A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

O MEDO DO TÉDIO

A impaciência é uma característica da atualidade comprovada em uma pesquisa que revela que estamos perdendo a capacidade de nos entretermos com os próprios pensamentos

O medo do tpedio

Durante toda a minha infância, as férias começavam e terminavam com uma viagem de dez horas. No trajeto até a casa da minha avó, geralmente feito de carro (de ônibus demorava ainda mais), eu me ocupava com os próprios pensamentos, ilustrados pela monótona paisagem que via da janela do banco de trás. Era só o começo de um longo período longe de amigos e de estudos, em que o tempo era lento e permitia o exercício da contemplação, da leitura e de infindáveis conversas interiores. Ficar sem ter o que fazer nunca era um problema.

Hoje nem consideramos fazer uma viagem com crianças sem levar um tablet ou outro eletrônico que as mantenham entretidas por um tempo razoável. Se a viagem for longa, nos precavemos da inquietação dos filhos fazendo download de seus filmes e jogos preferidos – de preferência vários, para não correrem o risco de enjoarem dos recursos. Ganhamos tantas formas de combater e de proteger os filhos contra o tédio que ele se tornou um desconhecido, temido e evitado a qualquer custo.

Desconfiados de que estamos perdendo a capacidade de nos entretermos com os próprios pensamentos, pesquisadores da Universidade de Virgínia fizeram uma série de onze experimentos em que participantes precisavam ficar entre seis e quinze minutos sem acesso a nenhuma distração. Em todos eles, a maioria das pessoas relatou uma dificuldade grande em cumprir a tarefa. Nos experimentos feitos em casa, 32% admitiram ter trapaceado e consultado o telefone ou outro aparelho no período em que deveriam estar sem distrações.

Um dos estudos da série revelou um resultado ainda mais surpreendente e desconcertante. Nele, foi dada aos participantes a opção de apertar um botão enquanto estivessem sozinhos. O resultado desse ato seria um dolorido eletrochoque, que todos precisaram experimentar antes de vivenciar os minutos de tédio. Para surpresa dos pesquisadores, mesmo entre aqueles que, antes do experimento, disseram que pagariam para não sentir novamente o choque, um quarto das mulheres e dois terços dos homens acabaram apertando o botão – alguns inúmeras vezes – para escapar da opção aparentemente mais insuportável de não ter nada para fazer.

O estudo é um exemplo extremo de uma dificuldade que, ao que tudo indica, está se acentuando. O fator que imediatamente associamos a isso é a tecnologia e suas constantes notificações, que nos colocam em alerta e nos oferecem pequenas e contínuas gratificações. Não há dúvida de que os smartphones contribuem para tornar o tédio mais dolorido que um eletrochoque. Mas não são os causa- dores dessa ânsia por estímulos – apenas alimentam esse traço da natureza humana, privando adultos e crianças do exercício muitas vezes desconfortável da introspecção.

O distanciamento das pessoas dos momentos que exigem reflexão e controle sobre os próprios pensamentos e das atividades que demandam um tempo prolongado de atenção concentrada é um fenômeno inegável. Estudos indicam que o tempo de atenção dedicado a informações disponíveis na rede está caindo: entre 2000 e 2015 passou de 12 segundos

para 8.25 segundos, de acordo com Statistics Brain. Atualmente, apenas 4% das visualizações em páginas da internet duram mais de 10 minutos – o tempo razoável para que um texto que se aprofunde um pouco em um determinado assunto seja lido até o fim. Essa impaciência provoca inevitáveis prejuízos na aprendizagem e na produtividade: o mesmo levantamento mostra que, enquanto trabalham em seus escritórios, profissionais checam seus e-mails nada menos que 30 vezes por hora, em média.

Hoje, segundo o neurocientista Daniel Levitin, autor de A Mente Organizada (Editora Objetiva, 2016), absorvemos por dia uma quantidade cinco vezes maior de informações que há trinta anos. Sem a capacidade de selecionar os fatos de acordo com sua relevância e aplicabilidade, de analisá-los, refletir e fazer associações pertinentes, eles se mantêm no campo raso das ideias que não se transformam em conhecimento e que logo são apagadas. Para que tenham destino mais nobre e ajudem a construir sabedoria, as informações necessitam de recursos que a busca frenética por novidades e estímulos está tornando escassos: tempo e atenção.

Sem a prática desconfortável e muitas vezes entediante da reflexão, até mesmo um bom livro pode resultar em um ensinamento superficial e impermanente. Estar sozinho e desligar os aparelhos, meditar, contemplar a natureza ou ficar sem fazer nada são formas de exercitar o domínio sobre os próprios pensamentos e atenção. Mais que preparar a mente para o sucesso na aprendizagem, na realização de tarefas que demandam tempo maior de concentração e na compreensão dos eventos externos, essas práticas nos colocam em contato com o mundo interior. A introspecção pode despertar a dor da melancolia e nos colocar frente a frente com nossas fraquezas e inseguranças, mas sem ela jamais alcançaremos o autoconhecimento – caminho único para a realização pessoal e para o sucesso em qualquer relacionamento.

 

MICHELE MÜLLER – é jornalista, pesquisadora, especialista em Neurociências, Neuropsicologia Educacional e Ciências da Educação. Pesquisa e aplica estratégias para o desenvolvimento da linguagem. Seus projetos e textos estão reunidos no site www.michelemuller.com.br

OUTROS OLHARES

O MUNDO DAS MARIAS CHUTEIRAS

Figuras folclóricas do imaginário brasileiro, as mulheres que se interessam e se relacionam majoritariamente com jogadores de futebol remetem a histórias curiosas e que podem até inspirar reflexões

O mundo das marias chuteiras

Conquistar um grande craque é o sonho de muitas jovens que vivem atrás dos jogadores de futebol. A sedução muitas vezes é pelo status e pelas regalias que um relacionamento desses pode proporcionar, além de uma fama passageira — mesmo que nas colunas de fofoca. Para os jogadores, cercar-se dessas mulheres que se vestem com roupas curtas e ousadas é um símbolo de prestígio e poder. Em português, o termo constantemente utilizado para se referir a elas é “maria chuteira”, mulheres, em geral jovens, que buscam a todo custo encontros furtivos ou as famosas “escapadas” com os boleiros. Normalmente, saltam de um jogador para outro e não perdem a oportunidade de aparecer aos holofotes com declarações polêmicas ou situações constrangedoras. Todas, sem exceção, querem alcançar a fama às custas de namoricos com celebridades da bola.

A modelo Dani Sperle não esconde que já correu atrás de jogadores de futebol — ela não tem problemas em admitir que já ficou com Adriano ex-Flamengo e Neymar — mas acha que a nomeação de maria chuteira é excessivamente genérica. Ela argumenta que existem também as que se relacionam com músicos ou empresários de sucesso, e que nem por isso possuem um termo específico para designá-las. “Não ligo para profissão, pode ser jogador, empresário ou mecânico. O importante é me identificar com a pessoa”, jura ela.

Existem outras que admitem abertamente que procuram jogadores — inclusive os mais badalados. Andressa Urach já foi uma delas, a ex-concorrente à “Miss Bumbum” foi procurada pelo astro Cristiano Ronaldo, em 2013 quando ele jogava no Real Madrid. O jogador viu algumas fotos dela, e se interessou. Ela viajou para lá com tudo pago, mas a relação foi longe de uma boa experiência, como conta em seu livro “Morri para viver”, publicado em 2015. O encontro entre os dois durou menos de uma hora, no hotel em que o craque estava hospedado. Ela chegou a pedir uma foto com ele após o encontro, mas foi esnobada e ficou trancada no quarto de hotel enquanto esperava por ele. Cristiano era casado com a modelo russa Irina Shayk na época, o que causou um belo rebuliço quando Andressa revelou o encontro para a mídia internacional — que até hoje ele nega que tenha acontecido.

A psicóloga L.Y, que trabalha no meio esportivo há mais de dez anos, conta que os jogadores que saem com muitas “parceiras” podem ter que lidar com um pouco mais de estresse emocional — por causa da repercussão de eventuais namoros midiáticos. “Quando meus atletas falam que estão namorando, eu sempre dou a dica de conhecer melhor a menina, se gosta de verdade e se é alguém que vai te apoiar quando a fase dentro de campo não for boa. É como qualquer pessoa”. Entre as atribuições de uma profissional de psicologia no futebol, está trabalhar a cabeça de um jovem que vai de um salário mínimo para vencimentos na casa dos milhares de dólares quase instantaneamente. “Já tive caso de jogador que vai de um salário de R$ 800 para R$ 25 mil em menos de um mês, qualquer um que não for orientado se perde”, avalia. Esse conceito também vale para as aspirantes a namoradas desses atletas, visto que de uma hora para outra se pode usufruir de um estilo de vida que seria muito mais difícil conseguir por meios de trabalhos convencionais.

O termo maria chuteira carrega consigo alguns julgamentos pré-determinados, como se uma mulher só se interessasse por causa da fama e fortuna que um relacionamento bem sucedido com um jogador de futebol pode proporcionar. Atletas desse esporte muitas vezes vêm de contextos socioeconômicos precários, o que deprecia esses esportistas — “como alguém poderia se apaixonar por um pobretão desses?” — além de transformar as mulheres em meros adornos dos jogadores.

Apesar disso, as boleiras existem e podem ser encontradas em bares e boates frequentados pelos jogadores. Elas mapeiam estrategicamente os points da moda dos atletas e saem literalmente à caça, em busca de minutos de fama e dinheiro. Ao lado de um craque famoso, encontram o caminho mais curto para ensaios sensuais e promoção de carreiras de modelo.

Não se trata de um fenômeno nacional. As marias chuteiras rompem fronteiras. Quando era atleta, o ex-jogador da seleção brasileira Vampeta confidenciou ter levado seis mulheres para a Europa quando jogava na França. Todas bancadas integralmente por ele. “Vou ser sincero. Já levei mulheres para Paris, Milão e Holanda”, disse. Claro que não foram movidas por amor nem por paixão. Os objetivos eram bem pragmáticos: dinheiro, mordomia e fama. Muitos jogadores entram nesse jogo sabendo bem qual partida estão jogando. “É normal atletas que jogam na Europa levarem meninas do Brasil para lá. Anormal é sair um escândalo de estupro”, afirmou o baiano Vampeta

SINAL DE SUCESSO

“Não basta ter um sucesso esportivo, tem que acumular mulheres como sinal de sucesso” avalia Gustavo Andrada, pesquisador do Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele conduz pesquisas relacionadas ao esporte “Elas são usadas para medir o talento de um jogador. São como um troféu”, afirma.

Para as mulheres que, ao fim e ao cabo, acabam casando com jogadores de futebol, chamadas de wags, uma mistura de wifes e girlfriends, expressão em inglês para designar quem namora e sobe ao altar com os craques, “maria chuteira” não passa de um rótulo que rebaixa a imagem da mulher e acaba sendo explorado quase sempre por uma ótica machista. Para Gustavo Andrada, o aumento da participação feminina no futebol pode ser um antídoto. Jogando, elas deixam de ser personagens dos bastidores do futebol e passam a ser protagonistas no esporte. A Copa do Mundo Feminina da França, que terá ampla cobertura de canais de TV aberta no mês de junho e julho, vai ajudar nessa transição. “A divulgação maior da Copa feminina, tende a trazer algum questionamento. Não sei se muita coisa, mas alguma coisinha certamente fará”, projeta.

O mundo das marias chuteiras. 2

O CASO ELIZA SAMUDIO

Quando se fala em maria chuteira, é comum lembrar do trágico caso entre o goleiro Bruno (ex-Flamengo) e a modelo Eliza Samudio. Motivado por uma gravidez indesejada, o goleiro ordenou o sequestro dela e do filho em junho de 2010. A investigação concluiu que Eliza foi morta por estrangulamento no sítio do jogador em Ribeirão das Neves. Seu corpo foi esquartejado e nunca encontrado pelos policiais. Bruno foi condenado por júri popular a 22 anos e sete meses de prisão por homicídio, ocultação, sequestro e cárcere privado. Em 2017, o goleiro conseguiu uma liminar para um habeas corpus, assinou contrato com o Boa Esporte Clube, de Varginha e chegou a disputar cinco partidas com o clube. Um mês depois, Bruno teve o direito à liberdade revogado e voltou à cadeia. Em 2019, ele estava exercendo trabalho em regime fechado numa associação de assistência aos condenados em Varginha, e tentaria progressão para o semiaberto, mas foi flagrado com duas mulheres em um bar durante o horário em que deveria estar trabalhando. Assim, ele só poderá pedir a progressão de pena em 2023

GESTÃO E CARREIRA

SUPERMERCADO SEM SAIR DO SOFÁ

Supermercado sem sair do sofá

Como fazer compras nos supermercados é um martírio para uma grande parcela da população, os jovens empresários Bruna Vaz Negrão, de 25 anos, e Fábio Blanco, 26 estão conseguindo multiplicar seus negócios – e atrair investidores – como gente grande. No comando do site Shopper.com.br, que permite ao usuário recompor a despensa sem sair do sofá, eles estão com tudo pronto para expandir as entregas para novas praças, como Campinas (SP) e ABC Paulista. Atualmente, a plataforma atende cerca de 500 bairros da cidade de São Paulo, com preços de 10% e 15%, em média, mais baratos do que os praticados pelas grandes redes supermercadistas, segundo eles. “O problema não está apenas no valor dos produtos, mas na prática comum do varejo de remarcar preços de 200 a 300 itens diariamente, o que torna mais difícil a vida do cliente que busca promoções”, afirma Blanco. Recentemente, a empresa recebeu um aporte de R$ 4.5 milhões de dois grandes fundos. “Estamos negociando diretamente com a indústria para oferecer ainda mais promoções e vantagens para os clientes”, diz Bruna. Apenas para lembrar, a inspiração do casal para criar a Shopper veio de Jorge Paulo Lemann, enquanto eles ainda eram estudantes do lnsper. Em uma reunião com potenciais empreendedores, o bilionário brasileiro sugeriu que todos analisassem com atenção as estratégias das grandes companhias do Vale do Silício. Foi aí que, replicando o modelo de negócio da Amazon, nasceu a empresa.

ALIMENTO DIÁRIO

SEGREDOS DO LUGAR SECRETO

Alimento diário - livro

CAPÍTULO 52 – O SEGREDO DA UNIÃO COM DEUS

 

Há um profundo clamor, no âmago do coração de todo homem, por uma conexão com Deus. Fomos criados para permanecermos em Cristo! É esse clamor por intimidade com Deus que fez com que você lesse este livro. É o mesmo clamor por uma conexão com Deus que encheu o coração da mulher samaritana em João 4, embora ela nem mesmo soubesse como expressar seus anseios. Ela procurou amor nos lugares errados, mas o Mestre viu seu coração e sabia como atraí-lo.

Quando Jesus falou com essa mulher junto ao poço de Jacó e ela percebeu que Jesus era um profeta, imediatamente fez sua primeira pergunta: “Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” João 4.20). Sua pergunta foi: “Qual é a forma certa de se conectar a Deus – aqui neste monte ou em Jerusalém?”.

Acima de tudo isso, o anseio do coração dela era de ter uma conexão significativa com o coração de Deus. A pergunta sobre o “local” era feita com tanta frequência naquele tempo que ela acabou perdendo a esperança de algum dia se conectar a Deus e sucumbiu a um estilo de vida de flagrante pecado. Mas, apesar de seu estilo de vida pecaminoso e a sensação de impotência de algum dia encontrá-lo, seu coração ainda doía de desejo de se conectar a Deus!

A resposta de Jesus deve tê-la surpreendido. Ela aprendeu que mesmo que estivesse buscando se conectar a Deus, Ele estava, de forma ainda mais ativa, interessado em buscar aqueles que desejavam se conectar a Ele em Espírito e em verdade João 4.23). Jesus a procurou para lhe revelar que o Pai desejava encontrar adoradores como ela!

Deus tem se mostrado muito diferente do que nós pensamos. Ele anseia por nós, em ser um conosco, em ter um mesmo pulsar de coração conosco. Os antigos tinham um termo para descrever essas dimensões superiores de intimidade espiritual, que chamavam de “união com Deus”. Essa é a conexão com Deus pela qual o coração do homem anseia.

Jesus veio para nos tornar um com Deus João 17.21-23). É na união com Deus que encontramos a maior satisfação e, também, a mais gloriosa motivação para explorarmos as profundezas do seu coração ardente.

Deus soprou na alma humana um profundo desejo de união com Ele. Então, nos equipou com o vocabulário para conversar sobre isso quando nos deu o modelo do casamento. Ele disse: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Genesis 2.4). A união do casamento ocorreu para servir de exemplo e nos dar um modelo mental para compreendermos a união espiritual.

Agora, por que um homem e uma mulher jovens decidem se casar?

É por puro romance? Bem, um casal pode ter um romance enquanto namora sem precisar se casar. Eles podem ter amor, intimidade, amizade, companheirismo, comunicação, comunhão – todas essas coisas – e ainda não se casar. Mas estou me referindo ao namoro em sua pureza e inocência. Então por que se casar? Porque embora as pessoas possam usufruir de todos os benefícios mencionados acima concernentes ao namoro puro e íntegro, sem ter necessidade se casarem, há uma coisa que elas não têm. Os casais se casam, essencialmente, para se unirem.

Deus nos deu um grande desejo de união – com o nosso cônjuge e ainda mais com Ele. Sabemos que um dia virá em que todos nos uniremos a Cristo na ceia do casamento do Cordeiro, mas as Escrituras mostram claramente que há dimensões de união com Cristo que estão disponíveis para nós aqui e agora. A plenitude virá depois, mas o que está disponível para nós agora merece nossa busca diligente.

Há um versículo, acima de todos os outros, que me levou a buscar a união com Deus. Ele é tão pouco mencionado e destacado que já o tinha lido várias vezes sem perceber seu real valor. Mas um dia o versículo cresceu para mim em grande proporção: “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele” (1Coríntios 6.17). Segundo o contexto, Paulo está falando da união que acontece através do relacionamento sexual. Sua conclusão é que a união sexual está, de alguma forma, apontando para um tipo de união espiritual que temos com Cristo e que ultrapassa em muito o plano físico/sexual.

Veja o que me chamou a atenção nesse versículo. Ele diz que o Senhor e eu somos um espírito. Quando imaginava uma comunhão espiritual com o Senhor, sempre imaginava dois espíritos separados, como se o espírito dele e o meu estivessem “se beijando”. Mas essa passagem revela que quando estamos unidos a Cristo, deixamos de ser dois espíritos e nos tornamos um. Um espírito com Deus! A ideia é tão fantástica que chega a parecer ilógica ou absurda. Quando me entrego a Cristo, nós dois nos tornamos um.

Cristo em mim, a esperança da glória! Os mais altos céus e a terra não podem conter Deus (Atos 7.49-50), mas de alguma forma Deus criou a alma humana com a capacidade de ser sua habitação. Há algo dentro de nós que é mais capaz de conter Deus do que o Universo. Essa é a forma maravilhosa que Deus nos fez. Posso “ser cheio de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3.19), com a plenitude “daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância” (Efésios 1.23). Os mais altos céus não podem conter Deus, mas o espírito humano pode. Nossa!

Deixe-me ilustrar isso com uma pergunta. Se colocássemos um copo de água pura no oceano, você diria que o oceano está diluído? Não, você diria que o copo de água pura foi totalmente absorvido e perdido na vastidão do oceano. Isso é o que acontece na união com Cristo. Quando me uno a Ele, perco minha identidade no oceano de sua grandeza, e então posso dizer: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Galatas 2.20). Sou um com Ele e minha identidade foi gloriosamente perdida na imensidão de sua majestade e esplendor.

Não estou querendo dizer que nos tornamos Deus. Longe disso. Seremos eternamente os seres criados e Deus será eternamente o Criador. O abismo entre Criador e criatura permanecerá para sempre. Contudo, de alguma forma gloriosa, a criatura se torna um espírito com o Criador, e eles passam a ser unidos com afeições eternas de amor e devoção.

Se este pensamento lhe parece espantoso, saiba que os anjos ficam completamente perplexos com isso. Desde a eternidade passada, existe uma fornalha ardente de amor que foi limitada a três: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Eles têm desfrutado de uma afeição de proporções astronômicas que é tão ardente em sua intensidade e escopo que nenhuma outra criatura ousaria entrar nessa fornalha.

Oh, o amor que atrai o Pai ao coração do Filho e o Espírito Santo ao coração do Pai, e o Filho ao coração do Espírito Santo! E, agora, à medida que os anjos contemplam esse fogo ardente, eles veem a forma de uma quarta criatura andando em meio ao fogo. E essa quarta criatura tem a aparência da noiva de Cristo! A raça humana caída foi elevada à unidade com a Divindade! As ramificações estão além da compreensão até mesmo dos seres mais brilhantes que contemplam diante do trono de Deus.

Somos um espírito com Deus! E tudo o que é necessário é que nos “unamos a Cristo”. Mas o que significa estarmos unidos a Cristo?

A palavra do Antigo Testamento para “unido” tem uma variedade de nuanças em seu significado. Um sentido fascinante da palavra é encontrado em Salmos 63.8: “A minha alma apega-se a ti; a tua mão direita me sustém”. Portanto, a ideia da palavra literalmente é “buscar com a intenção de pegá-lo”. Davi está dizendo: “Senhor, estou buscando-o muito de perto e estou determinado a pegá-lo. E quando eu fizer isso, o agarrarei e nunca o deixarei ir! Ficaremos unidos para sempre!”.

Então, para se unir a Cristo é necessário buscá-lo com intensidade e com a intenção de agarrá-lo. Essa é a busca santa para a qual fomos convidados e é a magnífica obsessão do lugar santo.

Quando penso em estar unido a Cristo e como eu poderia ilustrar esta verdade para você, me remeto ao exemplo de Maria Madalena. Ela representa a noiva de Cristo dos últimos dias que está buscando-o com o desejo de unir-se a Ele. Jesus tinha expulsado sete demônios dela, e porque ela foi perdoada, muito foi amada.

Esse amor ficou evidenciado pela forma como ela chorou na tumba de Jesus e foi a primeira a buscá-lo na manhã da ressurreição. Maria dedicou-se à busca santa, então, quando Jesus se revelou a ela, instantaneamente abraçou os seus pés. Seu coração ansiava por essa união com Deus.

Como Maria, a noiva de Cristo permanece hoje, nos últimos dias, ansiando pela aparição do seu Senhor. “Pai celestial, para onde você o levou? Traga-o para mim e partirei com Ele, pois anseio estar com Ele”. E, da mesma forma que Maria na tumba, estamos procurando, chorando, ansiando, observando. Certamente Ele está voltando para se revelar primeiramente a sua noiva que anseia tanto por Ele! E quando vier pela segunda vez, teremos encontrado Aquele por quem nossa alma anela. Nossa busca estará terminada, pois pegaremos nosso Amado, o agarraremos e nunca mais o deixaremos ir.

Naquele momento, Ele “transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso” (Filipenses 3.21). Essa noiva e esse noivo celestes andarão no corredor da glória juntos e se unirão no matrimônio santo que será celebrado pelo Pai das luzes. Nada jamais nos separará novamente. Não haverá mais choro, nem dor, nem lágrima. O desejo das nações será realizado. E, dessa forma, estaremos para sempre com o Senhor!

Mas até esse dia chegar, me retirarei para o lugar secreto, como a noiva com o coração doente e apaixonada que anseia contemplar o noivo. Eu o buscarei com a intenção de pegá-lo. E exultarei em nosso secreto silêncio – o lugar do mais alto grau de intimidade – pois aqui estou unido a Ele e somos um espírito.

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