O hábito de sair de férias com a família vai muito além de um simples tempo de lazer e descanso. Esse ócio pode representar renovação nas relações sociais e de maior produtividade
Um sistema não é, apenas, a soma de partes, é a
integração delas. O desequilíbrio em uma parte pode abalar as outras. Uma
mudança mexe com um sistema: um elo que se rompe e uma corrente perde sua
unidade, se transforma. Reverte-se em sofrimento, cada mudança incerta, visto que
seguimos as rotinas como situações acomodadas, alheias à necessidade de
esforço, porque naturalmente seguem o modelo conhecido, que se repete. Isso dá
tranquilidade, segurança e… Desejo de desafios diferentes!
O ser humano é mesmo contraditório, não é? Precisamos de
rotinas… E precisamos de férias! Precisamos de um lugar para chamar de
“nosso” e de um lugar “não nosso”, com gosto de
“descobertas”. Que sejam boas as duas opções, tão opostas que parece
ser uma arte de quebrar rotinas, ao criar ferias que não sejam frustrantes ou
mais cansativas que o próprio dia a dia.
Como os desafios não vêm sozinhos, nem sempre as férias
da família coincidem. Nesse caso, as férias das crianças representam mais
problemas do que soluções: reunir paz e alegria, proximidade familiar, sem
alterar o tempo livre disponível dos adultos? Bem, férias merecem reflexão!
Férias são convites a uma quebra no trabalho que convém
ser pensada com arte. Às vezes, nas férias, o plano dos adultos é vencer a
perturbação que as crianças representam para eles ao ter mais tempo livre em
casa e até oferecem presentes para isso, em vez de imaginar, realmente, como aproveitar esse momento tão importante para toda a família.
É a organização e a habilidade conjunta de planejamento
que caracterizam o pensamento como fonte de grandes ideias. As estratégias e
ações resultam de processos que não ocorrem por acaso: seguem por caminhos
desvendados pela neurociência, com conquistas que permitem ir além de uma meta
inicial, quando há integração de propostas.
As férias devem seguir os processos de resolver problemas
e convém pensar em prevenção, ou seja, é interessante planejar com cuidado e
gosto, considerando as idades, as preferências e as possibilidades dos
integrantes desse tempo “diferente”, incomum. Não se trata de
quantidade, mas de qualidade do tempo despendido em conjunto com seus pares.
Aquele lugar divertido pode ser uma praça que nunca dá tempo de todos
explorarem juntos, onde se tiram fotos e se brinca até perder o fôlego. Os
programas podem até ser diferentes para cada um, desde que haja um momento de
real interesse para reunir as experiências e compartilhar os momentos.
O pressuposto adotado pelas organizações de trabalho
aponta que organizações saudáveis são construídas para reduzir riscos
psicossociais e a família é uma organização onde pessoas trabalham (ou estudam,
o que é uma ação correspondente para os mais jovens).
As características dos riscos associados ao estresse no
trabalho (dos quais as crianças não estão livres na escola) estão ancoradas em
fato res que atravessam desde o âmbito individual, microssocial, ao macro
estrutural. Em um ponto intermediário entre essas instâncias está a família,
sujeita a potentes forças que lhe são externas, mas ela, em si, é de suma
importância neste processo de adoecimento (o estresse é um fator de risco para
adoecimento).
Quando se diz que as interações humanas dão origem a
modos de pensar, sentir e agir idiossincráticos, a referência é posta na
ideologia que prevalece no grupo. Em suma, podemos argumentar que aproveitar as
férias equivale a entender a cultura familiar: história, regras, estrutura,
políticas, estratégias, processos operacionais, contexto e assim por diante. Em
outras palavras, se for difícil desenvolver a arte de quebrar rotinas, saiba
que existem livros com propostas que seguem até a atividade ideal para cada
idade, pensadas para tornar proveitoso esse tempo livre. Esse ócio com certeza
se torna processo produtivo lá na frente.
Se valores estão no alicerce das relações familiares, das
estratégias, das tomadas de decisão, dos planejamentos e das execuções
revelados nas práticas ou procedimentos de vivência familiar, uma pergunta se
torna forçosa: o que representam a saúde, inclusive a saúde mental, a alegria,
a convivência, enquanto valores familiares?
Sem dúvida, é ilusório concluir que é fácil responder tal
pergunta, mas podem ser oportunidades de diferentes graus de liberdade de
expressão, de novas experiências de empatia (pensar no outro, não em si,
apenas), de formas de chegar à concordância. Restrições insensatas, repressões
injustificadas ou falta de limites são fortes indicadores de práticas propícias
a danos psicossociais que desencadeiam o estresse patológico e transformam
momentos de lazer em sacrifício, não importando o custo financeiro que o evento
signifique.
O primeiro passo, como é comum cm processos similares, é identificar os estressores e discutir como lidar com eles – regras são sempre bem-vindas para o sucesso de uma arte, uma expressão, sem ser agressiva a ninguém. Não há exagero em afirmar que o relacionamento humano está cada vez mais ameaçado e que as boas práticas começam em casa. É ótimo planejar os rumos para a arte de quebrar rotinas, no contexto democrático de decisões, que servirão para a prática da rotina diária, após as férias de toda a família, em qualquer tempo.
LUIZA ELENA L. RIBEIRO DO VALLE – é psicóloga, doutora em Ciências no Departamento de Psicologia Social {USP/SP). Mestre em Psicologia Escolar e Educacional {PUC-Campinas). MBA Executivo em Psicologia Organizacional (AVM-Brasília), extensão em Gestão de Pessoas (FGV). Formação em Coaching (Lambent), especialização em Psicologia Clínica (CFP) na linha Cognitivo-Comportamental, consultora em Psicopedagogia, autora de livros
Com seus carrinhos abarrotados de sucata, 800 mil catadores de material reciclável zanzam pelas ruas brasileiras. Presença constante, um exército de Invisíveis. Para dar voz a essas pessoas, em 2012, então com 26 anos, o grafiteiro e ativista Mundano (ele nunca usa o nome de registro) decidiu levar sua arte para além dos muros da capital paulista. Transferiu-a para as carroças dos catadores. Assim nasceu o movimento Pimp my Carroça. A iniciativa frutificou e, em julho de 2017, Mundano lançou o Cataki, um aplicativo gratuito que conecta catadores a geradores de resíduos – ou seja, todos nós. “Esses profissionais merecem remuneração justa. Pois, além de árduo, o trabalho deles é essencial para o meio ambiente”, diz Mundano. “Além de não reciclar, governo e empresas fingem que o catador não existe.” Praticamente tudo (90%) do pouco (3.7%) que o Brasil recicla passa pelas mãos dos catadores. “O Catakl não só reconhece e valoriza o trabalho dos catadores como pretende aumentar os índices de reciclagem, preservando o meio ambiente·, diz Henrique Ruiz, coordenador do projeto. O pagamento do catador não é obrigatório, mas recomendado. Até agora, o Cataki está com 2.050 catadores e cooperativas, 150 mil downloads e se faz presente em 360 cidades. Vidas já foram transformadas. Vários deles já passaram da carroça para um carro; de um carro para um caminhão, e de um caminhão para dois, três… Entre os prêmios já recebidos pelo Cataki, o mais recente foi o do júri popular do Chivas Venture, premiação global de inovação e impacto social. Dos 20 finalistas, Mundano era o único brasileiro.
Ao contrário do tradicional pensamento de estudar e estabilizar-se em uma grande empresa, os jovens de hoje veem no empreendedorismo o caminho principal para sua carreira profissional
No ano passado, o Governo Federal lançou o Plano Nacional
de Empreendedorismo e de Startups para a Juventude, que busca, entre outras
coisas, incentivar o empreendedorismo para a juventude, gerando oportunidades,
renda e garantindo um futuro aos jovens. É uma resposta natural ao cenário mundial
de empreendedorismo, no qual cada vez mais os jovens escolhem fazer e
desenvolver suas próprias empresas, produtos e serviços. Tanto que, das mais de
12 mil startups mapeadas pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups),
14% dos empreendedores encontram-se na faixa de 20 a 24 anos e 67% deles têm
entre 25 e 40 anos. “O perfil geral são jovens criativos e curiosos com
acesso à tecnologia, que querem criar soluções para diferentes problemas e ainda
ganhar dinheiro no processo”, afirma o presidente da Abstartups, Amure
Pinho.
Isso significa que o empreendedorismo está cada vez mais
sendo levado em consideração como plano de carreira pelos jovens e
adolescentes, inspirados por modelos como Mark Zuckerberg e nas startups de
sucesso, substituindo o tradicional sonho de entrar para grandes empresas e
conseguir estabilidade financeira e de plano de carreira em longo prazo. É uma
tendência forte no Brasil e no mundo que tem revelado grandes talentos para a inovação.
No entanto, nem sempre as habilidades criativas caminham ao lado da aptidão
para liderança e gestão igualmente desenvolvidas, por isso o Plano
governamental incentiva parcerias e iniciativas que buscam ensinar o jovem a
pensar e colocar em prática produtos e serviços inovadores e que possam se tornar
negócios.
Isso porque, em um cenário de crise, investir nas
próprias ideias acaba se tornando a única solução viável em muitos casos.
Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2017), com apoio do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o percentual
de pessoas de 18 a 34 anos que têm negócios em fase inicial atingiu a marca de
57% em 2017, o que representa mais de 15 milhões de jovens. Esse mesmo estudo
mostrou que a taxa de empreendedorismo total atingiu a marca de 36,4%, o que
representa quase 50 milhões de pessoas.
EVOLUÇÃO ORIENTADA
O perfil do jovem brasileiro mudou. Para o professor de empreendedorismo
e coordenador dos cursos Engenharia Elétrica e de Computação da UniCarioca,
Marcos Ferreira, o que sempre moveu o homem e hoje é mais latente é a
motivação. Empreender, ou seja, pôr em prática ideias com iniciativa, ousadia e
criatividade – e ainda, se possível, com alguma inovação – é algo que vem do
coração, é muito forte, quando se empreende por vocação. “Concretizar essa
vocação latente é uma necessidade de vida, em vista que, nesses casos, só se
encontrará felicidade respondendo a esses anseios de construir e realizar o que
brota na alma”, diz o docente.
“Já empreender por necessidade é um movimento que se
faz na busca por alternativas, para atender às carências de um mercado de
trabalho com poucas oportunidades, o que é uma característica forte e muito
presente no Brasil de agora. Dessa forma, a necessidade imposta pela falta de
oportunidades representa, hoje, a principal motivação das pessoas para se
lançarem no mundo dos negócios. Na verdade, empreender por vocação não é o que
move a maioria dos brasileiros. Muitos almejam ter um bom emprego, pois isso é
algo que dá mais segurança (envolve menos riscos) e a sociedade valoriza mais.
Porém, obter sucesso no ato de empreender por vocação ou necessidade é algo que
realmente faz a alma transbordar”, reforça Ferreira.
Em geral, todo mundo tem um empreendedor dentro de si, em
muitos casos, adormecido, não descoberto. “Minha função e de outros
docentes é, em certa medida, funcionar como ‘parteira’ e ajudar os alunos a
descobrir esse aspecto, vocação e habilidades. Os grupos de discussão, os
trabalhos em sala de aula e as leituras recomendadas servem para despertar essa
característica em cada um junto com as técnicas e ferramentas que serão
essenciais e os ajudarão a alcançar o sucesso, caso venham empreender algum
dia”, pondera.
MOTIVAÇÃO GLOBAL
Não há um consenso quando se trata de características do
empreendedor, mas garra, perseverança e automotivação são unânimes entre os
bem-sucedidos. Na opinião de Gabriela Gusman, 27 anos, formada em Letras pela
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), mas que deixou o diploma de
lado para empreender na Vênus Estúdio Criativo – agência de comunicação focada
em branding e estratégica -, uma boa qualidade desses empreendedores é
ter urna visão holística, integrativa do negócio. “Eu já cometi alguns
erros nesse sentido e vejo muitos jovens empreendedores também pecando em ter
uma visão muito ‘reta’, muito superficial. É necessário conseguir parar para analisar
o produto oferecido, o serviço, o que de valor está sendo entregue, para aí ver
quais fatores estão desalinhados, por que certas coisas não estão funcionando
ou poderiam estar melhor”, pontua a jovem empresária.
Não existe uma receita exata quando se trata do
empreendedorismo de sucesso, o importante é enxergar oportunidades e
desenvolver habilidades para supri-las. Nesse caminho, segundo o diretor
comercial da Sage, Jorge Santos Carneiro, os jovens buscam propósito e soluções
para problemas reais do cotidiano das pessoas. “É um movimento que vai
mudar totalmente as formas de trabalho no futuro. Na nossa empresa, por exemplo,
temos estimulado o ensino aos jovens, aplicando programas de empreendedorismo
extracurriculares aos alunos através da Sage Foundation e parcerias com ONGs
voltadas para empoderamento de jovens, sendo um caminho interessante para
fomentar o empreendedorismo em jovens”, diz.
CARACTERÍSTICAS
PESSOAIS
A unanimidade fica por conta de que é um conjunto enorme
de fatores que desencadeiam algum desequilíbrio lá na frente. O ideal é
conseguir ver esse “todo”, ou seja, enxergar o negócio como um
ecossistema, o que ajuda muito a detectar problemas ou possíveis desequilíbrios
que mais tarde causariam dor de cabeça. Nesse sentido, a vontade de
autoconhecer e autodesenvolver de forma contínua deve estar interligada no indivíduo.
Gabriela lembra que empreendedores que acham que já sabem totalmente quem são, dotados
de verdades absolutas, podem cometer erros muito graves no negócio.
“Autoconhecimento é poder. Muitas vezes, nosso maior
inimigo e concorrente somos nós mesmos. Se não trabalharmos o nosso ego e
nossas sombras, a tendência é sermos engolidos uma hora ou outra. Agora, se
conhecemos nossos mecanismos de defesa, de autossabotagem, já temos muita
vantagem e conseguimos escapar das armadilhas que criamos para nós
mesmos”, opina Gabriela.
Vale lembrar que, mesmo no empreendedorismo por
necessidade, é preciso estratégia e muito planejamento para a implementação de
qualquer negócio. “Empreendedor não é apenas quem tem negócio próprio. É
possível e necessário ser empreendedor trabalhando para um terceiro, dentro de
empresas dos mais variados setores. Mais do que um modelo de negócios, o
empreendedorismo é um estado de espírito”, ressalta Carneiro, da Sage.
ENSINANDO
Na rede de franquias de Ensino Infantil, Fundamental e
Médio Maple Bear, empreendedorismo é uma matéria ensinada no dia a dia das
próximas gerações. “Acreditamos que a formação sólida, que prioriza o
autoconhecimento e autonomia, é decisiva para a conquista de um mundo de
possibilidades. Por isso, ser empreendedor é ser visionário, olhando o mundo
sob a perspectiva de oportunidades. Nosso programa privilegia a observação, a
resolução de problemas e a tomada de decisões. Então, as possibilidades de
aprender a empreender são infinitas”, diz o CEO da Maple Bear, Arno Krug.
Para o perito em educação, o estímulo ao
aprendizado deve acontecer em todas as esferas e começa sempre na escola. incentivar
a experimentação, promover o desafio intelectual, descobertas e a solução de
problemas desde os primeiros anos da infância ajudam a formar um cidadão mais
consciente e criativo, aberto para visualizar novas oportunidades em todos os
momentos da sua vida. “A criatividade é um fator primordial para
empreender. Fugindo dos estímulos tradicionais, sem impor algo, mas
apresentando de forma criativa e com uma metodologia fundamentada na experimentação,
na descoberta e no compartilhamento de informações. Dessa maneira, é possível
desenvolver nos alunos a autonomia e uma verdadeira paixão pelo
aprendizado”, diz Krug.
Em geral, especialistas apontam que é importante sempre
buscar construir o conhecimento e expandir a criatividade ao compartilhar
informações, comparar ideias, interpretar linguagens e desenvolver o pensamento
crítico. A base de uma educação de qualidade é a descoberta.
Outra iniciativa que tem dado certo, desta vez,
público-privada, é da Sage, multinacional britânica líder em softwares de
gestão na nuvem, em parceria com a Junior Achievement São Paulo, instituição
centenária que promove o empreendedorismo em jovens do mundo todo, que ajuda os
alunos da ETEC Polivalente de Americana a desenvolverem aplicativos de celular
para solucionar problemas e dificuldades encontrados no cotidiano das pessoas.
Com o nome de StartApp, o projeto é um laboratório de criação de aplicativos
que tem como objetivo incentivar o voluntariado junto aos seus funcionários
como forma de retribuição às comunidades onde atuam. Como resultado, os alunos,
divididos em grupos, desenvolveram cinco ideias de apps em diversas áreas, de
auxílio na comunicação com crianças que apresentam transtorno do espectro
autista até aplicativos para auxiliar estudantes das universidades a procurarem
morada em repúblicas, todos viáveis de serem realmente implementados.
“Desenvolver as habilidades de criatividade e espírito de equipe desde a infância é muito importante para qualquer atividade que vá desempenhar ao longo da vida. É preciso pensar que a escola tem um poder incrível de incentivar essas habilidades que contribuirão para o desenvolvimento de um empreendedor. Hoje, o mercado necessita de pessoas que saibam trabalhar em equipe e sejam criativas no dia a dia dos negócios”, conclui o diretor da Sage, Jorge Santos Carneiro.
SEIS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS NO PERFIL DE UM EMPREENDEDOR
PROATIVIDADE – O empreendedor precisa estar antenado com
o mercado e pronto para abraçar as oportunidades e para correr riscos
calculados, sem ter medo do desconhecido.
EFICIÊNCIA E QUALIDADE – É preciso ser apaixonado pelo
que faz, ser comprometido e cumprir o que promete. Acima de tudo, buscar sempre
uma forma de melhorar a qualidade do seu produto ou serviço, comparando com a
concorrência e sempre pela ótica do cliente.
SER PERSISTENTE – É necessário ser resiliente e saber
adaptar-se às mudanças, superar obstáculos e resistir às pressões financeiras ou
de expectativa por resultados. Persistência deve ser a sua palavra de ordem,
buscando sempre superar o cansaço e o desânimo e, sempre que necessário,
colocar a mão na massa.
ATENÇÃO E OPORTUNIDADE – O empreendedor deve ter a internet
como uma forte aliada para buscar informações antes de começar um negócio,
interagir com os clientes, pesquisar fornecedores e concorrentes. Informação,
planejamento e comunicação formam a chave para o sucesso de um negócio.
ORGANIZAÇÃO – Planejar bem deve estar no início da jornada,
pois, neste momento, o empreendedor de sucesso descobrirá os caminhos a
percorrer e definir as metas do seu negócio. As etapas devem estar desenhadas e
o caminho deve ser monitorado por meio de indicadores.
COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA – Ser capaz de transmitir
confiança e saber se comunicar são fundamentais para o empreendedor, que
deve buscar uma comunicação assertiva, além de demonstrar confiança na sua
capacidade de produzir resultados.
CAPÍTULO
TREZE – LÍDERES DEVEM CAPACITAR OUTROS E NÃO EXPLORÁ-LOS
“Se uma pessoa alinha sua atitude com relação ao dinheiro, então quase todas as áreas de sua vida estarão alinhadas.” — Billy Graham
Pensamento-chave: Líderes virtuosos permanecem livres
de cobiça e operam na maior integridade em todas as questões pertinentes a
finanças.
Uma questão fundamental que todos os líderes devem
encarar é se eles irão capacitar ou explorar outros. Líderes espirituais que
estão livres da cobiça sempre buscarão o bem-estar e o benefício daqueles a
quem ministram. Quando Paulo deu orientações a Timóteo, para líderes de igreja,
muito do que ele disse tinha a ver com o caráter do líder, com questões
relacionadas às suas atitudes quanto a dinheiro e como eles lidariam com ele.
Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o
episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja
irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro,
apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe
ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; Que governe bem a sua
própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se
alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?);
Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia
em afronta, e no laço do diabo. — 1 Timóteo 3:1-7 (ACF)
Duas das afirmações citadas acerca das qualificações para
líderes espirituais são referências diretas a questões financeiras.
• Não cobiçoso de
torpe ganância (versículo 3).
• Não avarento
(versículo 3).
Diversas afirmações têm, pelo menos, uma aplicação
indireta com questões financeiras:
• Irrepreensível
(versículo 2).
• Vigilante —
significa autocontrolado (versículo 2).
• Sóbrio —
significa alguém que vive sabiamente (versículo 2).
• Honesto —
significa que alguém tem boa reputação (versículo 2).
• Governa (ou gerencia)
bem a própria casa (versículos 4, 5).
• Cuida da igreja
de Deus (versículo 5).
• Tem um bom
testemunho dos que estão de fora (versículo 7).
Enquanto a maior parte do serviço cristão é feita por
voluntários, é certamente apropriado para pastores e outros que trabalham
extensivamente para o Senhor, serem compensados financeiramente e serem
compensados generosamente quando possível. Considere as seguintes declarações
feitas por Jesus e Paulo:
• “… porque
digno é o trabalhador do seu salário” (Lucas 10:7).
• “… ordenou
também o Senhor aos que pregam o Evangelho que vivam do Evangelho” (1 Coríntios
9:14).
• “Devem ser
considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem
bem, com especialidade os que se afadigam na Palavra e no ensino. Pois a Bíblia
declara:
Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: o
trabalhador é digno do seu salário” (1 Timóteo 5:17-18).
Analistas há muito perceberam que igrejas que cuidam bem
dos seus ministros tendem a prosperar e vão muito bem, enquanto aquelas que são
“econômicas” nessa área e são fechadas com relação aos salários de seus
ministros tendem a não irem tão bem.
Em ocasiões, Paulo voluntariamente se abstinha de receber
compensação financeira de certas igrejas. Algumas vezes, isso foi,
provavelmente, apenas por uma questão logística: a igreja estava em seu início
e não era capaz de oferecer muito auxílio. Outras vezes, Paulo estava
demonstrando a pureza dos seus motivos, então ele não seria acusado de
ministrar simplesmente por dinheiro. Paulo recebeu auxílio missionário em
algumas ocasiões (veja Filipenses 4:15-18), enquanto, em outras, ele era o que
chamava de ministro “bivocacional”. Em pelo menos três cidades onde Paulo
ministrou, ele exerceu a sua função bivocacionalmente:
• Corinto — “…
posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois
a profissão deles era fazer tendas” (Atos 18:3).
• Éfeso — “De
ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; vós mesmos sabeis que estas mãos
serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. Tenho-vos
mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e
recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: mais bem-aventurado é dar que
receber” (Atos 20:33-35).
• Tessalônica —
“Nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga,
de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós;
não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos
exemplo em nós mesmos, para nos imitardes” (2 Tessalonicenses 3:8-9).
É ótimo quando o trabalho dos pastores pode ser
plenamente amparado pela igreja. Logisticamente, os pastores são capazes de
produzir muito mais na obra do Senhor quando eles podem focar completamente em
seus ministérios. Entretanto, jamais deveríamos minimizar as importantes
contribuições daqueles que servem bivocacionalmente. Gosto do que Rick Warren
escreveu no seu livro “Uma Igreja com Propósito”: “Eu dedico este livro aos
pastores bivocacionados ao redor do mundo: pastores que, fiel e amorosamente,
servem em igrejas que não são grandes o suficiente para prover um salário
integral. Vocês são os verdadeiros heróis da fé em meu ponto de vista”.
Tão apropriado quanto é para ministros serem bem recompensados
pelo seu trabalho, existem vezes e ocasiões, quando líderes espirituais
conscientes, recusarão certos tipos de verbas, alicerçados em fundamentos
éticos ou morais. Por exemplo:
• Abrão (Abraão)
disse “não” ao rei de Sodoma: “E juro que nada tomarei de tudo o que te
pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália, para que não digas: eu
enriqueci a Abrão” (Gênesis 14:23).
• Um profeta,
anônimo, recusou dinheiro do rei Jeroboão, para que não parecesse que uma cura
poderia ser paga (1 Reis 13:6-10).
• Eliseu também
recusou prata, ouro e roupas de Naamã para que não parecesse que uma cura
poderia ser paga. Quando Geazi, servo de Eliseu, tentou tomar posse desses
espólios escondido do profeta, ele foi exposto e a lepra veio sobre ele (2 Reis
6:15-27).
• Pedro se recusou
a aceitar dinheiro de Simão, o Mágico, como pagamento por um dom espiritual
(Atos 9:18-23).
• Como
mencionado, Paulo recusou uma compensação que, tecnicamente, ele tinha o
direito de receber. Ele disse aos coríntios: “… e, estando entre vós, ao
passar privações, não me fiz pesado a ninguém; pois os irmãos, quando vieram da
Macedônia, supriram o que me faltava; e,
em tudo, me guardei e me guardarei de vos ser pesado… não me será tirada esta
glória nas regiões da Acaia… o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles
que a buscam com o intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em
que se gloriam”
(2 Coríntios 11:9-10, 12
veja também 1 Coríntios 9:11-18).
Por que esses homens de Deus, nessas situações únicas,
recusariam dinheiro? Por que líderes
espirituais, hoje em dia, em certas situações, recusariam dinheiro?
• Algumas vezes é
uma questão de princípio.
• Algumas vezes
isso daria a impressão errada.
• Algumas vezes o
doador não tem a melhor das intenções.
Cícero, um estadista romano que morreu algumas décadas
antes do nascimento de Cristo, disse: “Mas a principal questão em toda
administração e serviço público é evitar até a menor suspeita egoísta”. Que
percepção fenomenal. Como é importante, hoje, que líderes não se envolvam em
qualquer prática que pareça egoísta.
Existem maneiras certas, bem como maneiras erradas, para
prosperar. Provérbios 28:20 diz: “O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o
que se apressa a enriquecer não passará sem castigo”. Semelhantemente,
Provérbios 10:22 nos diz: “A bênção do SENHOR enriquece, e, com ela,
ele não traz desgosto”.
Líderes espirituais precisam estar cientes das ciladas e
prisões que podem ocorrer quando eles usam sua influência inapropriadamente
para promover certos negócios ou investimentos financeiros. Os crentes não
deveriam imaginar se o interesse do líder espiritual em suas vidas é de
natureza pastoral, ou se o líder espiritual está simplesmente querendo se
capitalizar em cima deles como uma potencial fonte de recurso. Como regra
geral, é bom manter os assuntos da igreja e os negócios/investimentos pessoais
completamente separados.
Ocasionalmente, pastores são procurados por pessoas que
querem que eles usem a sua influência espiritual de modo a recrutar outros para
participarem em uma transação comercial ou algum tipo de oportunidade de
investimento. Na turbulenta economia atual, até mesmo investimentos legítimos
podem ir mal. Se os crentes perdem dinheiro porque um líder espiritual, em quem
eles confiavam, os incentivou a fazerem um investimento em particular, então
esse importante relacionamento pode ser seriamente comprometido. Se as pessoas
se ofenderem porque perderam dinheiro em uma transação financeira promovida
pela igreja ou por um dos seus líderes, elas provavelmente podem deixar a
igreja, ou pelo menos, perder a confiança naquele líder.
EVITANDO O
AGUILHÃO DO CRISTÃO VIGARISTA
Jim Guinn é um contador com décadas de experiência em
ajudar igrejas e ministérios com suas necessidades contábeis. Jim escreve:
Nos últimos anos, promotores inescrupulosos, afirmando
serem cristãos têm, literalmente, tomado milhões de dólares de outros cristãos
em acordos de petróleo ilegítimos, esquemas de minas de ouro, pirâmides de
marketing multinível e outros esquemas “fique rico rápido”. Que tragédia para
ministros e membros de igrejas que trabalharam duro sua vida inteira para
economizar para a sua aposentadoria, ou para a educação dos seus filhos, serem
enganados em suas economias. Se você for procurado por um promotor de
investimentos, considere o seguinte:
• Se o
investimento parece bom demais para ser verdade.
• Se esse único
investimento supostamente irá torná-lo rico, talvez seja um esquema “fique rico rápido” e, provavelmente, não é um
investimento saudável.
• Se a pessoa que
está promovendo o investimento exige dinheiro antes de fornecer todos os detalhes
do investimento para você, considere isso uma bandeira vermelha. Jamais efetue sequer
um pagamento inicial sem entender completamente os riscos e possibilidades
desse investimento.
• Se o tal
promotor não oferece declarações financeiras mostrando os resultados de empreendimentos
similares, e declarações financeiras demonstrando a sua estabilidade financeira
ou da sua empresa, não invista.
• Se o tal
promotor o desencoraja a não consultar o seu assessor financeiro, o seu
contador ou o seu advogado devido à natureza secreta do investimento, suspeite.
Isso é uma indicação de que esse investimento não é saudável.
• Se o tal
promotor lhe diz que o investimento irá torná-lo rico, ajudando-o a dar
dinheiro para as igrejas e ministérios a fim de espalharem o Evangelho e ganhar
o mundo para Deus, não invista. Em certo sentido, ele está pedindo a você para
subornar Deus para que abençoe o investimento.
• Se o tal
promotor não oferece referências que se possam verificar de investidores
anteriores, não invista.
• Quando a taxa de
retorno prometida em relação ao montante investido é altamente exorbitante, considere
isso um sinal de alerta. Esse tipo de investimento é, quase sempre, bom demais
para ser verdade.
• Se o produto ou
o plano de marketing a ser financiado pelo seu investimento é tão complicado que você não consegue entender
completamente como o seu dinheiro será
usado, ou como você irá receber o retorno prometido, não se envolva
nesse investimento.
• Quando o
promotor tentar apressá-lo a investir porque a oportunidade de investimento é
limitada e rápida, não invista. Sempre tome o tempo que for necessário para
conferir a oportunidade.
• Muitos
promotores empregam técnicas designadas para usar as suas crenças para tirar vantagem.
Cuidado quando:
• O promotor cita
versículos bíblicos como base para o investimento.
• A lapela do
promotor está coberta com broches de organizações religiosas, implicando que
ele apoia as mesmas organizações que você.
• O promotor faz
alarde de seus relacionamentos com várias organizações cristãs, por exemplo,
como a posição dele no conselho de um ministério (especialmente um que ensina
uma doutrina de prosperidade), para induzi-lo a fazer o investimento.
• O promotor
menciona o seu forte status de relacionamento em uma igreja, como um estímulo
para encorajá-lo a investir (por exemplo: “Eu sou um membro do mesmo tipo
de igreja que você e, já que somos
irmãos, você deveria me ajudar e ajudar a si mesmo investindo comigo”).
• O promotor lhe
informa que você é um dos “poucos selecionados” a receberem a oferta dessa oportunidade de investimento. Se é um
promotor, é legítimo que ele irá oferecer o investimento para qualquer
investidor qualificado.
Considerações espirituais não são inapropriadas quando se
toma decisões financeiras. Acreditamos em pedir a ajuda de Deus. Entretanto,
não está certo cristãos serem enganados por promotores que revestem maus
investimentos com uma aparência de “religiosidade”. É bom que uma pessoa apoie
um ministério, e não há nada de errado em usar broches de lapela. É bom que uma
pessoa seja um membro forte de uma igreja e louvável que ela compartilhe com a
igreja o dinheiro adquirido de um investimento para promover o Evangelho. Mas a
sua decisão de fazer um investimento alicerçado apenas nesses critérios, em vez
de critérios econômicos, pode custar muito caro e até mesmo levar à falência. A
maioria das riquezas vem do trabalho duro.
Lembre-se, um fazendeiro não pode ter uma colheita a
menos que ele tenha trabalhado para semear o grão. Não espere mais do que um
retorno honesto para um recurso investido honestamente. Se um investimento em
potencial parece bom demais para ser verdade e está sendo promovido
essencialmente sem considerações econômicas, afaste-se desse promotor o mais
rápido possível. Contente-se com investimentos que oferecem taxas de retorno
razoáveis e legítimas. Investimentos seguros raramente oferecem taxas de
retorno exorbitantes.
Sem dúvida, alguns cristãos bem-intencionados — inclusive
líderes — foram enganados a promover, inocentemente, alguma coisa que eles
verdadeiramente pensaram que seria útil. Jamais permita que a alegada
cristandade de alguém o embale em um senso de descuido, levando-o a
negligenciar práticas e princípios sadios de negócios. Fique alerta contra
pessoas que usam a igreja e o seu relacionamento com o pastor para obter
investimentos das pessoas ou para promover os seus negócios.
É imperativo que líderes espirituais sejam sábios, que
eles conservem os seus corações livres da cobiça e de práticas que sejam
egoístas. Nos piores cenários, nos quais um líder está explorando as pessoas, a
repreensão dada por Deus, por intermédio de Ezequiel, ainda pode ser aplicada
hoje: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e
dize-lhes: assim diz o SENHOR Deus: ai dos pastores de Israel que se
apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a
gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas”
(Ezequiel 34:2-3).
Venez parler de tout ce dont vous avez envie avec moi. Donnez vos opinions en toute liberté. Laissez vos commentaires. Je vous attends nombreuses et nombreux !!! / Translation in English for people who don't speak French : come to speak about all you want with me. Give your opinions with complete freedom. Leave your comments. I await you many and many !!!
"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b
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