EMPÁTICOS, MAS JUSTOS
As competências comportamentais são importantes para o desenvolvimento da liderança. Mas é preciso tomar cuidado para não usá-las em prol de uma popularidade vazia.
Você já deve ter notado que existe um número enorme de artigos falando sobre a relevância das soft skills (como são conhecidas as habilidades comportamentais) para se desenvolver num mundo em constante transformação, como este em que vivemos atualmente.
Essas habilidades, que podemos chamar de interpessoais, são parte importante do perfil do líder moderno, daquele que trabalha na organização exponencial, que torna ágeis as relações em seu perímetro e que sabe tratar as pessoas com dignidade e respeito.
O profissional que forma alianças, que transmite empatia, que é íntegro, sem dúvida terá um desenvolvimento acelerado da carreira. Mas ele só conquistará isso se conseguir entender que não pode cometer injustiças — e que o objetivo das soft skills não é ganhar um concurso de popularidade para ser escolhido o Papai Noel da festa de Natal da firma.
É por isso que neste artigo, quero discutir sobre os limites das habilidades comportamentais — principalmente para os profissionais que estão em uma posição de gestão.
Um líder não precisa ter a obrigação de agradar a todo mundo. Os seus papéis, na realidade, são discordar daqueles que estão tendo atitudes disfuncionais; ser forte com os que deixam de respeitar os valores corporativos; e contradizer os colegas que entrarem em uma discussão sem argumentos objetivos para resolver um problema, apenas porque querem mostrar que estão com a razão.
Tratar igualitariamente os funcionários que atrapalham o processo de trabalho e os opositores sem argumentos, simplesmente para construir e manter uma imagem de “bonzinho”, só vai macular sua posição de liderança.
O resultado para esse gestor será a perda do respeito de sua equipe e também de seus apoiadores. Agindo assim, ele fará com que os grupos que sempre estiveram a seu lado fiquem frustrados com uma atitude como essa.
Um líder deve ser duro com quem precisa de limites, forte com aqueles que estão se desviando da trajetória ética e implacável com quem violenta os valores. Essas, sim, são atitudes soft da melhor qualidade, que trazem resultados excelentes para quem as pratica e, consequentemente, para todo o grupo a seu redor.
Ser soft de verdade não é ser mole, nem conivente, menos ainda condescendente. Ser um líder soft é se transformar em um ser humano de primeira qualidade. E quem é assim se torna especialmente admirado e respeitado por todos.
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