ALIMENTO DIÁRIO

A HISTÓRIA DO CASAMENTO

DIA 8 – CRENDO NO MELHOR

… Eu sou Deus… e não há nenhum como Eu. Desde o início faço conhecido o fim…Isaías 46:9-10

Parece falta de originalidade escrever que “não há outro como o nosso Deus”, mas frequentemente esquecemos o poder e a verdade dessa afirmação. Como filhos de Deus, somos convidados a nos tornarmos como Ele e a assumirmos Sua natureza. Pela fé, podemos nos tornar futuros formadores, moldando nossas vidas, nossos filhos e nossos casamentos declarando o fim desde o começo.

Procuramos deixar claro desde o começo que felizes para sempre não é algo que encontramos ao acaso; é algo que construímos deliberadamente. A próxima pergunta óbvia é: “Como construir meu final feliz?” Talvez você já tenha lido estes versículos muitas vezes, mas leia-os novamente:

Ora a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos… Pela fé entendemos que o universo foi formado pela Palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi efeito do que é visível. Hebreus 11:1, 3

Nosso objetivo é construir um felizes para sempre que ainda não existe, e a fé é o material de construção do que ainda não é realidade.

Deus acreditou em nós antes que fizéssemos qualquer coisa que fosse digna de crédito. Ele tem uma grande fé em você porque Ele tem uma grande fé em Si mesmo. Ele sabe que o poder Dele pode realizar qualquer coisa em sua vida. A única coisa que nos impedirá de desfrutarmos o poder engrandecedor de Deus é a incredulidade, que em última análise tem suas raízes no orgulho.

O orgulho se manifesta como arrogância ou extrema confiança na nossa própria capacidade. Também há uma forma mais sutil de orgulho, que se disfarça de autodepreciação. Em qualquer uma dessas formas, ele é uma recusa em abraçar tudo o que o poder magnífico de Deus comprou para nós através da obra consumada de Cristo na Cruz. Jesus morreu para tornar você extraordinário. “Podemos nos contentar”, escreveu C. S. Lewis, “em permanecer o que chamamos de ‘pessoas comuns’; mas Ele está determinado a colocar em prática um plano bem diferente. Recuar diante desse plano não é humildade; é preguiça e covardia. Submeter-se a ele não é arrogância ou megalomania; é obediência”.3 Abraçamos a vida fantástica que Deus nos oferece fazendo com que nossas opiniões estejam à altura da Sua provisão.

Você acredita que é digno de um grande casamento? Talvez algum dos seguintes pensamentos esteja assolando sua mente:

Tenho bagagem demais.

Não venho de uma boa família. Meus pais não venceram na vida. Já cometi erros demais.

Preciso me contentar simplesmente em sobreviver.

Caso não tenha notado, Deus ama um desafio. Mas a falta de fé limitará o alcance do poder Dele em nossas vidas. Ter uma revelação da Sua grandeza nos inspira a sermos confiantes Nele, enquanto ao mesmo tempo nos mantém humildes. A humildade abre a porta para o melhor de Deus em nossa vida. Isaías 55:8-9 declara:

“Pois os Meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os Meus caminhos”, declara o SENHOR. “Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os Meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos”.

Você deve aceitar que Deus é mais inteligente, mais perspicaz e mais capaz do que você. “Em Deus”, escreveu Lewis, “você encontra algo que em todos os aspectos é imensuravelmente superior a você”.4 Se deseja ter acesso aos materiais essenciais para construir um grande casamento, você precisa acreditar nisso.

Não importa qual achemos que seja o potencial do nosso casamento, Deus tem um sonho imensamente maior. Ele não apenas pensou muito a respeito dele, como também fez grandes planos.

“Porque sou Eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o SENHOR, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro”. Jeremias 29:11

Essa promessa nos apresenta duas escolhas: crer que essa afirmação é verdadeira e abraçar a visão de Deus para o nosso casamento ou presumir que Ele é um mentiroso. Quando Deus olha para o futuro da sua união, Ele vê a expressão do Seu Filho. A única maneira dessa visão se concretizar é receber a Sua graça (capacitação) através da humildade e da fé. Embora felizes para sempre seja algo que planejamos, não é algo limitado pela nossa própria força. É uma expressão do amor de Deus consumado pelo Seu Espírito operando por meio de nós.

Talvez você esteja pensando: Tenho certeza de que Deus desistiu do meu casamento. Não existe esperança para nós. Não temos quaisquer perspectivas para o futuro. Perdemos aquele sentimento de amor.

É possível que você se sinta assim porque agiu com base em suas próprias forças? Troque seus esforços e sonhos para seu casamento pelos sonhos de Deus. À medida que você confiar o seu casamento a Ele, Ele pegará seus sonhos, os encherá de vida, e plantará uma versão celestial dentro do seu coração.

Isso significa, maridos, que Ele os capacitará a amar suas esposas assim como Cristo ama a Igreja, abandonando todo egocentrismo. Esposas, da mesma forma Ele capacitará vocês a respeitarem seus maridos. Desse modo, ambos estarão preparados para crescer até a grandeza do casamento.

A Bíblia deixa claro que sem fé é impossível agradar a Deus (ver Hebreus 11:6). Por que Deus ama tanto a fé? Porque por meio da fé Nele recebemos poder para nos tornarmos como Ele, e não existe uma existência melhor do que uma vida semelhante a Deus. Ele tem prazer no seu prazer – e não estamos falando de uma felicidade passageira. O que estamos descrevendo é alegria, satisfação e realização duradouras. Deus quer o melhor Dele para seu casamento, e o melhor Dele só pode ser alcançado em uma união que encontra sua essência Nele.

O PROJETO

Fé e esperança geralmente são confundidas como sendo a mesma coisa, mas elas são diferentes. Se a fé é o material com o qual se constrói um grande casamento, a esperança é o projeto. Em outras palavras, a esperança é como um molde, e a fé é o que o preenche. Sem esperança, a fé é uma substância sem forma, praticamente tão útil quanto materiais de construção sem um projeto.

Você deve se lembrar de que Deus escolheu Abraão a dedo como aquele que receberia uma aliança com um objetivo específico: que Abraão instruísse seus descendentes nos caminhos do Senhor. Abraão não tinha filhos quando Deus o chamou para entrar nessa promessa, mas o Senhor lhe garantiu que ele seria o pai de uma grande nação.

Abraão era um homem de uma fé extraordinária, uma fé que a Bíblia descreve assim: “… não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus” (Romanos 4:20). E, no entanto, em Gênesis 15, vemos que ele lutou contra o desânimo antes de entrar na dimensão da fé.

… O SENHOR falou a Abrão numa visão: “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa!” Mas Abrão perguntou: “Ó Soberano SENHOR, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliezer de Damasco?” E acrescentou: “Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro!”

Então o SENHOR deu-lhe a seguinte resposta: “Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro”.

Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”.

Abrão creu no SENHOR, e isso lhe foi creditado como justiça. Gênesis 15:1-6

Talvez esperássemos que Deus desse a Abraão uma nova medida de fé. Mas em vez disso, Ele deu à fé de Abraão uma visão à qual se agarrar. Isso fortaleceu a fé dele dando uma base para a sua esperança. Deus convidou Abraão a sair de sua tenda para contar as estrelas. O céu noturno pintava um projeto estelar para sua fé enquanto as inumeráveis estrelas acima dele se transformavam nos rostos de filhos na tela da sua mente. Em vez de simplesmente dizer a Abraão que seus descendentes seriam incontáveis como as estrelas, Deus deu ao seu destino uma ilustração constante, vibrante e física. Através desse processo celestial no qual algo não apenas foi mostrado a Abraão, mas também dito, a visão de Deus foi impressa na imaginação dele.

Do mesmo modo, Deus quer usar sua imaginação para transmitir a visão que Ele tem para o seu casamento, pois onde há visão há esperança. Foi por isso que Paulo nos encorajou a expulsarmos qualquer imaginação que se levanta contra o conhecimento de Deus (ver 2 Coríntios 10:4-5). Você precisa proteger a tela de sua mente porque ela determinará a natureza e o valor dos seus atos. Pense na sua imaginação como uma prancheta de desenho para a esperança.

Deus prometeu nos encher de esperança, mas como podemos ter acesso a ela? É na oração que Seu Espírito gera em nossos espíritos a esperança superior:

[Oro para] Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança Nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo. Romanos 15:13

Deus é a nossa fonte de esperança. Se pedirmos, Ele nos encherá de alegria e paz, que é o que todos nós queremos para nossos casamentos. À medida que formos a Ele em humildade, transbordaremos de esperança pelo poder do Seu Espírito. Que promessa!

Provérbios 29:18 nos diz que sem visão pereceremos. Realmente, os casamentos sem uma visão dada por Deus são destituídos de vida. Então nós o desafiamos a sonhar grande! À medida que você se prepara para escrever seus sonhos e objetivos, ore para que Deus desperte o seu coração para o plano Dele.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

4 ATITUDES DOS CASAIS FELIZES

Ao contrário do que prega o imaginário popular, a vida a dois não é um desses presentes do universo que, uma vez alcançado, está garantido por tempo infinito. Mesmo com muito amor envolvido é preciso investimento emocional e requer o compromisso consciente de fazer dar certo. Alguns comportamentos facilitam muito essa tarefa

Manter uma relação longa e estável é uma tarefa trabalhosa. “É preciso tempo e esforço para compreender e apreciar a pessoa ao nosso lado”, deixa claro o psicólogo John Gottman, um dos maiores pesquisadores das relações amorosas no mundo. Professor emérito da Universidade de Washington, coordenou uma equipe que entrevistou casais ao longo de vários experimentos, alguns deles filmados. A análise dessas interações resultou em modelos, escalas e fórmulas para apontar fatores relacionados à estabilidade conjugal, o que valeu o popular apelido de love lab (laboratório do amor) ao Laboratório de Pesquisa Familiar liderado por Gottman. De acordo com o psicólogo, conflitos são inerentes a todo relacionamento. O que conta é a maneira de lidar com eles. “Um dos principais determinantes da felicidade em uma relação é a capacidade que ambos têm de reparar e sair de estados negativos”, diz. A seguir, algumas sugestões de Gottman em prol de uma melhor convivência e do fortalecimento do respeito e cumplicidade.

1. PEQUENOS GESTOS

Gottman constatou que casais felizes demonstram, em média, uma proporção de cinco interações positivas para cada negativa. “Isso praticamente saltou das páginas de análise de dados”, diz, explicando que essa relação é recorrente em relacionamentos, incluindo aqueles em que os envolvidos são bastante independentes, distantes ou críticos. Interações favoráveis podem ser gestos simples: “Um sorriso, um aceno de cabeça ou apenas um som para mostrar que está ouvindo a pessoa amada”, sugere o pesquisador. Também é importante estar atento ao hábito de agradecer pelas delicadezas, seja uma carona, um copo de água ou uma massagem nos pés. Em geral expressamos gratidão em relação a pessoas de quem somos socialmente distantes, mas às vezes deixamos de lado esse comportamento com aqueles com quem temos maior proximidade. Vale lembrar que gentilezas, nas atitudes ou palavras, favorecem a sensação de bem-estar.

2. O ENCONTRO NO MEIO DO CAMINHO

O psicólogo evoca o “equilíbrio de Nash”, conceito utilizado para compreender a lógica dos processos de decisão e ajudar a resolver conflitos de interesse na economia, na ciência política e na sociologia. Por muito tempo, foi amplamente aceita a ideia de que as negociações eram, em sua maioria, situações de soma zero, ou seja, para um ganhar o outro teria de perder. Nos anos 50, porém, o matemático John Nash provou, usando a teoria dos jogos, que havia outra proposta: em um contexto em que nenhum jogador pode melhorar a sua situação dada a estratégia seguida pelo jogador adversário, a melhor estratégia é não investir no prêmio maior. O princípio, também conhecido como equilíbrio cooperativo, rendeu a Nash um Prêmio Nobel em 1994. No campo dos relacionamentos, esse equilíbrio pode ser traduzido por cooperar para encontrar soluções parcialmente vantajosas para ambos e não apenas para uma das partes. Em outras palavras, quando na maioria das vezes os interesses do casal se sobrepõem aos individuais, os dois tendem a ficar mais satisfeitos.

3. OLHAR E ESCUTAR

“Buscamos chamar a atenção e o interesse da pessoa amada o tempo todo”, diz Gottman. Em sua pesquisa, ele descobriu que os casais felizes percebem essas investidas e retribuem em 86% das vezes. Os que se divorciam respondem apenas 33% do tempo nos sete primeiros anos de convivência. “É o momento em que optamos por ouvir nosso par desabafar sobre um dia ruim em vez voltar a atenção para a televisão”, exemplifica a psicóloga Dana R. Baerger, professora assistente de psiquiatria clínica e ciências comportamentais na Escola Feinberg de Medicina da Universidade Northwestern. “Temos a escolha, em qualquer interação, de nos conectarmos com nosso parceiro ou não. A constância da segunda opção pode, ao longo do tempo, corroer lentamente o relacionamento, mesmo sem haver um conflito claro.”

4. VALORIZAÇÃO DE ASPECTOS POSITIVOS

A observação de casais em suas casas revela que os indivíduos que se concentram nos aspectos desfavoráveis não conseguem enxergar ações positivas do companheiro. Uma característica nítida dos casais felizes é que procuram relevar os aborrecimentos e focar o lado agradável da relação. Não se trata de negar o que não está bem, mas sim de não dar espaço excessivo ao que incomoda e colocar de lado as experiências satisfatórias. “Se um dos dois acorda irritadiço em uma manhã de domingo, por exemplo, isso não é motivo suficiente para estragar toda a programação do dia, o que seria pouco vantajoso para ambos”, comenta Gottman. Ele alerta também para o risco de guardar mágoas e usar o ressentimento para ferir ao outro e a si mesmo. Em seus estudos, o psicólogo constata que os casais mais satisfeitos são aqueles em que ambos se esforçam para cuidar emocionalmente do parceiro.

OUTROS OLHARES

TECNOLOGIA DE VESTIR

Como os novos dispositivos “wearables” estão revolucionando a forma de se relacionar com o mundo e o próprio corpo

Pessoas que caminham pelas ruas e aparentam estar falando sozinhas, mas na verdade estão se comunicando com outras por meio dos óculos escuros. Crianças que parecem estar brincando no condomínio do prédio sem a supervisão de um adulto na realidade estão sendo atentamente monitoradas pelos pais por meio de seus relógios. Roupas que aparentemente estão apenas cobrindo a pele, mas fazem muito mais do que proteger o corpo e embelezar o usuário: monitoram a saúde e emitem alertas quando o nível de estresse está acima do normal. Esses itens lembram cenas de filme futurista, porém já fazem parte do dia a dia de muita gente e protagonizam o início de mais uma revolução tecnológica e comportamental. Os novos “wearables”, dispositivos tecnológicos de vestir, estão dominando o investimento em pesquisas das empresas e chegando com tudo no mercado. Apenas no Brasil, no primeiro trimestre de 2019, o número de vendas desses dispositivos cresceu 51,6% em relação ao mesmo período do ano passado. E as expectativas são bastante otimistas: estima-se que até o final do ano a alta deve ser de 91,3%. Os dados são de uma pesquisa realizada recentemente pelo IDC Tracker Brazil.

MUDANÇA DE HÁBITOS

Enquanto esses aparelhos estão trazendo bons retornos financeiros para as empresas pioneiras, do outro lado dessa cadeia estão os usuários cujos hábitos de vida já estão sendo transformados. É o caso da administradora de empresas Daniela Cuqui. Ela comprou para a filha Lorenza, de 8 anos, um relógio que se conecta com seu smartphone. Com um só aparelhinho, ela eliminou diversas preocupações. O objeto possui função GPS, então ela sempre sabe onde a filha está e ainda recebe um alerta se ela sair da área demarcada. E o melhor: o dispositivo está sempre preso ao seu pulso. “Dei um celular há um tempo para ela, mas ela tinha de ficar carregando e acabava esquecendo. Então comprei uma bolsinha para ela carregar o celular, mas também acabava deixando o acessório esquecido em um canto. Agora não tem como esquecer, e se ela tirar do braço eu também recebo um aviso no celular”, diz Daniela. Além de mostrar a localização da filha, o aparelho, que leva um chip próprio de uma operadora de telefonia, recebe e faz ligações para números previamente autorizados e ainda conta com botão SOS. Uma mão na roda para a mãe que trabalha e não tem como acompanhar a menina o dia todo. Além de Lorenza, sua filha mais velha, de 23 anos, seu marido, sua mãe, que mora sozinha, e suas irmãs também usam relógios inteligentes. “É uma segurança, nossa família toda está conectada. Todo mundo fica mais tranquilo porque sabe que todos estão bem”, diz ela.

Outro entusiasta dessa nova tecnologia é o advogado Flávio Schmidt, de 43 anos. Ele sempre viaja a trabalho para a Europa e para os Estados Unidos e aproveita a oportunidade para voltar com o que há de mais novo na área. Uma de suas mais recentes aquisições foram óculos que funcionam como fones de ouvido. Além de proteger os olhos, o item permite que ele ande de moto e faça exercícios sem se preocupar em carregar muitos objetos. Conectado ao smartphone via bluetooth, o equipamento é utilizado para ouvir músicas e fazer ligações por meio de comandos de voz e botões presos nas próprias hastes. “Parece uma trilha sonora, porque consigo ouvir o que as pessoas estão falando com som ao fundo. A gente tem a impressão de que a vida vira um filme”, diz ele. “Também é mais seguro, porque escutar o que se passa ao meu redor é fundamental para quem gosta de passear de moto”. Apesar de adorar os novos lançamentos, ele não os adquire no Brasil, mas apenas quando viaja. Devido aos altos impostos, os dispositivos chegam muito caros no País.

Esse é um dos motivos que faz com que muitos desses aparelhos, que já fazem parte da vida das pessoas em outros países, levem um tempo para chegar por aqui. Mas existem outros. “Muitos dos ‘wearables’ estão em fase de teste e só passam a ser exportados quando realmente são aceitos pelos usuários”, diz Edney Souza, Diretor Acadêmico da Digital House. Os relógios que monitoram a saúde são um exemplo disso. Após serem vendidos com sucesso para o mercado no exterior, eles chegaram com tudo no Brasil, e com diversas marcas. Além de já incentivarem os usuários a terem hábitos mais saudáveis, como caminhar e se movimentar, eles prometem vir com funções ainda mais aprimoradas. “Os pesquisadores estão conduzindo estudos em que os dados de batimento cardíaco coletados estão sendo aceitos como eletrocardiograma para identificar quem tem mais risco de problemas no coração. Em um futuro muito próximo, teremos menos pessoas falecendo em decorrência de um infarte”, diz Edney.

Marina Toeters, designer e pesquisadora em tecnologia fashion, organizou o livro “Unfolding Fashion Tech: Pioneers of Bright Future”, que reuniu 50 projetos na área, tanto em fase de protótipo quanto já disponíveis no mercado. De acordo com ela, as principais dificuldades para comercializar esses produtos são a aceitação do público e o preço de venda. Marina desenvolveu uma blusa que, por meio de finos sensores acoplados à blusa, coletam dados como batimento cardíaco e movimentos do usuário. “Eles ajudam as pessoas a se preocuparem mais com sua saúde e a relaxarem, enquanto podem continuar fazendo suas atividades”, afirma ela. O protótipo está sendo negociado com uma marca e deve chegar ao mercado em cerca de um ano. A ideia é produzir um volume de três mil unidades ao mês.

GESTÃO E CARREIRA

UMA CORTINA DE FUMAÇA?

Multinacionais tabagistas reinventam modelo de negócio e aumentam pressão para que autoridades brasileiras liberem os cigarros eletrônicos no país. O problema é que ainda não há consenso sobre os riscos da nova categoria para a saúde

Nos anos 60, quase metade (42%) da população adulta americana fumava. O cigarro era sexy, moderno, um ato de rebeldia contra a rigidez dos costumes. De James Dean a Bette Davis. De Audrey Hepburn a Marilyn Monroe. Do lendário agente secreto James Bond, de 007, à diva Rita Hayworth. A fumaça pairava sobre Hollywood — e sobre o resto do mundo que assistia a seus filmes. Seria impossível imaginar, sob a ótica daquela época, o revés que o mercado tabagista sofreria. No ano passado, segundo dados oficiais do governo dos Estados Unidos, o número de fumantes havia caído para 14%, cenário que se assemelha ao de diversos outros países. No Brasil, uma pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que as pessoas com hábito de fumar passaram de 15,7% da população, em 2006, para 9,3%, em 2018 — redução de 40% em 12 anos.

Mas a centenária indústria do tabaco não está derrotada. Ao contrário. Na última década, iniciou uma revolução silenciosa que agora começa a fazer barulho. No ano passado, um dos gigantes do setor assumiu, inclusive, que pretende matar o fumo enrolado no papel.

O que nasce no lugar? Uma geração de produtos muito mais auspiciosos: os dispositivos eletrônicos para fumar (os DEFs, que também respondem pelos nomes e-cigarette, e-ciggy, e-cigar e vape). De modo geral, eles são movidos a bateria, têm piteira na ponta e um pequeno reservatório interno no qual se introduzem tabaco, ervas ou capsulas líquidas, que podem ser com ou sem nicotina. Em vez de queimar as substâncias, esses cigarros high-techs as aquecem. Isso, em teoria, diminui a exposição a agentes tóxicos e faz desses apetrechos uma alternativa menos maléfica para quem não consegue — ou não quer — parar de fumar. Esse, aliás, é o pulo do gato. No fundo, a mesma indústria que criou o problema (que mata 7 milhões de pessoas por ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde) agora quer emplacar uma solução. E seguir lucrando no século 21.

Em um vídeo intitulado A jogada por trás dos cigarros eletrônicos, o médico Dráuzio Varella afirma que existe uma intenção oculta nesse mercado em ascensão. “A taxa de fumantes vem caindo ano a ano. Por quê? Porque o adolescente fala: ‘Não vou fumar, cigarro faz mal, dá câncer, causa um monte de problemas’. Mas o eletrônico não, é só nicotina. Ele começa a fumar e, quando vê, está dependente.” De acordo com o oncologista, além de ter um design moderno, boa parte desses aparelhinhos permite inserir também essências, como de menta, chocolate e framboesa. “Para quê?”, questiona o médico. “Para tirar o gosto aversivo da fumaça e viciar as crianças. Não entre nessa. Ao fumar cigarro eletrônico, você está fumando a nicotina. E ela vai escravizá-lo. O que vicia não é o alcatrão nem as outras substâncias. O que faz alguém precisar de 20 cigarros por dia é a nicotina. E o cigarro eletrônico é só nicotina.”

Relatórios da Euromonitor, consultoria especializada em pesquisas de mercado, dizem que a mudança na lógica tabagista tem potencial para impactar mais de 1 bilhão de fumantes no mundo. A projeção é que o segmento eletrônico movimente 34 bilhões de dólares até 2021, um aumento de 176% em cinco anos. Em países como Japão e Inglaterra, onde a venda é legalizada, as fabricantes já investem pesado na nova modalidade. Por lá, suas lojas são tão tecnológicas que ninguém diz que ali se vende cigarro — e não computadores. Mesmo assim, elas negam glamourizar o ato de fumar. A Philips Morris, dona da marca Marlboro, usa o exemplo do Japão, onde os e-cigs são vendidos há quatro anos, para contestar a ideia de que os dispositivos atraem os jovens. Segundo a própria multinacional, 98% dos japoneses usuários de cigarros eletrônicos já eram fumantes antes, o que derrubaria o argumento de que são uma porta de entrada.

Seja como for, se esse mercado estivesse fadado ao fim, gente poderosa não estaria investindo nele. Em 2013, Sean Parker, cofundador da Napster, importante conglomerado de mídia e tecnologia, e Peter Thiel, fundador do PayPal, investiram na Njoy, startup de cigarro eletrônico, 10 milhões e 65 milhões de dólares, respectivamente. No final do ano passado, outro movimento sintomático. A Altria, maior tabagista dos Estados Unidos, comprou 35% da Juul Labs, criadora do Juul, o mais famoso e-cigar do mundo, na qual investirá 12,8 bilhões de dólares. No Brasil, no entanto, a virada do negócio esbarra na legislação. A partir de 2009, medidas firmes foram adotadas no país contra o tabagismo. Além da Lei Antifumo, que censura propagandas de cigarro e o proíbe em ambientes fechados, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desautorizou a produção, a distribuição e a comercialização de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. Mas isso não significa que o setor esteja de braços cruzados. As companhias de tabaco vêm aumentando a pressão para que as autoridades revejam a proibição. Em abril de 2018, na gestão de Michel Temer (MDB), houve um painel no auditório da Anvisa, em Brasília, para discutir possíveis alterações na regulação. Embora a maioria dos participantes tenha constatado que não há evidências científicas que autorizem a comercialização do fumo digital, o lobby persiste. Até o fechamento desta edição havia uma nova audiência pública marcada para agosto com o intuito de rediscutir a questão.

QUEIMANDO O VELHO NEGÓCIO

Polêmicas à parte, as empresas avançam. A British American Tobacco, proprietária da Souza Cruz no Brasil e fabricante de marcas como Dunhill e Lucky Strike, investiu 2,5 bilhões de dólares na categoria nos últimos sete anos. De lá para cá, seus 1.500 cientistas já publicaram 109 estudos sobre a modalidade e registraram 3.300 novas patentes, como a do iSwitch, vaporizador lançado em 2018 que carrega uma lâmina de aço inoxidável tão fina quanto um fio de cabelo. “Essa tecnologia libera o vapor de nicotina de forma mais eficiente, gerando 99% menos substâncias químicas indesejadas se comparada aos cigarros convencionais”, diz Analucia Saraiva, de 52 anos. Farmacêutica e mestre em química orgânica pela Universidade Federal Fluminense, ela é hoje uma das principais executivas da organização no Brasil. “Sou cientista de carteirinha e testemunha da transformação digital dessa indústria. Comecei de jaleco, na área de P&D, e hoje percebo a ciência em todos os departamentos.” Analucia cita drones mapeando plantações de tabaco, detectores de infravermelho monitorando insumo nas fábricas e sistemas de logística modernos para acompanhar entregas em tempo real. Há 25 anos na Souza Cruz, ela já passou pelos cargos de pesquisadora científica, gerente de assuntos corporativos e gerente de ciência e regulamentação para África e Oriente Médio, trabalhando em Londres. Hoje, ocupa uma posição tática: gerente de relações científicas. A função de Analucia é fazer interlocução com autoridades médicas e governamentais. E não se sente desconfortável com isso. “Quero que a informação chegue ao consumidor brasileiro. O mercado ilegal de cigarros eletrônicos é uma realidade por aqui e precisamos de uma regulamentação adequada.”

De modo geral, a defesa da indústria é que esses produtos são menos mortais. Quando o fumante pega o isqueiro e acende um cigarro, ele queima o tabaco. Essa combustão libera uma fumaça com mais de 4.000 substâncias químicas, cerca de 50 delas cancerígenas. No novo sistema, é possível, por exemplo, colocar um bastão de tabaco dentro do vape, que esquenta o produto sem gerar combustão, fumaça ou cinza. O sabor e o tempo de consumo são os mesmos: 6 minutos para 14 tragadas. “O conceito é parecido com o da Nespresso. Uma cápsula de tabaco que vai dentro de um aquecedor. Sem sabores ou atrativos, como aromas, que são a principal crítica de organizações antitabagismo”, diz Fernando Vieira, diretor de assuntos externos da Philip Morris no Brasil. Entre outras coisas, Fernando precisa convencer as autoridades brasileiras a liberar as cigarrilhas eletrônicas. Sua missão está alinhada à estratégia da companhia, que adotou o slogan Smoke-free future (“Futuro sem fumaça”, na tradução do inglês). O executivo fala com desenvoltura sobre o assunto. E diz que a orientação da matriz é debater o tema com transparência. “Nós não escondemos nada. Nosso produto eletrônico tem a mesma quantidade de nicotina do tradicional. Nem mais nem menos. Não é inócuo, mas é uma alternativa melhor. Tenho um pai com duas safenas. Gostaria que ele parasse de fumar ou tivesse acesso a produtos menos nocivos. Isso mudou minha dinâmica. Antes era trabalho, agora virou uma motivação.”

Há três anos, Fernando dialoga com membros da Anvisa sobre a necessidade de uma regulamentação. Ele reforça que a Philip Morris não é contra o combate ao tabagismo. O objetivo é oferecer uma solução de menor impacto aos 20 milhões de pessoas que ainda fumam no Brasil. A estimativa da empresa é que cerca de 6,6 milhões de adultos fumantes no mundo já tenham parado de usar a modalidade analógica e migrado para os produtos aquecidos, como o IQOS, carro-chefe da Philip Morris, à venda em 44 mercados.

CONTROVÉRSIA

O Public Health England (PHE), departamento de saúde do Reino Unido, divulgou em 2018 estudo no qual aponta que cigarros eletrônicos podem exercer um impacto positivo na saúde pública do país, uma vez que reduzem até 95% da fumaça tóxica, principal causa de mortes e doenças relacionadas ao tabaco. E recebeu uma enxurrada de críticas. O órgão está sendo acusado de fechar os olhos e ignorar evidências científicas. Parte das autoridades médicas, que divergem sobre a tecnologia ser menos nociva, afirma que uma série de pesquisas apontam para o lado oposto, revelando que a categoria eletrônica traz, sim, perigo às funções pulmonar e cardiovascular. “Há relatos até de maior incidência de convulsões entre adolescentes usuários de cigarros eletrônicos”, diz Stella Regina Martins, membro da Comissão de Combate ao Tabagismo da Associação Médica Brasileira e organizadora do e-book Cigarros Eletrônicos: O Que Sabemos? (disponível para download no site da Anvisa). Segundo ela, o discurso sobre a redução de danos é falacioso. “As substâncias que compõem esses cigarros estão classificadas no Grupo A da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, em que não há nível seguro de exposição. Ou seja, mesmo que existisse uma diminuição de 99,9% nas concentrações, ainda assim o risco de câncer permaneceria”, afirma.

Outro ponto aventado por médicos é que as vantagens para os adultos seriam ofuscadas pelo modismo entre os adolescentes. O caso da cigarrilha Juul é emblemático. Lançada há três anos nos Estados Unidos, ela virou febre entre estudantes — e uma dor de cabeça para a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora do governo. Conhecido como o “iPhone dos cigarros”, o aparelho tinha o propósito de ser uma opção menos danosa, mas virou um problema de saúde pública. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, o uso desses dispositivos aumentou 78% em um ano entre alunos do ensino médio e 48% entre universitários. O número de jovens usuários saltou de 2,1 para 3,6 milhões de 2017 a 2018.

Na avaliação de entidades antitabagistas, o caso americano é a prova de que não se deve mexer na atual legislação brasileira. “Proibir é uma forma de regular e de proteger crianças e adolescentes”, diz o pneumologista Alberto Araújo, presidente da Comissão de Combate ao Tabagismo da Associação Médica Brasileira e coordenador do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O médico faz, ainda, um alerta em relação ao cigarro 2.0: o de que ele não só não ajuda os fumantes a romper o ciclo do vício como ainda leva muitos deles a fumar os dois produtos juntos. No mês passado, a Organização Mundial da Saúde reforçou suas advertências. O órgão divulgou um relatório no qual desaconselha o uso dos eletrônicos para quem deseja parar de fumar. A instituição informa que, embora não existam estudos conclusivos sobre esses novos sistemas de administração de nicotina, eles são prejudiciais à saúde. No texto, o órgão afirma que, na maioria dos países onde estão disponíveis, os usuários acabam combinando a opção eletrônica com a convencional.

Foi o que aconteceu com Igor Bento, de 38 anos. Fumante há 20 anos, ele investiu 600 reais em um e-cigar importado. O intuito era abandonar o vício. “Eu queria substituir o cigarro tradicional e, aos poucos, ir diminuindo a frequência do eletrônico usando e-liquids com 5% de nicotina”, afirma o empresário de Teresina, no Piauí. Os e-liquids, também conhecidos como juices, são os fluidos que vão dentro de alguns desses dispositivos. Foram 40 dias de tentativa. “Tossia muito e engasgava. Procurei formas de regulagem em tutoriais online, mas não me adaptei. Como um não tirava a vontade do outro, eu acabava usando os dois”, diz. Agora, Igor fuma apenas o cigarro de papel, mas acaba de adquirir, numa viagem de férias à Europa, o polêmico Juul. “Vou testar para ver se é diferente.”

Hoje, as normas em vigor condenam a comercialização desses aparelhos para fumar, mas não legislam sobre o uso ou a posse deles, o que em tese não faz do fumante um infrator. Apesar de a venda ser proibida, diversos sites oferecem vapes e vaporizadores (aparelhos onde se podem aquecer ervas e essências). A própria reportagem comprou um desses modelos num conhecido e-commerce brasileiro. A encomenda chegou em dois dias, sem burocracia. “Há um mercado ilegal em expansão por aqui e a proibição não resolve o problema”, diz o publicitário Alexandro Lucian, de 38 anos, conhecido nas redes sociais como Hazard. Em 2015, ele abandonou o vício que manteve por mais de 15 anos com o auxílio de um vape. “Fumava três maços por dia. Se eu parei, acredito que essa tecnologia possa ajudar outras pessoas.”

Hoje, Alexandro é membro ativo de grupos e comunidades online de usuários de modelos eletrônicos e tem até um canal no YouTube sobre o assunto. “Não faz sentido permitir a venda em qualquer esquina do cigarro, que é extremamente prejudicial, e não dar o direito à alternativa.” Na visão dele, mais importante do que proibir, seria manter o controle rígido da propaganda, a fiscalização dos pontos de venda e o combate ao uso por menores, como já acontece com a outra categoria. Enquanto governantes, estudiosos e indústria não chegam ao consenso, a discussão segue aquecida. Pelo sim ou pelo não.

RESSURGINDO DAS CINZAS

*** 1,1 bilhão de fumantes devem ser impactados pelos cigarros 2.0

*** 34 bilhões de dólares é quanto os dispositivos eletrônicos para fumar movimentarão até 2021

*** 6,6 milhões de fumantes no mundo já migraram dos cigarros tradicionais da Philip Morris para o produto de tabaco aquecido da marca, o IQOS

*** 8 milhões fumam o Glo, e-cigarro da British American Tobacco, da qual a Souza Cruz é subsidiária, nos 30 países em que está autorizada a vendê-los

*** 12,8 bilhões de dólares é o valor que a Altria, maior tabagista dos EUA e dona da Philip Morris, pretende investir na startup de cigarros eletrônicos Juul

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