PROVÉRBIOS 17: 17–19
A AMIZADE FIEL
V. 7 – Isto indica a força dos laços pelos quais estamos ligados, uns aos outros, e aos quais deveríamos ser sensíveis.
1. Os amigos devem ser constantes, uns com os outros, em todas as ocasiões. Não é uma amizade fiel aquela que não é constante; ela o será se for sincera, e motivada por um bom princípio. Os que são caprichosos ou egoístas em sua amizade não amarão depois que o seu capricho tiver sido satisfeito e o seu interesse, servido, e por isto os seus sentimentos mudam com o vento e variam com o clima. Amigos como andorinhas, que voam ao seu encontro no verão, mas desaparecem no inverno; estes amigos não fazem falta. Mas se a amizade for prudente, generosa, e cordial, se eu amar meu amigo porque ele é sábio, e virtuoso, e bom, e continuar assim, ainda que ele venha a cair em pobreza e desgraça, eu o amarei. Cristo é um amigo que ama em todas as ocasiões (João 13.1), e devemos amá-lo assim também (Romanos 8.35).
2. Os parentes devem, de uma maneira especial, cuidar uns dos outros, em tempos de aflição: “Na angústia se faz o irmão” (na versão RA), e este irmão socorre um irmão ou uma irmã em aflição, pois estando assim tão fortemente unido pela natureza, ele pode sentir com mais intensidade os seus fardos, e se inclinar e envolver mais fortemente, como se fosse por instinto, para ajudá-lo. Nós devemos sempre considerar para que nascemos, não somente como homens, mas em que situação e em que família. Quem sabe se viemos a esta família para uma ocasião como esta? Nós não cumprimos o objetivo dos nossos relacionamentos se não realizarmos o dever delas. Alguns interpretam isto da seguinte maneira: “Na angústia nasce o irmão”. Um amigo que ama em todas as ocasiões nasce, isto é, se torna um irmão na angústia, e isto deve ser valorizado.
V. 18 – Embora Salomão tivesse elogiado a amizade na angústia (v. 17), que ninguém, sob nenhum pretexto de ser generoso com seus amigos, seja injusto com suas famílias, prejudicando-as; uma parte do nosso dever deve ser consistente com outra. Observe:
1. É sensato evitar dívidas, tanto quanto possível, e, especialmente, temer garantias ou fianças. Pode haver uma ocasião justa para que um homem diga boas coisas sobre seu amigo, na sua ausência, até que ele venha e se envolva pessoalmente, mas ser fiador na presença do seu amigo, quando ele está no local, pressupõe que a sua própria palavra não será aceita, ele será considerado insolvente ou desonesto, e então quem poderia, com segurança, dizer coisas boas sobre ele?
2. Os que não têm entendimento são comumente aprisionados nesta cilada, para prejuízo de suas famílias, e por isto não devem receber excessiva confiança, nem nos seus mesmos próprios negócios, mas devem ser orientados e controlados.
V. 19 – Observe:
1. Os que são contenciosos se envolvem com uma grande dose de culpa: O que ama a contenda, que em suas atividades terrenas ama recorrer à lei, que na religião, ama as controvérsias, e que no comportamento comum ama corromper e brigar, que nunca está bem, exceto quando está inflamado, ama a transgressão; pois uma grande quantidade de pecados acompanha este pecado, e o caminho é descendente. Ele finge defender a verdade, e a sua honra e a justiça, mas na verdade, ama o pecado, que Deus detesta.
2. Os que são ambiciosos e as piram se expor a uma grande quantidade de problemas, o que frequentemente leva à sua ruína: O que alça a sua porta, que edifica uma casa imponente, no mínimo com uma bela fachada, visando ofuscar seus vizinhos, busca a ruína, e faz grandes esforços para destruir a si mesmo; ele faz tão grande a sua porta que a sua casa e propriedade saem por ela.
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