PEOBLEMAS COM A REALIZAÇÃO DE TAREFAS
A dificuldade em manter uma comunicação adequada dentro da empresa é um dos principais aspectos que podem prejudicar o bom rendimento e o relacionamento satisfatório de uma equipe de trabalho
Alguns adultos podem apresentar dificuldades de comunicação, de entendimento, de leitura, de interpretação. Muitas vezes, não possuem hábitos de estudo, leitura e acham as palestras, os treinamentos, as apostilas algo muito chato.
É preciso trabalhar de forma a resgatar, nesses colaboradores, essas atividades. Precisam perceber que o mercado está em constante mudança, muita informação acontece de forma quase imediata. Enquanto, por exemplo, a pessoa aprende a utilizar um soft novo, uma atualização já está sendo preparada. Assim, não adianta fugir do desenvolvimento, as coisas não param porque a pessoa não consegue acompanhá-las. Elas simplesmente continuam e a pessoa fica para trás. E a paciência de alguns chefes e gerentes também se perde nessa agitação.
Mais e mais dá-se valor aos colaboradores proativos, flexíveis, comunicativos, criativos, organizados e com foco em resultados. Há uma crença de que com esse perfil um colaborador tende ao sucesso e, consequentemente, seu trabalho é de qualidade para o mercado. Contudo, nem todos são assim e é possível desenvolver algumas dessas habilidades.
Quando o psicopedagogo acompanha os colaboradores em seu desenvolvimento no trabalho, acaba observando o desempenho aquém de alguns e passa a observá-los mais de perto. Às vezes, faz descobertas incríveis, um mau desempenho pode ocorrer porque o colaborador não escuta bem ou não enxerga bem, mas não quer falar que precisa de óculos ou de um aparelho de surdez. E os motivos são vários: vaidade, falta de recursos financeiros, falta de tempo, medo de ser visto como alguém que já não é tão perfeito entre outros.
DDAS DAS EMPRESAS
Existem os casos dos portadores do distúrbio do déficit de atenção. Muitos desses funcionários são dispensados porque a empresa desconhece o distúrbio, o próprio DDA também. Algumas vezes esses funcionários exercem uma função que não condiz com seus momentos de distração. Um adulto DDA pode ser flagrado em importante reunião com seu chefe em um de seus lapsos de atenção, o que pode não ser bem-visto. É difícil para um DDA manter-se concentrado em falas, ações e assuntos por menor que seja o tempo. Ele começa a dispersar. Esse comportamento pode até causar problemas de ordem interpessoal na empresa.
Porém, o DDA tem algo muito importante a oferecer para a empresa: sua criatividade e seu entusiasmo. Longe do trabalho monótono e repetitivo, ele pode desenvolver, de forma significativa, trabalhos liga- dos à arte, criação, implantação de projetos. Possui um funcionamento mental diferente.
O psicopedagogo deve encaminhar esse funcionário a outro especialista psicopedagogo para um diagnóstico em conjunto com o seu. É antiético tratar de um funcionário que, na verdade, é um colega de trabalho. Não se deve confundir trabalho com clínica.
LIMITE TÊNUE
Hoje, existe outro problema bem grave nas empresas, que é o uso de WhatsApp durante o trabalho. As redes sociais e o aplicativo do WhatsApp realmente trouxeram uma revolução para a comunicação instantânea entre as pessoas. Porém, têm sido utilizados no ambiente de trabalho e é preciso cuidado e muito discernimento, tanto da parte do empregado quanto do empregador.
Aquele que emprega precisa atentar, por exemplo, para o fato de acionar o colaborador após o horário de expediente, para decidir atividades concernentes ao trabalho. Isso pode gerar reclamação trabalhista, na qual o colaborador pleiteará horas extras, porque tudo fica registrado nas conversas. Isso afeta o colaborador emocional- mente, pois ele necessita de suas horas de descanso. Cobrança excessiva no tocante à produtividade pode trazer desconforto e baixa produtividade no trabalho.
Em relação aos colaborado- res, o uso dos aplicativos e mídias sociais no ambiente corporativo pode gerar problemas de desenvolvimento do trabalho, que pode atrasar, ser feito de forma a ter uma baixa qualidade. O uso excessivo pode gerar mudanças de humor. É necessário limitar ou não utilizá-lo. É bom evitar chegar ao ponto de aplicar punições disciplinares para que não se iniciem contendas internas.
Por outro lado, pode ser que a utilização das mídias seja uma necessidade de trabalho. É preciso saber equilibrar o trabalho na mídia com descanso para que a produtividade não seja afetada. O uso continuado desfavorece a concentração. Assim, é necessário que seja criada uma norma interna de conduta clara, divulgada a todos os emprega- dos, sobre a utilização do aplicativo, e-mail corporativo e mídias sociais durante a jornada de trabalho, bem como orientar e fiscalizar o uso cor- reto, a fim de minimizar problemas no trabalho, com prazos de entrega, por exemplo.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
O setor de Treinamento & Desenvolvimento (T&D) da empresa é uma das principais áreas de atuação do psicopedagogo, além de dar suporte àqueles que possuem dificuldade de desenvolver suas tarefas.
Existe todo um processo, dentro da empresa, ao qual o psicopedagogo é responsável, que alia desempenho e produtividade. É a educação profissional, que possui, como objetivo, preparar o homem para exercer uma profissão, uma atividade dentro do mercado de trabalho. Com a constante de- manda de mercado, cada vez mais algumas funções pedem conheci- mentos, não só generalistas, mas também específicos. Assim, os chefes de setores, devido à demanda de trabalho, recorrem a preparar melhor seus funcionários ao invés de contratar outros. Nesse caso, o próprio chefe de setor percebe a necessidade do treinamento e em um primeiro momento poderá conversar, de forma informal, com o psicopedagogo acerca do funcionário e seu perfil profissional. Às vezes, o treinamento pode ser interno (palestras, workshops, vídeos, webpalestras, contratação de cursos ou de professores etc.), desenvolvido ou organizado pelo próprio psicopedagogo, ou o treinamento pode ser externo, matriculando o profissional em cursos específicos, que ofereçam uma certificação reconhecida.
Assim, a direção deve estar sempre a par de toda a movimentação de treinamento, seja interno ou externo, e deve autorizar esse treinamento, que muitas vezes vai gerar um custo para a empresa. E à direção deve ser dado, também, um retorno em relação ao treinamento após seu término, ainda que sob a forma de um relatório.
PROGRAMA DE TREINAMENTO
É possível organizar ações de treinamento através de projetos de cunho educativo, iniciando, assim, programas ligados a bolsa-auxílio faculdade, treinamentos internos e externos, acompanhar programas de trainees, de estagiários etc.
Tudo deve ser feito com muita organização e de forma clara. Porque muitas vezes a escolha dos funcionários que irão participar de treinamento pode gerar desconforto entre os demais colegas. Podem achar que não têm prestígio junto ao chefe, e por isso não tiveram chance. Aquele que está em treinamento pode achar que sabe menos que os colegas, por isso está em treinamento. É preciso saber a razão da necessidade daquele treinamento.
O treinamento minimiza ou termina com a dificuldade de realizar tarefas e deixa o colaborador mais confiante. É preciso organizar um treinamento quando se verifica dificuldade de aprendizado e de afinidade com a tarefa à qual o colaborador foi destinado. Muitas vezes, a dificuldade está no fato de que se necessita de um aprofundamento em determinado assunto, que no recrutamento e seleção não se detectou por uma infinidade de motivos (veja quadro Fluxograma de treinamento).
JOVENS TALENTOS
O psicopedagogo na empresa também está ligado à área de T&D junto ao desenvolvimento dos estagiários, trainees e jovens aprendizes da empresa. A carreira inicial dos jovens sempre é mais difícil. Eles têm medos que muitas vezes são infundados, algo que ouviram dizer e não pesquisam, por exemplo: “se você começar a ganhar dinheiro vai parar de estudar”. Os próprios pais, às vezes, incentivam o jovem a não iniciar uma carreira cedo, pois acham que os filhos podem ficar estudando indefinidamente. E sabe-se que quanto mais tarde acontecer a inserção no mercado mais difícil será a adaptação ao mundo das organizações. As incertezas são comuns na hora de optar em qual área ou ramo se deseja trabalhar. E quando iniciam qualquer atividade em uma das modalidades acima, é preciso que obtenham ajuda e acompanha- mento. O jovem chega à empresa ávido por aprender e encontra uma empresa defasada em relação às mídias, ou, pelo contrário, muito avançada pode desmotivar o jovem que tem pressa em aprender e pouca paciência.
É preciso cuidar desse jovem que inicia sua carreira para que a própria organização não acabe excluindo um talento que ainda não tem experiência com regras e seguir líderes.
DIFERENÇAS
Trainee é aquele jovem que está terminando o ensino superior ou já terminou. Pode ser aluno, recém-formado ou pode ter terminado seus estudos há dois ou três anos. A média de idade dos trainees varia entre 22 a 30 anos. As empresas os treinam, em geral, para ocuparem posições técnicas e até gerenciais. É um funcionário registrado pela empresa.
Estagiário é o estudante, maior de 16 anos, que está sob a responsabilidade e coordenação de uma instituição de ensino. Pode ser um aluno de curso superior, profissionalizante de ensino médio ou de escolas de educação especial. Não é funcionário da empresa, recebe uma bolsa-auxílio, que não é obrigatória.
Jovem Aprendiz é aquele contratado diretamente pelo empregador ou por intermédio de entidades sem fins lucrativos; que tenha entre 14 e 24 anos; esteja matriculado e frequentando a escola, caso não tenha concluído ainda o Ensino Fundamental; e esteja inscrito em curso ou programa de aprendizagem desenvolvido por instituições de aprendizagem.
O que eles têm em comum apesar das diferenças? Estão todos em busca de desenvolvimento, de chances dentro da empresa. Apesar de terem perfis diferentes, irão, dentro da organização, desenvolver uma atividade, interagir com seus pares e com as outras pessoas que formam o quadro da empresa. Estarão ligados à imagem da organização, muitos vão conseguir uma posição e fixar-se nela e outros precisam sair preparados para outras empresas.
Há necessidade que a organização não seja apenas um espaço de passagem, mas de verdadeiro preparo desses jovens para o mercado. A empresa deve deixar sua marca na carreira desses jovens, ainda que eles possam não vir a fazer parte do quadro permanente de funcionários.
PROGRAMA
Segue um exemplo de projeto de Programa Trainee na Empresa para ser apresentado à direção: Objetivo – Captar jovens talentos para fazerem parte do quadro efetivo de funcionários da empresa, agregando a ela, através de seus conhecimentos prévios aliados aos conhecimentos de interesse da empresa que serão desenvolvidos, força de trabalho, desenvolvimento e ganho de mercado. Formando profissionais com o perfil da organização para serem futuros gerentes em até cinco anos.
A justificativa para o projeto é que faz-se necessário, a partir do momento em que jovens talentos têm sido formados pelas universidades e pouco aproveitados em toda a sua potencialidade. Percebendo isso, várias empresas possuem um programa de trainee consolidado, porque entendem o valor agregado desses jovens aos seus negócios. Sendo essa empresa uma organização voltada para o futuro, é indiscutível trazer e fixar em seus quadros esse talento humano, além de proporcionar ao jovem treinamento e desenvolvimento continuado.
Descrição geral da empresa: médio porte, do ramo de embalagens personalizadas, com número atual de funcionários 300, localizada na zona Sul da cidade. A empresa conta com os setores de RH, DP, serviços gerais, manutenção geral, segurança patrimonial, recepção, produção, criação, transporte, compras, estoque, almoxarifado, financeiro, gerência geral.
As empresas esperam dos jovens que sejam bons profissionais, atuantes, que estejam alinhados com as competências de mercado, antenados com as tecnologias e saibam usá-las para trazer produtividade às empresas. E que saibam manejar o conteúdo de sua área de atuação trazendo-o para o contexto financeiro da empresa. Todos esses requisitos exigem dessa geração high tech personalidade, diferencial produtivo. Fatores como competência, que é o saber prático, saber fazer e acontecer, são considerados importantes, além de conhecimento teórico na área de atuação. Há necessidade de flexibilidade, conduta assertiva e proatividade. Precisa atuar em equipe, onde cada um desenvolve uma tarefa e todos juntos conseguem atingir objetivos finais. Perfil de liderança e habilidade para tomar decisões e ética, visão holística e espírito empreendedor também são características esperadas pelos empregadores.
A atuação do psicopedagogo na empresa deve ser aquela que leva o indivíduo à reflexão sobre seu desenvolvimento dentro das organizações, levando-o a crescer e trazer resultados condizentes com a missão e visão da empresa. Assim, outro ponto importante é incentivar o jovem a organizar um networking, que é uma rede de contatos. Não tem nada a ver com rede de amigos, de amizade, pode até acontecer, mas é uma relação puramente profissional. Alguém ajuda alguém já antevendo o dia em que poderá precisar também de alguma ajuda. Amigos não cobram favores, enquanto os integrantes de uma rede de contatos dependem disso para continuar a ser uma rede de contatos.
Trocar e-mails de mensagens não é um networking, mas apenas uma relação informal. Networking pressupõe “auxílio profissional”. Não se trata de fazer contato com pessoas que você não conhece, e sim com as que você conhece bem, para que elas indiquem a você, por exemplo, um serviço ou um pro- duto que sua empresa precisa e você não sabe quem oferece. É pedir para ser apresentado a alguém que irá agregar valor ao seu trabalho na empresa.
Dentro da empresa, o psicopedagogo precisa ter um bom relacionamento com todos. Ninguém pode achar que ele pertence a um grupo e não a outro. Ele deve manter-se o mais isento possível em suas relações, sem perder o vínculo com todos. Não é fácil, porque às vezes pode parecer que as relações são artificiais demais. Na verdade, ele deve conversar com todos e estar atento a tudo.
O psicopedagogo, em sua área de atuação na empresa, a educacional, deve manter contato com as instituições parceiras onde os jovens realizam seus treinamentos. Todos os estabelecimentos de ensino, nos quais se confiam funcionários para realizar treinamento, devem perceber que a empresa que dá suporte a eles é organizada e as responsabilidades educativas estão sob responsabilidade de um setor, e nesse setor há uma pessoa competente para realizar negociações, matrículas e tirar dúvidas.
COMO O JOVEM DEVE ESCOLHER A PROFISSÃO
O que o jovem deve levar em conta, no momento de escolher a profissão?
Deve considerar as áreas do conhecimento nas quais possui afinidade e interesse, levantar informações sobre o mercado de trabalho no qual quer estar inserido profissionalmente, por exemplo: oferta de oportunidades para a área que deseja, competências exigidas para o cargo, remuneração oferecida e, se possível, ter contato com profissionais que já atuam na profissão almejada. Dada a importância de um networking. A constante atualização na área educacional possibilita o aperfeiçoamento contínuo, entender melhor o contexto e o ambiente no qual está inserido, ou que se quer inserir e estar a par das inovações, tecnologias e mudanças, trocar conhecimento, informação e experiências no caso de um curso importante na sua formação, Essa atualização educacional também influenciará na colocação, na posição do profissional no mercado de trabalho. Há empresas que fazem um trabalho muito sério na inserção de jovens no âmbito profissional e oferecem ferramentas internas para obtenção do desenvolvimento desses aprendizes, estagiários e trainees:
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