A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

EU SOU PORQUE NÓS SOMOS

Como o bem-estar comunitário pode contribuir para uma vida mais feliz em sociedade, com influência direta sobre o bem- próprias vidas estar subjetivo, ou seja, a forma como avaliamos as nossas

Há uma expressão na sabedoria africana do ubuntu que diz “eu sou porque nós somos”, ou estamos todos conectados, não podemos ser nós mesmos sem comunidade, ou ainda, em um sentido mais filosófico, “a crença em um vínculo universal de compartilhamento que conecta toda a humanidade”. Esse jogo de palavras traduz de maneira muito precisa a necessidade humana de nos relacionarmos com outras pessoas desde que nascemos e por toda a nossa existência, assim como a interdependência do florescimento e do bem-estar comunitário.

Com base nas pesquisas do Instituto Gallup, os autores Tom Rath e Jim Harter elencaram os cinco elementos essenciais do bem-estar, entre os quais figura o bem-estar das comunidades. Mas a que exatamente se refere essa categoria? Segundo eles, o bem-estar comunitário está ligado ao senso de envolvimento com o ambiente social no qual vivemos, à habilidade de interagirmos com as pessoas ao nosso redor, saber comunicar-nos com elas e criar relacionamentos significativos baseados no respeito e na harmonia. De forma ampla, o bem-estar comunitário se refere à qualidade dos nossos relacionamentos e à coesão entre os cidadãos, afetando as diversas esferas da existência. Em outras palavras, o florescimento concomitante de indivíduos e comunidades, nutrindo-se mutuamente.

Sob esse aspecto, o bem-estar comunitário tem influência direta sobre o bem-estar subjetivo, ou seja, a forma como avaliamos as nossas próprias vidas. De acordo com os pesquisadores Ed Diener e Robert Biswas-Diener, no livro Happiness: Understandzng the True Health (Felicidade: entendendo a verdadeira saúde, em tradução livre), os seres humanos precisam de outras pessoas para florescer, porque funcionamos melhor quando somos apoiados por uma rede de conexões significativas, verdadeiramente preocupadas   com o que somos e desempenhamos. À parte as pesquisas científicas, essa constatação pode ser averiguada ordinariamente no nosso próprio cotidiano, mais especificamente no uso quase ininterrupto que fazemos dos smartphones. Basta observar o horário de pico no transporte público: mesmo em meio ao estresse e às de­ mandas do dia a dia, estamos sempre em busca de um outro rosto, um comentário, alguém que valide o que somos, que reconheça nossa existência no mundo. Essa necessidade de contato, de apego, de nos sentirmos íntimos de alguém é o que impulsiona a maior parte de nossas atitudes, mesmo quando preferimos acreditar que não. Trata-se de um mecanismo biológico determinante para a sobrevivência humana.

De fato, segundo vários pesquisadores, a quantidade e a qualidade de relacionamentos próximos estão intimamente relacionadas à felicidade. Os pesquisadores James Fowler e Nicholas Christakis, autores de Connected: the Surprzsz’ng Power of our Social Networks and how they Shape our Lives (Conectado: o poder surpreendente de nossas redes sociais e como formam nossas vidas, em tradução livre), validam esse conceito ao afirmarem que, entre outros fatores, a felicidade de uma pessoa está ligada à felicidade das pessoas emocionalmente próximas. Isso significa que, quanto mais conectados estamos a uma rede de amigos ou família, maiores são as chances de alcançarmos a felicidade no futuro – uma afirmação especialmente poderosa quando inserida no contexto de promoção de uma infância saudável e próspera, por exemplo. Quanto mais apoio social nós recebemos, mais temos bem-estar; por isso, é perceptível que quanto mais uma pessoa aprecia a convivência social, mais feliz ela parece ser, e mais engajada se mantém em seus relacionamentos, assim como mais força ela demonstra ter para lidar com questões prementes do mundo moderno, como violência, crises e demais vulnerabilidades.

A Psicologia Positiva, nesse sentido, traz em seus diversos enfoques o poder de transformação e florescimento que emana do indivíduo para o grupo – e vice-versa. Segundo o professor Christopher Peterson, conhecido mundialmente por seu trabalho a respeito das forças de caráter, a Psicologia Positiva poderia, inclusive, ser resumida em três palavras: “os outros importam”. Isso quer dizer que a ciência do bem-estar tem como um dos seus pilares fundamentais o fato de que não podemos atingir a felicidade autêntica isoladamente. Nas palavras do poeta inglês John Donne, “nenhum homem é uma ilha”.

De acordo com Peterson, a função dos nossos relacionamentos, por um ponto de vista biológico, ultrapassa a de ser um mero veículo para a obtenção de alimentos, sexo ou outros elementos primários. Essa função, na verdade, é essencial: interações sociais consistentes e construtivas fortalecem o sistema imunológico, aceleram a recuperação do organismo (após cirurgias, por exemplo), reduzem os riscos de depressão e transtornos de ansiedade e são diretamente relacionadas à felicidade e à satisfação. Por outro lado, lacunas no campo dos relacionamentos interpessoais estão ligadas a um impacto negativo no tocante à saúde.

Assim, nas relações direcionadas à valorização da alteridade, ou seja, a concepção que parte do pressuposto básico de que todo ser humano social interage e interdepende do outro, prezar pela empatia ao próximo e agir para tornar a vida comunitária mais empoderada são o caminho para transformar e impactar positivamente a sua vida e a das pessoas ao seu redor.

FLORA VICTORIA – é presidente da SBCoaching Training, mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da Pensilvânia, especialista em Psicologia Positiva aplicada ao coaching. Autora de obras acadêmicas de referência. Ganhou o título de embaixadora oficial da Felicidade no Brasil por Martin Seligman. É fundadora da SBCoaching Social.

OUTROS OLHARES

UM HOSPITAL FLUTUANTE

O barco do projeto Doutores das Águas passa vinte dias percorrendo rios e igarapés da Amazônia para levar assistência a brasileiros esquecidos pelo poder público

O barco deixara Manaus fazia apenas uma hora, e ainda faltavam 35 para chegar a seu primeiro destino, a comunidade de Bom Jardim, mas já então não havia mais sinal de internet ou celular. A embarcação seguiu noite adentro, sob a luz da lua, a uma velocidade de 15 quilômetros por hora, desviando-se de troncos e passando por igapós, áreas de vegetação alagadiça — tudo para levar atendimento médico e odontológico às populações desassistidas da região amazônica. A riqueza natural da maior floresta do planeta contrasta com a carência de infraestrutura das comunidades ribeirinhas visitadas pelo projeto Doutores das Águas, que todo ano percorre o mesmo caminho de precariedades — 1 000 quilômetros pelos rios Amazonas, Negro, Madeira e afluentes. Nas comunidades atendidas pelos médicos e dentistas voluntários, a energia elétrica é rara, a educação, precária, e o saneamento básico inexiste. Acompanhamos a excur­são do barco-hospital por sete dias — de seus vinte de viagem — e testemunhamos a dedicação desses profissionais a brasileiros em geral esquecidos pelo poder público.

As barreiras físicas têm sua parte na falta de assistência às comunidades à beira dos rios: poucas embarcações conseguem navegar por igarapés, os canais estreitos, de baixa profundidade, rodeados pela mata fechada. Apesar de grande — 22 metros de comprimento por 7 metros de largura, e três andares de consultórios e instalações médicas —, o barco dos doutores foi projetado para acessar lugarejos afastados. O calado (profundidade mínima para navegação) é só de 1 metro, o que permite singrar áreas rasas.

São cerca de 2.000 ribeirinhos atendidos todo ano. Eles vivem da pesca e da caça, cultivam mandioca, colhem castanhas e vendem madeira extraída ilegalmente. Uma família ganha, em média, 300 reais por mês. Embora a Amazônia seja considerada o bioma com a maior disponibilidade de água per capita, a região concentra as piores taxas de saneamento básico. Só 52,3% da população brasileira conta com rede de esgoto, e no Norte esse índice é bem pior: 10,2%. Entre os atendidos pelo barco, 60% usam fossa como banheiro e 23% o mato; 75% moram em palafita; 46% não são alfabetizados. Antes do projeto, não era incomum uma família inteira dividir a mesma escova de dentes.

A infecção por vermes é o problema mais frequente entre os ribeirinhos. Sete em cada dez pessoas atendidas pelos médicos voluntários têm pelo menos um parasita no organismo. “As crianças são as que mais sofrem. Se não têm tratamento, vivem com anemia e desnutrição, o que prejudica o desenvolvimento”, explica o médico Francisco Leão, um dos coordenadores do projeto. Além do tratamento com vermífugos, os doutores desenvolveram um programa educacional para ensinar medidas higiênicas e prevenir parasitas. Outros problemas comuns são doenças de pele e picadas de bichos como o micuim, um tipo de carrapato característico da região. Gravidez precoce também costuma ocorrer entre as ribeirinhas. Não é raro ver jovens de 20 e poucos anos que já são mães de até cinco crianças pequenas. Entre os homens, o problema mais comum é a dor lombar, decorrência de atividades cotidianas: carregar madeira, colher castanhas ou remar.

O barco tem quatro consultórios médicos, salas para exames, incluindo ultrassom, e quatro consultórios odontológicos com seis profissionais que atendem crianças e adultos que às vezes nunca viram um dentista antes. “Precisamos vencer o medo, ganhar a empatia e a confiança dos pacientes”, expli­ca o chefe da equipe, o dentista Luciano Moura. Quem chega ao ano seguinte sem nenhuma cárie recebe uma medalha, forma criada pelos doutores para incentivar o cuidado com a saúde bucal. A bordo do barco, um protético faz dentaduras. Neste ano foram 211 próteses — ou “chapas”, como dizem os ribeirinhos. A produção é em tempo recorde: em doze horas são feitos o molde, a prótese e a prova.

Para grande parte dos ribeirinhos, a visita do barco Doutores das Águas é o único momento em que eles encontram um médico ou dentista. A assistência à saúde na região é centralizada na zona urbana dos municípios. Em casos de necessidade, a viagem ao posto médico pode levar até três dias — e nem sempre o doente consegue atendimento. Poucos têm voadeira, um pequeno bote com motor rápido, que atinge a velocidade de 40 quilômetros por hora. É mais comum que usem a rabeta, barquinho que chega só a 10 quilômetros por hora.

Nas cidades, os ribeirinhos também buscam açúcar e óleo, que eles consomem em excesso. Neste ano, os médicos flutuantes começaram uma pesquisa, em parceria com a Universidade Santo Amaro, para avaliar a nutrição da população atendida. O cardápio dos ribeirinhos é baseado em peixes e animais caçados (anta, tatu e aves), mas há ainda um prato popular, nada saudável, chamado “fritinho” — um bolinho de açúcar e farinha. Muitas famílias compram até 30 quilos de açúcar e doze latas de óleo por mês.

A expedição dos Doutores das Águas é totalmente voluntária. A organização arrecada fundos de doadores particulares e empresas para custear a viagem. Todos os profissionais, de instituições renomadas, pagam a própria passagem para Manaus. “Percebemos que podemos mudar a vida das pessoas com ações muito simples. Não podemos parar”, diz Rubens Almeida Prado, consultor de pescaria esportiva e coordenador-geral do projeto. No fim da visita, os ribeirinhos recebem kits com sacos para guardar mantimentos, escova e pasta de dentes, anzol e linha para pescar, talheres, óculos para enxergar de perto e roupas.

Aliás, é durante a visita dos doutores que os moradores locais usam suas melhores roupas. O barco-hospital tornou-se um evento na região. Acompanhamos uma família de três adultos e quatro crianças que levou quarenta minutos, numa lancha rápida, para chegar ao ponto em que a embarcação estava atracada. “Onde é São Paulo?”, perguntou Raquel, 5 anos, quando a reportagem lhe disse de onde vinha. A menina teve dificuldade para figurar um lugar tomado de prédios e carros. Talvez por isso tenha querido saber se há pelo menos um elemento comum entre a metrópole e a floresta: “Tem árvore em São Paulo?”.

GESTÃO E CARREIRA

DO NICHO PARA AS MASSAS

Moda nas grandes cidades brasileiras, as hamburguerias artesanais começam a se estruturar para virar redes nacionais. Dá para crescer sem deixar de ser descolado?

Sempre que tinha uma folga no trabalho, o administrador alagoano Mauricio Coutinho, de 35 anos, dava um pulo até a Praia de Ponta Verde, uma das mais famosas de Maceió. Ele não era tão fã do mar. O que ele queria mesmo era comer um hambúrguer preparado pelo chef Deco Sadivursky, dono de um food truck na orla. De tanto frequentar o lugar, ele e o chef tornaram-se sócios e abriram a lanchonete Black Beef em 2015. Coutinho é um entre muitos. O Brasil vive uma febre de hamburguerias artesanais. A imensa maioria nasce para atender os clientes do bairro, sem grande pretensão de expansão. Mas Coutinho também é um entre poucos. A Black Beef já tem 26 lojas, em cidades como Brasília, Belo Horizonte, Maceió e São Paulo, e uma expectativa de faturamento de mais de 50 milhões de reais neste ano.

Há um punhado de hamburguerias que passaram de uma única unidade para uma rede estruturada, com ambições que ultrapassam o bairro e a cidade de origem. Além da Black Beef, outras novatas ambiciosas são a Bullguer, fundada há quatro anos em São Paulo, e a Cabana, criada no final de 2016, também na capital paulista. Elas ainda são pequenas se comparadas a gigantes como o McDonald’s, que fatura 320 milhões de dólares por ano no Brasil, com mais de 2.000 unidades. Juntas, as três redes faturaram 130 milhões de reais em 2018, com 40 restaurantes. Elas esperam fechar este ano com um crescimento de pelo menos 40%, e pretendem manter o ritmo. A ambição vem chamando a atenção de investidores. A Cabana recebeu investimento recente do fundo TMG; a Bullguer negocia um aporte com a empresa de refeições coletivas Sapore; a Black Beef tem como sócio o ator Caio Castro, que tem 17 milhões de seguidores nas mídias sociais. Hoje, o mercado de restaurantes especializados em lanches fatura mais de 20 bilhões de reais por ano no Brasil, e cresce 7% ao ano. “Há nichos que podem ser mais bem explorados, como o de sanduíches gostosos a preços razoáveis e com lojas bem arrumadas”, diz Enzo Dorma, fundador da consultoria de gastronomia ECD.

Para passar do nicho para as massas, as hamburguerias que montam as próprias redes seguem uma receita parecida: uma decoração descolada (com um ou outro detalhe autoral por loja) e um cardápio com sanduíches por preços camaradas (cerca de 20 reais) e cervejas artesanais. Em geral, há um mix de lojas de rua, onde o aluguel é mais em conta, com lojas em shoppings. Além disso, essas empresas bolaram estratégias para manter os custos baixos e oferecer um atendimento rápido. A Black Bleef compra carne fresca e monta o hambúrguer na própria loja, diminuindo o custo em até 20%. A equipe de funcionários também costuma ser enxuta: de 12 a 18 por loja, enquanto no mercado são mais de 20 empregados, em média. Outra característica é que, em geral, não há garçons. O pedido é feito no caixa e o consumidor é chamado para pegar o sanduíche no balcão, num modelo parecido com o de redes como a Starbucks, de café.

Na Bullguer, boa parte dos executivos veio de grandes empresas. A diretora-geral, Regina Baleli, havia atuado como executiva na IMC, dona dos restaurantes Viena e Frango Assado, e na britânica GR, de restaurantes corporativos. Outros diretores e gerentes passaram por redes de fast- food, como Taco Bell, americana, e Giraffas, nascida em Brasília. “Precisamos de gente acostumada a escala e a processos”, diz Thiago Koch, de 35 anos, dono de uma pizzaria em São Paulo e um dos fundadores da Bullguer. Na Black Beef, o diretor de expansão, Erisvaldo Oliveira, era gerente comercial da Raízen, do ramo de energia. A empresa está instalando software de gestão da SAP, empresa alemã acostumada a atender clientes grandes, e contratou uma agência de recrutamento para encontrar um novo presidente.

ATÉ ONDE CRESCER?

Comprar de fornecedores conhecidos ou exclusivos para garantir a padronização dos principais ingredientes é outro aspecto importante da estratégia. A rede Bullguer já tem números grandiosos. Mais de 400.000 pães são comprados por mês, além de 40 toneladas de carne e 12 toneladas de queijo. Com isso, Koch consegue descontos de cerca de 30%. Na Cabana, do empreendedor Paulo Assarito, dono também da incorporadora Mint, e de outros dois sócios, as carnes são moldadas em discos de 100 gramas na cozinha central, de onde são encaminhadas às lojas. O principal fornecedor de carne é a VPJ Alimentos, fundada há 30 anos, conhecida pelos cortes da raça angus, considerada uma das mais nobres para hambúrgueres. Os molhos são feitos internamente.

A Black Beef optou por uma estratégia parecida, com fornecedores com capacidade de atender lojas em todo o país. O histórico de expansão também é similar. Os investimentos iniciais foram feitos com recursos próprios. Conforme o negócio foi se estruturando, alguns dos empreendedores lançaram franquias, como ocorreu com a Bullguer e a Black Beef, para impulsionar a abertura de novas lojas. Nesse modelo, o franqueado toca a operação e entra com um investimento – na casa dos 500.000 reais. É uma maneira encontrada para crescer com menos custos e mais velocidade. A inspiração não vem do McDonald’s, mas de outra rede de hambúrgueres americana. Os três empreendedores contam que se inspiraram na rede Shake Shack, reverenciada como um exemplo no mercado de fast­ food mais arrumadinho. O negócio começou com um food truck em frente ao ginásio Madison Square Garden, em Nova York, em 2001, e cresceu a ponto de hoje ter mais de 240 lojas, nos Estados Unidos e em outros 11 países, com um faturamento anual de quase 600 milhões de dólares. Um dos segredos da marca é cobrar pouco – o cheeseburguer custa menos de 7 dólares – e manter ambientes descolados, que servem até vinho. Como o volume de compras é grande, dá para negociar com fornecedores e competir com as redes de lanchonetes tradicionais. Outros pontos a favor são o cardápio enxuto, que facilita o trabalho dos cozinheiros, e os hambúrgueres pequenos, com cerca de 100 gramas, e bem crocantes, outra moda entre as novas redes brasileiras. Coutinho, da Black Beef, e Koch, da Bullguer, estiveram nos Estados Unidos na mesma época, em 2014 e 2015 – Coutinho foi fazer MBA em administração na Universidade Harvard e Koch viajou a passeio -, conheceram o Shake Shack e resolveram trazer o modelo para o Brasil. “Há espaço no Brasil para hamburguerias que ofereçam um meio-termo entre opções refinadas e caras e o fast- food tradicional”, diz Ana Paula Gilsogamo, especialista em comida e bebida da consultoria britânica Mintel, que realiza estudos mundiais sobre alimentação e hábitos de consumo.

É possível manter o ar descolado mesmo com centenas de unidades? Cabana, Bullguer e Black Beef estão neste momento de reflexão: até onde dá para ir sem perder a essência que gerou o crescimento recente. A Cabana deverá dobrar o número de lojas até 2020, com pelo menos mais oito endereços em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Bullguer planeja fechar o ano com 25 unidades, o dobro do fim de 2018, chegando a cidades menores, como Santos, no litoral paulista. A Black Beef, com 20 lojas no fim do ano passado, quer ter 38 até dezembro. Não há muitas referências brasileiras de limite para a expansão. A fórmula dessas hamburguerias relativamente baratas segue um modelo diferente de redes como o Madero, que cresceram com uma estratégia baseada em lojas bem decoradas, com garçons e uma clientela disposta a pagar mais de 50 reais por um sanduíche com um refrigerante. As novatas querem pegar clientes que topem comer sem garçom e sem luxos, mas que aceitem pagar um pouco a mais do que no fast- food tradicional. Segundo consultores, o que vai fazer a diferença será a capacidade de ganhar escala e continuar inovando nos cardápios, no atendimento e na decoração, com lojas próprias ou franquias. Será a chave para as redes competirem entre si ou superarem novatos ou redes tradicionais que investem cada vez mais em sanduíches com carnes, pães e molhos especiais. Para o consumidor, quanto mais opções de qualidade por preços convidativos, melhor.

QUERO SER REDE

As maiores hamburguerias artesanais do Brasil e sua inspiração americana

ALIMENTO DIÁRIO

A HISTÓRIA DO CASAMENTO

DIA 12 – A OFENSA

Perdoar é libertar um prisioneiro e descobrir que o prisioneiro era você. Lewis B. Smedes

A primeira coisa que precisa ser retirada do convés do seu casamento é a ofensa. Pelo fato de a ofensa ser tão tóxica, passaremos grande parte deste capítulo discutindo esse único tema.

A recusa em perdoar rouba nossa liberdade e impede a paixão. Ao agir assim você alimenta o desejo de vingança, em uma busca interminável na qual sua única companheira é a infelicidade. O ato de perdoar é um ato de libertação tanto para o ofensor quanto para o ofendido.

Muitos acreditam que o perdão deve ser retido até obtermos uma reparação adequada. Quantos de nós já dissemos: “Só vou perdoar quando vir alguma mudança”? Mas no Reino de Deus, o perdão não é opcional. Ele é o único modo de vida. Quanto mais perdoamos, mais nos tornamos como nosso Pai celestial. Se quisermos ser agentes da Sua grandeza, precisamos abraçar o poder do perdão.

Paulo nos ordenou:

Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Colossenses 3:13

Isso costuma ser difícil de engolir. É uma ordem, não uma sugestão. E não existem condições ou exceções. Deus nos diz para perdoar qualquer um que nos ofenda. Fim de papo.

Costumamos tolerar e criar justificativas para nossos próprios erros, e esperamos que os outros façam o mesmo. No entanto, achamos muito mais difícil perdoar os erros dos outros, principalmente os dos nossos cônjuges.

Mas qualquer pessoa que seja incapaz de perdoar se esqueceu do que lhe foi perdoado. Muitos de nós nos sentimos cheios de justiça própria e nos esquecemos de que todos nós merecíamos passar a eternidade no inferno. Nossa ofensa a Deus foi tão grave que Ele teve de sacrificar o Seu único Filho para reverter seus efeitos. Cristo declarou Seu perdão na Cruz, quando a amargura teria sido uma escolha muito mais fácil. Ele nos perdoou antes que o nosso comportamento fosse digno do Seu perdão, e nós devemos fazer o mesmo pelos outros.

Provavelmente não temos de convencer você de que seu cônjuge não é perfeito. Ninguém é! Mas os erros geram oportunidades para estendermos a graça de Deus a outros. Nossa disposição de perdoar é uma das maiores evidências de que Cristo habita em nós.

LIBERANDO AS MÁGOAS

Quando nos casamos, eu (Lisa) estava entre aqueles que costumam dizer: “Só vou perdoá-lo quando você mudar”. Até que John mudasse seu comportamento, minha lista de queixas contra ele continuaria a crescer. Eu pensava que reter o perdão o motivaria a se transformar, mas isso apenas fazia com que ele se sentisse condenado, desesperançado e impotente.

Tudo mudou quando Deus me mostrou a maneira como Ele perdoa. O perdão Dele não é uma recompensa pela nossa mudança de comportamento. É um voto de confiança. Quando Deus renovou minha compreensão do perdão, Ele substituiu as palavras da minha boca por outras que refletiam o coração Dele: “Eu creio que você deseja mudar, e eu o perdoo”.

Naquela época, eu não entendia o quanto era importante perdoar John. Mais tarde entendi que a amargura que eu guardava contra meu marido estava guerreando contra sua capacidade de mudar, pois Jesus disse:

Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados. João 20:23

Durante séculos esse versículo foi mal empregado e distorcido, tornando-se uma ferramenta para propagar o medo e a opressão. Essa não era a intenção de Jesus. Quando estudamos Seu ministério como um todo, podemos entender o propósito e o significado dessas palavras. Jesus, mais do que qualquer outro, entende o poder do perdão, pois Ele reconciliou o irreconciliável por meio dele.

Lembre-se de que, de acordo com 2 Coríntios 5:17-20, nós somos os ministros da reconciliação por intermédio de quem Deus faz Seu apelo ao mundo. Devemos afirmar e estender o perdão oferecido em Cristo. Quando escolhemos em vez disso guardar mágoa, deixamos de declarar a esperança de Deus e passamos a concordar com aquele chamado de “o acusador dos nossos irmãos”. Proferimos condenação contra aqueles a quem Deus quer oferecer um novo começo. Em seu comentário sobre as palavras de Jesus, G. L. Borchert afirma o seguinte: “É preciso haver um reconhecimento do papel significativo que as declarações de perdão podem ter na libertação das pessoas e em ajudá-las a colocar de lado seus pecados passados e sentimento de culpa, bem como chamar a atenção delas para a alegria de viver com o Cristo ressuscitado sob a direção do Espírito Santo”.

O perdão é um ato divino. Nenhuma outra virtude requer tão grande sacrifício do eu. Ele é uma escolha consciente pela vulnerabilidade em vez da vingança. Mas no sacrifício do eu encontramos o abraço de Deus. Escolhendo o perdão, nos recusamos a enaltecer nossos sentimentos e em vez disso nos submetemos à verdade de Deus. E perdoando nossos cônjuges, criamos a oportunidade para eles reconhecerem e receberem o convite de Deus para serem remodelados pela Sua graça.

Quando vamos a Deus em arrependimento, a resposta Dele não é: “Eu sou Deus, e sei que você vai fazer a mesma coisa de novo daqui a duas semanas”. Ele simplesmente diz: “Eu perdoo você”, e nos oferece a capacitação para mudar. Deus não declara fracasso sobre o nosso futuro; Ele declara esperança e promessa sobre cada dificuldade. Vamos fazer o mesmo uns pelos outros.

ABRINDO SEU ESPÍRITO

A ofensa faz com que fechemos o nosso espírito. Em nossos esforços para não sermos feridos novamente, construímos muros ao redor do nosso coração. Talvez achemos que esses muros nos protegem, mas na verdade eles nos impedem de receber e dar o amor de Cristo. Sem o amor Dele, nossas vidas estarão destituídas de propósito e poder. Nosso objetivo será a autopreservação e nossos atos serão cheios de egoísmo. Finalmente, nossos corações se tornarão como pedra e nossas vidas serão marcadas pela indiferença para com os outros. Isso é a antítese da mensagem do Evangelho.

Você já deve ter ouvido falar no Mar da Galileia e no Mar Morto. Eles são duas das maiores e mais conhecidas extensões de água de Israel. O Mar da Galileia recebe água do norte e a libera para o sul. Esse fluxo constante torna o Mar da Galileia um ambiente propício para a vida, e diversos habitantes aquáticos florescem nas suas profundezas. O Mar Morto, em contrapartida, só recebe água. Tudo que ele recebe, ele retém. Por não ter saída, nada além de pequenas bactérias ou fungos podem sobreviver no ecossistema salgado do Mar Morto – daí seu nome.

Quando retemos a ofensa, nos tornamos como o Mar Morto. Nosso espírito fechado faz com que nosso casamento se torne um ambiente onde nada bom pode florescer ou mesmo sobreviver. Por meio do perdão, reabrimos nossos corações para que o poder de Deus possa fluir em nós e através de nós.

A recusa em dar e receber perdão leva inevitavelmente ao envenenamento da alma. Não somos autossuficientes. Só o nosso Deus é. Nossa vitalidade requer uma troca harmoniosa com aqueles com quem vivemos; precisamos dar e receber liberalmente.

OS LIMITES DO PERDÃO

Você deve estar pensando: Sinto que meu cônjuge precisa constantemente ser perdoado. Meu perdão não é uma fonte inesgotável. Deve haver um limite! Os discípulos pensavam do mesmo modo:

Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”

Jesus respondeu: “Eu lhe digo: Não até sete, mas até setenta vezes sete”. Mateus 18:21-22

Quando Pedro fez essa pergunta, ele estava tentando ser o mais magnânimo possível. Pedro cresceu sob a Lei, que dizia: “Não tenham piedade. Exijam vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Deuteronômio 19:21). Assim, quando Pedro se ofereceu para perdoar até sete vezes, ele esperava que Jesus dissesse: “Sim, Pedro, você entendeu!”

Sabemos, por outra passagem do Novo Testamento, que a oferta de Pedro de sete perdões se referia ao número de vezes que ele achava que precisava perdoar alguém em um dia (ver Lucas 17:3-4). Assim, a resposta de Jesus – perdoar “setenta vezes sete” – não foi meramente uma ordem segundo a qual se deveria perdoar o suficiente para cobrir uma vida inteira de ofensas. Jesus estava comunicando a Pedro que o perdão deveria ser dado sem medida.

Para alguém pecar da maneira como Jesus descreveu, teria de cometer 490 ofensas em um dia! Para pecar tão intensamente, seu cônjuge teria de ofender você a cada três minutos – se nenhum dos dois fosse dormir. Isso é pecar muito, mais do que qualquer um provavelmente conseguirá. Mas ainda que seu cônjuge pudesse pecar contra você mais de 490 vezes em um dia, isso não significa que você pode parar de perdoá-lo depois da ofensa número 490.

Na Bíblia, o número sete simboliza a totalidade, especificamente entre a Terra e o Céu. Jesus usou o número 490, um múltiplo de sete, para transmitir a ideia de que devemos perdoar completamente, seguindo o padrão do nosso Pai celestial. Perdoar generosamente só é possível porque fomos restaurados para Deus por intermédio de Cristo. Nele, há harmonia entre o Pai e Seus filhos. Portanto, somos capacitados a perdoar porque somos novas criaturas com novos corações. Nossos corações receberam liberalmente o Seu perdão e, para permanecermos espiritualmente saudáveis, precisamos oferecer perdão liberalmente a outros.

Sabemos que Jesus quer que nossa capacidade de perdoar seja inesgotável porque depois da Sua conversa com Pedro, Ele contou uma parábola sobre um rei que perdoou e um servo que se recusou a perdoar, concluindo com esta explicação:

Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores até que pagasse tudo o que devia. “Assim também lhes fará Meu Pai celestial se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão.” Mateus 18:34-35Não receberemos perdão se nos recusarmos a perdoar. Não há exceções. Por que é tão importante para Deus perdoarmos? Porque no perdão descobrimos e imitamos a Sua natureza. Transcendemos os limites da indignidade humana que nos é inerente e nos conformamos à semelhança do nosso Pai. Por intermédio do perdão de Deus somos curados e somos convidados – e até encarregados – de estender Sua cura àqueles a quem perdoamos. Se seu cônjuge pede perdão frequentemente, então Deus abençoou você com a oportunidade de ser um agente do Seu poder, que cura

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