PSICOLOGIA ANALÍTICA

ANSIEDADE

A principal característica do transtorno é o pensamento voltado para o futuro: há a sensação permanente de que algo desconfortável ou mesmo catastrófico pode acontecer. Na tentativa de fugir de ameaças imaginárias, muitos deixam, por exemplo, de ir a uma festa para evitar o julgamento alheio ou de sair de casa com receio de sofrer um ataque de pânico. felizmente, há tratamento. O primeiro passo é reconhecer quando a preocupação está passando dos limites e buscar ajuda médica ou psicológica

“Um pedaço de pão comido em paz é melhor que um banquete mastigado com ansiedade.” A citação de Esopo revela um aspecto crucial dessa emoção: o pensamento voltado para o futuro. Com a mente focada no que pode acontecer, vivemos em alerta e não usufruímos o presente. Ela atinge diretamente o bem-estar. “A princípio, não existe ansiedade boa. É essencialmente desagradável, de caráter antecipatório. É uma emoção complexa, que envolve o medo como sintoma”, define o psiquiatra e terapeuta do comportamento Tito Paes de Barros Neto, autor de Sem medo de ter medo (Casa do Psicólogo, 2000). Isso não significa que seja sempre patológica, pelo contrário. A ansiedade é uma reação saudável quando associada a situações que podem causar mudanças em nossa vida ou comprometer nossa integridade física ou a de quem amamos, como uma prova importante, receber os resultados de um exame médico, a demora de um ente querido para chegar em casa. “Imagine atravessar a rua. O medo de ser atropelado nos faz olhar para os dois lados. Tem função protetora. Mas, se deixamos de sair de casa porque existe possibilidade de sofrer um acidente, é patológico”, diz Barros Neto.

Sintomas físicos da ansiedade são muito próximos dos do estresse – coração acelerado, boca seca, mãos frias, respiração ofegante. Surgem quando há estímulo real, sinalizando que o corpo e a mente estão se preparando para enfrentar um desafio. Nesse caso, a ansiedade é adaptativa. “É uma função mental normal e útil. Ela ajuda a nos preocuparmos com o futuro e a tomar medidas antecipadas para evitar problemas. Mas, quando passa dos limites, começa a causar prejuízos. Por exemplo, a pessoa fica tão preocupada com uma prova que nem consegue dormir nem se concentrar para estudar, ou fica tão ansiosa com uma festa que passa mal e não consegue ir”, diz o psiquiatra Antônio Egídio Nardi, coordenador do Laboratório de Pânico e Respiração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ansiedade patológica, sintomas físicos, psíquicos e comportamentais podem surgir sem estímulo específico: irritabilidade, insônia, inquietação, dores de cabeça, diarreia, comportamentos de evitação e sensação de estar perdendo o controle. “Muitas das pessoas que buscam ajuda médica chegam com o receio de estarem ficando loucas. Relatam ter medo de se descontrolar, de cometer um desatino”, diz Barros Neto.

A ansiedade patológica compreende vários espectros. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM) prevê diferentes tipos do transtorno, que diferem nos sintomas e no tratamento indicado. Os transtornos de ansiedade são, juntos, o problema de saúde mental mais comum no mundo – a prevalência na população é de 25%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso sugere que a patologia não é causada apenas por fatores sociais e culturais – uma “doença moderna” -, como o senso comum considera. Não existe nenhum marcador ou exame laboratorial que ajude no diagnóstico de um transtorno de ansiedade, que é clínico, ou seja, baseado nos sintomas. O psiquiatra deve descartar possíveis causas orgânicas subjacentes aos sintomas, como alterações hormonais da menopausa ou disfunções da glândula tireoide.

A hipótese mais aceita é que cada transtorno de ansiedade é o resultado da interação entre genética e estímulos ambientais estressantes. “Sem o fator genético não existe o transtorno, mas a presença dele também não é um destino, é apenas uma possibilidade”, diz Nardi. No pânico, por exemplo, há mais influência dos fatores hereditários. Já os transtornos de ansiedade generalizada (TAG) e fobia social sofrem mais influência ambiental. “Nesse caso, a cultura de meritocracia e a urbanização aumentam, sim, a incidência”, diz o psiquiatra Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade (Amban) do Hospital das Clínicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). O estudo epidemiológico São Paulo Megacity Mental Survey, que avaliou a morbidade psiquiátrica na região metropolitana paulista, levantou uma prevalência de 29% da população. “Grupos de risco incluem imigrantes, pessoas que vivem em regiões com alto índice de violência e mulheres jovens de baixa renda”, diz Bernik.

O tratamento medicamentoso var ia conforme o tipo de transtorno. No pânico, geralmente, é inicialmente feito com a associação de ansiolíticos (benzodiazepínicos) e antidepressivos, especialmente os inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS). Quando estes últimos começam a fazer efeito, os ansiolíticos são retirados.

Segundo Barros Neto, ansiolíticos devem ser usados com reserva. “Podem causar de­ pendência química e problemas de memória quando há uso prolongado”. O tratamento com antidepressivos é mais eficaz quando combinado à psicoterapia. “Há estudos somente com psicoterapia, outros somente com medicação. Em trabalhos que avaliam a combinação, os resultados costumam ser superiores, porém há ainda controvérsias”, diz Bernik. “Para evitar recaídas, de modo geral deve-se prolongar o tratamento por um ano. Poucos pacientes precisam de tratamento continuado de longo prazo.”

MEDO DE GENTE

O mais comum dos transtornos de ansiedade é a fobia social, ou ansiedade social, que afeta de 3,5% a 16% da população geral – os dados variam devido à metodologia e às amostras dos diferentes estudos. Os primeiros sinais costumam surgir ainda na infância. Bernik enumera possíveis sintomas do transtorno nessa fase da vida, que devem ser examina­ dos com cuidado. “Ansiedade de separação, uma preocupação exagerada em se afastar dos pais ou de que algo ruim aconteça com eles. Situações em que a criança fala somente na presença dos pais ou parentes próximos, recusa-se a ir para a escola ou manifesta sofrimento excessivo na véspera de provas ou competições esportivas.”

A fronteira entre a timidez excessiva e o transtorno é difícil de demarcar – basicamente, é necessário tratamento quando o receio de ser observado e avaliado pelos outros começa a causar sofrimento ou prejuízos em algum campo da vida, seja profissional, como a perda do emprego por evitar o ambiente de trabalho, seja pessoal, como a dificuldade em travar relacionamentos. “O fóbico social costuma ser monossilábico, econômico nas palavras. Isso é geralmente interpretado pelas outras pessoas como desinteresse. A pessoa com o transtorno tende, assim, a se isolar. Evita situações cotidianas nas quais pode se sentir constrangida, como comer ou escrever na frente dos outros”, diz Barros Neto. Além disso, a ansiedade social está particularmente relacionada ao abuso de álcool e outras drogas que facilitam a interação social.

O tratamento da fobia social é feito com antidepressivos e terapia comportamental, que compreende estratégias como terapia de exposição e treino de habilidades sociais. O terapeuta simula em consultório situações que geram ansiedade – como incentivar o paciente a preencher um cheque na presença de outras pessoas e, principalmente, iniciar e manter conversas. A ideia é que a exposição repetida e prolongada diminui gradualmente a sensibilidade ao estímulo.

Mais recentemente, é possível contar com a tecnologia para o tratamento da ansiedade social. Na terapia de exposição à realidade virtual, o paciente vivencia, num cenário fictício e controlável, a situação que teme. Um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPQ-USP) analisou os efeitos da terapia de exposição à realidade virtual (ERV) não imersiva em 21 pessoas diagnosticadas com fobia social. Feita com imagens tridimensionais (3D) em monitores de computador, com o uso de óculos estereoscópicos e fones de ouvido, essa modalidade tem menor custo que a RV imersiva, que demanda o uso capacetes. Assim, orientados pela psicóloga Cristiane Gebara, autora do estudo, cada participante interagiu com um programa de computador que apresentava várias simulações: desde caminhar na rua – e ser observado por transeuntes – e arriscar pedir uma informação até receber convidados em uma festa e discursar para todos em agradecimento, lidando com imprevistos, como um celular que toca e pessoas que cochicham. O tratamento se completou, em média, em sete sessões e o tempo de habituação aos estímulos foi de cerca de 20 minutos. A média de redução dos sintomas de ansiedade social foi de mais de 70%. A pesquisadora reavaliou os pacientes seis meses depois do fim do tratamento e constatou que a melhora se manteve. “A técnica de exposição à realidade virtual preserva a privacidade do paciente, o que aumenta as chances de ele aderir ao tratamento, que pode ser oferecido em consultório”, explica a autora.

REAÇÕES PRIMITIVAS

A maior parte das mudanças químicas e estruturais observadas nos transtornos de ansiedade é similar às do estresse crônico. Um exemplo são as alterações do eixo endócrino hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), que tem papel fundamental na resposta aos estressores psicológicos. Também há diminuição do controle dos receptores de CRF (fator ou hormônio liberador de corticotrofinas) sobre a produção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que estimula as glândulas adrenais, nos rins, a liberar cortisol, o hormônio do estresse. Nos quadros de fobias e pânico, há diminuição do controle do córtex pré-frontal (responsável, entre outras funções, por inibir comportamentos) sobre o funcionamento da amígdala – região subcortical, isto é, mais primitiva do cérebro -, associada ao processamento de emoções como medo e raiva.

A ansiedade foi um mecanismo importante para a evolução. Se não houvéssemos nos preocupado com nossos predadores e outros perigos, não teríamos tomado medidas de preservação da espécie. “O processo biológico de luta ou fuga do estresse permanece. A mente cria fantasias: uma ameaça fictícia é capaz de desencadear toda a bioquímica do estresse”, diz o psicólogo e psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, coordenador da Clínica de Redução do Estresse da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), que ensina técnicas de meditação de atenção plena (mindfulness) a pessoas com problemas de saúde relacionados ao estresse. A prática consiste basicamente em tentar focar a atenção no momento presente e observar pensamentos e sensações que transitam na mente. “A mente ansiosa é uma mistura do mecanismo ‘sempre alerta’ que adquirimos durante a evolução e de pensamento catastrófico. A meditação permite olhar para dentro e reconhecer ‘o lado negro da força’: medo, raiva e demais emoções que devem ser trabalhadas. E isso incomoda”, explica Maciel.

A prática compreende, por exemplo, a conscientização dos movimentos respiratórios. Inspirar e expirar o ar lentamente induz ao relaxamento e à introspeção, o que tem impacto imediato sobre sintomas físicos da ansiedade. As relações biológicas entre sistema respiratório e crises de ansiedade são pesquisadas por Nardi e seus colegas no Laboratório de Pânico e Respiração da UFRJ. Os ataques de pânico têm sintomas comuns à síndrome de hiperventilação (aumento da frequência e quantidade de ar que chega aos pulmões quando respiramos rápida e profundamente): palpitações, tremores, sensação de desmaio. Assim, a hiperventilação é capaz de desencadear a parte “automática” de um ataque. O excesso de ar ventilando nos pulmões reduz as concentrações de gás carbônico (C0) no sangue alterando o equilíbrio ácido-base do sistema nervoso central, o que desencadeia os sintomas cardiorrespiratórios. Assim, explica Nardi, as técnicas respiratórias são capazes de reestabilizar o pH sanguíneo e bloquear o automatismo da crise. Além disso, “mantêm o pensamento ‘longe’ do foco de ansiedade, ajudando a relaxar”, diz. Tanto é que uma das estratégias da terapia de exposição interoceptiva (que consiste em aumentar a conscientização das variações físicas que ocorrem no próprio corpo) para transtorno de pânico é provocar a hiperventilação. Com orientação do terapeuta, o paciente aprende a reconhecer que os sintomas físicos do distúrbio podem ser administráveis.

AGULHAS QUE TRATAM

” Da perspectiva da medicina tradicional chinesa não se fala em estresse, mas em adoecimento físico e emocional causado pelo contexto de vida do indivíduo”, explica a médica especialista em acupuntura Márcia Yamamura, do Setor de Medicina Chinesa – Acupuntura da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Cada emoção está relacionada a um órgão – a ansiedade está associada ao coração. A técnica consiste em aplicar agulhas em pontos definidos, distribuídos pelos meridianos – canais energéticos – correspondentes ao órgão em desarmonia, de forma a equilibrar disfunções ainda no nível energético e impedir, de acordo com a medicina tradicional chinesa, que evoluam para os graus funcional (inflamatório, quando há alterações na função do órgão) e orgânico (quando há lesão no tecido). O diagnóstico considera a saúde física e mental do paciente como um todo.

A acupuntura da medicina chinesa tem também efeito preventivo, como a alimentação saudável e a prática de atividade física. Pode evitar que o desequilíbrio psicoemocional venha a se desdobrar em problemas orgânicos no futuro. “No nível orgânico, a acupuntura é um tratamento coadjuvante à medicina convencional, não curativo. Ela atua no fator emocional desencadeante da doença, no grau energético”, diz a especialista, que estuda e aplica a técnica de mobilização do Qi mental, desenvolvida no mesmo setor da Unifesp. Basicamente, consiste em voltar a mente para as próprias emoções e reconhecer e trabalhar aquelas que levam à doença antes que se tornem alterações funcionais e orgânicas. “A maioria das pessoas não se previne contra doenças, muitas delas diagnosticáveis no nível energético”.


OUTROS OLHARES

DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA

Expansão indiscriminada da Internet, em graus mais contundentes, pode provocar uma espécie de vício aos usuários, desde em jogos eletrônicos em rede até em sexo virtual.



A expansão em larga escala da Internet, no Brasil, é uma faceta relativamente recente. Apenas em 1995 esse modelo tecnológico tornou-se uma realidade nos domicílios brasileiros (ainda que circunscrito, inicialmente, em lares de famílias com maior poder aquisitivo), tendo em vista que, anteriormente, o seu acesso era restrito a centros acadêmicos.

Indiscutivelmente, o usufruto da Internet, dos jogos eletrônicos e do celular, traduzidos pela popularização da cibernética, modificou substancialmente o processo de comunicação, diversão e trabalho. Tornou-se comum, exemplificando de forma breve, a utilização desses recursos de forma simultânea, ou seja, independentemente da necessidade de se ter um periférico eletrônico específico. É possível, enquanto se navega na Internet, jogar com os amigos e conversar com outras pessoas por programas de chat (Skype, que é equivalente ao uso do celular, um recurso de comunicação, porém, sendo possível ver a outra pessoa, caso ela tenha uma webcam). Esta é apenas uma das facilidades que os recursos cibernéticos propiciaram à população, que acabaram por revolucionar a maneira de experienciar o mundo.

As modificações descritas anteriormente não ficaram circunscritas apenas às residências, elas foram disseminadas a outros ambientes, sendo inseridas também no âmbito organizacional. Carlotto (2011) comenta que é visível que as organizações têm incorporado os modelos de interações virtuais, o que pode ser traduzido por novos processos de comunicação intermediados por vídeo ­ conferência, telefone ou e-mail. Desta forma, é possível questionar: a tecnologia interfere na vida dos sujeitos? Apesar da possível obviedade da resposta, Carlotto opta por afirmar que o mais relevante, antes de buscarmos este posicionamento, é apontá-la como sendo neutra. O que se deve levar em consideração é o modo como o sujeito interpreta (aspecto cognitivo) e usa (aspecto comportamental) esta tecnologia.

Estes dois fatores, em sintonia, podem levar o indivíduo ao estado patológico ou saudável, neste íntimo relacionamento com os jogos eletrônicos, a Internet e o celular.

USOS PROBLEMÁTICOS

O uso problemático da Internet, que pode, em nível mais grave, desenvolver-se para uma dependência tecnológica, possui disseminações relevantes, desde o uso de jogos eletrônicos em rede até a dependência de sexo virtual e a pornografia.

Apesar de a pornografia ser antiga na história da civilização, apenas nas duas últimas décadas estudos foram desenvolvidos sobre o acontecimento restrito ao ciberespaço. Desta forma, contemporaneamente, considera-se, pela literatura científica, a existência de um novo tipo de interação sexual, agora, em caráter virtual.

Este novo comportamento on­line obteve amplo êxito na avaliação dos seus usuários, devido às inúmeras vantagens do seu usufruto: não há a necessidade da presença física do parceiro ou da parceira para haver interação sexual; o anonimato (o que pode se tornar uma fonte de problemas judiciais, tendo em vista a possibilidade de fuga de crimes cibernéticos, como a pedofilia); a busca imediata pelo prazer, sem a necessidade do deslocamento do internauta para um local de estrutura física real (motel, apartamento, boate etc); a existência de um mercado ilimitado para essa prática; prevenção do medo da rejeição (podendo ser considerado, em alguns casos, uma estratégia compensatória do usuário, como os pacientes com transtorno de ansiedade social); e, por fim, um espaço seguro para a experimentação entre a fantasia e o mundo off-line (termo em inglês que equivale a “estar desconectado da Internet”).

Ressalta-se que há diferenças entre a dependência de sexo virtual (tendo como seus principais sintomas a obsessão e a compulsão pelo uso da pornografia na Internet, agressividade e isolamento social) em detrimento de um viés caracterizado pelo uso recreativo de tal artefato tecnológico, que não é considerado patológico (nesse sentido o usuário tem total controle do seu comportamento e cognições, assim como não há o envolvimento com atividades ilegais na rede).

Delmonico e Griffin (2011) sugerem que este último grupo (usuários com uso saudável), que não revela problemas em seu comportamento on-line, perfaz 80% dos internautas que utilizam recursos pornográficos na Internet, sendo um número visivelmente superior aos 20% dos sujeitos que possam estar inclusos no grupo de uso desadaptativo desse recurso virtual. Um estudo conduzido por Grov et ai. (2011) revela vantagens comportamentais dos internautas de uso saudável, sendo uma delas a melhoria na comunicação sexual em seus relacionamentos.

GESTÃO E CARREIRA

BIRD BOX: PARA O QUE VOCÊ TEM FECHADO OS OLHOS NA GESTÃO DE PESSOAS?

Se você ficou interessado no tema, provavelmente, foi atraído por duas questões: a primeira pode ser por que não assistiu o filme e ficou curioso para saber do que se trata “Bird Box”. Ou, a segunda opção, por que não conseguir associar o que esse filme tem relação com Gestão de Pessoas. O longa-metragem foi baseado no livro com o mesmo nome e de autoria do autor Josh Malerman – publicado no Brasil pela Editora Intrínseca com o título de “Caixa de Pássaros”.

Para você que ainda não assistiu, prometo que não darei “spoiler” ou qualquer dica do clímax que acontece no filme, mas vou apresentar uma síntese para que entenda a relação entre a história e a minha análise feita. O filme acompanha a história de Malorie (Sandra Bullock) onde, em sua primeira cena, já mostra trabalhando em seu ateliê, pintando uma tela.

Nessa cena, já podemos inferir a inabilidade das pessoas de se conectarem naquele momento que já se mostra hostil. Além do quadro que ela está pintando, existem vários outros diversos que possuem o mesmo padrão: um fundo escuro e pessoas sozinhas. É apresentado, também, as problemáticas da personagem e do seu contexto que é desenvolvido no decorrer da história. Malorie tem dificuldades para se conectar com as pessoas e, ainda mais, não acredita na conexão com seu futuro bebê, ao descobrir logo em seguida sua gravidez.

O fato é que podemos associar algumas lições e ações que podemos aprender com o filme. Veja as principais que relacionei:

CONEXÃO SÓCIO RELACIONAL 
No filme fica claro que, a partir do momento em que essa crise e problema se alastra, o extinto de sobrevivência fala mais alto e aumenta ainda mais o isolamento de cada sobrevivente.

Os psicanalistas definiriam uma série de mensagens subliminares no filme. Uma delas, a de depressão em massa – doença que tem assolado os dias atuais e devastado uma quantidade significativa de pessoas. Mas, além dessa mensagem que realmente é um apelo subliminar, percebemos mais lições que podemos analisar.

O contexto de isolamento é visto atualmente em diversos segmentos empresariais, principalmente, quando se sobrevive a diversos altos e baixos das corporações. O “não vou mais falar ou comentar sobre” ou “minha opinião não é ouvida. Melhor ficar quieto” são sinais de isolamento corporativo.

EXCESSO DA CONEXÃO ONLINE
Você já parou para pensar que, embora sejamos todos altamente conectados com as tecnologias que estão disponíveis, temos perdido parte da capacidade de socialização. E isso tem acontecido com todas as atuais e futuras gerações: a necessidade de estar sempre “online”!

O filme nos apresenta o isolamento das pessoas e percebemos que estamos seguindo o mesmo caminho da individualidade relacional. É fato que precisamos da individualidade respeitada, mas estamos perdendo nossa habilidade de conversação real, de diálogos olhos nos olhos e de contato com a vida real.

E, por maior que seja a quantidade de coisas que tentem nos conectar (redes sociais, aplicativos de conversação, etc.), as relações têm se tornado cada vez mais frágeis. Isso vai reforçando, cada vez mais, o nosso individualismo e não o nosso espírito de coletivismo. Ou seja, nossas conexões têm se tornado rasas, superficiais e voláteis.

A PREOCUPAÇÃO EM CONECTAR PESSOAS
Mas o que isso tem a ver com a gestão de pessoas? Eu posso afirmar que tem tudo a ver!

Se temos gerações inábeis ou com dificuldades relacionais, que preferem o contato digital ao real, a gestão de pessoas precisa de mais tempo e dedicação por parte dos RH´s e dos líderes para conectar pessoas aos propósitos. E o que seria das organizações sem a conexão dessas dois?

Conectar pessoas precisa estar constantemente em nosso radar de gestores e, em muitos casos, ser uma ação constante em nosso planejamento estratégico. Perceber esse movimento da presença online é primordial e importante, mas sempre se fazendo entender que, por trás do “online”, há uma pessoa e sentimento que são humanos e reais.

A FAIXA QUE ESCONDE O INVISÍVEL: AS DOENÇAS!
Hoje em dia, vivemos a realidade “fast consumer”. Tudo está ao alcance das mãos e de forma muito rápida. Não nos desconectamos em nenhum momento.

Somos bombardeados por várias notícias, das curiosas às mais aterrorizantes, e não temos paciência para esperar ou ficar para trás em relação ao conhecimento. Isso tudo tem gerado em nossos colaboradores vários tipos de transtornos psíquicos (depressão, bipolaridade, pânico, Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC, psicoses, Transtorno de Ansiedade Generalizada -TAG, isolamento social e o excesso de consumismo ou doenças psicossomáticas).

Portanto, é muito importante entender seus colaboradores, suas dores, ambições e expectativas. A empatia dentro das empresas nunca foi um assunto tão tratado e disseminado quanto nestes últimos anos.

É PRECISO SABER SE ADAPTAR
A história de “Bird box” nos convida a descobrir uma nova forma de viver e que nos obrigue a ter contato com coisas que nem sempre queremos. Por exemplo, o contato com o interno, com o seu “eu interior”.

No filme, a personagem principal tem como objetivo manter os filhos em segurança e, por vários momentos, é enfrentada a sair da sua “zona de conforto”. A protagonista é forçada a enxergar o que precisa ser feito, tentando focar em uma esperança de sair do caos e envolvendo sua mudança física e emocional.

Todos sabemos o quanto é difícil sair da zona de conforto e enfrentar qualquer mudança. Quantas travessias, dificuldades, problemas e reviravoltas (como as da Malorie) muitos de nós já não passou e ainda vamos passar. A adaptabilidade também é algo bastante prezado nas corporações e na vida pessoal.

ESCOLHAS DIFÍCEIS
Sempre fomos desafiados a tomar decisões complicadas que implicam, muitas vezes, em resultados que tem efeito rebote.

Trabalhar as pessoas de sua empresa para aprender a analisar a situação, enxergar os efeitos que vem a rebote, mitigar os impactos e lidar de forma humana com as consequências, precisam ser uma de nossas preocupações com gestão dos recursos humanos.

Na película, temos várias situações difíceis em que alguém precisa tomar uma decisão. O fato é que sempre seremos desafiados a tomar decisões e muitas delas difíceis. Mas nunca paramos para analisar após a decisão feita. Como ficamos e em que nos tornamos? Foi a decisão certa a fazer? Se não, há como voltar atrás?

Lidar com o efeito da decisão em muitos casos pode nos consumir e, caso não façamos da forma estruturada, não saberemos como trabalhar de forma produtiva e estratégica nossas principais decisões.

COMO TRABALHAR A “DECISÃO” NAS EMPRESAS
Muitas vezes, deparamo-nos com situações delicadas, mas lidar com elas é a grande questão. Podemos proporcionar uma Gestalt terapia para grupos que são mais expostos a esse tipo de decisão ou grupos focais para debater. Além disso, compartilhar situações ou até mesmo propiciar nas empresas acompanhamento com terapeutas e psicólogos, pode ser uma excelente decisão para diagnóstico e melhoria de questões que não foram resolvidas.

O importante é entender que, para muitas questões, não teremos respostas e que isso precisa ser trabalhado nas organizações.

Ou seja, acesse sua biblioteca interna de referência. Quanto mais nos conhecemos mais acesso a essas informações teremos e com maior agilidade.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 20: 21-24

MÁXIMAS DIVERSAS

V. 21 – Observe:

1. É possível que alguém obtenha uma propriedade repentinamente e rapidamente. Existem aqueles que desejam ser ricos, de um modo certo ou errado, que não se importam com o que dizem ou fazem, se puderem apenas conseguir dinheiro com isto, e que, se puderem, enganarão seu próprio pai, e que sordidamente economizam e acumulam o que conquistam, negando a si mesmos e às suas famílias o alimento conveniente, e pensando que nada é importante, exceto aquilo com que compram terra ou que aplicam a juros. É desta maneira que um homem pode ficar rico, pode ficar muito rico, em pouco tempo, na sua primeira tentativa.

2. Uma propriedade que é obtida repentinamente é, com a mesma rapidez, arruinada. Ela foi obtida precipitadamente, mas não tendo sido adquirida honestamente, logo amadurece e logo apodrece: o seu fim não será bendito por Deus, e, se Ele não o abençoar, não poderá ser confortável nem ter continuidade, de modo que, no final, aquele que a possui, será um tolo. Seria melhor que ele tivesse levado algum tempo, e a tivesse construído firmemente.

V. 22 – Os que vivem neste mundo devem esperar que lhes sejam feitas ofensas,  afrontas, e que lhes sejam criadas dificuldades injustamente, pois vivem entre espinhos. Aqui, lemos o que fazer quando nos for feita uma injustiça.

1. Não devemos nos vingar, nem mesmo pensar em vingança. nem desejá-la: não digas, nem mesmo em teu coração:- vingar-me- ei do mal” . Não te alegres com a ideia de que, em uma ocasião ou outra, terás a oportunidade de ajustar as coisas com ele. Não desejes vingança, nem esperes por ela, e muito menos decidas vingar-te, nem mesmo quando a ofensa for recente e o ressentimento causado por ela, muito profundo. Nunca digas que farás alguma coisa que não possas, com fé, pedir que Deus te ajude a colocar em prática, e que venha a ser uma atitude vingativa.

2. Nós devemos recorrer a Deus, e deixar que Ele defenda a nossa causa, preserve o nosso direito e ajuste as contas com aqueles que nos fazem o mal, da maneira como Ele julgar adequado, e no seu devido tempo: espera pelo Senhor, e dedica-te a agradá-lo, aquiesce com a sua vontade, e Ele não diz que irá punir aquele que te ofendeu (pelo contrário, Ele deseja que tu o perdoes e ore por ele), mas Ele te livrará, e isto é o suficiente. Ele te protegerá, de modo que quando passares por uma ofensa (como tememos, normalmente), não te exporá a outra; na verdade, Ele te recompensará com o bem, para contrabalançar a tua dificuldade e encorajar a tua paciência, como Davi esperou. quando Simei o amaldiçoou (2 Samuel 16.12).

V. 23 –

1.Isto tem o mesmo objetivo que o que foi dito no verso 10. 1. Isto é repetido aqui, porque é um pecado que Deus detesta duplamente (como a mentira, que é da mesma natureza que este pecado, e que é mencionada duas vezes, entre os sete pecados que Deus detesta, Provérbios 6.17.19 ), e porque provavelmente fosse muito praticado naquela época, em Israel, e por isto. menosprezado, como se não houvesse mal nele, sob a desculpa de que, como era comumente usado, não haveria comércio sem ele.

2. Aqui é acrescentado, “Balanças enganosas não são boas”, indicando que não somente esta prática é abominável para Deus, mas também não lucrativa para o próprio pecador: não existe. realmente, nenhum bem a ser obtido por esta prática, nem uma boa barganha, pois uma barganha obtida por meio de fraude será, no final, uma barganha de perdas.

V.24 – Aqui, nos é ensinado que, em todos os nossos assuntos:

1. Temos uma dependência necessária e constante de Deus. Todos os nossos atos naturais dependem da sua providência, todos os nossos atos espirituais dependem da sua graça. O melhor homem não será melhor do que Deus o faz; e cada criatura é, para nós, aquilo que a vontade de Deus determinou que ela seja. A. nossas iniciativas são bem sucedidas, não conforme nosso desejo, mas como Deus ordena e dispõe. Os passos do homem, até mesmo de um homem forte (pois este é o significado da palavra) são dirigidos pelo Senho1; pois a sua força é fraqueza, sem Deus, e a batalha nem sempre é do forte.

2. Não temos a presciência de eventos futuros, e por isto. não sabemos como prevê-los; então, como é que um homem entenderá o seu caminho? Como ele poderá dizer o que lhe acontecerá, uma vez que os conselhos de Deus. a respeito dele. são secretos? Portanto, como ele poderá. por si só, imaginar o que fazer, sem a orientação divina? Nós entendemos tão pouco o nosso próprio caminho que não sabemos o que é bom para nós, e por isto devemos usar a necessidade como se ela fosse uma virtude, e confiar o nosso caminho ao Senhor (pois o nosso caminho já está em suas mãos), seguir a sua orientação e nos submeter à disposição da sua Providência. .

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