A HISTÓRIA DO CASAMENTO
DIA 6 – COMECE COM O FIM EM MENTE

Você já percebeu que a maioria dos filmes e livros românticos só se concentra no início de uma história de amor? Pense no seu filme romântico clássico favorito. (Sabemos que isso pode ser mais fácil para alguns de vocês do que para outros.) Qual é o enredo da história? Ela é marcada pela tensão emocional expressa na primeira dança romântica entre o casal? Você fica com os olhos colados na tela enquanto o filme o instiga com voltas que impedem que os pombinhos apaixonados desfrutem o tão esperado primeiro beijo? Certamente, existem adversidades temporárias – um rival, uma discussão intensa, ou um trauma inesperado – mas todos nós sabemos como tudo acabará no fim. Apesar dos problemas que ameaçavam mantê-los separados, os pombinhos sonhadores encontram uma maneira de vencer e a história se encerra com “E viveram felizes para sempre”.
Sabemos que eles viveram felizes para sempre, mas como? Um início maravilhoso é a parte mais fácil. O trabalho árduo é construir o meio e o fim da história.
É evidente que a nossa cultura tem uma obsessão distorcida sobre a maneira como as histórias de amor devem começar. Um casal pode passar horas incontáveis planejando seu casamento, mas muito pouco tempo se preparando para os anos que virão após a cerimônia. Uma noiva pode passar muitas horas procurando o vestido perfeito, enquanto dedica apenas algumas horas ao aconselhamento pré-nupcial. Consequentemente, o casal está extremamente despreparado quando o conto de fadas se desvanece e eles se veem navegando em um relacionamento real com problemas muito reais.
O dia do casamento foi feito para ser um dia cheio de esperança, beleza e celebração. Entretanto, a esperança e a beleza de longo prazo em um relacionamento se concretizam melhor quando os casais planejam seus finais felizes com o mesmo fervor que celebram seus começos. Ser felizes para sempre não é algo que acontece por acaso; é um propósito que buscamos determinadamente e construímos cuidadosamente.
Olhe em volta e localize um objeto de beleza, um objeto habilmente fabricado pela engenhosidade humana. Talvez seja uma casa, um carro ou até a cadeira onde você está sentado. Seja o que for, é uma obra artesanal realizada com extrema habilidade. O que você talvez não perceba é que esse objeto, na verdade, foi construído duas vezes: uma quando foi projetado criativamente na mente do desenhista e outra quando foi efetivamente construído. O projeto cognitivo sempre precede a construção material. A primeira montagem requer uma visão clara do resultado pretendido; a segunda emprega materiais e trabalho para realizá-lo. Tudo que construímos, quer seja tão simples como um sanduíche ou tão complexo quanto um arranha-céu, primeiro é imaginado antes de poder se materializar.
Nem sequer passaria por sua mente construir uma casa sem um projeto. Seria um verdadeiro caos! Toda linda casa começa com um projeto habilmente calculado. A casa só pode ser construída depois que o plano é esboçado, empregando-se muito trabalho árduo e os materiais corretos.
Os projetos e plantas baixas também são essenciais para determinar o custo da construção. Você se sentiria confortável construindo uma casa sem saber primeiro quanto ela lhe custaria? Jesus fez esta pergunta quando nos ensinou como deveríamos edificar nossas vidas:
Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completa-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de termina-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: “Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar”. Lucas 14:28-30
As mesmas regras que se aplicam à construção de um prédio também sem aplicam à construção de um casamento. E então, que tipo de casamento você está construindo? Você calculou o custo e está disposto a assumir o que a construção desse casamento exigirá de você?
Deus não quer que nossos casamentos terminem em dor ou vergonha. Ele não quer que desistamos antes que eles estejam concluídos. Quer o seu casamento esteja apenas começando ou esteja passando por dificuldades há anos, nunca é tarde demais para abraçar o plano de Deus. Somente Nele descobrimos a visão, as ferramentas e o poder necessários para construir casamentos que reflitam Sua grandeza. A incrível verdade é que Deus deseja que você tenha um final feliz – a construção concluída de Sua obra prima – ainda mais do que você.
Este capítulo contém verdades que o ajudarão a se preparar para planejar bem e, depois, viver bem a sua história. Compartilharemos o que fizemos no início do nosso casamento que estabeleceu um fundamento sólido capaz de resistir às tempestades da vida. E vamos equipar e comissionar vocês para criarem um plano que os leve a serem felizes para sempre. Começaremos com princípios e terminaremos com a parte prática. Este capítulo não é apenas para os recém-casados ou para os que ainda não se casaram. Veteranos no casamento, vocês também podem se beneficiar olhando o seu relacionamento sob uma nova ótica. Isso aconteceu conosco!
DEUS COMEÇA COM O FIM EM MENTE
É tolice entrar em um relacionamento de aliança sem primeiro perguntar: “Por que estamos fazendo isto e para onde estamos indo?” Toda aliança deveria ter uma visão correspondente. Veja o caso de Deus, por exemplo. Ele tinha um propósito específico em mente quando optou por fazer uma aliança com Abraão.
Por que você acha que Deus escolheu Abraão para ser o pai do Seu povo escolhido? Sempre que fazemos essa pergunta, a resposta mais comum é: “Porque Abraão tinha uma grande fé”. Embora a fé seja essencial para sermos parceiros no plano de Deus, não foi por isso que Deus escolheu Abraão. Deus o escolheu porque sabia que ele ensinaria seus descendentes a seguirem o Senhor:
Pois eu o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que se conservem no caminho do SENHOR, fazendo o que é justo e direito, para que o SENHOR faça vir a Abraão o que lhe prometeu. Gênesis 18:19, grifo do autor
Quando Deus escolheu esse nômade sem filhos, Ele olhou além de Abraão e viu sua linhagem. Era crucial para Deus que Abraão “ordenasse a seus filhos que se conservassem no caminho do SENHOR”, porque Deus queria tecer Sua história de redenção por meio da linhagem familiar de Abraão. Ele sabia que Abraão e Sara cometeriam erros, mas também sabia que eles tinham a matéria prima certa. Sempre que Deus estabelece uma aliança conosco, Ele está pensando em termos de gerações, porque Ele já visitou o amanhã e sabe o que precisa acontecer hoje para que cheguemos até lá.
A aliança que Deus fez com Abraão se ampliou até alcançar também as nossas vidas. Por meio da fé, Abraão foi transformado de um homem sem filhos em um homem com descendentes tão numerosos quanto as estrelas. O homem que um dia fora um andarilho sem nação se tornou o pai na fé de todas as nações.
…Abraão será o pai de uma nação grande e poderosa, e por meio dele todas as nações da Terra serão abençoadas. Gênesis 18:18
Nossas vidas podem parecer diferentes da de Abraão, mas o princípio é o mesmo: Deus procura pessoas que permitam intencionalmente que Sua aliança se propague por meio delas. Sua história não se resume a apenas você e o seu cônjuge.
Só o Céu revelará o tamanho do impacto que a aliança de Deus expressa através do seu relacionamento com Ele terá. Ele deseja alcançar cada vida que passar através de você (seu legado) e toda vida que estiver dentro da sua esfera de influência. Isso significa que você precisa abraçar uma visão que não termine com você nem esteja confinada à sua compreensão limitada. A intenção de Deus com a sua história sempre incluirá as gerações que estão por vir.
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