A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

TÉCNICAS PARA DEPENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS

O uso abusivo da tecnologia tem sido pauta constante no setting terapêutico e exige que os profissionais se atualizem sobre as estratégias que podem ser usadas em consultório para o tratamento

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Nesta edição serão reveladas, de forma diretiva, estratégias cognitivo-comportamentais para as dependências tecnológicas. Em diversos momentos, nesta coluna, foram discutidas psicopatologias referentes ao campo tecnológico. Sugere-se, então, que o leitor possa ler inicialmente essas temáticas, já publicadas, e materiais básicos de psicoterapia cognitivo-comportamental para melhor compreensão do texto a seguir. As estratégias fazem parte de um material desenvolvido para uso em consultório, intitulado baralho das dependências tecnológicas. Estas são apenas algumas das possibilidades de intervenção com este tipo de demanda (Lemos, 2016).

A primeira estratégia que deve ser utilizada em consultório é a psicoeducação (sendo a prevenção de recaídas e manutenção dos ganhos a última). Nesse momento, o profissional educa o paciente sobre o que é caracterizado como dependência tecnológica, quais são as possíveis causas (fatores etiológicos), as comorbidades (psicopatologias que ocorrem de maneira concomitante), os sintomas, os prejuízos decorrentes desse adoecimento e como a psicoterapia cognitivo-comportamental poderá auxiliar o paciente nessa evolução. Nesse momento o psicoterapeuta torna o paciente ativo no processo de melhora (embasado no empirismo colaborativo). É essencial que o profissional que lida com essa demanda tenha um conhecimento básico sobre tecnologia: os jogos mais utilizados, os aplicativos de celular mais debatidos no cotidiano etc. É visto que compreender o campo tecnológico aumenta a adesão terapêutica e torna o profissional mais seguro no momento das intervenções e debates com o paciente.

Uma segunda importante estratégia é auxiliar o paciente a abster-se de um aplicativo ou jogo específico (temporariamente). Comumente algum recurso tecnológico, para um paciente dependente, é considerado como “predileto”, sendo nele que o indivíduo despende a maior parte do tempo. Nos jogos eletrônicos, os títulos mais mencionados no consultório são: League of Legends, DOTA 2 e Minecraft; nas redes sociais, Facebook, Instagram e Whatsapp. Dessa forma, sugere-se que, para o paciente diminuir seu nível de dependência, o elemento de maior risco na manutenção do transtorno deve ser reestruturado em relação ao tempo e frequência de uso. Ex.: *João (nome fictício) menciona que utiliza excessivamente o jogo League of Legends, porém outros títulos são pouco jogados. Para que o paciente não tenha uma redução completa do seu uso de tecnologia (ressalto: o objetivo é sempre o uso moderado), é solicitado que ele interrompa, por ao menos uma semana, esse recurso tecnológico, mas não os outros. Após essa intervenção é possível organizar seu cotidiano e observar quais são os pensamentos disfuncionais, as emoções em desequilíbrio e os comportamentos inadequados relacionados a essa “abstinência”.

Outra intervenção possível é solicitar ao paciente que ele registre o tempo de uso de tecnologia no dia. Se for possível, sugere-se a criação de uma tabela, onde nela será registrado o tempo aproximado de uso de jogo eletrônico em cada turno do dia. Sabe-se que devido ao uso intermitente, não é possível obter um resultado preciso, mas quase, desse usufruto.

A quarta estratégia é limitar o tempo de uso de tecnologia. Apesar de cada paciente registrar um tempo distinto de uso, recomenda-se uma redução para até duas horas diárias (para fins de entretenimento) e sem prejuízos no trabalho, vida acadêmica ou relacionamentos (para adolescentes esse tempo pode ser ainda menor nos dias úteis). Essa meta não é fácil de ser cumprida, por isso, é importante que se for possível um monitoramento do paciente por um parente, ou outra pessoa, esse auxílio é interessante. Além disso, apesar dessa recomendação de limitar o tempo, cada família apresenta um funcionamento distinto, então é necessário adaptar essa estratégia a cada modelo familiar.

Outra intervenção amplamente utilizada na psicoterapia cognitivo-comportamental é a elaboração de uma lista de vantagens e desvantagens do uso de tecnologia. Essa atividade auxiliará o paciente a refletir sobre ambos os aspectos e verificar quais comportamentos podem ser inseridos no seu repertório de estratégias para combater as dependências tecnológicas. Caso ele tenha dificuldades em acessar essas informações, sugira que permita deixar a sua mente fluir para que o máximo de dados possa ser coletado. Em vários momentos o paciente desiste no começo da técnica, por isso é importante que generosamente você insista.

Há também o convite de terceiros para atividades de lazer sem o uso de tecnologia. Essa atividade tem como objetivo auxiliar o paciente a sentir prazer e se envolver em atividades de lazer que não tenham ligação com o objeto de dependência do paciente. Por fim, sugere-se que o paciente possa criar um cronograma de estudo/trabalho. O terapeuta poderá auxiliá-lo nessa construção preenchendo as atividades cotidianas de forma organizada junto ao uso de tecnologia. Essa tarefa não só ajudará o paciente a controlar seu uso, mas também potencializará o cumprimento das obrigações acadêmicas e/ou de trabalho.

Existem diversas outras estratégias que podem e devem ser utilizadas em consultório, para isso é importante que o leitor mantenha suas pesquisas e estudos atualizados (aqui temos um recorte de técnicas). A demanda de pacientes com dependências tecnológicas é grande, porém, infelizmente, ainda há uma substancial lacuna de profissionais preparados para intervir de forma adequada com essa parcela de usuários que estão adoecidos.

 

IGOR LINS LEMOS – é doutor em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Avançada pela Universidade de Pernambuco (UPE). É psicoterapeuta cognitivo-comportamental, palestrante e pesquisador das dependências tecnológicas. E-mail: igorlemos87@hotmail.com

OUTROS OLHARES

SIM AO SUPLEMENTO…

…e não ao anabolizante. Muitos ainda confundem esses compostos. Um é uma forma saudável de complementar a dieta. O outro custa caro, e não apenas ao bolso – pode matar

Sim ao suplemento...

“Pode até estar bom, mas sempre pode melhorar.” Pensar dessa maneira é sempre benéfico quando se trata da busca pela melhora do desempenho nas atividades Físicas e nos esportes e do desejo de um corpo ideal”/ Até que ponto devemos perseguir esses objetivos? São essas as questões que vamos discutir ao longo deste texto.

Na era das redes sociais, quando o que vale é parecer perfeito, acabamos muitas vezes iludindo não só aos outros, mas principalmente a nós mesmos. E para a nossa saúde fica também o prejuízo, que pode se tornar muito grave ou até irreversível quando decidimos, por exemplo, usar substâncias anabolizantes.

Os anabolizantes são drogas utilizadas com o objetivo de obter ganho de massa e força muscular. Existem as drogas anabolizantes que são esteroides e as não esteroides. Os esteroides são hormônios sintéticos que imitam a testosterona, e os não esteroides são a insulina e o hormônio do crescimento – o GH.

Trata-se de medicamentos lícitos, vendidos em farmácia sob prescrição médica e com retenção da receita.

A indicação médica do uso de substâncias anabolizantes esteroides ou não esteroides é recomendada para o tratamento de doenças. A insulina é utilizada para o tratamento do diabetes mellitus e o hormônio do crescimento (GH), em crianças com atraso no crescimento por deficiência desse hormônio e em adultos que possuem a deficiência na sua produção.

Já os esteroides são indicados para o ganho de massa e força muscular a pacientes com deficiência ou insuficiência do hormônio testosterona ou doenças consumptivas, ou seja, debilitantes – entre elas HIV, câncer, osteoporose, sarcopenia e queimaduras graves. No entanto, as pessoas fazem uso indiscriminado dessas substâncias para fins estéticos e melhora da performance, exagerando na dose e utilizando produtos de origem duvidosa e muitas vezes adquiridos no “mercado negro”.

De acordo com estudos recentes, as pessoas estão usando anabolizantes cada vez mais cedo. Eles fazem parte da vida de jovens ainda em idade escolar. Um problema de saúde pública que ganha aspectos ainda mais preocupantes quando sabemos que aproximadamente 80% desses anabolizantes tem origem clandestina e, consequentemente, questionável. São homens e mulheres arriscando diariamente a vida – e isso vale para qualquer idade.

“Mas, doutor, eu sou (ou quero ser) atleta profissional, preciso de mais massa muscular e melhor desempenho físico.” Aqui respondo: existem alternativas saudáveis e eficazes. Tudo passa pela procura de um profissional sério. O corpo humano é uma estrutura complexa que, muitas vezes, precisa de ajuda para funcionar melhor. Para isso foram desenvolvidos diversos suplementos alimentares e há exames capazes, hoje em dia, de detectar com exatidão a necessidade de cada paciente. Considerando as questões já mencionadas, podemos concluir que “sempre” existe um caminho mais “fácil” e “sedutor” cheio de armadilhas e perigos na busca do imediatismo.

Uma questão extremamente importante que deve ser trazida à baila é a diferença entre anabolizante e suplemento. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Suplemento não é anabolizante. Não é “bomba”! Suplementos são uma forma de entregar o nutriente que não pelo alimento. São muito utilizados por atletas profissionais e amadores. Seu uso também é indicado a crianças, idosos, pessoas com deficiência de vitaminas, como maneira de complementar a dieta e fornecer nutrientes que estão faltando ou não podem ser consumidos em quantidades suficientes por determinada pessoa.

A recomendação da utilização de suplementos, por exemplo, a atletas profissionais ou não se deve à praticidade da entrega desse nutriente antes, durante ou depois da prática de atividade física. Existem ainda os suplementos ergogênicos, que melhoram a performance dos atletas, como cafeína, beta- alanina, creatina, suco da beterraba (nitrato) e bicarbonato de sódio. Um dos suplementos alimentares mais conhecidos e discutidos atualmente é o whey protein. Muitos não sabem, mas ele nada mais é do que um suplemento de proteína derivado do soro do leite e aminoácidos. É tradicionalmente utilizado por quem pratica esporte, mas de uns tempos para cá passou a ser adotado por quem busca uma melhor forma física e mais qualidade de vida. O whey protein pode ser útil para a maioria das pessoas. Como pessoas a partir dos 30 anos, por exemplo. Nessa fase, iniciamos uma perda muscular progressiva de 3% a 8% a cada década. Estudos indicam que uma maior ingestão de aminoácidos reduz essa perda de massa magra progressiva.

Durante muitos anos, os suplementos, inclusive o whey, foram vistos erroneamente como uma ”bomba”, usada apenas para ganho de massa muscular. Pouca gente conhecia os verdadeiros e vastos benefícios dessa substância. Falava-se frequentemente a respeito dos problemas que ele poderia causar, como sobrecarregar o funcionamento do rins ou do fígado.

Na verdade, homens e mulheres, quando iniciam uma atividade física, não raro procuram o caminho mais curto, buscando a melhor roupa de treino, o melhor suplemento, melhor ‘tudo’. Esquecem, porém, que treinabilidade e condicionamento levam tempo. O uso dessas substâncias às vezes tem indicação, mas não no início da atividade física, e sim depois que as pessoas já estiverem treinadas e condicionadas. Aí, sim, o emprego dessas substâncias pode trazer um benefício. E, claro, elas devem ser consumias com critério e supervisão de um profissional da saúde, como médico ou nutricionista.

No entanto, mesmo condicionados e treinados, fazendo uso de suplementos, alguns atletas em diferentes modalidades esportivas pretendem utilizar substâncias anabolizantes, entendendo que isso poderia proporcionar uma melhora da performance. Além de ser tido como conduta antiesportiva, o consumo de drogas ou qualquer outro tipo de substância que melhore de forma artificial o rendimento de um atleta durante uma competição e que traga efeitos prejudiciais é considerado doping.

Aquele atleta que utiliza doping leva certa vantagem (desleal) em relação aos que não o fazem, por isso o procedimento é considerado antiético e é proibido pelo esporte.

Ademais, o uso de anabolizantes para fins estéticos ou de ganho de performance é totalmente contraindicado.

Outro ponto negativo para a saúde daquele que faz uso de anabolizantes são os efeitos colaterais para o coração, o fígado e o cérebro. Aumento da pressão arterial, piora do colesterol, risco de embolias e infarto, câncer de fígado, hepatite, ginecomastia (aumento das mamas), acne e calvície são algumas das complicações mais frequentes em decorrência do uso indevido dessas substâncias, haja vista que o uso médico dessas drogas é feito de forma controlada.

Nas mulheres, além dos efeitos colaterais citados acima, encontramos o aumento do clitóris, rouquidão, infertilidade, problema nas mamas. Sem contar ainda as alterações da mente, tanto em homens como em mulheres, como agressividade, irritabilidade, ansiedade, dependência, risco de suicídio e transtorno dismórfico corporal (vigorexia), além do evento morte. Afora os malefícios para a saúde física e mental no caso dos atletas há a punição pelo órgão esportivo competente, podendo inclusive ser punido o atleta que utilize substâncias impróprias e/ou o profissional que prescreva seu uso.

 

EDUARDO RAUEN – é médico nutrólogo e do esporte do Hospital Albert Einstein e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e diretor técnico do Instituto Rauen, Medicina, Saúde e Bem-Estar

GESTÃO E CARREIRA

NINGUÉM É PERFEITO

As mulheres tendem a se candidatar a uma vaga de emprego ou a uma promoção apenas quando se sentem totalmente prontas para o cargo. Mas essa atitude pode prejudicar a carreira

Ninguém é perfeito

“Toda vez que me pediam para responder algo na sala de aula, eu tinha certeza que iria envergonhar a mim mesma. Sempre que fazia uma prova, eu estava certa que havia ido mal. E toda vez que não me envergonhava – ou até me saía bem -, eu acreditava que tinha enganado todo mundo”, escreve Sheryl Sandberg, chefe operacional do Facebook, em seu livro Faça Acontecer Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar (Companhia das Letras, 35,90 reais), ao falar sobre um problema comum entre muitos profissionais em todo o mundo: a síndrome do impostor. Quem lida com essa questão, basicamente acredita que não merece ter êxito no que faz e é uma fraude preste a ser desmascarada.

Era assim que Anna Flavia, de 2 anos, se sentia. Tanto que demorou duas semanas para enviar um teste a uma vaga de engenheira de softwares da Creditas, plataforma de crédito online. Isso porque ela ficou com medo de sua solução estar incorreta. “Eu tinha de desenvolver um código e fiz isso em um dia. Mas eu olhava para ele e pensava que se o entregasse rapidamente, não sentiria que estava bom. Mas, se eu demorasse, poderia perder a vaga, diz. Quando foi chamada para a entrevista presencial, Anna achou que se tratava de um engano. “Imaginei que eu teria de explicar alguma coisa que não tinha ficado boa em meu teste”, afirma. Mas a realidade estava longe da fantasia – e, naquele dia Anna saiu contratada como engenheira plena na companhia, apesar de não ter ensino superior, outro fato que a deixava ainda mais insegura para atuar na área de tecnologia. Mesmo com o crachá nas mãos, a desenvolvedora continuou se sentindo insegura. “No primeiro mês, qualquer pessoa que me chamasse para conversar, eu achava que iria me mandar embora. Para mim, eu era uma impostora”, diz. Em uma experiência anterior, durante uma entrevista de emprego, me perguntaram se eu conseguiria programar tão bem ‘naqueles dias’. Mesmo depois disso, aceitei a vaga, porque, na minha cabeça, não conseguiria coisa melhor”, diz Anna. Em outra ocasião, ao fazer uma entrevista no mesmo lugar que um amigo com conhecimentos técnicos iguais aos dela a discrepância de tratamento entre os dois ficou clara. ”A entrevista dele durou apenas 40 minutos, enquanto o gestor ficou 3 horas me fazendo perguntas. No final, o salário que me ofereceram era 500 reais mais baixo do que o oferecido a ele”, afirma.

 PRECISA SER ASSIM?

A síndrome do impostor pode acometer qualquer pessoa, mas parece que as mulheres têm certa tendência a se sentir dessa forma. Pelo menos é o que aponta uma famosa pesquisa. feita pela companhia de tecnologia HP em 2014. O levantamento mostrou que a maioria das funcionárias da empresa só se candidataria a uma vaga se preenchesse 100% dos pré­ requisitos. Entre os homens, ter apenas 60% das competências já seria o bastante para concorrer à posição. Embora tenha sido desvendado há cinco anos, esse comportamento feminino parece continuar ecoando nos dias atuais. Tanto que, segundo um levantamento divulgado pelo LinkedIn, com base nos dados de mais de 610 milhões de membros da rede social em 200 países, as mulheres são 20% menos propensas a se candidatar a um emprego em comparação com os homens.

A sensação é que, se não tiverem certeza de que estão totalmente preparadas, as profissionais não saem do lugar. Mas por que isso acontece? Uma das explicações passa por fatores de nossa cultura ainda estruturalmente machista que influencia, mesmo inconscientemente, a forma como as mulheres são criadas – e o modo como se comportam quando ingressam no mercado de trabalho. Segundo especialistas, isso ocorre porque meninos são, em geral, educados para serem ousados e correr riscos. Já as mulheres são encorajadas a serem sensíveis e a apostar no que é seguro.

Além das construções sociais, outros fatores podem diminuir a confiança de uma mulher no próprio taco. De acordo com o relatório global Mulheres nos Negócios e na Gerência, publicado em 2015 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) teto de vidro (metáfora para o fato de determinadas minorias só conseguirem ascender na carreira a certo ponto, sem chegar aos níveis hierárquicos mais altos) ainda é um problema real para as mulheres nos negócios. Tanto que a maioria das pessoas pensam em características masculinas quando imaginam um líder – esse foi o resultado de uma pesquisa feita pela psicóloga Isa Cuadrado, da Universidade da Almeria, na Espanha, com 115 homens e 80 mulheres. Para chegar a essa conclusão, a pesquisadora fez com que as pessoas respondessem o que achavam mais importante em um chefe baseando-se em alguns estereótipos de gênero (como “sem autoconfiança e capacidade de negociar, e tomada de decisões rapidamente” para os homens entender e ajudar aos outros, é emocional e sensitiva”. Para as mulheres). estereótipos masculinos foram lembrados pelos entrevistados. E isso claro, influencia na ascensão feminina no mercado. Não é à toa, que uma pesquisa global da Grant Thornton, empresa americana de contabilidade e consultoria, apontou que de 2017 para 2018 houve um decréscimo de 25% na presença de mulheres na liderança em 35 países ao redor do mundo.

 OU TUDO OU NADA

A sensação que fica para as profissionais é que, se elas não forem perfeitas, não vão chegar longe. “As mulheres ficam mais em evidência por serem minoria em alguns ambientes corporativos e por seus resultados serem mais observados. Isso impõe a necessidade de que esses resultados sejam sempre muito bons e acaba perpetuando uma diferenciação que não é benéfica para o equilíbrio de gênero nas empresas”, afirma Ana Claudia Pinhal, diretora de soluções de talento do LinkedIn Brasil.

Para Regina Madalozzo, professora do Insper, as mulheres perseguem o limite da perfeição de jeito diferente dos homens. “Claro que eles tentam ser melhores, mas de uma forma muito menos restritiva, como se, para as mulheres existisse a penas um jeito de alcançar os objetivos, que é serem perfeitas porque é a referência que elas têm. Já os homens têm diversos outros exemplos de sucesso”, diz.

Outros pontos, como o machismo e a descrença de algumas partes sociedade sobre as qualidades profissionais das mulheres, atrapalham quando elas estão em busca de uma nova oportunidade. Com essa mistura de situações, está pronto o mito de que as mulheres precisam estar 100% preparadas para participar de um processo seletivo – o que, para especialistas ouvidas não passa de uma lenda. “Os requisitos de uma vaga são apenas desejáveis, e é difícil alguém ter todos. A mulher precisa mostrar no que é boa e focar isso. O que precisar ser desenvolvido será”, afirma Regina. Além disso, estar totalmente pronta para uma vaga pode ser desinteressante para a carreira. “Se você já está 100% preparada, na minha opinião, significa que essa posição não deveria mais ser seu objetivo. Considerando que o mundo profissional está em constante mudança, acreditar nisso é uma ilusão”, afirma Claudia, do LinkedIn.

Por isso, muitas vezes é preciso se forçar a encarar um desafio. Essa foi a atitude de Renata Altemari, 32 de anos. Para conquistar o cargo de gerente de soluções de vídeos no Twitter para a América Latina, ela participou de um processo seletivo interno. Mas, quando a vaga surgiu, achou que não tinha as competências necessárias. ”Um homem do meu time também decidiu entrar no processo então percebi como é comum nos diminuirmos. Nós tínhamos as mesmas qualificações e, mesmo sabendo que eu tinha pontos a meu favor, pensava que ele estava à minha frente”, diz Renata. Depois de ir com a cara e a coragem, ela foi promovida. “Minha chefe me encorajou e comentou que estava pensando em me promover. No fim, conquistei o novo cargo. Foi um momento muito importante em minha carreira”, afirma.

 DESMISTIFICANDO A PERFEIÇÃO

Caso a insegurança bata antes mesmo de se inscrever em uma vaga, o primeiro passo é pesquisar um pouco mais sobre a empresa para conhecer sua cultura e saber qual o perfil de candidatos que ela procura. Depois disso, vale a pena entrar em contato diretamente com o recrutador e fazer o máximo de perguntas possível, por exemplo: “Quais competências são realmente necessárias e quais podem ser desenvolvidas ao longo da carreira? Uma vez conquistado o posto, é importante manter um contato frequente como gestor e entender melhor as práticas de igualdade de gênero que o local oferece para que as mulheres se sintam mais seguras para competir. “Parte importante do processo de empoderamento das mulheres no mercado de trabalho é a forma como os gestores lidam com seus times. O ideal é que busquem entender as diferenças entre liderar homens e mulheres e os vieses de gênero, auxiliando em uma mudança de postura”, diz Renata.

Outra chave para deixar de se sentir uma impostora parece bastante simples à primeira vista, mas pode ser urna tarefa complicada: auto­ conhecimento. Para se conhecer melhor, vale fazer terapia, sessões de coaching e até ler livros sobre a carreira. “Tudo isso é importante para dar um embasamento a seu crescimento profissional”, diz Regina. No fundo, o mais importante é internalizar que ninguém é perfeito – e ninguém estará, nunca, totalmente pronto para nada.

 SABOTAGEM FEMININA

Pesquisa do LinkedIn mostra que as profissionais são mais inseguras para disputar vagas

Ninguém é perfeito. 2

ALIMENTO DIÁRIO

SEGREDOS DO LUGAR SECRETO

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CAPÍTULO 48 – O SEGREDO DE ANDAR COM DEUS

 

Deus está procurando não somente uma noiva apegada, mas também uma parceira que ande junto com Ele. Desde o início, Deus tinha um relacionamento com Adão e Eva que o levou a encontrá-los enquanto “andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia” (Genesis 3.8). Deus criou o homem pelo prazer de um relacionamento de andar junto que envolve companheirismo, diálogo, intimidade, tomada de decisão conjunta, deleite mútuo e domínio compartilhado. Deus anseia por andar com você, e este é o motivo pelo qual seus braços de graça têm atraído você para um caminhar mais próximo dele.

Minha esposa, Marci, ama fazer caminhadas com sua amiga Wendy. Elas falam o tempo todo, sem parar. A caminhada não é apenas um exercício divertido, mas também aprofunda a amizade. Jesus fazia esse tipo de caminhada com os seus discípulos e ainda gosta de caminhar conosco dessa mesma maneira hoje.

O lugar secreto não é o destino, é somente o catalisador. Ele foi projetado por Deus para estabelecer uma amizade íntima entre nós à medida que andarmos com Ele diariamente. O objetivo que buscamos é um caminhar diário de comunhão ininterrupta com nosso Senhor e Amigo.

Enoque foi o primeiro homem da Bíblia que andou com Deus:

Depois que gerou Matusalém, Enoque andou com Deus 300 anos e gerou outros filhos e filhas. Viveu ao todo 365 anos. Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado. – Génesis 5.22-24

Mesmo que os homens tenham começado a invocar o nome do Senhor nos primeiros dias (Genesis 4.26), Enoque foi o primeiro a descobrir o verdadeiro deleite de andar com Deus. Ele encontrou algo que nem mesmo Adão tinha experimentado. Ele se voltou para Deus até aprender como ter comunhão com Ele em cada faceta de sua vida. Encontrar essa dimensão de relacionamento certamente exigiu uma busca espiritual intensa e, então, quando encontrou isso, o Senhor fez uma declaração gráfica ao arrebatá-lo para o céu. Ao levar Enoque para a glória, Deus não estava tentando nos impressionar com a piedade dele. Deus também não estava dizendo: “Se você se tornar tão espiritualizado quanto Enoque, também será transladado para o céu”. Essa foi uma experiência única que Deus usou para enfatizar um ponto específico. O argumento de Deus era: “Amo andar com o homem! Enoque foi o primeiro homem a verdadeiramente andar comigo, portanto, decidi ressaltar seu exemplo de vida fazendo algo extraordinário com ele. Eu o arrebatei para o céu para salientar o quando valorizo e desejo um relacionamento baseado em andar diariamente com os meus escolhidos”. O exemplo de Enoque continua testemunhando a todas as gerações o grande zelo que Deus tem de andar com o homem.

Quando o zelo de Deus o pegar, ele despertará em você uma grande paixão por andar com Deus e ser seu amigo. Imagine ser Enoque e viver 365 anos – e ter esse relacionamento crescente com Deus! Podemos apenas imaginar a gloriosa profundidade de intimidade que Enoque descobriu. Talvez o coração dele ansiasse tão profundamente por mais que Deus cansou de se restringir. Talvez o coração de Deus estivesse dizendo: “Enoque você me ama com uma paixão tão pura e doce que não desejo mais dizer ‘não’ para você. Vou responder sua oração e lhe mostrar a minha face. Suba!”.

É provável que ao se tornar mais próximo de Deus, Ele não o arre­ bate para o céu da mesma forma que fez com Enoque. Entretanto, Ele realmente deseja revelar a beleza de sua face a você. À medida que andarmos com Deus, Ele abrirá as Escrituras para nós através do Espírito de sabedoria e revelação e revelará a luz da glória que é encontrada nele.

Há outro aspecto acerca da ascensão de Enoque que é importante. Deus esperou que ele completasse 365 anos – e, então, o arrebatou. Como há 365 dias no ano, o período de vida de Enoque, em si, pode ser considerado como outra mensagem de Deus. Basicamente, Deus estava dizendo: “Desejo andar com os homens 365 dias por ano, não 364. Desejo andar com você hoje, o dia inteiro, todos os dias, o ano inteiro, pelo resto de sua vida na terra!”. Nossa! É espantoso considerar o fato de que o grande Deus do Universo tem um interesse tão grande por nós!

Quando andamos com Deus, entramos em dimensões onde Ele revela os segredos de seu Reino. Esses são os caminhos que os antigos per­ correram antes de nós. Noé conhecia o segredo de andar com Deus (Genesis 6.9), como fez Abraão (Genesis 24.40). Através de Cristo, você pode explorar as gloriosas riquezas de conhecer a Deus como eles – e até mesmo em um grau maior, por causa do Espírito Santo que nos foi dado!

Deus deseja andar conosco antes de operar através de nós. Então Ele espera para agir até encontrar o homem ou a mulher certa através de quem possa operar. Para fazer uma colocação direta, Deus opera com seus amigos. Ele não decide o que deseja fazer e então começa a procurar alguém para usar. Ele procura um homem ou uma mulher e, quando encontra, decide como vai operar através da vida deles.

Deus não escolheu Noé porque desejava enviar uma inundação. Deus teve a liberdade de enviar uma inundação, porque tinha encontrado um homem que andava com Ele. Deus sempre parte do princípio de, primeiramente, encontrar um amigo.

Quando Deus tem um Noé, pode enviar uma inundação. Quando Deus tem um José, pode dar a Faraó um sonho divino. Quando Deus tem um Moisés, pode planejar um livramento poderoso para o seu povo. Quando Deus tem um Elias, pode enviar fogo do céu. Quando Deus tem um Samuel, pode testar o coração de Saul. Quando Deus tem um Jesus, pode salvar o mundo. Oh, amado irmão, aprenda definitivamente a andar com Deus!

Quando Deus tem um amigo, a atividade divina é acelerada. As coisas eram bem normais na Babilônia até Daniel aparecer. Mas agora que havia um homem na Babilônia que andava com Ele, Deus poderia acelerar seus propósitos. Todas os tipos de coisas começaram a acontecer.

Nabucodonosor começou a receber sonhos divinos. Os homens foram preservados mesmo dentro de uma fornalha ardente. Nabucodonosor ficou louco por sete anos e, então, sua sanidade foi restaurada. A mão apareceu e escreveu na parede. Daniel teve livramento da boca dos leões. Uma das revelações mais detalhadas sobre acontecimentos futuros foi registrada. Todas essas coisas puderam acontecer porque Deus tinha Daniel que andava com Ele.

Quando Deus tem um vaso útil que foi preparado para fins honrosos, Ele usará aquele vaso. Para ilustrar, se você colocar um cortador de grama dirigível na minha garagem, prometo o seguinte – eu o usarei! Deus, da mesma forma, usará quem anda com Ele, mas está procurando especialmente três qualidades fundamentais: humildade, fidelidade e lealdade. Ele deseja trabalhar com amigos que sejam leais a Ele independentemente de tudo.

Mesmo quando as circunstâncias sugerirem que Deus é injusto, seus verdadeiros amigos continuarão andando com Ele. Portanto, o Senhor testará nossa fidelidade. Quando provamos que somos seus amigos mesmo em meio a grandes calamidades da vida, nos tornamos qualificados como vasos úteis.

Jesus é o exemplo quintessencial de alguém que andou com Deus. Ele andou tão proximamente do Pai que sempre estava no Espírito, mesmo quando estava acordando de um sono profundo. Quando acabo de acordar, às vezes, estou mal-humorado ou ainda zonzo de sono. Mas quando os discípulos acordaram Jesus de um sono profundo, Ele acalmou a tempestade! Que realização incrível! Ser despertado de um sono profundo e ficar instantaneamente no Espírito. Senhor, se eu acordar de forma parecida, com este andar profundo com você, então ficarei satisfeito!

Eis o segredo: o lugar secreto é onde desenvolvemos um relaciona­ mento de andar com Deus. Devemos desenvolver uma história secreta com Deus antes de Ele nos dar uma história pública perante as pessoas. Ocultos no lugar secreto, aprendemos o que está procurando nos amigos e descobrimos como agradá-lo. Nossa câmara íntima com Ele torna-se nosso terreno de treinamento para uma vida arraigada e alicerçada em amor.

Jesus nos disse que confia os propósitos de seu Reino a seus amigos (João 15.15). Senhor, desejo ser seu amigo, seu confidente, leal até a morte. Desejo andar com você, falar com você, ouvi-lo, ouvir seu coração e participar de suas atividades neste momento tão importante da história humana. Ensina-me, Senhor, a andar contigo!

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