PROFISSÃO: SOCIAL MEDIA
Com 140 milhões de usuários de mídias sociais na mira, empresas demandam profissional capaz de criar engajamento e ter boas conversas com os internautas

Segundo uma pesquisa da Digital Global Overview, feita neste ano, seis em cada dez brasileiros são usuários de algum tipo de rede social: 130 milhões estão no Facebook e 69 milhões no Instagram. Diante desse cenário, um profissional ganha protagonismo: o social media, ou analista de redes sociais. Sua missão é identificar temas que estão em alta na internet, criando conversas com os internautas e propagando informações das marcas de um jeito criativo. “Essas plataformas garantem um contato direto com o cliente. As oportunidades para quem sabe fazer isso são gigantes”, diz João Kluppel, diretor da consultoria de recrutamento Michael Page.
Com funções como elaborar conteúdo, desenvolver memes e compartilhar os links certos (que geram tráfego e audiência), esse profissional deve ser curioso e analítico. Precisa entender de ferramentas de engajamento, fazer leitura de métricas e ser antenado — afinal, não é qualquer coisa que funciona na internet. O desafio é ir além do óbvio. “Os algoritmos fornecem informações, mas tudo diz respeito ao humano. É preciso um olhar aprofundado e inovador”, diz Gabriel Ishida, consultor e professor de analytics e marketing de influência. Isso fez Bruno Lacerda, de 28 anos, crescer na área de marketing da Nuuvem, distribuidora brasileira de jogos digitais. Quando foi contratado como analista júnior, em 2016, sua missão era só alimentar o blog e divulgar produtos nas redes sociais. Formado em publicidade e propaganda pela PUC do Rio de Janeiro, ele tinha pouca experiência na área, mas era usuário assíduo das plataformas. Sabia que as propagandas não dariam resultado e começou a estudar por conta própria para aprender como melhorar o engajamento. “Criei o ‘Estagiário’, uma persona que deu cara à Nuuvem. As pessoas passaram a brincar e a se sentir próximas para interagir”, diz. Antes, uma postagem alcançava, em média, 25.000 internautas. Com as inovações, incluindo memes direcionados, cerca de 315.000 pessoas são impactadas. Com essa mudança, Bruno recebeu uma promoção. Hoje, gerencia as mídias digitais do Brasil, da América Latina e dos Estados Unidos.
UM DIA NA VIDA
ROTINA DE TRABALHO
Horas trabalhadas: 8 horas por dia
DIVISÃO DO TEMPO
25% – Pesquisa de assuntos quentes na internet
25% – Planejamento de ações de engajamento
25% – Produção de conteúdo
25% – Avaliação de resultados das postagens
VAGAS: 1.423**
ATIVIDADES-CHAVE
Análise e monitoramento das métricas, pesquisa de referências em páginas de empresas que possuem uma boa interação digital; produções criativas que liguem o assunto do momento à marca representada; gerenciamento das publicações com a escolha de horário, forma de interatividade (memes, vídeo, foto) e resposta aos clientes e consumidores.
PONTOS POSITIVOS
***Participar do momento de alta demanda do mercado.
***Ficar antenado ao que acontece no mundo em várias áreas, como política, entretenimento, esportes e economia.
***Ter reconhecimento diário por meio do engajamento do público e de resultados mensuráveis.
***Estar em uma posição estratégica, que possibilite exposição dentro da empresa.
PONTOS NEGATIVOS
***Por ser uma área nova, boa parte do aprendizado é autodidata.
***Pode-se concorrer com profissionais de diferentes áreas, como publicidade, marketing, jornalismo e estatística.
***As mudanças constantes de algoritmo exigem aprendizado contínuo para manter a relevância da marca e o alcance das postagens.
PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS
Além de usuário assíduo de redes sociais, é preciso ser criativo e entender de métricas e dados. Conhecimento de programas de design gráfico (como Photoshop, Adobe Illustrator e Coreldraw) é importante. No mais, inglês é necessário, visto que as plataformas são americanas — Instagram, Facebook e YouTube —, e muitos indicadores são mais fáceis de encontrar em sites estrangeiros.
QUEM CONTRATA
Indústrias e companhias que estão passando por uma transformação digital e preocupadas com a experiência do cliente. Os setores que mais recrutam são bens de consumo, entretenimento, moda, finanças e e-commerce.
O QUE FAZER PARA ATUAR NA ÁREA
Como não há um curso próprio, a graduação mais indicada é comunicação social com foco em propaganda e marketing. É recomendado buscar especializações em Digital Analytics, além de cursos de métricas digitais e uso de ferramentas de redes sociais, como Facebook e Instagram Insights, Google Ads e YouTube Trends.
SALÁRIO
1.200 Reais (estagiário);
4.000 Reais (analista); e
6.000 Reais (coordenador) **
** Segundo consulta ao site glassdoor em 25 / 7
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