QUALIFICADOS
ASSASSINOS
DE MINISTÉRIO QUE VOCÊ PRECISA VENCER: A ROTINA
CAPÍTULO 22 – LIDANDO COM A SÍNDROME DE
BURNOUT
“Trabalhar por tanto tempo sem uma pausa é uma forma de orgulho.” — Dave Williams
PENSAMENTO-CHAVE: Líderes espirituais dedicam tempo
para aprender qual é o seu próprio ritmo, fazem pausas e buscam
rejuvenescimento durante a jornada.
Muitos começam o seu trabalho no ministério com zelo,
dedicação, entusiasmo e idealismo. Afinal, o que seria mais honroso do que ser
chamado para trabalhar para Deus, e o que poderia ser mais gratificante e
recompensador do que servir ao povo de Deus? Enquanto alguns mantêm a vibração
e a energia em alta em longo prazo, muitos líderes inadvertidamente “dão de
cara com a parede” em algum momento em suas jornadas. De acordo com um
levantamento, “45,5% dos pastores dizem que já experimentaram depressão ou
síndrome de burnout (esgotamento) a tal medida que precisaram tirar uma
licença para afastamento do ministério”.
Eles podem não ter previsto, ainda que tenham alcançado
um ponto de esgotamento e estejam já sem forças. Por muito tempo, eles têm
dado, dado e dado… muito mais do que recolheram. Eles não se reabasteceram ou
fizeram pausas suficientes. Talvez eles tenham ficado tão ocupados ministrando
a outros que se esqueceram de monitorar sua própria saúde espiritual e emocional.
Talvez eles quiseram corresponder às expectativas impossíveis (impostas por
eles mesmos ou por outros) ou se desgastaram lidando com pessoas difíceis, não
cooperativas ou depreciativas. Decepção e desilusão podem desgastar a motivação
de um líder espiritual, e ao longo do tempo, eles se encontram apenas tentando
manter a cabeça fora da água.
O QUE É A SÍNDROME
DE BURNOUT?
Frank Minirth e Paul D. Meier descrevem o burnout como
“… uma perda de entusiasmo, energia, idealismo, perspectiva e propósito. Ela
pode ser vista como um estado mental, físico e um esgotamento espiritual
provocado por estresse contínuo”.54 Um dicionário afirma que é “esgotamento
físico ou de força emocional ou motivação normalmente como resultado de um
estresse prolongado ou frustração”.
O Dr. Richard A. Swenson fala sobre essa síndrome de
esgotamento no capítulo “Bacon Carbonizado” de seu livro, Margin (Margem).
Ele escreve: “Na próxima vez que você fritar bacon, deixe uma tira na
panela por quinze minutos extra. Então pegue-o e olhe para ele. Ele está
murcho, carbonizado, como uma tira dura e é semelhante ao que uma pessoa
experimenta com o burnout”. Alguns dos sintomas e atitudes de alguém com
a síndrome de burnout incluem:
• Exaustão
• Depressão
• Irritabilidade, hostilidade
• Paranoia, desconfiança
• Afastamento, não envolvimento
• Várias doenças psicossomáticas
• Atitude de “Eu não aguento mais esse
trabalho”
• “Eu tenho pavor
de ir ao trabalho”
• “Eu prefiro
ficar sozinho”
• “Eu não ligo”
• “Eu odeio isso”
Gregory de Nazianzo, que ministrou no século 4, aparenta
ter lidado com a síndrome de burnout quando disse: “Estou gasto, Oh meu
Cristo, Sopro da minha vida. Surto e estresse perpétuos, juntos, alongam o
tempo nesta vida, esse negócio de vida. Lidando com inimigos interiores e
exteriores, a minha alma tem perdido sua beleza, turvou sua imagem”.
Muito antes de Gregory expressar a sua experiência,
proeminentes figuras bíblicas, ocasionalmente, expressaram diferentes níveis de
angústia, frustração, desesperança e desespero. A síndrome de burnout poderia
ser afinal um fator que contribui para a dor por trás de algumas dessas
declarações?
• MOISÉS – “Eu sozinho não posso cuidar de todo este povo; isso é demais para mim! Se vais me tratar desse jeito, tem pena de mim e mata-me! Se gostas de mim, não deixes que eu continue sofrendo deste jeito!” (Números 11:14-15, NTLH).
• JÓ – “Eu prefiro ser estrangulado; é melhor morrer do que viver neste meu corpo. Detesto a vida; não quero mais viver. Deixa-me em paz, pois a minha vida não vale nada” (Jó 7:15-16, NTLH).
• ELIAS – “e foi para o deserto, andando um dia inteiro. Aí parou, sentou- se na sombra de uma árvore e teve vontade de morrer. Então orou assim:–Já chega, ó SENHOR Deus! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados.” (1 Reis 19:4, NTLH).
• JEREMIAS – “Maldito seja o dia em que eu nasci! Esqueçam o dia em que a minha mãe me deu à luz! Por que nasci? Será que foi só para ter tristeza e dor e acabar a minha vida na desgraça?” (Jeremias 20:14,18, NTLH).
• PAULO – “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Porque, chegando nós à Macedônia, nenhum alívio tivemos; pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro” (2 Coríntios 1:8, 7:5).
Em todos esses casos, houve outros problemas e fatores
envolvidos além do burnout, mas algum tipo de esgotamento e exaustão
ocorreram enquanto esses homens lidaram com vários fatores de estresse em suas
vidas.
QUEM É MAIS
VULNERÁVEL À SÍNDROME DE BURNOUT?
Gary R. Collins escreve: “A síndrome de burnout é
comum em todas as profissões de auxílio, inclusive o pastorado. Ela ocorre com
mais frequência em pessoas perfeccionistas que são idealísticas, profundamente
comprometidas com o seu trabalho, relutantes a dizer não, e inclinadas a serem
viciadas em trabalho”.
CHAVES PARA
PREVENIR E SE RECUPERAR DE UM DESGASTE
1. CONHEÇA A VERDADEIRA NATUREZA DE DEUS
Como você reconhece Deus? Alguns parecem pensar que Deus
é como um dos capatazes severos do Egito que estavam constantemente exigindo
mais e mais. A Bíblia diz: “Por isso os egípcios puseram feitores para
maltratar os israelitas com trabalhos pesados. E assim os israelitas
construíram as cidades de Pitom e Ramessés, onde o rei do Egito guardava as
colheitas de cereais… e os tornaram escravos, tratando-os com brutalidade.
Fizeram com que a vida deles se tornasse amarga, obrigando-os a fazer trabalhos
pesados na fabricação de tijolos, nas construções e nas plantações. Em todos os
serviços que os israelitas faziam, eles eram tratados com crueldade” (Êxodo
1:11, 13- 14, NTLH).
Se você se sente impelido e não importa o que você faça,
nunca é o bastante, então você pode ter uma visão distorcida de Deus. Lembre-se
de que é o inimigo que procura nos levar a uma sensação de pânico; Deus nos
guia com uma sensação de paz.
Não é errado trabalhar pesado, mas tenha certeza que o
seu trabalho pesado é motivado pelo amor de Deus, e não por uma sensação de
compulsão. “Compulsão é um desejo insaciável de fazer mais e ser mais. É um
desejo que pode ser mascarado por motivos positivos e caridosos, mas, na
verdade, pode ser originado no íntimo do ser humano, talvez mesmo que
inconscientemente por sentimentos de inadequação e vergonha.”
Considere estes versículos:
Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me
para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da
justiça por amor do seu nome. —
Salmos 23:2-3
Como um pastor cuida do seu rebanho, assim o SENHOR
cuidará do seu povo; ele juntará os carneirinhos, e os carregará no colo, e
guiará com carinho as ovelhas que estão amamentando. — Isaías 40:11 (NTLH)
Venham a mim, todos vocês que estão cansados de
carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. Sejam meus
seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e
vocês encontrarão descanso. Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a
carga que eu ponho sobre vocês é leve. —
Mateus 11:28-30 (A Mensagem)
Conhecer a verdadeira natureza de Deus é uma coisa;
contudo, tomar parte da Sua natureza é outra coisa. O Salmo 34:8 diz: “Oh,
provai e vede que o SENHOR é bom…” Comunhão com Deus através da
oração e alimentar-se de Sua Palavra são essenciais.
2. ESTABELEÇA UM RITMO SAUDÁVEL
Quando entendermos que Deus não é um capataz severo, que
está estalando o chicote e fazendo pedidos irracionais, seremos capazes de
entrar em um ritmo que é sustentável para nós e para aqueles que lideramos. Se
formos impulsivos, nós levaremos outros a serem da mesma forma. Se aprendermos
nosso próprio ritmo, então seremos bons exemplos e uma influência positiva
sobre outros.
Um exemplo clássico desse princípio encontrado na Bíblia
ocorreu quando Jacó encontrou o seu irmão, Esaú, depois de muitos anos de
separação. O relacionamento deles havia sido tão tenso que Jacó não estava
certo de como Esaú o receberia. Ele seria hostil ou amigável? Quando o encontro
acabou sendo amigável, Esaú quis que Jacó viajasse com ele e essencialmente
disse: “Segue-me, e eu irei acertar o ritmo para ti e para aqueles que viajam
contigo”. Veja como isso se desenvolveu, e especialmente como Jacó respondeu.
Então Esaú disse: “Bem, vamos embora; eu vou na
frente”. Jacó respondeu: “Meu patrão, o senhor sabe que as crianças são fracas,
e eu tenho de pensar nas ovelhas e vacas com crias. Se forem forçados a andar
depressa demais, nem que seja por um dia só, todos os animais poderão morrer. É
melhor que o meu patrão vá na frente deste seu criado. Eu vou atrás devagar,
conforme o passo dos animais e dos meninos, até que chegue a Edom, onde o
senhor mora”. — Gênesis 33:12-14
(NTLH)
Insegurança, medo ou um desejo de não entristecer Esaú
poderiam ter feito Jacó ignorar o bem-estar daqueles que estavam confiados a
ele. Mas Jacó demonstrou sabedoria e compaixão quando ele disse: “Eu vou atrás
devagar, conforme o passo dos animais e dos meninos”. Então, em essência, ele
disse: “Nós chegaremos lá quando chegarmos, e então o veremos, mas eu não vou
ferir aqueles que estão sob os meus cuidados para tentar me manter bem com
você, ou superar suas expectativas”.
Líderes espirituais precisam ser sábios para aplicar a
estratégia de Jacó. Tenha certeza de que você está considerando o bem-estar do
seu cônjuge e filhos assim como dos seus trabalhadores enquanto você segue a
sua jornada. Lembre-se de que aqueles que o amam são afetados pelo seu ritmo.
Como meu amigo Gerald Brooks diz: “Líderes espirituais precisam não apenas
considerar sua própria tolerância à dor no ministério, mas também a tolerância
dos seus cônjuges”.
Richard A. Swenson disse: “Nós precisamos ter espaço para
respirar. Precisamos de liberdade para pensar e permissão para curar. Nossos
relacionamentos têm estado fadados à morte por causa da velocidade. Ninguém tem
tempo para ouvir, muito menos para amar. Nossas crianças caem feridas ao chão,
atropeladas pela alta velocidade das nossas boas intenções. Deus é a favor da
exaustão? Ele não guia mais as pessoas às águas tranquilas?”
3. ENCONTRE O RITMO QUE DEUS ORDENOU PARA A SUA VIDA
Todos nós ouvimos o velho ditado: “Todo o trabalho sem
diversão faz de Jack um bobão”. Existe uma grande verdade nisso. Richard Exley
escreveu: “Tome um minuto e pense sobre isso. Você está vivendo em qual ritmo
de vida? Qual é o seu equilíbrio entre trabalho, descanso, adoração e diversão?
Você é realizado? Os relacionamentos mais importantes da sua vida são como
deveriam ser? Você tira tempo para si mesmo? Para Deus? E quanto à diversão?
Você se diverte vivendo assim?”
Se você tem tendências a ser viciado em trabalho, então
essa declaração pode ser desafiadora de se ouvir. Eu era assim. Quando uma
pessoa está trabalhando para Deus, é fácil negligenciar outros relacionamentos
e atividades, e parecer tão virtuosa enquanto faz isso. Contudo, Deus não nos
criou simplesmente para ser uma máquina de trabalho que incessantemente produz
resultados.
Paulo disse que Deus “… tudo nos proporciona ricamente
para nosso aprazimento” (1 Timóteo 6:17). Se é esse o caso, nós deveríamos
desfrutar das coisas naturais, relacionamentos, vida, etc. Contudo, nós não
poderemos fazer isso se estivermos exclusivamente obcecados com trabalho.
Precisamos rir, muito! Não podemos nos levar tão a sério. Todos na igreja têm
uma vida fora da igreja, e nós também precisamos ter. Passatempos podem ser uma
ajuda dando descanso dos pensamentos constantes sobre o ministério. Nosso
cérebro precisa de tempo para descansar e “recriar!”
Charles Spurgeon sabiamente disse: “Repouso é tão
necessário para a mente quanto o sono é para o corpo… Se não descansarmos,
teremos um colapso. Até mesmo a Terra precisou ficar de repouso e ter os seus
sábados, da mesma forma nós. Daí a sabedoria e compaixão do Nosso Senhor,
quando Ele disse: ‘Vamos ao deserto descansar por enquanto’”.61 A passagem a
qual Spurgeon se refere aqui é Marcos 6:31. Está escrito: “E ele lhes disse:
Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles não tinham
tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham”. Jesus não
defendeu a pegar mais e mais pesado o tempo todo; Ele defendeu o descanso.
Enquanto não estamos debaixo do Antigo Testamento, a
“Lei” do Sábado, existe um princípio do Sábado que permanece, e deveríamos ser
sábios em honrá-lo. Pausas são imperativas! Pequenas paradas são importantes,
mas grandes pausas também. Não se engane evitando dias livres e férias!
4. TOME CUIDADO DE SI MESMO
Paulo falou para Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti
mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4:16).
Líderes espirituais são com frequência eficientes em
cuidar de outros, mas eles, às vezes, são negligentes em cuidar de si mesmos.
Trabalhar para Deus é maravilhoso, mas não é um substituto para cuidar
corretamente da saúde do corpo, mente e emoções. Quão bem estamos cuidando de
nós mesmos?
• Como está a sua
dieta? Você está comendo comidas saudáveis?
• E quanto aos
exercícios?
• Você está
descansando o suficiente? Dormindo bem?
• Quando foi a
última vez que você viu o seu médico ou fez um exame físico?
• Como está o seu
relacionamento pessoal com Deus? Você só interage com Deus relativo ao seu
ministério, ou você desfruta de comunhão com Ele, alimentando-se da Sua Palavra
e desfrutado da Sua presença, em um nível pessoal?
• O que você tem
feito para se divertir recentemente? O que você faz para se divertir
regularmente?
Em seu marcante livro sobre a síndrome de burnout,
Wayne Cordeiro diz: “Não esquecemos que somos cristãos. Esquecemos que somos
humanos, e que apenas um descuido pode debilitar o potencial do nosso futuro”.
5. MANTENHA-SE EMOCIONALMENTE SADIO
Como está a sua alma?
• Você sabe o seu valor intrínseco como um filho de Deus?
Você está mantendo um senso de
autoestima positiva a respeito do seu desempenho e da opinião de outros?
• Você está praticando
a arte do contentamento?
• Você está
desfrutando de alegria em sua vida?
• Você tem um
senso de resiliência? Você ainda dá uma “ressaltada” antes de responder às
adversidades?
• Você está
processando bem as emoções?
• Você é honesto
com relação à raiva, frustrações e decepções?
• Você já lidou
com temores não resolvidos em sua vida? Ofensa?
• Você já derramou
o seu coração para Deus ou você suprime o que é negativo e mantém a fachada?
• O Salmo 23:3
(“Refrigera a minha alma?”) é uma realidade para você?
Existe alguma crença errada que o tem mantido preso?
Alguma das frases a seguir faz parte da sua conversa consigo mesmo?
• Deus só me amará
se eu agir perfeitamente.
• Eu preciso ter a
aprovação dos outros para me sentir bem comigo mesmo.
• Se algo está
errado, deve ser culpa minha.
• Eu preciso
fazer tudo perfeitamente.
• Eu preciso ser
forte e estar no controle.
• Ninguém pode
ver qualquer fraqueza em minha vida.
6. MANTENHA OS FOGOS DE CASA ACESOS
Deus não nos chamou para sacrificarmos as nossas famílias
no altar do ministério. Seu relacionamento com sua esposa e filhos precisa ser
uma prioridade. Você não pode se permitir ser tão drenado, tornar-se desgastado
e exaurido pelo seu ministério, de forma que não tenha sobrado nada para
investir em casa. Você precisa ter tempo de qualidade com o seu cônjuge, e você
deveria levar a sério qualquer aviso ou preocupação que o seu cônjuge expressa.
Se você tem crianças ou adolescentes, tenha certeza de
que você é uma grande parte de suas vidas. Um dos pontos altos da minha vida
foi quando fui capaz de ser o treinador do grupo de basquete do meu filho
quando ele era jovem. Fomos afortunados de trabalhar para um pastor sênior que
encorajava todos da equipe a serem altamente envolvidos nas vidas dos filhos.
7. CONHEÇA OS SEUS LIMITES
Paulo disse: “Estamos presos aos limites estabelecidos
por Deus” (2 Coríntios 10:13, A Mensagem). Faríamos bem em fazer o
mesmo. Sempre que possível, deveríamos focar no que fazemos bem, e delegando
funções, deixar outros prosperarem naquilo em que eles têm o dom.
Se você tende a ter um senso superestimado da sua própria
importância, seria bom lembrar-se com frequência das seguintes declarações:
• Eu não sou o
Messias.
• Eu não sou o
Espírito Santo.
• Eu não sou
indispensável.
• Eu não sou
onisciente, onipresente, nem onipotente.
• Eu não posso
suprir cada necessidade.
• Está tudo bem
para mim no tocante a estabelecer limites e dizer “não” a certas coisas.
• Eu tenho
permissão para delegar e compartilhar a carga do trabalho com outros.
Jesus sabia quando dizer “sim”, e quando dizer “não”. Nós
observamos exemplos na Bíblia quando
Ele delimitou limites e disse “não”, permanecendo dentro dos limites do Seu
chamado.
• Jesus disse
“não” a Pedro quando ele tentou redirecionar o curso de Jesus do caminho que
envolvia sofrimento (Mateus 16:23).
• Ele disse “não”
para o povo que queria mantê-lo em um lugar e impedi-lo de pregar em outros
locais (Lucas 4:43).
• Jesus disse
“não” ao povo que queria fazer dele um rei “natural” (João 6:15).
Bill Cosby teve uma boa compreensão quando disse: “Eu não
conheço a chave para o sucesso, mas a chave para falhar é querer agradar a todo
mundo”.
8. RECEBA MINISTRAÇÃO
Você pode ter ouvido a frase: “Quando a sua despesa
excede a sua renda, sua manutenção torna-se a sua queda”. Alguns têm dito isso
no contexto das finanças, mas isso também é verdade concernente aos nossos
recursos espirituais e emocionais. É fácil ficar tão envolvido em dar e servir
a outros, que o líder simplesmente não toma tempo para reabastecer o seu
próprio reservatório.
Jesus e os seus discípulos continuaram a sua viagem e
chegaram a um povoado. Ali uma mulher chamada Marta o recebeu na casa dela.
Maria, a sua irmã, sentou-se aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que ele
ensinava. Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa. Então chegou perto
de Jesus e perguntou: “O senhor não se importa que a minha irmã me deixe
sozinha com todo este trabalho? Mande que ela venha me ajudar”. Aí o Senhor
respondeu: “Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas
apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai
tomar dela”. — Lucas 10:38-42 (NTLH)
Ninguém pode culpar Marta por sua ética de trabalho, mas
ela foi além do esforço consciente. De acordo com esses versículos, ela estava
distraída, preocupada e desapontada. Graças a Deus pelos trabalhadores, mas não
podemos trabalhar o tempo todo. Jesus viu um valor enorme no desejo de Maria em
receber a ministração, e o chamou de “a melhor de todas”.
9. TENHA UM AMIGO
Líderes espirituais precisam de alguém com quem eles
possam conversar aberta, franca e livremente. Eles precisam de alguém com quem
eles possam ser reais, alguém com quem eles não precisem ser “profissionais” ou
impressionar, alguém com quem eles possam ser totalmente transparentes e
esquecer-se da própria “imagem”. Tipicamente, a pessoa que representa esse
papel é outro líder, talvez um mentor ou conselheiro, alguém que possa ser
confiável.
O isolamento é um convite para o desastre para o ministro
e para qualquer crente, contudo 70% dos pastores indicam que eles não têm
alguém que considerem um amigo.63 Não podemos esquecer a admoestação de
Provérbios 27:17: “Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu
amigo”.
PENSAMENTO
CONCLUSIVO
Não posso imaginar outro líder enfrentando mais estresse
e pressão do que o apóstolo Paulo enfrentou. Entre açoites, prisões e
naufrágios, Paulo também disse: “Tenho tido trabalhos e canseiras. Muitas vezes
tenho ficado sem dormir. Tenho passado fome e sede; têm me faltado casa, comida
e roupas” (2 Coríntios 11:27, NTLH). A despeito de tudo isso, Paulo estava
determinado a terminar a sua carreira com alegria (ver Atos 20:24). Existem
dois tipos de líderes espirituais: aqueles que acabam a sua carreira com
alegria, e aqueles cuja carreira está acabando com eles. Determine-se a estar no
primeiro grupo.
Se você estiver experimentando algum nível de síndrome de
burnout, por favor, saiba que Deus é por você, não contra você. Ele quer
trazer uma rica restauração sobre sua vida. Isaías profetizou sobre o Messias
dizendo: “Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante”
(Isaías 42:2, NVI).
Isaías 40:29-31 (A Mensagem) fala mais da natureza
restauradora de Deus: “Ele fortalece os que estão cansados, renova as forças
dos que desistiram. Pois até os jovens se cansam e desistem, os jovens na flor
da idade tropeçam e caem. Mas os que esperam no Eterno renovam suas forças.
Abrem as asas e voam alto como águias, correm e não se cansam, andam e não
ficam exaustos”.
Enquanto andamos na sabedoria de Deus, eu creio que a
admoestação de Paulo será cumprida em nossas vidas: “Não se deixem esgotar:
mantenham- se animados e dispostos” (Romanos 12:11, A Mensagem). A versão
amplificada desse versículo diz: “Nunca fique lento no zelo nem no anseio
ardente; esteja brilhando e queimando no Espírito, servindo ao Senhor”.
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