PROVÉRBIOS 29: 15-17
A DISCIPLINA DOS PAIS
V. 15 – Os pais, na educação de seus filhos, devem considerar:
1. O benefício da correção apropriada. Não somente os pais devem dizer aos seus filhos o que é bom e mau, como devem repreendê-los, e corrigi-los e puni-los também, se necessário for, quando negligenciarem aquilo que é bom ou fizerem o que é mau. Se uma repreensão servir, sem a vara, muito bem, mas a vara não deve ser usada nunca sem uma repreensão racional e séria; e então, embora possa haver um desconforto momentâneo para o pai e também para o filho, ainda assim dará ao filho sabedoria. O filho receberá a advertência, e desta maneira, obterá sabedoria.
2. O erro da indulgência indevida: um filho que não é reprimido nem repreendido, mas é deixado à própria sorte, como Adonias, para seguir as suas próprias inclinações, pode fazer o que desejar, mas, se decidir enveredar por maus caminhos, ninguém o impedirá; é praticamente garantido que seja uma desgraça para a sua família, e traga sua mãe, que o minou e lhe permitiu a sua devassidão, à vergonha, à pobreza, à reprovação, e talvez ele mesmo a maltrate e insulte.
V. 16 – Observe:
1. Quanto mais pecadores existirem, mais pecado existirá: quando os ímpios, tolerados pelas autoridades, se multiplicam, e circulam por toda parte, não é de admirar que se multipliquem as transgressões; é como o caso de uma praga no campo: diz-se que ela aumenta quando mais e mais se infectam por ela. A transgressão fica mais atrevida e ousada, mais imperiosa e ameaçadora, quando há muitos que a estimulam. No mundo antigo, quando os homens começavam a se multiplicar, começavam a se degenerar e a se corromper, sim, tanto a si mesmos como uns aos outros.
2. Quanto mais pecado existe, mais próxima está a destruição ameaçada. Que os justos não tenham a sua fé e a sua esperança chocadas pelo crescimento do pecado e pelo aumento dos pecadores. Que não digam que lavaram em vão suas mãos, ou que Deus abandonou a terra, mas que esperem pacientemente; os transgressores cairão, a medida da sua iniquidade será total, e então cairão de sua dignidade e poder, e cairão em desgraça e destruição, e os justos terão a satisfação de ver a sua queda (Salmos 37.34), talvez neste mundo, certamente no juízo do grande dia, quando a queda dos inimigos implacáveis de Deus será a alegria e o triunfo dos santos glorificados. Veja Isaías 66.24; Gênesis 19.28.
V. 17 – Observe:
1. É algo muito feliz quando os filhos mostram ser a consolação de seus pais. Os bons filhos o são; eles lhes dão descanso, sossego, e os livram das muitas preocupações que tiveram, a seu respeito; eles dão delícias às almas de seus pais. É um prazer para os pais, um prazer que ninguém conhece, exceto os que recebem a bênção de poder desfrutá-lo, ver o feliz fruto da boa educação que deram aos seus filhos, e ter uma amostra do bem que eles farão, para os dois mundos; é um prazer proporcional às muitas inquietudes de coração que preocuparam os pais.
2. Para isto, os filhos devem ser educados sob rígida disciplina, e não devem ter permissão de fazer o que bem desejarem, nem deixar de ser repreendidos, quando fizerem algo errado. A tolice existente em seus corações deverá, pela correção, ser expulsa, quando são jovens, ou irromperá, para sua própria vergonha, bem como a de seus pais, quando já forem crescidos.