PROVÉRBIOS 20: 13-16
MÁXIMAS DIVERSAS
V.13 – Observe:
1. Os que se gratificam no seu ócio podem esperar que lhes faltem itens necessários e essenciais, que deveriam ter sido obtidos por meio do trabalho honesto. Ainda que precises dormir (a natureza o exige), não ames o sono, como os que odeiam o trabalho. Não ames o sono, em si mesmo. mas somente como seja apropriado para que possas trabalhar. Não ames o sono, mas lamenta o tempo que é perdido nele, e deseja que possas viver sem ele, para que possas estar sempre envolvido no exercício de algo bom. Nós devemos permitir o sono ao nosso corpo, como os homens o permitem aos seus servos, porque estes não podem evitá-lo, e, não fosse assim, não lhes serviriam para nada. Os que amam o sono provavelmente serão empobrecidos, não somente porque perdem o tempo que usaram com o excesso de sono, mas porque contraem uma disposição apática e descuidada, e permanecem meio adormecidos, jamais estando totalmente despertos.
2. Os que se entusiasmam em seu trabalho podem esperar ter comodidade: abre os teus olhos, desperta-te e livra-te do sono, vê como já vai alto o dia, como o teu trabalho te necessita, e como estão atarefados os que estão à tua volta; e, quando estiveres desperto, olha os teus benefícios, e não percas oportunidades; dedica a tua mente intensamente aos teus negócios, e preocupa-te com eles. É a condição cômoda de um grande benefício: “Abre os teus olhos e te fartarás de pão”; ainda que não enriqueças, terás o suficiente, e isto é tão bom como um banquete.
V. 14 – Veja aqui:
1. Os artifícios que usam os homens, para conseguir uma boa barganha e pagar barato pelo que compram. Não somente pechincham com indiferença, como se não tivessem necessidade, não se importassem com a mercadoria, quando, talvez. não consigam passar sem ela (isto pode ser sinal de prudência), mas também denigrem e desvalorizam aquilo que sabem ter valor; clamam, “Nada vale, nada vale; tem este e aquele defeito, ou talvez possa ter; não é bom; e é caro demais: nós poderemos encontrar a mesma coisa, mais barata e melhor, em outro lugar, ou já compramos algo melhor e mais barato”. Este é o seu modo comum de lidar com os seus assuntos e negócios; e, afinal, pode ser que eles saibam que a verdade é o oposto do que afirmam; mas o comprador; que pode pensar que não tem outra maneira de ser justo com o vendedor, elogia de maneira extravagante as suas mercadorias, e justifica o preço que lhes atribui, e assim há erros dos dois lados. Assim sendo, a barganha seria feita igualmente bem, se tanto o comprador como o vendedor fossem modestos e falassem o que pensam.
2. O orgulho e o prazer que os homens obtêm de uma boa barganha, quando a conseguem, ainda que nisto contradigam a si mesmos. e reconheçam que foram dissimulados quando estavam realizando a barganha. Quando o comprador derrota o vendedor, que prefere baixar seu preço a perder um cliente (como muitos comerciantes pobres são forçados a fazer – um pequeno lucro é melhor do que nenhum), então segue o seu caminho, e se vangloria da mercadoria excelente que comprou, pelo preço que ele mesmo estipulou, e interpreta como uma afronta sobre o seu juízo se alguém desprestigia a sua barganha. Talvez ele conhecesse o valor da mercadoria melhor do que o próprio vendedor, e soubesse que grande negócio ele fez. Veja como os homens são propensos a sentir satisfação com suas conquistas, e orgulho de seus truques; ao passo que uma fraude e uma mentira são aquilo de que um homem deveria se envergonhar, ainda que tenha lucrado muito com elas.
V. 15 – Os lábios do conhecimento (um bom entendimento, que oriente os lábios, e uma boa elocução, para difundir o conhecimento) devem ser preferidos ao ouro, e pérolas, e rubis, pois:
1. São mais raros, mais difíceis de obter, e menos abundantes. Têm ouro nos bolsos muitos homens que não têm graça no seu coração. Nos tempos de Salomão, havia abundância de ouro (1 Reis 10.21), e abundância de rubis; todos os usavam; eles podiam ser comprados em todas as cidades. Mas a sabedoria é uma coisa rara, uma joia preciosa; poucos a têm de modo a fazer o bem com ela, e ela não pode ser comprada dos comerciantes.
2. Eles nos trazem mais riquezas e mais adornos. Eles nos tornam ricos, com relação a Deus, ricos em boas obras (1 Timóteo 2.9,10). Muitos apreciam o ouro, e um ou dois rubis não lhes adiantarão, eles precisam ter um grande número deles, um armário de joias; mas aquele que tem os lábios do conhecimento despreza estas joias, porque conhece e possui coisas melhores.
V. 16 – Aqui são mencionados dois tipos de pessoas, que estão destruindo seus bens, e em breve serão mendigos, e por isto não devemos ser seus fiadores:
1. Aqueles que se fazem fiadores de qualquer pessoa que lhes peça, que se envolvem em garantias impensadas para satisfazer a seus companheiros ociosos. No final, eles fraquejarão, não poderão resistir por muito tempo; estes desperdiçam os seus bens por atacado.
2. Os que se aliam com pessoas abandonadas, que tratam delas, e as cortejam, e lhes fazem companhia. Em pouco tempo, serão mendigos; nunca lhes dê crédito, sem uma boa garantia. Os estranhos têm estranhas maneiras de empobrecer os homens, para enriquecer a si mesmos.
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