PSICOLOGIA ANALÍTICA

A PATOLOGIA DO MOMENTO

Pesquisa mostra que os adeptos do Instagram utilizam- se do potencial comunicacional do aplicativo para dar vazão a suas necessidades narcisistas.

A patologia do momento

“Qual é o seu Instagram?” – pergunta o polido rapaz para a moça fashionista que acabara de conhecer no badalado café da esquina. “Não possuo” – ela retruca. Neste momento, um rompante de desconfiança paira no ar.

“Qual é o problema dessa pessoa?” – indaga o “Lobo Mau”. Como se já não bastassem as horas investidas, in loco, para abocanhar a primeira “Chapeuzinho Vermelho travestida de vovó inocente”, de que forma o abate poderia ter continuidade? Se a capa desta antes era vermelha, agora o que passa a colorir é o rosto do varão, repleto de raiva, insegurança e paranoia.

Seria o fim dessa anedota infantil? É claro que não. Com um bilhão de usuários ativos mundo afora, a rede social fundada há quase uma década, nos Estados Unidos, por Mike Krieger e Kevin Sytrom, parece ter atingido o seu clímax em 2018. Intitulada de “fábrica narcisista”, caça e caçador podem, com um deslizar de dedos, continuar a sua busca afetivo-patológica.

De acordo com recente estudo desenvolvido pelo pesquisador Seunga Venus Jin, do Departamento de Marketing da Sejong University, na Coreia do Sul, os adeptos do Instagram utilizam-se do potencial comunicacional do aplicativo para dar vazão às suas necessidades narcisistas, seja por meio da busca incessante de seguidores ou do frenesi por curtidas e comentários.

Na visão do especialista, o indivíduo narcisista possui grande quantidade de energia libidinal fixada na etapa do desenvolvimento psicossexual infantil em que mãe e bebê, compõem uma só unidade. É nessa fase que as pulsões sexuais são aglomeradas e direcionadas em relação ao eu do indivíduo, tomando-o mentalmente capaz de buscar os seus objetos de amor externos.

Quando há uma resolução insatisfatória neste período, produzem-se as patologias narcísicas. Assim, o psiquismo passa a operar a seguinte sentença simbólico­ metafórica de linguagem: “Como não tive forças suficientes para me integrar, utilizar­ me- ei do próprio corpo como um local paradisíaco de entorpecimento para realizar todos os meus desejos e fantasias”.

Em outras palavras, o indivíduo narcisista ainda não nasceu enquanto sujeito, restando ao mundo real um fantástico faz de conta refratário no qual ele vê a si mesmo projetado nos espelhos dos personagens que encena. É nas redes sociais, portanto, que esse elenco pode ser escolhido livre e ordenadamente sem censura para que cumpram papéis espetaculares.

Seguir as migalhas de pão até a casa da vovozinha? Para os narcisos-lobo-mau, a busca on-line por seguidores representa nada menos do que o impulso maníaco de reparação psicológica. Ora, se o interior está incompleto, faltante e desestruturado, por que não fazer da caçada uma tentativa de reconstruir os afetos que ficaram pendentes de resolução no passado?

Levar uma cestinha de flores para agradar? Já que as afeições pueris foram insuficientes, conferir um coração na bela imagem do perfil alheio, assim como esperar pelo tal reconhecimento, ameniza o sofrimento.

E por que esses olhos e orelhas tão grandes, hein, seu Lobo? Fantasiar-se, utilizando-se dos inúmeros filtros e enquadramentos esteticamente apurados, denota a necessidade de negar a realidade da falta, reconstruindo, imaginariamente, o objeto faltante ideal. Isto é: torno-me perfeito para que um outro ser iluminado, assim como eu, me livre de todas as minhas fístulas.

Por fim, aguardar pelo heroico caçador faz recordar as lamúrias postimeiras de personalidades que dependem de outrem para se salvar. Perseguidas pelo ódio do não existir e pelo vazio incapacitante, estar do lado de fora da trama Instagram­ midiática é como vivenciar uma fábula para lá de ilusionista. Afinal, para essas pessoas, quem não se mostra nunca poderá ser protagonista.

OUTROS OLHARES

AGORA É A VEZ DELE

Pesquisadores americanos estudam o uso de um gel como anticoncepcional masculino. Sua aprovação pode representar o início de uma nova revolução sexual.

Agora é a vez dele

A pílula anticoncepcional, motor da revolução sexual deflagrada nos anos 1960, fez com que o orgasmo deixasse de ser associado ao risco de gravidez. Foi uma libertação para o prazer da mulher. No entanto, a responsabilidade de evitar a gestação tornou-se, culturalmente um encargo feminino. As alternativas disponíveis para os homens sempre foram limitadas ao uso de preservativo ou à realização de vasectomia. Vive-se a antessala de novos tempos. Um estudo liderado por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, aponta o surgimento de outro método: um gel que interrompe a produção de espermatozoides.

Chamado NES/T, o produto em análise, caso chegue ao mercado, será aplicado nas costas e nos ombros do homem. A formulação é composta de progestina, derivada do hormônio feminino progesterona, e de testosterona, o hormônio masculino. O papel da progestina é suprimir a produção de espermatozoides. O da testosterona é de reposição, evitando a baixa de libido e a perda muscular causada pelo composto feminino. “Há décadas os pesquisadores tentam uma fórmula anticoncepcional para os homens, mas até agora todas falharam”, diz o urologista Celso Gromatzky, do Hospital Sírio-Libanês. O maior problema era o alto índice de infertilidade provocado pelos medicamentos em teste. Aparentemente, o NES/T não ocasiona esse tipo de efeito colateral. O próximo passo é realizar uma investigação mais ampla. Os resultados finais devem ser divulgados em três anos.

Agora é a vez dele. 2

GESTÃO E CARREIRA

5 MITOS SOBRE A LIBERDADE NO TRABALHO

Ser livre é pedir demissão amanhã mesmo, não ter horário para trabalhar e ainda viajar o mundo? Não é bem assim. Às vezes, parece que alguém criou a ideia de que a verdadeira liberdade é vivida pelos influenciadores com fotos perfeitas no Instagram.

5 mitos sobre a liberdade no trabalho

O criador do Movimento Freesider, Fagner Borges, autor do livro “A Jornada da Liberdade”, explica que é possível passar a “trabalhar por conta” e escolher o próprio horário, mas é preciso se livrar de alguns mitos. “Existem algumas mentiras que impedem as pessoas de tomarem uma atitude para conquistar a liberdade e também existem mitos perigosos sobre o que significa ser livre”, conta.

O que Fagner Borges ensina é que existem dois pensamentos errados: acreditar que o mais certo e seguro é ter um emprego fixo, e acreditar que para ter total liberdade é preciso ter milhões na conta bancária e sair viajando o mundo. “É possível trabalhar, ganhar dinheiro e ainda aproveitar a vida sem sofrer com a síndrome do Instagram perfeito, mas para isso você precisa se preparar”, explica. Para deixar mais claro, o especialista rompe alguns mitos sobre a liberdade.

SER LIVRE É NÃO FAZER NADA

Engana-se quem acha que pessoas livres não trabalham nunca ou são “preguiçosas”. O que Fagner explica é que as pessoas bem-sucedidas sabem trabalhar com inteligência e produtividade. “O ideal é que você tenha menos horas de trabalho para poder ganhar mais na sua vida, e isso é uma boa notícia: você não precisa ser bilionário para se sentir livre”, explica. Por isso o importante é se livrar das distrações na hora do trabalho e aprender a delegar aquilo que não for necessário, por exemplo. “Repare que, quando você realmente precisa sair mais cedo, você faz em muito menos tempo um trabalho que geralmente demora o dia todo”, provoca.

QUEM NÃO VIAJA O MUNDO NÃO É LIVRE

Segundo Fagner, ser um Freesider – ou seja, ter liberdade de tempo, mobilidade e dinheiro – não significa necessariamente viver na estrada. “Nem todo mundo precisa ostentar o Instagram perfeito com fotos de viagens para se dizer livre”, conta. O especialista cita o caso mais comum entre os alunos do seu curso: são aqueles que encontraram nesse estilo de vida a melhor forma de criar os filhos e ter tempo para eles.

QUEM NÃO TEM TRABALHO FIXO TEM MENOS SEGURANÇA

Uma das maiores mentiras que nos contaram foi a de que ter um trabalho fixo é mais seguro do que “trabalhar por conta”. O criador do Movimento Freesider explica que, por mais que existam algumas seguranças institucionais, o empregado é como uma empresa que tem apenas um cliente. “Se você tem inúmeros clientes e ganha pelos resultados que gera, você se torna uma empresa mais valiosa, e se um dos clientes decide ‘te demitir’, você tem outros dando suporte e não se torna um desempregado do dia para a noite”, completa.

SÓ POR SER “CHEFE” JÁ É POSSÍVEL TER LIBERDADE

Outro erro que as pessoas cometem é achar que, ao ter uma empresa e funcionários, já se conquistou a liberdade. Segundo o especialista, o grande segredo para ter liberdade é mudar a forma de encarar o trabalho. “Se você continua sem saber delegar tarefas e com o mindset de que dinheiro requer trabalho em excesso, você provavelmente vai continuar preso a uma rotina que não foi você quem definiu”, conta, alertando que não é simples mudar esse pensamento.

SÓ QUEM TEM SORTE CONSEGUE LIBERDADE

Por fim, Fagner destaca que encontrar liberdade de tempo, mobilidade e dinheiro, é algo que não tem a ver com sorte. “É uma questão de se desvencilhar do medo”, explica. Ele ensina que não ter sucesso ou não alcançar a vida que se deseja está relacionado às escolhas feitas e não ao azar ou à falta de inteligência, como muitos julgam. “E as escolhas que fazemos são influenciadas pelas emoções e crenças que carregamos, como o medo que fomos ensinados a ter”, completa. Por isso, é fundamental buscar o autoconhecimento para vencer esse sentimento. “Não podemos ser medrosos que aceitam o mínimo que a vida nos dá”, conclui.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 6: 12-19

Pensando biblicamente

As Sete Abominações

 

Aqui, Salomão nos apresenta:

I –   As características de alguém que é perverso com os homens e perigoso de lidar. Se o preguiçoso deve ser condenado. por não fazer nada, muito mais os que fazem mal, e planejam fazer todo o mal que puderem. É uma pessoa perversa que é aqui mencionada (Hebreus). Um homem de Belial; eu penso que deve ter sido assim traduzido, porque é um termo usado frequentemente nas Escrituras, e esta é a explicação. Observe:

1. Como o homem de Belial é descrito aqui. É um homem ímpio, que se ocupa de fazer o mal, especialmente com a sua língua, pois anda e trabalha os seus desígnios com uma boca perversa (v. 12), com mentiras e maldades, e oposição direta a Deus e ao homem. Ele diz e faz todas as coisas:

(1) Com muita astúcia e com maus desígnios. Ele tem a sutileza da serpente, e executa os seus projetos com grande dose de habilidade e controle (v. 13), com seus olhos, com seus pés, com seus dedos. Ele expressa a sua maldade quando não ousa falar (segundo alguns), ou melhor, assim ele executa o seu plano: os que estão ao seu redor, aos quais ele usa como instrumentos da sua iniquidade, entendem a má intenção de um piscar do seu olho, de um pisar dos seus pés, do menor movimento dos seus dedos. Ele dá ordens de transgressão, e ainda assim não se imaginaria que o fizesse, pois ele tem maneiras de esconder o que faz, de modo que não se suspeite dele. É um homem fechado, e reservado; somente conhecerão o segredo os que fizerem alguma coisa que ele desejar que façam. É um homem astuto, e ardiloso; ele tem uma linguagem própria, com que um homem honesto não está familiarizado, nem deseja estar.

(2) Com muita perversidade e má intenção. No seu coração não há tanta ambição ou cobiça, como perversidade direta, maldade e má índole. Ele não deseja enriquecer e promover-se, mas fazer o mal aos que estão perto dele. Ele está continuamente planejando uma maldade ou outra, puramente pela maldade em si – um homem de Belial, realmente, do diabo, parecido com ele não somente em sutileza, mas em maldade.

2. Qual é o seu destino (v. 15): “A sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado”; aquele que planeja maldades cairá nas maldades. A sua destruição virá:

(1) Sem aviso. Virá repentinamente; subitamente será quebrantado, para puni-lo de todas as maldades que ele fez para surpreender o povo em suas ciladas.

(2) Sem alívio. Ele será irremediavelmente quebrantado, e nunca mais ficará íntegro novamente: “será quebrantado, sem que haja cura”. Que alívio pode esperar alguém que prejudicou a toda a humanidade? Ele virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra (Daniel 11.45).

 

II – Urna relação daquelas coisas que, de uma maneira especial, são odiosas a Deus, todas elas sendo encontradas, de modo geral, naqueles homens de Belial, a quem Salomão tinha descrito nos versículos anteriores; e a última delas (que, sendo a sétima, parece ser mencionada de maneira especial, porque é dito que são seis, e a sétima…) é parte do seu caráter – o fato de que semeia contendas. Deus abomina o pecado; Ele odeia todos os pecados; Ele nunca poderá se reconciliar com o pecado.

Ele não odeia nada, exceto o pecado. Mas há alguns pecados que ele detesta de uma maneira especial; e todos os que são aqui mencionados são prejudiciais ao nosso próximo. É uma evidência da boa vontade que Deus tem com a humanidade o fato de que estes pecados que são, de maneira particular, provocadores a Ele, são prejudiciais para o consolo da vida humana e da sociedade. Portanto, os homens de Belial devem esperar que a sua destruição venha repentinamente, e sem cura, porque os seus costumes são do tipo que o Senhor odeia, e são abomináveis para Ele (v. 16). Aquelas coisas que Deus odeia não devem ser odiadas nos outros, devemos odiá-las em nós mesmos.

1. A arrogância e a insolência, o convencimento e o desprezo pelos outros – um olhar altivo. Há sete coisas que Deus odeia, e a soberba é a primeira, porque está no fundo de muitos pecados, e dá origem a eles. Deus vê a soberba no coração, e detesta vê-la ali; mas, quando ela prevalece até o ponto em que a exibição da fisionomia dos homens testemunha contra eles, porque se supervalorizam e menosprezam todos ao seu redor, ela se torna, de uma maneira especial, odiosa para Ele, pois então a soberba se orgulha de si mesma e desafia a vergonha.

2. A falsidade, e a fraude, e a dissimulação. Depois de um olhar orgulhoso nada é mais abominável para Deus do que uma língua mentirosa; nada é mais sagrado do que a verdade, e nada é mais necessário para a conduta de alguém do que dizer a verdade. Deus e todos os homens de bem detestam e abominam a mentira.

3. Crueldade e sede de sangue. O diabo foi, desde o princípio, mentiroso e homicida (João 8.44), e por isto, da mesma maneira como uma língua mentirosa, também as mãos que derramam sangue inocente são odiosas para Deus, porque nelas está a imagem do diabo, e elas o servem.

4. Sutileza no planejamento do pecado, a sabedoria para fazer o mal, um coração que deseja e uma cabeça que planeja iniquidades. que está familiarizada com as profundezas de Satanás e sabe como realizar uma trama cobiçosa, invejosa, vingativa, de maneira muito eficaz. Quanto mais astúcia e controle houver no pecado, mais abominável ele será para Deus.

5. O vigor e a diligência na prática do pecado: “Pés que se apressam a correr para o mal”, como se tivessem medo de perder tempo ou estivessem impacientes com a demora em fazer uma coisa que desejam com tanta intensidade. O modo de agir e a vigilância, a sinceridade e o empenho dos pecadores, em suas buscas pecaminosas, podem nos envergonhar, a nós, que buscamos o que é bom de maneira tão inadequada e inexpressiva.

6. Dar falso testemunho, que é uma das maiores maldades que a imaginação ímpia pode imaginar, e contra a qual a proteção é menor. Não pode haver maior afronta a Deus (a quem se faz uma súplica através de um juramento), nem uma ofensa maior ao nosso próximo (de quem todos os interesses neste mundo, até mesmo os mais preciosos, estão abertos a um ataque deste tipo) do que dar intencionalmente um falso testemunho. Há sete coisas que Deus odeia, e a mentira envolve duas delas; Ele a detesta, e a detesta duplamente.

7. Fazer maldades entre parentes e próximos, e usar todos os meios perversos possíveis, não somente para alienar seus sentimentos, uns dos outros, mas para irritar suas paixões, de uns contra os outros. O Deus do amor e de paz odeia aquele que semeia contendas entre irmãos, pois Ele se alegra com a concórdia. Aquele que, pela calúnia e difamação, por inventar estórias mal intencionadas, agravando tudo o que é dito e feito, e sugerindo invejas e desconfianças, soprando as brasas das contendas, estão apenas preparando para si mesmos um fogo da mesma natureza.

 

PSICOLOGIA ANALÍTICA

COMO LIDAR COM O DIVÓRCIO

Equilíbrio, entendimento e amorosidade são fundamentais para um recomeço de vida depois da separação, por mais difícil que possa ser, pois se trata de uma fase delicada da vida da pessoa.

Como lidar com o divórcio

Mudamos muito a maneira de nos relacionar nos últimos anos, o sonho de um casamento para sempre está cada vez mais distante de fazer sentido diante do cenário atual. O divórcio, definitivamente, merece ser tratado como um processo mais natural, pois as estatísticas mais recentes mostram que um em cada três casa­ mentos termina em divórcio.

Como lidar com esse processo que a cada ano que passa vem se mostrando parte dos relacionamentos? É necessário encararmos esses índices com a grandiosidade com que eles se mostram. Em um momento de tanto conhecimento, tantas possibilidades, realmente não faz sentido seguir em um relacionamento no qual os casais juntos já não estão mais em conexão para somar em sua caminhada de vida.

Quando duas pessoas se casam estão em um momento de construção em conjunto e aprendizado. Com o passar dos anos essas mesmas pessoas já não são mais as mesmas que se uniram e nesse momento elas não têm mais a sensação de estar construindo. Passam a se anular dentro do relacionamento, o que era para ser uma soma vira um mar de críticas e cobranças. O divórcio pode ser, sim, uma maneira de resolver esse contexto e trazer um novo começo para as duas pessoas que não são mais um casal.

Perguntas do tipo como era a qualidade desse relacionamento quando ele se iniciou e como se encontra essa parceria agora podem trazer a clareza necessária para deixar de empurrar esse sofrimento e perceber que essa história já acabou há mais tempo do que você de fato percebeu.

O difícil dentro desse quadro é tomar a decisão do divórcio. Ele ainda chega com o sabor do fracasso, do relacionamento que não deu certo, das intermináveis culpas. Ainda precisamos conquistar a maturidade de olhar para o divórcio como um novo caminho e com o respeito que ele merece. As pessoas devem se divorciar com o mesmo amor e respeito que se uniram, com o mesmo entendimento em construir – só que, agora, caminhos separados. Dividir um lar com alguém, sonhos, filhos e projetos e depois esse alguém virar um mero desconhecido, ou um alvo de brigas in­ termináveis na justiça, parece não haver sentido ou congruência nesse processo.

Como lidar com o divórcio. 2

CORAGEM

É necessário ter coragem para rever um relacionamento e tomar a decisão do divórcio quando o relacionamento já não faz mais bem para as pessoas nele envolvidas. Vamos falar um pouco sobre coragem.

Nós sempre ouvimos o quanto é preciso ter coragem para vencer, coragem para tomar decisões, coragem para ser, mas, afinal, como ter coragem?

A nossa vida vai se construindo, às vezes, de forma tão automática que chega num ponto de não nos atender mais, não nos completar e não trazer felicidade. E preciso ter coragem para sair do automatismo em que vivemos. Ficamos muito mais em sonhos do que em prática. Sofremos por pensar o que poderia ser e não colocamos em prática para, efetivamente, ser. Como identificar isso?

O primeiro passo é querer viver e sentir algo diferente! Isso vale para diversos cenários, seja ele pessoal, conjugal, profissional, familiar etc. A vida cotidiana, muitas vezes, da forma como se apresenta, nos atende bem. Sendo assim, talvez a mudança não seja necessária, mas, se estou vivendo algo que não está me atendendo em algum nível, é preciso fazer uma mudança, e para tal é necessário ter coragem. Muitas vezes estamos tomados de uma sensação ou uma certeza, dentro de nós, de que as coisas podem ser diferentes, que existe um mundo melhor para se viver ou que existe um conceito melhor para se viver. Pensamos isso e não buscamos a prática. Ou seja, quanto mais insatisfeitos nós ficamos, mais complicado torna-se o olhar para que isso possa ser real um dia, e fica cada vez mais difícil acreditar que essa mudança possa existir.

Quanto maior a insatisfação, maior o aprisionamento em nossa mente!

O universo tem todas as possibilidades. Através da Física Quântica, percebemos e aprendemos que o aprisionamento de cada um – seja pela família, religião, criação etc. – vem da história de cada um, nasce e corre durante a vida. A escolha de deixar de olhar a história como prisão é parte de cada um. Nos ligar com o universo, com um fluxo, com o todo e buscar dentro da verdade de cada um o que é necessário sentir em cada história que, de repente, não está mais atendendo aquilo que se acreditava quando deu início a cada situação específica.

No caso do divórcio, não é porque um casamento acaba que quer dizer que deu errado. Ele durou e deu certo no tempo que tinha que acontecer. Nós temos o hábito de invalidar aquilo que, em algum momento, não saiu como a gente esperava. Se dentro dessa pessoa o casamento dela acabou, como ela pode desejar continuar com um parceiro, que pode querer prosseguir ao lado dela ou não, se dentro dela isso não existe mais?

Normalmente, o casamento acaba muito antes da materialização do divórcio em si. Ele acaba e, claro, as pessoas tentam se entender, recomeçar, se ajustar, se reconectar, até que chega o momento que realmente termina em divórcio.

O momento pós-divórcio percorre as cinco fases do luto, pois junto com o divórcio acontece a morte de uma história que não existe mais, de planos que deixaram de caminhar em conjunto. Essas fases são descritas na literatura pela autora Elisabeth Kubler-Ross. Essas fases não acontecem necessariamente nessa ordem. Podem acontecer em ordem alternada, podem, inclusive, ocorrer todas as fases em um único dia. São elas:

FASE DA NEGAÇÃO – Nesse período é difícil admitir o sofrimento vivido naquele exato momento. As pessoas se encontram em uma perspectiva de olhar e ter a sensação de que está tudo bem, que esse momento faz parte da vida, e ainda não olham a profundidade da dor e da mudança que está sendo vivida.

FASE DA RAIVA – Essa fase está repleta de julgamentos e mágoas. Nesse momento há uma grande cobrança do ex­ casal, em se achar culpados, buscar os erros, uma fase de colocar a raiva para fora sobre toda a parte da história que não deu certo, tentando encontrar as respostas para aquilo que já não existe mais: o relacionamento em si.

FASE DA BARGANHA – Nesse momento há uma necessidade de se retomar a relação, de conversar com as pessoas mais próximas, de reatar a história aceitando qualquer chance de voltar a viver aquela história, como se toda aquela dor já não existisse mais. Nessa hora as pessoas, na tentativa de fazer a relação sobreviver, se submetem mesmo que não concordem mais em vários pontos, como se a única chance de viver com alguém fosse reatar o relacionamento.

FASE DA DEPRESSÃO – Nesse momento as pessoas vivem um grande sentimento de derrota pela relação que acabou. A angústia e o medo ficam enormes, e elas sentem que a vida acabou para pensar em novos relacionamentos.

FASE DA ACEITAÇÃO – É quando, de fato, se aceita o que aconteceu, se aceita que o relacionamento acabou e que a vida continua, e que, sim, é possível ter uma vida após o divórcio, inclusive pensar em outro relacionamento.

Devemos lidar com o divórcio com o mesmo carinho e respeito com que o relacionamento começou. Nesta vida tudo tem começo, meio e fim, e sempre tem alguém ao nosso lado para passar os momentos difíceis e nos apoiar. Sermos gratos à oportunidade de termos nos envolvido e compartilhado um tempo de nossas vidas com outra pessoa é fundamental para seguirmos inteiros. Cada vez que se invalidam a escolha e o parceiro é uma maneira de se auto invalidar e ficar pequeno dentro de sua história.

Ficar preso ao parceiro após o divórcio, descontando sobre ele atitudes com que não concorda, fazendo provocações, mantém você preso nessa história como se ela ainda fosse real, e a vida não segue seu fluxo e movimento. É como continuar no relacionamento – só que, agora, do lado de fora.

As sensações de fracasso e de lamentação vêm, geralmente, acompanhadas de histórias que contamos para nós mesmos. Contamos para nós mentiras sobre o que vivemos e sobre como seria a história se ela ocorresse de uma maneira ou de outra. Boa parte desse sentimento e dessas suposições não é real, pois é baseada em hipóteses que nunca foram vividas de fato.

Como lidar com o divórcio. 3

PERIGO

O nosso cérebro de sobrevivência, parte do cérebro denominada cérebro reptiliano, funciona em alta velocidade para nos salvar das situações de risco. No caso do estresse é nesse local do nosso cérebro que permanecemos a maior parte do tempo. Quando o relacionamento acaba trazendo dor e tristeza, nosso cérebro busca encontrar os pontos que deram errado para nos proteger, inclusive de novas histórias que venhamos a viver. Nesse momento ficamos com pensamentos repetitivos, buscando os pontos de falha no nosso comportamento e do outro, como se fosse possível corrigir a história. Acontece que para o cérebro, a cada momento que pensamos nessa história e nessas falhas, ele tem a percepção de realidade, pois todo pensamento que temos o cérebro interpreta como real. A partir desse mecanismo, o número de vezes que se pensa nessa dor é como se você estivesse vivendo a mesma história repetidas vezes, trazendo mais e mais dor. Nesse momento, nesses pontos de erro ao longo de sua história, é que a pessoa começa a buscar saída olhando para o passado, e isso só piora a situação.

Começa a encontrar a saída melhor se tivesse se envolvido com outra pessoa e nunca iniciado esse casamento. Começa a buscar em todos os outros relacionamentos que teve o que pretendeu viver e imaginar histórias nas quais seria mais feliz se fossem reais. Ficando, assim, aprisionada em um tempo passa­ do e sofrendo, sem trazer a vida para o momento presente.

Não é possível colocar o nosso valor e a confiança que temos em nós mesmos na mão do outro que não está mais ao seu lado nem na de qualquer outra pessoa, a não ser você mesmo. Como podemos colocar o nosso valor de vida e de estima em outra pessoa, como se ela tivesse a chave de fazer com que a gente sinta que a nossa vida vale a pena ou não vale a pena?

Tem um outro aspecto importante para abordarmos neste artigo que é lidar com a frustração da expectativa e da opinião das pessoas que vivem ao nosso redor. Pensamentos comuns para essa fase: o que vão pensar essas pessoas agora que me divorciei? ; ou ainda: como vou me sentir parte de um grupo já que todos os meus amigos são casados?, entre outros diversos pensamentos e medos de não pertencer ou ter falhado sobre a história que foi desenhada para você viver. Também da parte de quem ficou bem com o divórcio, os pensamentos de culpa por ter feito mal e ter trazido prejuízo à vida da outra pessoa, que não superou o fim do relacionamento.

Uma reflexão importante para esse ponto é que a vida flui de você, a partir de você para fora de você. Assim que você estiver mais confortável com o seu processo e recuperar a sua autoestima, todas essas questões serão prontamente bem resolvidas por você. O mundo se mostra para você como um reflexo do que você traz para ele. Nesse momento é de extrema importância retomar a confiança em quem você é e ainda confiar que a vida está a seu favor e não contra você.

A vida segue no presente, e nesse tempo em que ela flui, essa inconformação e aprisionamento no tempo passado não colaboram para que a vida siga seu fluxo saudável e se vivenciem novas conexões. Ouvir amigos, parentes e pessoas que conviviam com o casal, desabafar e receber conselhos podem trazer conforto para essa fase. Mas lembre-se sempre que essa é a sua história de vida, o seu momento, e não são as outras pessoas que estarão vivendo esse processo por você. Pense sempre antes de tomar ações intempestivas que possam gerar mais frustração e arrependimento em um momento que já é por si só tão delicado.

Como lidar com o divórcio. 4

AMIZADE

Desenvolver uma amizade com aquele que foi um dia seu parceiro ou parceira, se possível, pode trazer conforto e atenção de vocês dois como parte importante um da história do outro. Se a amizade não for possível, fique com o carinho do que a história representou e siga em frente.

No caso dos filhos precisamos lembrar que a família permanece. O papai e a mamãe continuam tendo seu papel e irão conviver para sempre nesse posto juntamente com os filhos que fizeram juntos. Mais um bom motivo para trazer respeito e amorosidade ao divórcio. Quem são os filhos senão a soma do melhor de cada um dos pais e ainda geneticamente trazem de fato os 50% de cada um com eles?

E de nada adianta se divorciar eco­ locar os filhos no meio dessa história, para que eles sintam a insatisfação do papel do pai ou da mãe. Essa insatisfação é do ex-casal e faz parte da história que os adultos viveram, colocar os filhos no meio desse processo só trará mais confusão para todos, e ainda filhos inseguros em lidar com essa nova dinâmica familiar.

Seguir com brigas após o divórcio, como, por exemplo, sobre o horário combinado dos filhos e visitas, de situações que cada um reprova, e observar os erros do papel de pai e mãe que cada um está desempenhando também não somarão nada ao processo. Nesse momento é importante manter a união enquanto pais em situações de cuidado com os filhos e as intervenções necessárias para que os filhos se sintam ama­ dos, amparados e cuidados. Apontar os erros dos papéis de pai e mãe e criticar esses papéis para os filhos só trarão mais dor a todo o processo que a família está vivendo.

Após o divórcio, as pessoas saem machucadas demais e pela metade de seus processos. Já se viveu tanto uma história a dois, o passar do tempo, que muitas vezes perderam a sua individualidade e não se lembram quem são por inteiro. Muitas vezes, as pessoas se perdem em uma simbiose dentro de um relacionamento e o pavor que vivem quando acaba a história, num primeiro momento, chega a ser maior do que arrastar uma história que você sabe que não tem mais futuro e não funcionava mais de maneira saudável.

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SEM MODO PAUSA

A vida anda para frente o tempo todo, ela não tem modo pausa, e dedicar os próximos momentos de vida a sofrer pela história que já acabou só trará mais dor e mais tristeza. Nesse movimento da vida para frente, a única certeza que encontramos é que ela segue adiante, com todas as possibilidades de acontecer todos os dias. O mundo tem cerca de sete bilhões de pessoas com histórias muito diferentes umas das outras. Comemore o que você viveu de feliz nessa história de amor e siga adiante carregando os bons momentos no seu coração.

Um caminho a ser trilhado nesse momento que, com certeza, fará muito bem é a busca de se estar por inteiro. Ser verdadeiro com você e não abrir mão de quem você é certamente trarão a você uma satisfação de viver sua vida estando por inteiro.

Antes mesmo de se iniciar uma nova história de amor é fundamental que você se lembre de quem você era antes desse relacionamento, e que descubra quem você é agora. O que esse relacionamento trouxe de maturidade, clareza e aprendizado, e nesse momento atual da sua vida e da sua trajetória, quem é você! Quais os seus anseios, desejos, metas, e encontrar um novo propósito para auxiliar você a direcionar seus próximos passos. Um propósito seu, sem colocar a sua vida em função da perspectiva e busca de uma outra pessoa, nesse momento um olhar gentil e amoroso para você. Traga de volta para você a coragem, a mesma coragem que o colocou em algum momento a ver que aquele casamento não fazia mais sentido, traga a coragem de ser você como você é, e receba o seu amor por você por toda a sua trajetória até esse momento. Comemore as suas vitórias e planeje novas conquistas para sua vida daqui para frente.

Desenvolver o amor-próprio nessa fase é um aprendizado transformador e altruísta, pois quando você passa a se perceber e a gostar de quem você é, disponibiliza esse amor às outras pessoas. Nesse momento você encontra um novo sentido e deixa de olhar o outro como alguém a quem você entrega o poder de fazê-lo feliz, e você descobre que pode ser feliz sendo quem você é, e ainda se conectar a um novo relacionamento para sentir e viver essa felicidade, cada um estando por inteiro e não buscando alguém para cicatrizar as suas feridas. Esse processo de autoconhecimento leva a um encontro mais maduro dentro de você mesmo, com tudo o que a vida reserva para você viver. Acabou um relacionamento, uma maneira de se relacionar, e se abre uma vida para crescer e ampliar a maneira de se perceber, para, inclusive, viver uma nova história de amor.

Como lidar com o divórcio. 7 

O LUTO PÓS DIVÓRCIO

Elisabeth Kubler-Ross (1926-2004) relaciona do divórcio com o luto, pois nele acontece a morte de uma história de amor. A psiquiatra ganhou notoriedade no assunto após lançar o livro On Death and Dying (Sobre a morte e o processo de morrer), em 1969, no qual ela apresenta o conhecido “modelo de Kubler-Ross”. A obra marcou o rumo de seu trabalho. Ela identifica fases nos períodos que antecedem a morte e cria métodos para médicos, enfermeiros e familiares acompanharem e ajudarem um paciente terminal.   

Como lidar com o divórcio. 8

CÉREBRO REPTILIANO

É conhecido como sendo a parte “mais instintiva do cérebro humano”. É responsável por inúmeras decisões inconscientes, com o objetivo principal de satisfazer as nossas necessidades básicas como reprodução, dominação, autodefesa, medo, fome, fuga, entre outras. É nessa área que ocorrem os processos automáticos, como respiração e a manutenção do ritmo cardíaco. Localiza-se no tronco encefálico, no diencéfalo e nos gânglios da base.   

Como lidar com o divórcio. 9

RELAÇÃO ENTRE FÍSICA QUÂNTICA E ESPIRITUALIDADE É POLÊMICA

A Física Quântica é um campo da ciência que busca estudar fenômenos que ocorrem com as partículas atômicas e subatômicas, ou seja, que são iguais ou menores do que os átomos, como os elétrons, os prótons, as moléculas e os fótons. Não há condições de estudo dessas micropartículas pela Física Clássica, pois não são influenciadas pelas leis que a compõem, como gravidade, inércia etc. Também conhecida como mecânica quântica, surgiu no início do século XX, sendo o físico Max Planck (1858-1947) um de seus pioneiros. Contudo, foi Albert Einstein que batizou a equação de Planck de quantum (palavra latina que significa “quantidade”). A relação entre a Física Quântica e a espiritualidade é polêmica, pois reside no debate entre dois núcleos bem distintos sendo um formado pelos que acreditam na influência quântica no plano espiritual e outro pelos que negam totalmente o uso da mecânica quântica como modo de explicar a espiritualidade. Para os que defendem a existência de uma relação entre ambas, a força do pensamento humano poderia exercer um grande poder sobre a realidade individual de cada pessoa, sendo ela, com as corretas indicações, capaz de mudar o mundo ao seu redor.

Como lidar com o divórcio. 5

OUTROS OLHARES

TRÊS MANEIRAS DE REDUZIR O USO EXCESSIVO DO CELULAR

Três maneiras de reduzir o uso excessivo do celular

ESTABELECER METAS

Ashley Whilians, pesquisadora de ciências comportamentais da Harvard Business School testou quais aplicativos são eficazes em otimizar o tempo que se passa ao celular. Apps como Flipd, Moment e Offtime permitem que o usuário crie meias diárias de tempo de permanência em aplicativos e receba avisos quando o período estiver prestes a expirar. No caso do Flipd, se a meta para uso de um app for atingida, ele será bloqueado – e assim permanecerá, mesmo que o aparelho seja reiniciado.

 

BANIR APLICATIVOS EM HORÁRIOS IMPRÓPRIOS

O Freedom bloqueia redes sociais e jogos durante um período predeterminado – proibição que pode ser estendida a computadores e tablets conectados ao mesmo usuário.

Já o Ransomly oferece um dispositivo Bluetooth que restringe, em um espaço físico, o uso de aplicativos por aparelhos conectados à sua rede. Sincronizado com um relógio esportivo, o Ransomly também bane apps até que a meta de exercícios do dia seja atingida.

 

 CRIAR “CASTIGOS”

Segundo Ashley, as ciências comportamentais mostram que o risco de perda tende a motivar mais um indivíduo do que a perspectiva de ganhos. Por isso há aplicativos como o Beeminder, que atua no controle de vícios mais extremos. Associado a um cartão de crédito, o app cobra automaticamente multas a partir de 5 dólares por descumprimento de metas de uso do celular. A primeira derrapada, contudo, é grátis.

 

GESTÃO E CARREIRA

QUANDO MORRE A CRIATIVIDADE?

Apenas 25,6% dos entrevistados em pesquisa afirmaram que as empresas incentivam a criatividade.

Quando morre a criatividade

“Um profissional criativo e um projeto inovador na minha mesa até o fim do dia, por favor!” – Uma frase que parece um tanto quanto descabida, mas vivendo em um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) o timing de execução dos projetos está cada vez menor, e as demandas por soluções cada vez mais inovadoras e criativas estão cada vez mais rápidas e dinâmicas.

Diante dessa verdadeira pressão criativa, alguns profissionais estão insatisfeitos com o trabalho que vem fazendo e com o resultado que estão entregando. No meio dessa busca para descobrir o que está matando a criatividade, às vezes o grande vilão é o ambiente da empresa.

CENÁRIO DA CRIATIVIDADE

Uma pesquisa realizada pela Agência “Insperiência”, para saber o quanto o as empresas têm demandado de criatividade, e o quanto as pessoas acham que o ambiente de trabalho influencia na rotina criativa, mostrou que das 121 respostas apenas 5% não se consideram profissionais criativos, e mais da metade (59,5%) afirmaram que as empresas pedem para que sejam criativos ou tragam soluções criativas.

Mesmo com mais da metade das pessoas pesquisadas sendo demandadas por criatividade, apenas 25,6% afirmaram que as empresas incentivam a criatividade e só 19% inspiram as pessoas a serem criativas.

LIBERDADE E CONFIANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO

Ainda na pesquisa, quando questionamos as pessoas sobre o que elas achavam que deveria mudar nas empresas para criar um ambiente criativo, algumas respostas chamaram a nossa atenção:

“Deixar os profissionais exercerem sua função sem ficar determinando tudo o tempo todo sem dar autonomia.”
“Dar a devida liberdade pra a efetividade das ações”;
“Dar autonomia para seus líderes”;
“Dar liberdade para criação”;
“Dar autonomia e não matar ideias”.

Em seguida, a pesquisa questionou se as empresas dos pesquisados davam liberdade para elas, e menos da metade (só 47,9%) responderam que sim. Entretanto, um pouco mais de 60% afirmou que a empresa confia no trabalho que exercem.

CRIATIVIDADE X LIBERDADE

A criatividade vem da liberdade e da ação de propor novas soluções para algum problema de formas que ainda não foram exploradas. Se um gestor deseja que sua equipe seja criativa, ele tem que dar espaço e liberdade para que o time teste suas ideias e explore repertórios. Dessa forma, alguns métodos de gestão como o micro gerenciamento, o planejamento minucioso de cada minuto do seu dia, pode ser um veneno para a mente criativa.

Ainda relacionada à liberdade, outra mentalidade que acaba prejudicando a criatividade no trabalho é a cultura de não se arriscar e condenar o erro. Se apegar aos modelos antigos pode até evitar que erros aconteçam, mas se os funcionários sempre permanecerem limitados no trabalho, então a criatividade estará sendo restringida.

COMO CRIAR UM AMBIENTE PARA ESTIMULAR A CRIATIVIDADE

Na visão de André Barros, um dos criadores do Desimpedidos – maior canal de futebol do Youtube no mundo -, para criar um ambiente criativo, liberdade e confiança são ingredientes essenciais. “A confiança influi diretamente na liberdade para criar um ambiente inovador. A partir do momento em que as pessoas têm responsabilidade e se sentem responsabilizadas, elas tendem a ter mais atenção e mais carinho com o que está sendo feito”.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 6: 6-11

Pensando biblicamente

A preguiça é reprovada

 

Nestes versículos: Salomão se dirige ao preguiçoso que ama a sua tranquilidade, vive em ociosidade, não se importa com nada, não se dedica a nada, não realiza nada, e, de uma maneira particular, é descuidado com a religião. A preguiça é um caminho tão garantido para a pobreza, embora não igualmente curto, como a fiança impensada. Aqui, Salomão fala ao preguiçoso:

 

I – Sob a forma de instrução (vv. 6-8). Ele o envia à escola, pois os preguiçosos devem estudar. Ele vai levá-lo pessoalmente à escola, pois, se o aluno não se esforça, o mestre deve se esforçar mais; o preguiçoso não está disposto a ir à escola com ele (os estudantes adormecidos nunca amarão os professores despertos). e por isto o professor encontra outra escola, tão inferior como poderia desejar. Observe:

1. O mestre para cuja escola ele é enviado: “Vai ter com a formiga”, com a abelha, segundo a Septuaginta. O homem é ensinado mais do que os animais da terra, e é feito mais sábio do que as aves do céu, mas ainda assim é tão degenerado, que pode aprender a suposta “sabedoria” a partir da mais inferior das seitas, e ser envergonhado por isto. Quando observamos as maravilhosas sagacidades das criaturas inferiores, devemos não somente dar glória ao Deus da natureza, que as fez desta maneira especial, mas receber instruções para nós mesmos; ao espiritualizar as coisas comuns, podemos tornar as coisas de Deus fáceis e disponíveis para nós, e conviver com elas, diariamente.

2. A aplicação de mente que é exigida para aprender com este mestre: Olha para os seus caminhos. O preguiçoso é preguiçoso porque não considera; e nós jamais aprenderemos, com nenhum propósito, quer pela Palavra ou pelas obras de Deus, a menos que nos dediquemos a considerar. Particularmente, se desejarmos imitar os outros no que é bom, devemos considerar os seus caminhos, observar diligentemente o que eles fazem, para que possamos agir da mesma maneira (Filipenses 3.17).

3. A lição que deve ser aprendida. Em geral, aprenda sabedoria, considere, e seja sábio; isto é o que devemos almejar, em todo o nosso aprendizado. Devemos não somente ser conhecedores, mas ser sábios. Em particular, aprenda a conseguir alimento no verão; isto é:

(1) Nós devemos nos preparar para o futuro, e não nos importar somente com o tempo atual, não comer tudo, sem armazenar nada, mas no tempo da colheita armazenar para um tempo em que venhamos a precisar consumir as nossas reservas. Temos que ter esta providência em relação aos nossos assuntos terrenos, não com cuidado ansioso, mas com previsão prudente; guardar para o inverno, para as dificuldades e as necessidades que poderão sobrevir, e para a velhice; muito mais devemos fazer nas questões que envolvem a nossa alma. Nós devemos prover alimento, aquilo que é substancial e que nos manterá no lugar, e de que mais precisaremos. Ao desfrutarmos os meios da graça, devemos fazer uma provisão para as ocasiões em que possivelmente soframos a falta deles na vida, ou próximo da nossa morte; e, a cada dia também devemos fazer a nossa provisão para a eternidade; no estado de provação e preparação, devemos prover para o estado da retribuição.

(2) Devemos nos esforçar, e nos empenhar nas nossas atividades, ainda que seja em meio a inconveniências. Mesmo no verão, quando o clima é quente, a formiga está ocupada, ajuntando e guardando alimento, e não estará à vontade, nem se divertirá como o gafanhoto que canta e se diverte no verão, e então morre no inverno. As formigas se ajudam umas às outras; se uma delas tem um grão de cereal grande demais para levar para casa, suas vizinhas vêm em sua ajuda.

(3) Nós devemos aproveitar as oportunidades, devemos ajuntar quando é o momento, como a formiga, no verão, e colher, no momento adequado. É sábio de nossa parte aproveitar a estação em que somos favorecidos, porque durante este período pode ser feito o que não pode ser feito, ou pelo menos, não bem feito, em outra ocasião. Ande enquanto você tem a luz.

4. As vantagens que temos no aprendizado deste ensinamento, acima das vantagens da formiga, agravam a nossa preguiça e negligência, se desperdiçarmos o nosso tempo. Ela não tem “superior, nem oficial, nem dominador”, mas faz tudo por si só, seguindo o instinto da natureza – e isto traz ainda mais vergonha para nós que não seguimos os ditames da nossa própria razão e consciência, embora, além de todos os homens, tenhamos pais, mestres, ministros, magistrados, para nos lembrar do nosso dever em relação a Deus. para nos repreender pela negligência a este dever, para nos incentivar a ele, para nos orientar nele, e para nos pedir explicações por ele. Quanto maior a ajuda que tivermos para operar a nossa salvação, mais indesculpáveis seremos, se a negligenciarmos.

 

II – Sob forma de repreensão (vv. 9-11). Nestes versículos:

1. Ele protesta contra o preguiçoso, repreendendo­ o e argumentando com ele, chamando-o para o seu trabalho, como um senhor faz com o seu servo que dormiu demais. “Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado?” Por quanto tempo ainda dormirás? “Quando te levantarás do teu sono?” Os preguiçosos elevem ser despertados com as palavras “quanto tempo?” Isto é aplicável:

(1) Aos que são preguiçosos no caminho do trabalho e do dever, nos deveres de seu chamado particular, como homens, ou no seu chamado geral, como cristãos. Por quanto tempo desperdiçarás o teu tempo, e quando o administrarás melhor? Por quanto tempo amarás o teu descanso, e quando aprenderás a negá-lo a ti mesmo, e a fazer esforços? Por quanto tempo enterrarás os teus talentos, e quando começarás a negociar com eles? Por quanto tempo irás adiar, e postergar, e desperdiçar as tuas oportunidades, como alguém que não se importa com o futuro? E quando te estimularás a fazer o que tens que fazer, e que, se não for feito, te deixará destruído para sempre?

(2) Aos que estão seguros no caminho do pecado e perigo: Não dormiste o suficiente? Já não vai alto o dia? Teu Mestre não te chamou? Os filisteus não te estão perseguindo? Quando, então, te levantarás?

2. Ele expõe as frívolas desculpas que o homem apresenta, e mostra como este se torna ridículo. Quando ele desperta, ele se estica, e implora, como quem pede esmola, mais sono, poder dormir mais; ele está bem, na sua cama quente, e não consegue suportar a ideia de se levantar, e particularmente, levantar-se para trabalhar. Mas. observe que ele promete, a si mesmo e ao seu mestre, que deseja apenas um pouco mais de sono, e então se levantará e cuidará dos seus negócios. Mas nisto ele se engana; quanto mais tempo uma disposição preguiçosa for tolerada, mais prevalecerá; ainda que durma mais um pouco ele continua com a mesma melodia, ainda pede um pouco mais de sono, um pouco mais; nunca pensa que já foi o suficiente, e ainda assim, quando chamado, finge que virá imediatamente. Assim a grande obra do homem não é concluída, por ser adiada um pouco mais, e eles são roubados, sim, todo o seu tempo é roubado à medida que são roubados momento a momento. Um pouco mais de sono acaba sendo um sono eterno. Dormi agora, e repousai.

3. Ele lhe dá um aviso sobre as consequências fatais da sua preguiça (v 11):

(1) A pobreza e a necessidade certamente sobrevirão aos que são preguiçosos em seus negócios. Se os homens negligenciarem seus negócios, não somente deixarão de seguir à frente, como começarão a ir para trás. Aquele que deixa seus interesses em desordem, logo os verá destruídos, e perderá seu dinheiro. A pobreza espiritual sobrevém aos que são preguiçosos no serviço de Deus; a eles, faltará azeite, quando tiverem necessidade de usá-lo, para suas lâmpadas.

(2) Ela virá silenciosamente e imperceptivelmente, crescerá em ti, e virá, passo a passo, como um ladrão, mas sem dúvida chegará, no final. Ela te deixará tão nu como se tivesses sido despido por um ladrão de estrada.

(3) Virá irresistivelmente, como um homem armado, a quem não poderás apresentar oposição, nem derrotar.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

A FRAGILIDADE DA EMPATIA

Estudo comprova que são muitos os meios de induzir a desumanização e de permitir que preconceitos sejam construídos, reforçados e manifestados.

A fragilidade da empatia

A cena de alguém sofrendo – mesmo sendo um desconhecido em um filme de ficção – provoca uma ativação do network relacionado à dor em nosso cérebro. Se nossa espécie evoluiu para sentir a dor do outro, como permite a banalização da violência em determinadas situações e momentos da história? Permite porque, primeiro, desumaniza o outro. E desumaniza se diferenciando dele de alguma forma.

Para testar se a resposta empática à dor de alguém apresenta variação conforme nosso julgamento sobre essa pessoa, o neurocientista David Eagleman analisou a atividade neural dos participantes de um estudo em que foram apresentadas imagens de mãos, selecionadas de forma aleatória, sendo furadas. Cada mão trazia um rótulo: cristão, judeu, muçulmano, ateu, hindu e cientologista. Bastou uma única palavra para que os participantes inconscientemente decidissem quem era de sua tribo e se tornassem menos sensíveis à dor dos demais. A diferença foi observada até mesmo entre ateus.

Essas pessoas não estão necessariamente conscientes de seu preconceito. E a identificação de quem é de sua tribo ou é de fora ocorre a partir de uma série de atributos que podem passar longe de crenças religiosas. A tendência a buscar o amparo e aceitação de um grupo e de se distanciar do sofrimento dos que são “diferentes” pode ser construída ou desconstruída pela cultura e pelo meio social. E de uma forma surpreendentemente rápida.

Vejam o caso da lição que uma professora de uma cidadezinha de Iowa, nos Estados Unidos, levou aos seus alunos no final da década de 1960, logo após o assassinato de Martin Luther King: ela determinou que crianças de olhos castanhos, a partir daquele dia, não teriam mais o direito de usar os bebedouros, teriam que usar uma faixa branca no pescoço e não poderiam mais brincar com os colegas de olhos azuis. Não demorou para que crianças de olhos claros, sentindo-se superiores e apoiadas por uma autoridade, começassem a destratar as do outro grupo, com as quais brincavam minutos antes.

No dia seguinte, a professora pediu que os de olhos castanhos retirassem as faixas e as colocassem nas crianças de olhos azuis, que perderiam o direito de usar os brinquedos do parque e teriam cinco minutos a menos de recreio. Agora era a vez daqueles com olhos claros encolherem-se ao perceber que estavam de fora do grupo dominante e que rejeição provoca dor e revolta.

As crianças haviam dito à professora que podiam entender a injustiça vivida por outros. Com o exercício de troca de perspectiva, ela mostrou a eles que entender é diferente de sentir na pele, e que empatia é algo que pode ser exercitado – assim como a desumanização dos que não fazem parte do seu grupo. Se a professora realmente beneficiasse um perfil de alunos, estaria moldando mentes preconceituosas e dando a eles o direito de agir com superioridade.

Autoridades servem como exemplo de conduta e por isso devem ter consciência da responsabilidade que têm sobre o comportamento dos outros. Viver em sociedade implica em reprimir certos impulsos, pensar antes de falar, colocar-se em diferentes perspectivas e olhar para o coletivo.

O respeito às diferenças, a postura ética e o autocontrole são capacidades aprendidas muitas vezes a duras penas, durante interações sociais com pessoas de diferentes costumes, idades e ideologias. Quando essas virtudes não estão bem construídas, mais vulnerável se fica às influências de uma autoridade e de um grupo; mais se buscam definições, separações e formas de mostrar sua suposta supremacia; mais facilmente se perde a empatia pelos “de fora”.

O comportamento dos grupos ao ganharem o direito de julgar um ao outro não seria diferente se a sala de aula de Iowa fosse composta por adultos. É possível que fosse pior, como mostrou um dos experimentos comportamentais mais impactantes da Psicologia, realizado na década de 1970 com estudantes de Stanford. Conduzido por Philip Zimbardo, o estudo teve por objetivo analisar os efeitos psicológicos do ganho ou da perda de poder. Para isso, simulou um ambiente carcerário e dividiu os participantes entre guardas e prisioneiros.

O estudo, que estava previsto para ocorrer ao longo de duas semanas, teve que ser interrompido em seis dias, tamanha a brutalidade com que muitos supostos guardas tratavam seus colegas. Os prisioneiros, de acordo com o estudo, logo mostraram resignação com relação ao seu papel menos importante naquele microcosmo social. Os poucos que se revoltavam contra os abusos de autoridade eram julgados pelos próprios colegas. Assim como as crianças, começaram a maltratar outras pessoas logo que sentiram que, de certa forma, tinham permissão para isso.

Essas tendências perigosas de comportamento também foram investigadas pelo psicólogo Stanley Milgram. Na sua experiência mais famosa, constatou que, quando incentivadas por uma autoridade, as pessoas, mesmo relutantes, são capazes de infligir aos outros sofrimentos brutais. Sem considerar que não estavam sendo obrigados, e sim comandados, os participantes agiram como se a responsabilidade pelos atos não fosse deles. Eram apenas instrumentos; estavam apenas seguindo ordens.

Essa transferência de responsabilidade explica, segundo Milgram, atrocidades cometidas por pessoas comuns em períodos de guerra. Mostra também o lado perigoso da obediência e resignação e a fragilidade dos princípios éticos que norteiam nossos atos em inúmeras outras situações.

A única proteção contra essas influências é a educação voltada ao desenvolvimento da autoconsciência e do pensamento crítico, em que haja mais questionamentos (especialmente autoquestionamentos) e menos convicções.

OUTROS OLHARES

MAIS SAÚDE EM CADA GOLE

A busca dos consumidores por bebidas saudáveis atrai gigantes como Coca-Cola e Danone. Chás, sucos naturais, e bebidas gaseificadas com frutas ocupam o espaço aberto pelo declínio nas vendas de refrigerantes.

Mais saúde em cada gole

Nos últimos anos, a vida ficou mais difícil para as fabricantes de refrigerantes. Nos Estados Unidos, o maior mercado do mundo para esse tipo de bebida, a crescente preocupação com problemas de saúde, como obesidade e diabetes, fez com que as vendas desses produtos – considerados por alguns como “o novo tabaco” – caíssem em 2017 pelo 13° ano seguido. No Brasil, a situação não é diferente. De janeiro a outubro deste ano, o volume de refrigerantes vendidos no país diminuiu quase 4% em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, as vendas de sucos prontos e chás cresceram, respectivamente, 2% e 6%. “A cesta de bebidas não alcoólicas vem diminuindo, puxada pelo desempenho de refrigerantes que representam 80% do total. As categorias que têm crescido são as que oferecem menos danos à saúde”, diz Thiago Torelli, diretor da área de bebidas da consultoria Nielsen. O segmento de bebidas saudáveis, do qual fazem parte desde produtos naturais até versões com menos açúcar cresceu 73% em valor desde 2013 – o faturamento neste ano deverá chegar a 32 bilhões de reais. Ao que parece, a tendência não é passageira. A consultoria Euromonitor prevê um crescimento de 30% no mercado nos próximos cinco anos. “O sobrepeso atinge mais da metade da população brasileira, diz Angélica Salado, analista sênior da Euromonitor. “Nesse cenário, aumenta o interesse do consumidor por produtos com apelo saudável.”

De olho nessa tendência. alguns gigantes do setor de alimentos e bebidas começaram a se mexer para atrair consumidores que gostam de refrigerantes, mas buscam opções mais saudáveis. De setembro para cá, a francesa Danone e a americana Coca-Cola lançaram produtos naturais desenvolvidos para o mercado brasileiro. As bebidas são à base de água gaseificada e suco de fruta, sem adoçantes nem conservantes. Para os lançamentos, as companhias criaram novas marcas. Na Coca-Cola, a bebida com três opções de sabor leva o nome de Yas. Na Danone, há dois sabores para esse tipo de bebida e duas opções de chá com frutas sob o nome 4U. “Podemos dar escala e acelerar o crescimento de um segmento que hoje é um nicho’, diz Rafael Ribeiro, diretor de marketing da Danone Águas Brasil.

Os produtos das multinacionais chegam para disputar um segmento de bebidas que parecem refrigerantes, mas que tecnicamente não são consideradas como tais, uma vez que não incluem adoçantes na formulação. É um nicho que, até agora; vinha sendo explorado por pequenas fabricantes. Um exemplo é a paulista Natural One, do empresário Ricardo Ermírio de Moraes, um dos herdeiros do Grupo Votorantim. Ela surgiu em 2014 com a proposta de vender sucos 100% naturais. Na época, o segmento representava 5% do mercado de sucos prontos para beber no país. Hoje a fatia é de 30%; e a Natural One é a líder. O crescimento do negócio chamou a atenção da Gávea Investimentos: no final do ano passado, a gestora comprou 49,9% de participação na Natural One. Para atrair novos consumidores, a companhia aumentou a verba de marketing em 150% neste ano. Convidou 600 nutricionistas e nutrólogos para conhecer sua fábrica no interior de São Paulo, colocou informações nutricionais mais claras no site e nas redes sociais e participou de feiras do setor. O objetivo das ações foi enfatizar que o produto é 100% natural. “As pessoas se interessam pelos rótulos, mas não sabem diferenças técnicas entre sucos naturais e os adoçados artificialmente’, diz Rafael Ivanisk Oliveira, presidente da Natural One.

A estratégia da empresa é ampliar a participação no mercado não apenas com o lançamento de novos sabores de sucos, mas também com a diversificação de produtos – hoje, oferece 26 opções aos consumidores. Em agosto, por exemplo, lançou quatro sabores de smoothies, uma mistura de frutas e cereais. “Procuramos ampliar os momentos em que podemos estar com o cliente”, diz Oliveira. O mesmo caminho tem seguido a paranaense Campo Largo. A marca de bebidas não alcoólicas surgiu há nove anos com o lançamento do suco de uva integral e abriu uma nova frente de negócios para a fabricante de vinhos Famiglia Zanlorenzi. De lá para cá, 43 produtos foram lançados, ajudando a Campo Largo a aumentar as vendas em 50% ao ano. O mais recente lançamento é a Kombucha, uma mistura fermentada natural de chás e frutas, inspirada no Oriente. A receita milenar levou ao desenvolvimento de três sabores da bebida, lançados pela Campo Largo em maio. O plano é distribuir a Kombucha em 40.000 pontos de venda espalhados pelo país. “Queremos despertar o interesse do consumidor e fortalecer essa nova categoria de produto”, diz Giorgeo Zanlorenzi, presidente da Famiglia Zanlorenzi.

Conquistar clientes, porém não é uma tarefa simples. Apesar do avanço de produtos com o apelo de saudáveis, ainda há muitas pessoas que consomem – e preferem bebidas com alta taxa de adoçantes e calorias. Foi o que constatou a Coca-Cola. Em julho do ano passado, a empresa decidiu tirar do mercado a Sprite e a Sprite Zero, deixando apenas a Sprite Sem Açúcar. Os fãs da velha Sprite reclamaram tanto que, em maio deste ano a Coca­ Cola relançou o refrigerante com a receita original. Dessa experiência, ficou uma lição. ”Tivemos a oportunidade de aprender que há todo tipo de consumidor e, muitas vezes, a mesma pessoa pode escolher diferentes produtos em diferentes momentos”, diz Andrea Mota, diretora de sustentabilidade da Coca-Cola. Em linhas gerais, a companhia tem caminhado em direção à fabricação de produtos mais saudáveis – no ano passado, diminuiu o açúcar em 17 de seus 213 produtos e, hoje, 75% das cerca de 20 marcas possuem versões de baixa caloria.

A redução do teor de açúcar é uma resposta das fabricantes a um movimento global que tem impacto na rentabilidade do negócio. Nos últimos quatro anos, mais de 30 países criaram impostos adicionais sobre bebidas açucaradas. Por aqui, a discussão do tema dá os primeiros passos. No fim de novembro, o Ministério da Saúde e a indústria de alimentos assinaram um acordo para reduzir a quantidade de açúcar em alimentos e bebidas, com metas a ser cumpridas até 2020 e 2022. Alguns especialistas consideraram muito tímidas as metas – o refrigerante Coca-Cola, por exemplo, já cumpre o limite de açúcar proposto. Ainda assim o fato de o tema ter entrado na pauta de debates não deixa de ser um avanço. “No mundo todo, a tendência é consumir menos, mas melhor”, diz a analista Angélica Sala do, da Euromonitor. Eis um bom exemplo de que menos pode ser mais – para a saúde do consumidor.

Mais saúde em cada gole. 2

GESTÃO E CARREIRA

A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONTROLE E RESILIÊNCIA NO APRENDIZADO

Autocontrole e resiliência estão ligados e são essenciais à aprendizagem, diz estudo. Saiba mais!

Importância do autocontrole e resiliência no aprendizado

Publicado na revista científica Frontiers in Psychology, um estudo da Universidad Internacional de La Rioja, na Espanha, analisou se o autocontrole seria um bom preditor de resiliência (capacidade de superar obstáculos e se fortalecer a partir das adversidades) e como essas habilidades podem auxiliar jovens em situação de exclusão social.

A tarefa dos cientistas foi analisar o comportamento de 365 estudantes espanhóis de 15 a 21 anos, marcados por fracasso acadêmico e acesso restrito ao mercado de trabalho. A conclusão foi de que essas duas habilidades não cognitivas essenciais – a resiliência e a autorregulação – estão realmente interligadas e são igualmente ou até mais importantes do que os aspectos cognitivos no aprendizado acadêmico e sobre a vida. Sendo a resiliência uma capacidade aprendida e não inata, os pesquisadores verificaram como a construção adequada de estratégias de enfrentamento das adversidades na vida acadêmica e profissional era influenciada pelo autocontrole, sendo que este último foi essencial na formulação das melhores estratégias.

Os resultados, de acordo com o professor Artuch-Garde, em comunicado à imprensa, ilustram “a importância de trabalhar habilidades dos alunos que vão além das áreas acadêmicas ou técnicas e que os ajudem a lidar positivamente com as situações adversas que encontram em suas vidas”.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 6: 1-5

Pensando biblicamente

Advertências contra a fiança

 

É a excelência da Palavra de Deus que nos ensina, não somente a sabedoria divina para o outro mundo, mas a prudência humana, para este mundo, para que possamos ordenar nossas atividades com discernimento; e uma boa regra esta é evitar fianças, porque, por meio dela, frequentemente sobrevêm pobreza e ruína às famílias, com a remoção daquela consolação nos relacionamentos que recomendamos no capítulo anterior.

1. Nós devemos considerar a fiança como uma armadilha, e consequentemente, recusá-la (vv. 1.2). É suficientemente perigoso que um homem fique como fiador de seu amigo, ainda que seja alguém com cujas circunstâncias ele esteja bem familiarizado, e bem assegurado da sua suficiência. Entretanto é ainda mais perigoso apertar as mãos de um estranho, tornar-se fiador de alguém que não se sabe se é honesto, ou mesmo capaz de cumprir os seus compromissos. Outra possibilidade é que o estranho, aqui, a quem a mão é dada, seja o credor; o usurário a quem você se liga ainda assim é, para você, um estranho, isto é, você não deve nada a ele, nem tem nenhum negócio com ele. Se você, impensadamente, se envolveu em compromissos deste tipo, iludido por adulações, ou esperando receber a mesma gentileza em outra ocasião, saiba que você se prendeu com as palavras da sua boca; isto é fácil de fazei; com uma palavra; basta assinar um papel, um compromisso que é selado e entregue, e reconhecido. Mas não será igualmente fácil livrar-se dele; você está em uma armadilha, mais do que tem ciência. Veja quão pouca razão temos para menosprezar os pecados da língua; se, por uma palavra da nossa boca, nós assumimos uma dívida com os homens, e ficamos à mercê dos seus atos, pelas palavras da nossa boca podemos nos tornar odiosos para a justiça de Deus, e assim podemos ser presos em uma cilada. É falso o conceito de que as palavras são apenas vento; frequentemente, são ciladas.

2. Se formos atraídos a esta cilada, será sensato, sem dúvida, que nos livremos dela, rapidamente (vv. 3-5). Ela dorme agora, não ouvimos sinal dela. A dívida não é cobrada; o devedor principal diz: Não tema, nós cuidaremos disto. Mas o vínculo ainda existe, os juros correm, o credor pode procurar você quando quiser, e talvez seja rude e severo. O devedor principal pode comprovar que você é desonesto ou insolvente, e então roubar a sua esposa e aos seus filhos, e arruinar a sua família, para pagar aquilo que você não comeu nem bebeu. E por isto, “livra-te”; não descanse, até que o credor desista do vínculo ou o devedor principal lhe dê comprovação de pagamento. Quando você cair nas mãos do seu amigo, e ele tiver vantagem contra você, não é o momento de ameaçar nem ofender (isto irá provocar e piorará ainda mais as coisas), mas de humilhar-se, implorar e suplicar para ser liberado, ajoelhar-se diante dele, e dirigir-lhe as melhores palavras que você puder; peça a seus amigos que falem a seu favor; não deixe pedra sobre pedra, até que tenha chegado a um acordo com o seu adversário e solucionado a questão, de modo que o seu vínculo não recaia sobre você nem sobre os seus familiares. É um cuidado que pode impedir o seu sono, mas permita que isto aconteça, até ter solucionado a questão. “Não dês sono aos teus olhos”, até que estejas livre. Ou seja, lute ao máximo, e aja com toda a rapidez, e “livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro”. Atrasos são perigosos, e esforços débeis não terão utilidade. Veja os cuidados que Deus, na Sua Palavra, teve para fazer com que os homens fossem bons administradores de seus bens, e para ensinar-lhes prudência nessa administração. A santidade tem preceitos, bem como promessas, relativas a esta vida.

Mas como devemos interpretar isto? Não devemos pensar que é ilícito, de maneira alguma, que nos tornemos fiadores de outra pessoa; isto pode ser um ato de justiça ou caridade; aquele que tem amigos pode ver razão, nesta situação, para se mostrar amistoso. e isto pode não representar imprudência. Paulo se comprometeu por Onésimo, (Filermom 19). Nós podemos ajudar nos negócios a um jovem que sabemos ser honesto e diligente, e conseguir- lhe crédito, empenhando a nossa palavra por ele, e assim fazer-lhe uma grande gentileza, sem nenhum detrimento para nós mesmos. Mas:

1. É sábio que cada homem mantenha- se afastado de dívidas, tanto quanto possível, pois isto é uma sobrecarga que lhe é imposta, que o enreda no mundo. que o coloca em perigo de cometer injustiça ou sofrer uma. O que toma emprestado é servo do que empresta, e se torna praticamente servo deste mundo. Portanto, os cristãos, que foram comprados por bom preço, não devem, sem necessidade, se fazer servos dos homens (1 Coríntios 7.23).

2. É uma grande loucura envolver-se com pessoas necessitadas, e comprometer­ se pelas dívidas delas, pois elas estão sempre com problemas financeiros e, como poderíamos dizer, “tirando de um buraco para tapar outro”, e certamente, em um momento ou outro, isto nos atingirá. Um homem jamais deve empenhar como garantia mais do que é capaz de pagar e está disposto a pagar, ou pode pagar sem prejudicar a sua família, pois deve ter em mente que ele deve considerar este compromisso como sua própria dívida. no caso do devedor principal vir a falhar. “Não se torne fiador além de suas possibilidades. E se já fez isso, pense em como vai pagar” (Eclesiástico 8.13).

3. Se estivermos enredados insensatamente como fiadores, é uma medida necessária, resultante de reflexão tardia, sair deste compromisso o mais rápido que pudermos, não perder tempo, não poupar esforços, e não ceder; até que consigamos sair desta situação sãos e salvos, e com as nossas finanças em boa situação. É melhor que nos humilhemos para conseguir um acordo a nos arruinarmos por nossa obstinação e soberba. Assegure a sua amizade, livrando-se dos seus compromissos por seu amigo, pois uma garantia impensada é muito mais a destruição de uma amizade do que a garantia prudente pode ser a manutenção dela. Devemos tomar cuidado para não nos tornarmos, de maneira alguma, culpados dos pecados de outros homens contra Deus (1 Timóteo 5.22). pois isto é pior, e muito mais perigoso do que estar comprometido com as dívidas de outro homem; e, se devemos tomar todos estes cuidados para ter as nossas dívidas com os homens perdoadas, muito mais devemos fazer para nos reconciliar com Deus. Humilha-te diante dele; assegura-te de fazer de Cristo o teu amigo, para interceder por ti; ora sinceramente para que sejam perdoados os teus pecados, e para que possas ser livrado de descer à cova, e isto não será em vão; não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras, até que isto tenha sido feito.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

OS BENEFÍCIOS DO AMOR

Uma interação positiva entre um casal pode promover importantes benefícios na saúde física e mental, trazendo satisfação e qualidade de vida a ambos.

Os benefícios do amor

Não é preciso ser um neurocientista para imaginar que um relacionamento saudável pode ser uma fonte de bem-estar físico e emocional. Essa hipótese foi corroborada por dois estudos independentes, que confirmaram a importância e os benefícios de uma relação conjugal com uma interação amorosa saudável.

Uma das investigações mostrou uma relação positiva entre uma melhor qualidade de sono e ter um parceiro responsivo em um relacionamento. Nesse estudo foram examinados cerca de 700 parceiros casados e que moravam juntos. Foram mensuradas a responsividade dos parceiros e a qualidade do sono dos membros do casal. Os pesquisadores verificaram que existe uma forte associação entre a responsividade do parceiro e um melhor sono, uma vez que os participantes que se sentiram mais entendidos, validados e cuidados tiveram um sono de melhor qualidade.

A responsividade cria um senso de validação e um sentimento de cuidado, sendo um dos comportamentos mais importantes para a felicidade conjugal. Ser responsivo envolve ouvir e entrar em sintonia emocional com o outro, e principalmente sentir compaixão. Uma forma potente de ser responsivo é ouvir e compreender o que o parceiro está sentindo e pensando, para depois responder de modo compassivo.

Os participantes do estudo com parceiros responsivos apresentavam menor ansiedade e excitação, o que melhora a qualidade do sono. O sono tem efeito mais restaurador qt1ando não é interrompido, e isso acontece quando as pessoas se sentem seguras e protegidas. A maneira mais eficaz para seres humanos diminuírem a ansiedade, a tensão e a excitação é contar com o apoio de parceiros responsivos que estariam disponíveis para nos proteger em caso de problemas.

Sem dúvida, um dos melhores caminhos para uma vida mais longa, saudável e feliz é ter um parceiro responsivo. Um outro estudo reforça essa conclusão, embora não tenha examinado o sono, mas sim o efeito da massagem na redução do estresse. Nessa investigação, os casais participantes receberam um curso de massagem de três semanas. Os pesquisadores descobriram que a maioria dos casais continuou a usar a massagem após o término do curso, tamanhos os benefícios psicológicos e físicos.

A interação do casal, em que ambos massageiam e são massageados, aumenta o bem-estar físico e emocional dos dois parceiros. Os membros do casal se sentiam mais aptos a lidar com o estresse depois de massagens. Interessante que esse efeito ocorria independentemente de estarem dando ou recebendo massagens na ocasião. Pesquisas anteriores já haviam documentado que receber uma massagem de um profissional traz uma série de benefícios, mas esse novo estudo mostra que a massagem pode ser uma maneira simples e eficaz para os casais melhorarem seu bem-estar físico e mental enquanto demonstram afeição um pelo outro, mesmo sem formação prévia e experiência anterior. Essa descoberta mostra que a troca de massagem entre um casal é uma intervenção agradável e eficaz que pode ser facilmente incorporada à rotina diária.

Tomadas no conjunto, ambas as investigações apontam para os incríveis efeitos positivos de uma interação conjugal na qual existe cuidado e preocupação com o bem-estar do parceiro. Cuidar e ser cuidado, dar e receber amor, carinho, apoio e compreensão fazem um tremendo bem a saúde física e mental. Vale a pena se dedicar a buscar mais conexão e afeto no relacionamento, a saúde do corpo e mente é turbinada quando temos mais amor, carinho e compreensão recíprocos.

OUTROS OLHARES

EFEITOS INESPERADOS DOS MEDICAMENTOS

Recentemente foi descoberto que alguns remédios já usados há muito tempo podem ter novos usos; dependendo da dose, uma medicação contra a gripe, por exemplo, pode despertar reações em pacientes em estado vegetativo.

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Desenvolver um fármaco não é tarefa fácil. Algo em torno de 95% dos novos compostos é reprovado antes de eles se tornarem disponíveis para o uso clínico. Os gastos são especialmente altos quando o assunto é medicamento para tratar problemas relacionados ao sistema nervoso central. Remédios que chegam a ser comercializados com sucesso somam um custo médio de US$ 1,8 bilhão. Agora, os pesquisadores recorrem cada vez mais aos produtos já existentes no mercado. Comprovadamente seguras para o consumo humano e não raro compreendidas em nível molecular, as já conhecidas pílulas de hoje podem ser a novidade médica de amanhã. Os efeitos colaterais em uma pessoa podem ser a cura para outra.

COMO FUNCIONA

No organismo, o bexaroteno ativa um receptor químico que afeta a forma como as células se desenvolvem. Ao ativar esse receptor no cérebro, o agente estimula a destruição de placas características do Alzheimer e ajuda a bloquear a ação de pro- teínas que causam a morte de neurônios.

A mifepristona foi originalmente desenvolvida para bloquear o neurotransmissor glucocorticoide para tratar depressão. No entanto, cientistas descobriram um interessante efeito colateral: o fármaco interrompe a ação da progesterona, um neurotransmissor necessário durante a gravidez. Controvérsias sobre o aborto interromperam pesquisas sobre a substância por décadas. Agora, a droga tem sido novamente estudada para ser utilizada como antidepressivo.

A ação da gabapentina é parecida com a de alguns neurotransmissores. Uma de suas funções é normalizar a atividade da amígdala, o que pode aliviar os sintomas de abstinência de dependentes químicos. A sonolência, um dos principais efeitos colaterais, pode ser uma grande aliada no tratamento de adictos, que não raro têm problemas para dormir.

A minociclina é uma droga anti-inflamatória capaz de atravessar facilmente a barreira hematoencefálica. Por isso, cientistas se perguntavam se o agente químico poderia ajudar também a proteger as células cerebrais. Eles descobriram que o fármaco diminui alguns sintomas da esquizofrenia, incluindo o retraimento social e a apatia. A hipótese é que a substância bloqueia o glutamato, um neurotransmissor relacionado à psicose.

A amantadina pode atravessar a barreira hematoencefálica e provocar alterações nos neurotransmissores. Há muito tempo pesquisadores vêm tentando encontrar uma maneira de utilizar a substância no tratamento de doenças do cérebro. A eficácia da amantadina no tratamento de distúrbios da consciência levou cientistas a estudar sua ação em outras lesões cerebrais traumáticas. A novidade é que eles descobriram que a droga ajuda pacientes com baixa consciência ou em estado vegetativo a recuperar a consciência. Eles acreditam que o fármaco eleve gradual- mente a atividade da dopamina, o que favorece a excitação cerebral e sua unidade.

O propranolol reduz a pressão arterial e a ansiedade bloqueando a noradrenalina, responsável por uma parte das res- postas do organismo ao estresse. Seu efeito calmante também diminui o juízo preconcebido relacionado à etnia. Cientistas estão interessados em ampliar a compreensão da neurobiologia relacionada ao preconceito. O trabalho, porém, desperta questões éticas a respeito de como os efeitos colaterais da medicação podem influenciar atitudes pessoais de forma artificial.

Efeitos inesperados dos medicamentos. 3

DROGAS REINVENTADAS

 

BEXAROTENO – de quimioterapia de linfomas cutâneos para tratamento de Alzheimer.

MIFEPRISTONA – de abortivo para antidepressivo.

GABAPENTINA – de prevenção da epilepsia para alívio de abstinência.

MINOCICLINA – de medicação contra acne e redutor de artrite para estabilizador de esquizofrenia.

AMANTADINA – de remédio contra a gripe para provocar reações em pacientes em estado vegetativo.

PROPRANOLOL – de alívio de ansiedade para diminuir o racismo.

Efeitos inesperados dos medicamentos. 2

GESTÃO E CARREIRA

COMO AUMENTAR A EFICIÊNCIA NOS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Como aumentar a eficiência nos processos de recrutamento e seleção

Final do ano é o timing para empresas iniciarem seus processos seletivos para o próximo ano. Muito se fala sobre a importância da experiência dos candidatos, a relevância dos tão esperados feedbacks — e como fazê-los o quanto antes —, e a melhoria na criatividade de cada etapa para filtrar os melhores profissionais.
Mas como, de fato, promover tudo isso com eficiência e êxito nos processos de recrutamento e seleção de uma empresa? A Gupy lista cinco dicas imprescindíveis para sua empresa investir no aumento de eficiência dos processos seletivos, gerando valor para cada etapa do recrutamento e, ao mesmo tempo, fortalecer a marca empregadora.

FEEDBACKS: DIFICULDADE ESTÁ NO MINDSET E NA AUTOMAÇÃO
Muitas empresas ainda recebem inúmeras reclamações sobre a falta de retorno das etapas de um recrutamento ou a demora de cada uma dela.
Pesquisas mostram que o feedback é o principal fator de percepção de valor de um candidato em um processo seletivo. É preciso uma mudança de mindset do RH para entender isso como fundamental e indispensável.
A falta de tempo pode ser resolvida com o uso de ferramentas que ajudam a automatizar o envio de feedbacks personalizados para candidatos. Além disso, já existem bons ATS, em tradução livre “Sistemas de Rastreamento de Candidatos”, que fazem isso, e, conseguem oferecer um feedback ainda mais personalizado para as etapas finais do processo.

ENTREVISTA PRESENCIAL OU POR SKYPE? NA ERA DIGITAL, QUAL A MELHOR OPÇÃO?
Não existe certo ou errado, nem melhor ou pior. Se sua empresa está distante geograficamente do candidato, entrevistas remotas são ótimas opções para garantir que não perderão aquele candidato especial. Enquanto isso, entrevistas presenciais podem ser opções interessantes para apresentar ao candidato seu ambiente de trabalho e ainda aumentar o seu engajamento com a vaga.

FORTALECIMENTO DA MARCA EMPREGADORA COMEÇA TAMBÉM POR MEIO DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
Muitas empresas buscam fortalecer suas marcas nos processos seletivos e investem budgets enormes em projetos de employer branding para construir uma boa reputação como marca empregadora. Porém, na verdade, os fatores que mais encantam os candidatos e os tornam promotores de suas marcas podem ser realizados de formas simples, com páginas de carreiras com depoimentos dos funcionários, fotos, vídeos e mensagens que transmitem emoção e conquistem um apelo sentimental dos candidatos.
Outra opção, comumente aplicada em Programas de Estágio e Trainee, é realizar previamente Webinars, com recrutadores e pessoas da área, para tirar dúvidas dos candidatos e apresentar a realidade da empresa. Grupos Focais também podem ser uma solução, caso sua empresa queira capturar as expectativas dos candidatos, suas dores e anseios, e, usar essas informações como insumo na criação das etapas. Já os jogos virtuais e gamefication podem servir para criar um fluxo dinâmico ao processo.

Dentre os recursos que trazem encantamento aos candidatos estão a acessibilidade digital às oportunidades de vagas e os feedbacks personalizados e escritos com cuidado para mostrar preocupação genuína com o candidato.
Recentemente, algumas empresas têm usado a construção de vídeos depoimentos contendo toda a jornada de um candidato, trazendo um contexto emocional da sua relação com a organização e revelando como tem sido a rotina do colaborador após contratação. Além disso, a entrega de aprendizado ao candidato durante o processo, por meio de workshops, talks ou recomendações de leitura, tem proporcionado conhecimento e enriquecido à vivência de quem procura uma oportunidade.

Mesmo que não aprovado, é importante que a empresa faça com que o candidato saia do processo melhor do que entrou, ou seja, com o maior aprendizado possível da vaga, da empresa e sobre seus autoconhecimentos.

COMO CONCILIAR O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) COM UM PROCESSO DE RECRUTAMENTO INCLUSIVO?
Os algoritmos não possuem pré-conceitos ou baias inconscientes. Eles não criam julgamentos irracionais das pessoas, o que pode acontecer de forma imperceptível pelos recrutadores. O papel do recrutador deve ser o de análise crítica para entender e guiar a tecnologia a seu favor.

A exemplo, uma empresa que utilizou a plataforma da Gupy em seu processo de recrutamento, mostrou um aumento no número de mulheres que chegavam às etapas finais do processo após usarem IA. Isso só aconteceu porque percebeu-se que anteriormente muitos homens analisavam a dinâmica e passavam, inconscientemente, outros homens para a etapa seguinte. Essa é apenas uma das provas práticas de que a Inteligência Artificial realmente tem auxiliado na promoção de inclusão.

USO DO ONBOARDING NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Através do onboarding, do inglês, “integração”, pode-se identificar os gaps dos funcionários que estão entrando na empresa e estabelecer o ponto de partida desse funcionário no negócio. Com isso, a Avaliação de Desempenho pode comparar a evolução da performance no colaborador.
O problema é que muitas empresas em suas Atividades de Vida Diárias (AVD) não analisam os saltos dos colaboradores e, sim, criam fotografias do momento. Entender onde o colaborador estava quando entrou em sua empresa e onde está hoje é um grande sinal de seu potencial, de sua capacidade de aprendizagem e evolução, além de permitir aos seus líderes a criação de planos de desenvolvimento de competências.

 

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 5: 15-23

Pensando biblicamente

Recomendação à fidelidade conjugal

 

Tendo demonstrado o grande mal que existe no adultério e na prostituição, e em todos os caminhos corrompidos e impuros, Salomão aqui prescreve remédios contra estes pecados.

I – Desfrutar com satisfação os confortos do casamento lícito, o que era ordenado para evitar a impureza, e por isto deveria ser usado no devido tempo, para que não acabasse sendo ineficaz para a cura daquilo que poderia ter evitado. Que ninguém se queixe de que Deus lidou de maneira cruel consigo, proibindo-lhe os prazeres pelos quais há um desejo natural, pois Ele bondosamente providenciou a satisfação regular de tais desejos. Não podes comer de todas as árvores do jardim, mas escolhe a tua, a que quiseres, e desta poderás comer livremente; a natureza ficará satisfeita com isto, mas a luxúria não terá nada. Deus, ao limitar o homem a uma só, estava tão longe de lhe impor quaisquer dificuldades, que na realidade buscava o seu melhor interesse; pois, como observa o Sr. Herbert: “Se Deus tivesse permitido tudo, certamente o homem teria sido o limitador.” – este é um provérbio conhecido pela igreja. Aqui Salomão explica isto, não somente prescrevendo como um antídoto, mas apresentando como um argumento contra a prostituição, o fato de que os prazeres permitidos no casamento (ainda que a sagacidade dos ímpios, que colabora com o espírito da impureza possa tentar ridicularizá-los), transcende, e muito, os falsos prazeres proibidos da prostituição.

1. Que os jovens se casem, e não se abrasem. “Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço” (v. 15), uma referência à mulher da tua mocidade (v. 18). Abstém-te totalmente, ou casa-te. – Herbert. “O mundo é amplo, e há variedades de realizações, entre as quais podes te satisfazer”.

2. Que aquele que é casado tenha prazer na sua esposa, e que tenha carinho por ela, não somente porque ela é a esposa que ele mesmo escolheu, e assim ele deve ficar satisfeito com a sua própria escolha, mas porque ela é a esposa que Deus, na sua providência, reservou para ele, e ele deve ficar ainda mais satisfeito com a indicação divina, satisfeito com ela, porque ela é sua. “Seja bendito o teu manancial” (v. 18); ou seja, considere-se muito feliz com sua própria esposa, considere-a uma esposa abençoada, que ela tenha diariamente a tua bênção, ore diariamente por ela, e então se alegre com ela. Estes confortos nos quais podemos ter alegria nos são santificados por meio da oração, e pela bênção de Deus. Não somente nos é permitido, como nos é ordenado, que sejamos agradáveis nos nossos relacionamentos, e particularmente convém aos companheiros de jugo que se alegrem juntos, e um com o outro. O prazer mútuo é o elo da fidelidade mútua. Que o noivo se alegre com a sua noiva (Isaias 62.5), não somente é algo aceito como verdadeiro, como é permitido por lei. “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade” (Eclesiastes 9.9). Aqueles que são joviais e alegres com companheiras fora de casa, não têm os confortos que Deus lhes designou, mas se mostram amargos, irritados e tristes para com as suas famílias, em casa.

3. Que cada homem tenha carinho por sua esposa e a ame profundamente (v. 19): Que ela seja como “cerva amorosa e gazela graciosa”, como as que os nobres às vezes mantinham, domadas, em suas casas. Não deseje melhor diversão do estudo e do trabalho severos do que a convivência inocente e agradável com a sua própria esposa; tenha-a no seu seio, como o pobre tinha sua pequena cordeira no seu (2 Samuel 12.3), e assim repouse a sua cabeça no seio dela, e que isto satisfaça você, em todas as ocasiões; e não busque o prazer com nenhuma outra. Se errar, que seja sempre no amor a ela. Se você permitir que o seu amor seja excessivo, e se tiver que sentir um afeto apaixonado por alguém, que seja somente por sua própria esposa, onde não há o menor risco de excesso. Isto é a água potável, para aplacar a sede do seu apetite, água da sua própria cisterna, e águas correntes, que são claras, e doces, e saudáveis, águas do seu próprio poço (v. 15; 1 Co 7.2,3).

4. Que ele se alegre com os seus filhos e os considere com prazer (vv. 16,17): Considere-os como correntes do teu próprio manancial (os judeus são considerados como originários das águas de Judá, Isaias 48.1), de modo que sejam partes de você mesmo, como as correntes são parte da fonte. Limite-se à sua própria esposa, e terás:

(1) Uma numerosa descendência, como ribeiros de águas, que correm em abundância, e que estará dispersa; os teus filhos estarão casados em outras famílias, ao passo que aqueles que cometem a prostituição não se multiplicarão (Oseias 4.10).

(2) Uma descendência peculiar, que será para ti, só, ao passo que os filhos da prostituição, que forem gerados por você, provavelmente não o serão, mas, até onde se sabe, serão a descendência de estranhos, e ainda assim você deverá mantê-los.

(3 ) Uma descendência honrada e louvável, que será uma honra para você, e que você poderá enviar a outros locais, e com a qual você poderá ser visto em público, nas ruas, ao passo que uma descendência ilegítima será a sua desgraça, e algo que você se envergonhará de reconhecer. Neste aspecto, a virtude tem todo o prazer e a honra; com razão, portanto, é chamada de sabedoria.

5. Que ele zombe, então, da oferta de prazeres proibidos, estando sempre encantado com o amor de uma esposa fiel e virtuosa; que ele considere o absurdo que seria, para ele, sentir-se atraído por uma estranha (v.20), estar apaixonado por uma prostituta impura, e abraçar o seio de uma estrangeira, sendo estes pensamentos detestáveis, se ele tiver algum sentido de honra ou virtude. “Por que você estaria tão embriagado, e seria tal inimigo de si mesmo, a ponto de preferir água de pântano, e seria envenenado, também, e roubado, diante das águas puras e vivas do seu próprio poço? Observe que se as regras da razão puderem ser ouvidas, as leis da virtude serão obedecidas.

 

II – Veja os olhos de Deus sempre em você, e que o temor a Ele governe o seu coração (v. 21). Os que vivem neste pecado se prometem discrição (os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo; Jó 24.15); mas com que propósito, quando nada pode ser escondido de Deus? Pois:

1. Ele vê. Os caminhos do homem, todos os seus movimentos, todos os seus atos, estão diante dos olhos do Senhor, todas as obras do coração e todas as saídas da vida, aquilo que é feito, ainda que com a maior discrição e disfarce, mesmo que seja feito com muita habilidade. Deus vê o pecado sob uma luz verdadeira, e o conhece, com todas as suas causas, circunstâncias e consequências. Ele não lança um olhar ao homem de vez em quando, mas o homem está sempre sob os seus olhos, e sob a sua inspeção. E será que você ousa pecar contra Deus, diante dos seus olhos, e diante dos seus olhos cometer aquela iniquidade que você não ousa cometer na presença de um outro homem, que é semelhante a você mesmo?

2. Ele chamará o pecador para responder por isto; pois Deus não somente vê, mas pondera todas as ações do homem, e as julga, como alguém que em breve julgará o pecador por elas. Cada obra é avaliada e será trazida a juízo (Eclesiastes 12.14), o que é um bom motivo por que devemos ponderar a vereda dos nossos pés (Provérbios 4.26) e assim julgar a nós mesmos, para que não sejamos julgados.

III – Preveja a ruína assegurada aqueles que perseveram em suas transgressões. Os que vivem neste pecado prometem impunidade a si mesmos, mas se enganam – o seu pecado os revelará (vv. 22,23). O apóstolo explica o sentido destes versos, em poucas palavras: “Aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hebreus 13.4).

1. É um pecado de cujo poder os homens se livram com grande dificuldade. Quando o pecador é idoso e fraco, os seus desejos são fortes e ativos, lembrando os dias da sua mocidade (Ezequiel 23.19). Assim, preso pelas suas próprias iniquidades, por seu consentimento, e tendo voluntariamente se rendido como cativo a elas, ele é detido pelas cordas do seu próprio pecado, e tal é o poder delas que ele não consegue se livrar, mas, na grandeza da sua loucura (e que maior loucura pode haver, do que se entregar, como servo, a tais cruéis capatazes? ), ele irá se desviar e perambular incessantemente. A impureza é um pecado do qual, uma vez mergulhados nele, os homens raramente se recuperam, e quando o fazem é com muita dificuldade.

2. É um pecado de cuja punição os homens não conseguirão escapar, a menos que o abandonem; ele será, inevitavelmente, a sua ruína. Da mesma maneira como as suas próprias iniquidades os prendem nas reprovações e repreensões de consciência (Jeremias 7.19), também as suas próprias iniquidades os prenderão e entregarão aos juízos de Deus. Não há necessidade de prisões, nem correntes; eles serão detidos pelas cordas dos seus próprios pecados, como os anjos caídos; sendo ímpios incuráveis, são detidos em cadeias de trevas. O pecador; que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, acabará morrendo, sem instrução. Tendo recebido suficientes avisos genéricos, não terá nenhum aviso particular, mas morrerá sem ver o perigo de antemão, morrerá porque não desejou receber instrução, mas na grandeza da sua loucura quis se desviar, quis andar errado; e assim, esta será a sua perdição – nunca mais encontrará o caminho para casa. Aos que são loucos a ponto de escolher o caminho do pecado, Deus permite, com razão, que persistam nele, até que cheguem àquela destruição à qual esse caminho conduz, o que é uma boa razão pela qual devemos ser vigilantes e nos proteger resolutamente das seduções dos apetites sensuais.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

“ERA EXATAMENTE O QUE EU QUERIA!”

Acertar na compra do presente nem sempre é fácil. Algumas crenças a respeito dos gostos alheios podem atrapalhar na hora de escolher o mimo mais adequado a quem queremos agradar.

Era exatamente o que eu queria!

Algumas pesquisas recentes sobre o ato de presentear podem ajudar quem está em busca de um mimo para agradar pessoas queridas. Salvo exceções e casos específicos, optar por coisas simples e práticas parece ser mais interessante pelo menos do ponto de vista da ciência. Um estudo publicado no Journal of Experimental Social Psychology indica que, embora tendamos a acreditar que presentes sofisticados (e caros) serão mais apreciados, quem recebe, em geral, fica mais feliz com coisas que possam ter uma função em suas vidas. No experimento descrito no artigo, pares de amigos, todos estudantes universitários, trocaram canetas novas, algo valorizado entre os estudantes. Quem presenteava acreditava que o outro iria preferir os modelos mais pesados ou extravagantes, para ocasiões especiais. Na verdade, aqueles que receberam o mimo se mostraram mais contentes com canetas mais leves, ainda que mais baratas.

“Costumamos acreditar que o preço ou o esforço que dedicamos em um presente, por exemplo, é o que faz diferença, mas a pessoa que recebe não sabe desses detalhes, ela apenas vê o objeto e pensa de que maneira irá encaixá-lo em sua vida”, diz o doutor em comportamento e marketing Nathan Novemsky, professor da Universidade Yale, que desenvolve pesquisas sobre o assunto. Em um de seus estudos recentes, os participantes preencheram um questionário enquanto imaginavam dar ou ganhar um cartão de presente de um restaurante. Aqueles que ofertavam acreditavam que as pessoas presenteadas iriam gostar mais de um voucher de um estabelecimento de cinco estrelas em alguma cidade ao redor; mas, na verdade, eles preferiam um restaurante próximo. Tanto os homens como as mulheres tendem a valorizar a opção prática.

Outra coisa: cuidado com papéis de embrulho exagerados. Segundo Novemsky, experimentos indicam que fazer embrulhos com um saco de papel marrom e liso – ou mesmo entregar sem embalar – pode ser mais apropriado do que aparecer com algo deslumbrante e cheio de fitas. Estranho? A princípio sim, mas a explicação faz sentido: pacotes muito atraentes tendem a aumentar as expectativas em relação ao conteúdo e também o risco de que a pessoa fique decepcionada, caso não faça jus à embalagem. Então, a menos que tenha certeza de que o mimo seja requintado, como uma joia, é indicado considerar pacotes mais modestos. E também sugerem que as pessoas não se acanhem em perguntar o que o outro quer ganhar. Pesquisas feitas nas universidades Harvard e Stanford mostram que quem recebe um presente, em geral, fica mais satisfeito com o que solicitou do que com algo atencioso que não estava em sua lista.

Era exatamente o que eu queria!. 2

OUTROS OLHARES

O MILIONÁRIO MUNDO DOS CURSOS DE MEDICINA

Com mensalidades de até 13.000 reais, escolas privadas de medicina não veem sinal de crise. Uma proibição a novos cursos deve manter o negócio bom – para quem, já está no mercado.

O milionário mundo dos cursos de medicina

Um milhão de reais separam um aluno que vai começar em 2019 o curso de medicina na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, de sua formatura em 2024. Criado em 2013, o curso é o mais caro do nicho de mercado mais caro do ensino privado do país, segundo ranking da consultoria especializada em educação Atmã – são quase 13.000 reais por mês. Até o final da graduação, cada um dos 1.095 alunos acomodados em dois campi no interior paulista (Campinas e Araras) terá acompanhado 11.000 horas de teoria e prática, e deixará nos cofres da empresa o montante de 1,026 milhão, considerando inflação anual de 4,5%. Apesar do preço, a evasão é de 2%, a inadimplência fica abaixo de 4% e o interesse continuou alto mesmo na crise: foram 14 candidatos por vaga no último vestibular. A faculdade nasceu em 1997 com foco em odontologia. Depois de anos de espera e inúmeras visitas de burocratas de Brasília, em 2013 a autorização para o curso de medicina saiu. O curso responde por 40% do faturamento da faculdade, de 300 milhões de reais por ano.

A São Leopoldo é o mais espetacular exem1plo de um mercado que não vê sinal de crise. De 2012 a 2017, o faturamento da graduação em medicina no país cresceu 78% ante 30% de todos os cursos de ensino superior privado. O valor da mensalidade de medicina, cuja média foi de 7.124 reais no ano passado (quase dez vezes a média de toda a graduação privada), subiu 29% nos últimos cinco anos ante 8% da média geral. Enquanto os demais cursos precisam de programas de incentivo financeiro, como o federal Fies as faculdades de medicina não oferecem assistência além do exigido por lei – na média, 10% das vagas são destinadas a bolsistas de programas como o Pro Uni. “Medicina exige investimento alto, mas o curso empresta credibilidade à marca da faculdade’, diz José Luiz Cintra Junqueira, presidente e fundador da São Leopoldo Mandic.

O milionário mundo dos cursos de medicina. 2

Os cursos de medicina vivem num mundo à parte, em primeiro lugar porque a carreira médica costuma ser uma aposta segura. O salário de um médico recém­ formado beira os 11.000 reais e, a partir dos dez anos de carreira, é comum profissionais ganharem 40.000 por mês nas grandes cidades. Segundo o consultor financeiro Mauro Calil, um médico graduado na São Leopoldo Mandic que ingresse no programa Mais Médicos ganhando 11.800 reais por mês, sem desconto de imposto de renda, levará mais de nove anos para compensar o investimento feito, supondo uma inflação de 4.5% ao ano e que metade de seu salário seja reservada para isso. Quem receber 30.000 reais mensais demorará no mínimo seis anos, também considerando que poupe metade para abater o investimento e que tenha o desconto de 27,5% do imposto de renda.

Mesmo tendo apenas 1.5% do volume de alunos em cursos de graduação no país, as faculdades de medicina respondem por 14,2% da receita. “A oferta de médicos é muito menor do que a demanda. Essa é a força que motiva os interessados em investir na área”, diz Felipe Miglioli, sócio da consultoria de negócios EY-Parthenon. Quase todo mês a Faculdade São Leopoldo Mandic recebe propostas de fundos e outros grupos de educação interessados. O mesmo acontece com a Universidade de Marília (Unimar), também no interior paulista, que oferece o curso há 20 anos e está em quarto lugar entre as mais caras (com mensalidade de 9.500 reais). Fundada há 60 anos, a Unimar tem 23 cursos, entre eles engenharia, enfermagem e psicologia, mas o de medicina é o que traz mais retorno para a instituição. Além da São Leopoldo e da Unimar, estão entre as cinco primeiras no ranking da mensalidade a paulista Unoeste (segundo lugar, com 19.800 reais), a cearense Centro Universitário Christus (terceiro lugar, com 9.700 reais) e a mato-grossense Centro Universitário Várzea Grande (quinto lugar, com 9.300 reais), em dados de 2018.

O número de médicos formados no Brasil cresceu 23% em sete anos, passando de 365.000, em 2010, para 453.000, em 2017.

Ainda assim, a média brasileira, de 2,2 profissionais por 1.000 habitantes, fica abaixo dos 3,4 por 1.000 da OCDE, grupo dos países ricos. O imbróglio recente envolvendo o programa Mais Médicos e a saída dos 8.000 cubanos do país escancararam a falta de profissionais em muitas regiões – no Maranhão, há 0,87 médico por1.000 habitantes. Além de atrair médicos cubanos para regiões com déficit de atendimento, o Mais Médicos estimulou a abertura de novos cursos de medicina pelo Brasil. Em comparação a 2010, o número de vagas para entrantes em medicina cresceu 89%. Mesmo assim, das quase 32.000 vagas abertas todos os anos, metade (46%) delas ainda está concentrada no Sudeste, onde é também fácil encontrar bons professores. Segundo dados da Medcel, empresa de cursos online para médicos com dados do Ministério da Educação (MEC) e embaixadas latino-americanas, cerca de 60.000 brasileiros já estudaram medicina no exterior, em países como Colômbia, Cuba, Paraguai e Argentina, onde a mensalidade custa cerca de 2.000 reais.

De 2003 a 2018, foram criados mais de 178 cursos de medicina no Brasil, segundo o MEC. Com o programa Mais Médicos, em 2013 a expansão acelerou, com novos cursos autorizados em 67 cidades. O total de vagas oferecidas passou de 17.000 para 31.000. O número de alunos em faculdades públicas subiu de 44.000, em 2013 para 55.000, em 2017. Ainda assim, no ano passado, 33,7 candidatos disputaram uma vaga de medicina, bem mais do que em 2008 (21,8) e dez vezes mais do que a média de todos os cursos. Segundo estimativa da Atmã, o Brasil ainda tem espaço para ampliar 50% o número de ingressantes sem prejudicar a qualidade do aluno, pois manteria a alta concorrência na seleção, de 22 candidatos por vaga, a mesma de 2007. Mas, em abril entrou em vigor uma moratória do governo proibindo a criação de novos cursos pelos próximos cinco anos (os editais em andamento não serão afetados). O Conselho Federal de Medicina é o maior defensor da moratória. O conselho afirma que ”a abertura de vagas em cursos de medicina e de novas escolas médicas tem sido conduzida de forma abusiva, com sérios prejuízos à formação dos profissionais e impacto negativo na qualidade do atendimento oferecido à população”.

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Enquanto o mercado de ensino superior privado é dominado por grandes grupos, os cursos de medicina mais disputados ainda são de faculdades independentes. A complexidade para a abertura de uma faculdade de medicina e o alto investimento são duas explicações. Os grupos de ensino com foco em saúde também são mais refratários a ofertas de aquisição, segundo consultores. O fundo carioca Bozano é o que tem tido mais sucesso nessa tarefa de consolidação. Sob o guarda-chuva da NRE Educacional, a Bozano comprou e investiu em nove escolas de medicina desde 2014. “Temos oportunidade de criar um grupo de educação que acompanhe o profissional de A a Z, do ingressante no vestibular ao formado há muitos anos’, diz Daniel Borght da Bozano. À NRE devem se juntar outras três faculdades, já em negociação. Além disso, a empresa ganhou sete licitações em pequenas cidades do norte pelo Mais Médicos, em cada uma das quais está investindo 20 milhões de reais. Um dos ativos com maior potencial de crescimento dentro do grupo é a Medcel, escola on­line focada em candidatos à residência estudantes brasileiros que fizeram faculdade no exterior. O plano do fundo é abrir o capital da BR Health, possível nome do grupo, ainda em 2019. O faturamento é de 400 milhões de reais por ano. “Vemos oportunidades no ensino de medicina tanto no Brasil quanto no exterior”, diz Julio De Angeli, presidente da Medcel.

Ter um curso de medicina pode dar muito dinheiro, mas é um negócio que está permanentemente à prova. Alguns cursos de direito por exemplo, chegam a 70% de margem bruta, ante 58% de medicina. Na São Leopoldo Mandic, desde o primeiro ano os alunos têm contato com robôs que choram, gritam de dor têm filhos e morrem. Alguns deles custam mais de 1 milhão de dólares. A Unimar começou a construção da quarta torre de seu hospital universitário, um investimento de 300 milhões de reais. Ter um hospital não é obrigatório para a graduação – as faculdades podem fazer parcerias com instituições locais -, mas é uma vantagem. “Não podemos descuidar nunca de entregar ao aluno equipamentos e ensino mais atualizados possível, diz Fernanda Servaj, pró-reitora da Unimar. Com a melhora econômica à vista, e uma moratória a novos entrantes, o ensino de medicina deve continuar um grande (e caro) negócio.

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GESTÃO E CARREIRA

AS EMPRESAS DO FUTURO: APOSTANDO NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Cuidar das crianças pequenas é o investimento de maior impacto para a formação de uma população mais saudável, segura, culta e produtiva. Veja como as empresas podem ajudar a mudar esse quadro (e ainda lucrar com isso).

As empresas do futuro - Apostando na primeira infância

Há alguns anos sabe-se que investir na primeira infância, a fase que vai até os 6 anos, é crucial. Proteger as crianças – garantir-lhes alimentação saudável, proteção, carinho e possibilidades de brincar -, é não apenas respeitar os direitos individuais de milhões de cidadãos, mas, também moldar o futuro da sociedade. É difícil achar causa mais nobre…mas ela não vem recebendo a atenção necessária.

O País investe 2,3% do produto interno bruto (PIB) em programas para crianças de 6 a 12 anos, e apenas 0,5% em cuidados com as crianças de 0 a 5, de acordo com dados do Banco Mundial e da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).

É quase o oposto do que se deveria fazer. Como diz o economista James Heckman, prêmio Nobel de economia de 2000, o investimento na primeira infância é o que tem o melhor retorno: entre 7% e 10 % ao ano. Análises mais recentes apontam resultados ainda mais positivos, em comunidades carentes: 13% de retorno sobre o investimento.

Essa resposta se explica por duas pontas. De um lado, a produção de riqueza é maior: segundo Heckman, crianças que frequentaram uma creche de qualidade vão receber, na média, salários 25% maiores, porque os estímulos apropriados durante a primeira fase da vida levam a um desenvolvimento emocional e cognitivo mais saudável.

De outro lado, os custos são menores: crianças bem cuidadas têm menos chance de precisar frequentar programas de recuperação educacional, e menos probabilidade de fazer escolhas que prejudiquem sua saúde ou as levem a atividades criminosas.

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O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER

A causa da primeira infância é tão definidora do futuro do país que as empresas não podem ficar alheias a ela. “Hoje, as companhias brasileiras têm pouco envolvimento com o tema”, diz Eduardo Queiroz, presidente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, organização focada na promoção da primeira infância no Brasil. “Talvez elas ainda não enxerguem o tamanho do impacto que podem ter no desenvolvimento de uma criança.”

E o caminho para essa conscientização pode ser compartilhado. “Toda empresa tem potencial de ser aliada. E já são vários os exemplos positivos a serem seguidos”, diz Gabriella Bighetti, Diretora Executiva da United Way Brasil, organização não governamental que atua pela primeira infância e juventude por meio da educação. Em geral, as organizações já sabem que este é um investimento necessário. O grande obstáculo, porém, é que elas consideram as vantagens desse investimento como globais e futuras, enquanto os custos são locais (ou seja, delas mesmas) e imediatos.

Mas esta percepção não leva em conta os efeitos colaterais das políticas em prol da família. Eles são em geral positivos, às vezes transformadores. A lógica é a mesma de criar um excelente ambiente para trabalhar: as empresas ganham uma reputação n1elhor, têm mais facilidade de atrair clientes, perdem menos funcionários. E, nos casos de iniciativas de apoio às comunidades, ainda criam oportunidades para a identificação e o desenvolvimento de lideranças entre seus funcionários.

De certa forma, vale para as pessoas jurídicas a mesma dinâmica que para as pessoas físicas: nós preferimos estar perto daquelas que sorriem mais, inspiram mais confiança, se preocupam com os outros, são mais abertas e comunicativas.

As vantagens não são apenas intangíveis. De acordo com a Ready Nation, uma organização empresarial americana que conta com 1.100 membros, incluindo atuais e ex- CEOs de grandes corporações unidos pela causa dos investimentos em crianças e jovens, os programas em prol da primeira infância têm impacto direto na produtividade dos funcionários: por saber que as crianças estão sendo bem cuidadas, os pais podem se concentrar melhor no trabalho; e os cuidados com a saúde dos filhos acarretam em menos faltas dos pais.

Não é necessário que as empresas deem um salto de fé. Ao contrário. Elas podem fazer aquilo que sempre devem fazer: contas.

Às vezes, a mera redução da rotatividade no trabalho já compensa os custos de implementar programas pró-família. Alguns estudos estimam que o custo da rotatividade varia entre 50% e 200 % do salário anual de um funcionário. São os gastos com a busca de profissionais, seu treinamento, a perda de produtividade durante o período de adaptação. Para dar uma ideia do tamanho desse problema, em 2016 a taxa de rotatividade voluntária (as demissões que as empresas não queriam fazer) foi de 30% entre as companhias da lista de melhores empresas para trabalhar no Brasil, do GPTW.

Um exemplo de como as políticas pró-família podem ter impacto nessa conta vem da filial brasileira da seguradora Tokio Marine. Em 2011, quando a empresa começou a adotar benefícios em prol da primeira infância (como horário flexível, reembolso de despesas com creche ou babá, plano de previdência privada), seu índice de rotatividade era de 21%. Essa taxa caiu progressivamente, até chegar a 9,9% em 2016, e 9,8% no ano passado, ante uma média de 14,9% no setor.

Outra potencial redução de custos é no absenteísmo. Um estudo no Canadá, feito pelos professores Georges Dionne e Benoit Dostie, da HEC Montreal, concluiu que empregados satisfeitos com o trabalho tinham probabilidade 17,5% menor de faltar; e empregados que trabalham em casa de vez em quando tinham probabilidade 11,5% menor de faltar.

Um outro estudo, nos Estados Unidos, examinou em 2004 a produtividade em 1.188 das 500 maiores companhias do país. A conclusão: a cada três programas adicionais de incentivo ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, havia um aumento de produtividade entre 2% e 3%.

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OS BONS EXEMPLOS

Há diversos modos de uma empresa se engajar na causa da primeira infância. Elas podem implementar práticas voltadas ao seu público interno; exportar sua cultura para outras empresas, via contratos com fornecedores, defendendo a causa ou realizando investimentos coletivos, que unam diversas empresas e cidadãos; promover ações de voluntariado, ou apoiar ONGs que atuam na área; promover o tema para sensibilizar a sociedade para sua importância; e divulgar a causa entre formadores de opinião e governos.

Em todos esses campos, já há bons exemplos a seguir:

  • No Brasil, a Natura oferece 40 dias de licença- paternidade, desde 2016. A lógica é que neste período a mãe está se recuperando fisicamente da gravidez, e a proximidade do pai é importante para toda a família, especialmente no estabelecimento de vínculo com o bebê.

 

  • Na filial brasileira da Johnson & Johnson, a licença- paternidade é de dois meses, que podem ser tirados no momento que o funcionário quiser dentro do primeiro ano do nascimento ou adoção da criança – o que permite um revezamento de cuidados entre pai e mãe.]]

 

  • A cadeia de lojas de conveniência americana Casey’s General Stores descreve suas instalações de cuidados com as crianças como “nossa melhor ferramenta de recrutamento e retenção de funcionários”.

 

  • Na Tokio Marine do Brasil, todos os funcionários podem começar o expediente entre 7h e 10h, e sair entre 16h e 19h30, além de poderem usar seus bancos de horas para sair mais cedo em qualquer dia. Isso facilita aos pais acompanhar os compromissos escolares ou médicos de seus filhos. Além disso, a seguradora oferece os serviços de um assistente pessoal, com utilização ilimitada e confidenciai, válida para os funcionários, marido ou mulher e filhos. A assistente ajuda a marcar hora em médicos, cotar preços de festas infantis ou de escolas etc.

 

  • O grupo Sabin, de laboratórios de saúde, oferece um salário mínimo para ajudar nas despesas do casamento. Depois vêm as palestras de preparação para o funcionário que espera um bebê e, por fim, tem outro salário mínimo para a compra do primeiro enxoval.

 

  • Na filial brasileira da Kimberly-Clark, pais de filhos com alguma necessidade especial recebem mensalmente o reembolso de despesas médicas de até R$1.300.

 

  • Na Índia, a indústria de alumínio e cobre Hindalco sustenta centros de saúde que fornecem planejamento familiar, vacinas, prevenção e tratamento de malária, tuberculose, Aids e outras doenças.

 

  • A companhia de energia e tecnologia suíça ABB Schweitz criou sua primeira creche em 1966 – e a partir daí fundou uma organização não lucrativa que ajuda outras 38 companhias a oferecer o serviço para seus empregados.

 

  • Nos Estados Unidos, o banco PNC distribui em suas agências folhetos com dicas para ajudar os pais a realizar atividades lúdicas e de aprendizado com seus filhos pequenos.

 

  • A organização americana Ready Nation já realizou 11 reuniões de cúpula e o primeiro grande encontro de negócios globais para tratar de investimentos na primeira infância em abril de 2018.

 

  • Como diz o economista Ricardo Paes de Barros, especialista em desigualdade social e educação, “o Brasil precisa passar do foco na garantia dos direitos negativos (não passar fome, não ficar doente, não sofrer violência) para a busca dos direitos positivos – pleno desenvolvimento do potencial, bem-estar enquanto criança”.

 

  • As empresas são uma parte fundamental desse esforço. E isso está plenamente de acordo com a essência do mundo dos negócios: construir um futuro melhor. Inclusive para elas próprias.

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O BE-A-BA DOS NEURONIOS

ESTUDOS NEUROLÓGICOS FEITOS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS AJUDAM A ENTENDER O IMPACTO DOS INVESTMIMENTOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA:

  •  O cérebro de uma criança de 3 anos tem 80% do volume do cérebro adulto, de acordo com diversos mapeamentos, como os do pesquisador Richard Nowakowski, da Universidade Estadual da Flórida.

 

  •  Nessa fase, o cérebro tem o dobro de conexões (as sinapses) que terá na vida adulta, segundo o neurocientista Peter Huttenlocher, um dos pioneiros desse campo.

 

  •  Os investimentos para colher bons resultados são bastante modestos. Por exemplo: uma hora de conversa por dia com uma criança, ao longo de um ano, leva a uma melhora no seu desenvolvimento equivalente à de um ano a mais, de acordo com um estudo do economista mineiro Flávio Cunha, da Universidade de Rice, nos Estados Unidos. Ou seja, uma criança de 4 anos exposta a uma comunicação adequada tem capacidade equivalente à de uma criança de 5 anos que não teve tantos estímulos de comunicação.

 

  •  A maior proteção que o cérebro de uma criança tem contra os efeitos de violência física ou verbal, privações e até falta de carinho é o vínculo afetivo com seus cuidadores, diz James Leckman, médico e pesquisador da Universidade Yale, nos Estados Unidos.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 5: 1-14

Pensando biblicamente

Instruções paternas: Advertências contra a sensualidade

 

Aqui temos:

I – Um solene prefácio, para introduzir a advertência que se segue (vv. 1,2). Aqui, Salomão se dirige ao seu filho, isto é, a todos os jovens, como seus próprios filhos. pelos quais ele tem afeição e aos quais pode influenciar. Em nome de Deus, ele exige atenção: pois escreve sob inspiração divina, e é um profeta, ainda que as suas primeiras palavras não sejam, assim diz o Senhor. ”Atende”. inclina o teu ouvido; não somente ouve o que é dito, e lê o que está escrito, mas dedica a tua mente a isto e pondera sobre isto diligentemente. Para obter atenção, ele destaca:

1. A excelência das suas palavras: É a “minha sabedoria”, a minha razão; se eu me proponho a te ensinar sabedoria, não posso recomendar nenhuma outra coisa que seja mais apropriadamente assim chamada; a filosofia moral é a minha filosofia, e aquilo que deve ser aprendido na minha escola.

2. A utilidade delas: ”Atende à minha sabedoria”;

(1) Para que conserves os meus avisos – para que possas ter discernimento. As palavras de Salomão não tencionam encher nossas mentes de noções, enchê-las com questões de especulação minuciosa, ou de discussões duvidosas, mas pretendem nos orientar no controle de nós mesmos, para que possamos agir com prudência, da maneira como é conveniente para nós e também em benefício do nosso verdadeiro interesse.

(2) Para que possas falar com sabedoria – para que “os teus lábios guardem o conhecimento”, e possas tê-lo prontamente na ponta da língua (como se diz), para o benefício das pessoas com quem convives. Está escrito que “os lábios do sacerdote guardarão a ciência” (Malaquias 2.7); mas os que são alertas e poderosos nas Escrituras podem, não somente em suas devoções, mas em suas palavras, ser sacerdotes espirituais.

 

II – A advertência propriamente dita, que é para que nos abstenhamos dos desejos carnais, do adultério, da prostituição e de toda impureza. Alguns a aplicam de maneira figurada, e interpretam a mulher estranha como idolatria, ou a falsa doutrina, que tende a corromper as mentes e os modos dos homens, ou o apetite sexual, ao qual pode ser aplicada, de maneira tão apropria­ da como qualquer outra coisa; mas o principal objetivo é nos advertir claramente contra as transgressões ao sétimo mandamento, a que a mocidade é tão inclinada, cujas tentações tão violentas, cujos exemplos são em tão grande número, e que, quando permitidas, são tão destrutivas a todas as sementes de virtude na alma que não é estranho que as advertências de Salomão contra elas sejam tão insistentes e tão frequentemente repetidas. Aqui, Salomão, como o sentinela fiel, faz uma justa advertência a todos, para que, quando considerarem suas vidas e confortos, temam este pecado, pois certamente será a sua ruína. Aqui, somos aconselhados a prestar atenção a duas coisas:

1. Que não demos ouvidos aos encantos deste pecado. É verdade que “os lábios da mulher estranha destilam favos de mel” (v. 3); os prazeres dos desejos carnais são muito tentadores (como o vinho que dá sua cor ao cálice e escoa suavemente); a sua boca, os beijos da sua boca, as palavras da sua boca, são mais suaves do que o azeite, para que a pílula venenosa possa ser engolida suavemente, e não se suspeite que haja algum mal nela. Mas, considere:

(1) O quanto as consequências podem ser fatais. Que frutos terá o pecador do seu mel e azeite, quando o fim será.

[1) O terror da consciência: “é amargoso como o absinto” (v. 4). O que era doce na boca fica amargo no estômago; ele é “agudo como a espada de dois fios” – de qualquer maneira que o tomes, ele fere. Salomão podia falar por experiência própria (Eclesiastes 7.26).

[2) O tormento do inferno. Se alguém que tenha sido culpado deste pecado se arrependeu, foi salvo, porém, de qualquer modo, a tendência direta do pecado é a destruição do corpo e da alma; “os seus pés descem à morte”; os seus passos se firmam no inferno, para puxar para lá o pecador, como se a perdição tosquenejasse por um tempo demasiado (v. 5). Os que estão envolvidos com este pecado devem se lembrar de que apenas um passo os separa do inferno, e eles estão prestes a cair nele.

(2) Considere o quanto são falsos os encantos. A mulher estranha adula e fala bonito. suas palavras são como mel e azeite, mas ela enganará a todos os que lhe derem ouvidos; as suas carreiras são variáveis, para que você não possa conhecê-las; frequente mente ela muda seu disfarce, e assume uma grande variedade de falsas cores, porque, se conhecida, certa mente será odiada. Como Proteu, ela assume várias formas, para que possa continuar com seu relacionamento com aqueles aos quais tenciona atingir. E o que ela pretende, com toda esta astúcia e controle? Nada, senão impedi-los de ponderar a vereda da vida, pois ela sabe que, se vierem a fazer isto, ela certamente os perderá. Ignoram completamente os esquemas de Satanás os que não compreendem que a grande coisa que ele pretende, em todas as suas tentações, é:

[1] Impedi-los de escolher a vereda da vida, impedi-los de ser religiosos e de ir para o céu, para que, estando ele mesmo excluído da felicidade, possa mantê-los também excluídos dela.

[2] Impedir que eles ponderem a vereda da vida, e que considerem o quanto é razoável que andem por esta vereda, e o quanto isto lhes seria benéfico. Devemos observar, para a hora da religião, que ela certamente convence a todos os que se permitirem apenas a liberdade de um pensamento sério; ela os leva a ponderar as coisas imparcialmente, mostrando que o demônio não tem como limitar os homens aos seus próprios interesses, senão desviando-os com contínuas diversões, de um tipo ou de outro – ele os desvia da calma e sóbria consideração das coisas que dizem respeito à sua paz. E a impureza é um pecado que, entre outras coisas, cega o entendimento, insensibiliza a consciência e impede que as pessoas ponderem a vereda da vida. A prostituição tira a sua inteligência (Oseias 4.11).

2. Que não nos aproximemos desta transgressão (vv. 7,8).

(1 ) Esta advertência é introduz ida por um prefácio solene: ”Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos”, quem quer que sejais, os que ledes ou ouvis estas palavras, observai o que digo, e mesclai a isto a fé, guardai estas palavras e “não vos desvieis das palavras da minha boca”, como farão os que derem ouvidos às palavras da mulher estranha. Não deveis somente receber o que digo, meramente para o presente, mas agarrar-vos a estas palavras – que elas estejam prontas para vós, e que tenhais força convosco para as ocasiões em que a tentação vos atacar mais violentamente.

(2) A advertência é, por si só, muito insistente: ”Afasta dela o teu caminho”; isto é, se acontecer de você estar perto dela, e se você tiver uma boa desculpa para ser levado para o alcance dos seus encantos, ainda assim mude o seu caminho, altere o seu curso, em lugar de se expor ao perigo; “não te aproximes da porta da sua casa”; ou seja, vá para o outro lado da rua, ou melhor, passe para outra rua, ainda que seja em direção contrária. Isto sugere:

[1] Que devemos temer e detestar fortemente o pecado. Devemos temê-lo como temeríamos um lugar infestado com alguma praga; devemos odiá-lo como ao cheiro de carniça, a qual não desejamos nos aproximar. Então, quando concebermos uma antipatia enraizada por todos os desejos carnais pecaminosos, poderemos preservar a nossa pureza.

[2] Que devemos nos empenhar em evitar tudo o que puder ser uma oportunidade para este peca­ do, ou um passo em direção a ele. Os que desejam ser guardados do mal devem ficar fora do caminho do mal. A natureza corrompida é tão inflamável que é loucura, por qualquer pretexto, aproximar-se das fagulhas. Se nos lançarmos na tentação, zombamos de Deus. quando oramos: “Não nos induzas à tentação”.

[3] Que devemos ser zelosos por nós mesmos, com um zelo devoto, e não ter tanta confiança na força de nossas próprias resoluções, a ponto de nos aventurar à beira do pecado, ainda que prometendo a nós mesmos: ”Até aqui virás, e não mais adiante”.

[4] Que, o que quer que tenha se tornado uma armadilha para nós, e uma oportunidade de pecado, ainda que seja como um olho direito e uma mão direita, devemos arrancá-lo, cortá-lo, e atirá-lo para longe de nós – devemos nos separar daquilo que nos é mais precioso, em lugar de arriscar nossas próprias almas. Este é o mandamento do nosso Salvador (Mateus 5.28-30).

(3) Os argumentos que Salomão usa, aqui, para nos reforçar esta advertência, são extraídos do mesmo tópico que os anteriores, os muitos danos que acompanham este pecado.

[1] Ele mancha a nossa reputação. “Darás a outros a tua honra ” (v.9); tu a perderás; ou seja, você colocará, na mão de cada um dos teus próximos, uma pedra para que a atirem contra você, pois, com boa razão, todos eles lhe dirão, “que vergonha”, e desprezarão você e pisarão em você, como um homem louco. A prostituição é um pecado que torna os homens desprezíveis e infames, e nenhum homem de razão ou virtude desejará manter a companhia de alguém que se relaciona com prostitutas.

[2] Ele faz desperdiçar o tempo, dá os anos. os anos da mocidade, a flor do tempo dos homens, aos cruéis – tão vil é este desejo. que com a máxima crueldade, guerreia contra a alma; tão infame é esta prostituta que, fingindo ter um afeto por nós, na verdade visa contra a vida preciosa. Os anos que deveriam ser dedicados à honra de um Deus benigno são desperdiçados no serviço de um peca­ do cruel.

[3] Ele destrói os bens (v. 10): Os estranhos se fartarão do teu poder, o qual só era confiado a ti, pois és um despenseiro para a tua família; e todos os frutos dos teus trabalhos, que deveriam ser a provisão para a tua própria casa, entrarão na casa do estranho, que não tem direito a eles e jamais te agradecerá por eles.

[4] Ele é destrutivo para a saúde. e abrevia os dias dos homens: a tua carne e o teu corpo se consumirão (v. 11). Os desejos da impureza não somente guerreiam contra a alma, que o pecador negligencia e com a qual não se preocupa, mas também combatem o próprio corpo, com o qual o pecador é tão indulgente e ao qual tanto se preocupa em agradar e mimar – tão enganosos, tão loucos. e tão prejudiciais são estes desejos. Os que se entregam à impureza com avareza desperdiça m suas forças, e se atiram à fraqueza, e frequentemente têm seus corpos cheios com odiosas perturbações, e por isto o número de seus meses é cortado ao meio, e eles caem como sacrifícios impiedosos a uma luxúria cruel.

[5] Ele enche a mente de terror se a consciência tiver sido despertada. Ainda que estejas alegre agora, divertindo-te com os teus próprios enganos, ainda assim certamente gemerás no fim (v. 11). Durante todo este tempo, estás criando material para arrependi­ mento, e acumulando motivos para aflição e tormentos na reflexão, quando o pecado se apresenta diante de ti, com a sua própria forma. Mais cedo ou mais tarde, ele lhe trará tristeza, seja quando a alma for humilhada e levada ao arrependimento, ou quando a carne e o corpo forem consumidos, seja por enfermidades, quando o pecador enfrentar a sua consciência, seja pela sepultura – quando o corpo estiver apodrecendo ali, a alma estará sofrendo nos tormentos do inferno, onde os vermes não morrem, e “Filho, lembra-te” é uma súplica constante. Aqui Salo­ mão apresenta o pecador convencido, repreendendo a si mesmo, e agravando a sua própria tolice. Então ele lamentará amargamente o seu pecado. Em primeiro lugar, porque ele odiava ser transformado, também odiava ser informado, e não podia suportar que lhe fosse ensinado o seu dever (“Como aborreci a correção”, não somente a disciplina de ser instruído, mas a própria instrução, embora fosse toda verdadeira e boa!), ou ser informado dos seus erros – “desprezou o meu coração a repreensão” (v. 12). Ele não pode deixar de reconhecer que aqueles que tinham sido responsáveis por ele, pais, ministros, tinham feito a sua parte, eles tinham sido seus professores: eles o tinham instruído, e lhe tinham dado bons conselhos e advertências (v. 13); mas, para sua própria vergonha e confusão, e justificando a Deus, em todas as infelicidades que lhe sobrevieram, ele diz que não tinha obedecido à voz dos seus ensinadores, não tinha inclinado os seus ouvidos aos que o tinham instruído. nunca deu importância ao que eles diziam, nem admitiu as impressões de seus ensinamentos. Observe que aqueles que tiveram uma boa educação e não vivem de acordo com ela, terão muito a explicar em um dia futuro: e aqueles que não se lembrarem do que foram ensinados. para viverem em conformidade com estes ensinamentos. serão forçados a se lembrar deles, como um agravamento de seu pecado, e, consequentemente, para a sua ruína. Em segundo lugar, por meio de atos frequentes de pecado. os hábitos desse pecado estavam tão enraizados e confirmados que o seu coração estava plenamente decidido a cometê-lo (v. 14): “Quase que em todo o mal me achei no meio da congregação e do ajuntamento”. Quando ele entrava na sinagoga, ou nos átrios do templo, para adorar a Deus com os outros israelitas, o seu coração impuro estava cheio de pensamentos e desejos devassos, e os seus olhos, cheios de adultério. A reverência ao lugar, ao grupo e à obra que fazia não podia restringi-lo, mas ele era quase tão ímpio e vil ali como em qualquer outro lugar. Nenhum pecado pareceria mais assustador a uma consciência desperta do que a profanação das coisas santas: e nenhum agravamento de pecado o tornaria mais pecaminoso do que o lugar em que somos honrados, com a congregação e o ajuntamento, e os benefícios que ali temos. Zinri e Cosbi declararam a sua infâmia e como eram vis diante de Moisés e de toda a congregação (Números 25.6). O adultério de coração é, para Deus, uma transgressão declarada, e é necessariamente ofensivo a Ele, quando nos aproximamos dele em atividades religiosas. Eu estava em todo o mal, desafiando os magistrados e juízes e suas assembleias; esta é a interpretação de alguns. Outros aplicam isto ao mal da punição, e não ao mal do pecado: Fui feito um exemplo, um espetáculo para o mundo. Eu estava submetido a quase todos os amargos juízos de Deus, em meio à congregação de Israel, colocado como um marco. “Levantando-me na congregação, clamo por socorro” (Jó 30.28). Devemos evitar aquilo de que nos arrependeremos, no final.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

DOENÇAS FREQUENTES NA CRISE ECONÔMICA

De acordo com o médico psiquiatra Marcelo Niel, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o desemprego é importante causa de sofrimento psíquico e adoecimento.

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De acordo com dados do IBGE do último mês de julho, o número de desempregados no Brasil alcançou 13 milhões de pessoas. Essa situação é uma das principais causas de sofrimento e adoecimento mental. Insônia, isolamento e falta de esperança se acumulam e provocam o aparecimento de doenças mentais, especialmente ansiedade e depressão.

Para Marcelo Niel, médico psiquiatra clínico e forense, além de psicoterapeuta Junguiano,  ”a tendência, sobretudo nesse período de grande instabilidade política, é que as pessoas se sintam cada vez mais ameaçadas e assombradas com a possibilidade de a miséria voltar a bater na porta dos brasileiros. Niel, que atualmente divide seu tempo atendendo pacientes em seu consultório em São Paulo e atuando como professor na Faculdade Pitágoras de Medicina, em Eunápolis, Bahia, acredita que o crescente desemprego deveria ser uma preocupação primordial para os governantes. “Isso impacta direta e muito negativamente nos índices de bem-estar da população, aumentando os problemas de saúde e a violência, uma conta bem mais cara a ser sanada no cenário brasileiro”.

Quanto ao desemprego propriamente dito, “um eficiente apoio psicológico pode ajudar as pessoas a desenvolverem estratégias de geração de renda que podem garantir o sustento e a melhoria da qualidade de vida, melhorando, consequentemente, o sofrimento psíquico. Em tempos de crise, é preciso reunir forças e buscar apoio para se reinventar para enfrentar os problemas com criatividade”, reflete Niel.

Doenças frequentes na crise econômica. 3

EM QUE MEDIDA A CRISE ECONÔMICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS CONTRIBUEM PARA O AUMENTO DE PROBLEMAS MENTAIS E PSÍQUICOS?

NIEL: Uma pessoa passando por dificuldades financeiras, sobretudo quando desempregada, aos poucos se isola e se afasta das pessoas, muitas vezes por vergonha e pela própria limitação financeira. Desânimo, vontade de desistir, preocupações constantes, cobranças vão acarretando mais e mais ansiedade, que pode acabar desencadeando quadros de depressão.

DE QUE FORMA ESSAS DOENÇAS SE MANIFESTAM?

NIEL: Sintomas ansiosos, como medo, taquicardia, crises de pânico, insônia, desânimo, falta de energia para dar continuidade às tarefas cotidianas, perda de vaidade, baixa autoestima. Todo esse conjunto faz com que a pessoa se sinta menos apta a encontrar soluções para os problemas e agrava ainda mais o problema gerando a depressão, que é uma das doenças mais frequentes nesses casos.

E STAR EM UMA SITUAÇÃO ECONÔMICA BEM NEGATIVA PODE GERAR, INCLUSIVE, UMA SOBRECARGA QUE AFETA A COGNIÇÃO E A CAPACIDADE DE TOMAR DECISÕES E DE JULGAMENTO?

NIEL: Sem dúvida. Já antes de um quadro de depressão ou ansiedade se instalar realmente a pessoa pode apresentar sensação de desânimo, menos-valia e, na presença de insônia, mais ainda a concentração e a capacidade de planejamento, julgamento e tomada de decisões podem estar afetadas.

O DESENIPREGO SERIA A PRINCIPAL CONSEQUÊNCIA DA CRISE E A MAIOR CAUSA DESSAS DOENÇAS?

NIEL: Não necessariamente. Porque há pessoas que têm maior “elasticidade” para lidar com tais problemas, o que chamamos modernamente de resiliência. É a capacidade de suportar as adversidades. Entretanto, quanto mais o problema se prolonga, mais dificuldades vão aparecendo e tudo fica mais difícil.

ESTUDOS QUE CONSEGUEM MENSURAR A GRAVIDADE DESSE IMPACTO NA SOCIEDADE?

NIEL: Sim. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o desemprego é importante causa de sofrimento psíquico e adoecimento. Um estudo realizado na Inglaterra, em 2013, estimou que mais de 1.100 mortes por ano são causadas pelo desemprego, tanto em decorrência de doenças mentais como pela falta de suporte adequado no sistema de saúde ao desempregado. No Brasil, alguns estudos apontam para a gravidade do impacto negativo na vida e na saúde mental de pessoas desempregadas.

COMO EVITAR QUE QUADROS DE ANGÚSTIA, ANSIEDADE OU DEPRES SÃO ATINJAM AS PESSOAS EM TEMPOS DE CRISE?

NIEL: O ideal é que as pessoas evitem o isolamento social, procurem os amigos para desabafar e buscar ajuda. Procurar apoio psicológico também pode ser importante ferramenta para lidar com o problema. E há muitos recursos, como em faculdades de Psicologia e ONGs, onde se pode encontrar apoio psicológico gratuito. Atividades comunitárias, cursos livres também podem contribuir para que a pessoa se sinta melhor.

O ESTRESSE PODE LEVAR À INSÔNIA, DEPRESSÃO, ANSIEDADE, MÁ ALIMENTAÇÃO E A POUCOS CUIDADOS COM A SAÚDE, O QUE ACABA REPERCUTINDO NA VIDA PESSOAL E FAMILIAR. EM PERÍODOS DE CRISE AUMENTA O NÚMERO DE SEPARAÇÕES CONJUGAIS?

NIEL: Separações, desentendimentos, rupturas, brigas familiares. Quanto mais a crise se arrasta, as dificuldades aumentam, e com isso mais cobranças, impaciência e discórdias. São períodos delicados, que exigem que a família se tina mais e busqt1e alternativas em conjt1nto para lidar com os problemas.

A PRECARIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE IMPEDE QUE PESSOAS COM ESSE QUADRO ENCONTREM O SUPORTE PSICOLÓGICO NECESSÁRIO?

NIEL: Sim. Percebemos que quanto maior a crise, mais pessoas adoecem e as filas para atendimento aumentam. Isso, associado à dificuldade já presente no sistema de saúde, amplia a dificuldade de acesso. Mas o apoio psicológico é um grande aliado. O ideal é verificar as alternativas gratuitas de que falei anteriormente.

UMA AÇÃO IMPORTANTE É O MOVIMENTO DE PSICANÁLISE DE RUA. PODE EXPLICAR COMO FUNCIONA?

NIEL: Esse movimento surgiu a partir do questionamento de alguns profissionais sobre a dificuldade de acesso às terapias, pelo elevado preço, que então criaram uma alternativa, atendendo pessoas gratuitamente, por exemplo, na praça Roosevelt, no centro de São Paulo. Aos poucos, novos profissionais têm se voluntariado e o movimento está inspirando novas ações em outros lugares da cidade.

ALÉM DOS EMPREGADOS, OS DONOS DE EMPRESAS TAMBÉM PODEM SENTIR OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA CRISE ECONÔMICA?

NIEL: Sim. Vemos que muitos empresários acabam acumulando problemas, responsabilidades e preocupações que também levam ao adoecimento.

A CRISE PODE ESTIMULAR O USO EXAGERADO DE DROGAS OU ÁLCOOL, PARA QUE SE TENHA UMA ESPÉCIE DE FUGA DOS PROBLEMAS?

NIEL:  Sem dúvida. Sabemos que o álcool é a droga mais barata em nosso meio, de fácil acesso, e que, pelo seu poder “calmante”, pode levar uma pessoa a consumir exageradamente como forma de buscar alívio. Isso pode gerar mais problemas do que trazer soluções.

O álcool, em um primeiro momento, pode ter um efeito ansiolítico, mas seu uso contínuo vai piorar o sono e a depressão, além de diminuir a vontade e a disposição. Sem contar o risco de se desenvolver o alcoolismo.

DURANTE PERÍODOS DE GRAVES CRISES ECONÔMICAS AUMENTAM AS VENDAS DE PSICOTRÓPICOS, COMO ANSIOLÍTICOS E ANTIDEPRESSIVOS?

NIEL: Sim. Tanto por pessoas que estão de fato em tratamento como por aqueles que buscam receitas com outros profissionais, além de pessoas que fazem uso por conta própria, conseguindo medicação com amigos e parentes ou comprando de forma ilícita.

EXISTE UMA INCIDÊNCIA MAIOR DE DOENÇAS MENTAIS PROVOCADAS PELA CRISE ENTRE OS HOMENS OU NÃO HÁ DISTINÇÃO DE GÊNERO?

NIEL: Sabemos que a depressão afeta mais mulheres do que homens, e a ansiedade afeta homens e mulheres em igual proporção. Há um questionamento se essa proporção é correta ou se o que ocorre, na verdade, é que as mulheres buscam mais por atendimento do que os homens, enquanto os homens “lidam” com o desconforto psíquico abusando do consumo de álcool.

A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE APONTA CINCO FATORES DE INVESTIMENTO EM POLÍTICAS PÚBLICAS PARA DIMINUIR OS MALES PSICOLÓGICOS DAS CRISES: 1) PROGRAMAS DE CRIAÇÃO DE EMPREGO; 2) PROGRAMAS DE SUPORTE FAMILIAR; 3) REGULAÇÃO DOS PREÇOS E DA DISTRIBUIÇÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS; 4) CUIDADO BÁSICO PARA POPULAÇÃO DE RISCO; 5) PROGRAMAS DE REDUÇÃO DE DÍVIDAS. O BRASIL ESTÁ MUITO LONGE DE OFERECER ISSO À POPULAÇÃO?

NIEL: Infelizmente, estamos muito longe. Não que não existam iniciativas, mas são numericamente insuficientes para atender as necessidades da nossa população. Infelizmente, muitos de nossos governantes não conseguem perceber que, sem cuidar da população, as pessoas adoecem mais, ficam mais improdutivas e isso acaba custando muito mais para o Estado. Mas não devemos esquecer que existem alternativas que as pessoas podem encontrar para lidar com os problemas, não apenas no sistema público.

POR QUE DETERMINADAS PESSOAS ADOECEM MENTALMENTE POR CAUSA DA CRISE E OUTRAS NÃO SÃO ATINGIDAS, APESAR DE VIVEREM A MESMA SITUAÇÃO?

NIEL: Há que se considerar diversos fatores para o aparecimento de uma doença mental, como a predisposição genética, o ambiente mais ou menos acolhedor que a pessoa vive, o apoio de amigos, parentes e também o nível de resiliência da pessoa. Quanto maior a capacidade da pessoa lidar com as adversidades, menor o risco de adoecimento.

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OUTROS OLHARES

PRIMITIVOS.COM

Vídeos em que youtubers ensinam a construir ferramentas da Idade da Pedra se popularizam – ironicamente, em razão da busca pela “desintoxicação digital”.

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Parece um paradoxo – e é. Em plena era digital, uma das ondas de apelo no YouTube propõe que o usuário esqueça o computador, o smartphone, a internet e outros atrativos onipresentes na vida contemporânea e se volte para a natureza e um passado distante, muito distante. A moda é puxada e encarnada pelo australiano John Plant, o youtuber responsável pelo canal Primitive Technology (Tecnologia Primitiva). Só de short – sem camisa e descalço -, Plant ensina, em vídeos gravados na floresta do Estado de Queensland em seu país natal, a construir ferramentas usadas por humanos na Idade da Pedra. Para tanto, vale-se tão somente de recursos da natureza ao seu redor. Se quer fogo, use gravetos. Se quer um machado, pegue pedras e o molde”, diz ele em seu canal, que já tem quase 9 milhões de seguidores.

Lançado em 2015, o Primitive Tecnology demorou dois anos para conquistar um público de grande monta. Ao longo dos primeiros doze meses, atraiu 788.000 fãs – um número expressivo, mas de pouca relevância diante dos milhões de seguidores angariados na web pelas celebridades. Em 2016, porém, os vídeos começaram a ganhar maior impulso. Um deles, divulgado naquele ano, sobre como fazer carvão natural, chegou a 1,5 milhão de visualizações em dois dias.

Até então, Plant, que não era afeito à fama, recusava-se a dar seu nome nas filmagens, nas quais sempre permanece mudo. Em junho de 2017, isso mudou. Para poder faturar mais com republicações de vídeos no Facebook, por meio de direitos autorais, o australiano finalmente passou a se identificar. Foi então que a audiência disparou, ultrapassando os 5 milhões de inscritos no canal até o fim daquele mesmo ano. De lá para cá, seus clipes já foram vistos 645 milhões de vezes. Ao comentar a relação entre as habilidades primitivas que ensina e as inovações modernas, Planta firmou à rede inglesa BBC: “Aprender a fazer uma fogueira é a habilidade mais importante e a base para a maior parte das tecnologias”.

Como sempre acontece nesta era de globalização aguda, a formidável popularização do canal australiano incentivou o aparecimento de similares ao redor do planeta. O Primitive Survival Tool, de Singapura, tem 2, 9 milhões de inscritos. O vietnamita Survival Skills Primitive e o americano Primitive Tecnology Idea têm, ambos, algo em torno de 1 milhão de seguidores. No Brasil, a mania ainda não explodiu, mas está chegando perto aos poucos, com páginas como Técnicas Primitivas e Vida Primitiva, que contam com um público que se situa modestamente na casa dos milhares.

Apesar de terem se disseminado pelo YouTube há pouco tempo, vivências em ambientes selvagens não são uma novidade. O assunto foi popular em programas de TV dos anos 2000. Um dos mais bem-sucedidos, À Prova de Tudo, estreou em novembro de 2006 nos Estados Unidos. Transmitido aqui pela Discovery, o programa teve 79 episódios e durou até 2011. Na atração, Bear Grylls, ex­ membro das Forças Especiais Britânicas, ensinava como sobreviver em locais inóspitos – do Alasca ao Deserto do Saara.

“Esse recente fenômeno da internet pode estar ligado a uma vontade extrema de regressar à natureza”, declarou a socióloga holandesa Saskia Sassen, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, especializada em estudos sobre digitalização. A tendência, portanto, estaria associada à necessidade das pessoas de se afastar do mundo ultra conectado – ironicamente, em razão da busca pela chamada “desintoxicação digital” que vem crescendo nesta década. Diz o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica da USP: “É como se tivéssemos atingido o limiar do uso das novidades digitais. Como o ser humano tem predisposição a movimentações pendulares, se estamos demasiado on-line, nós nos empenhamos para reforçar o outro lado, o da antítese da tecnologia”.

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GESTÃO E CARREIRA

CONSTRUINDO UMA MARCA PESSOAL

Como melhorar sua empregabilidade? Para responder a essa pergunta, apresentamos o conceito de PVP – Proposta de Valor do Profissional. Use essa estratégia para bombar nas redes e chamar a atenção de empregadores, clientes ou investidores.

Construindo uma marca pessoal

Pessoas sendo maquiadas, flashes de câmeras, designers a postos para tratar as imagens e um vaivém frenético de gente.

A cena que poderia descrever os bastidores de um desfile de moda, na verdade foi um dia de treinamento na Sul América.

A seguradora queria ensinar a seus 5.200 funcionários como se destacar na carreira, por isso colocou metade do time em salas em São Paulo e no Rio de Janeiro para participar de palestras sobre protagonismo, tutoriais para aprender a usar o LinkedIn e sessões de fotografia para cada um atualizar sua imagem na rede social. “Eu me senti um pop star”, disse um dos quase 3.000 empregados que se inscreveram para a iniciativa depois de ser maquiado e posar para fotos.

Quem não sonharia em trabalhar em um lugar assim? Pois é esse o efeito que as organizações desejam criar quando investem numa ação desse tipo. Trata­ se da estratégia de Proposta de Valor do Emprego – aquilo que as companhias prometem aos profissionais como o diferencial de estar ali. Quando bem-feita, segundo uma pesquisa da consultoria Gartner, ela aumenta em quase 75% a competitividade da marca em atrair os melhores talentos, melhora em mais de 35% o engajamento dos funcionários e contribui para o bom resultado financeiro do negócio. A própria Sul América apresentou, em 2017, um lucro líquido 11% acima do registrado no ano anterior.

Popularmente conhecida como EVP, de Employee Value Proposition, a tática tem se mostrado tão eficaz que seis em cada dez companhias projetam investir em ações que melhorem ou fortaleçam sua marca empregadora. Ora, se o conceito vale a pena para as corporações, por que não pensar nele também para as pessoas?

Em um período em que existem incontáveis formas de o indivíduo vender sua força de trabalho – da carreira clássica em grandes corporações ao empreendimento solo – o mais importante é reforçar a empregabilidade. Afinal, quem tem uma marca pessoal forte aumenta a chance de atrair a atenção de empregadores, investidores, sócios e até clientes. Foi por isso que estudamos o que está por trás da estratégia de EVP e a adaptamos para criar a PVP, ou Proposta de Valor do Profissional. Com ela você se tornará mais atraente para o mercado de trabalho.

Construindo uma marca pessoal. 3

DESENHE SUA PVP

Vamos seguir o princípio de que a EVP é formada por cinco pilares: recompensas (salário, benefícios, reconhecimento); oportunidades (promoções e trilhas de carreira); pessoas (qualidade dos colegas e reputação da liderança); trabalho (inovação alinhamento entre o que se produz e os valores pessoais dos empregados); e organização (Marca, produtos, reconhecimento no mercado, tamanho da empresa, ética organizacional). A partir daí, fazemos uma adaptação desses pontos para a pessoa física. “Recompensas, por exemplo) poderia ser traduzida em ‘valor’: qual é o diferencial de seu trabalho? Em que você agrega valor? Pessoas, seria seu ‘estilo de interagir com os outros’, e assim por diante. O exercício é usar a EVP para planejar o próprio potencial e refletir se está ou não no lugar certo. “Globalmente, as pessoas se mostram cada vez mais interessadas em refletir sobre atributos como estilo da gestão e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal”, diz Vitorio Bretas, conselheiro executivo da Gartner.

É um processo árduo, como disse Simon Barrow, pioneiro do conceito de EVP e presidente da consultoria inglesa People in Business, a uma publicação: “A gestão da marca empregadora trata sobre a vida em si, sobre seu futuro, sua autoestima, sua autovalorização e a daqueles em torno de   você.  Não é fácil encontrar e manter tudo isso”. Para esboçar sua PVP faça uma profunda reflexão sobre quem é e o que deseja conquistar no futuro. “Nessa hora, leve em conta seu perfil e o que vale mais: recompensa, qualidade de vida, propósito, ética, viajar muito ou ter uma liderança inspiradora?”, diz Bell Gama, sócia-fundadora da Air Employee Experience consultoria que ajudou a Sul América a planejar o dia de estrela para os funcionários. A especialista ressalta que uma coisa não exclui a outra, mas é importante impor um peso sobre o que é mais relevante. Da mesma forma como uma corporação, o profissional deve definir os predicados de sua marca.

Para Jaqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recurso Humanos, é essencial o indivíduo se avaliar como um produto na hora de criar sua PVP. “Faça a reflexão: Onde eu venderia esse produto? Quais seriam seus principais atributos?”, diz. E vale o mesmo exercício para quem deseja empreender. Nesse caso, “preciso é preciso definir antes se a proposta de valor será construída em cima da sua imagem (seu nome próprio) ou de uma marca criada (o nome fantasia). Se você escolher a pessoa física, será interessante dar uma incrementada para tornar sua identidade mais profissional, diz Bell, da Air Employee Experience.

Feito isso, pesquise as companhias que tenham a ver com seu perfil, sejam elas as tradicionais multinacionais, sejam as arrojadas startups, independentemente de tamanho e setor de atuação. Veja como comunicam a marca como se vendem, de que forma se descrevem. Algumas fontes ajudam nesse trabalho, como os sites Love Mondays e Glassdoor, e publicações como os guias de VOCÊ S/A -As 150 melhores Empresas para Trabalhar e Melhores Empresas para Começar a Carreira. Funcionários que trabalhem nesses locais também podem fornecer detalhes. O importante é conhecer a empresa e fazer um paralelo com sua proposta de valor.

TRACE UM PLANO

O próximo passo é montar um plano de ação. A pergunta aqui é: “Como vou fazer minha oferta ao mercado?” Pense sobre como você quer ser conhecido. “Para ter destaque é preciso se tornar uma referência. Não dá para ser o melhor em tudo, então escolha um nicho e trabalhe para ser lembrado”, afirma Luiz Carlos de Queiróz Cabrera, sócio da consultoria Panelli Motta Cabrera e um dos maiores headhunters do país.

Com o objetivo de alcançar o reconhecimento e construir sua proposta de valor, o profissional deve raciocinar como uma empresa. “Ao ver um aparelho da Apple, você pensa em conectividade. Uma bolsa Chanel remete a luxo e exclusividade. Qual é a marca que você quer imprimir? Você está sendo avaliado o tempo todo e as relações são feitas de impressões”, diz Irene Azevedoh diretora de transição de carreira e gestão da mudança da consultoria Lee Hecht Harrison (LHH).

Agora chega o momento de avaliar onde está seu público-alvo. De quem você deseja chamar a atenção e onde está esse pessoal? Uma dica para isso é analisar quem compraria seu conhecimento e habilidades ou seus produtos e serviços. “Se você faz artesanato a rede fotográfica Instagram tem mais a ver com isso. Se é um vendedor e precisa aumentar as relações profissionais então é mais indicado o LinkedIn”, diz Bell. Lembrando que estar presente em todas as redes é fundamental, mas o segredo é priorizar uma, na qual você manterá conteúdo exclusivo.

Descritos os atributos e o público-alvo, vamos para a etapa de exposição. Afinal de nada adiantará aprimorar competências e decidir qual rumo seguir se isso não for divulgado às partes interessadas. “Sua marca precisa ser percebida. Se você quer resultado deve provocar o mercado. Fale sobre o que você aprendeu, estimule sua rede, mostre que está antenado e é referência em determinado assunto”, diz Cabrera.

Hoje em dia a forma mais comum de se expor é pela internet. As redes sociais, como LinkedIn até mesmo Facebook e Instagram podem impulsionar a visibilidade e atrair os contatos de forma mais rápida. Mas Cabrera, que está acostumado a contratar muitos CEOs de grandes empresas, lembra que circular em eventos e palestras é essencial para manter o bom networking.

Se você optar pelo caminho mais curto e óbvio, o LinkedIn há de lembrar que a rede é mais do que um banco estático de currículos. As chances precisam ser escavadas. A ferramenta possibilita inúmeras conexões e traz oportunidade de ampliar seu círculo. Mas, par a isso é preciso fazer uma curadoria de conteúdo, manter certa frequência de publicações, ser pertinente, verdadeiro e, de fato, estar empenhado em fazer esse canal funcionar.

HORA DA DIVULGAÇÃO

Marcas fortes produzem conteúdo próprio. Quem fica só compartilhando links e postagens alheias é porque não tem muito a dizer. Portanto, escreva sobre a saúde de seu negócio ou sobre as conquistas no atual emprego. Divulgue quantos seguidores conseguiu, quantos produtos vendeu, quais prêmios recebeu. Exponha os recordes pessoais. Dependendo de como a comunicação for dirigida ela atrairá não só os recrutadores, mas também o sócio- investidor tão desejado.

Um planejamento de recursos pode ser necessário, seja de tempo, seja de dinheiro. “Usando um cartão de crédito, dá para impulsionar as publicações para públicos interessantes para você por idade ou por geolocalização”, diz Bell. Isso porque os algoritmos usados pelo Facebook e pelo Instagram não favorecem mais posts orgânicos – forçando os usuários a pagar pelo serviço de direcionamento de mensagem. Mas com menos de 100 reais por mês é possível alavancar os resultados.

Já no LinkedIn, paralelamente às publicações, busque pessoas interessantes para se conectar. Elas podem ser desde empresários e profissionais que você “admira” até alguém com potencial para contratá-lo ou investir em seu negócio. Escreva um texto personalizado convidando-as a ingressar em sua rede; proponha um café; apresente sua ideia. Outra dica é se voluntariar para participar de projetos em outras áreas ou ir a eventos de empreendedorismo – duas iniciativas que podem lhe   abrir portas, apresentar pessoas e agregar conhecimento. “Depois disso, prepare-se para muitas reuniões e encontros, pois ainda são o melhor jeito de conseguir investimento”, afirma Bell.

COLHA OS FRUTOS

O processo de construção de imagem é longo. Logo, se nesse período e após tanta reflexão sua rota se ajustar não há problema. “As coisas mudam muito rapidamente e é preciso estar sempre atento para corrigir os rumos” diz Irene da LHH. Quando isso acontecer, elenque as habilidades as competências que precisa desenvolver – procure ser profundo ao decidir qual é seu real propósito. Seja crítico e comece a agir. Se o cargo ou empreendimento que você sonha necessita de inglês ou de um conhecimento técnico que ainda não tem, planeje como superar essa barreira. “Não se constrói uma marca pessoal de uma hora para a outra. Não desanime se a lista de melhorias necessárias for grande, elas vão colaborar para seu desenvolvimento”, diz Sérgio Margosin, gerente da consultoria de recrutamento Michel Page.

Lembre-se de que o passo a passo para construir sua marca pessoal pode ser repetido várias vezes ao longo da carreira. Para saber se está evoluindo, acompanhe os principais indicadores. Você pode considerar, por exemplo, a quantidade de convites para cafés ou palestras como um indicador de bom desempenho. O LinkedIn, por exemplo, mostra gráficos de engajamento das postagens e ajuda a medir o nível de interação com a rede.

Mas nada disso terá valia se suas atitudes não estiverem alinhadas com seus valores. No mundo corporativo, as marcas mais lembradas e as que atraem mais gente são aquelas que têm um propósito forte e verdadeiro. Da mesma forma, na PVP o mais importante é entender quem você é e o que realmente quer. Quando há um alinhamento entre imagem e crenças, todo mundo se atrai por aquele produto. Nesse caso, o produto é você”.

Construindo uma marca pessoal. 5

POR DENTRO DA PVP

COMO CONSTRUIR SUA PROPOSTA DE VALOR PROFISSIONAL

PASSO 1: REFLITA SOBRE A CARREIRA

Dedique um tempo para pensar sobre o que você já atingiu em sua trajetória profissional e quais objetivos deseja alcançar. Avalie o que lhe daria satisfação: atuar numa nova área? Empreender? Estar numa empresa com perfil da atual? Mudar o enfoque de sua atividade: Seja sincero consigo mesmo.

PASSO 2: MAPEIE OS PROBLEMAS

Identifique as fraquezas que precisam ser superadas para conquistar seu objetivo. Pesquise cursos, converse com pessoas experientes e crie uma rotina de desenvolvimento.

PASSO 3: TRACE UM PLANO

Enquanto se desenvolve, coloque em prática algumas ações para dar visibilidade às suas competências e atributos. Defina a estratégia que mais combine com seu objetivo: gravar vídeos no YouTube, escrever no LinkedIn, participar de eventos, voluntariar-se para palestras, ter uma agenda periódica de encontros com pessoas que possam ajudá-lo a se tornar uma referência em sua área. O importante é mostrar ao mundo o que você tem a oferecer.

PASSO 4: MEÇA O RESULTADO

O mercado e as pessoas mudam constantemente, por isso é preciso com certa periodicidade revisitar suas escolhas. Dito isso, é fundamental acompanhar os indicadores de sua marca pessoal, como o número de seguidores, os convites para palestrar, os contatos para networking, os comentários nas publicações.

 

EMPREGO GARANTIDO

Três atitudes para aumentar sua empregabilidade

MANTENHA-SE ATUALIZADO

Além de apostar na educação contínua, acompanhe artigos, reportagens e eventos sobre o setor de interesse. Defina o segmento no qual se destacar e trabalhe para ser a verdadeira referência sobre o assunto. Isso também vale para os momentos de transição de carreira. Ser um destaque na área pretendida atrai recrutadores.

EXPLORE SUAS COMPETÊNCIAS.

Faça um diagnóstico sobre seus pontos fortes e fracos. Seja honesto e busque formas de aprimorar as competências em baixa. Aceite desafios para criar habilidades e fortalecer as que você já tem. Não espere ser descoberto! Mostre as pessoas ao redor que você está disponível.

ALIMENTE SUA REDE DE CONTATOS.

Você precisa estimular os outros a lembrar de suas competências e de seu conhecimento. Faça uma curadoria de conteúdo e publique nas redes sociais, principalmente LinkedIn. Gravar vídeos comentando desafios e experiências, por exemplo, ajudam a alavancar sua marca pessoal. Participe de eventos e encontros para aumentar seu networking;

FONTE: PANELLI MOTTA CABRERA.

Construindo uma marca pessoal. 4

COMO BOMBAR NO LINKEDIN

Mais de 2 milhões de posts, vídeos e artigos percorrem o feed da rede todos os dias. Veja algumas dicas para ter destaque com sua publicação.

SEJA OBJETIVO

45% dos usuários preferem conteúdos que vão direto ao ponto.

VERIFIQUE A INFORMAÇÃO

42% afirmam que o último conteúdo consumido veio de uma fonte confiável. Por isso, cheque sempre se a informação que vai postar é verídica.

PPRIORIZE OS TEXTOS

81% dos usuários preferem ler artigos; 54% gostam de estudos de caso; 38% se sentem atraídos por infográficos (entre os mais jovens esse percentual pula para 48%).

VERIFIQUE OS HORÁRIOS

O melhor momento para postar é aquele em que há mais atividades de suas conexões. Segundo a última medição do LinkedIn, o tráfego é maior às segundas e terças-feiras, das 12 às 13 horas – mas o algoritmo está em constante mudança.

COMPARTILHE O QUE VOCÊ SABE

Publique conteúdos sobre temas que você domine. Iniciar um debate sobre um assunto do qual você esteja por fora pode prejudicar sua imagem.

MENOS É MAIS

Postar em quantidade não significa necessariamente engajar sua rede. Vale mais compartilhar um bom conteúdo uma vez por semana do que fazer vários posts ruins.

FONTE: LINKEDIN

Construindo uma marca pessoal. 2 

ESTRELA DAS REDES

O LinkedIn tem mais de 500 milhões de usuários em 200 países. A plataforma também conta com mais de 10 milhões de empregos ativos e 9 milhões de companhias inscritas. Ou seja, é a vitrine ideal para você exibir sua marca pessoal. Saiba como fazer isso.

1 – USE UMA FOTO PROFISSIONAL

Fique atento à qualidade da luz e à resolução da imagem. De acordo com o LinkedIn, um perfil com imagem atrai 21 vezes mais recrutadores. Evite improvisar com retratos em festas, férias ou selfies.

2 – PENSE EM SEU NOME

Certifique-se de que o nome de seu perfil seja o mesmo que você utiliza em seu e-mail profissional ou pelo qual você é conhecido. Essa dica é válida especialmente para pessoas com mais de um sobrenome ou nomes duplos.

3 – ESCREVA O TÍTULO PERFEITO

Abaixo do campo do nome, você pode personalizar seu título. Coloque não só seu campo de atuação, mas palavras-chave relacionadas à sua área e ao setor em que gostaria de trabalhar. Por exemplo, se trabalha com Marketing e está especializado em redes sociais, coloque “estrategista em Relações Sociais”.

4 – ENFATIZE SUA TRAJETÓRIA DE CARREIRA

As pessoas são movidas por boas histórias, e não por dados. Por isso, em “Resumo Profissional”, relate sua história de carreira, por que escolheu a profissão, o que te motiva e quais são seus propósitos. É por ali que as pessoas vão te conhecer.

5 – PERSONALIZE SUA URL

Isso aumenta a chance de você expandir sua rede de contatos. Na página de perfil, clique em “Editar Perfil Público”. Na seção “Editar a URL do seu Perfil Público”, à direita, clique no ícone “Editar”. Modifique o final da URL com seu nome.

 6 – APROVEITE OUTRAS MÍDIAS

Você pode exemplificar momentos de sua carreira colocando links de textos, apresentações e vídeos que foram importantes em sua trajetória.

 7 – PUBLIQUE SUAS IDEIAS

Quando você mostra o que pensa, atrai audiência da rede. O LinkedIn permite postar fotos, vídeos, links e escrever artigos longos. Avalie qual é a ferramenta ideal para seu público.

8 – COMPARTILHE O QUE VOCÊ ACREDITA

A lógica de qualquer rede social é o compartilhamento. Só se lembre de que tudo o que você posta deve estar relacionado a seus interesses profissionais e ser relevante para sua área de atuação.

 9 – ADICIONE PESSOAS OU EMPRESAS DE INTERESSE

Ainda que não conheça ninguém na empresa que admira, não há nenhum problema em edicionar pessoas que já trabalhem ali. Envie uma mensagem personalizada falando sobre seu interesse.

10 – RESERVE TEMPO PARA GERIR O LINKEDIN

A rede social não funciona sozinha, e você precisa se empenhar para compartilhar, escrever e adicionar contatos. Isso aumenta sua chance de visualizações de perfil.

Construindo uma marca pessoal.png

FONTE: CONSULTORIA AIR EMPLOYEE EXPERIENCE.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 4: 20-27

Pensando biblicamente

Instruções Paternas

Tendo nos advertido a não fazer o mal, aqui Salomão nos ensina como fazer o bem. Não é suficiente que evitemos as oportunidades de pecar, mas devemos estudar os métodos do dever.

 

I – Devemos ter uma contínua consideração pela Palavra de Deus, e nos empenhar para que ela esteja sempre disponível para nós.

1. Os dizeres da sabedoria devem ser os nossos princípios pelos quais devemos governar a nós mesmos, os nossos monitores, que nos advertem sobre o dever e o perigo; e por isto,

(1) devemos recebê-los com disposição: “Às minhas razões inclina o teu ouvido” (v. 20); humildemente, curva-te a elas; ouve-as com diligência. A audição atenta à Palavra de Deus é um bom sinal da obra da graça que se iniciou no coração, e um bom meio de levá-la adiante. Deve-se esperar que estejam decididos a fazer o seu dever os que estão dispostos a conhecê-lo.

(2) Devemos guardá-las cuidadosamente (v. 21); devemos mantê-las diante de nós, como nossa regra: “Não as deixes apartar-se dos teus olhos”; examina-as, mais de uma vez, e em tudo procura estar em conformidade com elas. Devemos guardá-las dentro de nós, como um princípio dominante, cujas influências se difundem por todo o homem: “Guarda-as no meio do teu coração”, como algo precioso para ti, e que temes perder. Que a Palavra de Deus esteja escrita no teu coração, pois aquilo que está escrito ali, permanecerá.

2. A razão pela qual devemos nos preocupar tanto com as palavras da sabedoria é que elas serão alimento e remédio para nós, como a árvore da vida (Apocalipse 22.2; Ezequiel 47.12). Os que as buscam e encontram, que as encontram e as guardam, encontrarão, nelas,

(1) Alimento: “Porque são vida para os que as acham” (v. 22). Assim como a vida espiritual foi iniciada pela Palavra, como seu instrumento, também, pela mesma Palavra, ela ainda é nutrida e mantida. Não poderíamos viver sem ela; podemos, pela fé, viver dela.

(2) Remédio. Elas são “saúde, para o seu corpo”; são saúde para o homem – tanto o corpo como a alma; elas ajudam a manter ambos em boa condição. Elas são saúde para toda a carne, segundo a Septuaginta. Há o suficiente para curar todas as doenças deste mundo enfermo. Elas são um remédio para toda a carne (este é o significado da palavra), para todas as suas corrupções, pois são chamadas de carne, para todas as suas angústias, que são como espinhos na carne. Na Palavra de Deus, há remédio adequado para todas as nossas enfermidades espirituais.

 

II – Nós devemos manter um olhar vigilante e uma mão firme sobre todos os movimentos do nosso homem interior (v. 23). Aqui temos:

1. Um grande dever, exigido pelas leis da sabedoria, e para que obtenhamos e preservemos a sabedoria: “Guarda o teu coração”, com toda diligência. Deus, que nos deu estas almas, nos deu, juntamente com elas, uma rígida incumbência: Homem, mulher, guarda o teu coração; “guarda bem a tua alma” (Deuteronômio 4.9). Devemos conservar um zelo santo sobre nós mesmos, e manter uma vigilância rígida. consequentemente, sobre todos os caminhos da alma; guardar os nossos corações, impedir que firam e que sejam feridos, que sejam profanados pelo pecado e perturbados pelas aflições; devemos guardá-los como nossa joia, como nossa vinha; conservar uma consciência livre de transgressões; expulsar os maus pensamentos; conservar os bons pensamentos; conservar o interesse sobre objetivos corretos e compromissos devidos. Guardá-los, com todo cuidado (este é o significado da palavra); há muitas maneiras de guardar as coisas – com cuidado, pela força, pedindo ajuda – e devemos usar todas elas para guardar os nossos corações; e ainda assim tudo isto não será suficiente, pois eles são enganosos (Jeremias 17.9). Ou, acima de todos os cuidados; devemos guardar os nossos corações com mais cuidado e diligência do que guardamos qualquer outra coisa. Devemos guardar os nossos olhos (Jó 31.1), guardar as nossas línguas (Salmos 34.13), guardar os nossos pés (Eclesiastes 5.11. mas, acima de tudo. guardar os nossos corações.

2. Uma boa razão apresentada para este cuidado: “Porque dele procedem as saídas da vida”. De um coração bem guardado, fluirão coisas vivas, bons produtos, para a glória de Deus e a edificação dos outros. Ou, em geral, todas as ações da vida fluem do coração, e, por isto, guardá-lo é fazer com que a árvore seja boa e as fontes sejam sadias. As nossas vidas serão regulares ou irregulares, confortáveis ou desconfortáveis, conforme os nossos corações sejam guardados ou negligenciados.

 

III – Devemos colocar uma sentinela diante da porta dos nossos lábios, para que não cometamos transgressões com a nossa língua (v. 24): “Desvia de ti a tortuosidade da boca e alonga de ti a perversidade dos lábios”. Sendo os nossos corações naturalmente corruptos, deles uma grande dose de comunicação corrupta pode surgir, e por isto devemos conceber um grande temor e ódio a toda forma de palavras más, maldições, juramentos, blasfêmias, palavrões, mentiras, calúnias, discussões, imundícies, e conversas tolas, uma vez que tudo isto vem de uma boca tortuosa e de lábios perversos, que não se deixam governar nem pela razão nem pela religião, mas contradizem a ambas, e que são tão desagradáveis e não favorecidos diante de Deus como o é uma boca distorcida e tortuosa diante dos homens. Todas as formas de pecados da língua, nós devemos, por constante vigilância e firme determinação. afastar de nós. apartar de nós, abstendo-nos de todas as palavras que tenham alguma aparência de mal, e temendo aprender essas palavras.

 

IV – Devemos fazer um concerto com os nossos olhos: “Os teus olhos olhem direitos, e as tuas pálpebras olhem diretamente diante de ti” (v. 25). Que os teus olhos se fixem, e não se desviem; que não vagueiem, buscando cada coisa que se apresenta, pois então serão desviados do bem e atraídos pelo mal. Desvia-os, impedindo que contemplem a vaidade; que o teu olho seja um só, e não dividido; que as tuas intenções sejam sinceras e uniformes, e não olhem, disfarçadamente, para nenhum objetivo secundário. Devemos conservar os nossos olhos voltados ao nosso Mestre, e procurar ser aprovados por Ele; conservar os nossos olhos sobre a nossa lei, e andar em conformidade com ela; conservar os nossos olhos em nossos objetivos, o prêmio da nossa chamada mais elevada, direcionando todos os nossos recursos para que possamos alcançá-los.

 

V – Devemos agir com ponderação, em tudo o que fizermos (v. 26): “Pondera a vereda de teus pés··. examina-a (este é o significado da palavra); coloca a Palavra de Deus em um prato da balança, e tudo o que fizeste, ou pensas fazer, no outro, e vê se estão equilibrados; sê minucioso e crítico ao examinar se o teu caminho tem sido bom, diante do Senhor, e se terminará bem. Nós devemos considerar os nossos caminhos passados, e examinar o que fizemos, e os nossos caminhos atuais, o que estamos fazendo, para onde vamos, e verificar se andamos de maneira prudente. Devemos considerar quais são os deveres e as dificuldades, quais são as vantagens e os perigos do nosso caminho, para que possamos agir de maneira adequada. “Nada façais precipitadamente!” (Atos 19.36, na versão RA).

 

VI – Devemos agir com firmeza, cautela e consistência: “Todos os teus caminhos sejam bem ordenados” (v. 26), e não sejas instável neles, como acontece com o homem indeciso; não hesites entre duas opções, mas prossiga em um caminho de obediência cada vez mais uniforme: “não declines nem para a direita nem para a esquerda”, pois há erros nos dois lados, e Satanás consegue os seus objetivos se fizer com que nos desviemos, para qualquer um destes. Seja muito cuidadoso para retirar o teu pé do mal; toma cuidado com os excessos, pois nele está o mal, e conserva os teus olhos à frente, para que possas seguir o caminho dourado. Os que desejam ser aprovados como sábios devem ser sempre vigilantes.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

OS RESTOS DO AMOR NO TRIBUNAL

Muito se fala e se espera de viver boas relações, como se, uma vez consolidadas, não precisassem de investimento e manutenção, e ainda assim não ter garantia de sucesso.

Os restos do amor no tribunal.jpg

E viveram felizes para sempre! Só essa frase já dá “pano pra manga”. A experiência em perícia psicológica demonstra que uma das principais queixas observadas nos estudos psicológicos nos processos de separação é a falta de diálogo e entendimento acerca do que é e do que se espera individualmente de uma relação. Normalmente, esses assuntos não são conversados pelo casal, são demandas e expectativas ao outro que surgem em meio às discussões como exigências sem nunca terem sido ditas.

No divórcio, os envolvidos desejam recuperar seus sentimentos como moedas investidas e corrigidas com juros numa relação que ruiu.

Talvez se pudermos pensar que um “para sempre” exige um dia de cada vez, e que relacionamento não é algo estagnado, fique mais palatável compreender por que o fim de um casal pode ser tão dolorido. E vamos mais adiante: por que os restos do amor vão parar no Tribunal de Justiça e não em um consultório psicológico, que seria o lugar mais adequado para discutir os fantasmas da relação, as dificuldades e restos do casal, a reorganização de uma identidade e as questões familiares?

Seria importante que a Vara de Família pudesse ser utilizada para homologar os acordos já elaborados psiquicamente e outrora estabelecidos em termos da lei, entre sujeitos emocionalmente conscientes e responsáveis, todavia não funciona assim, porque estamos falando de seres humanos com sentimentos e emoções. Essa noção de que a soma de dois mais dois em Psicanálise pode dar qualquer resultado é a grande ajuda que o corpo de psicólogos e psicanalistas oferece aos magistrados. Que é a noção do conflito psíquico.

Muitas vezes é de fato necessário um processo judicial, mas em outras não. Distinguir uma necessidade da outra é um trabalho delicado que vai exigir habilidade em lidar com perdas, sensibilidade e maturidade. Sabemos que, em muitos casos, somente com a intervenção jurídica será possível um divórcio em termos da lei. Digo em termos da lei porque é muito comum observar sujeitos que se divorciam no papel, mas continuam vinculados psiquicamente, demonstrando que a separação emocional ainda não ocorreu e que pode não ocorrer se não existir um acompanhamento psicológico.

Quando se trata de uma relação que se rompeu, e pensar o que será feito com os restos do amor. É comum notar nas perícias psicológicas dos processos judiciais a transformação do amor em ódio, que passa a governar a vida de muitos sujeitos, fazendo com que a elaboração do luto seja difícil de ocorrer. Se antes eram vinculados/ligados pelo amor, agora passaram a se vincular através do ódio, tornando complicada a separação. Misturado a isso, tem a relação com os filhos, que embolados nessa situação dos pais se deparam com uma quebra de continuidade na preservação e apoio no desenvolvimento emocional.

Não tem mágica, falar em separação e viver a separação são formas de deparar-se com a travessia do sofrimento, da angústia, do medo, da solidão, da ansiedade e muitos outros sentimentos que ficam mais aflorados. Esses sentimentos precisarão ser encarados um a um na elaboração do luto. E nesse ponto que se observa que o Judiciário, que não é uma instituição de saúde mental, não é o melhor lugar para tratar desses assuntos. Entretanto, esses quesitos surgem no Tribunal de Justiça misturados às disputas judiciais justamente porque foi o único lugar que conseguiram para falar a respeito dessas dores – ainda que mescladas às questões jurídicas. Separar essas demandas e observar o lugar de cada um na trama psicológica daquela composição familiar serão atribuições do perito psicólogo.

Diante da possibilidade de separação do casal observa-se que são arremessados no Tribunal de Justiça as queixas e os ressentimentos acerca de um projeto ou de uma idealização fracassada. Ora, idealizações são sempre um convite ao fracasso.

É naturalmente compreensível que o magistrado seja convidado a ocupar um lugar de pai organizador na função de devolução ao casal de determinado equilíbrio, que por qualquer motivo deixou de existir. Esse não é exatamente o lugar do magistrado, mas de algum modo é nele que é depositado esse papel subjetivo.

E fica ainda mais complexo quando dessa relação existem filhos. Nota-se que o grau de dificuldade na elaboração de todo esse contexto é maior. Justamente porque aquele casal conjugal terá que passar por uma nova reorganização, criando­ se tão somente um casal parental, e, se tudo der certo, um casal parental cordial em benefício da prole.

É observado com grande frequência o entrave na comunicação e na qualidade desta entre o antigo casal. Ambos se perdem em meio às brigas, confundem questões relacionadas à situação econômica com questões acerca dos filhos, se maltratam muitas vezes com agressões verbais e físicas.

Nas perícias psicológicas são notórias a necessidade que os envolvidos têm de estarem certos a respeito de suas posições e a pouca abertura para escutar a versão do outro. Não há dúvida de que ao falarmos em separação haverá perdas econômicas e emocionais, renúncias e ganhos.

Ao se deparar com a separação estamos diante de um novo cenário com aspectos positivos e negativos que deverão ser avaliados com cautela, maturidade e preservação emocional dos filhos dentro do lugar que compete a eles, e não misturados aos pais. E de uma manutenção segura dos vínculos parentais que as crianças precisam para seu desenvolvimento emocional.

As dificuldades existem, mas com calma, disposição e orientação adequada e profissional é possível administrá-las e viver feliz.

OUTROS OLHARES

5 APLICATIVOS INOVADORES PARA CEGOS

A tecnologia pode ajudar a melhorar a qualidade de pessoas com deficiência. Selecionamos cinco aplicativos para Android e iPhone para pessoas com problemas de visão ou cegas, a maioria deles gratuita.

5 Aplicativos inovadores para cegos

1. BLIND TOOL

Criado pelo cientista da computação Joseph Cohen, pesquisador da Universidade de Massachusetts, o aplicativo reconhece objetos. Funciona da seguinte maneira: o usuário deve apontar o celular para seu entorno até senti-lo vibrar. Isso significa que o aplicativo detectou um objeto reconhecível e pode verbalizar qual é. Essa leitura de objetos tridimensionais é feita por uma rede neural artificial capaz de relacionar o que está diante da câmera do aparelho com imagens armazenadas em um banco de dados, buscando semelhanças. O sistema, claro, está sujeito a erros, mas é programado para descrever o objeto apenas se há possibilidade de ao menos 30% de acerto. O Blind Tool é gratuito e está disponível para sistema Android no Google Play.

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2. BE MY EYES

Esse aplicativo é especialmente interessante, pois permite que pessoas que enxergam ajudem cegos a resolver problemas pontuais, como ler uma etiqueta, um rótulo, uma conta etc. Ao se cadastrar no sistema, o usuário pode atuar como voluntário ou como alguém que precisa de auxílio. Este envia imagens em vídeo do que precisa ver; a outra pessoa responde por escrito e o aplicativo verbaliza. Be my eyes pode ser baixado gratuitamente para iPhone no iTunes.

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3. COLOR ID.

Disponível para iPhone e Android, é capaz de reconhecer os mais variados tons de cores e verbalizar (em inglês) para o usuário. Pode ajudar pessoas com baixa visão a descobrir, por exemplo, a cor da roupa que pretende usar ou se uma fruta ainda não está madura. Gratuito.

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4. I BRAILLER NOTES.

Permite digitar anotações na tela do iPad ou iPhone e compartilhá-las diretamente em braile. Basta posicionar os dedos sobre a tela que teclas dinâmicas aparecem, melhorando o conforto do usuário. A versão mais recente para iPhone custa US$ 19,99 no iTunes.

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5. ARIADNE GPS.

O GPS especialmente desenvolvido para cegos ajuda a saber onde ele está e a seguir rotas. O usuário passa o dedo sobre o mapa e o aplicativo verbaliza onde ele está e oferece as coordenadas para chegar ao destino. O celular vibra caso seja preciso atravessar um cruzamento e também sinaliza as paradas em ônibus em movimento. Disponível em vários idiomas para IPhone, por US$ 5,99.

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GESTÃO E CARREIRA

A BUSCA PELA IGUALDADE DE GÊNERO

Salários mais baixos para mulheres ressaltam a necessidade de adoção de políticas específicas.

A busca pela igualdade de gênero

Seja no nível salarial, seja na oportunidade de alcançar cargos de liderança, as desigualdades de gênero ainda persistem no mundo corporativo. Pesquisa de 2018 do portal de empregos Catho aponta que as mulheres ganham menos do que os colegas homens em todas as situações: ocupando os mesmos cargos, trabalhando nas mesmas áreas de atuação ou com os mesmos níveis de escolaridade. Nos casos de profissionais com MBA, os salários delas são, em média, 42.49% menores. Quando ocupam cargos de presidente ou diretora, as mulheres recebem 31,84% menos, também em média, do que seus pares do sexo masculino.

A pesquisa, realizada com 8 mil profissionais, mostra que as mulheres também são minoria ocupando cargos de gestão – ainda que a situação tenha melhorado em relação à mesma pesquisa realizada em 2011. As mulheres ocupam 25,85% das cadeiras de presidência (ante 22.91% em 2011) e representam apenas 27.95% das diretorias (eram 23.40% há sete anos).

Nos conselhos de administração, o gap é ainda mais profundo. O levantamento Women in the Boardroom – A Global Pespective (“Mulheres nos conselhos – uma perspectiva global”), publicado em 2017 pela consultoria Deloitte, mostra que as mulheres ocupam só 15% dos assentos dos conselhos de administração globalmente – no Brasil, são apenas 7.7%. Os números apontam para a necessidade de adoção de políticas igualitárias de salários, atração e promoção. “Estudos mostram que empresas com mulheres na liderança ou em conselhos de administração têm melhores resultados econômico-financeiros. Elas apresentam uma melhor compreensão das variáveis de cenário e tomam decisões mais acertadas no longo prazo”, diz a professora da FDC Marta Pimentel.

A busca pela igualdade de gênero. 2

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 4: 14-19

Pensando biblicamente

Advertências contra as más companhias

Alguns interpretam que as instruções de Davi a Salomão, que começam no verso 4, continuam até o fim do capítulo; na verdade, alguns entendem que elas continuam até o fim do capítulo 9; mas é mais provável que Salomão comece aqui, outra vez, se não antes. Nestes versos, tendo nos exortado a andar nos caminhos da sabedoria, ele nos adverte contra a vereda dos ímpios.

1. Nós devemos tomar cuidado com os caminhos do pecado, e evita­ los, evitar tudo o que é parecido com o pecado e conduz a ele.

2. Para fazer isto, devemos nos manter afastados dos caminhos dos pecadores, e não ter comunhão com eles. Por temor de cair em caminhos de pecado, devemos evitar a companhia dos ímpios. Aqui, temos:

 

I – A advertência propriamente dita (vv. 14,15). 1. Nós devemos evitar o envolvimento com o pecado e com pecadores: “Não entres na vereda dos ímpios”. O nosso professor, tendo, como um guia fiel, nos mostrado as carreiras direitas (v. 11), aqui nos adverte sobre os atalhos pelos quais corremos o risco de ser desviados. Que aqueles que foram bem-educados, e treinados no caminho que devem percorrer jamais se desviem para o caminho que não devem seguir; que nem mesmo entrem nele, nem o experimentem, para que isto não acabe sendo uma experiência perigosa, da qual é difícil sair com segurança. Não se aventure na companhia dos que estão infectados pela praga, ainda que você se julgue protegido com um antídoto.

1. Se, em algum momento, nós formos atraídos a um mau caminho, devemos fugir dele. Se, antes que te dês conta, entrares pela porta, porque é ampla, não prossigas pelo caminho dos ímpios. Tão logo te dês conta do teu engano, retira-te imediatamente, não dês nem um passo mais, não permaneças nem um minuto mais no caminho que certamente leva à destruição.

2. Nós devemos temer e detestar os caminhos do pecado e dos pecadores, e evitá-los com o maior cuidado imaginável. Os caminhos dos ímpios podem parecer agradáveis e sociáveis, e o caminho mais curto para alcançar o fim secular que possamos ter em mente, mas é um caminho ímpio, e terminará mal, e por isto, se amas ao teu Deus, e à tua alma, evita-o; nem sequer passes por ele, para que não sejas tentado a entrar nele; e, se te encontrares próximo dele, desvia-te dele e passa de largo, e afasta-te dele, para o mais longe que puderes. A forma da expressão sugere o perigo iminente em que nos encontramos, a necessidade que temos desta advertência, e a grande importância dela, e que os nossos sentinelas são, ou devem ser, muito sinceros e fervorosos ao nos darem este aviso. Isto também sugere a distância que devemos manter do pecado e dos pecadores; ele não diz: mantém a devida distância, mas passa de largo, mantém uma grande distância, quanto mais longe, melhor; nunca penses que já estás suficientemente longe dele. Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti.

 

II – As razões para se reiterar esta advertência.

1. Considera o caráter dos homens sobre cujos caminhos és advertido a evitar. São homens nocivos (vv. 16,17); não somente não se importam com o mal que fazem aos que se põem no seu caminho, como também se dedicam a fazer maldades, e obtêm o seu prazer puramente das maldades. Eles planejam e se esforçam continuamente em provocar o pecado de alguns, em arruiná­los de corpo e alma. A impiedade e a maldade estão na sua natureza, e a violência está em todos os seus atos. Eles são vingativos, ao máximo; pois,

(1) a perversidade é o seu terreno. A mesma satisfação que um homem cobiçoso tem, quando obtém dinheiro, que um homem ambicioso tem, quando obtém uma promoção, e que um homem bom sente, quando faz o bem, esta mesma satisfação tem eles, depois de dizer ou fazer algo que é ofensivo e de má índole; e eles ficam extremamente in­ quietos, se não tiverem gratificadas a sua inveja e a sua vingança, como Hamã, a quem tudo era desagradável enquanto Mardoqueu não fosse enforcado. De igual maneira, isto sugere o quanto eles se sentem inquietos e infatigáveis em suas atividades perversas; não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono, se não fizerem tropeçar alguém.

(2) A maldade é seu alimento; eles se banqueteiam com ela. Eles comem o pão da impiedade (comem o meu povo como se comessem pão, Salmos 14.4) e bebem o vinho das violências (v. 17), bebem a iniquidade como a água (Jó 15.16). Tudo o que comem e bebem é obtido pelo roubo e pela opressão. Os ímpios pensam que é perdido o tempo em que não estão praticando o mal? Que os homens bons se dediquem a fazer o bem, e sintam prazer nisto. E que todos os que são sábios, e desejam o bem a si mesmos, evitem a companhia dos ímpios; pois,

[1] é muito vergonhosa; pois não há disposição de espírito que seja uma vergonha maior para a natureza humana, um inimigo maior para a sociedade humana, um desafio mais ousado a Deus e à consciência, que tenha em si mais da presença da imagem do diabo ou que seja mais útil aos seus interesses, do que um prazer em fazer o mal e atormentar, e ferir, e destruir aos outros.

[2] É muito perigosa. Evita os que se alegram em fazer o mal, pelo fato de valorizares a tua própria segurança; pois, qualquer que seja a amizade que possam fingir, em um momento ou outro te farão alguma maldade; cooperar com eles será a tua ruína (Provérbios 1.18), e eles procurarão te destruir se não cooperares. Assim sendo, afasta-te deles rapidamente.

2. Considera o caráter do caminho que és aconselhado a evitar, em comparação com a carreira direita na qual és convidado a andar.

(1) O caminho da justiça é luz (v. 18): a vereda dos justos, que eles escolheram e onde andam, é como a luz; a luz brilhará em seus caminhos (Jó 22.28), e estes caminhos lhes serão seguros e agradáveis. Cristo é o seu caminho, e Ele é a luz. Eles são guiados pela Palavra de Deus e ela é uma luz para os seus pés; eles mesmos são luz no Senhor, e andam na luz, como Ele está na luz.

[1] É uma luz brilhante. O seu caminho brilha, para eles mesmos, na sua alegria e na sua consolação; ele brilha diante dos outros, na sua honra; ele brilha diante dos homens, que veem as suas boas obras (Mateus 5.16). Eles prosseguem pelo seu caminho com santa segurança e serenidade de espírito, como os que andam na luz. É como a luz da aurora, que nascerá nas trevas (Isaias 58.8,10) e põe um fim às obras das trevas.

[2) É uma luz crescente; ela vai brilhando mais e mais, não como a luz de um meteoro, que logo desaparece, ou a luz de uma vela, que enfraquece e se extingue, mas como a luz da aurora, do sol nascente, que segue brilhando, e se eleva brilhando. A graça, o guia deste caminho, é crescente; aquele que tem as mãos limpas será cada vez mais forte. Aquela alegria, que é o prazer neste caminho, aquela honra que é o brilho deste caminho, e toda aquela felicidade que é, verdadeiramente, a sua luz, serão crescentes.

[3) E chegará, no final, ao dia perfeito. A luz da aurora acabará sendo a luz do meio-dia, e é isto que a alma esclarecida deseja. Os santos não serão perfeitos até que cheguem ao céu; eles resplandecerão como o sol quando ele sai, na sua força (Mateus 13.43). As suas graças e alegrias serão perfeitas. Portanto, é sensato que nos conservemos próximos ao caminho dos justos.

(2) “O caminho dos ímpios é corno a escuridão” (v.19). As obras das quais ele nos aconselha a não participar são obras das trevas. Que prazer e satisfação verdadeiros podem ter os que não conhece m nenhum prazer e satisfação, exceto os que sentem ao fazer o mal? Que guia confiável tem os que deixam a Palavra de Deus atrás de si? O caminho dos ímpios é escuro, e por isto, perigoso; eles tropeçam, e nem conhecem aquilo em que tropeçam. Eles caem no pecado, mas não percebem de onde veio a tentação pela qual são derrubados. e por isto não sabem como evitá-la, da próxima vez. Eles caem em dificuldades, mas nunca se pergunta m por que Deus contende com eles; eles não consideram que fazem o mal, nem quais serão as consequências disto (Salmos 82.5; Jó 18.5,6). Este é o caminho que somos aconselhados a evitar.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

EMOÇÃO ESTIMULANTE

A paixão é um sentimento arrebatador que influencia os reflexos emocionais das pessoas e gera um poderoso combustível para a vida.

Emoção estimulante

A paixão é um dos mais poderosos combustíveis da vida humana. É por meio dela que podemos transformar qualquer obstáculo em oportunidade, sonhos em realidade e, principalmente, modificarmos nossa fisiologia a fim de atingir um estado interno de prazer, motivação, foco e determinação.

Ela tem o poder de despertar nosso melhor e, claro, nosso pior, e se calibrada estrategicamente pode ser um interessante recurso para as conquistas pessoais.

Pense comigo, onde e quando nos sentimos mais vivos, inteiros e completam ente amantes da vida em sua potência máxima? Certamente, na fase inicial de um relacionamento a dois, quando um casal se entrega sem reservas, se joga de cabeça, não vê limites para estar perto. Não interessa o horário, se é longe ou perto, se os outros pensam ou falam, o que existe para eles é o aqui e o agora, e a necessidade urgente de que esse instante, o presente, seja uma inesgotável fonte de prazer e conexão!

E por dentro de cada ser apaixonado, aquele turbilhão emocional traz consigo o coração acelerado, a sensação constante de prazer, as famosas “borboletas no estômago”, mas, especialmente, aquela expectativa em esperar alguém chegar, motivação, flow, riso fácil e sem fazer muito esforço para sentir o entusiasmo por simplesmente o dia ter surgido pela sua janela.

Os dias são mais coloridos, você percebe detalhes na vida que nunca antes havia visto, ao mesmo tempo em que outras pessoas perdem o foco e você “só tem olhos” para aquele ser. Você se sente em seu pleno potencial e com total energia, capaz de saltar montanhas! Uau, se você já viveu essa experiência, se conecte com o sentimento, pois é entorpecedor, não é? Perceba a potência que a paixão pode representar para a vida humana, para nossos projetos, trabalhos e, obviamente, para nossas relações.

Agora imagine o que uma pessoa que sente isso pode realizar? E como seria viver a vida assim, tornando esse estado emocional um padrão que se apresenta todos os dias? Nesse momento, milhares de pessoas estão experimentando essas e outras várias sensações por um único motivo:  estão apaixonadas! É por isso que eu afirmo que a paixão é um dos mais poderosos combustíveis para a vida.

E assim como a paixão acontece entre duas pessoas, é possível transpor o melhor dela para além de relacionamentos, se mantendo por mais tempo nesse estado de motivação e contemplação da vida, que permite ser sua melhor versão todos os dias (porque quando estamos apaixonados queremos entregar todo dia o que há de melhor em nós mesmos).

Mas para levar esses “sintomas” para a vida prática se faz necessário entender como a paixão funciona, qual o mecanismo que movimenta esse sentimento. Porque muito mais do que apenas sensações ou bonitos sentimentos que alcançam algumas pessoas, o estado apaixonado diz respeito a um enorme trabalho na química do nosso corpo. Uma pesquisa recente, publicada na famosa revista Journal of Neurophysiology, compara o estado apaixonado (quando rejeitado pelo parceiro) ao desejo e abstinência por cocaína, face a intensidade de reações e sensações experimentadas nesse estado apaixonado pelo cérebro.

Já conduzi inúmeros casos nos quais sintomas muito parecidos com abstinência do uso de drogas se faziam presentes em pessoas cujo término do relacionamento se deu na fase ainda inicial da paixão, por exemplo, até um ano. Se a paixão foi vivenciada intensamente, como esses sintomas a seguir, é natural que o término não consensual seja acompanhado de dor, diminuição da autoestima e sentimentos que equivalem a grandes perdas.

E se a paixão pode ser assim tão intensa e poderosa, como podemos tirar proveito ao máximo dessa experiência? Entenda comigo como ela funciona e vamos experimentar replicar os estímulos para além da relação amorosa, podendo ser um caminho muito interessante e surpreendente.

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QUESTÃO QUÍMICA

Todos os sintomas não são simples frutos de um olhar entre dois amantes que ficam “cegos em seu próprio mundo”, como falamos popularmente. Mas trata-se de reflexos de um conjunto de substâncias que o nosso corpo libera por meio de sinapses neurais, ou seja, são frutos de conexões entre nossos neurônios. Essas sinapses ocorrem o tempo todo para absolutamente tudo que realizamos em nossa vida, e através delas alguns hormônios/neurotransmissores são liberados gerando informações, as quais funcionam como verdadeiros comandos de como devemos nos sentir e de como devemos nos comportar frente aos estímulos.

Uma substância a qual podemos atribuir grande responsabilidade pelos sintomas da paixão e por essa intensa descarga emocional chama-se dopamina, conhecida popularmente como o neurotransmissor da alegria e da felicidade. Dentre as várias funções, a dopamina é responsável pelo sistema de motivação, recompensa, regulação do sono, humor e atenção. É a dopamina que tem a função de deixar você ainda mais motivado diante de uma nova paixão, mas ela também é uma das culpadas por você querer mais e mais estar com o “ser amado”, justamente por regular nossa relação com a recompensa.

E pense comigo, que melhor recompensa para um coração apaixonado do que estar mais e mais com seu objeto de paixão? E por conta dela que ficamos “nas nuvens” e nos sentimos imersos em um conto de fadas.

Podemos também observar que com a ação da dopamina em pleno vapor em nosso corpo, nosso ritmo acelera e, frequentemente, ficamos dispostos a realizar novas tarefas. E aqui está o motivo de você acordar disposto e querer iniciar academia, por exemplo.

Mas, claro, outros hormônios também estão envolvidos em um estado de paixão e desencadeiam reações químicas em nosso cérebro, como a ocitocina e a vasopressina. Essa dupla desempenha um importante papel no desenvolvimento da cognição, no comportamento social, e atua indiretamente, ocasionando uma ação antiestressora. Por conta delas, a tolerância com situações estressoras aumenta em um estado de paixão e nos faz ficar mais sensíveis e amáveis com as pessoas ao nosso redor. A ocitocina, especificamente, contribui para a diminuição de res­ postas do estresse e ansiedade em interações sociais. Um dos primeiros efeitos observados da ocitocina é a facilitação de contrações no momento do parto e a ejeção de leite durante a lactação.

Desde essa primeira descoberta, muitos estudos têm atribuído a esse hormônio o comportamento maternal e a influência da formação de laços sociais. Também é uma das grandes responsáveis pela excitabilidade fisiológica no que diz respeito às relações sexuais. E tem sido vista como responsável pelos bons relacionamentos, atuando em áreas que influenciam uma variedade de comportamentos, como aumento das interações sociais, melhora da satisfação nas relações sexuais, auxiliar na expressão das emoções, reduzindo ansiedade, estresse e agressividade.

Mas é possível observar que o estado de paixão, por assim dizer, não é algo exclusivo dos enamora­ dos. Podemos observar os mesmos sintomas e comportamentos em uma pessoa que está profundamente envolvida com sua profissão, ou ainda que sente grande prazer no que faz em atividades tidas como hobbies e de filantropia. Isso ocorre justamente porque a paixão traz consigo a sensação agradável e ao mesmo tempo subjetiva que está associada à satisfação de uma necessidade, gerando, então, o prazer.

Esses são os mesmos hormônios envolvidos no sistema de busca por recompensa, projetos profissionais, como em desencadeando a motivação e o prazer por meio de atividades desafiadoras. É muito importante nos dias atuais compreendermos que em um estado motivado nosso corpo nos conduz a fazer mais daquilo que gerou a motivação inicial. Sendo, dessa forma, que os apaixonados querem estar mais tempo juntos e ainda nunca parece ser o suficiente. O mesmo pode ser observado quando você está diante de um novo desafio profissional, algo que realmente traga a sensação de prazer e realização. Nesse caso, é possível que você passe horas realizando a tarefa, totalmente envolvido, sem querer parar.

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PARA SEGUIR O FLUXO

Observe casais enamorados, principalmente no primeiro ano de relacionamento. Você observará que quando estão passando tempo juntos, ou realizando alguma atividade a dois, parecem não se importar com o tempo que passa ou com as questões que ocorrem ao seu redor, surpreendendo-se, inclusive, por passar horas e horas conversando. O mesmo ocorre em pessoas que desenvolvem atividades das quais sentem um forte senso de propósito, seja por estarem conectadas a algo que consideram sua missão de vida ou por simplesmente sentirem prazer no que fazem, como no trabalho ou outras atividades. Frequentemente, elas passam horas entregues ao que fazem sem parecer que despendam muitos esforços e ainda pouco preocupadas com o tempo.

Se você já teve essa experiência poderá concordar comigo que a nossa noção de tempo e espaço se modifica um pouco nesses casos, não é mesmo? Aqui podemos perceber um processo que foi estudado por Mihaly Csikszentmihalyi, denominado flow (em português, fluxo ou fluir). Flow é o estado no qual o indivíduo se encontra tão envolvido em uma atividade que todo o resto parece não importar. A experiência, por mais desafiadora que seja, é tão agradável que as pessoas seguem em sua execução pela simples questão de fazê-la.

A sensação do alcance do estado de flow foi relatada durante as atividades de execução, composição e improvisação musical, como é o caso das performances de jazz, por exemplo. Fica evidente um componente similar à paixão como combustível para execução de tarefas, nas quais aspectos como atenção intensa, motivação, busca por recompensa e prazer se fazem presentes para além de uma relação a dois, sendo destinadas a diversas atividades.

O estado de fluxo se caracteriza quando você ama o que faz e está profundamente focado na atividade que realiza, sendo capaz de atingir um nível de conexão onde nada mais importa, como se naquele momento estivesse vivendo uma realidade paralela. Quanto mais um indivíduo é capaz de se dedicar às tarefas que realmente gosta, maiores se tornam suas competências em realizá-las. E, com isso, os resultados ficam cada vez melhores, além de o indivíduo mais feliz. Quando a atividade flui de forma agradável, a sensação é de que o tempo passa muito rápido. O indivíduo encerra a atividade em um estado emocional positivo, com a autoestima elevada. Já Mihaly (Csikszentmihalyi, afirma que quando alguém gosta do que faz e está inspirado e motivado a fazê-lo, focar a mente se torna mais fácil mesmo quando existem grandes dificuldades. E mais: a alta concentração em metas objetivas e compatíveis torna mais viável a experiência de fluxo.

Podemos perceber que o flow e a paixão possuem muito em comum. Quando nos colocamos a serviço de uma atividade, seja ela profissional ou pessoal, e ela nos toca, nos traz entusiasmo, amor e energia, o resultado é um fluir espontâneo, sem pressão ou controle, que ultrapassa o limite de tempo, nos permitindo aproveitar a experiência de forma inteira e usufruindo de prazer enquanto estamos envolvidos.

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PAIXÃO E PROFISSÃO

A discussão sobre ter paixão pelo que se faz, ou seja, um trabalho com propósito, tem aumentado a cada ano que passa nos ambientes corporativos e de recursos humanos. A chegada das novas gerações que buscam a famosa “realização profissional”, e não somente uma atividade que traga determinada remuneração, vem deixando a discussão e a busca por adaptação por parte das empresas ainda mais fortes e evidentes.

O desenvolvimento de ambientes de trabalho disruptivos, que promovam bem-estar, liberdade para expressão de ideias e que sejam regidos por fortes valores atrelados a um senso de propósito, que ultrapasse a barreira de “trabalho por trabalho”, tem sido muito valorizado e, inclusive, cobiça­ do pelos jovens e talentosos profissionais. Existe, sem dúvida, uma onda de jovens que descobriram em suas paixões uma forma de serem bem remunerados por aquilo que fazem por puro prazer. Mas, assim como a paixão romântica tem seus altos e baixos, a busca por prazer na profissão também. Ainda é vista uma incongruência em culturas e valores com as exigências desses novos profissionais. Assim, a adaptação tanto de empresas quanto de profissionais em alguns cenários é árdua, mas possível.

E para que haja satisfação, cada vez mais é preciso ir além das necessidades básicas, como segurança financeira, por exemplo, buscando temperar essa relação com o componente que no decorrer desse artigo chamamos de paixão. Segundo Locke, a satisfação no trabalho é fruto de um estado emocional, e por tratar-se de um estado emocional, a satisfação possui dois fenômenos: o de alegria/paixão (satisfação) e o de sofrimento/desprazer (insatisfação).

A paixão pela profissão é também vista em empreendedores, uma vez que boa parte deles opta por atividades que se identificam fortemente e se envolvem com o senso de propósito. A “paixão empreendedora” pode ser vista como um sentimento positivo intenso, acessível conscientemente, resultante do engajamento em atividades com sentido de identidade para o empreendedor. Ela promove estados intensos de fluir e total absorção em suas atividades, fazendo com que as pessoas invistam tempo e energia sem perceber como esforço. E também manifestem com frequência entusiasmo, zelo e intensa duração da sua atenção.

Similarmente a uma paixão romântica, a paixão pelo trabalho pode resultar em benefícios para o envolvido. Ela contribui para maior tolerância ao estresse, por exemplo, como resultado da ocitocina elevada. Um estado de flow que possibilita as entregas de projetos serem mais fluidas e naturais. Maior senso de dono, uma vez que esses são pro­ fissionais comprometidos e completamente apaixonados por suas criações. E, igualmente, uma sensação de estar entregue inteiramente para suas atividades em busca frequente de recompensas e desafios.

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SINAIS POSITIVOS

É possível detectar alguns sinais de que a paixão está sendo positiva para você. São eles: encontrar prazer em pequenas coisas; perceber que sua forma de ver a vida está mais positiva; ter a autoestima elevada; sentir-se mais motivado com os desafios; gerar bem-estar nos relacionamentos.

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REPLICAR O SENTIMENTO

Como poderíamos levar um “estado apaixonado” para além das relações, quem sabe replicando-o como uma forma de ver a vida apaixonadamente? Aqui, muitas correntes teóricas buscam trazer referências para um estado de bem-estar que se traduza em motivação constante, podendo ser transformada em paixão pela vida. Uma delas é a Psicologia Positiva. Essa perspectiva traz em seu cerne a ideia de intensificar emoções positivas em relação ao passado, presente e futuro como forma de criar a “felicidade autêntica”, partindo do princípio de que a felicidade, ou estado de bem­ estar, é possível se estiver baseada em um cultivo de nossas próprias forças internas (dons e talentos) e não de soluções rápidas.

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A PAIXÃO MUDA O ESTADO DO CÉREBRO

A paixão pode mexer com a nossa mente, com a química do nosso cérebro, com todas nossas emoções e, principalmente, com nossa forma prática de viver a vida, uma vez que, mesmo que não estejamos conscientes, esse processo está ocorrendo e mudando o nosso estado físico constantemente.

Dessa forma, é possível avaliar quais pontos merecem nossa atenção para criar uma vida em que os benefícios da paixão estejam presentes constantemente, seja pelo que fazemos (profissão), por outra pessoa (relacionamentos) ou até pela própria vida em uma perspectiva maior.

São eles:

UTILIZAR O CORPO: lembre-se de que a química da paixão ocorre no corpo. Assim, é possível sentir bem-estar, motivação e diminuir o estresse, utilizando a fisiologia do corpo a seu favor. Por meio do contato físico (abraço, beijos e relações autênticas) de exercícios físicos, de uma postura corporal que recrie um estado de empoderamento – peito aberto, postura ereta, respirar profundamente – e também de manter pensamentos fortalecedores no dia a dia;

ENTRE NO FLUXO: foque em atividades que tragam prazer e possibilitem acessar um estado de flow (ou fluxo);

INTENSIFIQUE EMOÇÕES POSITIVAS: por meio de técnicas que proporcionem autoconhecimento, como terapia, coaching e cursos, é possível mudar seu padrão emocional, escolhendo trazer para seu cotidiano emoções como alegria, amor, confiança, prazer, gratidão, entre outras;

FOQUE NOS SEUS TALENTOS: coloque sua energia naquilo que você é bom e no que sente grande prazer em fazer. Além de aumentar sua auto­estima, você irá experimentar a sensação de bem-estar em fazer algo que você realmente sabe que tem talento.

Eu tenho certeza de que colocando esses pontos em prática em sua vida já será possível perceber seu estado emocional mais entusiasmado e motivado. E se você já viu (e principalmente sentiu) esse “estado” ir embora ou como popularmente falamos, o “encanto acabou”, agora você já sabe dos aspectos envolvidos e, inclusive, formas de replicar esse sentimento tão poderoso e realizador. Afinal, é inegável que a paixão nos move, por isso cabe a nós conduzirmos seu destino de forma a aproveitar ainda mais a viagem que ela proporciona.

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O HORMÔNIO DO AMOR

A ocitocina costuma ser liberada quando estamos perto de nossos parceiros. Quando isso acontece, os níveis de cortisol (hormônio do estresse} diminuem no organismo. Também está intimamente ligada à sensação de prazer e de bem-estar físico e emocional e à sensação de segurança e de fidelidade entre o casal. Existem outras formas de liberar ocitocina: contato físico, beijos, abraços e relação sexual; elogios perceptivos; exercícios físicos.

OUTROS OLHARES

IMPASSES DA DISLEXIA

A dificuldade de apreensão de informações pelos métodos tradicionais pode comprometer a leitura e a escrita, causando sensação de incapacidade e baixa autoestima nas crianças que enfrentam o problema. O quadro, no entanto, não compromete a capacidade intelectual e requer apenas adequações na forma de ensinar e aprender.

Impasses da dislexia

O que personagens como o pintor e escultor Pablo Picasso, o primeiro presidente constitucional dos Estados Unidos, George Washington, a cantora Joss Stone e a atriz americana Whoopi Goldberg têm em comum? Se você respondeu sucesso em suas carreiras, acertou. Mas existe mais um ponto em com um entre eles: todos são (ou foram) disléxicos. A escritora Agatha Christie, que também enfrentava o problema, chegou a declarar: “Escrita e ortografia foram sempre muito difíceis para mim”. Até mesmo os gênios Leonardo Da Vinci e Albert Einstein apresentam sinais do quadro. A dislexia não é considerada doença ou distúrbio neurobiológico. Trata-se de um transtorno, uma espécie de desordem no processo de apreensão de informações pelos métodos tradicionais, o que dificulta a compreensão das letras e pode comprometer a leitura e a escrita. E, como o conhecimento formal, especialmente o adquirido na escola, depende muito da leitura, os disléxicos costumam encontrar grande dificuldade para acompanhar as aulas

Segundo dados da Associação Internacional de Dislexia, uma em cada dez pessoas apresenta, em algum grau, indícios de dislexia – como ler mal ou muito devagar, ter dificuldade de reconhecer letras ou, ainda, trocar as letras nas palavras. As manifestações – que podem ser erroneamente confundidas com preguiça, falta de atenção ou má alfabetização – variam de intensidade de uma pessoa para outra. Em geral, aqueles que apresentam o problema têm dificuldade de associar o símbolo gráfico e as letras ao som que representam. Não raro, têm dificuldade com lateralidade e confundem direita com esquerda, ou escrevem de forma invertida, em vez de “vovô”, “ovôv” e, no lugar de “casa”, “saca”. A dislexia também causa a omissão de sílabas ou letras como “poblema” quando o correto seria “problema”, além de confusão de letras com grafia similar. Por exemplo, n-u, w-m, a-e, p-q, p-b, b-d.

A necessidade de seguir a linha do texto com os dedos é outro sintoma de dislexia. Em razão das dificuldades de leitura, as crianças podem enfrentar dificuldades em relação a pobreza de vocabulário e se confundir com as tarefas escolares, o que muitas vezes concorre para que ocorra um atraso escolar. O quadro, porém, não afeta a capacidade intelectual. Na escola, com apoio e estímulo adequados, a criança disléxica pode aprender a lidar com as suas dificuldades e a superá-las. O importante é que pais e professores estejam atentos para encontrar a forma mais eficiente de ensinar a criança com dislexia. Os pequenos costumam ser encaminhados para avaliação cerca de dois anos após o período de alfabetização, dos 7 aos 9 anos, quando as dificuldades motoras e de compreensão, começam a aparecer. Antes disso, no entanto, alguns sinais podem indicar propensão como dificuldades para aprender a falar, andar, ou na coordenação motora fina para coisas como segurar o lápis. A alergia ao hormônio testosterona também é um sinal comum. “Caso o risco seja detectado, é importante acompanhar o desenvolvimento da criança, pois a intervenção precoce é mais eficaz”, explica Maria lnez Ocafía de Luca, neuropsicóloga e membro da equipe de avaliação para diagnóstico da dislexia da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). “O aluno que não recebe tratamento tende a se isolar, fida com medo do aprendizado e demora mais para adquirir fluência na fala e na escrita.” Isso costuma acontecer, no entanto, quando o problema só é identificado na adolescência ou na idade adulta. A ABD ministra cursos gratuitos para educadores, mas diz que a procura é baixa.

Diagnosticar a dislexia, no entanto, não é uma tarefa fácil. ” É preciso fazer uma avaliação multidisciplinar, para ter certeza de que a dificuldade de aprendizado não está sendo causada por outros fatores, como deficiência mental ou problema de memória”, afirma Abam Topczewski, neurologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, também membro da equipe de avaliação da ABD. A equipe inclui psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e o próprio neurologista. O psicólogo tem o papel de avaliar se a criança tem capacidade intelectual normal. O psicopedagogo verifica a capacidade de organização, a leitura e a escrita, áreas em que o disléxico geralmente apresenta dificuldade. O fonoaudiólogo checa a capacidade de transpor a fala em escrita e vice -versa, bem como a compreensão auditiva, equilíbrio, coordenação motora, organização espacial, atenção, memória. Por fim, o neurologista examina imagens de ressonância magnética funcional, durante atividades de leitura, audição ou reconhecimento de imagens, e verifica se o funcionamento do cérebro está normal. Uma avaliação psiquiátrica também é importante, porque o disléxico tem maior probabilidade de ter outros distúrbios, algo conhecido como co­morbidade. No caso do déficit de atenção, o risco é de 70%, e para a hiperatividade, 30%. Outro fator a ser considerado é a ocorrência na família, já que é considerado um quadro com predisposição genética.

Tanto os pais quanto os professores costumam responder um questionário detalhado (anamnese), que contribui com outras informações importantes. Entre as crianças que receberam outro diagnóstico, o mais comum foi o de deficiência mental. Caso seja detectada a dislexia, ela pode ser classificada como leve, moderada ou grave. O tratamento consiste basicamente em ajudar a criança a encontrar outras maneiras de aprender. Não há uso de medicação nem a possibilidade de cura – já que não se trata de uma doença-, mas sim o desenvolvimento de estratégias para superar suas dificuldades. A criança recebe um laudo que deve ser apresentado em situações de avaliação como o vestibular ou prova de habilitação de motorista, para que lhe sejam oferecidas condições especiais nos exames.

A atuação da escola é fundamental para a recuperação. A instituição pode ajudar o disléxico por meio de medidas relativamente simples, sem a necessidade de modificar o conteúdo pedagógico, mas com adaptações de material, de acordo com o grau da dislexia. É importante, por exemplo, dar mais tempo de prova a esses alunos e ler os enunciados para ele. Textos maiores precisam ser lidos mais devagar e em partes, checando o entendimento da criança a cada passo e, em alguns casos, é preciso acompanhamento no momento de escrever as respostas. Embora tenha dificuldade de interpretar um texto, o disléxico tem o intelecto normal e excelente memória auditiva e visual. “Se você quer ensinar um disléxico a fazer brigadeiro, é melhor fazer na frente dele do que dar a receita”, afirma a neuropsicóloga Maria lnez de Luca. Outras medidas eficientes são deixar o aluno sentado mais próximo do professor e aumentar o tamanho das fontes de textos de estudo, fichas e das questões das provas. O professor também deve ser mais condescendente com os erros de escrita. Em casos acentuados, deverá elaborar atividades mais simples para a aula. Como o disléxico pode ter dificuldade com línguas estrangeiras, essa matéria deve ser descartada como critério de promoção.

Muitas escolas têm tido resultados de sucesso com os disléxicos, incluindo aí alunos que entram na universidade e se realizam plenamente em suas carreiras profissionais. “Hoje a dislexia já está bem mais divulgada, e existe conhecimento para lidar com a questão. Além disso, é um problema bastante frequente”, diz Cristina Crey, psicóloga clínica que trabalha junto a escolas particulares. “Depois de apresentado o laudo, dificilmente há rejeição da criança.”

Infelizmente, porém, essa não é uma realidade que possa ser generalizada. Embora sejam medidas relativamente simples, de modo geral as escolas não estão preparadas para identificar os disléxicos – e acolhê-los. No caso das instituições particulares, isso depende em grande parte da proposta da escola. Aquelas cujo foco principal é que os alunos passem no vestibular podem acabar deixando o disléxico para trás. “A escola é obrigada a aceitar o aluno, mas o professor não consegue cuidar de 45 crianças ou jovens e ainda dar atenção ao disléxico”, afirma a coordenadora de uma escola que segue o sistema apostilado, mas que prefere não se identificar. “Por outro lado, mesmo sem nota, a escola tem de passar o aluno, porque ele precisa ser incluído. Na prática, quando ele chega ao ensino médio, já está com muita deficiência.” No ensino público, problema semelhante acontece por outro motivo: a promoção automática. O Brasil não tem estatística para a dislexia, mas relatos de educadores indicam que a questão é grave. Muitas vezes a escola não conhece o problema e acha que o aluno é preguiçoso. E aí surge outro ponto a ser trabalhado, de preferência com um psicólogo clínico: a baixa autoestima dessas crianças. Como a ocorrência mundial é estimada em 10%, é possível pensar que inúmeras crianças com dislexia, muitas delas com plena capacidade intelectual, estão sendo deixadas para trás.

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UM PROBLEMA DA ESCOLA?

A dislexia foi registrada pela primeira vez em 1890, quando um paciente foi até o oftalmologista porque não conseguia ler, mas o médico avaliou que sua visão estava perfeitamente normal. Por esse motivo, por algum tempo foi chamada de cegueira verbal. Posteriormente, foram encontradas algumas evidências biológicas para o transtorno. A primeira delas veio a partir de estudos de anatomia que mostram que, nos disléxicos, ocorre frequentemente uma migração diferenciada dos neurônios no desenvolvimento do feto. Isso faz com que os hemisférios tenham um desenvolvimento igual, como acontece nos canhotos, em vez de diferente e com a dominância de um deles, como é o mais comum.

Imagens de ressonância magnética funcional, feitas enquanto o paciente está lendo, mostram que vias diferentes das normais são usadas por essas pessoas. Vários profissionais trabalham com a hipótese de que a dislexia seja determinada pela predisposição genética. “A probabilidade de dislexia se o pai ou a mãe tem a doença é de 50%; se ambos, 75%”, afirma Maria lnez de Luca.

Questões sobre o tema, entretanto, não são consensuais entre especialistas. “A dislexia não tem  uma causa orgânica, é um problema de aprendizado e, portanto, deve ser tratada dentro da escola”, acredita a pediatra Maria Aparecida Moysés, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “A hipótese mais comum para o aluno com dificuldade é que ele tenha problemas familiares ou alguma deficiência. Geralmente, o universo escolar não é considerado. Em geral, são as precariedades da escola que geram um grande número de alunos com dificuldades no aprendizado”, diz Beatriz de Paula Souza, psicóloga e coordenadora do serviço de orientação à queixa escolar do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Aparentemente, no entanto, a dislexia não é uma exclusividade das escolas fracas. “A dislexia aparece também em famílias instruídas e em escolas de qualidade”, diz o neurologista Abam Topczewski.

 É PRECISO ENSINAR DO JEITO QUE ELES APRENDEM

A escola tem papel fundamental na inclusão de alunos com dificuldades de linguagem e escrita, mas para ajudá-los a se sentir seguros e aceitos é necessário esforço e disponibilidade do professor

  • A criança com dislexia tem, em geral, uma história de fracassos e cobranças que a fazem sentir-se incapaz, por isso é fundamental motivá-la ressaltando seus acertos
  • A escola deve valorizar os interesses da criança e atribuir a ela tarefas que a façam se sentir útil
  • As expressões “tente esforçar-se” ou “se concentre mais” devem ser evitadas em qualquer situação, pois a criança faz o que é capaz no momento
  • O ritmo do aluno deve ser respeitado, pois é comum a dificuldade para processar informações e pode ser necessário algum tempo para pensar e dar sentido ao que foi visto ou ouvido
  • Costumam ser úteis as orientações sobre como organizar-se no tempo e no espaço; insistir em numerosos e repetitivos exercícios de fixação não diminui a dificuldade da criança
  • As instruções de tarefas são captadas com mais facilidade se forem curtas e simples;
  • O professor deve certificar-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e anotadas corretamente;
  • Demonstrações, imagens e filmes podem ser utilizados para enfatizar conceitos ensinados nas aulas; permitir o uso de gravador também pode ajudar
  • Ao dar explicações sobre como fazer algo, é mais eficiente posicionar-se ao lado da criança, sempre que possível
  • Não é uma boa estratégia insistir para que o aluno leia em voz alta perante a turma, pois ele tem consciência de seus erros; a maioria dos textos de seu nível é difícil para ele

(*) Informações da Associação Nacional de Dislexia

COMO OS PAIS PODEM AJUDAR? (*)

A criança é a primeira a perceber que algo está errado com ela, mas não sabe o que fazer ou explicar o que acontece. Quanto mais o tempo passar sem que tenha ajuda, maior seu sofrimento emocional. O papel dos pais é fundamental

 

  • Não busque culpados, mantenha um bom relacionamento com professore e discuta a questão com a escola
  • Ensine seu filho a fazer coisas por si próprio, como se organizar, para que tenha autonomia
  • Seja paciente com os progressos que ele fizer, quando estiver tendo atendi mento apropriado. Não espere milagres; tudo isso leva tempo, é necessário muita determinação e esforço
  • Ele poderá ficar tão cansado com o esforço que faz na escola, que precisará, eventualmente, ter um dia mais folgado
  • Nunca compare crianças e evite a superproteção
  • Qualquer que seja a idade de seu filho, leia para ele, pois muitos disléxicos não compreendem o que estão lendo
  • Digite suas anotações escolares; alguns conteúdos podem ser gravados
  • Incentive o interesse da criança por arte em geral (teatro, cinema, música etc.)
  • Assista TV e vídeos com ele e depois converse sobre o que viram
  • Elogie a criança e estimule sua confiança e a autoestima
  • Explique a ela que as pessoas têm maneiras diferentes de funciona e ela não é pior porque tem algumas dificuldades

(*) Informações da Associação Nacional de Dislexia

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NA HORA DA PROVA

A Associação Nacional de Dislexia recomenda aos professores que, ao elaborar, aplicar e corrigir as avaliações do aluno disléxico, especialmente as realizadas em sala de aula, adote os seguintes procedimentos:

  • Leia as questões junto com o estudante, de maneira que ele entenda a pergunta
  • Explicite sua disponibilidade para esclarecer eventuais dúvidas sobre a questão
  • Dê ao aluno tempo necessário para fazer a prova com calma
  • Ao recolher a prova, verifique as respostas e, caso seja necessário, confirme com o aluno o que ele quis dizer com o que escreveu, anotando suas respostas
  • Ao corrigir, valorize a produção do aluno, pois frases aparentemente sem sentido e palavras incompletas ou gramaticalmente erradas não representam conceitos ou “informações erradas

(*) Informações da Associação Nacional de Dislexia

GESTÃO E CARREIRA

O FUTURO DO TRABALHO HOJE

Para atrair e reter os melhores profissionais, as empresas precisam se abrir para novas tecnologias, inovação e diversidade.

O futuro do trabalho hoje

As empresas vivem uma era de transformações sem precedentes. A adoção de novas tecnologias em uma velocidade inédita derrubou barreiras, automatizou processos, criou e extinguiu carreiras e mudou a maneira como as decisões são tomadas, produtos e serviços são criados e negócios são fechados. Em paralelo, uma nova geração de colaboradores, nascida no ambiente digital, passou a ditar mudanças relevantes nos relacionamentos interpessoais dentro dos ambientes corporativos e deu novos significados à carreira e ao trabalho.

“Mudanças sempre ocorreram. A diferença é que, agora, são muito mais rápidas. Não se consegue chegar à estabilidade. Isso aumentou a pressão sobre as organizações e sobre os gestores”, afirma Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work Brasil. Hoje, as companhias estão aprendendo na marra a lidar com essa realidade. “Elas estão trocando a roda com o carro andando”, diz Roberto Mantovani, diretor-geral da consultoria Robert Half.

Os novos perfis e demandas dos colaboradores contribuíram para a transformação em curso. A geração dos baby boomers, de pessoas nascidas na década de 50, tinha como ideais desenvolver uma carreira longeva, construir patrimônio e conquistar uma aposentadoria tranquila. Não raro, os membros dessa geração marcavam nos currículos três ou quatro décadas em uma mesma organização. Essa situação é cada vez mais rara.

Nos últimos anos, a subida dos profissionais da geração millennial (ou Y, de nascidos na década de 80) aos cargos de liderança e, mais recentemente, a chegada dos trainees da geração Z (nascida na década de 90) rasgaram de vez esse manual. “Existem outros princípios direcionadores para as novas gerações, que têm pilares como significado, autenticidade e escolha”, afirma Marcelo de Lucca, sócio- líder de pessoas, performance e cultura da KPMG. Isso não significa que as gerações mais novas, que dominarão o mercado de trabalho nas próximas décadas, deixem de “vestir a camisa”, como o senso comum tende a concluir. “Existe comprometimento na medida em que o profissional alia seu propósito com o da organização onde trabalha”, diz de Lucca.

O conceito do “trabalho com propósito” criou um desafio para as empresas, que têm de reconstruir missão, valores e visão, mostrando que se preocupam com mais do que o lucro. E não basta apenas comunicar as intenções. “O mundo perfeito é quando os propósitos e os valores dos colaboradores estão alinhados aos da organização. Mas o discurso tem de estar materializado na prática”, diz o sócio da PwC Marcos Panassol.

Os desafios na construção de um bom ambiente de trabalho não se limitam a esse alinhamento. Se, há uma década, tempo de casa e estabilidade no emprego eram muito valorizados, hoje, flexibilidade de agenda, ambientes mais informais e abertos e autonomia para tocar projetos dão a tônica. Para as novas gerações, a experiência construída na relação com a organização é mais relevante do que o tempo dedicado a ela. No caldeirão da employee experience entram desde a configuração do ambiente físico (mais leve e descontraído) até as oportunidades de desenvolvimento ao longo da carreira.

Hoje, o feedback constante, a presença de um coach uma liderança inspiradora, as oportunidades de mudança (para escritórios em outros estados ou países) e um espaço livre de amarras e que permita o desenvolvimento das aptidões tornaram-se itens mais relevantes do que o salário ou a cesta de benefícios para os profissionais da geração Y e, sobretudo, da Z. “Esses jovens tiveram acesso à tecnologia muito cedo e são mais instruídos nessa seara, mas também dependem muito de coaching e formação”, diz o autor americano Bruce Tulgan no livro O Que Todo Jovem Talento Precisa Aprender, publicado no Brasil pela editora Sextante.

As conversas francas que esse novo colaborador quer ter são um desafio para muitos líderes, sobretudo em culturas corporativas que não têm o hábito de endereçar temas difíceis abertamente. Mas, cedo ou tarde, as empresas terão de atender a essas demandas. “Sai de cena um ambiente de comando e controle e entram mais autonomia, confiança e responsabilização”, diz Marcelo Orticelli, diretor de administração e pessoas do Insper.

Isso se torna mais difícil se considerarmos que, agora, até quatro gerações convivem em uma mesma organização. “Grande parte da dor das empresas é justamente não conseguir lidar com essa variedade de gerações”, afirma Frederico Lacerda, sócio- fundador da startup de analytics Pin People. “As empresas precisam entender o que cada grupo valoriza e criar modelos de trabalho que respeitem as diferenças. Do contrário, perderão talentos.”

O futuro do trabalho hoje. 3

CAEM AS PAREDES

Escritórios sem baias, paredes com lousas para os colaboradores escreverem suas ideias, “espaços de descompressão” com mesas de sinuca, vídeo- game ou pufes. Um fenômeno que começou com as big techs (Google, Facebook etc.) e ganhou tração com as startups começa, aos poucos, a se espalhar e a mudar a arquitetura até de empresas mais sisudas. A construção do ambiente de trabalho do futuro passa, na realidade, por um processo de demolição, em busca de uma nova configuração do espaço físico que reflita os novos tempos. “Isso significa, literalmente, que as empresas estão derrubando as paredes”, diz a professora Marta Pimentel, especialista em relações do trabalho da Fundação Dom Cabral (FDC).

Com os negócios inseridos em um mundo mais conectado e colaborativo, a ideia de ambientes compartimentados, com separação por baias – e, principalmente, de gestores e líderes em salas próprias e fechadas -, começa a cair em desuso. Ainda que o simples ato de derrubar paredes possa não significar a construção de um ambiente melhor para trabalhar, há implicações práticas no aumento do contato visual, no conceito de hierarquia, no estímulo à troca de ideias e de resolução mais célere de problemas. ” Um espaço físico mais aberto tem impacto na cultura da organização e mostra o valor da colaboração”, diz Marta. A imagem de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, de chinelo e moletom em seu escritório no Vale de Silício mexeu com o imaginário de profissionais mundo afora – e inspirou pedidos de mudanças.

A busca por ambientes de trabalho, mais leves, informais e colaborativos coloca também o dress code corporativo em xeque. O código de vestimenta adotado ao longo das últimas décadas é resultado de um conceito industrial, em que tudo operava da mesma forma, “uniformizada e ao mesmo tempo”, em um mundo muito estruturado, lembra Marta. Ainda que a volta do tema à pauta dos departamentos de recursos humanos não implique a abolição por completo do paletó ou do tailleur dos escritórios, muitas empresas já repensam sua relevância no dia a dia e sugerem códigos de vestimenta mais flexíveis.

O futuro do trabalho hoje. 4

DIVERSIDADE

O respeito às individualidades nos ambientes de trabalho vai muito além do guarda-roupa dos funcionários. Mesmo que em uma velocidade considerada aquém da ideal, o duo diversidade e inclusão ganha relevância nas agendas das corporações. É consenso que contar com políticas com capacidade real de atrair pessoas de diferentes backgrounds e visões de mundo amplia a competência de compreensão de cenários (de mercado, concorrência, novos negócios) e aumenta a produtividade e a capacidade de inovação das empresas. Nessa seara, a preocupação com a mulher ganhou destaque.

“A agenda de diversidade, bem trabalhada, ajuda na meritocracia”, diz Orticelli, do Insper. A montagem de times que abrem espaço a colaboradores de variadas raças, cores, crenças, gêneros, idades e orientações sexuais mostra-se não apenas antenada a essa nova sociedade, como também traz resultados financeiros melhores para as empresas. A pesquisa Delivering through Diversiry, publicada em 2018 pela consultoria McKinsey & Company em 112 países, revelou que empresas com equipes executivas que apostam em diversidade étnica e cultural têm 33% mais chances de apresentar resultados melhores do que seus concorrentes.

O desafio das organizações recai justamente na construção de uma cultura inclusiva e, sobretudo, de respeito às diferenças. O sucesso da empreitada depende do que os manuais de governança corporativa chamam de “tone at the top” – ou o exemplo que vem de cima. “O principal pilar na agenda de diversidade e inclusão é o posicionamento firme da liderança. Se os líderes não acreditarem nessa agenda, o processo será muito mais difícil”, afirma de Lucca, da KPMG.

Ainda há um longo caminho a percorrer. Existem falhas desde o processo de seleção de currículos e de recrutamento. A predileção de muitas empresas pela contratação baseada em perfis predefinidos de colaboradores (gênero, idade ou universidade são exemplos comuns) explicita o que os especialistas classificam como viés inconsciente: uma forma sofisticada de preconceito que usa a racionalização para justificar uma escolha, muitas vezes com pouco ou nenhum embasamento empírico. É preciso, portanto, imunizar os processos seletivos. “Há orquestras que escolhem os músicos às cegas. Qual a importância, no processo de seleção, em saber se o candidato é homem ou mulher?”, diz Orticelli, do Insper.

Para espelhar os novos tempos e abarcar a diversidade, as empresas têm adotado novas formas de trabalhar. Como benefício, extraem o melhor dos profissionais e aumentam a produtividade. Um exemplo dessas iniciativas é o design thinking, metodologia que busca um approach mais humanista, baseado na empatia e na colaboração, para a resolução de problemas. O método ágil também tem ganhado espaço. Com ele, um produto ou serviço não é mais desenvolvido de forma compartimentada – iniciado em um departamento e repassado a outra área em seguida. Times multidisciplinares (com colaboradores das áreas de produtos, marketing, finanças e tecnologia) se debruçam simultaneamente para desenvolver soluções em conjunto, em um processo colaborativo que reduz o “time to market”. “As pessoas são reunidas e os gestores de departamentos são substituídos por líderes de uma célula. Assim, a entrega do resultado ocorre em velocidade muito maior”, diz Orticelli, do Insper.

 

INSTABILIDADE

Dependendo da ótica, o avanço da tecnologia nas empresas pode trazer insegurança aos funcionários. “Trata-se da ansiedade que vem com a transformação digital”, afirma Shiozawa, do GPTW. O profissional vê que o mercado está mudando, mas não sabe o que vai acontecer com o negócio – e com o seu emprego. Para Jeffrey Pfeffer, professor da Escola de Negócios Stanford, a automação e a robotização de funções causam problemas como insegurança econômica e desemprego. Segundo ele, que defende que profissionais estão adoecendo e morrendo devido a más condições no ambiente de trabalho, a maior parte das empresas prioriza o retorno econômico, em detrimento do bem-estar das pessoas. “Há horas extras demais, demissões em massa e trabalhadores temporários que não sabem quanto vão ganhar na semana seguinte”, afirma.

Esse é um outro lado da gig economy – ou free lance economy -, fenômeno aderente ao perfil das novas gerações, que buscam maior autonomia e flexibilidade, e também à realidade de processos automatizados e equipes enxutas. A tendência é as empresas optarem por buscar, fora de casa, profissionais altamente qualificados que auxiliam em projetos específicos, pontuais e com vínculos de curto ou médio prazo. Esse esquema já movimenta 34% da força de trabalho nos Estados Unidos, segundo levantamento da empresa de tecnologia Intuit. A expectativa é que esse número suba para 43% até 2020. No Brasil, não há um levantamento sobre o tema, mas a tendência é de crescimento, uma vez que já são 22,9 milhões de pessoas que trabalham por conta própria, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Outro sinal dos novos tempos é a adesão das empresas brasileiras à prática do home office. Ainda que existam resistências quanto ao modelo, por conta de dúvidas sobre a incompatibilidade com a legislação trabalhista e pelo entendimento de que nem todos os colaboradores tenham o perfil adequado para o trabalho remoto, diversas pesquisas apontam para os benefícios do escritório em casa para a produtividade do colaborador e da companhia. Um levantamento de 2017 da consultoria de recrutamento e seleção Robert Half mostra que 31% das empresas brasileiras (e 33% das globais) colocaram o trabalho remoto como uma das cinco principais iniciativas para atrair talentos. Nessa lista, surgem outras iniciativas, como aumento do nível de remuneração e ampliação dos benefícios. Mas, curiosamente, o que vem ganhando maior força é a introdução de horários flexíveis (segundo 38% dos respondentes, sejam brasileiros ou mundiais). O item surge em segundo lugar no ranking de iniciativas de atração e retenção, atrás apenas da oferta de treinamento e oportunidades de desenvolvimento.

Uma agenda mais flexível, que possibilite balancear as tarefas do dia a dia com o trabalho, é uma demanda crescente sobretudo dos trabalhadores das grandes metrópoles – e não apenas das novas gerações. “Flexibilizar horários é uma maneira de a empresa ajudar o funcionário em sua gestão de rotina”, diz Mantovani, da Robert Half.

WALK THE TALK

É cada vez mais comum as empresas ”venderem o peixe” por terem espaços disruptivos e que estimulam os colaboradores a buscar a inovação nesses tempos de transformação digital. “Mas a realidade é que muitas empresas oferecem pouca margem para o erro, um resultado natural em um processo de inovação. No fundo, as pessoas encontram a mesma estrutura hierárquica, burocrática, lenta e que pune quem erra”, diz Lacerda, da Pin People.

O recado é claro: o desalinhamento entre a imagem que as empresas querem vender e a realidade de seus ambientes de trabalho pode cobrar um preço caro mais adiante. As mídias sociais escancararam esse cenário. Com poucos cliques, é possível saber como é o ambiente de trabalho em praticamente qualquer lugar. Hoje, é o profissional quem escolhe a empresa, e não necessariamente o contrário, como era antes.

Assim, a transparência e a prática do walk the talk, ou seja, colocar em prática aquilo que se prega, tornaram-se mandatórios para a construção de bons ambientes, a atração e a retenção de talentos.

“As pessoas acabam saindo de empresas pelo descasamento entre discurso e prática. As empresas precisam entender que não são mais uma caixa fechada. Tornaram-se aquários. É possível ver, do lado de fora, tudo o que acontece ali dentro”, diz Lacerda.

Nesse mundo em transformação, as lideranças enfrentam, possivelmente, os maiores desafios. Além de manejar cenários mais caóticos e em que os tempos de decisão encurtaram, é preciso jogo de cintura para balancear expectativas das diferentes gerações, saber dar autonomia sem perder a autoridade e liderar pelo exemplo. Em vez de um líder diretivo, acadêmico e hierárquico, valoriza-se o facilitador, articulador e coach do time, alguém que trabalha a serviço da equipe – e não fica esperando o contrário. Nesse sentido, Shiozawa, do CPTW, resume o que as melhores empresas para trabalhar têm de diferente: “Elas já vêm criando há anos uma cultura de confiança e de inovação. Estão mais bem preparadas para enfrentar os desafios do presente”.

O BEABÁ DO NOVO MERCADO

As transformações no ambiente de trabalho apresentaram novos conceitos para o universo corporativo.

O futuro do trabalho hoje. 2

 

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 4: 1-13

Pensando biblicamente

Instruções Paternas

Aqui temos:

 I – O convite que Salomão faz aos seus filhos, para que venham e recebam instrução dele (vv. 1,2): “Ouvi, filhos, a correção do pai”. Isto é:

1. Que os meus próprios filhos, em primeiro lugar, recebam e deem ouvidos às instruções que eu apresento, também para o uso de outras pessoas. Observe que magistrados e ministros, a quem é confiada a direção de sociedades maiores, devem estar interessados em um cuidado incomum com a boa instrução das suas próprias famílias; deste dever, a sua obra pública não os isentará, de maneira alguma. Esta caridade deve começar em casa, embora não deva terminar ali; pois aquele que não tem seus filhos submissos, com toda seriedade, e não se esforça na boa educação deles, como poderá realizar o seu dever como deveria, para com a igreja de Deus? (1 Timóteo 3.4,5). Os filhos dos que são eminentes por sua sabedoria e utilidade pública devem se aperfeiçoar no conhecimento e na graça, proporcionalmente aos benefícios que eles obtêm do seu relacionamento com os seus pais. Mas deve ser observado, para salvar a credibilidade e a consolação dos pais cujos filhos não correspondem às esperanças que se originam da sua educação, que Roboão, filho de Salomão, estava longe de ser um dos mais sábios ou um dos melhores. Temos razões para pensar que milhares de pessoas foram mais beneficiadas pelos provérbios de Salomão do que o seu próprio filho, a quem eles parecem ter sido dedicados.

2. Que todos os jovens, nos dias de sua infância e mocidade, se esforcem para obter conhecimento e graça, pois esta é a idade do aprendizado, e então, fazendo assim, suas mentes serão formadas e capacitadas. Ele não diz, meus filhos, mas, filhos. Nós lemos que Salomão teve apenas um filho; mas ele está disposto a agir como professor, e ensinar os filhos de outras pessoas (você imaginaria isto?), pois nessa idade há grande esperança de sucesso; é fácil curvar um galho quando ele ainda é jovem e tenro.

3. Que todos os que desejarem receber instrução venham com a disposição de crianças, ainda que sejam pessoas adultas. Que todos os preconceitos sejam deixados de lado, e que a mente seja como um papel em branco; que eles sejam dóceis, submissos e modestos e recebam a Palavra como a palavra de um pai, que se expressa com autoridade e afeição. Nós devemos vê-la vindo de Deus, como nosso Pai celestial, a quem oramos, de quem esperamos bênçãos, o Pai do nosso espírito, ao qual devemos nos sujeitar, para que possamos viver. Nós devemos considerar nossos professores como nossos pais, que nos amam e procuram o nosso bem-estar; e por isto, ainda que a instrução traga consigo repreensão e correção, pois este é o significado da palavra, ainda as­ sim devemos dar-lhe as boas-vindas. Bem,

(1) para recomendá-las a nós, nós lemos, não somente que esta é a instrução de um pai, mas que é entendimento, e por isto deve ser bem-vinda às criaturas inteligentes. A religião tem a razão do seu lado, e nós a aprendemos, com bons argumentos. É uma lei, verdadeiramente (v. 2), mas esta lei se baseia na doutrina, em princípios inquestionáveis de verdade, na boa doutrina, que não apenas é fiel, mas digna de toda aceitação. Se admitirmos a doutrina, não poderemos deixar de nos submeter à lei.

(2) Para fixa­ la em nós, somos instruídos a recebê-la como uma dádiva, a observá-la com diligência, observá-la de modo a conhecê-la, pois, se não for assim, não poderemos fixá-la. Jamais devemos abandoná-la, renegando a doutrina ou desobedecendo a lei.

 

II – As instruções que ele lhes dá. Observe:

1. Como ele recebeu estas instruções; ele as tinha recebido de seus pais, e ensina os seus filhos a mesma coisa que os seus pais lhe tinham ensinado (vv. 3,4). Observe:

(1) Os seus pais o amavam, e por isto o ensinavam: “Eu era filho de meu pai”. Davi teve muitos filhos, mas Salomão era realmente seu filho, como Isaque é chamado (Genesis 17.19), e pela mesma razão, porque nele foi transmitido o concerto. Ele era o amado de seu pai, acima de qualquer dos seus filhos. Deus dedicou uma bondade especial a Salomão (o profeta o chamou Jedidias, por amor do Senhor; (2 Samuel 12.25), e por esta razão Davi dedicava uma bondade especial a ele, pois ele era um homem segundo o coração de Deus. Se os pais amarem mais a um filho do que a outro, eles devem lutar para amar a todos os seus filhos com a mesma intensidade, pois Deus ama a todos igualmente. Salomão era tenro e único em estima diante de sua mãe. Certamente, havia uma razão manifesta para tal distinção, tendo em vista que o pai e a mãe a faziam. Agora vemos como eles demonstraram o seu amor; eles o discipularam, e o fizeram estudar, e o mantiveram sob uma rígida disciplina. Embora ele fosse um príncipe, e herdeiro da coroa, ainda assim eles não o deixaram viver sem restrições; eles o instruíram. E talvez Davi fosse mais rígido com a educação de Salomão porque tinha visto os maus resultados de uma indulgência indevida em Adonias, a quem não tinha contrariado em nada (1 Reis 1.6), como também em Absalão.

(2) O que os pais lhe havia ensinado, ele ensina a outras pessoas. Observe:

[1] Já adulto, Salomão não apenas se lembrava das boas lições que seus pais lhe tinham ensinado, quando era criança, como tinha prazer em repeti-las. Ele não as havia esquecido – tão profundas eram as impressões que lhe tinham causado. Ele não se envergonhava delas, pois as valorizava muito, nem as considerava como coisas infantis – coisas inferiores – que, depois de se tornar homem, um rei deixaria de lado, como algo que o depreciasse; e muito menos as repetiria, como algumas crianças ímpias teriam feito, para ridicularizá-las, e alegrar seus companheiros, orgulhando-se de que tinha se livrado de restrições e lições sérias.

[2] Embora Salomão fosse um homem sábio e divinamente inspirado, ainda assim, quando ensinava sabedoria, não julgava que o diminuísse citar seu pai e fazer uso das suas palavras. Os que desejam aprender bem, e ensinar bem, na religião, não devem usar noções recém descobertas e frases recém cunhadas, como desprezando o conhecimento e o linguajar de seus antecessores; se devemos guardar as veredas antigas e o bom caminho, por que deveríamos zombar das boas e antigas palavras? (Jeremias 6.16).

[3] Tendo sido bem educado por seus pais, Salomão se julgava, consequentemente, obrigado a dar a seus filhos uma boa educação, a mesma que seus pais lhe tinham dado; e esta é uma das maneiras pelas quais devemos recompensar nossos pais pelos esforços que fizeram por nós, exercendo piedade para com a nossa própria família (1 Timóteo 5.4). Eles nos ensinaram, não somente para que nós mesmos aprendêssemos, mas para que pudéssemos ensinar a nossos filhos, o bom conhecimento de Deus (Salmos 78.6). E nós não seremos dignos da confiança, se não o fizermos, pois o sagrado depósito da doutrina religiosa e da lei foi feito em nossas mãos, com uma incumbência de transmiti-lo, de modo puro e integral, a todos os que vierem depois de nós (2 Timóteo 2.2).

[4) Salomão reforça suas exortações, com a autoridade de seu pai, Davi, um homem famoso em sua geração sob todos os aspectos. Devemos observar, para a honra da religião, que os mais sábios e melhores homens, em cada era, sempre foram muito zelosos, não somente em praticar, eles mesmos, a religião, mas em propagá-la a outras pessoas; e devemos, portanto, permanecer naquilo que aprendemos, sabendo de quem o temos aprendido (2 Timóteo 3.14).

2. Como eram transmitidas estas instruções (vv. 4-13).

(1) Sob a forma de preceitos e exortações. Ao ensinar seu filho, embora fosse uma criança de grande capacidade e rápido aprendizado, Davi, para mostrar que era sincero e para influenciar ainda mais seu filho com o que dizia, se expressava com grande fervor e insistência, e repetia a mesma coisa várias vezes. Assim as crianças devem ser ensinadas. “E as intimarás a teus filhos” (Deuteronômio 6.7). Embora Davi fosse um homem de atividades públicas, e tivesse tutores para seu filho, fez todos estes esforços para educá-lo, pessoalmente.

[1) Ele lhe recomenda a sua Bíblia e o seu discipulado, as palavras de seu pai (v. 4), as palavras da sua boca (v. 5), os seus ditames (v.10), todas as boas lições que ele tinha lhe ensinado; e talvez ele se refira, particularmente, ao livro dos Salmos, dos quais muitos eram Masquil salmos didáticos. salmos de instruções, e dois deles são expressamente considerados como sendo dedicados a Salomão. Estas, e todas as outras palavras, Salomão devia ter em mente. Em primeiro lugar, ele devia ouvi­ las e recebê-las (v. 10), e prestar atenção diligentemente a elas, e absorvê-las, como a terra embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela (Hebreus 6.7). Assim Deus dirige a nossa atenção à sua palavra: “Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras”. Em segundo lugar ele devia reter a forma das palavras confiáveis que seu pai lhe dava (v. 4): “Retenha as minhas palavras o teu coração”; pois a menos que a palavra esteja escondida no coração, alojada na vontade e nos sentimentos, não será retida. Em terceiro lugar ele devia se governar por elas: “Guarda os meus mandamentos”, obedece a eles, pois esta é a maneira de crescer no conhecimento deles (João 7.17). Em quarto lugar, ele devia se apegar a elas, e viver de acordo com elas: “Não te apartes das palavras da minha boca” (v. 5), como temendo que elas serão uma limitação muito grande para ti, mas “pega-te à correção” (v. 13), como decidido a manter este apego, e não se separai· delas. Os que têm uma boa educação, ainda que se esforcem para se livrar dela. perceberão que ela continua com eles por muito tempo, e. se não continua, o seu caso é muito triste.

[2) Ele recomenda sabedoria e entendimento, como o objetivo que se deve ter em mente, no uso destes meios. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria. Certifique-se de ter em mente aquele ramo da sabedoria que é o ramo superior, e que é o temor a Deus (Provérbios 1.7). Um princípio de religião no coração é a única coisa necessária: portanto, em primeiro lugar, adquire a sabedoria, adquire a inteligência (v. 5). E, novamente, “adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento” (v. 7). Ora por ela, esforça-te por ela, empenha-te no uso de todos os meios indicados para obtê-la. Espera às portas da sabedoria (Provérbios 8.34). Domina as tuas corrupções, que são as tuas loucuras; apodera-te de princípios sábios e dos hábitos sábios. Obtém a sabedoria pela experiência, adquire-a, acima de tudo o que tens; preocupa-te mais e esforça-te mais para obter a sabedoria do que para obter a riqueza deste mundo; mesmo que te esqueças de outras coisas, jamais te esqueças dela; adquire-a, considera-a uma grande realização, e persevera nela de modo apropriado. A verdadeira sabedoria é dom de Deus, mas apesar disto nos é ordenado que nós a adquiramos, porque Deus a dá aos que se esforçam por ela; afinal, não devemos, e não podemos dizer: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas (Deuteronômio 8.17, na versão RA). Em segundo lugar, não a esqueças (v. 5), não a desampares (v. 6), não a largues (v.13), mas guarda-a. Os que obtiveram esta sabedoria devem tomar cuidado para não perdê-la, ao retornar à sua loucura: a sabedoria é, verdadeiramente, uma coisa boa, que não será tirada de nós; mas devemos tomar cuidado para não afastá-la de nós, como os que se esquecem dela, a princípio, e deixam que se ela esvaia de suas mentes, e então a abandonam e se afastam dos seus bons caminhos. Aquela boa coisa que nos é entregue, devemos guardar, e não deixá-la escapar, por descuido ou negligência, nem permitir que nos seja tira­ da, nem permitir que adulações nos afastem dela; nunca perca uma joia como esta. Em terceiro lugar, ama-a (v. 6), e abraça-a (v.8), como os homens materialistas amam a sua riqueza e se dedicam a ela. A religião deve ser muito preciosa para nós, mais preciosa do que qualquer coisa neste mundo; e, se não pudermos conseguir ser grandes mestres da sabedoria, devemos ser verdadeiros apreciadores dela; e que a graça que tivermos nos faça abraçá-la com sincero afeto, como os que admiram a sua beleza. Em quarto lugar, “exalta-a” (v. 8). Sempre pense bem da religião, e faça tudo o que puderes para dar-lhe boa reputação, e conservar a sua credibilidade entre os homens. Concorde com Deus no seu propósito, que é de magnificar a lei e torná-la honrosa, e faça o que puderes para servir a este propósito. Que os filhos da Sabedoria não somente a justifiquem, mas a magnifiquem, e a prefiram a tudo o que lhes é mais precioso neste mundo. Ao honrar àqueles que temem ao Senhor, ainda que sejam humildes neste mundo, e ao considerar um pobre homem sábio, exaltamos a sabedoria.

(2) Sob a forma de motivação e estimulo, para que trabalhemos em busca da sabedoria, e nos submetamos à sua orientação; considere:

[1] Esta é a questão principal, aquela que deve ser a preocupação principal e contínua de todos os homens, nesta vida (v. 7): a sabedoria é a coisa principal; outras coisas que procuramos obter e guardar não são nada, perante ela. E parte integral do homem (Eclesiastes 12.13). É aquilo que nos recomenda a Deus, que embeleza a alma, que nos capacita a corresponder ao objetivo da nossa criação, a viver com algum bom propósito neste mundo, e a chegar ao céu, por fim, e por isto é a coisa principal.

[2] Ela tem a razão e a equidade do seu lado (v. 11): “No caminho da sabedoria, te ensinei”, e ele assim será considerado, no final. Eu te guiei, não pelos caminhos tortuosos da política carnal, que age mal sob pretexto de sabedoria, mas pelas carreiras direitas, que estão em conformidade com as regras eternas e as razões do bem e do mal. A retidão da natureza divina aparece na retidão de todas as leis divinas. Observe que Davi não somente ensinou o seu filho, dando-lhe boas instruções, mas o orientou, tanto por meio de bons exemplos como ao aplicar instruções gerais a casos particulares; assim, Davi fez tudo o que pode para tornar o seu filho um homem prudente e sábio.

[3] Seria para seu próprio benefício: “Se fores sábio, para ti sábio serás”.

Em primeiro lugar, será a tua vida, o teu consolo, a sua felicidade; será aquilo sem o que não podes viver: “Guarda os meus mandamentos e vive” (v. 4). O nosso Salvador se harmoniza com isto: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mateus 19.17). É na dor da morte, a morte eterna, e na perspectiva da vida, a vida eterna, que devemos ser religiosos. “Recebe os dizeres da sabedoria, e se te multiplicarão os anos de vida (v. 10), neste mundo, tantos quanto a Sabedoria Infinita julgar adequado, e no outro mundo viverás aquela vida cujos anos nunca serão contados. Guarda-a, portanto, a despeito do que quer que isto te custe, “porque ela é a tua vida” (v. 13). Toda a tua satisfação será encontrada nisto, e uma alma sem a sabedoria e a graça verdadeiras é, realmente, uma alma morta.

Em segundo lugar, ela será o teu guarda e o teu guia, tua escolta e teu condutor, em meio a todos os perigos e dificuldades da tua jornada por este deserto. Ama a sabedoria, e apega-te a ela, e ela te conservará, ela te guardará (v. 6) do pecado, o pior dos males, o pior dos inimigos; ela impedirá que tu prejudiques a ti mesmo, e então ninguém mais poderá te prejudicar. Como dizemos, “Conserva o teu trabalho, e o teu trabalho te conservará”, também “Conserva a tua sabedoria, e a tua sabedoria te conservará”. Ela nos protegerá das dificuldades e dos obstáculos com que nos deparamos no controle de nós mesmos e dos nossos assuntos (v. 12).

1. Os nossos passos não se embaraçarão, quando andarmos, e não nos colocaremos em dificuldades, como Davi se encontrou outrora (2 Samuel 24.14). Os que fazem da Palavra de Deus a sua lei andarão livremente, e estarão em paz consigo mesmos.

2. Os nossos pés não tropeçarão, quando corrermos. Se os homens bons e sábios se depararem com resoluções repentinas, o governo da Palavra de Deus, à qual obedecem, os protegerá, até mesmo de tropeçar em qualquer coisa que possa ser perniciosa. A integridade e a retidão nos preservarão.

Em terceiro lugar, será tua honra e reputação (v. 8): Exalta a sabedoria (mostra a tua boa vontade para com o seu progresso), e ainda que ela não precise dos teus serviços, ela os recompensará abundantemente, ela te exaltará, ela te honrará. Salomão seria um rei, mas a sua sabedoria e virtude seriam mais sua honra do que a sua coroa ou a cor púrpura de suas vestes; por isto todos os seus vizinhos o veneravam tanto; e, sem dúvida, no seu reino e no de Davi, os homens bons e sábios tinham uma prioridade para serem honrados. No entanto, mais cedo ou mais tarde, a religião trará à honra todos os que a aceitarem cordialmente; eles serão aceitos por Deus, respeitados por todos os homens sábios, reconhecidos no grande dia, e herdarão a glória eterna. Ele insiste nisto (v. 9): “[A sabedoria] dará à tua cabeça um diadema de graça”; neste mundo, te recomendará a Deus e aos homens, e no outro mundo uma coroa de glória te entregará, uma coroa que nunca murchará, uma incorruptível coroa de glória. Esta é a honra verdadeira que acompanha a religião. A virtude é a única nobreza! Tendo Davi recomendado a sabedoria ao seu filho, não é de admirar que quando Deus lhe disse que pedisse o que desejava, Salomão pediu: “Senhor, dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento”. Pelas nossas orações, nós devemos mostrar como fomos bem ensinados.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

OS EFEITOS DA TRANSIÇÃO

Os momentos de crise provocam algum desequilíbrio. Mecanismos de defesa podem não dar conta da angústia – mas a situação também apresenta oportunidades de amadurecimento emocional.

Efeitos da transição

Desde o início de seus estudos sobre o inconsciente, Freud apoiou-se no modelo biológico para compreender o fenômeno mental. Chamou de princípio da constância a tendência a manter perene a soma das excitações para evitar o aumento de tensão. O criador da psicanálise pensava nas organizações psíquicas apoiadas em mecanismos de defesa como ferramentas na busca do controle das angústias. A dinâmica tem o propósito de manter o que o fisiologista americano Walter B. Cannon denominou homeostase, ou seja, o princípio presente em todo organismo vivo, sob o ponto de vista fisiológico e metabólico. Esse sistema de regulação também tende a manter nosso funcionamento mental relativamente estável; reações, rotinas e modos de relação com o mundo ganham certa previsibilidade e buscam evitar situações inesperadas que provoquem ansiedade.

Ao mesmo tempo que a vida traz transformação, um movimento de autopreservação nos leva a tentar conservar, de alguma forma, aquilo que conquistamos e conhecemos.

Os momentos de crise provocam a perda desse equilíbrio. Muitas vezes, os mecanismos de defesa não dão conta da angústia – e a ansiedade ganha força. Mesmo quando a situação de instabilidade tem origem no meio externo, fantasias adormecidas ligadas ao desamparo e ao abandono podem surgir com intensidade. É comum, então, vivenciarmos emoções, às vezes sem nome e sem contornos. As situações da realidade podem remontar experiências já vividas nos primórdios da infância e essas inseguranças se mesclam e tornam difusas as percepções sobre nossos limites e possibilidades reais. Sofremos não só com a situação presente, mas com as dúvidas quanto ao futuro que, por ser desconhecido, desperta nossos fantasmas. Nessas ocasiões, o medo, a ansiedade e a insônia podem nos inundar.

Dependendo do nível de amadurecimento emocional em que nos encontramos, somos capazes de discriminar melhor as fantasias e as condições reais. Mas é sempre recomendável, quando nos sentimos frágeis, evitar deixar os impulsos e as emoções comandarem nossos atos. A reflexão crítica e cuidadosa sobre a situação que estamos vivendo, se possível com a ajuda de um profissional especializado, pode contribuir para que o momento de transição propicie reavaliações e nos conduza a possibilidades interessantes. Não raro, surgem soluções criativas nesses momentos, quando abrimos espaço para a elaboração das angústias.

OUTROS OLHARES

BELEZA INTELIGENTE

Sistema de inteligência artificial aponta com precisão a idade cronológica e pode ajudar a entender o processo de envelhecimento.

Beleza inteligente

Um dos maiores campos de estudo da ciência atualmente é o que investiga a longevidade. Com a expectativa média de vida crescendo em todos os países, é preciso conhecer com precisão como se dá o processo de envelhecimento e de que forma aferir, visualmente, se a idade cronológica é compatível com a biológica. Isso nem sempre acontece e a discrepância entre uma e outra pode apontar se o organismo está mais ou menos desgastado do que aparenta.

Na semana passada, um consórcio de cientistas de vários países anunciou a criação de um programa de inteligência artificial (IA) que registra precisamente a idade cronológica a partir da análise de imagens do canto dos olhos. “Trata-se de um método não invasivo e muito acurado. Ele poderá nos levar a grandes descobertas sobre os processos biológicos envolvidos no envelhecimento”, afirmou a bioengenheira russa Anastasia Georgievskaya, criadora de uma empresa especializada no emprego da IA no estudo da longevidade.

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RECURSO IMPORTANTE

A princípio a afirmação da cientista parece ambiciosa. Mas o novo programa foi construído usando uma das tecnologias mais modernas de IA, o deep learning (a máquina aprende constantemente a partir dos dados que recebe). Por isso, está sendo considerado uma ferramenta poderosa para ajudar a decifrar os fatores que levam ao envelhecimento precoce e o que pode ser feito para evitá-los. Por sua importância, o sistema acaba de ser descrito em um artigo na Aging, uma das publicações científicas mais importantes da área.

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GESTÃO E CARREIRA

AS EMPRESAS DO FUTURO: FAMÍLIA NÃ0 É TUDO IGUAL

Investir em políticas de bem-estar familiar traz vantagens não só para o funcionário, mas para a empresa também. É preciso, no entanto, estar atento às questões de gênero, diversidade e inclusão.

As empresas do futuro - Família não é tudo igual

Almoço de dia das mães, evento de dia dos pais: ninguém aqui quer desmerecer ações como essas, mas o assunto vale uma reflexão. Será que o reconhecimento da família pela maioria das empresas se restringe às datas comemorativas? Ou ainda: de que família, afinal, estamos falando?

Mais que um salário razoável e participação nos lucros, os profissionais têm valorizado companhias abertas à diversidade, com políticas de igualdade de gênero e que se preocupam com o equilíbrio entre vida profissional e familiar dos funcionários. Isso significa abarcar não só o tradicional desenho de marido, mulher e filhos, mas incluir casais homoafetivos e quem opta pela produção independente. Implica também criar condições favoráveis para que pais e mães participem ativamente do desenvolvimento das crianças, principalmente durante a primeira infância – a fase que vai do nascimento aos 6 anos.

“Não adianta só a empresa dizer que é aberta e inclusiva. É preciso ter critérios que realmente favoreçam isso, como plano de saúde ampliado ao parceiro ou parceira ou licença estendida para pais e mães adotivos”, diz Sandra Gioffi, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos.

No Brasil, as mulheres têm 120 dias de licença após o nascimento do filho. Os homens, cinco. Nas companhias que aderem ao Programa Empresa Cidadã, as funcionárias podem receber 180 dias, e os funcionários, 20. Como incentivo, o Governo Federal oferece dedução de imposto às participantes – até maio de 2018, o número de empresas inscritas era de 21.245, segundo a Receita Federal. O órgão não especifica a adesão por tipo de licença, mas um levantamento divulgado em agosto pela consultoria Mercer Marsh dá uma estimativa da situação da ala masculina. Segundo a pesquisa feita com 1.690 empresas do país, apenas 18% delas ampliaram a licença para homens. “A licença­ paternidade ainda é tabu. Mas a sociedade tem mudado e isso forçará as empresas, mais cedo ou mais tarde, a adotar uma postura mais igualitária. É um movimento sem volta”, diz Gerson Leite de Moraes, professor de ética e sociologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP).

Motivos para esse avanço não faltam. Os efeitos positivos da licença- paternidade estendida vão além dos dias de ausência na empresa. O maior envolvimento do pai com o bebê tende a continuar e traz reflexos importantes por toda a vida da criança, diz Eduardo Queiroz, CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, organização sem fins lucrativos que atua na causa da primeira infância. “Pesquisas recentes indicam ganhos como maior desenvolvimento cognitivo, melhor desempenho escolar e menores taxas de delinquência”, afirma Queiroz. Dar condições para pais e mães acompanharem de perto o crescimento da prole não traz apenas vantagens a longo prazo para a família. A empresa também ganha. “Estudos provam que planos de benefícios relacionados ao bem-estar familiar trazem retornos como melhora do ambiente de trabalho, maior produtividade dos funcionários e menos rotatividade. Portanto, existem, sim, benefícios a curto prazo”, afirma Queiroz. Além das licenças prolongadas, há outras medidas possíveis para elevar a qualidade de vida dos funcionários – e, consequentemente, seu engajamento na corporação. A adoção de um horário flexível ou do sistema de home office, regulamentado pela reforma trabalhista, são algumas delas. Na hora de definir as políticas voltadas à família de suas equipes, a companhia pode escolher entre dois caminhos: cumprir à risca a lei ou inovar e estabelecer regras mais modernas, colocando-se à frente das regulamentações governamentais. “As empresas podem e devem assumir as rédeas das mudanças para se adequar às configurações dos novos tempos. Isso criará um movimento social que forçará o Estado a reconhecer as transformações como positivas”, diz Moraes, da universidade Mackenzie.

As empresas do futuro - Apostando na primeira infância. 2

Essa postura proativa na luta pela equidade de gênero – lembrando que não se trata mais de apenas duas opções – se faz necessária, principalmente, na ampla zona nebulosa da jurisprudência brasileira. A licença-maternidade para a mãe adotiva, por exemplo, é amparada por lei. Para o pai adotivo, entretanto, não há um artigo definitivo sobre a questão. Se um casal de mulheres engravida, apenas quem está gerando a criança tem direito garantido à licença-maternidade – mas há quem tenha conseguido a licença para as duas mães na Justiça.

As empresas do futuro - Apostando na primeira infância. 3

“Empresas são ótimas em categorizar e encaixar os funcionários dentro de suas políticas. Por um lado, isso organiza e facilita as coisas, por outro, pode tornar a abordagem excludente caso não contemple os novos arranjos familiares”, afirma o psicólogo Luciano Passianotto, especialista em sexualidade humana pela Unicamp. “As companhias precisam de políticas generalistas, que consigam atingir a todos os funcionários, sem distinção. Todas as políticas que valorizam somente o modelo de família tradicional estão ultrapassadas”, diz ele. Comemorar o dia das mães e ignorar a existência dos casais formados por dois homens ou caprichar na homenagem aos pais, mas restringir o auxílio-creche para mulheres, por exemplo, são medidas que não se alinham com o atual – e necessário – discurso pela diversidade, inclusão e igualdade no mundo corporativo.

 

DE OLHO NA NOVA GERAÇÃO

Os destaques na pesquisa em relação à primeira infância, em 2019. As melhores práticas serão premiadas em uma categoria especial.

 

TOKIO MARINE

A licença- paternidade é de 15 dias e vale para adoções e casais homoafetivos. O horário é flexível e o auxílio-creche (para pais e mães), não tem limite de idade para filhos com necessidades especiais.

 

LOSANGO

O auxílio-creche se aplica a homens e mulheres e a licença­ paternidade, estendida em 15 dias, inclui os casos de adoção. O banco de horas pode ser usado para flexibilizar a jornada de trabalho.

 

NUTRILITE

Oferece flexibilidade de horários, auxílio-creche para pais e mães, centro de saúde aberto à família e visita da equipe de saúde à casa de funcionária no pós-parto.

 

CONSÓRCIO LUIZA

Estendeu a licença­ paternidade e oferece abertura e flexibilidade para pais que precisam se ausentar por motivos como reunião escolar ou levar o filho ao médico.

KIMBERLY-CLARK

As licenças-maternidade e paternidade são estendidas. Filhos com necessidades especiais contam com reembolso mensal para despesas médicas.

 

BN PAPEL CATARINENSE

Oferece flexibilidade de horário para possibilitar cuidados com os filhos. A licença- paternidade é válida também para os funcionários que adotam crianças.

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ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 3: 27-35

Pensando biblicamente

A Justiça e a Bondade são recomendadas; A Advertência contra a inveja.

 

A verdadeira sabedoria consiste no devido desempenho do nosso dever para com os homens, bem como para com Deus, em honestidade, como também em piedade; portanto, temos aqui vários preceitos excelentes de sabedoria que dizem respeito ao nosso próximo.

I – Devemos dar a todos o que lhes é devido, em justiça e em caridade, e não tardar em fazê-lo (vv. 27,28): “Não detenhas dos seus donos o bem (seja por falta de amor por eles ou por excessivo amor pelo dinheiro), estando na tua mão poder fazê-lo”, pois, se não estiver, não poderá ser esperado; mas se isto acontecer foi por tua própria culpa, pois, por tuas extravagâncias não pudeste agir com justiça e mostrar misericórdia, e deve ser uma grande tristeza para ti se Deus te incapacitou, e isto não tanto porque estás afligido em teus próprios confortos e conveniências, mas porque não tens recursos para dar àqueles a quem é devido. “Não detenhas”; isto sugere que é algo requerido e esperado, mas que a mão está fechada como também as entranhas da compaixão. Não devemos impedir que os outros o façam, não devemos ser nós mesmos relutantes em fazê-lo. Se o tens contigo hoje, se o tens no poder da tua mão, não digas a teu próximo: Vai, segue o teu caminho por enquanto, e torna em um momento mais conveniente, e eu verei o que pode ser feito; amanhã to darei; embora não tenhas certeza de que viverás até amanhã, nem de que amanhã o terás contigo. Não sejas tão relutante em te separar do teu dinheiro, por um bom motivo. Não inventes desculpas para adiar uma tarefa que deve ser feita, nem te deleites em manter teu próximo em sofrimento e suspense, nem exibir a autoridade que aquele que dá tem sobre o que pede; mas, prontamente e alegremente, e por um princípio de consciência para com Deus, dê o bem àqueles a quem ele é devido, aos senhores e amos (este é o significado da palavra), aos que, por qualquer motivo, têm direito a isto. Isto requer que nós:

1. Paguemos nossas dívidas sem fraude, complô ou demora.

2. Paguemos salários aos que os mereceram.

3. Procuremos suprir as necessidades de nossos amigos e parentes. Amparemos aqueles que dependem de nós, pois é nosso dever.

4. Paguemos o que é devido à igreja e ao estado, aos magistrados e ministros.

5. Estejamos preparados para todos os atos de amizade e humanidade, e em todas as coisas, sejamos amistosos; pois estas são coisas que são devidas por aquela lei que diz que devemos fazer, aos outros, aquilo que gostaríamos que nos fizessem.

6. Sejamos caridosos com os pobres e necessitados. Se aos outros falta o sustento necessário da vida, e se nós temos os recursos para supri-los, devemos considerar isto como devido a eles, e não reter os recursos. As esmolas são chamadas de justiça, porque constituem uma dívida para com os pobres, e uma dívida cujo pagamento não devemos adiar, pois – Dá em dobro aquele que dá rapidamente.

II – Jamais devemos desejar algum mal a alguém (v. 29): “Não maquines mal contra o teu próximo”; não planejes como causar-lhe algum mal não detectado, prejudicando o seu corpo, os seus bens, ou o seu bom nome, principalmente porque ele habita contigo confiadamente, e, não te tendo feito nenhuma provocação, não tem nenhuma suspeita de ti, e por isto não está vigilante. É contra as leis, tanto da honra como da amizade, fazer mal a alguém e não lhe dar um aviso. “Maldito aquele que ferir o seu próximo em oculto!” É algo extremamente vil e ingrato, se o nosso próximo tem uma boa opinião de nós, e julga que não lhe faremos nenhum mal, aproveitamos para enganá-lo e feri-lo.

 III – Não devemos ser contenciosos e litigiosos (v. 30): “Não contendas com alguém sem razão”; não contendas por algo a que não tens direito; não te ofendas por uma provocação que talvez tenha sido somente um descuido. Nunca perturbes o teu próximo com queixas e acusações frívolas, ou ações legais irritantes, quando não foi feito nenhum mal, ou nenhum digno de ser mencionado, ou quando puderes corrigir a injustiça de maneira amistosa. A lei deve ser o último recurso; pois não é somente o nosso dever, mas a preocupação que está em todos nós, viver em paz com todos os homens. Quando as contas estão equilibradas, poderemos perceber que pouco se consegue com disputas.

IV – Não devemos invejar a prosperidade dos malfeitores (v. 31).  Esta advertência é semelhante àquela que é tão insistida no Salmo 37: “Não tenhas inveja do homem violento”; ainda que seja rico e grandioso, ainda que viva em tranquilidade e prazer, e faça com que todos ao seu redor o reverenciem, ainda assim não o julgues feliz, nem desejes estar na sua condição. Não escolhas nenhum de seus caminhos; não o imites, não sigas os caminhos que ele usa para enriquecer. Nunca penses em fazer o que ele faz, ainda que tenhas certeza de conseguir, com isto, tudo o que ele tem, pois foi pago um alto preço por isto. Para mostrar os poucos motivos que os santos têm para invejar os pecadores, aqui Salomão, nos quatro últimos versículos do capítulo, compara a condição dos pecadores com a dos santos (como seu pai, Davi, tinha feito, Salmo 37), para que possamos ver como os santos são felizes, ainda que sejam oprimidos, e como os santos são infelizes, ainda que sejam opressores. Os homens devem ser julgados conforme a sua posição perante Deus, e como Ele os julga, e não conforme a sua posição nos livros do mundo. Estão corretos os que têm vontade semelhante à de Deus, e, se tivermos vontade semelhante à dele, qualquer que seja o pretexto que um pecador possa ter, para invejar a outro, veremos que os santos são tão felizes que não têm nenhuma razão para invejar nenhum pecador, ainda que a sua condição pareça ser altamente próspera. Pois:

1. Os pecadores são uma abominação para Deus, mas os santos são amados por Ele (v. 32). Os pecadores insubordinados, que continuamente se rebelam contra Ele, cujas vidas são uma perversa contradição à sua vontade, são uma abominação para o Senhor. Aquele Deus que não odeia nada do que criou abomina os que se desfiguraram desta maneira; os tais não somente são abomináveis aos seus olhos, mas uma abominação. Os justos, portanto, não têm razão para invejá-los, pois têm o segredo de Deus consigo: eles são os protegidos do Senhor; Ele tem aquela comunhão com eles que é um segredo para o mundo, e na qual eles têm tal alegria que um estranho não se intrometerá; Ele comunica a eles os sinais secretos do seu amor; o seu concerto está com eles; eles conhecem a sua vontade, e os significados e as intenções da sua providência, melhor do que outros podem conhecer. “Ocultarei eu a Abraão o que faço?”

2. Os pecadores estão sob a maldição de Deus, eles e também as suas casas; os santos estão sob a sua bênção, eles e a sua habitação (v. 33). O ímpio tem uma casa, talvez uma moradia forte e imponente, mas a mal­ dição do Senhor está sobre ela, está dentro dela, e, ainda que os negócios da família possam prosperar, as próprias bênçãos são maldições (Malaquias 2.2). Mesmo quando o corpo do perverso está plenamente alimentado, há fraqueza e magreza na alma (Salmos 106.15). A maldição pode operar silenciosamente e lentamente; mas é como uma lepra corrosiva; ela consumirá a casa com a sua madeira e com as suas pedras (Zacarias 5.4; Habacuque 2.11). Os justos têm uma morada, uma habitação, uma humilde cabana (a palavra é usada com o significado de aprisco, redil), uma moradia muito humilde; mas Deus a abençoa; Ele a abençoa continuamente, desde o princípio do ano até o seu final. A maldição ou a bênção de Deus está sobre a casa, conforme os seus habitantes sejam ímpios ou piedosos; e é certo que uma família abençoada, ainda que pobre, não tem razão para invejar uma família amaldiçoada, ainda que rica.

3. Deus despreza os pecadores, mas demonstra respeito pelos santos (v. 34).

(1) Aqueles que se exaltam certamente serão abatidos: certamente Ele escarnecerá dos escarnecedores. Dos que desdenham submeter-se à disciplina da religião, desdenham colocar sobre si o jugo de Deus, desdenham estar em dívida com a sua graça, que desdenham da santidade e das pessoas piedosas, e que têm prazer em zombar deles e ridicularizá-los, Deus escarnecerá, e os exporá ao escárnio diante de todo o mundo. Ele despreza a sua maldade impotente, se assenta nos céus e ri deles (Salmos 2.4). Ele se vinga deles (Salmos 18.26); Ele resiste aos soberbos.

(2) Aqueles que se humilham serão exaltados, pois Ele dá graça aos humildes; Ele opera neles, naquilo que lhes trará honra, e naquilo que fará com que sejam aceitos por Deus e aprovados pelos homens. Aqueles que suportam pacientemente o desprezo dos homens escarnecedores terão o respeito de Deus e de todos os homens de bem; e então, não terão razões para invejar os escarnecedores ou escolher os seus caminhos.

4. O destino dos pecadores será a vergonha eterna; o dos santos, a honra eterna (v. 35).

(1) Os santos são homens sábios, e agem com sabedoria, o que beneficia a si mesmos; pois embora a sua religião agora os envolva em obscuridade, e os deixe expostos ao opróbrio, ainda assim certamente herdarão a glória, por fim, sim, a glória eterna e excelente. Eles a terão, e a terão por herança; ela será a mais doce e assegurada possessão. Deus lhes dá a graça (v. 34) e por isto eles herdarão a glória, pois a graça é glória (2 Co 3.18). A graça é o início da glória, sim, um antegozo dela (Salmos 84.11).

(2) Os pecadores são loucos, pois não somente estão preparando a desgraça para si mesmos, como também, ao mesmo tempo, estão adulando a si mesmos com uma falsa perspectiva de honra, como se estivessem a caminho de se tornar grandes. O seu destino manifestará a sua loucura: A vergonha será a sua porção. Esta será a sua punição, pois virá em lugar da sua promoção; será toda a porção que eles poderão esperar, e Deus será glorificado na eterna confusão que sofrerão.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

PRECISAMOS FALAR SOBRE ORGULHO

Condenado como um dos 7 pecados capitais, o orgulho continua sendo evitado por pessoas que, erroneamente, acreditam ser esse o caminho da humildade.

Precisamos falar sobre orgulho

O português é mesmo uma língua difícil. Não bastassem suas minúcias e detalhes, somam-se algumas questões semânticas. Tomemos o caso da palavra orgulho. Uma única palavra que guarda em si duas conotações opostas: uma positiva e outra negativa. Sua etimologia remete ao termo catalão orgull, e corresponde a uma característica de alguém que tem um conceito exagerado acerca de si próprio, podendo também configurar-se como sinônimo de altivez, brio, dignidade e soberba. Aliás, tomado como soberba, chega a ser, vale lembrar, nada menos do que um dos 7 pecados capitais. A ambidestria do termo me faz pensar que, fosse eu um (a) estrangeiro (a), provavelmente evitaria o uso da palavra, temerosa de ofender alguém de maneira inadvertida.

Porém, se como nativo (a) da língua não posso esquivar-me do termo, como psicóloga chego mesmo a mergulhar numa análise cuidadosa de seus múltiplos significados. E, ao fazê-lo, chego a questionar o aspecto negativo de tal sentimento. Nesse sentido, vale retomarmos a primeira de suas definições negativas: “conceito exagerado acerca de si próprio”. Se o sujeito orgulhoso é aquele que exagera na valorização de si mesmo, o problema seria a valorização ou o exagero? Enxergar ambos os aspectos – valorização e exagero – como se fossem uma única coisa tem feito muitas pessoas evitarem de entrar em contato com esse que, considero, se configura num importante sentimento na construção da autoestima. Precisamos aprender a ter orgulho de nós mesmos, de nossas realizações e qualidades, de nossa trajetória e da nossa história, sem que seja necessário recorrer a máscaras de humildade, quase sempre, pouco convincentes. E por isso que, em geral, pessoas que em princípio consideramos humildes acabam se revelando, após uma análise um pouco mais cuidadosa de nossa parte, nada além de simples criaturas inseguras. Não que os humildes inexistam. Nós é que, a partir do nosso distorcido olhar judaico-cristão, tornamo-nos míopes para reconhecê-los. E por isso que devemos tomar muito cuidado quando nos propomos a investigar a humildade. No próprio inventário (VIA) que mede as chamadas forças pessoais, encontramos alguns problemas nesse sentido. Nesse inventário, uma das perguntas é “orgulho-me de ser uma pessoa comum?”. Trata-se de uma pergunta que tem por objetivo mensurar o nível de humildade do sujeito respondente. Acontece que, mesmo sendo humilde, o sujeito dificilmente diria que concorda totalmente com a frase. Não exatamente por não se considerar uma pessoa comum, mas porque “orgulhar-se” disso seria (na sua concepção) uma prova da sua ausência de humildade. Toda essa confusão remete-se ao orgulho que sentimos de nós mesmos. Aprendemos que senti-lo é flertar com o pecado e, por conta disso, evitamos pensar no assunto.

Mas o orgulho tem também uma acepção mais bem-aceita que é aquela de natureza extrínseca, ou seja, externa ao sujeito que o sente. Afinal, ninguém se sentiria culpado por sentir orgulho de um filho ou de um amigo. O problema é quando esse orgulho serve como fuga da “terrível possibilidade” de se ter orgulho de si mesmo. Já fiz exercícios em sala de aula perguntando aos alunos sobre seu maior orgulho. Invariavelmente a maioria da turma me traz o que chamo de respostas de Facebook: “Meus filhos, meus pais, minha família”. E quando explico que minha pergunta se refere a um orgulho pessoal, essas mesmas pessoas simplesmente não conseguem responder. Pois é… precisamos falar mais sobre orgulho!

 

LILIAN GRAZIANO – é psicóloga e doutora em Psicologia pela USP, com curso de extensão em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento, onde oferece atendimento clínico, consultoria empresarial e cursos na área.

graziano@psicologiapositiva.combr

 

OUTROS OLHARES

CHEGA DE AULAS ESPOSITIVAS!

No nível universitário, a evidência é clara: alunos de ciências aprendem menos quando se espera que ouçam passivamente.

Chega de aulas expositivas

A maioria dos professores de ciências, em especial os universitários, prega a ideia de que é preciso buscar a verdade por meio de dados e experimentação cuidadosa. No entanto, quando entram em sala de aula, em geral usam métodos ultrapassados e ineficazes. A fração esmagadora de cursos de graduação de ciências é ministrada por um professor que dá aulas expositivas a alunos, mesmo diante de várias centenas de estudos que mostram que métodos de ensino alternativos demonstram muito maior aprendizagem dos alunos e índices mais baixos de insucesso.

Esses diversos métodos têm vários nomes, inclusive aprendizagem ativa. Sua característica comum é que, em vez de ouvir passivamente, alunos passam o tempo de aula envolvidos em responder perguntas, resolver problemas, discutindo soluções com os colegas e raciocinando sobre o material de estudo, enquanto obtêm retorno regular de seu professor.

Como relatado em um estudo de 2012 pela National Academy of Sciences e em uma análise detalhada publicada on-line em maio na revista Proceedings of the National Academy of Sciences USA, essa abordagem melhora a aprendizagem em todas as disciplinas de ciências e de engenharia tanto em cursos introdutórios quanto nos avançados.

Há muitas maneiras diferentes de introduzir a aprendizagem ativa. Em turmas menores, muitas vezes estudantes trabalham em grupos para completar uma série de etapas que compõem um problema maior. Nas turmas de 100 a 300 alunos, instrutores costumam usar dispositivos que permitem aos jovens transmitir respostas ao professor instantaneamente pressionando um botão de seu assento. Assim, um professor logo vê qual o índice de estudantes que compreendem o material. As melhores perguntas são desafiadoras e envolvem a compreensão e o uso de conceitos básicos, em vez de memorização simples. Quando a maioria da classe erra a resposta, o professor faz os jovens discutirem com os vizinhos e responderem novamente. Enquanto isso, ele escuta essas conversas e proporciona ajuda direcionada aos alunos. Com qualquer uma dessas técnicas, o professor ainda passa um bom tempo falando, mas os ouvintes são alunos que foram preparados para aprender. Eles entendem por que o conteúdo vale a pena e como ele pode ser usado para resolver problemas. Atualmente o material está em um contexto que faz sentido, em vez de ser dado como um conjunto de fatos e procedimentos sem sentido que os alunos só podem memorizar sem entendimento.

A pesquisa educacional sobre aulas para o jardim até o fim do ensino médio oferece uma imagem menos clara a favor da aprendizagem ativa. Isso porque a pesquisa com alunos é difícil, com muito mais coisas fora do controle dos pesquisadores. Talvez a variável mais importante seja o nível desigual e muitas vezes o baixo domínio do assunto pelos professores. Como a aprendizagem ativa requer prática e feedback sobre pensar como um cientista, exige especialização consideravelmente maior do docente no assunto.

Apesar das evidências científicas que apoiam a aprendizagem ativa, por que o uso dessas técnicas é tão raro? Um dos motivos parece ser a compreensão basicamente falha da aprendizagem. A maioria das pessoas (incluindo professores e administradores de instituições de ensino) acredita que o aprendizado ocorre com uma pessoa simplesmente ouvindo um professor. Isso é verdade se alguém está aprendendo algo muito simples, como “coma o fruto vermelho, não o verde”, mas do ponto de vista neurológico o aprendizado complexo, inclusive o pensamento científico, exige a interação para possibilitar ao cérebro assumir novas capacidades.

O motivo mais importante para o ensino superior não alterar metodologias, no entanto, é que não existe incentivo. O fato é que não há nenhum incentivo para o uso de técnicas de ensino eficazes baseadas em pesquisa, além de superstição pedagógica e do hábito; na verdade, poucas, ou nenhuma, universidades monitoram o tipo de técnicas de ensino usadas em suas salas de aula. Enquanto isso for verdade, futuros alunos não terão como comparar a qualidade da educação que receberão em diferentes instituições, e assim nenhuma instituição precisa melhorar.

GESTÃO E CARREIRA

TALENTOS FUTUROS

Num futuro próximo, em um mundo VUCA, fica a pergunta: os programas de trainees e estagiários farão sentido? Sim. Mas teremos de vencer alguns desafios e promover mudanças nas empresas e escolas.

Talentos futuros

Pensar em como será o trabalho das empresas em atrair e reter os talemos das gerações mais novas, no futuro, nos faz pensar nas mudanças que vão surgir e nas que já estão em curso. Transformações necessárias no que se refere à formação desses futuros profissionais, aos modelos de gestão, de vínculo de trabalho com a empresa e, sim, mudanças trazidas pelas gerações que chegarem. E comecemos por essas jovens moças e moços…

ESSES MOÇOS…

“Esses moços, pobres moços… Ah! Se soubessem o que eu sei… Não é preciso lembrar do clássico de Lupicínio Rodrigues para trazer à tona o choque entre gerações. De um lado, temos o jovem que vai com muita sede ao pote; de outro, a voz da experiência… Mas, independentemente da época, jovem é sempre jovem – tem sempre seus rompantes e reservas em relação aos mais velhos. “A cada nova geração que chega ao mercado, observamos um conjunto de atitudes diferences às das anteriores. Isso aconteceu com a geração X em relação aos baby boomers; com a geração Y, em relação aos Xs e baby boomers; e agora, acontece novamente com a geração Z”, diz Sidnei Oliveira, consultor e presidente da Escola de Mentores. Para ele, o mais interessante nesse debate não é exatamente as características de uma ou outra geração, mas o fato de elas conviverem mutuamente, algo diferente do que acontecia até meados do século 20. Isso se deve, entre outras razões, ao aumento na expectativa de vida e à evolução da tecnologia e à consequente proliferação de informações na web que permitiram que pessoas mais seniores se mantivessem ativas no mercado de trabalho por mais tempo.

Apesar de evitar os estereótipos que rotulam, de forma superficial e generalizada, os jovens atuais. Oliveira conta que, ao olhar o conjunto de atitudes e comportamentos dos millennials, (parte dos Y e parte dos Zs, com idade entre 18 e 30 anos), percebem-se alguns pontos em comum, como a busca por usufruir o presente em detrimento de escolhas que permitam usufruir o futuro. ”Parece que os jovens de hoje, vendo que os mais veteranos não estão, de fato, usufruindo de todo o trabalho que tiveram, optam por adotar uma estratégia diferente, diz. Mas essa estratégia também traz consequências: o surgimento de um jovem, como afirma Oliveira, “supernutrido” de informações e referências, mas pouco preparado para lidar com suas escolhas, renúncias e frustrações.

“A geração Z nasceu e cresceu em um mundo de ritmo mais acelerado, estão acostumados a se informar por meio de redes sociais. Aliás, a primeira coisa que fazem ao acordar é verificar as atualizações do Instagram”, diz Mafra Habimorad, sócia responsável pela divisão de inovação da Cia de Talentos. Mas há outros interesses, como ela acrescenta: família, educação, saúde e tempo livre são conceitos mais prioritários do que dinheiro ou ascensão social. “Não que estes últimos não sejam relevantes, só não são mais importantes que os primeiros.

Entender o que os jovens querem é um passo para atraí-los. E as novas gerações querem mostrar a que vieram ao mundo. Por isso, propósito também é uma palavra-chave, como avalia Josué Bressane, sócio-diretor da Falconi Gente. Organizações que são inspiradoras, que manifestam seu papel dentro da sociedade e que mostram como podem ser transformadoras, seja do ponto de vista social, econômico, demográfico ou educacional, parecem ganhar mais pontos. “O retorno financeiro deixou de ser prioridade para a nova geração e a possibilidade de contribuição para uma sociedade melhor está à frente. Assim, os processos de recrutamento e seleção devem conversar com esse objetivo”, diz o consultor.

Na verdade, as empresas não devem esquecer o valor do dinheiro, mas precisam entender melhor a questão do salário: não ser o principal foco não significa aceitar ganhar pouco, mas só um salário atraente não é mais suficiente para engajar. “Esse tema será cada vez mais forte entre os jovens, pois o hábito de consumo está mudando significativamente, o que vai interferir no peso da remuneração ou na forma como a encaramos”, diz Mafra.

MAS NÃO DA PARA GENERALIZAR

Diretor da Anima Consultoria para Evolução Humana, coach, professor e autor de Millenials: o mundo é melhor (Qualitymark), Robson Santarém faz uma ressalva. Ele traz as observações de um millenial autor de um dos capítulos de seu livro, Augusto Junior. O jovem é responsável por uma startup que seleciona estagiários e trainees e conhece bem o perfil desses jovens. Junior conta existirem quatro perfis:

1 – OUTLIERS: que são os fora de série, inspiradores, querem mudar o mundo, são comprometidos, são líderes;

2 – POTENCIAIS: aqueles para os quais dizemos...esses vão longe’, precisam desenvolver todo o potencial e estão abertos;

3 – COMUNS: talvez a maioria, aqueles que precisam ser despertados, usam a lei do mínimo esforço;

4 – RETARDATÁRIOS: os “nem-nem”, seja por falta de vontade própria ou por falta de oportunidade, muitos, vítimas da situação social-política-econômica-cultural.

O maior desafio das empresas, e dos gestores, em especial de RH, é conhecer essas histórias e perfis desses jovens para ajudá-los em seu desenvolvimento. E não apenas nisso, mas, como lembra Santarém, também para inovar nos processos, adequando linguagem e metodologias que façam sentido para os jovens, que possibilitem às empresas encontrarem o perfil mais adequado às suas necessidades.

Entender uma parte para mudar o todo – ao menos da gestão, a partir do que demandam os jovens e os impactos dessa onda de Revolução 4.0. Tendo esses fatores como drivers, muitas empresas colocam os atuais modelos de gestão na berlinda e propõem outros que já dão seus primeiros passos ou vivenciam uma espécie de infância corporativa. Assim, explica Oliveira, a gestão caracterizada pela hierarquia e departamentalização de atribuições e tarefas passa a ser desafiada pelos novos negócios com modelo de gestão colaborativa.

“Empresas como Netflix, Uber, Air bnb e Nubank têm demonstrado essa nova realidade e já são consideradas clássicas na gestão colaborativa, na qual as atribuições e tarefas dependem essencialmente da maturidade dos profissionais envolvidos nos processos dessas companhias”, diz Oliveira.

E é nesse novo modelo que os jovens parecem mais adaptados, pois ele reproduz, de certa forma, a existência (e vivência) deles no ambiente digital, sobretudo nas redes sociais e nos jogos virtuais. “Isso contribui muito para que os jovens sejam um dos principais fatores de transformações nas empresas que pretendem ser relevantes nos próximos anos”, destaca.

COMEÇO D0 FIM?

Apesar de Paulo Mendes, sócio- fundador da Amrop 2Get, trabalhar com profissionais mais seniores, ele mantém um contato muito furte com empresas da nova economia, contratando profissionais para elas. “Usamos plataformas que conectam projetos em andamento com profissionais que tenham a expertise e o interesse para participarem deles. E a contratação pode ser interina, ou seja, enquanto o projeto estiver em funcionamento. E acredito que essa será a tendência para os jovens”, diz Mendes.

Por essa razão, ele acredita que programas de trainees, por exemplo, deixarão de existir. “Novas gerações pensam de forma diferente, são mais imediatistas. Modelos de contratação de trainees, pensados para desenvolvimento no médio e longo prazo, simplesmente deixarão de fazer sentido em termos de custo/benefício para as empresas”, avalia Mendes. “Afinal, elas investem muito dinheiro e tempo para treinar um profissional que tem cada vez menos desejo de criar laços com a mesma empresa por muito tempo. A nova realidade, tecnológica e imediatista, já existe e não tem como lutarmos contra. Mas, calma. Vamos tratar do futuro desses programas um pouco mais adiante.

Tendo esse pano de fundo, Mendes explica que as empresas funcionarão com células criadas para projetos específicos. A regra será o trabalho por meio de redes e de conexões que se juntam para formar os times, e por meio de um time permanente dentro da organização. Ou seja, os vínculos são outros… E um dos pontos- chave de atração de uma companhia não será mais a marca, na avaliação de Mendes, mas a qualidade da liderança. “Cada vez mais as pessoas optarão por trabalhar com lideranças que, de alguma forma, as inspiram, e por projetos que estejam alinhados ao seu propósito.”

Ter mais de um formato de vínculo de trabalho é certamente uma tendência, avalia Carla Albertini Esteves, sócia-diretora de projetos da Cia de Talentos. Ela cita a ‘uberização’ da mão de obra que, essencialmente, significa uma nova relação de trabalho com uma ou mais empresas: do ponto de vista da organização, pressupõe trabalhar com uma rede interna e externa de talentos. “O que podemos afirmar, hoje, é que o apetite para testar novos modelos de trabalho, que promovam mais autonomia e desenvolvimento, já é uma realidade. A pesquisa Carreira dos Sonhos de 2017 mostra que 66% dos jovens, 68% da média gestão e 77% da alta liderança gostariam de experimentar novos modelos de trabalho”, diz.

Carla faz questão de destacar que os jovens, dentre os três públicos, é o que tem “menos apetite-, apesar de a maioria desejar experimentar um modelo novo. “Os jovens ainda têm uma expectativa de encontrar um plano de carreira e estabilidade financeira e esses dois pontos conflitam com modelos menos tradicionais de vínculo. O desafio será desenhar carreiras cada vez mais individualizadas e autogeridas que deem conta desta ambiguidade de desejos e interesses.” Contudo, há quem discuta o vínculo por projetos, como Robson Santarém. Para ele, até pode ser um caminho para alguns dos perfis dessa geração, não para todos. “Um grande contingente espera trabalhar em organizações que os acolham, que lhes deem significado e autonomia e possibilitem aprendizado e crescimento. Há, porém, outros cujo perfil diferenciado vai se sentir mais motivado com o dinamismo dos projetos – organizações que agem como startups serão bem-vindas e desejadas por esses tipos. E percebo que é crescente esse número de jovens que quer empreender e cresce também o empreendedorismo social e veio também uma insatisfação com muitos dos modelos organizacionais ainda vigentes, diz Santarém. E uma das alternativas encontrada para os jovens é criar sua própria empresa – mais conhecidas como startups…

O MOVIMENTO DAS STARTUPS

Coordenador de recrutamento e seleção do Nube, Erick Sperduti concorda que alguns jovens já possuem o perfil empreendedor enraizado e as corporações não têm muito como agir em relação a isso. “Muitos buscam experiências em startups, pois terão mais voz ativa e autonomia para tomar decisões, se sentido mais valorizados. É importante que as empresas façam uma ‘leitura’ desses principais aspectos para promover mudanças de uma forma organizada e coerente para captação desse público”, avalia.

O movimento das startups ganhou muita força no imaginário dos jovens nos últimos anos. Isso se deve, de acordo com Sidnei Oliveira, porque o cenário de trabalho nas empresas ainda é bastante “hostil” para as expectativas ansiosas dos jovens.

E ele dá um recado às moças e moços para que, como na canção de Lupicínio, não se deixem levar apenas pela paixão desenfreada de achar que montar uma startup é apenas “trabalhar sem chefe e fazer apenas o que ama no seu próprio horário”. Todos sabemos que isso está bem longe da realidade e grande parte desses mesmos jovens acabam retomando para o mercado de trabalho comum, quando não conseguem mais manter sua infraestrutura de vida e não têm mais a quem recorrer para isso, diz Oliveira. Ou seja: vida de empreendedor é difícil como o quê.

E o autor de Gerações: encontros, desencontros e novas perspectivas (Integrare Business), entre outros livros, corrobora a opinião de Sperduti: esse movimento é um sinal de alerta (ao menos deveria ser) para que as empresas mudem, não só para atrair os jovens, mas porque elas estão diante de cenários disruptivos que podem pôr um fim em suas próprias existências. “E a melhor estratégia [das empresas) é observar a linguagem e a forma de operar das startups, ousando inovar. Essa é a melhor forma de atrair os jovens e criar vínculos com seus melhores talentos, conta Oliveira.

E pode começar olhando para exemplos dos EUA e de alguns países da Europa, como aconselha Mendes. Alguns pararam de lutar contra as startups e passaram a se associar e a investir nelas, “É uma forma de contar com os jovens brilhantes, motivados e inspirados, com alto senso de dono, alinhados com sua estratégia corporativa”, diz o sócio da Amrop 2Gel.

“De fato, perdemos profissionais ou que abrem suas startups ou que são convidados por outras”, diz Roberto Martins, diretor da PwC Brasil. Em outros países, a empresa de auditoria e consultoria mantém aceleradores desses projetos internamente, com boas doses de investimento. A ideia é manter os talentos dentro de casa. “As empresas perdem boas oportunidades com a saída desses profissionais. Se os jovens querem empreender, querem testar novas maneiras de trabalho ou provocar novos modelos de negócios, por que não dentro das próprias organizações? Por que não dar essa oportunidade para eles?”, questiona Martins, citando um bom exemplo brasileiro: o Cubo, fundado pelo Itaú Unibanco, em parceria com a Redpoint eventures. Mas na PwC Brasil essa aceleradora ainda não chegou; há discussões sobre como trazer para cá.

MUDANÇAS EM CURSO

Na batalha com as startups pela atenção e pelo comprometimento (que tende a ser infinito enquanto durar, numa versão “viniciusiana” dos novos vínculos de trabalho), muitas empresas estão promovendo mudanças em seus processos de recrutamento e seleção de jovens. Os desafios são grandes. E um deles, como explica Débora Nascimento, diretora do Instituto Capacitare, começa logo no processo de atração. Há uma grande demanda por perfis semelhantes. E isso, num universo reduzido de oferta, traz dificuldades. “Por essa razão, há tantas ações de marketing e de valorização da marca empregadora: para que os jovens não só participem da seleção, como se mantenham engajados e fiéis a ela até o final”, diz Débora.

E pode acreditar: os jovens desistem de processos longos. Renata Franco, gerente de gestão de talentos da PwC Brasil, conta que, a partir da constatação do imediatismo dessa nova geração, alguns processos foram mudados no Programa Nova Geração. Desde o ano passado, por exemplo, o projeto de captação de trainees para a firma passou a ser mais rápido. Bem mais rápido.

“O programa vai se reinventando ao longo dos anos. Ele era bem formal e demorado: fazíamos uma etapa de seleção; depois uma etapa de testes online; então, os aprovados participavam de uma dinâmica de grupo; quem passava nas dinâmicas ia para as entrevistas. Eram meses até chegar ao fim do processo, com todos os provados em definitivo”, lembra Renata.

Agora, é diferente. Depois de ouvir os feedbacks de todos os profissionais que passaram por esses processos (aprovados e não aprovados) e com base também em estudos sobre gerações que a própria PwC produz e outros, a empresa resolveu aplacar o imediatismo dos jovens e sua predileção por resultados rápidos. Atualmente, em um dia, na parte da manhã, os jovens fazem uma dinâmica de grupo; os candidatos, ao final de cada uma, já ficam sabendo que foram aprovados; estes, ainda no mesmo dia, são encaminhados para a entrevista. Ou seja, no fim do dia sabem quem vai fazer parte ou não do time da `PwC. “No processo mais demorado, perdíamos bons candidatos para outras empresas, também em busca de trainees”, conclui Renata.

Na edição deste ano do Programa Nova Geração, foram oferecidas cerca de 400 vagas para estudantes matriculados a partir do 2º ano da graduação ou formados há, no máximo, dois anos. Os candidatos puderam optar por atuar em três áreas de negócios: auditoria, consultoria tributária e societária ou consultoria de negócios. E quase 40 mil jovens se inscreveram para o programa.

POUCA GENTE, POUCOS RECURSOS

Outro obstáculo que os programas para novos talentos enfrentam refere-se em como o RH vai prover esses jovens com formas diferenciadas de atuação e de aprendizagem, sem deixar que o interesse deles por uma carreira na empresa murche. Mas esse desafio tem agravantes; em um cenário conturbado, com organizações com poucos recursos financeiros e humanos para isso (para completar a lista de “maldades”, muitas estão com um número reduzido de profissionais para acompanhar esses programas, pois as empresas estão bem mais enxutas). Mas, calma: na crise, crie! Na opinião de Débora, esse panorama irá forçar o surgimento de um “RH criativo, atento e amigo, que valoriza os jovens e os programas de estágio e trainee como verdadeiros celeiros de excelentes profissionais”.

Paralelamente a esses desafios, algumas mudanças já vêm sendo adotadas em alguns desses programas. Pelos referenciais e experiências dos jovens no mundo digital ou virtual, algumas empresas passam a oferecer programas mais “sedutores”. Entenda-se: com uma linguagem muito próxima da cultura que os candidatos vivem. Por isso, já não é mais incomum observar programas de seleção em ambientes “descolados’, com recrutadores amigáveis e super­acessíveis, dispostos a dar feedback e conselhos de forma autêntica, diz Sidnei Oliveira.

A utilização mais frequente de games também é percebida por Erick Sperduti, do Nube.”Eles podem avaliar algum conhecimento ou simular uma situação real da empresa para observar o comportamento dos candidatos”, diz ele. E o uso dessa tecnologia permite identificar uma tendência desses programas: uma redução nas seleções presenciais e uma maior utilização dos meios virtuais. E nesse caso, temos outra ação que passa a fazer parte desses processos de seleção: as vivências por meio de desafios. “Aqui, o objetivo é conferir mais autenticidade aos seus processos, o que parece estar funcionando por enquanto”, acrescenta Oliveira

Na Netshoes, por exemplo, os jovens interessados em entrar para a empresa passam pelo Tech Talents. Trata-se, segundo Gabriela Garcia, chief business transformation oficer da empresa de e-commerce, de uma reinvenção do processo seletivo, idealizado especificamente para a seleção na área de tecnologia. Mas aspectos como dinamismo e trabalho em equipe também são avaliados, assim como em um recrutamento mais tradicional”, diz ela.

“Do ponto de vista da atração de talentos, inovar e ser criativo no processo é algo que deve ser considerado e, por isso, pensamos nessa dinâmica com o Tech Talents. Essa nova geração, que já nasceu conectada e está chegando agora ao mercado, é motivada por novos desafios e mostrar todo o DNA digital da Netshoes, desde o recrutamento, pode gerar identificação e atrair os jovens talentos”, conta. Para participarem do projeto, os jovens que se inscrevem (por meio de um link na internet) já começam com um desafio para resolver.

Falando de startups, na Netshoes, o medo de perder os jovens talentos para as startups não existe, ao contrário. “Se um jovem talento daqui decidir se dedicar a um projeto pessoal ou empreender, o que queremos é que a nossa história e valores o inspirem nesse novo movimento”, diz Gabriela. No fundo, o que não pode ser perdido é a capacidade de criar ou desenvolver talentos.

UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO, TAMBÉM

As mudanças não são apenas tarefas de casa das empresas. De acordo com Maira, da Cia de Talentos, todas as instituições de ensino (do básico ao superior) têm duas lições a serem feitas. Uma delas é rever o modelo e o desenho da experiência de aprendizagem, de forma que contemple um modelo e premissas mais atuais como uma lógica menos linear, com papéis mais compartilhados, com multidisciplinaridade e mecanismos de avaliação e processo do aluno que sejam mais semelhantes à vida adulta. A outra é revisitar o conteúdo educacional, desde os temas a serem ensinados até a forma como se inter-relacionam. Precisamos dar maior peso ao desenvolvimento de competências socioemocionais e de habilidades metacognitivas, aquelas capazes de ajudar os alunos a aprenderem a aprender e a terem mais autoconhecimento e clareza  de suas fortalezas comportamentais e pontos de atenção”, diz Maira.

Na avaliação de Sperduti, algumas universidades já estão se reavaliando e adotando mudanças, como a adesão à tecnologia como parte integrante no processo de aprendizagem, desde matérias ensinadas a distância até cursos completamente virtuais. “Entretanto, engana-se quem pensa sobre esse tipo de ensino ainda limitar-se apenas a textos e vídeos explicativos. A inteligência artificial já é uma realidade presente dentro das universidades, tomando o processo mais adaptativo e facilitando a comunicação entre alunos e professores, com interfaces dinâmicas e intuitivas. Os jovens estão sendo preparados para cenários mais flexíveis, preocupando-se menos com horários e mais com resultados”, diz.

“Agora, cabe às empresas romperem o preconceito com esse tipo de ensino, pois já são mais de um milhão de alunos em todo o país estudando EAD”, diz o executivo do Nube.

Mas o caminho para isso ainda é longo. Para o diretor de inovação acadêmica e redes de cooperação do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Fábio Reis, há um grupo muito pequeno de instituições que fazem um esforço para entender o jovem e o momento digital que vivemos. “De maneira geral, o modelo de ensino e de relacionamento ainda é o do século 20, o convencional. “As instituições até têm a percepção do processo de mudança, falam da nova geração e dos desafios, só que não promovem mudanças sistêmicas, que de fato contemplem o jovem digital”, diz Reis.

Para ele, é perigoso que haja um distanciamento cada vez maior entre essas instituições e os jovens. Isso pode fazer com que estes deixem de considerar o ensino superior como algo relevante. “Essa falta de sintonia dos jovens com a sala de aula também poderá ser sentida no setor produtivo. Trabalhar as competências necessárias será multo mais importante do que a apresentação de um diploma. Se não houver um novo modelo acadêmico, para atender às demandas do mercado de trabalho, os jovens irão criar o portfólio de certificados, com diversos cursos de curta e média duração, mas que contribuem para a sua atuação e desenvolvimento profissional, comenta Reis.

“Para redesenhar o modelo acadêmico, as instituições precisam buscar boas referências nacionais e internacionais, serem mais hands on, digitais, interativas, formar os jovens por competências, diz. Em 2017, o Semesp montou o Grupo de Trabalho de Inovação, formado por pessoas de diversas áreas, para instigar essa transformação, ajudar no processo de mudança institucional e acadêmica, diminuir a evasão, aumentar o engajamento dos estudantes e, consequentemente, melhorar os resultados acadêmicos e administrativos das instituições de ensino superior.

OS PROGRAMAS DE TRAINEE FARÃO SENTIDO?

Diante dessas transformações de geração, de gestão, de vínculo de trabalho e de formação, fica a pergunta: os programas de trainees terão espaço num futuro não muito distante? A grande maioria dos especialistas ouvidos afirma que sim, mas com reservas. Vamos entendê-las. Sidnei Oliveira, por exemplo, ressalta que trabalhar o high potential é sempre essencial; e os programas de trainee, e os de estágio também, têm esse objetivo (ajudar a preparar sucessores).

“Isso significa que não há como abrir mão dessas iniciativas, pois trata-se de trabalhar a gestão do conhecimento tácito – aquele que não há como documentar – presente nas atitudes e comportamento dos profissionais mais veteranos”, conta. Mas esses programas farão sentido desde que possibilitem uma experiência real, na avaliação de Robson Santarém. Isto é, desde que propiciem uma experiência que seja produtiva, de aprendizado contínuo, que permita aos jovens tomar consciência de suas potencialidades e de como aplicá-las, contribuindo para que as organizações tenham melhores resultados, em termos de inovação e contribuição para a sociedade e o ambiente natural. “Do contrário, esses programas vão gerar insatisfação e resultados negativos”, diz ele.

Se, por um lado, as empresas continuarão precisando de jovens de muito potencial para acelerar projetos e iniciativas e ocupar posições estratégicas a médio e longo prazo, de outro, os jovens vão continuar interessados em trilhar caminhos profissionais de aceleração e aprendizagem constante. “Mas certamente os programas passarão e já estão passando por transformações. Primeiro, na forma de a empresa atrair, baseando-se em uma proposta de valor para o empregado (da sigla EVP em inglês, Employee Value Proposition) genuína e em processos de seleção por perfil comportamental e de valores, e cada vez menos pelo nome da instituição, por exemplo. Hoje, 65% das posições de jovens talentos trabalhadas na Cia de Talentos já priorizam competências comportamentais e experiências de vida acima da marca da instituição em que o jovem estudou”, diz Carla.

Para ela, as mudanças nesses programas virão no desenho de desenvolvimento on the job e de formação dentro da empresa, criando ciclos mais curtos de aprendizagem e de contribuição, e menos de uma grande etapa de formação para um dia ocupar uma posição de liderança. “Entendemos que coaching e mentoria para desenvolvimento de resiliência e leitura de cultura e cenários também serão mais presentes nos programas, assim como a capacidade de aprender rapidamente e de se adaptar”, diz Carla.

Vale ressaltar que não apenas os jovens devem desenvolver a capacidade de aprender a aprender e a se adaptar aos novos tempos. Como vimos, as próprias empresas devem dar um passo nessa direção, não só para ter os bons por perto ou dentro delas, seja lá qual for o vínculo com eles, mas para se manterem no mercado.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 3: 21-26

Pensando biblicamente

A Excelência da Sabedoria

Tendo declarado que são bem-aventurados aqueles que não somente se apoderam da sabedoria, mas a retêm, aqui Salomão nos exorta, portanto, a retê-la, assegurando-nos de que nós mesmos teremos a consolação por fazermos isto.

 

I – A exortação é ter as regras da religião sempre em vista e sempre no coração (v. 21).

1. Tê-las sempre em vista: “Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos”; não permitas que os teus olhos se desviem delas, para buscar vaidades. Deves tê-las sempre em mente, e não esquecê-las; deves estar sempre pensando nelas, e andando nelas, e não deves nunca imaginar que já as consideraste por tempo suficiente e que agora já podes deixá-las de lado; mas, enquanto viveres, guarda cultiva o teu conhecimento delas. Aquele que se inclina a escrever deve ter os seus olhos sempre sobre a sua cópia, e não deve nunca perdê-la de vista; e, da mesma forma, aqueles que andam com prudência devem ter um constante respeito pelas palavras da sabedoria.

2. Tê-las sempre no coração; pois é nesse cofre, no homem oculto do coração, que devemos conservar a sabedoria verdadeira e o discernimento, guardar os seus princípios e os seus caminhos. É uma riqueza que vale a pena guardar.

 

II – O argumento de reforço a esta exortação é obtido da indescritível vantagem que a sabedoria, assim guardada, será para nós.

1. Com respeito a força e satisfação: “Será vida para a tua alma” (v. 22); a sabedoria te despertará para o teu dever, quando começares a ser preguiçoso e negligente; ela te reviverá em meio aos teus problemas, quando começares a afundar e desanimar. Será a tua vida espiritual, um prenúncio da vida eterna. A vida para a alma é verdadeiramente vida.

2. Com respeito à honra e reputação: “Será graça, para o teu pescoço”, como uma corrente de ouro, ou uma joia. Graça para tuas mandíbulas (este é o significado da palavra), agradável para o teu paladar (segundo alguns): ela infundirá graça a tudo o que disseres (segundo outros), e te dotará de palavras aceitáveis, que te conquistarão crédito.

3. Com respeito à segurança. Ele insiste neste aspecto, em quatro versículos, cujo escopo é mostrar que o efeito da justiça (que aqui é a mesma coisa que sabedoria) é o repouso e a segurança, para sempre (Isaias 32.17). As pessoas boas são tomadas sob a proteção especial de Deus, e nela podemos ter completa satisfação. Eles estão a salvo e podem se sentir tranquilos,

(1) em seus movimentos durante o dia (v. 23). Se a nossa religião for nossa companheira, será nossa escolta: “Então, andarás com confiança no teu caminho”. A vida natural, e tudo o que pertence a ela, estarão sob a proteção da providência de Deus; a vida espiritual, e todos os seus interesses, estão sob a proteção da sua graça; de modo que serás protegi­ do e não cairás no pecado ou nas dificuldades. A sabedoria nos orientará, e nos guardará no caminho seguro, tão longe quanto possível da tentação e nos permitirá andar nele com santa segurança. O caminho do dever é o caminho da segurança. Nós corremos o risco de cair, mas a sabedoria nos sustentará, para que o nosso pé não tropece naquelas coisas que são uma ofensa e uma destruição para muitos, mas pelas quais saberemos como passar.

(2) No seu repouso, à noite (v. 24). No nosso isolamento, nós estamos expostos e sujeitos a temores. Conserva a tua comunhão com Deus, e conserva uma boa consciência, e então, quando te deitares, não temerás, nem o fogo, nem ladrões, nem fantasmas, nem nenhum dos terrores das trevas, sabendo que quando nós, e todos os nossos ami­ gos, estamos dormindo, aquele que guarda Israel e cada israelita por nascimento, não adormece; e a Ele tu te entregaste, abrigando-te sob a sombra das suas asas. Tu te deitarás, e não precisarás manter guarda; tu te deitarás, e dormirás, e não terás teus olhos despertos pela preocupação e pelo temor; e o teu sono será suave e revigorante para ti, não sendo perturbado pelos alarmes, internos ou externos (Salmos 4.8; 116.7). O caminho para ter uma boa noite é manter uma boa consciência: e o sono, tanto o do homem que se esforça, como o do homem sábio e devoto, é doce, é suave.

(3) Nas suas maiores dificuldades e perigos. A integridade e a retidão nos preservarão, de modo que não temeremos o pavor repentino (v. 25). Os males que nos surpreendem, inesperadamente, não nos dando tempo para nos armar; muito provavelmente nos causam perplexidades. Mas que o homem sábio e bom não se esqueça de cuidar de si mesmo, e assim ele não dará ocasião a qualquer temor que possa vir a atormentá-lo, ainda que o alarme seja muito repentino. Que ele não tema a assolação dos ímpios quando vier, isto é,

[1] a assolação que os ímpios causam à religião e aos religiosos; ainda que venha, e pareça estar bem à porta, não a temas; pois, embora Deus possa fazer uso dos ímpios como instrumentos para a correção do seu povo, não permitirá nunca que sejam os autores da sua assolação. Ou,

[2] a assolação a que os ímpios serão levados em um momento. Ela virá, e os santos temerosos podem estar apreensivos de que estarão envolvidos nela; mas que esta seja a sua consolação: o fato de que embora os juízos, em geral, sejam devastadores, pelos menos ocasionalmente, ainda assim Deus conhece os que são seus e sabe como separar o precioso do vil. Portanto, não tenhas medo do que parece ser extremamente formidável, pois (v. 26), o Senhor não somente será a tua segurança, para te manter a salvo, mas a tua confiança para te manter seguro, de modo que o teu pé não será preso por teus inimigos, nem por teus próprios temores . Deus se comprometeu a guardar os pés dos seus santos.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

O CONTÁGIO DAS EMOÇÕES

Seus amigos são felizes e mentalmente saudáveis? E as pessoas com quem eles se relacionam? Pesquisa mostra que o grau de satisfação daqueles que nos cercam tem profundo impacto na satisfação das pessoas. O mais curioso é que essa “transmissão emocional” pode ocorrer até pelas redes sociais.

O contágio das emoções

É como um surto de gripe, só que no âmbito mental: a felicidade, a gentileza e o entusiasmo – e também comportamentos que fazem mal à saúde física e mental, como irritação, reclamações e até sintomas de depressão – são transmissíveis. Emoções e hábitos contaminam outras pessoas a até “três graus de separação”. Para entender melhor: o fato de o amigo de um amigo seu ser uma pessoa alegre, bem-humorada e satisfeita com a própria vida aumenta em aproximadamente 6% as chances de que você seja uma pessoa feliz. Isso significa que é fundamental escolher com cuidado os grupos dos quais participamos. Mas vai além: de alguma forma, temos também responsabilidade sobre o bem-estar das pessoas com quem moramos, trabalhamos, estudamos. E também sobre a qualidade de vida daqueles que se relacionam com quem convivemos.

Mesmo de longe é possível influenciar (e ser influenciado) pelas formas de ver o mundo, se relacionar com os outros e até com o próprio corpo. Essa interferência torna mais ou menos frequente, por exemplo, a manutenção de hábitos que nos fazem engordar ou emagrecer, fumar e beber. Até as horas de sono de uma pessoa podem estar sujeitas ao comportamento alheio. “Mesmo as pessoas que não conhecemos têm influência sobre nosso humor”, garante o cientista político James Fowler, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, um dos coordenadores do estudo sobre a transmissão de emoções e estados mentais.

O cientista não tem dúvida de que, assim como a saúde, a felicidade e a insatisfação podem ser entendidas como um fenômeno coletivo. Fowler e seu colega Nicholas Christakis, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard de Boston, realizaram estudos para entender esse processo. Para medir o grau de bem-estar, a dupla recorre a um teste validado com quatro itens, a CES-D (Center for Epidemiological Studies Depression Scale, ou Escala de Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos). A ferramenta considera com que frequência, na última semana, a pessoa teve problemas no sono, sentiu-se triste, sem esperanças e outros aspectos relacionados à depressão.

Em um dos experimentos, desenvolvido ao longo de mais de 20 anos, os autores de O poder das conexões (Elsevier, 2009) fizeram a conexão de mais de 53 mil ligações sociais entre cerca de 5 mil pessoas – um número surpreendente para uma pesquisa clínica. Os voluntários mantinham os pesquisadores regularmente informados sobre seu estado emocional e de saúde – além disso, passavam periodicamente por exames médicos e respondiam a questionários psicológicos para avaliação de seu nível de satisfação. As pessoas que faziam parte de sua rede de contatos sociais também eram acompanhadas, o que permitiu que Fowler e Christakis “conectassem os pontos”.

Os dois reuniram informações a respeito de hábitos ligados ao cuidado de si – como tabagismo, sedentarismo e obesidade –, buscando entender como comportamentos são permeados pelas redes de relacionamento num famoso experimento longitudinal que ficou internacionalmente conhecido como Estudo de Framingham (FHS, do inglês Framingham Heart Study). Em 2000, essa pequena cidade em Massachusetts tinha aproximadamente 70 mil habitantes, vários deles brasileiros, acompanhados pelos cientistas por três gerações. O desafio era destacar os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Graças a essa pesquisa, nos últimos anos foram acrescentados muitos conhecimentos ao que se sabia sobre diabetes, hipertensão, alterações no colesterol, sedentarismo e tabagismo. Fowler e Christakis se deram conta de que ter um parente de primeiro grau com alguma dessas doenças é um fator de risco importante para o desenvolvimento do mesmo quadro não necessariamente em razão da genética, mas em grande parte por causa de hábitos em comum.

DE PERTO É MAIS FÁCIL

A distância física entre as pessoas também é um fator importante a ser considerado, segundo os cientistas. Tanto a felicidade quanto a dependência de cigarro e a obesidade se espalham mais quando a proximidade é maior, de acordo com os pesquisadores. Ter um vizinho de porta feliz – com quem nos relacionamos frequentemente – aumenta as chances de satisfação geral com a vida em 34%. Um irmão, amigo ou parceiro afetivo bem-humorado vivendo até 1,6 km de nós incrementa em até 25% a nossa probabilidade de nos sentirmos satisfeitos. Se a distância diminuir, melhor: ter uma pessoa querida de bem com a vida num perímetro de até 800 metros favorece em 42% o índice pessoal de satisfação.

O efeito cai à medida que a rede social se prolonga: a felicidade dos amigos aumenta suas chances imediatas de felicidade em aproximadamente 15%, e a dos amigos dos amigos, em 10%. Tal como acontece com a obesidade e o tabagismo, os cientistas não detectaram nenhum efeito para além dessa proximidade. “Embora possa haver até seis graus de separação entre duas pessoas, detectamos apenas três de influência”, salienta Christakis. Fowler afirma que para além de três ligações ocorre uma espécie de dissonância social, como se interferências influíssem na transmissão do comportamento, quase como uma onda.

No caso da felicidade, sentimentos sombrios podem conter a disseminação. Fowler e Christakis descobriram que cada contato feliz aumenta em 9%, em média, as probabilidades de felicidade de uma pessoa, enquanto um contato infeliz diminui essas chances em 7% – restam, portanto, apenas 2%. Fowler, porém, acredita que a felicidade tem mais possibilidades de se espalhar por ser uma emoção que favorece a coesão social. Faz sentido: enquanto a tristeza está associada ao isola- mento e ao encerramento em si mesmo, a alegria parece “combinar” com a extroversão e a necessidade de extravasar o sentimento. Na opinião do pesquisador, ao longo da evolução a felicidade visível e contagiante pode ter ajudado nossos antepassados a manter a coesão social. Afinal, costuma ser muito mais agradável estar perto de gente satisfeita e bem-humorada que de pessoas infelizes.

O MAPA DAS RELAÇÕES

o diagrama criado por James H. Fowler e Nicholas A. Christakis é possível observar, graficamente, a propagação dinâmica da felicidade em uma grande rede social. Cada ponto representa uma pessoa (os círculos são femininos, os quadrados são masculinos). Linhas entre nós indicam relacionamento (preto para irmãos, vermelho para amigos e cônjuges). A cor do ponto denota felicidade média do ego e todos os diretamente conectados (distância 1) se alteram, com tons azuis indicando os menos felizes e amarelos mostrando a maioria feliz (tons de verde são intermediários). As linhas representam relações familiares ou de amizade. Quanto mais no centro do círculo a pessoa se encontra, mais intensamente está conectada com outras.

OUTROS OLHARES

BEBÊS MADE IN CHINA

Recebida com ceticismo, a notícia de que um biólogo chinês teria criado os primeiros humanos com DNA modificado em laboratório reacende o debate sobre os limites éticos da ciência.

Bebês made in china

“Sinto a forte responsabilidade de não só chegar primeiro, mas também de estabelecer um exemplo. A sociedade decidirá o que fazer a seguir.” Assim o biólogo chinês He Jiankui apresentou ao mundo, em entrevista exclusiva concedida à agência noticiosa americana Associated Press, na segunda-feira 25, a desconcertante história das bebês gêmeas apelidadas de Lula e Nana – não se conhecem ainda os verdadeiros nomes das meninas. Caso seu relato seja verdadeiro, as irmãs seriam os primeiros seres humanos nascidos com o DNA modificado em laboratório. O cientista alega que, para alcançar a suposta proeza, utilizou a técnica conhecida como Crispr-Cas9 para manipular os genes dos embriões nas plaquetas (veja os detalhes no quadro abaixo). O objetivo da manipulação teria sido desativar o gene CCRS, responsável por produzir uma proteína que deixa o organismo vulnerável ao HIV, o vírus da aids. Assim, teoricamente, os bebês, cujo pai é soropositivo, seriam imunes à doença. Jiankui esclareceu que a técnica teve 100% de sucesso em uma das gêmeas e êxito parcial na outra – esta, portanto, ainda poderia contrair o HIV ao longo da vida.

A notícia foi recebida com críticas, muitas críticas, pela comunidade científica internacional – em especial pelas questões éticas que o procedimento do biólogo chinês levanta. A edição de embriões humanos é proibida, por exemplo, nos Estados Unidos e no Brasil. Mesmo na China, onde não é ilegal, o trabalho de He Jiankui foi atacado. Em uma carta aberta que circula on-line, mais de 100 cientistas – a maioria em atividade no país asiático – repudiaram o anunciado feito do colega: “A ética biomédica para essa suposta pesquisa existe apenas no nome. Fazer pesquisas diretamente em humanos só pode ser caracterizado como loucura. A caixa de Pandora foi aberta” observou o grupo. “Talvez ainda tenhamos um resto de esperança para fechá-la antes que seja tarde demais”, completaram os especialistas. Raros foram os pesquisadores que apoiaram o biólogo chinês. Um deles, George Church, geneticista da Universidade Harvard (EUA), declarou: “Creio que seja justificável (o uso da técnica Crispr-Cas9) para combater o HIV, uma imensa e crescente ameaça à saúde pública”.

Outro senão que alarmou os cientistas ao redor do planeta foi o modo como He Jiankui procedeu do ponto de vista acadêmico. O chinês, é verdade, descreveu todo o processo de seu experimento, mas sem tê-lo exposto à avaliação de colegas ou de revistas científicas, como seria de praxe. Em razão disso, por enquanto, tudo o que se tem como certificado do êxito da experiência são suas palavras. De acordo com o biólogo, a manipulação genética foi feita durante a fertilização em laboratório. He Jiankui conta que primeiramente isolou um espermatozoide e depois inseminou um óvulo. Em seguida, editou quimicamente o embrião. No total, teriam sido realizadas seis tentativas de implante de embriões no ventre materno até que a gestação vingasse.

Cientistas que analisaram os ainda parcos documentos apresentados por He Jiankui avaliam que, na hipótese de o biólogo estar dizendo a verdade, são imprevisíveis os efeitos colaterais nos bebês com DNA modificado. A manipulação do gene CCRS pode, por exemplo, deixar as gêmeas muito suscetíveis à morte por uma simples gripe. Para o biomédico Kiran Musunuru, da Universidade da Pensilvânia (EUA), a prática foi “inescrupulosa, uma experiência com seres humanos indefensável em termos éticos”. Segundo sua análise, no caso da bebê que ainda continuou vulnerável ao HIV, “na verdade haveria quase nada a ser ganho e ela estaria sendo exposta a toda sorte de risco à saúde”.

A técnica Crispr-Cas9 foi desenvolvida, em 2012, pela microbióloga francesa Emmanuelle Charpentier e pela bioquímica americana Jennifer Doudna. O método foi testado em humanos adultos pela primeira vez em 2016, quando pesquisadores da Universidade Sichuan, na China, inseriram células modificadas em um paciente com câncer de pulmão com o objetivo de aprimorar a defesa do organismo contra o tumor. Os resultados, inconclusivos, foram então publicados na revista inglesa Nature. Um ano depois, em 2017, cientistas da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (EUA) editaram um embrião humano para evitar uma mu­ tação hereditária que implicaria em problemas cardíacos. Em ambos os casos, entretanto, não houve inseminação. O suposto passo além de He Jiankui teria sido realizar a concepção e promover o nascimento dos bebês. Assim, ao contrário do que ocorre quando a manipulação é realizada em genes de adultos, as características modificadas nas crianças – sejam elas benéficas ou não – poderiam, no futuro, ser transmitidas a seus herdeiros.

A veracidade dos resultados alardeados por He Jiankui foi amplamente questionada. Disse o geneticista catarinense Ciro Martinhago, doutor em genética reprodutiva e dono do laboratório Chromosome: “Há muitos outros exemplos de feitos aparentemente grandiosos que foram falsificados. Vale lembrar que, em 2005, Hwang Woo-suk, professor de veterinária da Universidade de Seul, anunciou que havia produzido os primeiros humanos clonados e extraído deles células­ tronco. Pouco tempo depois, descobriu-se que era tudo mentira”. Diante da avalanche de dúvidas mundo afora, o biólogo chinês revelou, na quarta 28, durante a II Conferência de Edição de Genoma Humano, na Universidade de Hong Kong, que uma segunda gestação com embriões igualmente editados está em curso na China. Ele garantiu ainda ter enviado um artigo com o estudo para a avaliação de uma revista científica, cujo título não informou.

O que dificulta sobremaneira a checagem das informações do biólogo chinês é que os experimentos teriam sido realizados em uma empresa privada – de propriedade do próprio He Jiankui, que desde fevereiro se encontra licenciado, sem remuneração, de suas funções como professor na Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China. Caso os resultados se confirmem, a próxima e inexorável etapa do processo será a promoção de um debate público acerca da pertinência de experimentações semelhantes com seres humanos.

Nesse ponto, a história tende a se repetir. Na área genética, dois casos servem de referência. Em 1978, ano em que nasceu, na Inglaterra, a menina Louise Brown, o primeiro bebê de proveta da história, o prodígio, realizado pelo médico Robert Edwards (1925 – 2013), foi classificado como “abominação moral” por boa parcela da comunidade científica. Havia, na época, receio em relação aos efeitos colaterais para a criança – Louise hoje tem 40 anos. Com o tempo, verificou-se que a técnica trazia muito mais benefícios. Ela se popularizou e Edwards ganhou o Nobel em 2010. No caso da clonagem, apresentada ao planeta em 1996 com a ovelha Dolly, o próprio criador, o escocês lan Wilmut, se mostrou contrário ao uso do método em humanos. Após avaliações técnicas de universidades e de especialistas da ONU, chegou-se ao consenso de que a clonagem de pessoas é antiética e imoral – e, hoje, até a usualmente permissiva China proíbe o procedimento. Em tese, a edição de bebês permitiria o combate a doenças, mas também a escolha de dotes que atenderiam, por exemplo, a interesses de eugenistas. E sabemos no que dá a ideia de uma raça supostamente pura e perfeita.  

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GESTÃO E CARREIRA

EXPERIMENTANDO NOVAS POSSIBILIDADES

O novo mundo traz demandas para novas necessidades de aprendizado e uma delas é saber empoderar o colaborador para uma cultura empreendedora.

Experimentando novas possibilidades

O mundo dos negócios, assim como a sociedade, também passa por um processo de “reinventação para responder bem aos novos desafios impostos, como a transformação digital, o respeito à diversidade, à ética, às novas gerações que chegam ao mercado de trabalho e às questões sempre pertinentes da sustentabilidade. Conforme as organizações se transformam, todas essas mudanças também precisam ser consideradas e priorizadas no papel exercido pela área de recursos humanos.

“Existem alguns elementos que são comuns a qualquer organização quando se fala em inovação. Uma delas é a capacidade de ser eficaz, em experimentar novas possibilidades. Inovação não vem de uma ideia, mas de várias que são testadas simultaneamente, e das quais apenas poucas sobrevivem”, explica Cláudio Garcia, vice-presidente executivo de estratégia e desenvolvimento corporativo da consultoria Lee Hecht Harrison (LHH).

Em multinacionais como a IBM, que sempre procurou a inovação e a reinvenção na era digital, o desafio de qualquer profissional, hoje em dia, é estar aberto à mudança, a novos hábitos, novas experiências. “Precisamos pensar diferente e aprender continuamente a trabalhar de maneira mais ágil e inovadora. E solução talvez esteja no maior empoderamento dos times, e cabe à gestão de recursos humanos fomentar essa cultura de inovação, que vai se expressar claramente nas novas formas de liderança”, exemplifica Luciana Camargo, vice-presidente de RH para a América Latina da IBM.

“Empoderamento dos colaboradores é, sem dúvidas, o melhor caminho para criar uma cultura empreendedora dentro das organizações e para enfrentar com mais equilíbrio as novas mudanças. Ao fazer com que as lideranças criem um ambiente mais favorável ao desenvolvimento de novos talentos, podemos também trabalhar de forma melhor o respeito pelo que as pessoas pensam, conseguimos entender e trabalhar melhor as diferenças de opinião e de pensamentos”, afirma Patrícia Coimbra, gestora de capital humano e sustentabilidade da Sul América.

APRENDER A LIDAR COM O NOVO MUNDO

As mudanças têm acontecido muito rapidamente na sociedade e, com tantas variáveis impactando os negócios ao mesmo tempo, as organizações estão aprendendo a lidar com esse novo mundo tão complexo que ainda está se compondo. Talvez por essa razão, para Garcia, da LHH, as organizações ainda não têm respostas na ponta da língua para lidar com esse novo mundo, “Mas elas precisam agir, já que não estão isentas dos impactos de todas as variáveis. Como não existem respostas prontas, elas precisam descobrir novos caminhos, ser curiosas e capazes de experimentar novas possibilidades. De errar e de desistir rapidamente daquelas sem futuro e escalar rapidamente aquelas bem-sucedidas”, acrescenta o consultor.

Segundo ele, o grande desafio é que, para fazer isso, essas organizações serão pressionadas a repensar seus modelos de gestão para que eles possam acolher a incerteza em vez de tentarem controlá-la. Isso implica grandes mudanças nas formas como estruturas, cultura organizacional, processos e relações internas e com clientes estão estabelecidas hoje.

“Todas as profissões são ou serão impactadas pela tecnologia. Assim, precisamos trabalhar para aumentar o potencial humano a partir dela. Temos de tirar o melhor desses processos e usar a tecnologia a nosso favor. Na IBM, a área de recursos humanos tem como principal objetivo o fomento de uma cultura de inovação, que está ligado a revitalizar o conhecimento das áreas mais estratégicas do nosso negócio; ou seja, é um processo de transformação do negócio a partir de um ponto de vista muito mais amplo-, explica Luciana.

Com tantas mudanças em tão pouco tempo, os gestores de pessoas e suas respectivas áreas têm de redesenhar seus processos para que eles sejam mais orientados aos usuários finais dos seus serviços. Como afirma Garcia, da LHH. Os profissionais da área deveriam ser mais curiosos e, também, deveriam experimentar mais novas possibilidades para serem mais eficientes. Muitos dos processos atuais foram desenhados de forma equivocada, já que, por exemplo, eliminam a diversidade, estimulam relações transacionais, acabam com a confiança e não desenvolvem a maturidade de seus talentos internos”, diz.

“Cada vez mais temos de trabalhar muito junto com quem faz parte do dia a dia do negócio, com quem afeta e é afetado por todas as ações, resoluções e atitudes. Quanto mais perto estivermos desse público, mais a área de recursos humanos vai poder desenvolver as melhores soluções em conjunto. Temos de ouvir e, cada vez mais, construir com um maior equilíbrio as soluções ideais para o nosso negócio e para a sociedade que atendemos”, conta Patrícia, da Sul América. Aliás, a empresa, diz a executiva, adota a ideia de quanto mais perto o RH de outra área, por exemplo, mais juntas vão buscar as melhores soluções.

Com a tecnologia digital trazendo e, ao mesmo tempo, exigindo mais agilidade e diversidade nas organizações, é preciso ter uma definição clara de como quer funcionar e aonde deseja chegar. Por essa razão, os gestores apontam o diálogo constante, o feedback rápido e o empoderamento das equipes como algumas das soluções para que as empresas possam ser protagonistas na criação de um futuro melhor.

“O objetivo de um gestor de RH deve ser promover um ambiente de transparência e de construção para a organização e onde todos possam cooperar.

Precisamos ter soluções e ferramentas de gestão que sejam relevantes para o negócio, mas que também possam ser úteis e simples para as pessoas envolvidas no processo entenderem e darem sua contribuição, porque é muito importante reconhecermos que vamos sempre trabalhar com gente que está em diferentes momentos de atuação e de diálogo”, completa Patrícia.

Para Luciana, da IBM, todos os momentos de crise ou de grandes mudanças devem ser vistos como grandes oportunidades. “Oportunidades para nos reinventarmos, para refletirmos sobre o que e como estamos fazendo. Em especial, o gestor de recursos humanos, em tempos de crise, tem de saber entender o momento dos negócios e como pode ser parceiro nas soluções e nas decisões estratégicas para as companhias e para a própria gestão de pessoas”, diz.

A questão da formação de lideranças em tempo de novas organizações como parte de uma nova sociedade também é um fator que precisa de maior consistência. Essas lideranças precisam ser treinadas com uma clareza muito grande de aonde querem chegar e para onde a organização deseja ir. Elas precisam estar em sintonia com esse olhar para o futuro, terem claro qual é a demanda do mercado naquele momento e entenderem que todos esses fatores precisam se cruzar e se falarem nesse caminho.

Como diz Garcia, da LHH: “Qualquer profissional ou gestor deveria estar sempre se perguntando se os serviços que está suportando estão efetivamente contribuindo para o alcance da meta da empresa. Isso significa questionar inclusive o que criou ou implementou e até se desapegar rapidamente do que não deu certo”.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 3: 13-20

Pensando biblicamente

A Excelência da Sabedoria; A Felicidade Daqueles que Encontram a Sabedoria

Salomão nos tinha aconselhado fervorosamente a buscar diligentemente a sabedoria (Provérbios 2.1, e versículos seguintes), e nos tinha assegurado de que nós seríamos bem-sucedidos nas nossas buscas sinceras e constantes. a questão é: O que conseguiremos, quando a encontrarmos? A perspectiva de vantagem é a origem e o incentivo do esforço; portanto, ele nos mostra o quanto isto será para o nosso benefício, apresentando o seguinte como uma verdade inquestionável: “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria”, aquela verdadeira sabedoria que consiste no conhecimento e no amor a Deus, e na total conformidade com todas as intenções das suas verdades. providências e leis. Observe:

 

I – O que é achar a sabedoria, de modo a ser bem-aventurado por isto.

1. Nós devemos obtê-la. É bem-aventurado o homem que, depois de tê-la encontrado, a torna sua, é beneficiado por ela e toma posse dela; bem-aventurado o homem que obtém entendimento (este é o significado da palavra), isto é,

(1) Que obtém de Deus a sabedoria. Pelo fato de não tê-la, o homem a obtém através do uso do “balde” da oração, obtendo-a da fonte de toda sabedoria, que a dá liberalmente.

(2) Que se esforça por ela, como alguém que extrai minério de uma mina. Se ela não vem facilmente, devemos empregar mais esforço, para extraí-la.

(3) Que melhora é alcançada através dela. Aqueles que possuem algum entendimento a obtém. Estes crescem em conhecimento. e se tornam capazes de transformar cinco talentos em dez.

(4) Que faz o bem com ela, que extrai do estoque que tem, como vinho de um recipiente, e transmite a outros, para sua instrução, coisas novas e velhas. É bem obtido, e com bons propósitos, o que é usa­ do com bons propósitos.

2. Nós devemos negociar através dela. Aqui lemos sobre a mercadoria da sabedoria, o que indica:

(1) Que devemos fazer dela o nosso negócio, e não um negócio secundário, como o comerciante dedica a maior parte dos seus pensamentos e do seu tempo à sua mercadoria.

(2) Que devemos arriscar tudo por ela. como em um mercado de ações, e devemos estar dispostos a nos separar de tudo por amor a ela. Esta é aquela pérola de grande valor que, quando a encontramos, devemos, de boa vontade, vender tudo para poder comprá-la (Mateus 13.45,46). Compra a verdade (Provérbios 23.23); ele não diz qual é o preço, porque devemos comprá-la a qualquer preço, em lugar de perdê-la.

3. Nós devemos nos apoderar dela, como nos apoderamos de uma boa barganha quando nos é oferecida, o que fazemos com cuidado ainda maior, se houver perigo de que ela seja tirada de nossas mãos. Nós devemos apreendê-la com todas as nossas forças, e empreender o nosso máximo vigor na sua busca, aproveitar todas as ocasiões para melhorar nela, e aprender até mesmo a menor das suas instruções.

4. Nós devemos retê-la. Não é suficiente apoderar­ se da sabedoria, mas devemos conservá-la, com firmeza, com a determinação de nunca deixá-la escapar; mas perseverar nos caminhos da sabedoria até o fim. Nós devemos apoiá-la (assim interpretam alguns), devemos abraçá-la com todas as nossas forças, como fazemos com o que devemos sustentar. Nós devemos fazer tudo o que pudermos para apoiar os interesses decaídos da religião no lugar onde vivemos.

 

II – Qual é a felicidade daqueles que a encontram.

1. É uma felicidade transcendente, mais do que pode ser encontrado na riqueza deste mundo, ainda que tenhamos muito dela (vv. 14,15). A sabedoria, Cristo, e a graça, e as bênçãos espirituais, são uma mercadoria não somente mais garantida, mas mais proveitosa, do que a prata, e o ouro, e os rubis. Suponha que um homem tenha estas coisas em abundância, ou melhor, que tenha todas as coisas que pode desejar deste mundo (e quem é que já teve?), ainda assim:

(1) tudo isto não pode comprar a sabedoria celestial; não, isto seria totalmente desprezado; não se dará por ela ouro fino (Jó 28.15, e versículos seguintes).

(2) Tudo isto não compensaria a falta de sabedoria celestial, nem poderia comprar o resgate de uma alma que se perdeu pela sua própria tolice.

(3) Tudo isto não traria ao homem a metade da felicidade, não neste mundo, que tem aqueles que tem a verdadeira sabedoria, ainda que não tenham nenhuma destas coisas.

(4) A sabedoria celestial conseguirá para nós, e nos garantirá, aquilo que a prata, e o ouro e os rubis não poderão comprar.

2. É uma felicidade verdadeira; pois ela inclui, e é equivalente a todas aquelas coisas que supostamente tornam os homens felizes (vv. 16,17). A sabedoria é aqui representada como uma rainha brilhante e generosa, que distribui dádivas aos seus súditos fiéis e amorosos, e os oferece a todos os que se submeterem ao seu governo.

(1) O aumento de dias é urna bênção? Sim, e muito valiosa; a vida inclui todo o bem, e por isto ela oferece esta bênção em sua mão direita. A religião nos proporciona os melhores métodos para prolongar a vida, nos dá o direito às promessas dela, e, ainda que os nossos dias na terra não sejam em maior número do que os de outras pessoas, ela nos conquistará a vida eterna, em um mundo melhor.

(2) As riquezas e a honra são consideradas bênçãos? Sim, e a sabedoria as distribui com sua mão esquerda. Pois, da mesma maneira como ela está disposta a abraçar com as duas mãos aos que se submetem a ela, também está disposta a distribuir-lhes dádivas com as duas mãos. Eles terão a riqueza deste mundo enquanto a Sabedoria Infinita julgar adequado para eles; ao passo que as verdadeiras riquezas, pelas quais os homens são ricos para com Deus, lhes estão asseguradas. Não há nenhuma honra, por nascimento ou por preferência, comparável à que acompanha a religião; ela torna o justo mais excelente do que o seu próximo, recomenda os homens a Deus, ordena o respeito e a veneração com toda a sobriedade da humanidade, e, no outro mundo, fará com que aqueles que agora estão sepultados em obscuridade, brilhem como o sol.

(3) O prazer (as “delícias”, v. 17) é desejado como qualquer outra coisa? Sim, e é verdade que a verdadeira piedade tem em si o maior prazer verdadeiro. “Os seus caminhos são caminhos de delícias”; os caminhos em que ela nos orientou a andar são caminhos em que encontraremos abundância de prazer e satisfação. Todos os prazeres dos sentidos não são comparáveis ao prazer que as almas benevolentes têm na comunhão com Deus, e ao fazer o bem. Quando desejamos ir a algum lugar, nós devemos andar naquele que é o único caminho correto para nos conduzir ao final da nossa jornada, seja ele agradável ou desagradável, formoso ou feio; mas o caminho da religião, como é o caminho correto, também é um caminho agradável; ele é suave e limpo, e cheios de rosas; todas as suas veredas são paz. Não há somente paz no final, mas paz no caminho; não somente no caminho da religião, de modo geral, mas nas veredas particulares daquele caminho, em todas as suas veredas, em todos os seus vários atos, aspectos e deveres. Aqui, um não amarga o que o outro adoça, como acontece com as misturas deste mundo, mas todos são paz, sim, uma paz que não é somente doce, mas segura. Os santos entram em paz neste lado do céu, e desfrutam um dia eterno de repouso e adoração ao precioso e bendito Senhor.

1. É a felicidade do paraíso (v. 18): “É árvore da vida”. A verdadeira graça é, para a alma, aquilo que a árvore da vida teria sido – a árvore da qual os nossos primeiros pais foram excluídos, por terem comido da árvore proibida. É uma semente de imortalidade, um poço de águas vivas, que jorra para a vida eterna. É um prenúncio da Nova Jerusalém, em cujo centro está a árvore da vida (Apocalipse 22.2; 2.7). Os que se alimentam e se banqueteiam desta sabedoria celestial não somente serão curados por ela de toda enfermidade fatal, como encontrarão um antídoto para a velhice e a morte; comerão e viverão para sempre.

2. É uma participação na felicidade do próprio Deus, pois a sabedoria é a sua glória e bem-aventurança eternas (vv. 19,20). O fato de que o Senhor, com sabedoria, fundou a terra, de modo que ela não pode ser removida, nem pode deixar de atender a todos os objetivos da sua criação, aos quais ela é admiravelmente e extraordinariamente adequada nos deve fazer amar a sabedoria e o entendimento que Deus nos dá. “Ele preparou os céus com inteligência”, e dirigiu todos os seus movimentos da melhor maneira. Os corpos celestiais são vastos, mas não há defeito neles – são numerosos, mas não há desordem neles – o seu movimento é rápido, mas não há desgaste; as profundezas do mar se romperam, e dali vêm as águas, abaixo do firmamento; as nuvens destilam o orvalho, as águas de cima do firmamento, e tudo isto, pela divina sabedoria e conhecimento; portanto, feliz é o homem que encontra sabedoria, pois com isto estará totalmente capacitado para toda boa palavra e obra. Cristo é esta Sabedoria, pela qual os mundos foram criados e ainda existem; felizes, portanto, são aqueles para os quais Ele é feito sabedoria, por Deus, pois Ele tem os recursos para cumprir todas as promessas anteriores de vida longa, riquezas e honra, pois todas as riquezas do céu, da terra e dos mares pertencem a Ele.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

ESPERAR É UM APRENDIZADO

Os modelos familiares são de grande e decisiva importância em todo desenvolvimento infantil e tal influência é ainda mais notável durante os dez primeiros anos de vida.

esperar é um aprendizado

Ainda existem, infelizmente, pessoas que pensam que crianças não percebem as coisas que acontecem a sua volta, não ouvem os comentários dos adultos nem aprendem a partir dos modelos de comportamentos de seus pais. Todo ser humano, pleno em suas capacidades, nasce apto a iniciar uma forma de comunicação com o ambiente, mostrando por meio do choro seu desconforto, suas necessidades primordiais, e aprende que há como suprir uma falta a partir dessa comunicação, e assim vai estruturando seu comportamento.

A partir do nascimento. o bebê observa o meio que o cerca e começa estabelecendo contato através principalmente da mãe. Inicia essa relação quando percebe que obtém a satisfação de suas necessidades ao ser atendido prontamente a partir do choro: com ele vêm a atenção, o colo, o carinho, a higiene, o alimento e o conforto.

Aprende após sentir suas necessidades ou desejos serem satisfeitos, a como resolver novamente, no futuro, seus problemas. Se for atendido sempre muito rapidamente, vai perceber que é assim que as coisas acontecem com ele e não conseguirá esperar numa próxima ocasião. Se por vezes a mãe demorar um pouquinho mais do que em outras situações anteriores, aprenderá que pode esperar. Se raramente for atendido, ficará confuso, se sentirá abandonado e poderá até adoecer.

Se um pequeno lapso de tempo transcorre entre o reclamar e ser acolhida, a criança vai percebendo o que é esperar, sente a necessidade, mas, por vivencias anteriores, confia que será atendida, embora tenha que aguardar um tempo. Isso não é fácil, é um aprendizado primordial e muitas vezes, por não querer que o filho chore, seus pais não o ensinam desde cedo, e de modo natural, a esperar.

Se ao longo do crescimento a criança é sempre atendida muito prontamente e sem que haja urgência, se não há um tempo mínimo de espera para seus desejos serem realizados, ou se o são antes mesmo que ela os perceba, acaba por não desenvolver a tolerância e, pior, a não sentir falta de nada; portanto, sempre satisfeita, não consegue distinguir seus desejos, necessidades e não aprende como deveria. Torna-se assim eternamente insatisfeita e esse comportamento se dissemina em todas as áreas de sua vida.

Vivemos em uma sociedade muito diversa daquela da geração dos pais e avós dos pré-escolares de hoje: a profusão de possibilidades, de ofertas de produtos, coisas à vezes extremamente sedutoras aos olhos infantis que chegam por todas as vias: além da televisão, por meio da internet, da propaganda de rua, do shopping, dos amiguinhos que usam, que possuem. Realmente há um mar de apelos!

Aí entra o adulto que hoje se sente duplamente constrangido frente a esses pedidos. De um lado, sabe que deve educar, dar limites, mas de outro está fragilizado perante uma posição múltipla de dúvidas: ou porque crê que fica pouco tempo com seu filho e acha que satisfazer suas vontades pode fazê-lo menos frustrado ou porque crê que seu filho ao possuir muitas coisas se eleva a uma condição social melhor do que a sua e assim tem mais chances de ascender a futuras posições de sucesso. Tais adultos agem como se marca de tênis, de camiseta, os brinquedos mais atuais ofertados em profusão agissem como um cordão de ligação entre a realidade familiar e um mundo muito mais promissor e feliz…

Pesquisas recentes realizadas pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas mostraram que cerca de 64% das mães não resiste a satisfazer a vontade dos filhos, fazendo compras desnecessárias, e corre o risco de comprometer o orçamento doméstico. Além disso, 46% não impõem regras para presenteá-los.

Serão essas crianças mais felizes ou esses lares mais harmoniosos? Não é o que vemos acontecer. Até pelo contrário, ao receber um presente após o outro a criança não aprende a usufruir do prazer de explorar algo desejado nem aproveitar tudo o que o brinquedo pode lhe dar. Insatisfeita, logo passa a querer outro, mais outro e, passada a alegria do desembrulhar do pacote, o descontentamento, a frustração, a falta de motivação para conquistar coisas por si mesma voltam.

E há consequências de toda ordem: esse modo de agir acaba contaminando toda a escolaridade, em que, não havendo tanto prazer, a criança se desmotiva e deixa de aprender como sua capacidade cognitiva permitiria.

Disso se tira mais uma conclusão importante para a atualidade: não se cria dessa forma um consumidor consciente. E aí o modelo familiar influi muito, assim como a maneira como a criança foi criada desde o berço. Impulsividade nas compras, compulsividade mostram ser falhas educativas muito sérias ao longo da vida.

O ato de comprar requer aprendizado que passa pela maneira como a criança é presenteada. Por mais que os pais queiram ou possam dispor de recursos para adquirir lindos e numerosos presentes, preciso repensar o que as compras frequentes, algumas absolutamente dispensáveis, ensinam aos pequenos.

Provavelmente é assim que muitas crianças se tornam compradores compulsivos, eternamente insatisfeitos, adolescentes sem limites, sem noção de preço e principalmente de valores.

esperar é um aprendizado. 2

MARIA IRENE MALUF – é especialista em Psicopedagogia, Educação Especial e Neuroaprendizagem.   Foi presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp (gestão 2005/2007). É editora da revista Psicopedagogia da ABPq e autora de artigos em publicações nacionais e internacionais. Coordena curso de especialização em Neuroaprendizagem.

 irenemaluf@uol.com.br

OUTROS OLHARES

LICENÇA PARA TELEFONAR

Sabe-se que o telefone foi inventado para uma pessoa falar com outra, mas hoje o aparelho é usado para tudo, menos falar – e, com a mudança, nasceu toda uma nova etiqueta.

Licença para telefonar

O telefone chama uma, duas, três vezes, e nada. Ele é solenemente ignorado. O toque soa invasivo e obsoleto (ainda que a era dos smartphones tenha substituído o velho trim-trim por uma miríade de sons com estilo e graça). O fato é que o mundo girou, e o ato de conversar ao telefone foi se tornando um daqueles hábitos em desuso diante da praticidade das mensagens de texto. De uns tempos para cá, toda uma etiqueta se ergueu em torno dessa forma instantânea de comunicação. E não foi apenas nos limites das gerações Y e Z, nascidas a partir da década de 80 – embora elas liderem a turma que, literalmente, não liga. Na nova cartilha, antes de qualquer coisa, faça uma perguntinha básica por WhatsApp: “Pode falar?”. Ao sinal positivo, aí sim, vá em frente.

Lembre-se que conversa, conversa mesmo, não se aplica a muitos casos. Em geral, só quando o assunto é demasiado delicado ou o elo entre as duas partes é sólido o suficiente. O empresário Emerson Martins, de 46 anos, nem se lembra da última vez em que estabeleceu contato por celular fazendo uso da voz. “Só atendo se vejo que é uma das minhas filhas ou um sócio com um assunto urgente”, diz ele. “Nos grupos de WhatsApp, respondo tudo a meu tempo”, afirma o empresário (neste caso, excepcionalmente, por telefone). Nas pesquisas, a possibilidade de gerenciar o ritmo e o tom das respostas aparece como uma das principais vantagens das mensagens de texto.

Em um levantamento conduzido por uma operadora de telefonia britânica, 63% dos entrevistados afirmam que se recusam a atender ligações de números desconhecidos. O mesmo grupo, quando indagado sobre que funções do celular lhe são mais úteis, coloca “ligar” em 11º lugar, atrás dos previsíveis enviar mensagens e e-mails, navegar no Facebook, tirar fotos e até consultar a previsão do tempo. O acelerado avanço tecnológico, que traz múltiplos aplicativos e distrações, faz do celular um objeto cada vez mais distante de seu propósito original – fenômeno percebido em alto grau entre brasileiros. Em 2013, 80% diziam usar o aparelho prioritariamente para “chamadas”, segundo a consultoria Deloitte. Em 2016, já eram elas, as mensagens, as mais citadas por 79%. “Há uma demanda crescente por conteúdo, sobretudo nas faixas mais jovens, que migraram da voz para os aplicativos”, diz Bernardo Winik, diretor da Oi.

Não só a economia de tempo e a possibilidade de peneirar os contatos atraem tanta gente para o universo dos aplicativos. Eles permitem que as mensagens sejam pensadas e repensadas – e até apagadas depois de mandadas, um benefício para os arrependidos ou atrapalhados. “Com a mensagem, dá mais tempo de elaborar e refletir sobre a conversa”, explica a estudante de serviço social Luiza Ribeiro, de 17 anos, que vive no Rio de Janeiro e abre uma exceção para falar com os pais, que estão no Acre. Mesmo assim, são ligações ao jeito moderno: via chamada de vídeo e de não mais que dez minutos (uma eternidade, aliás). Como outras pessoas de sua geração, ela ainda tem viva na memória a fase em que, quem diria, ficava pendurada no telefone. A reviravolta foi de cinco anos para cá.

A mudança de costumes se amolda não apenas à era do frenesi da digitação e à ideia da instantaneidade, como também favorece quem nunca foi afeito ao telefone. ”A comunicação por meio eletrônico dá a sensação de maior controle aos mais tímidos e contidos”, observa a psicóloga Ceres Araújo. Mas nem tudo são flores neste mundo zap-zap. O psicólogo Cristiano Nabuco alerta para o risco da impessoalidade”: Na conversa tradicional, devem-se modular os sentimentos, a voz e evitar bocejos; já na virtual dá para construir as respostas e exibir uma imagem mais satisfatória. O contato fica mais superficial”.

Ligar virou um ato cercado de cerimônia. Quando uma ligação no impulso é retribuída com absoluto silêncio do outro lado, melhor não insistir. No vácuo de um alô, há quem troque a mensagem de texto pela de voz, o que, de novo, periga ser incômodo.

Vai saber em que condições o interlocutor se encontra para ouvir o recado? O terreno das mensagens de texto também tem seus macetes, para evitar, com o perdão da velha expressão, linha cruzada. “É preciso ter cuidado com as palavras, para não haver mal­ entendidos”, diz o psicólogo Nabuco.

O invento de Alexander Graham Bell (1847-1922) já foi um cobiçado objeto de desejo. No Brasil, até a década de 80, os poucos afortunados que conseguiam uma linha fixa amargavam mais de dois anos na fila. Era item tão valioso que passava como herança de pai para filho. Com a privatização e a chegada dos celulares, nos anos 90, o furor pelo telefone fixo despencou. As linhas foram caindo, caindo e, só no ano passado, 2 milhões desapareceram de lares brasileiros. O celular apagou da memória o tempo em que se esperava meia hora por um sinal de discagem e até um dia para completar um interurbano. Hoje é tudo instantâneo. E silencioso. Psiu.

Licença para telefonar.2

GESTÃO E CARREIRA

VALORIZAR QUEM É DA CASA

Filosofia aplicada aos negócios: empresa promove workshops entre colaboradores e cria rede compartilhada de conhecimento.

Valorizar quem é da casa

Quando o assunto é gestão de pessoas, a cada dia surgem novas ideias e práticas inovadoras que visam a ampliação da mentalidade dos colaboradores, contribuindo para o desenvolvimento pessoal das equipes e organizacional das empresas. Cursos, palestras, debates, ações de incentivo à cultura e informação se tornaram ferramentas estratégicas para as organizações que acreditam que o sucesso é uma consequência do desenvolvimento das habilidades e potenciais de seus colaboradores.

Dados da consultoria Gartner indicam que, até 2021, 40% dos times de TI serão mais versáteis, desempenhando múltiplos papéis, inclusive em negócios, em vez de ter foco apenas em tecnologia. Empresas brasileiras já investem em líderes corporativos para formarem times de elite.

Fomentadora de uma cultura própria de trabalho, a FCamara, empresa de soluções tecnológicas para empresas de tecnologia e e-commerce, é um dos exemplos nacionais que acreditam que o seu maior patrimônio é o capital intelectual e que todos podem se tomar empreendedores de suas carreiras.

De forma contínua, a empresa promove entre seus consultores, workshops que visam criar uma rede de conhecimento compartilhada, na qual os próprios colaboradores podem palestrar sobre os assuntos nos quais demonstrem domínio. Com temas que variam entre conhecimentos técnicos da área e aspectos filosóficos aplicados no mundo dos negócios, os eventos promovem a troca de ideias e informações que são usadas no dia a dia do trabalho.

A ideia surgiu a partir de pequenos encontros promovidos dentro da empresa nos quais alguns colaboradores se juntavam para trocar informações. “Os encontros começaram a ser tão atrativos que despertaram o interesse de cada vez mais participantes e, a cada nova reunião, mais consultores foram participando, aumentando a rede. Durante o caminho, fomos percebendo que, além de conhecimento técnico, eles demonstravam habilidades para transmitir aos demais suas ideias e experiências e assim fomos moldando os workshops que hoje são parte muito importante do nosso culture code (veja mais em Novo código para os “sangues laranjas”), afirma Fábio Camara, CEO da FCamara. “Hoje, temos em média de 5 a 10 workshops por mês e a estimativa é que mais de 200 consultores já tenham participado desses eventos”, diz.

PROGRAMAÇÃO, FILOSOFIA E LIDERANÇA

Além do compartilhamento de informações da área e tendências de mercado, debates filosóficos também fazem parte da grade dos eventos. Nomes como Maquiavel, Kant e Genghis Khan têm suas ideias adaptadas ao mundo dos negócios, promovendo, além da expansão de ideias, o incentivo a liderança e o alcance de metas de forma estratégica. “Nos workshops técnicos, abordamos novas tecnologias, metodologias e cases de sucesso, nos quais os consultores conseguem ter um aprendizado rápido e já fazer a aplicação em projetos reais. Já nos de liderança e filosofia, debatemos aspectos que são essenciais para a formação de um profissional, como autonomia, vocação, competências interdisciplinares e o uso da criatividade para solucionar problemas. A filosofia entra com o objetivo de orientar os consultores em relação à carreira, aos desafios profissionais e à aplicação dos conhecimentos trazidos por esses pensadores na busca dos caminhos para a inovação digital, afirma Gustavo Pisani, consultor da FCamara que já aplicou workshops para os seus colegas.

NOVO CÓDIGO PARA OS COLABORADORES

Uma pesquisa realizada pela Advance Consulting sobre as maiores dificuldades na área de tecnologia indica que 74% das empresas do segmento tem menos de 50 colaboradores e possuem como maior desafio a eficiência de seus profissionais e de seus processos. Para vencer essa dificuldade, muitas delas recorrem a metodologias e processos bem definidos, métricas e indicadores de desempenho que, a cada dia, ganham mais relevância e marcam esse momento novo no mercado de trabalho.

Fomentadora de uma cultura própria, a FCamara desenvolveu seu próprio culture code. Nele, cada “sangue laranja”, nome dado aos seus colaboradores, entra em contato com as diretrizes e objetivos da empresa, como o autogerenciamento e autorresponsabilização, focando a formação e o incentivo ao desenvolvimento de novas ideias que podem vir a se tornar soluções e novos negócios. “Acreditamos que o sucesso está relacionado diretamente com a forma de pensar e agir na vida e nos negócios. Para desenvolver soluções inovadoras precisamos ‘pensar fora da caixa’ e ter um pensamento inovador. Assim, desenvolvemos nosso culture code que transmite nossos valores e propostas para uma carreira mais autônoma e focada em resultados”, afirma Fábio Camara. CEO da empresa. Con fira os pontos do código:

MODELO HORIZONTAL: não há hierarquia tradicional. Todos trabalham de modo colaborativo e se comunicam no mesmo nível. Não há uniformes, distinção de gênero, dress code ou protocolos formais;

SEM MESA DE CHEFE: o CEO da empresa não tem mesa fixa – ele trabalha de forma livre em mesas ou bancadas da empresa, tendo assim acesso e convivência com todas as áreas e setores da companhia;

WHATSAPP PÚBLICO: os números do celular do CEO e dos gestores são públicos e todos os c:olaboradores da empresa a eles têm acesso;

PROGRAMA DE FORMAÇÃO: a empresa promove ao longo do ano algumas edições de seu programa de recrutamento de novos talentos como objetivo de capacitá-los e formá-los tecnicamente;

WORKSHOPS: a F. câmara promove debates e palestras técnicas, de liderança e de Filosofia, aplicados aos negócios para integrar e formar seus consultores;

SEM UNIFORMES: nenhum colaborador usa uniforme ou identificação relativa à sua ocupação. Todos são vistos e tratados de maneira igualitária, sem distinções.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 3: 7-12

Pensando biblicamente

Consagração a Deus

Temos diante de nós três exortações, cada uma delas feita por um bom motivo:

I – Nós devemos viver em humilde e dócil submissão a Deus e ao seu governo (v. 7): “Teme ao Senhor” como teu Senhor e Mestre soberano; deixa-te governar, em tudo, pela religião, e submete-te à vontade divina. Isto deve ser:

1. Uma humilde submissão: “Não sejas sábio a teus próprios olhos”. Observe que não há um maior inimigo à força da religião, e ao temor de Deus no coração, do que o convencimento da nossa própria sabedoria. Aqueles que têm uma opinião elevada sobre a sua própria suficiência julgam que os diminui, e que é um demérito para eles, tomar as suas decisões com base nas regras de religião, e muito mais permitir que elas os limitem.

2. Uma submissão dócil: “Teme ao Senhor e aparta-te do mal”; toma cuidado para não fazer alguma coisa que o ofenda, perdendo, assim os seus cuidados. Temer ao Senhor, e também apartar-se do mal, é verdadeiramente sabedoria e entendimento (Jó 28.28); os que os têm são verdadeiramente sábios, mas são também desprendidos e não são sábios aos seus próprios olhos. Pois o nosso encorajamento para viver no temor a Deus é aqui prometido (v. 8), de modo que seja tão útil para o homem visível como o nosso alimento necessário. Será nutritivo; será remédio para o teu umbigo. Será fortalecedor; será medula para os teus ossos. A prudência, a temperança e a sobriedade, a calma e a compostura mental, e o bom controle dos apetites e paixões, que a religião ensina, se destinam não somente à saúde da alma, mas a um bom hábito do corpo, o que é muito desejável, e sem o qual os nossos outros prazeres neste mundo são insípidos. A inveja é a podridão dos ossos; a tristeza do mundo os seca; mas a esperança e a alegria em Deus são medula para eles.

 

II – Nós devemos fazer um bom uso de nossos bens, e este é o caminho para aumentá-los (vv. 9,10). Aqui temos:

1. Um preceito que estabelece que é o nosso de­ ver servir a Deus com os nossos bens: “Honra ao Senhor com a tua fazenda”. O objetivo da nossa criação e redenção é honrar a Deus, ser um nome e um louvor para Ele; não somos capazes de servi-lo, sem o honrarmos. A sua honra devemos exibir, e a honra que temos por Ele. Nós devemos honrá-lo, não somente com nossos corpos e espíritos, que são seus, mas também com nossos bens, pois também são seus: nós, e tudo o que nos pertence, deve ser dedicado à sua glória. A riqueza terrena é uma riqueza inferior, mas ainda assim, devemos honrar a Deus com ela, e então, e somente então, ela se tornará substancial. Devemos honrar a Deus:

(1) Temos um preceito que estabelece que é o nosso dever servir a Deus com as nossas riquezas ou ganhos. Quando as riquezas aumentam, somos tentados a honrar a nós mesmos (Deuteronômio 8.17), e a dedicar os nossos corações ao mundo (Salmos 42.10); mas quanto mais Deus nos der, mais deveremos nos empenhar para honrá-lo. Isto é uma referência à produção da terra, pois vivemos da produção anual, para nos manter em constante dependência de Deus.

(2) Com toda a nossa produção, com o aumento dos nossos ganhos. À medida que Deus nos fizer prosperar em tudo, deveremos honrá-lo. A nossa lei permite a prescrição de um modus decimandi – uma forma de pagamento do dízimo, mas não a prescrição de um de non decimando – a isenção do pagamento do dízimo.

(3) Com as primícias de tudo, como Abel (Genesis 4.4). Isto está na lei (Êxodo 23.19), e também nos profetas (Malaquias 3.10). Deus, que é o primeiro e o melhor, deve receber o primeiro e o melhor de todas as coisas; os seus direitos têm prioridade aos de todos os outros, e por isto Ele deve ser servido em primeiro lugar. Observe que é nosso dever tornar os nossos bens terrenos úteis para a nossa religião, usá-los e as vantagens que temos, por meio deles, para a promoção da religião, fazer o bem aos pobres com o que temos, e ser abundantes em todas as obras de piedade e caridade, desenvolvendo coisas liberais.

2. Uma promessa, que faz com que seja do nosso interesse servir a Deus com os nossos bens. Este é o caminho para produzir mais, e muito mais; é o método mais assegurado e seguro de prosperar: “E se encherão os teus celeiros abundantemente”. Ele não diz, a tua bolsa, mas os teus celeiros; não o teu guarda-roupa transbordará, mas os teus lagares. Deus te abençoará com uma produção do que é útil, não para exibição ou ornamento para gastar e distribuir, e não para acumular e guardar. Os que fazem o bem com o que têm terão mais com que fazer o bem. Observe que se tornarmos nossos bens terrenos úteis para a nossa religião, perceberemos que a nossa religião é muito útil para a prosperidade dos nossos assuntos terrenos. A santidade tem a promessa da vida que existe agora, e toda a consolação dela. Nós nos enganamos, se pensamos que a caridade nos destruirá e nos tornará pobres. A caridade, pela honra de Deus, nos tornará ricos (Ageu 2.19). Aquilo que doamos, é aquilo que temos.

 

III – Nós devemos nos comportar de maneira adequada, em nossas aflições (vv. 11,12). O apóstolo cita isto (Hebreus 12.5) chamando-o de exortação que nos fala como a filhos, com a autoridade e a afeição de um pai. Aqui, estamos em um mundo de dificuldades. Observe:

1. Qual deve ser o nosso interesse, quando estamos em aflição. Não devemos nem desprezá-la, nem nos cansarmos dela. A sua exortação, portanto, era para os que são ricos e prósperos; aqui é para os que são pobres e estão em meio às adversidades.

(1) Não devemos desprezar uma aflição, seja ela leve ou curta, como se não fosse digna de ser observada, ou como se não fosse enviada com uma missão e por isto não necessitasse de uma res­ posta. Não devemos ser como pedaços de madeira, ou como pedras, e estoicos, em nossas aflições, insensíveis a elas, endurecendo-nos para elas, e concluindo que podemos facilmente vencê-las sem Deus.

(2) Não devemos nos cansar de uma aflição, ainda que seja pesada e longa; não devemos desmaiar debaixo dela, (é assim que o apóstolo traduz). não devemos nos desencorajar, privando a nossa alma, nem ser levados ao desespero, nem usar qualquer meio indireto para o nosso alívio e solução das nossas angústias. Não devemos pensar que a aflição é mais árdua ou mais prolongada do que é adequado, nem concluir que a libertação jamais virá, somente pelo fato dela não chegar com a rapidez que desejamos.

2. Qual deve ser a nossa consolação, em meio a uma aflição.

(1 ) O fato de que ela é uma correção divina; é o castigo do Senhor, que, da mesma maneira como é uma razão pela qual devemos nos submeter a ele (pois é loucura contender com um Deus de incontestável soberania e poder irresistível), também é uma razão pela qual devem os ficar satisfeitos com ele; pois podemos ter certeza de que um Deus de pureza imaculada não nos prejudica, e que um Deus de bondade infinita não nos deseja o mal. É de Deus, e por isto não deve ser desprezada; pois o desprezo ao mensageiro é uma afronta Àquele que o envia. É de Deus, e por isto não devemos nos cansar dela, pois Ele conhece a nossa estrutura, e sabe de que necessitamos e também o que podemos suportar.

(2) O fato de que é uma correção de pai; ela não vem da sua justiça vingativa, como um Juiz, mas da sua sábia afeição, como um Pai. O pai corrige o filho ao qual ama, ou melhor, e porque o ama, e deseja que seja sábio e bom. Ele se alegra pelo fato de que o seu filho é amável e agradável, e por isto o corrige, para a prevenção e cura do que seria uma deformidade para ele, e uma corrupção ao seu prazer no seu filho. Assim, Deus disse: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo” (Apocalipse 3.19). Estes são grandes consolos para os filhos de Deus, em meio às suas aflições,

[1] O fato de que elas não somente são consistentes com o amor do concerto, como resultam dele.

 [2] O fato de que elas estão tão longe de provocar-lhes algum dano real, que, pela graça de Deus que opera nelas, fazem um grande bem, e são meios felizes para a sua satisfação.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

EXPERIÊNCIA EMOCIONAL TRAUMÁTICA

Entre os comportamentos sexuais inadequados, o abuso sexual é, indiscutivelmente, uma circunstância que pode acarretar consequências indeléveis.

Experiência emocional traumática

Pela natureza violenta que está implicitada nesses atos, as pesquisas que procuram esclarecer as diversas facetas a ele relacionadas são complexas de serem conduzidas e inconclusivas. A maioria dos estudos é realizada com a população carcerária ou a pedido do poder Judiciário. É uma tarefa quase impossível realizar estudos com criminosos sexuais antes do delito.

Diversos são os questionamentos sobre as causas dessa condição, por exemplo: será que existem padrões de comportamento relacionados a tais práticas? Se existem, como reconhecê-los?

A maior parte dos criminosos sexuais apresenta um diagnóstico psiquiátrico associado a tais práticas, sendo o transtorno da personalidade o que se observa com maior frequência, entre esses o da personalidade antissocial é o mais verificado. Outras condições como dependência de drogas, transtornos do humor e outros distúrbios sexuais, como o transtorno pedofílico, podem estar coligadas (vale lembrar que um indivíduo que abusa sexualmente de crianças não é necessariamente um pedófilo).

No estupro – além de ser um ato violento e humilhante -, a sua expressão comportamental se completa por meio de práticas sexuais, as mais diversas. Geralmente, o estupro está correlacionado a sensações de poder e ódio; nem sempre a conduta sexual é o foco principal. As pesquisas realizadas nesse campo colocam em dúvida o que é primário: a sensação de poder/ódio versus os impulsos sexuais.

O termo coerção sexual também é empregado para designar quando uma pessoa domina a outra pela força física e/ou a compele a participar de alguma pratica sexual.

Determinadas situações que aumentam o estresse, como confinamento em prisões, babás que abusam de crianças por estarem às suas ordens, podem ser um fator precipitante para tal ato. Comumente, após a mudança de ambiente, a ocorrência não persiste: nesse aspecto diríamos que são abusadores sexuais circunstanciais. Por outro lado, há aqueles que são preferenciais, ou seja, indivíduos que ainda que possam obter gratificação sexual dentro do que é considerado legal, assim não o fazem.

O abuso sexual é uma manifestação global por mais que se tente saber sua incidência ela permanece desconhecida: justamente por ser uma das condições de maior subnotificação em todo o mundo, uma pequena parcela aparece nas estatísticas oficiais. Entre as razões para a subnotificação estão aquelas impregnadas por preconceito, como se a vítima também fosse culpada pela sua ocorrência, o perpetrador é inocente – não foi bem um estupro. Há ainda quem o considere como uma circunstância banal, bem como há quem pense que as vítimas são somente do gênero feminino, entretanto os dados dos casos que são notificados demonstram que 80% delas são do gênero feminino e 20% do masculino.

Os estudos atuais indicam que 20% dos abusos são cometidos em situações fora do ambiente familiar, entretanto, a imensa maioria ocorre em contextos familiares. Assim sendo, a maior parte é de casos de incesto, sendo o pai em primeiro lugar, seguido pelo padrasto, irmãos, avós, tios, cunhados e primos.

Como conhecido, as vítimas preferenciais dos abusadores sexuais são crianças e/ou adolescentes, portanto considera-se abuso sexual toda obtenção de gratificação sexual cometida por um indivíduo em fases posteriores do desenvolvimento por meio de violência física, coerção, sedução ou indução do seu consentimento. Compreende, ainda, condições que estão vinculadas à exploração sexual para obtenção de lucro, como a prostituição e pornografia infantil.

A repercussão do abuso dependerá de uma série de fatores, vítimas que sofreram a violência poderão apresentar lesões corporais, entretanto a repercussão emocional nem sempre estará vinculada pelo que pode ser considerado mais ou menos agressivo. Além do constrangimento desse cenário, outro aspecto que precisa ser investigado são as doenças sexualmente transmissíveis.

Repercussões no psiquismo nem sempre ocorrerão imediatamente após o ato violento. As vítimas de abuso sexual tenderão a apresentar algum transtorno psiquiátrico ao longo de suas vidas, e os mais relatados são: depressão, transtornos alimentares, estresse pós­ traumático, transtornos de ansiedade, disfunções sexuais, abuso de álcool e/ ou outras drogas; além de marcas no psiquismo como vulnerabilidade e revitimização (fenômeno decorrente do sofrimento continuado ou repetido da vítima de um ato violento, após o encerramento deste): portanto, faz-se imprescindível que esse tema seja mais bem compreendido e debatido pelos diversos segmentos da sociedade.

Experiência emocional traumática.2

GIANCARLO SPIZZIRRI – é psiquiatra doutorando pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina das USP, médico do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do IPq e professor do curso de especialização em Sexualidade Humana da USP.

OUTROS OLHARES

O SIGNIFICADO UNIVERSAL DAS CONSOANTES

Os idiomas variam muito de uma cultura para outra, mas raízes comuns podem ser encontradas na maioria deles. A ciência tem pistas intrigantes sobre a razão de associarmos certas letras com formas redondas ou pontiagudas.

O significado univrsal das consoantes

Você sabe o que quer dizer bouba, takete, malumi e kiki? Se não tem ideia, não faz mal, pois de fato as palavras não têm nenhum significado. Apesar disso, por décadas os vocábulos têm sido estudados por linguistas fascinados pela maneira como esses termos podem transmitir significado   em muitos idiomas. Pesquisas da década de 1920 já demonstravam que crianças e adultos, independentemente do idioma que falavam, combinavam as palavras bouba e malumi com formas arredondadas e kiki e takete com formatos pontiagudos. O porquê permanece um enigma. Consoantes e vogais não têm nenhuma relação inerente com o significado na maioria das expressões. A letra “o” em “octógono”, por exemplo, não está ligada de maneira “natural” a formas de oito lados, nem azul ao tom, à cor que associamos à palavra, por exemplo. Então, o que    haveria de tão especial em bouba e takete?

Hoje os cientistas apresentam uma resposta parcial a essa pergunta: consoantes parecem carregar significado além das palavras que ajudam a formar. Em um estudo recente com 71 falantes de   francês publicado na Language and Speech, pesquisadores europeus liderados pela psicolinguista  Mathilde Fort, da École Normale Supérieure, em Paris, mostraram que os participantes  associavam consistentemente palavras com b, m e I com formas redondas e termos contendo k e t com formatos pontiagudos, independentemente das vogais com as quais eram combinadas. Os resultados sugerem que bouba e kiki podem ser semelhantes às palavras onomatopaicas em inglês “crash” (colisão) e “crunch” (mastigação), em que as consoantes fornecem um sentido simbólico de som do barulho do impacto, independentemente das vogais. A diferença seria que b, m e I têm esses significados em vários idiomas, não apenas em inglês, como k e t.

Um pequeno experimento de acompanhamento, no entanto, mostrou que o efeito não é limitado a algumas consoantes. Participantes de uma amostra de 23 pessoas também combinaram palavras com d, n, s, p, sh e zh com formas arredondadas e termos com f v e z com formatos pontiagudos. Assim como antes, os indivíduos pareciam ignorar as vogais. O resultado, que o simbolismo sonoro não pode explicar, sugere que temos reações fundamentais a certos sons, que persistem apesar da ampla diversidade de paisagens melódicas de línguas do mundo todo. É provável que as consoantes de cada grupo tenham algo em comum que desencadeia essas associações no cérebro, mas os cientistas ainda não descobriram de que se trata essa propriedade – a acústica simples não pode explicar. De qualquer forma, a descoberta mostra que as consoantes em geral desempenham papel excepcional no idioma.

De fato, algumas línguas, como árabe e hebraico, priorizam as consoantes sobre vogais, muitas   vezes omitindo estas últimas nos textos. A raiz do termo “escrever” em árabe é /ktb/. Se preenchermos essas letras com vogais diferentes, teremos uma variedade de palavras relacionadas, como kataba (ele escreveu), yaktubna (eles escrevem) e kitab (livro). A presença desses idiomas no mundo – e a ausência de qualquer um que priorize vogais – ajuda a reforçar a ideia de que as consoantes são fundamentais. As vogais continuam necessárias porque tornam possível dizer as palavras em voz alta. Mas são as consoantes que fazem o trabalho duro de transmitir significado.

GESTÃO E CARREIRA

EQUILÍBRIO DE GÊNERO TRAZ MELHORES RESULTADOS

Equilíbrio de gênero traz melhores resultados

As equipes gerenciadas por uma combinação equilibrada de homens e mulheres são mais bem-sucedidas em uma série de medidas. É o que revela um estudo da Sodexo, que teve duração de cinco anos e coletou e analisou dados demais de 50 mil gestores de 70 entidades em todo o mundo.

De acordo com o levantamento, as margens operacionais, a satisfação do cliente e a retenção de funcionários, entre outros indicadores de desempenho-chave, foram maiores entre as equipes com igualdade de gênero, o que significa uma proporção entre 40% a 60% de mulheres para homens.

“Esses resultados adicionam uma nova e convincente dimensão a um crescente corpo de pesquisa que demonstra os benefícios empresariais da equidade de gênero. A natureza distintiva do estudo, como exame de indicadores de desempenho financeiros e não financeiros em tantos níveis de gerenciamento e o pipeline para a liderança, é uma parte significativa da imagem geral sobre a importância do gênero na força de trabalho para resultados aprimorados”, diz a vice-presidente sênior de responsabilidade corporativa e diretora de diversidade global da Sodexo, Rohini Anand

PRINCIPAIS RESULTADOS DO ESTUDO

  • As margens operacionais aumentaram significativamente entre equipes mais balanceadas em termos de gênero, do que em outras equipes
  • As entidades com equilíbrio de gênero tiveram uma taxa média de retenção de colaboradores que foi oito pontos percentuais maior do que em outras entidades.
  • As entidades com equilíbrio de gênero tiveram uma taxa média de retenção de doentes que foi nove pontos percentuais maior do que em outras entidades.
  • As entidades com equilíbrio de gênero tiveram uma taxa de engajamento de funcionários que foi 14 pontos percentuais maior do que em outras entidades.
  • As entidades com equilíbrio de gênero viram o número de acidentes diminuir 12 pontos percentuais mais do que outras entidades

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 3: 1-6

Pensando biblicamente

A comunhão conferida pela sabedoria

 

Aqui, somos ensinados a viver uma vida de comunhão com Deus; e sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade, e de grande consequência para nós, e, como aqui é demonstrado, será de indescritível vantagem.

I – Nós devemos ter uma consideração contínua pelos preceitos de Deus (w. 1,2).

1. Nós devemos:

(1) Fixar a lei de Deus, e os seus mandamentos, como nossa lei, pela qual seremos governados em todas as coisas, e à qual obedeceremos.

(2) Nós devemos nos familiarizar com ela; pois não poderemos dizer que esquecemos aquilo que jamais conhecemos.

(3) Nós devemos nos lembrar dela, para que ela possa estar disponível para nós sempre que tivermos oportunidade de usá-la.

(4) As nossas vontades e afetos devem estar sujeitos a ela, e, em tudo, estar em conformidade com ela. Não somente as nossas mentes, mas os nossos corações também devem guardar os mandamentos de Deus; neles, como na arca do testemunho, as duas tábuas da lei deverão estar depositadas.

2. Para nos encorajar a nos submetermos a todas as restrições e imposições da lei divina, nós somos assegurados (v. 2) de que este é o caminho para se ter uma vida longa e para a prosperidade.

(1) É o caminho para se ter uma vida longa.  Os mandamentos de Deus aumentarão os nossos dias: a uma vida boa e útil na terra, será acrescentada uma vida eterna no céu, a longura de dias para sempre e eternamente (Salmos 21.4).  Deus será a nossa vida e a duração dos nossos dias; e isto será, realmente, uma vida longa, um acréscimo infinito. Mas, como a extensão de dias pode se tornar, possivelmente, um peso e um problema, é feita a promessa,

(2) de que será fácil, também, de modo que nem mesmo os dias da velhice serão maus, mas dias em que terás prazer: “te acrescentarão anos de vida e paz”. A medida que aumenta a graça, aumenta a paz; e para o aumento do governo e da paz de Cristo, no coração, bem como no mundo, não haverá fim. Aqueles que amarem a lei terão uma paz excelente e crescente.

 

II – Nós devemos ter uma contínua consideração pelas promessas de Deus, que acompanham os seus preceitos, e que devem ser recebidas, e retidas, com eles(v. 3): “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade”, a benignidade de Deus na promessa, e a sua fidelidade no cumprimento. Que elas não te desamparem, mas que você viva à altura delas, e preserve o teu interesse nelas; não as esqueças, mas viva nelas, e receba a consolação delas; ata-as ao teu pescoço, como o mais gracioso ornamento. A maior honra de que somos capazes neste mundo é gozar da benignidade e da fidelidade de Deus. “Escreve-as na tábua do teu coração”, como preciosas para ti, a tua porção e teu mais delicioso prazer; alegra-te em aplicá-las e meditar sobre elas. Ou isto pode se referir à benignidade e fidelidade que são o nosso dever, a piedade e a sinceridade, a caridade para com os homens, a fidelidade para com Deus. Que estes sejam princípios fixos e obrigatórios para ti. Para nos encorajar nisto, nós somos assegurados (v. 4) de que esta é a maneira de nos recomendar, tanto para o nosso Criador como para as criaturas, nossas companheiras: “Acharás graça e bom entendimento”. 

1. Um homem bom busca a graça de Deus, em primeiro lugar, ambiciona a honra de ser aceito pelo Senhor, e fazendo isto achará esta graça, e com bom entendimento; Deus o usará nas suas mãos, ao máximo, e aplicará uma interpretação favorável ao que ele diz e faz. Ele será reconhecido como um dos filhos da Sabedoria, e será elogiado na presença de Deus, como alguém que tem um bom entendimento – algo que é atribuído a todos os que obedecem aos seus mandamentos.

2. Ele deseja alcançar a graça também entre os homens (como Cristo, Lucas 2.52), ser aceito pela multidão dos seus irmãos (Et 10.3) – e conseguirá isto; eles o entenderão corretamente, e nas suas atitudes para com eles, ele parecerá ser prudente, agirá com inteligência e critério. Ele terá sucesso (assim alguns traduzem), que é o resultado comum do bom entendimento.

 

III – Nós devemos ter uma contínua consideração pela providência de Deus, devemos reconhecê­la e confiar nela, em tudo aquilo que fazemos, tanto pela fé como pela oração.

1. Pela fé. Nós devemos depositar toda a confiança na sabedoria, no poder e na bondade de Deus, assegurando-nos da extensão da sua providência para com todas as criaturas e todos os seus atos. Por­ tanto, nós devemos confiar no Senhor, com todo o nosso coração (v. 5): nós devemos crer que Ele é capaz de fazer o que quiser, sábio para fazer o que é melhor, e bom, de acordo com a sua promessa, para fazer o que é melhor para nós, se nós o amarmos e servirmos. Nós devemos, com total submissão e satisfação, depender dele para realizar todas as coisas para nós, e não depender do nosso próprio entendimento, como se pudéssemos, por alguma previsão nossa, sem Deus, resolver nossos problemas e levá-los a um bom resultado. Os que conhecem a si mesmos não podem deixar de julgar que o seu próprio entendimento é uma cana quebrada; se eles se apoiarem nela, certamente lhes falhará. Em toda a nossa conduta, não devemos ter confiança no nosso próprio juízo, mas confiar na sabedoria, no poder, e na bondade de Deus, e por isto devemos seguir a Providência sem jamais forçá-la. Frequentemente constatamos que a melhor obra é aquela de que menos participamos.

2. Pela oração (v. 6): “Reconhece-o em todos os teus caminhos”. Em nosso juízo, não somente devemos crer que existe uma mão dominante de Deus, que ordena e dispõe de nós e dos nossos interesses, mas devemos solenemente reconhecer isto, e nos dirigir a Ele da maneira apropriada. Nós devemos pedir sua permissão, e não desejar nada exceto o que temos certeza de que é lícito. Nós devemos pedir seus conselhos e implorar para receber a sua orientação, não somente quando a situação for difícil (quando não soubermos o que fazer, não é graças a nós mesmos que erguemos nossos olhos para Ele), mas em todas as situações, ainda que sejam muito simples. Nós devemos pedir a Ele o sucesso, como aqueles que sabem que a corrida não é para os rápidos. Nós devemos nos referir a Ele como alguém de quem vem o nosso juízo, e paciente­ mente, e com santa indiferença, esperar a sua recompensa. Em todos os nossos caminhos, que forem direitos e agradáveis, em que obtivermos o que desejarmos para a nossa satisfação, devemos reconhecer a Deus com gratidão. Em todos os nossos caminhos, que forem contrários e desconfortáveis, e que forem ladeados por espinhos, deveremos reconhecer a Deus com submissão. Os nossos olhos devem se dirigir a Deus; a Ele devemos, em tudo, dar a conhecer nossos pedidos, como Jefté falou todas as suas palavras perante o Senhor, em Mispa (Juízes 11.11). Para que sejamos encorajados a fazer isto, é feita a promessa: “Ele endireitará as tuas veredas”, para que o teu caminho seja seguro e bom, e o resultado seja feliz, no final. Observe que aqueles que se colocam sob a orientação divina, sempre terão o benefício dela. Deus lhes dará aquela sabedoria que é benéfica, de modo que não se desviarão pelos atalhos do pecado, e então Ele mesmo ordenará sabiamente os eventos que serão para a vontade deles, ou (o que é equivalente) para o bem deles. Os que seguem fielmente a coluna de nuvem e fogo perceberão que, embora possa fazê-los perambular, ela os conduz pelo caminho correto e os levará a Canaã, no final.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

PRECISAMOS FALAR SOBRE RACISMO

Em clima que alterna tensão e humor, novo filme de Spike Lee se passa na década de 70, mas parece extremamente atual; é difícil chegar ao fim indiferente à história.

Precisamos falar sobre racismo

Necessário. E um tanto desconfortável. Talvez estes sejam os melhores adjetivos para definir infiltrado na Klan. O que não falta no filme dirigido por Spike Lee é assunto para reflexão e discussão. Exibido na mostra de competição em Cannes de 2018, o diretor conta a história (verdadeira) do primeiro policial negro a conseguir se infiltrar na Ku Klux Klan, Ron Stallworth. Como não seria aceito pelos participantes da organização racista, o jovem faz os contatos telefônicos, enquanto seu parceiro, Flip Zimmerman, de origem judaica, participa das reuniões. Há humor e também tensão no ar, já que possibilidade de explosão do ódio (afinal, trata-se de um filme de Spike Lee) atravessa todo o longa.

Aproveitando que a trama se passa na década de 70, o diretor faz uma homenagem ao movimento Blacksploitation, que marca a presença de atores e diretores negros no universo cinematográfico. Embora caracterizados com figurinos dos anos 70, alguns momentos determinados personagens lembram figuras bastante frequentes no cenário político brasileiro dos últimos tempos. De fato, os temas abordados não poderiam ser mais atuais: preconceito, hipocrisia e ignorância. E para que não restem dúvidas sobre sua atualidade, ao final são mostradas imagens de arquivo do embate ocorrido em 2017 em Charlottesville, nos Estados Unidos. Na ocasião, integrantes de grupos de extrema direita marcharam contra negros, judeus e imigrantes. Numa sequência provocante, o diretor deixa claro como falas e atitudes do presidente norte-americano Donald Trump autorizaram a expressão escancarada do preconceito nas ruas. Incapaz de conter a situação, afirmou: “Nem todas as pessoas (que participam) do protesto são más”. (Seriam bondosas?) Em meio ao discurso de Trump, cenas reais mostram pessoas atropeladas e um corpo estendido na rua em consequência das violentas passeatas.

Em certos momentos pode até parecer estranho que “Infiltrado na Klan” seja realmente feito com base numa história verídica. No entanto, esse é justamente um dos trunfos do filme: o absurdo da verdade, num momento em que a intolerância e o radicalismo se opõem à legitimação do direito à diversidade e à existência – algo óbvio, pelo menos para quem estudou história ou psicanálise, ou simplesmente leva em conta a possibilidade de respeitar o direito do outro de existir. Alguns espectadores talvez saiam um tanto incomodados do cinema. Outros, quem sabe, “não entendam” a razão de tanto estardalhaço, ou simplesmente considerem o filme “exagerado”. Se for esse o caso, vale avaliar o que de fato incomodou.

O TRAUMA DA SEGREGAÇÃO

Racismo faz mal à saúde mental. Com base na teoria de Sigmund Freud, os seus efeitos nas humilhações cotidianas são traumáticos e não apenas para quem os sofre diretamente, mas para todos que estão direta ou indiretamente expostos ao clima de segregação. Para a vítima, a violência do preconceito – velado ou explícito, mas igualmente doloroso – pode provocar crises de autoestima e identidade, aparecimento de sintomas de ansiedade, depressão e somatizações.

“A ideologia do racismo propõe a desumanização de um, em contrapartida do privilégio do outro; incide na constituição do negro como sujeito, em seu corpo e em sua imagem, sistematicamente desvalorizada”, afirma a psicóloga e psicanalista Maria Lúcia da Silva, uma das organizadoras do livro O racismo e o negro no Brasil – Questões para a psicanálise (Perspectiva, 2017), junto com as também psicólogas Noemi Moritz Kon e Cristiane Curi  Abud. Silva, que é diretora-presidente do Instituto AMMA Psique e Negritude e coordenadora geral da Articulação Nacional de Psicólogas Negras, salienta que “o racismo constitui um sujeito que nem sempre consegue se apropriar de suas percepções e de acreditar nelas, o que estimula a produção de marcas e lacunas que afetam toda a sociedade”.

Precisamos falar sobre racismo. 2

 

OUTROS OLHARES

A PRÓXIMA FRONTEIRA

A sonda lnSight aterrissa em Marte com a missão de coletar informações capazes de explicar como o nosso próprio planeta foi formado e como evitar que ele se torne inóspito.

A próxima fronteira

Antes mesmo de pisar na Lua, o homem já ambicionava chegar à superfície de Marte. Próximo da Terra, o planeta vermelho exerce grande fascínio e oferece a possibilidade de expandir a nossa presença no espaço além da órbita terrestre. Até agora essa barreira não foi superada. Mas o lançamento da sonda InSight, que aterrissou no astro na segunda-feira 26, dá início a um novo capítulo nas pesquisas sobre Marte e ajudará a definir a estratégia da Nasa para futuras missões tripuladas.

O principal papel da InSight, dentro de uma longa linhagem de naves e sondas enviadas a Marte, será explorar o subsolo do planeta. Ela coletará dados sobre os tremores que acontecem e tentará definir quão grossa é a superfície de Marte. Outras perguntas, como o tamanho de seu núcleo interno e quanto calor é gerado pelos elementos radioativos presentes em seu interior, também podem ser respondidas. A missão durará pelo menos dois anos e começará nos próximos meses, assim que os cientistas tiverem certeza que a sonda não sofreu nenhum dano na longa viagem. Eles precisam garantir que os sismógrafos e outros equipamentos que a InSight carrega estão funcionando perfeitamente. Afinal, só a Nasa investiu US$ 814 milhões no projeto, com outros US$ 180 milhões da França e da Alemanha, responsáveis pela construção de alguns instrumentos.

Além de satisfazer a curiosidade dos pesquisadores sobre um planeta sobre o qual ainda se sabe muito pouco, as informações coletadas em Marte podem ser bastante úteis para que se compreenda como a própria Terra foi formada e o que pode acontecer com ela no futuro. Os dois astros guardam diversas similaridades e, em tempos em que se discute o efeito das mudanças climáticas, o conhecimento sobre Marte pode evitar que o nosso planeta se torne tão inóspito quanto nosso vizinho.

Se durante a Guerra Fria os Estados Unidos e a União Soviética disputavam para ver quem acumulava mais conquistas espaciais como maneira de consolidar o poder em um mundo dividido entre capitalismo e comunismo, a nova corrida espacial é muito mais complexa. Além das potências geopolíticas, que incluem novos jogadores, como China e Japão, existem empresas privadas controladas por ambiciosos bilionários que não veem a hora de colonizar outros planetas. E Marte é a próxima fronteira.

Viagens tripuladas ao planeta vermelho ainda estão longe de se tornarem realidade. A Nasa acredita que o envio de seres humanos para lá só vai acontecer na década de 2030. Jeff Bezos, CEO da Amazon e responsável pela agência espacial Blue Origin, e Elon Musk, dono da SpaceX, são mais otimistas. Musk afirmou que os foguetes que pretende enviar a Marte já estão sendo construídos, e espera realizar os primeiros testes no ano que vem.

Viajar para fora da Terra é caro, mas empreendedores como Bezos e Musk dispõem de capital quase ilimitado para financiar suas ambições. Enquanto o orçamento para a Nasa, aprovado pelo governo Donald Trump, chegou a US$ 20,7 bilhões, startups ligadas à exploração espacial já arrecadaram US$ 2,8 bilhões. O potencial de retorno financeiro ainda é limitado, pois a base de consumidores de eventuais viagens interplanetárias é bem restrita. Mas Bezos e Musk estão de olho na continuação da raça humana. “Se acontecer uma terceira guerra mundial”, disse Musk no festival South By Southwest, “temos que garantir que haverá o suficiente para trazer a civilização de volta”.

A próxima fronteira.2

GESTÃO E CARREIRA

TRABALHO DE UM LADO, VIDA PESSOAL DO OUTRO

Para lidar com cobranças e evitar conflitos, profissionais com alta remuneração “negam” identidade profissional.

Trabalho de um lado, vida pessoal do outro

Para a maioria das pessoas, a identidade está inextricavelmente ligada ao trabalho. Em geral, nos esforçamos para buscar um significado em nossas atividades profissionais e, muitas vezes, tomamos as críticas de nosso desempenho de forma bastante pessoal. No entanto, isso não é assim para executivos de altos escalões de bancos de investimento, pelo menos segundo os resultados de um estudo publicados no periódico Organization Studies. Eles dissociam seu sentido do eu (self) tão radicalmente de seu trabalho que pesquisadores cunharam um novo termo para o fenômeno: teflonic identity maneuvering que, em tradução livre, quer dizer algo como “estratégia de identidade teflônica”, numa referência ao teflon, material usado para revestimento porque não se altera em contato com outro.

A inspiração para a nomenclatura veio de uma série de entrevistas em profundidade conduzidas ao longo de quase dois anos com seis executivos de instituições financeiras que trabalhavam com altos investimentos em Londres. Durante os encontros, todos eles descreveram situações em que contornaram ou evitaram regularmente desenvolver e manter a identificação afetiva com o trabalho. Em uma das entrevistas, por exemplo, um dos profissionais fez o seguinte comentário sobre seu chefe explosivo: “Agora já estou meio acostumado, as explosões passam ao largo e já não me afetam. Eu simplesmente encaro isso como meu trabalho e não levo nada para o lado pessoal”.

“Esse tipo de estratégia mental pode ser uma resposta ao ambiente estressante e explorador que predomina no setor bancário”, sugere a professora de inovação e organização na Universidade Queen Mary, em Londres, Maxine Robertson, que trabalhou no estudo. A minimização do eu poderia funcionar como um mecanismo de defesa. Os participantes da pesquisa justificaram esse desapego psicológico considerando a excelente remuneração que tinham em seus cargos.

O psicólogo clínico Alden Cass, que não esteve envolvido no estudo, alerta para o ônus psicológico de longo prazo presente no uso desse tipo de recurso psíquico de proteção. “Quando pessoas colocam o dinheiro acima da própria saúde e isso se estende no tempo, há risco de exaustão mental, aparecimento de doenças físicas, problemas de abuso de substâncias e dificuldades de relacionamento”, observa. Em razão de seus poucos participantes, o estudo pode não se aplicar a outros tipos de profissionais com alta remuneração, mas ele é notável, dada a escassez de pesquisas sobre a falta de identidade. Agora, os autores se perguntam se estratégias de identidade teflônica ocorrem também em outros ambientes de elevado nível de estresse, como no mundo acadêmico.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 2: 10-22

Pensando biblicamente

Os benefícios concedidos pela sabedoria

 

Estes versículos pretendem mostrar:

1. O grande benefício que a verdadeira sabedoria será para nós; ela nos protegerá dos caminhos do pecado, que leva à destruição, e com isto nos fará uma bondade maior do que se nos enriquecesse com toda a riqueza do mundo.

2. O bom uso que devemos fazer da sabedoria que Deus nos dá; nós devemos usá-la para nossa própria orientação nos caminhos da virtude, e para nossa proteção contra tentações de todos os tipos.

3. Por quais regras podemos verificar se temos esta sabedoria ou não. Esta árvore será conhecida pelos seus frutos; se formos verdadeiramente sábios, isto ficará evidente, pelo nosso cuidado em evitar as más companhias e os maus procedimentos.

Esta sabedoria será de grande utilidade para nós:

I – Para a nossa preservação do mal, do mal do pecado, e, consequentemente, do mal das dificuldades que o acompanham.

1. De modo geral (vv. 10,11), quando a sabedoria te possuir inteiramente, ela te protegerá. E quando ela nos possui inteiramente?

(1) Quando ela tem domínio sobre nós. Quando ela não apenas enche a nossa mente com noções, mas entra no nosso coração e tem um poder controlador e influência sobre ele – quando ela se instala no trono e legisla sobre os sentimentos e paixões – quando ela entra no coração como o fermento na massa, para difundir ali o seu sabor e modificá-lo à sua própria imagem – então certamente ela nos fará bem.

(2) Quando nós temos prazer nela, quando o conhecimento se torna agradável para a alma: Quando começamos a apreciá-la como o prazer mais agradável, e quando nos sujeitamos às suas regras, por nossa própria vontade e com satisfação – quando consideramos a prática da virtude não como escravidão e tarefa, mas como liberdade e prazer, e quando consideramos uma vida de séria santidade como a vida mais confortável que um homem pode viver neste mundo – então encontraremos o benefício dela. Embora as suas limitações possam, em alguns aspectos, ser desagradáveis ao corpo, até mesmo elas devem ser agradáveis para a alma. Quando isto acontecer conosco, o discernimento nos preservará e nos guardará. Deus conserva o caminho dos seus santos (v. 8), dando-lhes discernimento para que se mantenham fora do caminho do mal, para que se protejam, de modo que o ímpio não os toque. Observe que um princípio da graça reinando no coração será uma poderosa proteção contra as corrupções de dentro e as tentações de fora (Eclesiastes 9.16,18).

2. Mais particularmente, a sabedoria nos preservará:

(1) Dos homens de princípios corruptos, de homens profanos e ateus, que se dedicam a perverter o juízo dos jovens, e instilar em suas mentes preconceitos contra a religião e argumentos favoráveis à maldade; Ela te livrará do mau caminho e do homem que diz coisas perversas (v. 12), e uma abençoada libertação será, das próprias garras da morte, do caminho em que o homem que diz coisas perversas anda, e em que ele te irá persuadir a andar. O inimigo é descrito como um homem mau (v. 12), mas mais adiante como muitos (v. 13); há um bando deles, que estão aliados contra a religião, e que se dão as mãos para apoiar o reino do diabo e os seus interesses.

[1] Eles têm um espírito de contradição ao que é bom: eles dizem coisas perversas, eles dizem tudo o que podem contra a religião, para mostrar a sua própria inimizade por ela, e também para dissuadir os outros de tê-la. Eles são defensores de Satanás; eles defendem Baal e pervertem os caminhos retos do Senhor. Com que teimosia os intelectos profanos defendem o pecado, e com que perversidade criticam a Palavra de Deus! A sabedoria nos impedirá de conviver com esses homens ou, pelo menos, de sermos dominados por eles.

[2] Eles são apóstatas do que é bom, e estes são, em geral, os mais perversos e perigosos inimigos que a religião tem, testemunha Juliano, o apóstata (v. 13): eles deixam as veredas da retidão, em que foram treinados e de onde tinham partido, livram-se das influências da sua educação e rompem a linha de seus esperançosos princípios, para andar pelos caminhos das trevas, naqueles caminhos ímpios que odeiam a luz, em que os homens são conduzidos vendados pela ignorância e pelo erro, e que conduzem os homens à total escuridão. Os caminhos do pecado são caminhos de trevas, desconfortáveis e perigosos; como são loucos os que deixam as veredas planas, agradáveis e iluminadas da retidão, para andar nesses caminhos! (Salmos 82.5; 1 João 2.11).

[3] Eles têm prazer no pecado, tanto cometendo-o, eles mesmos, como vendo outros cometendo-o (v. 14): eles se alegram com a oportunidade de fazer o mal, e na realização e sucesso de qualquer projeto de iniquidade. Para os loucos, fazer o mal é diversão; nenhuma visão é mais agradável para eles do que ver a perversidade dos maus, ver os que são esperançosos levados aos caminhos do pecado, e vê-los endurecidos e confirmados nesses caminhos. Eles se alegram se puderem perceber que o reino do diabo ganha terreno (veja Romanos 1.32), tal a impiedade a que chegaram.

[4] Eles são determinados no pecado (v. 15); As suas veredas são tortuosas, com muitas voltas e curvas, para escapar à busca de suas convicções e quebrar a força delas. Os seus corações enganosos sempre lhes fornecem alguma desculpa astuciosa, uma ou outra evasiva sutil para o fortalecimento de suas mãos na sua iniquidade; e na confusão tortuosa daquele labirinto eles se protegem da prisão da Palavra de Deus e das suas próprias consciências; pois são rebeldes nos seus caminhos, isto é, estão decididos a continuar neles, não importando o que seja dito contra eles. Todo homem sábio deve evitar a companhia destas pessoas.

(2) Das mulheres de costumes corruptos. Os homens de princípios corruptos levam à iniquidade espiritual, aos desejos da mente insatisfeita; as mulheres de costumes corruptos levam a desejos carnais, que corrompem o corpo, esse templo vivo, mas também combatem a alma. A adúltera é chamada de mulher estranha, porque nenhum homem que tenha alguma sabedoria ou bondade terá qualquer relacionamento com ela; ela deve ser evitada por cada israelita, como se fosse uma pagã, e uma estrangeira àquela comunidade sagrada. Uma mulher estranha realmente! Totalmente alienada de todos os princípios da razão, virtude e honra. É uma grande misericórdia ser livrado das seduções da adúltera, considerando:

[1] O quanto ela é falsa. Quem desejará ter qualquer relacionamento com aqueles que praticam a traição? Ela é uma mulher estranha; pois:

Em primeiro lugar, ela é falsa com aquele a quem seduz. Ela fala bonito, e lhe diz o quando o admira, acima de qualquer homem, e a benignidade que tem por ele; mas ela lisonjeia com suas palavras; ela não tem afeto verdadeiro por ele, nem qualquer desejo pelo seu bem-estar, não mais do que Dalila se preocupava com Sansão. Tudo o que ela deseja é roubá-lo e gratificar um desejo infame.

Em segundo lugar, ela é falsa com seu marido, e infringe a sagrada obrigação que tem para com ele. Ele era o guia da sua mocidade; ela o escolheu para isto, quando se casou com ele, e quando se submeteu à sua orientação, com a promessa de dar ouvidos somente a ele, e abandonar todos os outros. Mas ela o abandonou, e por isto não é possível crer que seja fiel a qualquer outra pessoa; e quem quer que a acolha participa com ela, de sua falsidade.

Em terceiro lugar, ela é falsa com o próprio Deus; Ela se esquece do concerto do seu Deus, o concerto de casamento (v. 17), do qual Deus não apenas testemunha, mas participa, pois, tendo Ele instituído a ordenança, os dois lados juram a Ele que serão fiéis, um ao outro. Não é somente contra o seu esposo que ela peca, mas contra o seu Deus, que irá julgar as prostitutas e adúlteras, por­ que elas desprezam o juramento e rompem o concerto (Ezequiel 17.18; Malaquias 2.14).

[2] Como isto provará ser fatal aos que se aliarem a ela (vv. 18,19). Que os sofrimentos dos outros sejam advertências para nós. Cuidado com o pecado da prostituição; pois, em primeiro lugar, a destruição dos que são culpados de prostituição é certa e inevitável, se eles não se arrependerem. É um pecado que tem uma tendência direta à condenação da alma, extingue todos os bons sentimentos e disposições da alma, e a expõe à ira e à maldição de Deus e à espada da sua justiça. Os que vivem em prazeres proibidos estão mortos, enquanto vivem. Que o discernimento preserve todos os homens, não somente da mulher perversa, mas também da casa perversa, pois tal casa se inclina para a morte; ela está no caminho que conduz diretamente à morte eterna; e as suas veredas, para os refains, para os gigantes (assim interpretam alguns), os pecadores do mundo antigo, que, vivendo em luxúria e excesso de agitação, foram destruídos antes do tempo, e a sua fundação foi destruída com um dilúvio. O nosso Senhor Jesus nos desvia dos prazeres pecaminosos com a consideração dos tormentos eternos que os seguem. “Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga”. Veja Mateus 5.28,29. Em segundo lugar, o seu arrependimento e recuperação são extremamente arriscados: Ninguém, ou praticamente ninguém, que foi até ela, retornou. É muito raro que alguém que seja preso nesta armadilha do mal se recupere, diante do quão endurecido está o coração e quão cega está a mente pelos enganos deste pecado. Tendo perdido seu controle sobre os caminhos da vida, eles não sabem como recuperar esse controle. mas estão perfeitamente embrutecidos e enfeitiçados por estes desejos vis. Muitos intérpretes instruídos pensam que esta advertência contra a mulher estranha, além do sentido literal, deve ser interpretada de modo figurado, como uma advertência,

1. Contra a idolatria, que é prostituição espiritual. A sabedoria irá afastar você da familiaridade com os adoradores de imagens e de toda tendência de se unir a eles, o que, durante muitos anos, foi de perniciosa consequência para Israel e também o foi para Salomão.

2. Contra a perversão dos poderes e faculdades intelectuais da alma, em benefício dos desejos e apetites do corpo. A sabedoria te impedirá de ser cativado pela mente carnal, e de sujeitar o espírito ao domínio da carne, aquela notória adúltera que abandona o seu guia, infringe o concerto do nosso Deus, que se inclina para a morte e que, depois de obter um domínio perene, torna o caso da alma desesperador.

 

II – Esta sabedoria será útil para nos guiar e orientar no que é bom (v. 20): “Para que andes pelo caminho dos bons”. Devemos evitar o caminho do mal, e a mulher estranha, para que possamos andar nos caminhos dos bons; nós devemos deixar de fazer o mal, para que possamos aprender a fazer o bem. Observe que:

1. Há um caminho que é peculiarmente o caminho dos bons, o caminho em que os bons, na medida em que realmente tiverem sido bons, sempre andaram.

2. Será sensato que andemos nesse caminho, perguntar pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andar nele (Jeremias 6.16: Hebreus 6.12; 12.1). E não somente devemos andar nele por algum tempo, como devemos guardá-lo, permanecer nele, e nunca nos desviar dele. As veredas dos justos são os caminhos da vida, que todos os que são sábios, tendo encontrado, guardarão. Que possas imitar estas pessoas excelentes, os patriarcas e profetas (esta é a paráfrase do Bispo Patrick) e ser preservado nos caminhos destes justos que os seguiram. Devemos não somente escolher o nosso caminho, de modo geral, pelos bons exemplos dos santos, mas também receber orientação deles, na escolha dos nossos caminhos em particular; observe a trilha, e siga as pisadas das ovelhas. Aqui, são fornecidas duas razões pelas quais devemos proceder desta maneira:

(1) Porque a integridade do homem será o seu estabelecimento (v. 21). Será o estabelecimento,

[1] Das pessoas: Os retos habitarão a terra, em paz e quietude, enquanto viverem; e a sua retidão será útil para isto, à medida que acalma suas mentes, guia seus conselhos, obtém a boa vontade dos seus vizinhos, e lhes dá direito à benevolência especial de Deus.

[2] De suas famílias: Os sinceros, na sua posteridade, permanecerão nela. Eles habitarão e permanecerão para sempre na Canaã celestial, da qual a terrena era apenas um tipo.

(2) Por que a iniquidade dos homens será a sua destruição (v.22). Veja o que acontecerá com os ímpios, que escolhem o caminho dos maus; eles serão arrancados, não somente do céu no futuro, e de todas as esperanças dele, mas também da terra, agora, onde têm os seus afetos, e onde acumulam os seus tesouros. Eles pensam que estão enraizados, mas eles e suas famílias serão arrancados dela, como um juízo sobre eles, porém como uma misericórdia para com a terra. Chegará o dia que se “não lhes deixará nem raiz nem ramo” (Malaquias 4.1). Que esta sabedoria, então, entre em nossos corações, e seja agradável às nossas almas, pois nos afastará de um caminho que terminará mal.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

FUNCIONAMENTO CEREBRAL

Sons modificam nosso cérebro, diz estudo.

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Não só a música, mas os sons de maneira geral, do dia a dia, que envolvem processos cognitivos e mentais ligados à fala, ou sob barulhos diversos, modificam nosso cérebro. Essa é a conclusão da cientista Nina Kraus, da Universidade de Northwestern (EUA), segundo sua apresentação realizada recentemente na conferência Falling Walls, em Berlim, Alemanha.

No Laboratório de Neurociência Auditiva da Northwestern, para medir a resposta cerebral ao som. a equipe de Nina tocou música e outros tipos de gravações diretamente nos ouvidos dos voluntários de uma série de estudos. Os cientistas avaliaram, por meio de sensores dispostos nas cabeças dos participantes da pesquisa, a atividade elétrica do cérebro enquanto ele traduzia os estímulos sonoros.

Os resultados dessa série de estudos envolvendo milhares de pessoas desde o seu nascimento até os 90 anos sugerem que a capacidade do cérebro de processar o som é influenciada por tudo, desde ouvir música, até o aprendizado de uma nova língua, o envelhecimento e, mais óbvio, os distúrbios de linguagem e a perda auditiva.

Os estudos indicam, ainda, que, em toda a vida, as pessoas que tocam música (como um hobby) podem ouvir melhor um som especifico em meio a diversos ruídos do que aqueles que não tocam música. O trabalho de Nina também sugere que a pobreza e o nível de educação de uma mãe podem afetar a capacidade da criança de processar partes essenciais do som. Sabe-se, ainda, a partir de suas pesquisas, que a maneira como uma criança em idade pré-escolar processa os elementos do som pode determinar suas futuras habilidades de leitura. A forma com que o som é processado no cérebro também pode ser um marcador importante para decifrar e diagnosticar doenças como autismo, dislexia e distúrbios de aprendizagem.

Tais descobertas influenciam a neuroeducação, de forma que Nina e sua equipe, agora, realizam testes em escolas, centros comunitários e clínicas.

OUTROS OLHARES

– AÇÚCAR, + VIDA

Acordo do Ministério da Saúde com a indústria diminuirá a quantidade de açúcar na comida e, em até quatro anos, provocará uma saudável mudança nos hábitos alimentares do brasileiro.

- Açúcar, + vida

A guerra do consumidor brasileiro por alimentos mais saudáveis nas prateleiras dos supermercados ganhou mais uma batalha. Na segunda-feira 26, de novembro, o Ministério da Saúde firmou um acordo com a indústria de alimentos e bebidas e até 2022 será reduzida a quantidade de açúcar em biscoitos, bolos, produtos lácteos, achocolatados e misturas, aos moldes do que foi realizado com o sódio – um acordo de 2011 conseguiu até junho retirar 17,2 toneladas da substância dos alimentos. “Desde 2017 fizemos reuniões com representantes da indústria, nutricionistas e representantes de movimentos sociais para chegarmos a um acordo”, diz Wilson Mello, do Conselho Diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), que representa 68 empresas que assinaram o Termo de Compromisso e que, juntas, dominam 87% do mercado. Na prática, 1.147 itens terão de alterar suas fórmulas e a previsão é que em quatro anos serão retiradas 144,3 mil toneladas de açúcar dos alimentos. “Os clientes estão exigindo através da compra produtos com menos açúcar, gordura e sódio. Além disso, temos pressão de ONGs e do governo por causa do aumento de doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão. A indústria quer ser parte da solução”, diz ele.

Os índices de obesidade dispararam nos últimos anos no Brasil. Na última década, o crescimento foi de 60%. Já o diabetes entre homens aumentou 54% e entre as mulheres, 28%. São parte importante do problema os produtos industrializados, já que correspondem a 36% do açúcar consumido pela população. Atualmente os brasileiros consomem em média 80 gramas de açúcar por dia, ou 18 colheres de chá, quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. “Essa parceria é muito importante para a saúde pública, porque reduz a chance de doenças no futuro”, diz Cristina Bellotti Formiga Bueno, endocrinologista da Santa Casa de São Paulo e coordenadora do Centro de Diabetes do Hospital Samaritano. “O consumo de açúcar em excesso causa ganho de peso, predisposição ao diabetes, aumento do risco cardiovascular e derrame”, diz ela. A má alimentação também pesa no Sistema Único de Saúde (SUS). Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde identificou que em 2011 os gastos federais com a atenção às doenças crônicas foram de 16,2 bilhões. “Os custos são crescentes devido ao aumento da prevalência dessas doenças”, diz Michele Lessa, Coordenadora de Alimentação e Nutrição do órgão. “São necessárias múltiplas abordagens para alcançar a redução pretendida, como educação e informação à população, medidas para facilitar escolhas alimentares mais saudáveis e ações voltadas para o setor produtivo”, diz ela.

A redução de açúcar nos produtos será feita em duas etapas, uma até 2020 e outra até 2022. O objetivo é fazer com que o paladar do brasileiro vá se adaptando com o novo sabor dos produtos, uma vez que o açúcar não será substituído por outra substância, como adoçantes, mas apenas parcialmente retirado dos produtos. A quantidade nos achocolatados em pó, por exemplo, será reduzida para 90,3g/100g até o final de 2020 e depois para 85g/100g até 2022, o que significa 20 colheres de chá de açúcar a menos. A indústria garante que essa mudança não implicará em produtos mais caros ao consumidor. “O processo de produção não terá um custo mais alto, apenas diferente. Será uma adaptação, mas a indústria está acostumada”, diz Wilson Mello, da Abia. A saúde do brasileiro agradece.

-Açúcar, + vida.3

NOVO RÓTULO ÀVISTA

A ANVISA ANALISA PROPOSTAS DE MUDANÇAS NAS INFORMAÇÕES DOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS.

A Anvisa está preparando um novo modelo que facilite ao consumidor identificar seprodutos alimentícios estão dentro do recomendado pelas organizações de saúde. Atualmente as informações dos itens são de difícil interpretação para a população brasileira. Duas propostas estão sendo analisadas. O modelo da Rede Rotulagem propõe na parte frontal dos alimentos um “semáforo” que classifica açúcares, gordura saturada e sódio com as cores vermelha, amarela e verde e as legendas ALTO, MÉDIO ou BAIXO. Já o modelo da Aliança Pela Alimentação Adequada e Saudável propõe triângulos pretos de advertência com frases como “alto em sódio” e “alto em açúcares”.

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GESTÃO E CARREIRA

AINDA LONGE DO IDEAL

Pesquisa mostra que a maioria dos líderes defende a transparência das informações dentro das organizações, mas…

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O que é preciso para uma empresa ser transparente? Aliás, esse tema tem sido discutido em sua organização? Mas o que vem a ser transparência? Além da noção básica de ser uma qualidade do que é transparente, ou seja, do que se pode ver através, há um sentido mais figurado e apropriado para o mundo corporativo. Nesse caso, trata-se de uma alusão a uma característica de uma pessoa ou organização que não oculta nada, que não tem nada a esconder.

E foi a partir desse conceito que Cristina Panella, consultora sênior da BMJ Blue Management Institute, empresa do Grupo White Fox que também controla a Nexialistas Consultoria em Desenvolvimento e Treinamento, resolveu fazer uma pesquisa sobre o tema nas corporações. Doutora em sociologia com ênfase em comunicação pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, mestre em formação à pesquisa (E.H.E.S.S.) e mestre em antropologia social pela Université René Descartes – Sorbonne, Cristina encontrou dados bem interessantes.

A pesquisa levantou que, quando o assunto é direito à informação clara e transparente, 95,8% dos líderes acreditam que o  direito de ser informado e de ter acesso à informação é importante tanto na empresa quanto na sociedade em geral, mas, em contrapartida, apenas 19, 8% responderam que a empresa é totalmente transparente com informações e processos acessíveis a todos.

Para uma empresa ser transparente, a comunicação é essencial. As regras do jogo devem ser compartilhadas de forma objetiva e madura.

Frases colhidas durante a realização da pesquisa apontam alguns motivos para que a transparência seja uma preocupação. “Quanto mais os funcionários estão informados e mais alinhados com os desafios da empresa, mais eles estarão comprometidos para vencerem juntos as barreiras”, explica o consultor de negócios e carreira Alberto Roitman

Outro importante fator que está diretamente ligado à transparência, de acordo com os dados da pesquisa, é o engajamento. Ela é apontada como condição essencial para o engajamento dos colaboradores. Pelo menos essa é a opinião de quase todos os líderes entrevistados. Quando perguntados se em uma empresa mais transparente todos os colaboradores são mais engajados, 95,8% disseram que sim. “Entendo que as palavras mais simples e exemplos aplicados ao cotidiano são promissores e o entendimento, a disseminação e o engajamento das pessoas serão mais promissores”, destacou um dos entrevistados.

As opiniões foram um pouco divergentes quando o assunto é a relação da transparência com a cidadania dos profissionais. Uma parcela significativa (46,5%) acredita que transparência e cidadania pertencem a diferentes esferas, com pequena ou nenhuma influência de uma sobre a outra. Mas, para a maioria (53,5%), a transparência nas empresas contribui decisivamente para o exercício da cidadania dos colaboradores.

Outra questão muito importante para a maioria dos entrevistados diz respeito a ter processos bem definidos. O levantamento mostra que 87,.3% acreditam que à modelagem dos processos internos contribui para a transparência da empresa.

A liderança é muito importante para a disseminação da cultura de transparência nas empresas. Para 45% dos entrevistados, isso pode ser feito por meio de canais de comunicação. Já 26% acreditam que o mais importante é a liderança ser o modelo a ser seguido. E outros 20% acham que a liderança deve ser ativa, promotora e garantidora dos processos de transparência. Para Roitman, a liderança deve estar mais próxima de suas equipes, sendo mais humildes, se desprendendo da hierarquia e deixando de lado a máxima de que ‘informação é poder”.

Mas mesmo com a maioria valorizando a transparência para a saúde da empresa, apenas 19,8% dos líderes responderam que a empresa é totalmente transparente, com informações e processos acessíveis a todos. Outros 57,7% acreditam que a transparência na empresa obedece a níveis de acessos distintos e para 22,5% não há uma política clara de transparência de informações ou processos.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 2: 1-9

Pensando biblicamente

A Busca da sabedoria é encorajada

 

Jó tinha perguntado, muito antes disto: “Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência?” (Jó 28.12, 20), e tinha recebido esta resposta geral (v. 23): Deus “sabe o seu lugar”; mas Salomão aqui vai mais longe, e nos diz onde podemos encontrá-la e também como podemos obtê-la. Aqui, lemos:

 

I – Que meios devemos usaR; para que possamos obter a sabedoria.

1. Nós devemos prestar atenção à Palavra de Deus, pois esta é a palavra da sabedoria, que é capaz de nos tornar sábios para a salvação (vv. 1,2).

(1) Nós devemos estar convencidos de que as palavras de Deus são a fonte e o padrão de sabedoria e entendimento, e que não devemos desejar ser mais sábios do que elas podem nos tornar. Nós devemos inclinar nosso ouvido e dedicar nossos corações a elas, como à própria sabedoria ou ao próprio entendimento. Muitas coisas sábias podem ser encontra­ das em composições humanas; mas a revelação divina e a religião verdadeira edificada sobre ela constituem a maior sabedoria.

(2) Nós devemos, de igual maneira, receber a Palavra de Deus com toda disposição de espírito, e dar as boas-vindas aos mandamentos, bem como às promessas, sem nos queixar nem discutir. “Fala, Senhor, porque o teu servo ouve”.

(3) Nós devemos escondê-las em nós, como escondemos um tesouro que tememos que nos seja roubado. Não somente devemos receber, mas reter a Palavra de Deus e alojá-la em nossos corações, para que ela possa estar sempre disponível para nós.

(4) Nós devemos inclinar os nossos ouvidos a ela; devemos nos agarrar a todas as oportunidades de ouvir a Palavra de Deus, e ouvi-la com atenção e seriedade, como alguém que teme deixá-la escapar.

(5) Nós devemos dedicar os nossos corações à Palavra de Deus, pois o simples fato de inclinarmos os nossos ouvidos a ela não será suficiente.

2. Nós devemos estar sempre em oração (v. 3). Devemos clamar pelo conhecimento, como alguém que está prestes a perecer de fome implora por comida. Os desejos fracos não devem prevalecer, nós devemos ser insistentes, como aqueles que conhecem o valor do conhecimento e a nossa própria falta dele. Nós devemos clamar, como meninos novamente nascidos, em busca do leite racional da Palavra (1 Pedro 2.2). Nós devemos alçar nossa voz para o entendimento, até o céu; dali devem ser esperadas estas dádivas boas e perfeitas (Tiago 1.17; Jó 38.34). Nós devemos dar nossa voz ao entendimento (este é o significado da palavra), falar por ele, votar por ele, submeter a língua ao comando da sabedoria. Nós devemos consagrar a nossa voz a ele; tendo dedicado nosso coração a ele, devemos empregar a nossa voz para buscá-lo. Salomão pôde escrever um remédio testado, sobre este método; ele orou pedindo sabedoria, e assim a obteve.

3. Nós devemos estar dispostos a nos esforçar (v. 4): devemos buscá-lo como à prata, preferindo-o a toda a riqueza deste mundo, e nos esforçando para buscá-lo como aqueles que escavam nas minas, que enfrentam grande dificuldade e correm grandes riscos, com empenho in­ fatigável e constância e resolução invencíveis, em busca do minério; ou como aqueles que desejam ser ricos se levantam cedo e descansam tarde, e viram cada pedra para obter dinheiro e encher seus tesouros. Esta diligência devemos ter no uso dos meios do conhecimento, prosseguindo em conhecer ao Senhor.

 

II – O sucesso que podemos esperar no uso destes meios. O nosso esforço não será em vão; pois:

1. Saberemos como conservar o nosso conhecimento e a nossa comunhão com Deus: “Entenderás o temor do Senhor” (v. 5), isto é, saberás como adorá-lo corretamente, serás conduzido ao significado e mistério de cada ordenança, e serás capaz de responder à finalidade da sua instituição. “Acharás o conhecimento de Deus”, que é necessário para que o temamos apropriadamente. Nós devemos entender o quanto é nosso interesse conhecer a Deus, e evidenciar isto, por meio de sentimentos agradáveis com relação a Ele, e adorações a Ele.

2. Nós saberemos como nos comportar apropriadamente com relação a todos os homens (v. 9): Entenderás pela Palavra de Deus, pela justiça, pelo juízo, e pela equidade; assim aprende­ rás aqueles princípios de justiça, e caridade, e imparcialidade, que te guiarão e governarão em todo o curso do teu modo de vida, e te tornarás adequado para cada relacionamento, cada negócio, sendo fiel à confiança que lhe for depositada. Isto não te dará somente uma noção correta da justiça, mas uma disposição para praticá-la, e para fazer o que lhe é devido; pois os que não agem com justiça não a entendem corretamente. Isto os conduzirá em todas as boas veredas, pois as Escrituras tornarão perfeito o homem de Deus. Observe que têm o melhor conhecimento os que conhecem seu dever (Salmos 111.10).

 

III – Que razões temos para esperar por este sucesso na nossa busca da sabedoria; nós só podemos obter o nosso encorajamento de Deus (vv. 6-8).

1. Deus tem sabedoria para conceder (v. 6). O Senhor não somente é sábio, como dá sabedoria, e isto é mais do que o mais sábio homem do mundo pode fazer, pois é prerrogativa de Deus abrir o entendimento. Toda a sabedoria que há em qualquer criatura é dádiva sua, sua dádiva gratuita, e Ele a concede liberalmente (Tiago 1.5), Ele a deu a muitos, e ainda a dá; a Ele, portanto, devemos pedir sabedoria.

2. Ele abençoou o mundo com uma revelação da sua vontade. Da sua boca, por intermédio da lei e dos profetas, pela palavra escrita e pelos seus ministros, que são a sua boca para os filhos dos homens, vem conhecimento e entendimento, vem uma revelação tal da verdade e bem que, se admitirmos e recebermos as suas impressões, nos tornará verdadeiramente sábios e inteligentes. É um incentivo e um encorajamento para buscarmos a sabedoria o fato de termos as Escrituras onde buscá-la, e nelas podermos encontrá-la, se a buscarmos com diligência.

3. Ele providenciou particularmente que os homens de bem, que estão sinceramente dispostos a fazer a sua vontade, tenham aquele conhecimento e entendimento que são necessários para eles (João 7.17). Que busquem a sabedoria, e a encontrarão; que peçam, e lhes será dado (vv. 7,8). Observe aqui: 

(1) Quem são os que são assim favorecidos. São os justos, em quem a imagem de Deus é renovada, que consiste em justiça, e os que andam em retidão, que são honestos em suas atitudes para com Deus e para com os homens, e se esforçam em cumprir o seu dever, até onde o conhecem. Eles são os seus santos, devotados à sua honra, e consagrados ao seu serviço.

(2) O que lhes é oferecido.

[1] Instrução. Os meios da sabedoria são dados a todos, mas a sabedoria propriamente dita, a verdadeira sabedoria, é reservada para os retos, guardada em Cristo, sua cabeça, “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”, e que “para nós foi feito por Deus sabedoria”. O mesmo que é o Espírito de revelação na Palavra é um Espírito de sabedoria nas almas dos que são santificados, aquela sabedoria do prudente, que significa compreender o seu caminho; e esta é a verdadeira sabedoria, com suas fundações firmes, seus princípios sólidos, e seus resultados que são benefícios duradouros.

[2] Satisfação. Alguns interpretam, Ele reserva substância para os retos, não somente conhecimento substancial, mas felicidade e consolação substancial (Provérbios 8.21). As riquezas são coisas que não são reais, e os que as têm somente se imaginam felizes; mas o que está guardado nas promessas e no céu para os retos os tornará verdadeiramente, completamente e eternamente felizes.

[3] Proteção. Mesmo aqueles que andam na retidão podem ser levados a perigos, para a prova da sua fé, mas Deus é, e será, um escudo para eles, de modo que nada que lhes aconteça possa lhes causar nenhum dano real, nem dominá-los com quaisquer apreensões terríveis; eles estão a salvo, e assim devem se considerar. “Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo”. É o caminho deles, as veredas do juízo em que eles andam, que o Senhor conhece, e reconhece, e das quais Ele cuida.

[4] Graça, para perseverar até o fim. Se confiarmos em Deus, e o buscarmos para obter sabedoria, Ele nos sustentará na nossa integridade. nos capacitará a guardar as veredas do juízo, ainda que possamos ser tenta­ dos a nos desviar delas, pois Ele conserva o caminho dos seus santos, para que ele não seja corrompido, e assim Ele os conserva em segurança e irrepreensíveis para o seu reino celestial. As garantias que Deus nos deu da sua graça, se devidamente aprimoradas, despertarão e incentivarão os nossos esforços no cumprimento do nosso dever. Dedique-se à obra da sua salvação, pois é Deus quem opera em sua vida.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

TRABALHANDO AS DEFICIÊNCIAS

Embora a Psicologia Positiva enfoque as forças e recursos pessoais, é ingênuo pensar que não devemos olhar o que falta.

Trabalhando as deficiências

Ao receberem o resultado do VIA (inventário que mede as forças pessoais de um indivíduo), muitas pessoas, vítimas que são da famosa cultura do GAP, perguntam: “Como é que eu faço para desenvolver a minha 24ª (e última) força? Eu consigo trazer a minha última força para algum lugar dentre as 5 primeiras? A esta última pergunta respondo; “Depende.

Você acredita em reencarnação? e diante de uma resposta negativa respondo: “Então não”. As pessoas ficam aturdidas e acham graça na minha resposta, embora raramente a compreendam. Explico que de fato, graças à neuroplasticidade e à neurogênese, temos um cérebro plástico, capaz de desenvolver novas redes neurais o que, pelo menos em tese, nos permite mudar qualquer tipo de comportamento: de tocar piano a ver a vida de forma mais otimista. “Tudo depende de duas coisas: do esforço que empregamos no desenvolvimento desse novo comportamento e do tempo com que o fazemos. Falando de uma forma mais clara, ainda que me dedique a isso, não viverei o suficiente para ver o meu auto­controle pular da 24º para a 1ª posição no ranking das minhas forças pessoais. Pelo menos não em uma única vida, daí a brincadeira com a reencarnação.

Por outro lado, isso não significa que não deva estar atento para o meu auto­controle, muito menos que deva deixar de me esforçar para desenvolvê-lo. Até porque um autocontrole “desgovernado”, como costumo chamar as últimas forças pessoais que são esquecidas pelas pessoas, poderia, facilmente, colocar tudo o mais a perder. Portanto a verdade é uma só: Definitivamente não conseguirei mudar o mundo por meio do meu autocontrole. E por mais que me pareça estranha a ideia de alguém mudar o mundo por meio do autocontrole, não posso esquecer do exemplo de Gandhi, que muito provavelmente o fez.

Quero com isso mostrar que, embora evidencie o uso das forças e dos recursos pessoais, a Psicologia Positiva não nega a importância de que as deficiências sejam devidamente tratadas.

Feita esta introdução, gostaria de dizer que além do desenvolvimento e aprimoramento das minhas forças pessoais, costumo também manter um olhar atento para as minhas deficiências e, mais do que isso, desenvolver um pouco mais as forças que no VIA aparecem, digamos, no “segundo pelotão”.

Recentemente fiz isso com a força pessoal da cidadania. Puxa, assumir que preciso desenvolver a cidadania em uma época do (enjoativo) politicamente correto não é tarefa fácil. Felizmente conto com a coragem que, ao lado da autenticidade, me fazem ir em frente e assumir que nunca gostei muito de trabalhar em grupo (uma das características dessa força). Foi assim na escola e continuou sendo durante toda a minha carreira que, coincidentemente ou não, tanto na clínica quanto em sala de aula, sempre me levaram a uma atuação “solo”.

Desta vez fiz diferente. Passei meses desenvolvendo um projeto que me obrigaria a não apenas utilizar as minhas forças pessoais, mas também a cidadania.

O resultado disso, que muitos de vocês já conhecem, foi o lançamento da Make it Positive, a primeira revista brasileira de Psicologia Positiva! Uma revista eletrônica trimestral, bilíngue e gratuita.

É possível que oferecer uma publicação dessa forma ao público em geral tenha algo a ver com cidadania. Mas, para mim, foi muito mais do que isso. Este foi um projeto feito a muitas mãos. Mãos generosas que genuinamente deram o seu melhor para que tivéssemos um trabalho de qualidade. Mãos parceiras que imediatamente abraçaram o projeto com o coração e que vibraram comigo pelo sucesso coletivo. Este projeto me fez ver que há coisa que somente o trabalho em equipe é capaz de fazer. Além disso pude sentir na pele que, por nos tornar seres humanos melhores, trabalhar nossas deficiências também pode nos levar à felicidade.

 

LILIAN GRAZIANO – é psicóloga e doutora em psicologia pela USP, com curso de extensão em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento, onde oferece atendimento clínico, consultoria empresarial e cursos na área.

graziano@psicologiapositiva.com.br

OUTROS OLHARES

DUELO DE TITÃS

Enquanto a Microsoft dá mostras de que vai voltar a ser a maior empresa do planeta, a ex-trilionária Apple vê o seu valor de mercado despencar quase 20%.

Duelo de titãs

Um dos slogans mais famosos do mercado publicitário traz uma frase que, traduzida do inglês, seria: “Pense diferente”. Durante anos, essa curta combinação de palavras foi o mantra de uma das mais revolucionárias empresas que já existiram. Curiosamente, a mensagem que inspirou a Apple a se tornar a companhia mais valiosa do mercado, ao moldar os rumos de uma nova indústria digital – principalmente, após o lançamento do iPhone, em 2007 –, parece combinar cada vez menos com seu DNA. Pelo contrário. Se não tivesse sido cunhada por Steve Jobs, a tal mensagem – “Think different” – poderia fazer parte de qualquer propaganda atual da Microsoft. E isso chocaria quem, por muitos anos, considerou a companhia criada por Bill Gates tão quadrada quanto as janelas do seu sistema operacional. Sob o comando de Satya Nadella, a desenvolvedora do Windows apostou na inovação e saiu da caixa para voltar a crescer e figurar como protagonista.

Duelo de titãs. 2 

MAÇÃ PODRE? Fraco desempenho nas vendas dos iPhones XS, XR e XS Max contou para a queda de 19,6% das ações da Apple.

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No pregão de 26 de novembro, a Microsoft conseguiu voltar a ser a companhia mais valiosa do mercado, ao ser avaliada em US$ 812,9 bilhões, contra US$ 812,6 bilhões da Apple. A liderança durou apenas algumas horas, já que a fabricante do iPhone recuperou o posto no fim do dia e, até agora, manteve a liderança. Mesmo assim, é um episódio simbólico. Em abril, vale lembrar, a desenvolvedora de softwares já havia conseguido ultrapassar o valor de mercado da Alphabet, holding que controla o Google, em meio bilhão de dólares. Mesmo com uma recuperação das ações do conglomerado de Larry Page e Sergey Brin, a gigante de Redmond ainda manteve-se à frente. A liderança, assim como hoje, pertencia à Apple. Em agosto, a companhia da maçã ultrapassou os doze dígitos de valor de mercado.

FRUTO PROIBIDO 

 De lá pra cá, muita coisa mudou. Principalmente, em novembro. O penúltimo mês do ano marcou uma queda livre nos papéis da empresa da maçã. A companhia de Cupertino viu seu valor de mercado cair 19,6%, de US$ 1,1 trilhão para US$ 893 bilhões. “A Apple se tornou muito dependente de um produto”, diz Roger Kay, da consultoria americana Endpoint. “Não há mais uma distinção suficiente entre seus concorrentes.” Isso não seria ruim, não fosse o fato de que as vendas de iPhones cresceram menos de 1% no último trimestre. Em termos de receita, as vendas de celulares representaram uma fatia de 58,9% do faturamento de US$ 63 bilhões no período. O restante foi obtido com as vendas de iPads, Macs – que caíram 6% e 2% respectivamente – e outros dispositivos, além de conteúdo digital, como a venda de aplicativos.

Esse mau resultado fez com que fornecedores da Apple vivessem momentos de incerteza após a fabricante diminuir em quase um terço a sua demanda por aparelhos. A empresa americana Lumentum Holdings, que fornece componentes para o sistema de reconhecimento facial para telefones, por exemplo, já reduziu sua previsão de receita líquida de US$ 430 milhões para, no máximo, US$ 355 milhões – queda de mais de 17%. Outra parceira preocupada é a taiwanesa Foxconn, que faz a montagem dos celulares. De acordo com um documento obtido pela Bloomberg, a companhia pretende reduzir US$ 2,9 bilhões em gastos em 2019, porque enfrenta “um ano muito difícil e competitivo.”

Enquanto a Apple parece ter parado no tempo, a Microsoft resolveu acelerar, por perceber o declínio em seu mercado. Dados da consultoria americana Statista mostram que a venda de computadores passou de 365,3 milhões de unidades, em 2011, para 262,5 milhões no ano passado – quase 30% a menos. Era preciso mudar a mentalidade de uma empresa que apostava todas as suas fichas no Windows. Isso foi feito com a substituição do CEO, Steve Ballmer, por Satya Nadella, em fevereiro de 2014. Em sua primeira mensagem oficial para os funcionários da companhia, o novo homem-forte da Microsoft lembrou que “a indústria não respeita a tradição. Apenas a inovação.”

Duelo de titãs. 3

NA NUVEM 

Se nos celulares a disputa com a Apple ficou difícil – ainda mais, pelo fracasso na tentativa de transformar a Nokia numa gigante do setor –, a principal aposta foi na nuvem. Do faturamento de US$ 29,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano, US$ 8,6 bilhões (29,5%) foram de serviços baseados na tecnologia Azure. De acordo com a consultoria americana Gartner, a plataforma da Microsoft detém quase um terço do mercado. O líder do setor é o Amazon Web Services, da empresa de Jeff Bezos, com 49% do segmento. A diferença já foi maior. No fim de 2017, o serviço da Amazon era usado por 62% dos usuários.

O investimento em novas tecnologias animava o mercado. Em dezembro do ano passado, o fundo de investimentos Tiger Global Management injetou US$ 132 milhões na operação da Microsoft. No mesmo mês, uma previsão do Keybanc Capital Market especulou que as ações da Microsoft estariam cotadas a US$ 106, num período de doze meses. Na quarta-feira 5, elas estavam sendo vendidas na Nasdaq por US$ 108,5. Um tiro tão certeiro quanto o que Nadella está acertando no comando da Microsoft. Ou como os que Jobs disparava quando era o cérebro por trás da maçã.

GESTÃO E CARREIRA

CHUPETA, CABELO E BABADOR

Sócios percebem uma lacuna no mercado de beleza infantil. Investem, então, em salão especializado para o público mirim e vem conquistando clientes e admiradores.

Chupeta, cabelo e babador

Todo pai e mãe sabem da dificuldade que é cortar o cabelo de um bebê ou de uma criança. Uma tarefa nada simples, e poucos salões dispõem de profissionais com paciência para executar bem o serviço. A cena é sempre a mesma, choro, agitação, impaciência e uma demora de deixar pais e cabeleireiros sem saber o que fazer.

Pensando em sanar esses problemas com profissionais focados neste público, pacientes e bem treinados, a cabeleireira Rosana Fernandes e seu sócio, Alexandre Finozzi, lançaram em 2008 o Corte Kids – salão especializado em atendimento infantil. Com experiência em grandes redes de salões na cidade de São Paulo, eles perceberam que havia uma carência no atendimento para crianças, já que não era prioridade nos salões de beleza tradicionais. “Cortar o cabelo de um bebê ou de uma criança não é tarefa fácil. Por isso imaginamos que um local apropriado com profissionais preparados e principalmente com proposta divertida seria um diferencial para facilitar a vida dos pais e consequentemente trazer mais segurança aos pequenos”, afirma Finozzi.

Os empresários iniciaram com um pequeno salão no Bairro da Mooca sem muito capital investido e, aos poucos, foram cativando uma fiel clientela e melhorando o negócio. “São dez anos investindo e reinvestindo no negócio, aperfeiçoando os métodos, criando, padronizando e inaugurando franquias”, afirma o sócio.

DIVERSÃO ATRELADA

O grande diferencial do Corte Kids é que não é um espaço para crianças dentro de um salão tradicional, e sim um espaço dedicado e focado só nesse público. O ambiente é colorido e dispõe de videogames para as crianças cortarem o cabelo e se divertirem ao mesmo tempo; também tem camarim para realizarem diversos tipos de penteados nas meninas; os bebês contam com naves coloridas e desenhos divertidos. Tudo para tornar o corte de cabelo uma experiência agradável.

Além disso, um diferencial do salão é ir muito além de dar um pirulito após a utilização dos serviços. Eles oferecem um diplominha de primeiro corte com a primeira mecha de lembrança para a família. Sem contar que todos os profissionais passam por treinamento, os materiais são higienizados e as tesouras são diferentes, com pontas arredondadas, para maior segurança.

O principal serviço sempre foi o corte de cabelo, mas com o tempo eles passaram a agregar outros atrativos, sempre atendendo a algumas necessidades dos clientes, como o desenvolvimento de penteados para as meninas, manicure, hidratação, entre outros, são mais de 12 serviços. “Uma inovação foi a criação de um pacote de festa, em que a criança tem o espaço do salão exclusivo para comemorar com a sua turma. Nesses eventos são oferecidos penteados, unhas decoradas, balada com DJ e até desfile. Um serviço que agrada tanto a criança, quanto os pais, pois o pacote tem valor bem atrativo em relação a uma festa em buffet.

FRANQUIA

Ao abrirem a segunda unidade própria no início de 2010, os sócios constataram que era de extrema importância para o negócio ter uma pessoa gerenciando ativamente o salão. “Então, percebemos que o sistema de franquias era ideal para isso, pois o franqueado usaria o nosso método, mas administraria e garantiria o funcionamento da unidade com a mesma qualidade que nós. E isso era o fundamental para o processo de expansão”, dessa forma, em 2013 eles também começaram o processo de expansão da empresa por meio do franchising, diz Alexandre Finozzi.

Segundo ele, existe ainda um grande diferencial na rede Corte Kids, que é de fundamental importância para os investidores e franqueados. O franqueador é cabeleireiro e grande conhecedor do ramo, fornecendo assim todo know-how necessário para que o franqueado se concentre na administração do negócio. “O franqueado não precisa ser do ramo, pois o apoio técnico e operacional está formatado e testado com sucesso”, afirma.

Para passar no processo e ser um franqueado, a pessoa faz a primeira seleção levando em consideração a postura e a proatividade do candidato. Também é avaliado o carisma e a aptidão dele para trabalhar com crianças. Passada a primeira etapa, a franqueadora dá total apoio ao avaliar tecnicamente o candidato. Evoluindo nessas etapas, a franqueadora também fornece o treinamento, que dura, em média, 15 dias.

Alexandre Finozzi preocupa-se muito com a qualidade da expansão da rede, por isso, a princípio, eles optaram por iniciar o processo de expansão de franquias por São Paulo, inaugurando novas unidades no máximo a 300 quilômetros da sede, na região da Mooca, Zona leste de SP. “E, apesar de grande interesse em outros estados, preferimos crescer de forma espiral, expandir, mas oferecendo total apoio ao novo franqueado”.

ÀS CRIANÇAS, COM CARINHO

Alexandre Finozzi conta que desde 2008, ano de inauguração da primeira unidade, o crescimento é constante, e mesmo nos anos de crise as famílias enxergam o serviço para seus filhos como uma necessidade e valorizam este serviço especializado.

No entanto, a maior dificuldade encontrada nesse segmento, segundo ele, é a mão de obra, que praticamente não existe, já que são poucos os cabeleireiros que buscam especialização em cortes infantis. “Por isso, visando à plena expansão do nosso negócio, estamos sempre focados em desenvolver cada vez mais o nosso método próprio de seleção e formação de profissionais qualificados para o público infantil”, aposta.

O Corte Kids hoje possui grande reconhecimento por parte dos clientes, na visão do empresário. Para ter uma ideia, eles atendem crianças com dez anos que por toda a vida cortaram o cabelo somente no salão. “Alguns dos nossos franqueados eram clientes e, ao acompanhar a nossa sólida clientela e estrutura, se interessaram em investir. Também atuamos em eventos, corte de cabelo solidário em orfanatos, ações beneficentes etc.

E enxergamos esses convites como reconhecimento do trabalho que estamos desenvolvendo há dez anos”, afirma.

Todo trabalho e preocupação com a excelência no atendimento renderam também à empresa o prêmio de melhor atendimento infantil em 2010, oferecido pela Revista Cabelos & Cia.

Na opinião de Finozzi, o trabalho de corte de cabelo infantil é algo ainda pouco oferecido no mercado, a complexidade de se concentrar apenas nas crianças e a necessidade de treinamentos talvez sejam as razões disso. ”Acredito que isso também faça com que muitas pessoas busquem a nossa empresa para cortar o cabelo dos filhos e também como forma de investimento. Na unidade da Mooca, por exemplo, recebemos crianças de Jundiaí, Campinas, litoral etc. Acreditamos que essas famílias vêm em busca de um serviço diferenciado; elas querem mais do que um corte de cabelo, querem viver uma experiência diferenciada. Alguns trazem fotógrafos e toda a família para registrar o momento!”, comemora.

CRESCIMENTO

De acordo com Finozzi, a primeira unidade da Corte Kids foi aberta praticamente sem capital. Começaram com móveis usados e uma estrutura bem adaptada, o investimento girava em torno de no máximo R$30 mil. Atendiam na época cerca de 800 clientes por mês e faturaram no primeiro ano R$25 mil.

Hoje, com toda padronização de móveis, fornecedores e materiais de qualidade, o investimento necessário para abrir um salão fica em torno de R$200 mil. Somando todas as unidades, são quase cinco mil crianças que passam mensalmente pelos salões, com um faturamento por loja de mais que o dobro dos R$25mil do primeiro ano. “Uma observação é que metade das unidades abriu em 2018, não atingindo ainda a maturidade do negócio”, ressalta o dono.

Os planos de crescimento e expansão também são ousados! Para os próximos cinco anos eles querem atingir 100 unidades e estar presentes em todos os estados, levando o método e experiência para as famílias e também uma excelente oportunidade de negócios para futuros franqueados. “Estamos trabalhando com muita dedicação no desenvolvimento dos produtos com a nossa marca. Queremos em breve poder oferecer também qualidade em produtos infantis, os quais, além de trazer segurança aos clientes que usarão um produto indicado para cada fase das crianças, também serão uma oportunidade para os franqueados crescerem em faturamento com a venda dos produtos”, revela o empresário.

Chupeta, cabelo e babador. 2

 QUE BOA IDEIA!

Visando a um atendimento exclusivo e diferenciado, em 2017 a empresa criou o Domingo Azul Corte Kids, um dia dedicado ao atendimento de crianças portadoras de autismo. A ideia foi utilizar da habilidade dos profissionais no trato com as crianças para tornar o corte de cabelo para criança autista mais tranquilo e seguro. Nesse dia, o espaço tem algumas adaptações, que incluem o volume do som e o tempo do atendimento; tudo pensado para que a criança tenha um momento diferente e os pais possam trocar ideias e informações uns com os outros sobre lidar com o autismo e suas experiências. Essa ação é realizada no último domingo de cada mês.

RAIO-X DA FRANQUIA

Espaço médio – 100 m2

Taxa de franquia – R$50 mil

Capital de giro – R$20 mil

Royalities – 5% sobre o faturamento

Taxa de publicidade – 2% sobre o faturamento

Faturamento médio – R$50 mil (após o primeiro ano)

Site: www.cortekids.com.br

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 1: 20-33

Pensando biblicamente

As Exortações da sabedoria; O Destino dos pecadores obstinados

Tendo mostrado o quanto é perigoso dar ouvidos às tentações de Satanás, aqui Salomão mostra o quanto é perigoso não dar ouvidos aos chamados de Deus, e o quanto lamentaremos para sempre tê-los negligenciado. Observe:

 

I – Por intermédio de quem Deus nos chama – a sabedoria. É a sabedoria que clama de fora. A palavra é plural – sabedorias, pois, da mesma maneira como existe uma sabedoria infinita em Deus, também existe a multiforme sabedoria de Deus (Efésios 3.10). Deus fala aos filhos dos homens por intermédio de todos os tipos de sabedoria, e, como em cada vontade, também em cada palavra, de Deus, há um conselho.

1. O entendimento humano é sabedoria, a luz e a lei da natureza, os poderes e as faculdades da razão, e o oficio da consciência (Jó 38.36). Por intermédio destes, Deus fala aos filhos dos homens, e argumenta com eles. “A alma do homem é a lâmpada do Senhor” (Provérbios 20.27), e onde quer que os homens vão, podem ouvir uma voz atrás de si, que diz, este é o caminho, e a voz da consciência é a voz de Deus, e nem sempre é uma voz tênue, mas às vezes, clama!

2. O governo civil é sabedoria; é a ordenança de Deus; os magistrados são seus representantes. Por intermédio de Davi, Deus disse aos loucos: “Não enlouqueçais” (Salmos 75.4). Às entradas das portas, e nos locais de afluência de pessoas, onde se realizavam os tribunais, os juízes, a sabedoria da nação, chamavam os ímpios, em nome de Deus, para que se arrependessem e modificassem o seu modo de vida.

3. A revelação divina é sabedoria; todas as suas injunções, todas as suas leis, são sábias como a própria sabedoria. Pela palavra escrita, pela lei de Moisés, que apresenta diante de nós a bênção e a maldição, pelos lábios dos sacerdotes, que guardam conhecimento, pelos seus servos, os profetas, e por intermédio de todos os ministros deste mundo, Deus realmente declara a sua vontade aos peca­ dores, e lhes dá avisos, tão claramente quanto aquilo que é proclamado nas ruas ou nos tribunais pelos pregoeiros. Na sua Palavra, Deus não somente declara o caso, mas o discute com os filhos dos homens. “Vinde, então, e argui­ me” (Isaias 1.18).

4. O próprio Cristo é Sabedoria, é Sabedorias, pois nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência, e Ele é o centro de toda revelação divina, não somente a Sabedoria essencial, mas a Palavra eterna, por cujo intermédio Deus fala conosco e a quem Ele entregou todo o juízo; Jesus Cristo é, portanto, quem aqui faz a sua solicitação aos pecadores e também os julga. Ele é o Pai da Sabedoria, e alguns entendem que Ele é a própria Sabedoria (Lucas 7.35).

 

 II – Como Ele nos chama, e de que maneira.

1. Em público, para que quem tiver ouvidos para ouvir, possa ouvir, uma vez que todos são bem-vindos para receber o benefício do que é dito e todos se interessam em prestar atenção ao que é dito. Ai, práticas da sabedoria são divulgadas nas ruas, não somente nas escolas, ou nos palácios dos príncipes, mas nos lugares de grande afluxo de gente, entre as pessoas comuns que passam pelas portas e pela cidade. É consolador lançar a rede do Evangelho onde há uma multidão de peixes, esperando que alguns sejam capturados. Isto se cumpriu no nosso Senhor Jesus, que ensinou abertamente no templo, em meio a multidões de pessoas, e nada disse em oculto (João 18.20), e encarregou os seus ministros de proclamar o seu Evangelho sobre os telhados (Mateus 10.27). Deus diz: “Não falei em segredo” (Isaias 45.19). Não há um discurso ou idioma em que a voz da Sabedoria não seja ouvida. A verdade não busca os cantos, nem a virtude se envergonha de si mesma.

2. De maneira muito patética: ela clama, e novamente clama, como alguém que deseja ser atendido. Jesus pôs-se em pé e clamou. Ela emite a sua voz, profere as suas palavras com toda clareza e sentimento possíveis. Deus deseja ser ouvido com atenção.

 

III – O que é o chamado de Deus e Cristo.

1. Ele repreende os pecadores por sua loucura e por insistir nela, obstinadamente (v. 22). Observe:

(1) A quem a Sabedoria aqui repreende e adverte. Em geral, são simples, e por isto poderiam, com razão, ser desprezados; são os que amam a simplicidade, e por isto poderiam, com razão, perder a esperança; mas devemos usar os meios, mesmo com aqueles em quem temos poucas esperanças, porque não sabemos o que a graça divina poderá fazer. Aqui são mencionados três tipos de pessoas:

[1] Os néscios, que amam a necedade. O pecado é necedade, e os pecadores são néscios; eles agem loucamente; e é muito ruim a condição dos que amam a necedade, dos que se apegam às suas noções néscias de bem e de mal, aos seus néscios preconceitos contra os caminhos de Deus, e estão agindo de acordo com a sua própria natureza, quando estão fazendo uma coisa néscia, divertindo-se em seus próprios enganos e adulando-se em sua iniquidade.

[2] Os escarnecedores que se alegram em escarnecer – pessoas orgulhosas, que sentem prazer em incomodar a todos os que estão à sua volta, pessoas joviais que zombam de toda a humanidade, e fazem brincadeiras com tudo o que acontece em seu caminho. Mas o significado aqui é especialmente os que zombam da igreja, os piores pecadores, que zombam da submissão às verdades e leis de Cristo, e das repreensões e admoestações da sua palavra, e se orgulham de destruir tudo o que é sagrado e sério.

[3] Os loucos, que odeiam o conhecimento. Ninguém odeia o conhecimento, exceto os loucos. Somente são inimigos da religião os que não a compreendem corretamente. E são os piores loucos os que detestam ser instruídos e transformados, e que têm uma antipatia enraizada pela religiosidade séria.

(2) Como a repreensão é expressa: “Até quando agireis desta maneira?” Isto sugere que o Deus do céu deseja a conversão e a transformação dos pecadores, e não a sua ruína, que Ele sente muito desprazer com a sua obstinação e negligência, que Ele espera para ser piedoso e benigno, e que está disposto a discutir o caso com eles.

2. Ele os convida para que se arrependam e se tornarem sábios (v. 23). E aqui:

(1) O preceito é claro: “Convertei-vos pela minha repreensão”. Nós não fazemos um uso apropriado das repreensões que nos são feitas por aquilo que é mau, se não nos afastarmos de tal ato mau, e nos voltarmos para o que é bom; pois com esta finalidade foi feita a repreensão. “Convertei-vos”, isto é, retornai à vossa boa consciência, retornai a Deus, retornai ao vosso dever, retornai, e vivei.

(2) As promessas são muito encorajadoras. Os que amam a necedade se encontrarão sob uma impotência moral para modificar a sua mentalidade e o seu caminho; não poderão se converter por suas próprias forças. A isto Deus responde: “Eis que abundantemente derramarei sobre vós meu espírito”; ou seja, que se predisponham a fazer o que puderem, e a graça de Deus estará sobre eles; ela operará neles, para que desejem e façam aquele bem que, sem esta graça, não poderiam fazer. Ajuda-te, e Deus te ajudará; estende a tua mão encolhida, e Cristo a fortalecerá e curará.

[1] O autor desta graça é o Espírito, e é prometido: “Derramarei sobre vós meu espírito”, como óleo, como água; tereis o Espírito em abundância, rios de água viva (João 7.38). O nosso Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem.

[2] O meio desta graça é a Palavra, que, se a recebermos de maneira apropriada, nos converterá; por isto, a promessa: “E vos farei saber as minhas palavras”, não somente as direi avós, mas as farei conhecidas, farei com que as compreendais. Observe que sempre é necessária uma graça especial para uma conversão sincera. Mas esta graça jamais será negada a alguém que a busque honestamente e se submeta a ela.

3. Ele declara a condenação dos que continuam obstinados contra todos estes meios e métodos da graça. É grande e terrível (w. 24-43). A sabedoria, tendo chamado os pecadores para a conversão, faz uma pausa, para ver o efeito que o chamado produz, e ouve: mas eles não falam o que é reto (Jeremias 8.6), e por isto ela lhe diz qual será o fim deles.

(1) O crime é narrado, e é altamente provocador. Veja por que motivo será proferido o juízo contra os pecadores impenitentes no grande dia, e dirá que eles o merecem, e que o Senhor é justo. O motivo é, em poucas palavras, rejeitar a Cristo e às ofertas da sua graça, e se recusar a se submeter aos termos do seu Evangelho, o que os teria salvado, tanto da maldição da lei de Deus quanto do domínio da lei do pecado.

[1] Cristo os chamou, para adverti-los do perigo que corriam. Ele estendeu a sua mão, para lhes oferecer misericórdia, ou melhor, para ajudá-los a sair da sua infeliz condição, estendeu a sua mão para que eles a tomassem, mas eles se recusaram, e ninguém a considerou; alguns foram descuidados e não lhe deram atenção, ou não aceitaram o que lhes fora dito; outros foram obstinados, e, ainda que não pudessem deixar de ouvir a vontade de Cristo, ainda assim lhe deram uma negativa declarada, e recusaram (v. 24). Eles amaram a sua loucura, e não desejaram ser feitos sábios. Eles foram obstinados a todos os métodos que foram adotados para recuperá-los. Deus estendeu a sua mão em misericórdias concedidas a eles, e, uma vez que elas não puderam operar sobre eles, em correções, mas tudo se mostrou vão, eles consideraram as operações da sua mão não mais do que as declarações dos seus lábios. [

2] Cristo os repreendeu e aconselhou, não somente os repreendeu pelo que tinham feito de errado, mas os aconselhou a agir melhor (estas são repreensões de instrução e evidências de amor e boa vontade), mas eles desprezaram todo o seu conselho, como algo a que não valesse a pena dar ouvidos, e não ouviram a sua repreensão, como se estivesse abaixo deles ser repreendidos por Ele, e como se nunca tivessem feito nada que merecesse repreensão (v. 25). Isto é repetido (v.30): “Não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão”; eles consideraram as repreensões vergonhosas, e as interpretaram como insultos (Jeremias 6.10): na verdade, desprezaram toda a minha repreensão, como se fosse uma brincadeira, e não valesse a pena ser levada a sério. Observe que estão destinados à ruina os que são surdos à repreensão e aos bons conselhos.

[3] Eles foram exortados a se submeter ao governo da razão e da religião, mas eles se rebelaram contra ambas. Em primeiro lugar, a razão não os governaria, pois odiavam o conhecimento (v. 29), odiavam a luz da verdade divina, porque ela lhes revelava o mal de suas obras (João 3.20). Eles odiavam que lhes fosse dito o que não podiam suportar saber. Em segundo lugar; a religião não poderia governá-los, pois eles não escolheram o temor do Senhor, mas preferiram andar no caminho de seus corações e à vista de seus olhos. Eles foram incentivados a colocar Deus sempre diante de si, mas preferiram deixá-lo, e ao temor dele, atrás de si. Observe que aqueles que não escolhem o temor do Senhor mostram que não têm conhecimento.

(2) A sentença é proferida, e certamente é de destruição. Os que não desejam se submeter ao governo de Deus certamente perecerão sob a sua ira e maldição, e nem mesmo o próprio Evangelho os aliviará. Eles não desejaram receber o benefício da misericórdia de Deus, quando lhes fora oferecido, e por isto, com razão, cairão como vítimas da justiça divina (Provérbios 29.1). Estas ameaças terão seu cumprimento por ocasião do juízo do grande dia, e na eterna infelicidade dos impenitentes, de que há alguns sinais nos juízos do presente.

[1] Agora, os pecadores têm prosperidade e segurança; eles vivem tranquilamente, e desafiam a tristeza. Mas, em primeiro lugar, virá a sua calamidade (v. 26); virá a doença, e aquelas enfermidades que eles compreenderão que são as prisões e os prenúncios da morte; outros problemas virão à mente, em relação às suas propriedades, que os convencerão da sua loucura ao manterem Deus à distância. Em segundo lugar, a sua calamidade lhes causará grande temor. O temor os paralisa, e eles percebem que o que está mal ainda irá piorar. Quando ocorrem os juízos públicos, os pecadores de Sião têm medo, o temor surpreende os hipócritas. A morte é o rei dos terrores para eles (Jó 15.21, e versículos seguintes; 18.11, e versículos seguintes); este temor será o seu tormento contínuo. Em terceiro lugar, proporcional ao seu temor será o que lhes acontecerá. O seu temor virá (aquilo que eles temiam lhes acontecerá); virá como desolação, como um forte dilúvio, que destrói tudo o que está à sua frente; será a sua destruição, a sua destruição, final e completa; e virá como uma tormenta, um redemoinho, que expulsa, de repente, e à força, todo o joio. Observe que aqueles que não desejam admitir o temor de Deus se abrem para todos os outros temores, e estes temores provarão não ser infundados. Em quarto lugar, o seu temor será, então, convertido em desespero: Aperto e angústia lhes sobrevirão, pois, tendo caído na cova que temiam, não terão como escapar (v. 27). Saul clama: “angústias me têm cercado” (2 Samuel 1.9); e no inferno há pranto e ranger de dentes, pela tribulação e angústia à alma do pecador, o fruto da indignação e ira do justo Deus (Romanos 2.8,9).

[2] Agora, Deus se apieda da sua loucura, mas então, Ele rirá da sua calamidade (v. 26); Também “eu me rirei na vossa perdição”, como ristes do meu conselho. Aqueles que ridicularizam a religião conseguirão apenas parecer ridículos perante o mundo todo. Os justos rirão deles (Salmos 52.6), pois o próprio Deus rirá. Isto indica que eles estarão, para sempre, excluídos das compaixões de Deus; eles pecaram durante tanto tempo contra a misericórdia, que agora a afugentaram com o pecado. Os olhos do Senhor não pouparão, nem terão piedade. Na verdade, Ele ficará satisfeito com a sua justiça glorificada na ruína deles, embora agora Ele preferisse que eles se convertessem e vivessem. Ah! Eu vou me livrar dos meus adversários.

[3] Agora, Deus está disposto a ouvir as suas orações e atendê-las com misericórdia, se eles apenas o procurarem para isto, mas então a porta será fechada, e eles clamarão em vão (v. 28): “Então, a mim clamarão”, quando já será tarde demais, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. Então eles contemplariam com muita alegria aquela misericórdia que agora rejeitam e desprezam; “mas não responderei”, porque, clamei a eles, e não res­ ponderam. Toda a resposta, então, será: Apartai-vos de mim, não vos conheço. Este foi o caso de alguns nesta vida, como Saul, a quem Deus não respondeu, por Urim nem pelos profetas; mas, de modo geral, onde há vida há lugar para oração e esperança de sucesso; portanto, isto deve se referir à inexorável justiça do juízo final. Então os que desprezaram a Deus o buscarão de madrugada (isto é, fervorosamente), mas em vão; não o encontrarão, porque não o buscaram quando Ele podia ser encontrado (Isaias 55.6). O homem rico no inferno implorou, mas não foi atendido.

[4] Agora, eles estão ávidos em seguir o seu próprio caminho, e gostam dos seus próprios recursos, mas então, se fartarão deles (v. 31), de acordo com o provérbio, Que os homens comam o que plantaram; eles comerão o fruto do seu caminho; os seus salários serão de acordo com a sua obra, e, assim como foi a sua escolha, também será a sua perdição (Gálatas 6.7,8). Observe, em primeiro lugar, que existe uma tendência natural de pecar até a destruição (Tiago 1.15). Os pecadores certamente serão infelizes, se apenas comerem o fruto do seu caminho. Em segundo lugar, que os que perecerem, devem agradecer somente a si mesmos, e não poderão lançar a culpa a ninguém mais. É sua própria obra, que se vangloriem disto. Deus quererá as suas ilusões (Isaias 66.4).

[5] Agora, eles se valorizam segundo a sua prosperidade terrena, mas então, isto contribuirá para agravar a sua ruína (v. 32). Em primeiro lugar, Agora eles se orgulham de que podem se afastar de Deus e se livrar das restrições da religião; mas isto é a mesma coisa que poderá matá-los, e a lembrança disto lhes ferirá o coração. Em segundo lugar, agora eles se orgulham da sua própria segurança e por se entregarem aos prazeres dos sentidos; mas “o desvio dos simples os matará”; quanto mais seguros es­ tiverem, mais garantida e terrível será a sua destruição, e a prosperidade dos loucos os destruirá, enchendo-os de orgulho, colando seus corações ao mundo, fornecendo­ lhes combustível para seus desejos, e endurecendo seus corações em seu mau caminho.

4. Ele conclui com uma garantia de segurança e felicidade a todos aqueles que se sujeitam às instruções da sabedoria (v. 33): “Mas o que me der ouvidos” e desejar ser governado por mim, este:

(1) “Habitará seguramente”; habitará sob a proteção especial do Céu, de modo que nada lhe poderá causar nenhum dano real.

(2) “Estará descansado”, e não terá apreensões inquietantes de perigo; não somente estará a salvo do mal, mas “descansado do temor do mal”. Ainda que a terra seja movida, não temerão. Nós desejamos estar a salvo do mal, e descansados do temor do mal? Que a religião sempre nos governe, e que a Palavra de Deus seja nossa conselheira. Esta é a maneira de habitar seguramente neste mundo, e de estar descansado do temor do mal no outro mundo.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

“VAMOS ESPERAR E VER O QUE ACONTECE…”

Acompanhamento psicológico pode ser fundamental para ajudar pacientes com doenças graves a fazer melhores escolhas. Em muitos casos, fortalecer a confiança na própria capacidade de lidar com uma situação sobre a qual não temos total controle pode ser mais saudável que recorrer imediatamente a uma cirurgia.

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Imagine receber um diagnóstico de câncer ou aneurisma potencialmente perigoso e, em seguida, ouvir que o melhor é não fazer nada – apenas aguardar. Essa abordagem, chamada de “espera vigilante”, é a opção mais acertada para um número crescente de pacientes, graças a novos e poderosos exames de imagem. No entanto, lidar com a incerteza é difícil para a maioria das pessoas.

“À medida que a tecnologia é aprimorada, identificamos algumas doenças cada vez mais cedo, antes que se tornem sintomáticas ou perigosas”, diz a mastologista Shelley Hwang, do Centro Médico da Universidade Duke. Ela atende mulheres com uma condição pré-cancerosa arriscada que optam pela observação. Pacientes com câncer de próstata representam outro grande grupo para quem essa é a opção mais indicada, considerando que a progressão da doença costuma ser bem lenta e a cirurgia pode causar incontinência e impotência, além de outros efeitos colaterais. Fumantes ou pessoas que abandonaram o cigarro, em geral, apresentam nódulos pulmonares preocupantes, mas apenas cinco em cada cem de fato desenvolvem a doença.

Apesar das probabilidades favoráveis, muitos experimentam intensos sentimentos de angústia depois do diagnóstico. Anualmente, apenas 10% de 100 mil homens com câncer de próstata, elegíveis do ponto de vista médico para a abordagem cirúrgica, optam por ela; e um quarto dos que inicialmente escolhem a observação desiste em até três anos, segundo relatório publicado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. “A ansiedade não justifica a escolha por tratamentos invasivos”, afirma o psicólogo David Victorson, professor da Universidade Northwestern. Contudo, muitos acreditam piamente que a cirurgia é a única opção – e pedem por ela, apesar de ser invasiva e desconfortável.

Considerando isso, os cientistas investigam a melhor forma de ajudar quem sofre com essa situação. Um estudo recente comprova o que intuitivamente sabemos: fortalecer a confiança na capacidade de lidar com a situação inquietante e assustadora, sobre a qual não temos total controle, é solução mais saudável e eficiente. Os pesquisadores pediram a 71 pacientes com câncer de próstata, em espera vigilante, que avaliassem a si mesmos de acordo com uma série de declarações sobre gestão do estresse. Os voluntários deveriam classificar o quanto concordavam com afirmações como “sempre que me sinto contrariado, reexamino meus pensamentos para ter outras perspectivas” ou “sei que sou capaz de escolher a melhor maneira de administrar situações difíceis”.

Aqueles que acreditavam ter maior recurso interno para lidar com os contratempos apresentaram menor angústia associada ao câncer do que os que se sentiam menos preparados para enfrentar esse tipo de circunstância, segundo os resultados publicados no Journal of Behavioral Medicine. Na opinião dos autores do estudo, é importante, portanto, que médicos contem com a ajuda de psicólogos que acompanhem esses pacientes para fazer um levantamento cuidadoso sobre a autoconfiança dessas pessoas antes de sugerir a espera vigilante. Nesse sentido, o acompanhamento psicológico pode ser um grande diferencial na forma de lidar com o diagnóstico.

FALAR SOBRE O MEDO

Uma boa opção para os mais ansiosos é a meditação consciente, que ajuda o praticante a se concentrar no presente e a amenizar suas preocupações. Victorson liderou um estudo, atualmente submetido para publicação, com pacientes com câncer de próstata. O pesquisador descobriu que 23 homens que se submeteram a essa técnica por oito semanas apresentaram significativamente maior segurança, e o sofrimento associado ao diagnóstico se mostrou um catalisador para mudanças psicológicas positivas, em comparação com 18 que receberam apenas um livro de meditação para ler. Os ganhos permaneceram por pelo menos um ano.

Certamente não há uma única forma eficiente de lidar com a ansiedade nem um caminho que seja adequado a todas as pessoas. Mas os resultados apontam uma saída: escolher entre uma longa espera que pode trazer angústia e um tratamento arriscado não é a única opção. Encontrar um espaço seguro para falar de temas que nos afligem, como o medo da dor e da morte, pode ser o caminho mais seguro e trazer ótimos resultados.

Vamos esperar e ver o que acontece. 2 

CRENÇAS QUE FAZEM MAL

O diagnóstico de uma doença grave costuma cair como uma bomba na vida do paciente e daqueles que estão próximos. Por mais equilíbrio emocional que a pessoa tenha, não raro a notícia deflagra sentimentos angustiantes e a sensação de desamparo. Em alguns casos, esses estados de espírito chegam imediatamente; em outros, demoram algum tempo para aparecer, mas nem por isso são menos desconfortáveis ou requerem menos atenção. Considerando que a ansiedade tem caráter antecipatório e seu principal sintoma seja o medo, é compreensível que apareça justamente como algo assustador (e nem sempre possível de controle) em nossa vida.

Não há receita única e infalível para se haver com o desconforto, mas ter a ajuda de um psicólogo (e em muitos casos de um psiquiatra que possa receitar medicamentos necessários) pode ser decisivo. Além disso, porém, algumas predisposições para rever valores e crenças fazem enorme diferença.

Em primeiro lugar, e em vez de recriminação, ajuda muito buscar entendimento e aceitação da situação, sem perder tempo e energia procurando culpados. O psicólogo Robert L. Leahy, diretor do Instituto Americano de Terapias Cognitivas, ex-presidente da Associação Internacional de Terapia Cognitiva e Comportamental, nos Estados Unidos, sugere alguns pontos que valem a pena ser questionados:

PRECISO SER FORTE PARA APOIAR MINHA FAMÍLIA

É fundamental lembrar-se de que o paciente é você – o que quer dizer que merece ser cuidado e pode pedir ajuda. É louvável que queira proteger seus entes queridos e justamente por isso é tão importante ter o espaço protegido de um acompanhamento psicológico para que possa falar de suas dúvidas, fantasias e angústias, sem receio de alarmar alguém.

VOU FICAR MAIS DOENTE POR CAUSA DA ANSIEDADE

Isso não é verdade. Ela pode ser desagradável, mas não perigosa. Na verdade, trata-se simplesmente de pensamentos que nos tiram do momento presente e nos fazem nos preocupar com o que acreditamos que está por vir – sem termos certeza do que realmente acontecerá. Muitas vezes, o medo faz a situação parecer muito mais grave do que realmente é.

NÃO QUERO PARECER FRACO

Não há nada de ilógico ou vergonhoso na ansiedade. A força pode estar justamente na capacidade de se reconhecer frágil. Ela não é algo que você escolhe, assim como o diagnóstico que recebeu. Na verdade, essa inquietação indica que você tem capacidade de detectar o perigo para lidar com ele da melhor forma possível.

PRECISO ME LIVRAR DESTE MAL-ESTAR

Não, não precisa. Você não conseguirá afastar totalmente a ansiedade, principalmente num momento tão delicado, em que a própria saúde está em risco. Negar os sentimentos incômodos apenas os fortalece, por isso o mais saudável é reconhecer que eles existem. Curiosamente, quando você aceita a angústia, ela se torna menos intensa e ameaçadora.

MINHA ANSIEDADE ESTÁ SAINDO DO CONTROLE

Mesmo em situações compreensivelmente assustadoras, a ansiedade dura algum tempo e depois se torna mais leve. Pode surgir novamente, mas é importante se lembrar de que você não precisa estar no controle da situação; na maioria das vezes, aliás, o controle é uma ilusão. É possível deixar que a ansiedade esteja presente, sem que isso o impeça de desfrutar daquilo que é importante ou prazeroso para você.

PRECISO SER POSITIVO

Sim, essa atitude é importante, mas você tem todo o direito de se sentir ansioso também. Seja flexível e reconheça que sua mente está tentando protegê-lo, avisando-o de que algo escapou do seu controle. É compreensível que tenha medo ou raiva e não há por que se culpar por isso.

OUTROS OLHARES

ELES DEVEM SE MEXER MUITO MAIS

Levantamento mundial mostra que os jovens não praticam atividade física em níveis adequados. No Brasil, a situação é a mesma e também preocupa.

Eles devem se mexer muito mais

O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedicada ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentárias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esqueletos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria dos países tirou nota “D”.

O resultado apresenta praticamente os mesmos índices registrados nos dois levantamentos anteriores, em 2014, em 15 países, e em 2016, com a participação de 38 nações. Significa que nesses quatro anos nada mudou. A principal causa do sedentarismo infantil está associada ao estilo de vida contemporâneo, baseado no uso de carros para ir de um lugar ao outro, em poucos espaços ao ar livre para brincar e no tempo excessivo passado online, em redes sociais e jogos. “Tudo isso coloca as novas gerações em um caminho perigoso”, disse Mark Tremblay, presidente da Aliança e professor da Universidade de Ottawa, no Canadá.

DESAFIOS PELA FRENTE

O sedentarismo é fator de risco para diversas doenças, a começar pela obesidade e diabetes. Sem tratamento, a combinação das três condições leva a desfechos como o infarto e o acidente vascular cerebral. Mais recentemente, a falta ou pouca atividade física também foi vinculada ao desenvolvimento do câncer, mesmo que de forma indireta, ao facilitar o ganho de peso. A obesidade figura entre os gatilhos para o desenvolvimento de vários tumores, entre eles o de mama. Em seu alerta, feito durante o anúncio dos resultados, na segunda-feira 26, Tremblay lembrou os desafios que os jovens terão pela frente em um mundo que passa por mudanças climáticas importantes e rápidas transformações tecnológicas. “Eles precisarão estar fisicamente bem e se tornarem adultos resilientes, que sobrevivam a isso tudo e ajudem a mudar o mundo”, ressaltou o médico.

As conclusões deixam claro que enfrentar a inatividade física infantil exige uma abordagem ampla que envolva aplicação de políticas públicas, incentivo familiar e escolar e mudança de cultura. Na Eslovênia, que obteve algumas das melhores notas, o esporte é um item da identidade nacional. No Japão, desde 1953 vigora uma lei determinando a “prática da caminhada para a escola”. Ela estabelece que escolas do ensino fundamental sejam localizadas a não mais do que quatro quilômetros da residência do estudante e que as de ensino médio não podem ficar a mais de seis quilômetros da casa do aluno.

As médias brasileiras seguem os níveis pífios encontrados na maioria dos outros países. O país não tirou nenhuma nota “A” nos itens analisados — de atividade física em geral a estímulo familiar e na escola. A melhor avaliação foi no quesito “esporte organizado”, no qual o País tirou nota “C+”. O coordenador da parte brasileira foi Diego Augusto Santos Silva, professor de educação física da Universidade Federal de Santa Catarina. “A situação do Brasil é preocupante. As crianças e adolescentes têm poucas oportunidades de prática de atividade física dentro e fora da escola”, afirma. O documento aponta três prioridades para o Brasil: implantar políticas de estímulo em todo o território (muitas regiões não contam com nada nesse sentido), tornar a educação física prioridade nas escolas e melhorar a estrutura das cidades assegurando às crianças parques e ruas seguras onde possam brincar ao ar livre.

Eles devem se mexer muito mais.2

GESTÃO E CARREIRA

O QUE A REDE DIZ SOBRE SUA MARCA

Ferramentas que ajudam a cruzar informações são importantes e tornam-se decisivas para quem busca sucesso nas redes sociais.

O que a rede diz sobre sua marca

O Facebook é uma rede social que conta com bilhões de usuários em todo o mundo. Uma população virtual de consumidores de conteúdo, interação e marcas. Muita gente ainda pensa que administrar uma fanpage dentro desta rede requer apenas boa vontade e se esquece da técnica, da estratégia e do investimento correto. Mas é preciso extrair mais e mais da rede social, podendo render lucro para sua empresa ou, ao menos, deixá-la “bem na foto” do mundo virtual.

De nada adianta ter uma fanpage bonita e atualizada se você não souber se ela está trazendo retorno. É preciso analisar dados e, a partir de então, planejar o que vem pela frente. O próprio Facebook dá um empurrãozinho nisso por meio da ferramenta Insights. Por meio dela, a pessoa responsável pelo conteúdo na rede pode saber quem é o público que mais interage com os posts, qual o melhor horário para postar, qual publicação teve maior número de engajamento e também aquela que não trouxe nenhuma interação. “É a partir dessas informações que a linha editorial e a estratégia de conteúdo são montadas”, afirma a especialista de Redes Sociais, Talita Bazetto.

Além disso, o Facebook Insights permite analisar, por exemplo, dados como a idade dos fãs e seus hábitos de consumo. É uma forma de permitir que a marca seja mais competitiva. O professor da Pós-Graduação em Marketing Digital do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte/MG, Edson Alves, exemplifica dizendo que uma marca que quer falar com um público jovem, em idade pré-vestibular, erra quando as postagens e geração de conteúdos estejam atraindo homens com mais de 34 anos. “Em casos como esse, o Insights, com sua coleta de dados, mostrará que algo está errado, e deve-se rever a linha editorial da página para se adaptar ao target efetivo”, reforça o especialista.

Mais do que analisar dados, é preciso que eles façam parte de um planejamento amplo. O fundador e CEO da agência digital A2C, Anderson de Andrade, gosta de dizer que “não há formula, e sim muito estudo”. E ele está completo de razão, afinal, administrar Facebook requer planejamento, muito planejamento. “No planejamento estratégico a equipe de mídia deve fazer estudos e entender a necessidade do cliente e com quem ele se comunicará. Esse será o principal público”, explica.

Diante desses estudos, você começa perceber que em alguns horários suas publicações atraem melhores resultados. Receita que vale para todos? Jamais. Tudo vai depender do público que deseja atingir. Mais uma vez, entra em cena o tal do planejamento. “Deve-se fazer um exame do público-alvo das postagens, da ligação deste com a marca e uma avaliação sistemática do funcionamento dos posts pelos horários de maior engajamento. Não é ciência exata”, comenta Edson Alves.

Tudo depende dos objetivos da marca, ou seja, para certas empresas o importante serão os likes, para algumas, os compartilhamentos, e para outras, o diálogo, seja via inbox ou nos comentários da página. Em um caso específico existe uma regra para o horário, é o que garante Talita Bazetto: ”A única exceção é para posts de datas comemorativas. Esses devem ser publicados sempre na parte da manhã”.

DETALHES IMPORTAM

No portal Dona da Cama – e-commerce de pijamas – a gestão das redes sociais da marca é feita na base dos detalhes. Toda a estratégia é pensada para que as conversões de vendas aconteçam, por isso, as postagens precisam ter a comunicação adequada para conquistar o consumidor. A marca divide as publicações em duas frentes: as institucionais e as promocionais. “Para assegurar conteúdo de qualidade, é importante abordar assuntos do universo do público-alvo, ficar sempre atento às fontes seguras e às regras de cada rede social”, diz a diretora do Dona da Cama, Gabriela Neves.

A executiva cobra da equipe que o caminho oferecido para realizar a compra esteja em perfeito funcionamento, desde o Facebook até a loja virtual. Para esse tipo de post o Facebook oferece inúmeras ferramentas, todas com regras e formas corretas de se utilizar.

Pontos bem definidos que ajudam nos resultados positivos. As publicações são diárias, e o comportamento dos consumidores da marca fez com que as publicações passassem a ser realizadas na parte da tarde, já que a análise dos dados mostrou que as vendas acontecem com mais intensidade depois das 18h. “O que buscamos com maior veemência é a unidade da comunicação e a escolha dos assuntos abordados. É muito importante transmitir sempre o conceito da marca, que, no caso da Dona da Cama, consideramos um grande diferencial”, conta Gabriela.

MAIS ATENÇÃO

Mas nem todas as empresas dão à fanpage do Facebook a devida atenção que ela merece. Pode parecer loucura de imaginar, mas algumas marcas deixam a página às moscas, sem novas publicações ao longo de diversas semanas. Essa é apenas uma das mancadas que persistem em acontecer. E tem mais. ‘Tem empresa que mantém um perfil – de amigo – ao invés de uma fanpage. Isso ainda acontece muito. Outro erro é o spam de propaganda, que espanta o usuário e prejudica a fanpage, aparecendo cada vez menos para esse usuário”, destaca o CEO da Agência ISSO É.com, Alex Villaverde.

Na lista dos deslizes entra também o excesso de “amor próprio” nutrido pela marca. Postagens que falam somente da empresa e dos produtos ou serviços oferecidos. Uma chatice repetitiva e desinteressante que afasta os fãs.

Talita Bazetto lembra também que não respeitar a opinião do usuário é um erro inaceitável, podendo gerar uma crise. “As redes sociais estão aí para aproximar empresa e cliente. Se existe uma opinião ou uma reclamação, a empresa precisa respeitar e se posicionar. Ignorar ou apagar uma mensagem pode gerar grandes problemas nas redes sociais”, ressalta Talita. Por isso, quem fala quer ser ouvido. Dê a devida atenção aos seus seguidores e fãs.

AS MELHORES PUBLICAÇÕES

Já que os especialistas ouvidos apontaram o que não pode ser feito, agora chegou a hora de dizer o que deve ser praticado. Mais uma vez, não há uma receita. É preciso saber usar a estratégia do trio: planejar ação, executar a postagem e analisar os resultados. Várias coisas podem ser testadas, como o tamanho das postagens (textos) e o tipo de postagem: perguntas, quizzes, vídeos, links, usar ou não imagens… O importante é dividir as postagens por tipo e medi-las de maneira eficiente! Nunca se esqueça de incentivar a interação.

Anderson de Andrade da A2C destaca que antes o Facebook dava mais resultados com o uso de imagens, mas a moda agora são os pequenos vídeos, chamados de Cinemagraphs. “Cabe lembrar que sempre é necessário ter um plano de mídia para que o conteúdo funcione da melhor maneira possível”, complementa.

Percebeu que gerir uma rede social não é tarefa fácil? É possível extrair, e muito, dela, mas para isso saiba que é preciso ter alguém capacitado à frente de sua fanpage. Não qualquer “alguém”, e sim o especialista que saiba transformar o resultado em retorno direto ou indireto para sua marca. “Crie um canal com conteúdo relevante que estreite esse relacionamento. É a partir daí que o retorno esperado pode chegar, pois quando as pessoas se sentem conectadas com uma empresa, têm mais propensão a optar pelo seu produto ou serviço”, orienta Talita Bazetto.

Não saia fazendo de qualquer maneira sua gestão em redes sociais. Tenha suas prerrogativas e seus objetivos bem delineados. Defina os investimentos em tempo, dinheiro e pessoal de maneira clara. ”Através do planejamento são definidos fatores como o objetivo da marca, forma de atuação, tipo de abordagem, estratégias a ser utilizadas e posicionamento em situações de risco como reclamações”, finaliza Edson Alves, do Centro Universitário Newton Paiva.

 

 COMO BOMBAR SUA FANPAGE

OS TEXTOS DEVEM SER SUCINTOS

As pessoas não querem ler textos longos, pois são cansativos. Prefira textos curtos, do tipo “direto ao ponto”. Se precisar publicar algo maior, faça um link e direcione para seu site ou blog.

USE IMAGENS

O Facebook, especialmente na América do Sul, é extremamente imagético.

Selecione imagens legais ligadas ao assunto exposto e publique-as conjuntamente. Não se esqueça de adaptar as imagens ao padrão de formato do Facebook.

USE LINKS ENCURTADOS

Quando precisar usar o redirecionamento para algum link, faça a sua redução. A ideia é não ter links enormes, ocupando uma importante fatia do texto. Há várias ferramentas gratuitas para esse fim.

USE VÍDEOS COM MODERAÇÃO

O uso de vídeos é muito bem-vindo e atrai a atenção de muita gente, mas lembre-se: os vídeos devem ter boa qualidade, devem ter fonte quando você os republicar e devem estar alinhados com os objetivos de planejamento da marca.

VARIE OS POSTS

Lembre-se de não falar apenas do seu produto ou serviço. Coloque outros assuntos interessantes, ligados de alguma forma ao negócio. Uma academia de musculação pode, por exemplo, falar sobre “dicas nutricionais” ou “sobre uma maquiagem legal para a balada”. Use e abuse da criatividade na hora de formatar essa Linha Editorial.

 Fonte: EDSON ALVES, do Centro Universitário Newton Paiva.

 

NÃO COMETA ESTES ERROS

  • Não definir um conceito.
  • Não ter uma linha editorial e visual única para que os usuários possam se identificar com a marca.
  • Não falar o mesmo “idioma” dos usuários.
  • Pensar apenas no Facebook, e não em todos os canais da marca. Fazer conteúdo cruzado é de extrema importância para que a marca se consolide no ecossistema digital como um todo.
  • Não monitorar. É o monitoramento que vai mostrar se a sua estratégia está indo para o caminho certo ou para o errado. Quanto mais alinhado estiver com sua equipe mais rápida será a tomada de decisões importantes para a sua marca.

Fonte: ANDERSON DE ANDRADE, Da A2C.

ALIMENTO DIÁRIO

PROVÉRBIOS 1: 10-19

Pensando biblicamente

Conselhos dos Pais

 

Aqui, Salomão fornece outra regra geral para os jovens, para que descubram os caminhos da sabedoria, e se conservem neles, e esta regra é prestar atenção à armadilha das más companhias. Os salmos de Davi começam com esta advertência, e também os provérbios de Salomão; pois nada é mais destrutivo, tanto para uma devoção vívida quanto para um modo de vida regular (v.10): “Filho meu, se os pecadores, com blandícias, te quiserem tentar, não consintas”. Este é um bom conselho para que os pais deem aos seus filhos, quando os enviam ao mundo; é a mesma coisa que Pedro disse aos seus convertidos (Atos 2.40), “Salvai-vos desta geração perversa”. Observe:

1. Como as p