novo coronavírus no sistema de saúde. Trata-se daqueles que foram recentemente transplantados, dos que esperam receber órgãos saudáveis e dos que estão em tratamento contra um câncer. Diante da pandemia, que pode ser mortal para os que apresentam comorbidades, pacientes se encontram em um dilema perigoso: levar adiante o tratamento ou adiá-lo para evitar o risco de infecção. No caso dos que aguardam um transplante, esse adiamento pode implicar a recusa do tão aguardado órgão – e, no pior cenário, a falta dele.

O cirurgião José Roberto Salina, de 51 anos, ginecologista e mastologista que atua na rede pública e privada, disse estar passando por um momento inusitado em seus 27 anos de atuação na Medicina: ver o adiamento de cirurgias para retirada de tumores, sob risco de prejudicar o tratamento de alguns tipos de câncer. Apenas as cirurgias consideradas de emergência estão sendo realizadas na maioria dos hospitais. Tem sido assim no Hospital Estadual de Bauru, no interior de São Paulo, onde ele trabalha.

“A unidade foi transformada em unidade de referência regional para internação dos casos da Covid-19. Houve uma redução de 50% no número de cirurgias desde o remanejamento”, disse.

A situação mais delicada, entre os vários tipos de tumor é a das pacientes com câncer de ovário, que requer intervenção imediata devido à evolução rápida da doença no órgão. Há outros casos, no entanto, que são menos urgentes, como as cirurgias de reconstrução de mama, do trânsito intestinal (fechamento de colostomia), reparadoras e algumas da tireoide. “Temos de levar em conta, na hora de realizar uma cirurgia, a necessidade de internação em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) – imprescindível para os casos de agravamento da Covid-19 – e também o risco de levar para uma unidade hospitalar um paciente tão sensível quanto os de câncer. Nós, médicos, nos vemos diante de um dilema, pois o tratamento de um paciente oncológico não pode parar”, explicou Salina.

Como a pandemia no Brasil ainda não escalou aos níveis observados na Itália, na Espanha e, agora, nos Estados Unidos, em que médicos têm de fazer escolhas difíceis ao definir quais pacientes terão prioridade nos leitos, os hospitais consultados pela reportagem afirmaram que os procedimentos previstos vêm sendo executados. Mas já começa a haver uma mudança na avaliação sobre a urgência dos atendimentos. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) suspendeu alguns tipos de cirurgias, usando como critério as que não coloquem em risco a vida do paciente, como as que não são para tratamento especificamente do câncer. O hospital criou uma ala exclusiva para atendimento e internação de pessoas com câncer que contraíram ou são suspeitas de infecção por coronavírus. Chefe da oncologia clínica do Inca, Alexandre Palladino explicou que, ao ser identificado um caso suspeito, a pessoa é levada para a ala reservada e, se for necessário, internada. Os casos mais graves são transferidos para unidades de referência da rede pública. “Os pacientes devem conversar com seus médicos e seguir as orientações, que são basicamente as mesmas para o restante da população, mas devem ser seguidas com rigor por pacientes

oncológicos”, reforçou o médico.

A aposentada Antônia Matos Neri, de 86 anos, é uma das pacientes que, diante da Covid-19, começou a se questionar se valeria o risco da cirurgia. Em fevereiro, ela descobriu um câncer no pulmão. O tumor principal, no entanto, está em seu duodeno. Com a saúde já debilitada, ela teria de dar início às sessões de quimioterapia imediatamente. A filha, a servidora pública Andrea Matos Neri, ficou preocupada e explicou os riscos à mãe. “Chegamos a pensar em adiar a quimioterapia para que ela não saísse de casa ou ficasse mais debilitada, mas os médicos disseram que o risco maior do câncer é não tratar”, disse Andrea. “Optamos por fazer o tratamento em uma clínica que atende exclusivamente pacientes oncológicos, para tentar fugir dos hospitais neste momento”.

Há casos em que a pandemia paralisou o tratamento. A aposentada Maria de Lourdes Souza Matos, de 78 anos, está com um tumor na boca, descoberto há cerca de três meses. Ela, que mora na Penha, Zona Leste de São Paulo, fez todos os exames preparatórios para a cirurgia, que seria a primeira etapa do tratamento. Foi surpreendida pela pandemia e o procedimento foi suspenso pelo hospital. Sua filha, Leidiane Souza Matos, de 39 anos, já não sabe o que fazer para reverter a suspensão. “A situação de minha mãe é grave. Sabemos que o câncer não pode esperar. Vejo minha mãe sofrendo com a dor, sem poder se alimentar direito e ficando cada vez mais frágil. Eu me sinto impotente. Além de toda a preocupação com o câncer de minha mãe, ainda ficamos preocupadas com esse coronavírus”, lamentou.

Se alguns pacientes têm a opção de esperar ou ingressar em clínicas onde não haja doentes infectados pelo novo coronavírus, no caso dos que necessitam de um transplante, o leque de escolhas é quase inexistente. Dados do Ministério da Saúde revelam que, nas duas últimas semanas de março, o Brasil fez 160 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão e rim. No mesmo período do ano passado, foram 316. Uma queda, portanto, de 50%. No caso de córneas, a redução foi para menos da metade: de 603 para 229. Quando se analisam os números de órgãos que tradicionalmente são mais difíceis de entrar no sistema, o quadro é ainda mais dramático. Dois transplantes de coração foram feitos na segunda quinzena de março deste ano. No mesmo período de 2019, foram 15. Um único transplante de pulmão foi realizado quando a pandemia do novo coronavírus ganhava corpo no Brasil, ante sete na segunda quinzena de março de 2019.

Numa teleconferência, há uma semana, técnicos do Ministério da Saúde que atuam no Sistema Nacional de Transplantes ouviram atônitos os relatos que chegavam da Espanha: no país que é referência mundial na área, com o maior índice de doadores e aproveitamento efetivo dos órgãos, as doações desabaram “a quase zero”, nas palavras de quem participou da conversa. Um sentimento de preocupação extrema se espraiou por quem escutava as histórias que chegavam do país europeu. O colapso dos transplantes por lá é uma consequência direta da explosão dos casos da Covid-19, que atingiu mais de 150 mil pessoas, com mais de 15 mil mortos.

A poucos metros da Esplanada dos Ministérios, num hospital privado de Brasília, a presença de um paciente com Covid-19 na UTI levou à ampliação de restrições de cirurgias de transplante na mesma unidade e acendeu o alerta em outros hospitais do Distrito Federal, que fizeram dez transplantes de fígado em março. Na primeira semana de abril, uma única cirurgia foi feita. Em São Paulo, os transplantes de pulmão estão suspensos. Falta uma substância imprescindível para a realização das cirurgias, e a importação foi interrompida diante da falta de resolução por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Isadora Sousa Rodrigues, uma menina de 2 anos de idade, é uma das seis crianças que estão na fila do Hospital de Messejana, em Fortaleza, e que precisarão esperar mais por um coração novo. A unidade é referência para pacientes cardiopatas das regiões Norte e Nordeste. Desde o agravamento da pandemia, não há doadores. O primeiro ano de vida de Isadora foi dentro do hospital; numa UTI, foram três meses. Ela já se submeteu a sete cirurgias e quatro cateterismos, em razão de uma cardiopatia grave, ainda em fase de estudos pelos médicos. “O coração dela é imperfeito, cheio de intervenções cirúrgicas. É como se fosse um coração oco. E ela está crescendo e o coração ficando cada vez mais fraco”, disse a agente comunitária de saúde Risoneide dos Santos Sousa, de 35 anos, mãe da menina e de outro filho, de 7 anos.

O novo coronavírus agravou o medo de Risoneide. Os sentimentos se alternam entre a desesperança diante da paralisia do setor de transplante e o temor de um coração novo aparecer num momento em que os riscos estão potencializados. Antes da atual crise existir, o telefone da mãe tocou por duas vezes, com alertas de que um coração havia surgido para Isadora. Na primeira vez, uma bebê em estado ainda mais grave fora priorizada. Na segunda, houve incompatibilidade. “O coração era muito grande para o peitinho dela, contou.

Há poucos dias, os profissionais de saúde da unidade de transplante do Messejana receberam a informação de que dois corações seriam ofertados, um de um homem de 18 anos e outro de um homem de 47 anos. A primeira informação repassada pela central responsável pela regulação, ligada à Secretaria Estadual de Saúde, foi que faltavam testes para a detecção do novo coronavírus nos doadores falecidos. Depois, a central disse que uma família negou a doação, e que a outra teria de esperar entre quatro e seis horas para a realização do teste no paciente morto. Por fim, os corações acabaram não sendo aproveitados no hospital de Fortaleza. “A logística ficou complexa. Nossa recomendação é fazer somente em pacientes priorizados”, disse o médico João David Neto, que coordena a unidade de transplante do local.

Também no Ceará estão depositadas as chances de tratamento do arquiteto paulista Dorival Ortêncio, de 67 anos, que recebeu em 2018 o diagnóstico de cirrose hepática e câncer de fígado. Ele faz quimioterapia, mas precisa de um novo órgão. Em meados de março, saiu de São Paulo, onde mora, e foi para Fortaleza em busca de melhores chances de tratamento. “A única terapia e chance de sobreviver é fazendo o transplante. Mas meu medo agora foi acrescido do coronavírus. Tomo remédio de uso contínuo e faço quimioterapia. Todos esses fatores e ainda minha idade me colocam no grupo de altíssimo risco. Tenho redobrado os cuidados para evitar o contágio, mas o que eu quero mesmo é fazer a cirurgia. Minha malinha de gestante está pronta à espera de uma chance de renascimento”, brincou Ortêncio, que nutre esperança de que em breve consiga ser operado.

A maneira como a pandemia impacta o sistema de transplantes no Brasil – quase todo inserido no Sistema Único de Saúde (SUS) – é difusa. Há muitos fatores que explicam a queda das doações, o desperdício de oportunidades e a redução expressiva das cirurgias, e que justificam o temor diante do que pode ocorrer em abril, maio e junho, meses com previsão de pico para a Covid-19. Um desses fatores foi apontado por sete fontes ouvidas, diretamente ligadas ao sistema: a falta de testes para a detecção do novo coronavírus nos doadores falecidos, apesar da recomendação feita pelo próprio Ministério da Saúde e pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). A ABTO recomenda ainda que testes sejam feitos em eventuais receptores. Também faltam testes para esses pacientes.

Quando há testes, muitas vezes falta a rapidez necessária no resultado para garantir a efetividade do transplante. Um coração, por exemplo, tem um prazo de apenas quatro horas para ser transferido de um peito para outro. O Ministério da Saúde ainda tenta assegurar uma priorização de testes no sistema de transplantes, mas ainda são poucos os estados que conseguiram instituir esse fluxo. Uma nota técnica da coordenação-geral do Sistema Nacional de Transplantes, editada no último dia 25, recomenda a realização dos testes. Técnicos discutem uma revisão dessa nota, de forma a tornar a testagem uma obrigação, e não uma opção. A ideia do Ministério da Saúde é evitar “ao máximo” a realização de transplantes que podem ser adiados, pois será necessário  desocupar leitos e respiradores que muitas vezes ficam ocupados por pacientes com morte encefálica, cuja conexão às máquinas por até 48 horas é necessária para garantir a extração dos órgãos. A nota técnica também proíbe a busca ativa presencial, que é o momento em que profissionais de saúde conversam com os familiares sobre a possibilidade de doação de órgãos. Ela agora deve ser feita de forma virtual ou por telefone.

Os principais hospitais do Nordeste, antes referências regionais em transplante, foram convertidos em centros de atendimento para a Covid-19. Poucas são as unidades que fazem, por exemplo, transplante de córnea. Em Brasília, 12 dos 15 centros cancelaram as cirurgias até o fim de maio. “Doadores podem estar infectados, e não é possível provar, diante da restrição de testes. Existe a possibilidade de contaminação de equipes e receptores. Assim, são plenamente defensáveis os transplantes em casos de vida ou morte, tomados os devidos cuidados. Se não existe um risco tão grande, é melhor esperar. Até porque não haverá solução caso todos os leitos de UTI estejam ocupados com pacientes com Covid-19”, disse o médico Paulo Pêgo, integrante do conselho deliberativo da ABTO e diretor da Divisão de Cirurgia Torácica do Instituto do Coração (Incor) da Universidade de São Paulo (USP), com atuação em transplantes de pulmão.

Neste meio tempo, Ademir Pires, de 51 anos, tem medo de morrer. Portador da doença de Chagas, ele teme a característica mais traiçoeira do mal, descoberta por ele há três anos: a morte súbita. Dois irmãos já morreram assim, após infartos. Pires, a mulher e quatro filhos deixaram Belém, no Pará, e foram para Brasília atrás de um coração novo. O tratamento no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) já dura dois anos, tempo em que está numa lista de espera, num incontável número de internações. Da aposentadoria de um salário mínimo, única renda da família, são descontados R$ 327 todo mês, para pagamento de um empréstimo consignado de R$ 8 mil que custeou as passagens que os levaram da Região Norte à periferia de Brasília. O novo coronavírus paralisou tudo. “Às vezes me dá vontade de voltar e morrer lá. Se o coração já não aparecia antes, qual a chance de aparecer agora?”

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE CONSOLO PARA A ALMA

DIA 17 DE ABRIL

O SACRIFÍCIO DO AMOR

Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto… (Genesis 22.2a).

Abraão, o pai da fé, passou por muitas provas, mas agora enfrenta a maior de todas. Depois de esperar 25 anos para ver nascer Isaque, o filho da promessa, recebe de Deus, uma dura e quase incompreensível ordem: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto (v. 2). Abraão não discute com Deus nem protela a ação. Naquela mesma madrugada, levanta-se, albarda seu animal, racha lenha e, levando consigo dois moços, sai com Isaque em direção ao monte apontado por Deus. Aquela deve ter sido uma dura jornada. Abraão está levando seu filho para o holocausto. Após três dias de caminhada, avistam o monte. Abraão, então, diz aos seus moços: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós (v. 5b). Abraão colocou a lenha sobre os ombros de Isaque e ambos partiram rumo a Moriá. No caminho, o menino pergunta ao pai: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto… (Genesis 22.2a).

Abraão, o pai da fé, passou por muitas provas, mas agora enfrenta a maior de todas. Depois de esperar 25 anos para ver nascer Isaque, o filho da promessa, recebe de Deus, uma dura e quase incompreensível ordem: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto (v. 2). Abraão não discute com Deus nem protela a ação. Naquela mesma madrugada, levanta-se, albarda seu animal, racha lenha e, levando consigo dois moços, sai com Isaque em direção ao monte apontado por Deus. Aquela deve ter sido uma dura jornada. Abraão está levando seu filho para o holocausto. Após três dias de caminhada, avistam o monte. Abraão, então, diz aos seus moços: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós (v. 5b). Abraão colocou a lenha sobre os ombros de Isaque e ambos partiram rumo a Moriá. No caminho, o menino pergunta ao pai: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? (v. 7b). Abraão respira fundo e responde: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto (v. 8). No monte Moriá Deus proveu um cordeiro substituto e Isaque foi poupado. Dois mil anos depois, o Filho de Deus também foi colocado no altar do sacrifício, mas Deus não o poupou, antes por todos nós o entregou. Como Cordeiro que tira o pecado do mundo, Jesus morreu na cruz, em nosso lugar, para nos dar eterna redenção. Esse foi o sacrifício do amor: Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5.8).

GESTÃO E CARREIRA

CAPITALISMO EM CRISE

Como os investimentos sustentáveis mudam os negócios

Os tempos definitivamente mudaram. No capitalismo do século 21, o lucro financeiro não é a única métrica a ser atingida. Ganhar dinheiro é importante, claro. Mas preservar o planeta é imprescindível para os negócios. Um estudo do Fórum Econômico Mundial em parceria com a consultoria PwC mostra o porquê. Metade do PIB global, o equivalente a US$ 44 trilhões, depende, em maior ou menor grau, da natureza. Como bem definiu Marc Benioff, fundador e CEO da Salesforce, a Terra é hoje nosso maior stakeholder. E ela carece de investimentos. Os chamados ativos sustentáveis são a classe que mais cresce hoje, segundo a Aliança Global de Investimento Sustentável (GSIA, na sigla em inglês). Entre 2016 e 2018, registrou-se um aumento de 34% nesses aportes, totalizando US$ 30,7 trilhões. Muito desse crescimento está associado aos fundos de pensão e outros investidores que aderiram ao PRI, sigla em inglês para Princípios para o Investimento Responsável. Criado pela ONU em 2003, esse programa representa o compromisso dos grandes investidores institucionais do mundo de investir em negócios sustentáveis.

Um dos marcos mais emblemáticos da nova era foi a carta de Larry Fink ao mercado. Em 14 de janeiro último, o CEO e presidente do conselho da BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, com quase US$7 trilhões de ativos sob sua administração, anunciou: a sustentabilidade está agora no centro das decisões de investimento da empresa. “Nossa convicção de investimento é que os portfólios integrados com a sustentabilidade e o clima podem proporcionar melhores retornos ajustados ao risco para os investidores. E, dado o crescente impacto da sustentabilidade no retorno dos investimentos, acreditamos que a base mais forte para os portfólios dos nossos clientes no futuro é o investimento sustentável”, lê-se no documento.

Entre as medidas anunciadas pela BlackRock, está a de desinvestir daqueles com alto risco de sustentabilidade, como os produtores de carvão para termoelétricas, e lançar novos produtos de investimento, que filtrem os combustíveis fósseis. Obviamente o mercado não espera que isso aconteça de uma hora para a outra. Larry comentou já ter passado por uma série de crises e desafios ao longo de seus 40 anos de carreira, mas nada que se compare à crise do clima. “Os picos da inflação dos anos 70 e 80; a crise da moeda asiática, em 1997; a bolha dot.com; e a crise financeira global. Ainda que tenham durado anos, foram, no amplo contexto das coisas, de curto prazo”, disse o executivo. A mudança climática impõe mudanças drásticas. Empresas, investidores e governos devem se preparar para uma realocação significativa de capital, adverte o executivo. No mundo das finanças, o futuro é de transformações. Nas próximas duas décadas, acontecerá a maior transferência de riqueza da história da humanidade. Cerca de US$ 30 trilhões passarão dos baby boomers para os millennials. E os herdeiros do futuro estão muito mais afinados com as causas socioambientais. Foi por iniciativa de uma autêntica millennial o evento Capital Converge Conference. Aos 31 anos, Marina Cançado, uma das herdeiras do grupo de farmácias Drogai, no interior paulista, recentemente reuniu investidores, gestores de fundos e executivos de bancos no Rio de Janeiro para debater como transformar o setor em uma alavanca para o desenvolvimento sustentável.

Para Marina, coordenadora da Agenda Brasil do Futuro, uma plataforma de coinvestimentos de jovens que querem contribuir para o futuro do país, não existe sustentabilidade no longo prazo sem o envolvimento do mercado financeiro. “A maneira como você investe seus recursos determina a realidade que você constrói”, explica. “Temos de acabar com o mito de que não é possível investir sem causar impacto social ou ambiental. É possível ganhar dinheiro e serresponsável.” E há grande número de oportunidades de investi­ mento com esse perfil no mercado global. Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos, por exemplo, já movimentam US$ 1,5 trilhão no mercado internacional. No Brasil, grandes fundos de pensão, como a Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, já incorporam critérios sociais, ambientais e de governança a suas decisões de investimento.

No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para que a cultura da sustentabilidade se generalize no mercado financeiro nacional. Um dos desafios é a pouca variedade de oferta de ações, com uma bolsa de valores amplamente dominada por empresas dos setores de commodities e bancos. “Há pouca informação disponível por parte das empresas e, também, pouca liquidez”, diz Roberta Goulart, sócia da Turim, um dos maiores multi-family offices independentes do Brasil. As limitações, no entanto, começam a ser vencidas.

Marcelo de Andrade é sócio da Earth Capital, fundo global de private equity focado em investimentos sustentáveis relacionados à energia, alimentos e água. De origem inglesa, a Earth Capital deve lançar seu primeiro fundo no Brasil ainda este ano. “Temos de entender a sustentabilidade como um diferencial de risco”, explica Marcelo. “Na prática, com bons indicadores de ASG [ambientais, sociais e de governança], você melhora a relação de risco e o retorno dos investimentos.”

Cada fundo de investimento tem uma estratégia diferente de abordagem em relação à sustentabilidade e aos investimentos com impacto social relevante. Focada no middle market, a gaúcha EB Capital busca oportunidades em nichos de mercado que atendam a carências importantes da sociedade brasileira. Como a conexão de alta velocidade, por exemplo.

“O Brasil tem mais de um celular por pessoa, mas apenas 40% da população tem acesso à banda larga. E esses acessos estão concentrados nas grandes áreas urbanas. Além disso, 16% ainda usa internet discada”, explica Luciana Ribeiro, sócia da EBCapital. Segundo ela, essa demanda no interior é atendida por cerca de 7 mil provedores de acesso independentes, que levam o serviço até áreas que não são servidas pelas grandes operadoras de telefonia.

Essas empresas sofrem com falta de acesso a capital, por isso têm dificuldade de crescer. Ao mesmo tempo, a falta de conectividade reduz a produtividade no interior do país, e dificulta o acesso da população a serviços e informações online. “Por isso, investimos mais de R$ 200 milhões para assumir o controle da Sumicity, um provedor de fibra óptica no interior do Rio de Janeiro”, explica Luciana.

Outro segmento de interesse da EBCapital é o setor de treinamento e capacitação profissional. “Temos um desemprego de dois dígitos, e os Feirões de Emprego não preenchem todas as vagas por falta de capacitação dos candidatos”, diz Luciana. “Portanto, esse é outro setor com grande impacto social, tanto na redução da pobreza quanto na produtividade das empresas.” Hoje, a EBCapital possui um fundo de multiativos de US$150 milhões e um braço de private equity.

Mesmo com todos esses exemplos, fica a pergunta: como vencer a tentação dos ganhos de curto prazo, para investir de forma responsável em projetos sustentáveis, com perspectiva de retorno em horizontes mais longos? Marina Cançado responde e resume o que alguns grandes investidores já começaram a perceber. “Os investidores institucionais e de longo prazo já enxergaram que se eles não considerarem a sustentabilidade e o futuro, não haverá longo prazo”, diz. “E se não considerarem as responsabilidades sociais, ambientais e de governança, ainda colocarão em risco seus ganhos no curto prazo, porque vão precificar de forma inadequada os seus riscos”, conclui.

OS APORTES AUMENTAM

A evolução dos investimentos sustentáveis (em trilhões de US$)

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

SEXUALIDADE E AS REDES SOCIAIS

O assunto é enfrentado com tabus, e todos tornam-se vulneráveis às informações apelativas vindas pela mídia no que diz respeito a esse conhecimento

Atualmente é fundamental que pais e educadores conversem com os jovens sobre sexo, sexualidade e as redes sociais. É fato que precisam compreender que não é por meio de uma “aula” de anatomia e de fisiologia das genitálias masculina e feminina que todas as dúvidas que permeiam sua curiosidade e descobertas sexuais serão resolvidas na mente das crianças ou adolescentes.

Como desatar as amarras se a maioria dos adultos somente conhece a sua identidade sexual por meio da genitália, e desconhece, muitas vezes, sua sexualidade? Importante distinguir os termos: sexo é um a expressão da sexualidade já amadurecida que envolve a escolha de parceiro(a) e pode acontecer a partir do desenvolvimento da puberdade. A sexualidade está presente em todo desenvolvimento do indivíduo, mas com características diferentes em cada etapa da vida.

A falta de orientação dos pais quando o assunto é sexo e sexualidade e a vulnerabilidade encontrada nas redes sociais vêm trazendo a banalização sexual e a erotização precoce às crianças e adolescentes, sendo a tecnologia apontada como a grande vilã causadora dessa “maturidade sexual” antecipada nos jovens, pois basta um click para que as respostas desejadas surjam nas telinhas digitais.

Vivemos num mundo touch, virtual e muito cedo as crianças e os jovens têm acesso fácil às redes sacias, aplicativos móveis para produzir e compartilhar imagens de nudez, sexo, tornando-se cada vez mais vulneráveis a essa nova identidade. Considera-se que o uso indevido das redes sociais acontece devido à falta de maturidade cognitiva e emocional para reconhecer que determinados encantamentos vindo das telas de computadores, celulares e dos relacionamentos obscuros podem transformar prazeres em grandes pesadelos para todos os envolvidos.

Alguns adolescentes usam o termo “sexting”, que é uma expressão usada na internet que significa sexualidade. Envolve mensagens de texto eróticas com convites sexuais para namorar, por meio de aplicativos pelos quais compartilham “nudes”. Pode ser entendido, também, pelo envio e divulgação de conteúdos eróticos, sensuais e sexuais com imagens pessoais pela internet, utilizando-se de qualquer meio eletrônico, como câmeras fotográficas digitais, webcams e smartphones.

Pais e educadores precisam estar atentos ao uso e aos sites da internet que seus filhos (as) estejam acessando. Importante observar, conversar e acompanhar o desenvolvimento de crianças e jovens, oferecendo outras possibilidades e formas de relacionamento no mundo real, presencial.

Contudo, é fundamental o diálogo sobre essas questões desde a infância, sem repressão, com muita conversa, para que se possam transformar crianças em adultos saudáveis do ponto de vista sexual, pois a construção humana vai muito além dos órgãos sexuais e das redes sociais da internet.

MARTA RELVAS – é membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento. Docente da AVM Educacional/UCAM e da Universidade Estácio de Sá. Docente colaboradora da UFRJ/pub. Docente convidada do Instituto de Neurociências Aplicadas (INA). Livros publicados pela Wak e Editora Qualconsoante de Portugal

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