A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

O MISTÉRIO DOS ENCONTROS

Depositamos, inconscientemente, no outro, conteúdos próprios que permeiam o alívio de nossas lacunas. Mas, a relação só acontece quando entende-se que ninguém supre tais exigências s mamas�ξ+0%]

Quando conhecemos alguém é natural criarmos expectativas. Esperamos encontrar na outra. Pessoa, um “algo especial” que nos complete. Essa completude é projetada a partir de desejos e fantasias criadas das experiências que tivemos ao longo de toda a nossa vida. Somos o produto resultante de todos os encontros desde o nosso nascimento, durante o nosso crescimento e desenvolvimento. Somos fruto de nossas alegrias e dores, decepções e traumas. Na maioria das vezes a repercussão dessas experiências no indivíduo está inconsciente e o leva por caminhos que ele pouco pode controlar. Percebemos, assim, que muitas pessoas gostariam de estar em um relacionamento amoroso, mas na verdade não estão prontos para tal.

Para Jung, psiquiatra suíço e fundador da Psicologia Analítica, sempre que tratamos do relacionamento psíquico, pressupomos a consciência. Não existe nenhum relacionamento psíquico entre dois seres humanos, se ambos se encontrarem em estado inconsciente. No entanto, as escolhas do parceiro podem ter graus variados de projeção. Por projeção entende-se: depositar inconscientemente no outro conteúdos próprios. Espera-se que o outro seja o alívio para nossas dores pregressas. Que o outro seja capaz de preencher as lacunas de tudo que nos foi insuficiente, desde o nascimento. É uma tarefa para heróis montados em seus cavalos brancos esplêndidos ou princesas encantadoras e perfeitas. O tempo revela as humanidades e vai exigir de ambos certo grau de tolerância, frustrações e, consequentemente as dores da desidealização. Requer também negociações de vários tipos: limites, estilo de vida, ritmos pessoais, crenças sobre o que é permitido, planos futuros, e a parte de cada um nas responsabilidades afetivas e cotidianas.

Em relação aos encontros, é importante também ficarmos atentos que, além das expectativas iniciais sobre as características pessoais do outro, temos que levar em conta as intenções subjacentes. Ocorre com alguma frequência que os objetivos do outro não coincidam com os nossos. E mesmo quando duas pessoas se sentem atraídas e com as mesmas intenções, ainda assim isso não garante a formação de um vínculo mais profundo. É possível dizer que esse encontro é sempre imprevisível. Geralmente há algum propósito desde o início a partir de um contato virtual ou pessoal. A conversa pode ser interessante e agradável, as pessoas podem ser legais e possuidoras de qualidades desejáveis, mas para que o sentimento e o vínculo se desenvolvam muitas questões ainda entrarão nesse caldeirão.

Hoje em dia, na maior parte das vezes, devido a popularização das redes sociais e aplicativos de relacionamentos, o primeiro encontro se dá pela escolha de uma imagem. Sai na frente quem capricha na produção e autopromoção. O desenvolvimento de uma conversa bacana é mais um ponto a ser considerado, o que pode não ser tão fácil para as pessoas tímidas e introspectivas. No primeiro contato, quando parte da realidade se apresenta, pode-se ter uma ideia se existem vontade e curiosidade para continuar o processo de descoberta do outro.

Quanto maior o grau de diferenciação e individuação, menor o risco de o sujeito em projetar seus conteúdos. Em grande parte das vezes, quando um relacionamento termina, as pessoas só querem esquecer suas respectivas dores e não estão dispostas a refletir o suficiente para que aquela vivência se transforme em aprendizado e autoconhecimento. Entender o que aconteceu, responsabilizar-se e assumir sua parte em tudo que viveu aumentariam muito a chance de fazer escolhas mais conscientes no futuro e agir mais assertivamente. Responsabilizar-se pela parte que lhe cabe no que impossibilitou a manutenção do vínculo, é uma das formas mais importantes do crescimento pessoal. Ganham todos: o indivíduo, os parceiros futuros e a sociedade que se beneficiará de indivíduos mais conscientes e inteiros.

Possuímos o desejo legitimo de encontrar o amor e viver uma completude, mas é importante ressaltar que ao mesmo tempo isso significa enfrentar o processo de compartilhamento em oposição a individualidade. Em muitos casos se quer o impossível: uma relação estável sem abrir mão da liberdade. O equilíbrio entre o individual e o conjugal não tem uma receita pronta e será passo a passo construído pelo casal que está se formando. Podemos pensar que quanto mais o indivíduo caminhou na senda do amadurecimento, maiores chances terá de viver uma relação exitosa.

Não é exagero dizer que na contemporaneidade, com tantos fatores em jogo, quando um encontro se dá, e acontece a paixão, é uma sorte. Se após um tempo a relação evolui e permanece, pode acontecer o amor verdadeiro. Esse estado, onde ambos estão despidos em sua alma e conscientes das fragilidades e limitações de si e do outro, é realmente uma das coisas belas que a vida pode proporcionar.

ELAINE CRISTINA SIERVO – é psicóloga, Pós-graduada na área Sistêmica – Psicoterapia de Família e Casal pela PUC-SP. Participa do núcleo de Psicodinâmica e Estudos Transdisciplinares da SBPA (Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica) Atuou na área de dependência de álcool e drogas com indivíduos, grupos e famílias.

OUTROS OLHARES

FUNCIONAL, COMPLEXO E DELICADO

Combinação entre as belas técnicas de tecelagem do século 16 e a impressão 3Drendeu à designer americana Lisa Marks o grande prêmio Lexus Design Award 2019. O sutiã Algorithmic Lace é feito sob medida para mulheres vítimas de câncer de mama submetidas à mastectomia. Apesar dos avanços da medicina, que possibilitaram o desenvolvimento de cirurgias mais conservadoras, a extirpação total ou parcial das mamas tende a ter impacto negativo na autoestima da paciente. Toda iniciativa para minorar esse sofrimento é bem-vinda. Além de funcional, o sutiã é bonito. O padrão da renda desenhado pelo algoritmo é complexo, mas, ao mesmo tempo, delicado. O Lexus Design Award é uma competição anual de incentivo às ideias com potencial de “moldar um futuro melhor”. Para a última edição, foram inscritos 1.548 projetos, de 65 países.

GESTÃO E CARREIRA

CRIATIVIDADE EM EQUIPE: QUEM É O PAI DA CRIANÇA?

”Um time criativo aprende com os erros. O processo de criação em grupo pode acabar esbarrando em questões que fazem todo sentido para você e estão cristalizadas em sua zona de conforto” !

Vamos continuar falando sobre os bastidores da empatia e desta vez conversando sobre algo que é bastante polêmico: trabalhar em equipe. Há quem diga “eu prefiro trabalhar sozinho!”. Claro, trabalhar em equipe quase sempre é mais desafiante, pois traz à tona um dos exercícios mais difíceis na evolução humana: o convívio. E quando se fala em criatividade, então, se este convívio não for edificador, a possibilidade de a criatividade ser travada é altíssima.

Potencial criativo é individual, porém uma equipe criativa, com o mindset da inovação incorporado na veia, é uma equipe que talvez precise passar por diversos momentos de ajuste, equilíbrio, conflito; alguns podem precisar ceder, outros, exceder. Mas ter uma equipe que cria, continua criando e desenvolve o comportamento de time é tarefa desafiante que envolve amadure­ cimento pessoal e persistência grupal.

Criar em equipe é conflitar. Isso é fato. E o conflito se transforma ou em confronto – quando se insiste em convencer o outro – ou do se desiste de agregar com seu ponto de vista. Eu nunca imaginei concluir que o confronto é menos prejudicial para a criatividade do que a mágoa, mas é. Quem se magoa desiste de se edificar e edificar o time. Quem confronta precisa ter coragem para falar, mas está lutando pelo time; quem é confrontado precisa ter humildade para ouvir, por ser confrontado em suas crenças.

Para criar em equipe é crucial definir metas claras. Ter para onde voltar, caso a equipe se perca, tem o mesmo efeito das marcas nas trilhas que os aventureiros fazem em matas e florestas, na marca tem sinal de telefone, tem como pedir ajuda. Quando se está perdido, o lugar para onde voltar é a marca. Ei, opa! Para tudo! Volta. Qual era mesmo o objetivo? O time se organiza, vê o que atrapalhou e retoma o caminho. E, veja bem, retomar é diferente de voltar ao início. Uma equipe precisa ter papéis, e não níveis. Se tem algo que prejudica, que todos se sintam donos da ideia, é o ego: quanto maior for a quantidade de pais e mães da ideia, melhor! Por isso, permitir autonomia catalisa a criatividade. E veja bem quantas variáveis temos aqui: papéis, níveis e autonomia. Para tirar o melhor extrato possível desses elementos, após definir o objetivo do grupo, é fundamental definir as funções e papéis de cada membro, para que todos se sintam dentro do processo. Ah, sim, e é importante manter no time apenas quem de fato esteja engajado com o objetivo. Ter alguém não engajado pode gerar uma série de fatores prejudiciais: pode gerar o efeito “gaiato no navio”, ou gerar o efeito “colheu louros sem merecer”.

Um time criativo aprende com os erros. O processo de criação em grupo pode acabar esbarrando em questões que fazem todo sentido para você e estão cristalizadas em sua zona de conforto. Mas pode ser que, em prol do objetivo do grupo, você veja suas crenças confrontadas e algum indivíduo que vai incomodá-lo, pois você vai precisar no mínimo ouvir para avaliar. E esse processo incomoda, além de poder ser frustrante e dolorido. Isso acontece não porque você é inflexível! Nosso sistema de armazenamento de crenças é tão “detalhadinho” e funciona como um castelo de pecinhas sobrepostas ao longo de anos em que vai adicionando coisas dignas de serem respeitadas – os famosos paradigmas. Mudar de crença é quebrar paradigma, é trocar a pecinha do castelo. E esta é mais uma dessas tarefas árduas para a evolução.

Qualquer um que se sinta mais pai que o outro prejudica a confiança criativa, e aí é só começar a ler este artigo do começo, mais uma vez.

ALIMENTO DIÁRIO

QUALIFICADOS

CAPÍTULO OITO – A COISA ERRADA

“É inútil, para qualquer um de vocês, querer ser ganhador de almas se vocês não estão produzindo frutos em suas próprias vidas. Como vocês podem servir ao Senhor com os seus lábios se não lhe servem com as suas vidas? Como vocês podem pregar o Seu Evangelho com os seus lábios quando com as mãos, pés e coração vocês estão pregando o evangelho do diabo e exaltando a um anticristo com suas práticas ímpias?” — Charles H. Spurgeon

Pensamento-chave: Um caráter falho distrai e enfraquece uma grande mensagem.

Não tão longe de Samuel estava outro líder, de nome Saul. Chamado por Deus para ser rei, ele tropeçava com inconsistência e instabilidade. Ele não vivia por princípios, era irregular e arbitrário em sua liderança e, diferente de Samuel, o legado de Saul é de desobediência, inveja, violência e vergonha.

O que faz com que um líder complete a sua carreira com honra, ao passo que outro complete a sua com desonra? Isso será abordado nas páginas seguintes.

Muitos anos atrás, passei um tempo com um pastor que se envolvera em um caso amoroso prolongado. Como resultado da sua imoralidade, a sua esposa e os seus filhos estavam sofrendo, e a sua igreja se aproximava do fim. Uma publicidade significativa na comunidade fez do seu adultério um escândalo que se espalhou. Ele se mostrava um pouco confuso, pois as pessoas simplesmente não o perdoavam e não se esqueciam. Afinal de contas, ele explicou os motivos, ele havia se desculpado, então por que as coisas não poderiam simplesmente voltar a ser como antes?

Infelizmente, esse ministro estava confundindo a questão do perdão com confiança. Certamente, o perdão pode ser estendido, contudo, a confiança é adquirida. Uma traição flagrante da confiança ocorreu, e confiança é a moeda do ministério. É por isso que Paulo disse que o líder da igreja deve ser “… irrepreensível, marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar… Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do Diabo” (1 Timóteo 3:2,7, NVI).

Compartilhei com ele que verdadeiramente Deus perdoa, mas, em algumas situações, a habilidade de ministrar efetivamente de alguém é severamente comprometida e diminuída. Eu também expliquei (bem cuidadosamente) que ele havia se desqualificado de ser apto a ministrar durante aquela estação de sua vida, naquela localidade em particular. Em vez de focar no ministério público, ele realmente precisava focar em estabelecer a sua inteireza pessoal, enquanto reestabelecia o seu equilíbrio espiritual. Esse processo de restauração incluía buscar cura e restauração para o seu relacionamento com sua esposa e família.

Em outra situação, não correlacionada, eu falei com uma jovem estressada, cujo pai era pastor. Seu pai se envolveu com outra mulher e ela disse: “Meu pai tem duas caras — ele é uma pessoa no púlpito, mas é uma pessoa totalmente diferente em casa”. Tais indivíduos podem ser um sucesso público (pelo menos por enquanto), mas falham na vida privada.

Esses problemas não se aplicam somente a pregadores; eles aplicam-se a todos que Deus chamou para exercerem uma influência positiva sobre outros. Por exemplo, vamos dizer que Joe é um cristão professo e é ativo na igreja. Todos os domingos, seus vizinhos o veem com sua Bíblia na mão, levando sua família à igreja no seu carro (com adesivos de Jesus colado no vidro). Eles também ouvem suas ocasionais referências da sua fé em Jesus. O plano de Deus para a vida de Joe — não só suas palavras — é que ele seja um testemunho do amor de Deus e de Sua bondade.

Contudo, se o vizinho de Joe o vê em um excesso de mau humor, maldizendo o cortador de grama, gritando com os seus filhos, chutando o seu cachorro, então essa influência não irá atraí-los a Deus, mas irá repeli-los. Nosso exemplo importa! Ralph Waldo Emerson disse: “O que você faz grita tão alto nos meus ouvidos que eu não posso ouvir o que você diz”.

Se Joe tivesse exibido um caráter temente a Deus, então o Espírito Santo poderia usá-lo para influenciar os seus vizinhos positivamente, mas a sua exibição de raiva incontrolada o desqualificou de ter um impacto positivo naqueles ao seu redor. E se Joe percebesse quão danoso o seu comportamento foi para o seu testemunho? Se ele oferecesse um pedido de desculpas sincero para aqueles que ele ofendeu e então começasse a mostrar o fruto do espírito? Ele poderia “se requalificar” e se tornar uma boa testemunha? Muito provavelmente. De fato, sua consciência, humildade e desejo de mudar podem causar uma boa impressão real a eles.

Nosso exemplo tem o poder de atrair ou repelir pessoas. Paulo tinha pouca apreciação por indivíduos que se regozijavam com o próprio bem, que sentiam que eram espiritualmente superiores a outros. Suas atitudes arrogantes e estilos de vida contrários eram um grande impedimento para aqueles que ainda estavam fora da fé.

Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; que conheces a Sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei; que estás persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas, instrutor de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade; tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Dizes que não se deve cometer adultério e o cometes? Abominas os ídolos e lhes roubas os templos? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa. — Romanos 2:17-24

Trata-se de uma realidade séria e que nos faz refletir. Precisamos reconhecer que o nosso testemunho no mundo e a nossa influência sobre outros é vital. Como cristãos e líderes espirituais, se as nossas vidas saem da linha, nós podemos receber perdão e seguir em frente. Mas o que dizer do efeito que o nosso comportamento exerce sobre outros? Nós podemos nos recuperar e endireitar as coisas, mas e quanto às “partículas” que respingam nas vidas de outros devido à nossa conduta? Eles irão se recuperar da influência negativa do nosso mau exemplo? A seriedade dessa questão e destacada pelo que Jesus disse:

Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo! — Mateus 18:6-7

Reconhecendo a significância e a responsabilidade que vêm com a influência, C.S. Lewis disse: “Importa muitíssimo se eu alieno alguém da verdade”.

O ESTRANHO CASO DO REV. JEKYLL E O SR. HYDE

Provavelmente, você nunca ouviu falar do “Reverendo” Jekyll antes. Utilizei certa licença poética e fiz um leve ajuste ao romance de Robert Louis Stevenson, O Médico e o Monstro, de 1886.

No livro de Stevenson, o Dr. Henry Jekyll é um homem aparentemente bom, educado, decente e respeitável. Uma poção experimental para purificar o seu lado bom tem o infeliz efeito de magnificar o seu lado obscuro, o que resulta no aparecimento do seu alter ego, Edward Hyde. Hyde é perverso, monstruoso, odioso e assassino. Ele é a encarnação do mal. Mais de 125 anos depois, quando as pessoas ouvem a expressão, “Jekyll e Hyde”, elas ainda pensam em uma pessoa que é radicalmente diferente em seu caráter moral e comportamento de um momento para o outro.

A razão por que eu mudei “Dr. Jekyll” para “Rev. Jekyll” é porque eu quero analisar dinâmicas semelhantes quando se trata de líderes espirituais.

Jesus expôs alguns Rev. Jekylls quando disse para muitas pessoas religiosas de Sua época: “… porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim, também, vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mateus 23:25, 27-28).

Paulo tinha muitos confrontos com mais de um Rev. Jekyll. Ele disse: “… em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos” (2 Coríntios 11:26). Na versão A Mensagem, em 2 Tessalonicenses 3:2, Paulo diz: “Orem para que estejamos protegidos dos malfeitores, que querem nos prejudicar. Penso que nem todos os ‘cristãos’ são, de fato, cristãos”. E quanto a você? Você já encontrou “crentes” que não eram de fato crentes? Ou se eles eram, certamente não se comportavam como tal.

A duplicidade entre os pseudolíderes espirituais é algo que tem sido observado ao longo da história da Igreja.

•  Agostinho disse de certos pregadores: “Com a sua doutrina eles constroem, e com as suas vidas eles destroem”.

•  John Bunyan disse: “Santo na rua, um demônio em casa”.

•  Charles Spurgeon, conhecido como o príncipe dos pregadores disse: “É terrivelmente fácil ser um ministro do Evangelho e um vil hipócrita ao mesmo tempo”.

•  Em Palestras para Meus Alunos, Spurgeon disse: “Todos ouvimos a história do homem que pregava tão bem e vivia tão mal que quando ele estava no púlpito, todos diziam que ele jamais deveria sair novamente e, quando ele estava fora, todos declaravam que ele jamais deveria entrar novamente”.

•  C. S. Lewis disse: “De todos os homens maus, os maus religiosos são os piores”.

Como líderes cristãos, nossa responsabilidade primária é não termos uma boa fachada; é ser verdadeiramente transformado. O cristianismo genuíno é alicerçado em substância e não em imagem. É por isso que o apóstolo João disse: “Aquele que diz que permanece Nele, esse deve também andar assim como Ele andou” (1 João 2:6). Jesus disse: “… todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre” (Lucas 6:40).

No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, negam-no por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra. — Tito 1:16

SEGREDOS

Nos últimos anos, temos visto exemplos vívidos de líderes seculares, figuras esportivas de alto nível e até mesmo ministros que viram seu mundo implodir por causa de uma vida secreta (ou vida dupla). Tais revelações não apenas fornecem um bom material para os jornais sensacionalistas, mas também deixam um legado de confiança destruída, e pessoas que confiavam neles cambaleando em estado de choque, dor e desilusão. O que faz com que pessoas inteligentes pensem que os seus segredos tóxicos jamais terão consequências ou serão expostos?

A primeira decepção que a humanidade perpetrou foi a heresia: “Nós podemos manter isso em segredo”. Adão e Eva se uniram na primeira tentativa de encobrir: “… coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si” (Gênesis 3:7). Ao ouvir Deus chamando-os, eles ainda sentiram culpa e vergonha e tentaram esconder-se atrás das árvores do jardim (Gênesis 3:8).

Até Moisés pensou que poderia se esconder do assassinato, posto que ninguém o vira cometer o crime. Êxodo 2:12 diz: “Olhou de um e de outro lado, e vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia”. Este é um bom ponto a ser considerado  em nossas vidas: existe alguma coisa que só faríamos se achássemos que ninguém está observando, ou se achássemos que ninguém jamais descobriria?

Outros relatos bíblicos nos lembram de que tais segredos têm um jeito de não permanecerem tão secretos:

•   Acã (Josué 7:10-25)

•   Davi (2 Samuel 12:12)

•   Geazi (2 Reis 5:25-27)

•   Ananias e Safira (Atos 5:1-11)

JESUS E PAULO ACERCA DE COISAS SECRETAS (BOAS E MÁS) VINDO À TONA

Você perceberá que os textos a seguir não apenas lidam com coisas negativas (tais como

 “pecados secretos” vindo à tona), mas também com coisas boas que, mais tarde, serão reveladas e galardoadas.

…pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido. — Mateus 10:26

Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser revelado. — Marcos 4:22

…e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. — Mateus 6:4

…no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu Evangelho. — Romanos 2:16

Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus. — 1 Coríntios 4:5

…pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam… — 2 Coríntios 4:2

Os pecados de alguns homens são notórios e levam a juízo, ao passo que os de outros só mais tarde se manifestam. Da mesma sorte também as boas obras, antecipadamente, se evidenciam e, quando assim não seja, não podem ocultar-se. — 1 Timóteo 5:24-25

Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. — Hebreus 4:12-13

O QUE NÓS FAZEMOS DESSAS PASSAGENS?

Isso significa que aqueles nossos pecados passados — os quais foram confessados, arrependidos e abandonados — serão trazidos por Deus e usados contra nós? De forma alguma! Provérbios 28:13 diz: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”. Não nos esqueçamos da misericórdia e, principalmente, não nos esqueçamos do sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado!

Não falo de um pecado que é reconhecido e renunciado, mas de atitudes e comportamentos que são nutridos, cultivados e perpetuados — levando a uma vida dupla ou “secreta”. Um dos maiores desafios e tentações que crentes (e especialmente ministros) enfrentam é o de se tornar focado na sua aparência externa, enquanto negligenciam o cuidado e a saúde da sua “vida interior”. Finalmente, nossas vidas e ministérios devem ser alicerçados em substância e caráter, e não meramente em imagem e reputação. John Maxwell disse: “Imagem é o que as pessoas pensam que somos. Integridade é o que realmente somos”.15

Quando a vida e os relacionamentos de um líder — o seu mundo verdadeiro — tornam-se dolorosos, cheios de pressões, sem realizações etc., ele pode ser tragado pelo que pensa ser o seu mundo privado, de maneira a escapar da realidade. Nessa realidade alternativa (falsa), ele alivia a si mesmo por meio de relacionamentos ilícitos, pornografia, drogas, álcool, etc. Um processo enganoso tipicamente ocorre, no qual o líder começa a acreditar que Deus está, de alguma maneira, tolerando ou permitindo esse comportamento porque, afinal, as pessoas continuam sendo salvas e abençoadas por intermédio da sua pregação, e a igreja pode até continuar a crescer. Ao desvirtuar a graça de Deus e transformá-la como algo do tipo “permissão divina”, eles falharão em reconhecer que Deus está simplesmente dando-lhes espaço para se arrependerem (veja Apocalipse 2:21).

Em um artigo de jornal falando de sexo na propaganda, um representante da agência de publicidade disse: “Todos estão em busca de fantasia, pois a realidade é muito cruel”.9 Ainda que haja certa precisão nessa declaração, devemos fazer a pergunta: Os planos de Deus estão se tornando fantasia para os Seus filhos? Também é verdade que, quando pessoas lutam com a realidade, algumas se voltam para as drogas e o álcool. Os cristãos são ensinados a se voltarem para Deus e para a Sua graça para lidarem com os desafios da realidade.

O QUE PRECISAMOS FAZER?

Inicialmente, ser brutalmente honestos conosco mesmos. Se estivermos nos envolvendo com algum tipo de comportamento que não gostaríamos que o nosso cônjuge, amigos, outros crentes ou o público soubesse a respeito, então precisamos tratar seriamente com Deus e conosco mesmos acerca do assunto. Estamos nos enganando se pensamos que estamos realmente escondendo alguma coisa de Deus.

Davi disse:

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno. — Salmos 139:23-24

A única “vida secreta” que somos chamados a ter é uma com Deus, e não longe Dele. O Salmo 31:20 se refere a “… no recôndito da tua presença”.

O Salmo 91:1 nos diz que a pessoa que “… habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente”. Que estejamos sempre conscientes da verdade penetrante de Hebreus 4:13 (AMP): “E não existe criatura que esteja escondida da Sua visão, mas todas as coisas estão descobertas e expostas, nuas e desprotegias aos olhos Daquele a quem haveremos de prestar contas”.

Em alguns casos, a prestação de contas para uma pessoa de confiança pode ser muito útil. Paul Tournier disse: “Nada nos faz tão solitários quanto os nossos segredos”. Tiago defendeu a ideia de se estabelecer uma parceria com base no temor de Deus no intuito de superar certas questões, quando disse: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tiago 5:16).

Como representantes do Senhor Jesus Cristo, que jamais seja dito de nós o que Pedro falou dos falsos mestres em sua época: “Prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido, fica escravo do vencedor” (2 Pedro 2:19).

Lembre-se de que Deus é por nós e não contra nós, e que Ele quer nos ajudar a nos tornarmos tudo o que Ele pretende que sejamos. Ele não cuida apenas do nosso desempenho exterior, mas cuida profundamente da saúde e bem-estar da nossa alma.

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