QUALIFICADOS
CAPÍTULO 24 – TEMPERADO OU ENVENENADO?
“Carregar um rancor é como ser picado até a morte por uma só abelha.” — William H. Walton

PENSAMENTO-CHAVE: Viva livre da ofensa; deixe que os desafios do ministério possam torná-lo melhor, não mais amargo.
Você já percebeu quantas histórias diferentes e referências existem na Bíblia sobre o povo de Deus encontrando situações envolvendo algum tipo de envenenamento?
• Êxodo 15 – Quando o povo de Deus encontrou as águas amargas de Mara, o Senhor mostrou a Moisés uma árvore. Quando ela foi lançada nas águas, elas se tornaram doces (a árvore prenunciava a cruz).
• Números 21 – Serpentes no deserto que mordiam as pessoas. Deus direcionou Moisés a colocar uma serpente de bronze sobre uma haste, quem quer que olhasse para ela seria curado e viveria (veja João 3:14-15).
• 2 Reis 4 – Eliseu e os filhos dos profetas estavam comendo guisado quando gritaram: “Existe morte na panela!” Eliseu disse a eles coloquem farinha na panela, e “não havia nada nocivo na panela”.
• Marcos 16 – Jesus disse que os Seus discípulos “pisariam em serpentes, e se eles bebessem alguma coisa mortal, não causaria dano algum”.
• Atos 28 – Após o incidente do naufrágio, Paulo estava ajuntando gravetos para uma fogueira quando uma víbora “ficou presa em sua mão”. Os nativos esperaram Paulo morrer, mas ele sacudiu a serpente no fogo e não sofreu mal algum.
Uma das primeiras coisas que observamos é que Deus está consistentemente providenciando aos Seus servos um antídoto, protegendo-os do envenenamento, e até mesmo transformou amargura em doçura. Mas, eu tenho de perguntar, por que tantas histórias sobre amargura e envenenamento? Existem algumas lições adicionais, princípios e aplicações que podemos extrair dessas histórias?
Não quero espiritualizar em excesso essas histórias, mas estou ciente de que a vida é cheia dessas experiências que têm o potencial de nos amargar, enchendo-nos de ressentimento e nos deixando sentir a dor do arrependimento. Creio que Deus é tão interessado em sermos livres daquele tipo de envenenamento tanto quanto Ele protegeu o Seu povo nesses relatos bíblicos.
Provavelmente todos já ouvimos a frase: “A vida o tornará amargo ou o tornará melhor”. Creio que a forma como damos respostas a Deus irá determinar se acabaremos temperados ou envenenados. Se alguém teve o direito (naturalmente falando) de sentir pena de si mesmo, esse era Paulo. Ele fora fiel a Deus e ainda assim foi transportado para Roma como prisioneiro. Ele suportou a horrível e extensa tempestade no mar que resultou em um naufrágio, e teve de nadar para garantir sua sobrevivência. Estava frio e chovendo quando ele foi recolher gravetos para a fogueira, e então uma serpente o mordeu. Esse não era um bom mês para a carta de notícia do ministério de Paulo!
Nessa situação vivida por Paulo, amo o fato de que ele não apenas sacudiu a serpente da sua mão no fogo, mas que pouco depois disso, ele colocou as mãos sobre o pai de Públius e ministrou cura para ele, assim como a muitos outros naquela ilha (Atos 28:1-9). Então, em vez de ser envenenado, Paulo sacudiu a cobra e terminou usando a mesma mão, a mesma que o inimigo tentou injetar veneno, para trazer bênção a outros. Paulo era verdadeiramente temperado pela graça, não envenenado pela adversidade!
Quais são os potenciais venenos aos quais estamos expostos hoje?
• Traição – alguém que você confiou e pensou que estava do seu lado se volta contra você.
• Desapontamento – alguém não faz o que você esperava que fizesse e o deixa frustrado.
• Promessas quebradas.
• Rejeição.
• Desrespeito.
• Ingratidão – você busca ajudar ou servir a outra pessoa, mas suas ações não são apreciadas e são desconsideradas.
• Alguém é insensível a você ou falha em reconhecer as suas necessidades básicas
• Crítica.
• Alguém mente ou faz fofoca a seu respeito.
• Alguém o mina, trabalhando contra você em vez de trabalharem por você.
• Suas convicções e valores são desconsiderados.
• Pessoas posicionam demandas irracionais e expectativas em você, e diminuem você quando não consegue cumpri-las.
• Falsas acusações. Você é culpado por coisas que não são culpa sua.
Todas essas coisas podem nos envenenar se nós permitirmos. Quando penso sobre como podemos reagir a tais mágoas trago à memória a história a seguir, bem conhecida, que provavelmente você já ouviu. (Não conheço o autor original.)
• Sacuda e Suba
• Certa vez, havia um fazendeiro que tinha uma velha mula. Um dia a mula caiu no poço do fazendeiro. O fazendeiro ouviu a mula zurrar, então ele correu para ver o que havia acontecido. Depois de cuidadosamente avaliar a situação, ele decidiu que nem a mula nem o poço valiam a pena ser salvos. Ao contrário, ele ajuntou os seus vizinhos, contou a eles o que acontecera, e os pediu para ajudá-lo a carregar terra para enterrar a velha mula no poço e acabar com seu sofrimento.
• No início, a velha mula ficou histérica! Contudo, enquanto o fazendeiro e seus vizinhos jogavam as pás de terra e a terra tocava as costas da mula… um pensamento lhe ocorreu. Repentinamente ela pensou que toda vez que a areia pousasse em suas costas ela poderia sacudi-la e subir sobre ela.
• Então foi exatamente o que ela fez, pá após pá de areia. “Sacudir e subir, sacudir e subir, sacudir e subir”, ela repetiu para encorajar a si mesma.
• Não demorou muito até que a velha mula ferida, suja e exausta pisasse para fora do poço. O que parecia que iria enterrá-la, na verdade, a abençoou, pela maneira como ela lidou com a adversidade.
Como sabemos se somos temperados ou envenenados? Considere alguns dos seguintes contrastes:
O QUE PODEMOS FAZER?
• Tome uma decisão. Tome a decisão de que você deixará a vida temperá-lo, não envenená-lo! Alguém disse: “Você cria as suas decisões, e as suas decisões criam você”.
• Ande no poder do perdão. Dale Carnegie disse: “Quando odiamos os nossos inimigos damos a eles poder sobre nós, poder sobre o nosso sono, o nosso apetite e a nossa felicidade. Eles dançariam de alegria se soubessem quanto nos preocupamos por causa deles. Nosso ódio não os machuca nem um pouco, mas ele transforma os nossos dias e as noites em tumultos infernais”.
• Viva livre da inveja e abrace uma vida de gratidão. A. W. Tozer disse: “Um coração grato não pode ser cínico”.
• Monitore as suas expectativas. Elas são realistas? Muitas vezes, o senso de decepção que experimentamos é intensificado por nossas expectativas irrealistas. Por exemplo, se nós pensamos que tudo acontecerá sempre da nossa maneira e que todos irão nos tratar de forma agradável, estamos nos condicionando para a desilusão.
• Veja a figura completa. Charles Noble disse: “Você precisa ter longo alcance para impedi-lo de ficar frustrado com falhas de pequeno alcance”. Em vez de focar em situações imediatas, precisamos considerar a perspectiva de longo alcance, especialmente as ramificações eternas das nossas vidas. Martin Luther King Jr. disse:
“Precisamos aceitar decepções finitas, mas nunca podemos perder a esperança infinita”.
Creio que todos esses princípios são parte de terminar o nosso curso com alegria! Que Deus ajude cada um de nós a nos tornarmos seguidores de Jesus bem temperados.
Muito bom, gostei bastante!
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