PROVÉRBIOS 14: 26-30

O CONTRASTE ENTRE OS JUSTOS E OS ÍMPIOS
V. 26 – 27 – Nestes dois versículos, nós somos convidados e incentivados a viver no temor de Deus, pelos benefícios que acompanham uma vida religiosa. O temor do Senhor representa, aqui, todos os princípios da graça, produzindo práticas de graça.
1. Onde ele reina, é produzida uma santa segurança e uma serenidade de espírito. Nele, há firme confiança; ele capacita o homem a se apegar à sua pureza e à sua paz, não importando o que aconteça, e lhe dá coragem, diante de Deus e do mundo. Eu sei que serei achado justo – Nenhuma destas coisas me abala, em nada tenho a minha vida por preciosa; esta é a linguagem de tal confiança.
2. Ele transmite uma bênção à posteridade. Os filhos daqueles que, pela fé, fazem de Deus a sua confiança, serão encorajados pela promessa de que Deus será o Deus para o qual os crentes e a sua semente poderão fugir, como seu refúgio, e nele encontrarão abrigo. Os filhos de pais religiosos frequentemente se beneficiam das instruções e do exemplo de seus pais, e têm melhores resultados com sua fé e orações: Nossos pais confiaram em ti, portanto nós também confiaremos.
3. É uma fonte abundante e eterna de consolação e alegria; é uma fonte de vida, que fornece constante prazer e satisfação à alma, alegrias que são puras e frescas, que são vida para a alma e que extinguem a sua sede, e que jamais secarão; é um poço de águas vivas, que está jorrando e que é o prenúncio da nossa vida eterna.
4. É um antídoto soberano contra o pecado e a tentação. Os que têm uma verdadeira satisfação com os prazeres da religiosidade não serão atraídos pelas iscas do pecado para engolir o seu anzol; eles sabem onde obter coisas melhores do que qualquer coisa que o pecado possa fingir oferecer, e por isto, é fácil, para eles, se afastar dos laços da morte e impedir que seus pés sejam levados até eles.
V. 28 – Aqui estão duas máximas da política, que trazem consigo a sua própria evidência:
1. É uma grande honra para um rei ter um reino populoso; é um sinal de que ele governa bem, uma vez que os estrangeiros são convidados para vir e se estabelecer sob a sua proteção, e os seus próprios súditos vivem confortavelmente; é um sinal de que ele e o seu reino estão sob a bênção de Deus, cujo resultado é a frutificação e a multiplicação. É a sua força, que o torna considerável e formidável; feliz é o rei, o pai da sua nação, que tem sua aljava cheia de flechas; ele não se envergonhará, mas falará com os seus inimigos à porta (Salmos 127.4,5). É, portanto, sensato que os príncipes, por um governo manso e gentil, ao encorajar o comércio e a agricultura, e facilitando-lhes estas coisas, assim promova o benefício do seu povo. E que todos os que desejam o bem do reino de Cristo, e a sua honra, façam tudo o que puderem, em suas posições, para que muitos possam ser acrescentados à sua igreja.
2. Quando o povo é oprimido, o príncipe é enfraquecido: Na falta de povo, está a perturbação do príncipe; o comércio morre, o solo não é arado, faltam recrutas para o exército, para a marinha, e tudo porque não há mãos suficientes. Veja o quanto a honra e a segurança dos reis dependem do seu povo, o que é uma razão pela qual eles devem governar por amor, e não com rigor. Os príncipes são corrigidos por aqueles juízos que diminuem o número das pessoas, como vemos em 2 Samuel 24.13.
V. 29 Observe:
1. A mansidão é sabedoria. Entende corretamente a si mesmo, e o seu dever e interesse, as fraquezas da natureza humana e a constituição da sociedade humana aquele que é tardio em irar-se, e sabe como perdoar os erros dos outros, bem como os seus próprios, como adiar e moderar os seus ressentimentos, de modo que, com nenhuma provocação, perderá o controle da sua própria alma. O longânimo realmente deverá ser considerado um homem inteligente, alguém que aprende com Cristo, que é a própria Sabedoria.
2. A paixão desenfreada é tolice proclamada: o de ânimo precipitado, cujo coração se inflama com qualquer fagulha de provocação, pensa exaltar a si mesmo e fazer com que os que estão à sua volta sintam respeito e reverência por ele, mas o que realmente exalta é a sua própria loucura; ele a revela, como aquilo que é exaltado e visível a todos, e se submete a ela, como ao governo de alguém que é exaltado.
V. 30 – O versículo anterior mostrou o quanto a nossa reputação, e este mostra o quanto a nossa saúde, dependem do bom governo das nossas paixões e da preservação do controle da mente.
1. Um espírito de cura, constituído de amor e mansidão, uma disposição sincera, amistosa e alegre, é a vida da carne, e contribui para uma boa constituição do corpo; as pessoas bem humoradas costumam engordar.
2. Um espírito irritadiço, invejoso, descontente, é a sua própria punição; ele consome a carne, alimentando-se do ânimo animal, empalidece a aparência e é o apodrecimento dos ossos. Os que veem a prosperidade dos outros e se entristecem, que ranjam os dentes e se consumam (Salmos 112.10).
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