PSICOLOGIA ANALÍTICA

ADOECER A QUALQUER CUSTO

Em uma década, Antônio C. sofreu mais de dez intervenções cirúrgicas para controlar as dores que o atormentavam, mas a etiologia de sua patologia não é física e sim psíquica. Ele sofre da síndrome de Münchausen: coloca a própria vida em perigo para ser internado e receber cuidados.

adoecer a qualquer custo

Como fazia todas as manhãs, em uma segunda-feira Antônio C., de 40 anos, levou seu filho, de 7, para a escola e depois seguiu para seu local de trabalho. Mas, no meio do caminho, um mal-estar intenso o dominou – e ele mudou de ideia. Correu para um hospital, sem avisar a esposa ou a mãe, com quem mantinha estreito contato. No pronto-socorro queixou-se de uma ansiedade incontrolável e, transtornado, pediu para ser examinado por um psiquiatra ou para falar com um psicólogo.

A decisão de procurar ajuda psicológica nascia de uma situação que lhe parecia insustentável: nos últimos meses, sua família havia descoberto que Antônio tinha grandes dívidas, acumuladas em jogos de azar durante anos. Depois de uma reação inicial de raiva e indignação, os parentes tinham se mostrado compreensivos, mas Antônio sentia-se deprimido, confuso, estressado; não conseguia se alimentar nem dormir. Costumava dizer que tinha enveredado por uma “estrada sem volta”. Foi-lhe, portanto, aconselhada uma internação na ala de psiquiatria, que Antônio aceitou aparentemente de bom grado, ainda que estivesse preocupado com as reações das pessoas da família.

No primeiro exame físico os médicos notaram, além das numerosas cicatrizes nas costas e no abdome do paciente, a presença de um neuroestimulador subcutâneo e de um dispositivo analgésico espinhal que libera morfina lentamente. Esse sofisticado sistema, instalado de forma permanente, era o resultado – como atestavam os registros do hospital – de mais de dez cirurgias na coluna vertebral, à quais o paciente tinha sofrido na última década.

Depois de duas intervenções no joelho esquerdo, quando tinha 30 anos, Antônio se submeteu a operações de hérnia de disco na região lombar da coluna vertebral, que lhe causava insuportáveis dores; o diagnóstico era lombociatalgia. Segundo os relatórios médicos, o desconforto do paciente persistia, apesar das intervenções cirúrgicas e dos resultados inconclusos dos controles radiológicos (nem a tomografia computadorizada, nem a ressonância magnética eram suficientes para determinar uma origem orgânica para a dor).

INDUÇÃO DE SINTOMAS
Por ocasião das suas consultas recorrentes de neurocirurgiões e especialistas em dor, notou-se que o paciente respondia positivamente à morfina, mas também ao placebo (substância sem atividade farmacológica, mas que em alguns casos pode produzir resposta positiva). Para explicar o “efeito placebo”, os profissionais recorreram ao sistema dos opioides endógenos.

Em virtude da invalidez, Antônio C. cumpria jornada de meio período, mas, muitas vezes, se ausentava do trabalho, sem o conhecimento da família. Tinha dificuldade para controlar sua impulsividade, por exemplo, no que dizia respeito aos jogos de azar; sentia-se frequentemente oprimido por uma sensação de claustrofobia e às vezes mergulhava em estado de confusão mental, durante o qual apresentava medo de perder o controle e intenso sentimento de angústia. Os clínicos que o acompanhavam diagnosticaram a síndrome de Münchausen, baseando-se em sua tendência patológica a mentir e na constante procura por internações e terapias cirúrgicas –mesmo na ausência de um histórico objetivo que justificasse a sintomatologia dolorosa.

A mulher e principalmente a mãe de Antônio reagiram mal à notícia de que ele sofria de transtorno emocional. Embora tivessem suportado com grande coragem e disponibilidade as numerosas intervenções cirúrgicas sofridas por ele, não aceitavam que o paciente precisasse de ajuda psicológica. Sentiam-se envergonhadas com a situação e, aos conhecidos que pediam notícias de Antônio, respondiam que estava fora a trabalho. Sob a pressão delas e sem dar aos médicos o tempo necessário para organizar um percurso terapêutico adequado, Antônio saiu do hospital.

EM BUSCA DE ATENÇÃO
O caso, descrito pelas psiquiatras italianas Camilla Callegari, Paola Bortolaso e Simone Vender, do Departamento de Medicina Clínica da Universidade da Insúbria, revela características típicas da síndrome de Münchausen. Trata-se de uma patologia que leva quem dela sofre a vagar de um hospital a outro, simulando as mais variadas condições patológicas e, em muitos casos, a se submeter a inúmeras e inúteis intervenções cirúrgicas.

Mas as viagens incríveis e as peripécias mirabolantes narradas no romance fantástico As aventuras do barão de Münchausen, de Rudolf Erich Raspe, de 1785 – obra que inspirou a denominação da patologia – são ofuscadas pela inesgotável fantasia com a qual os pacientes simulam ou provocam em si mesmos as mais diversas doenças. A síndrome de Münchausen pode ser definida como uma patologia da relação médico–paciente: indivíduos afetados por ela provocam intencionalmente em si mesmos a manifestação de sintomas, muitas vezes graves, para serem internados e assumirem a identidade de doente, com todas as “vantagens” que este papel comporta: desresponsabilização, necessidade de proteção e dependência.

Não raro, a pessoa arrisca a própria vida para conseguir uma internação ou uma intervenção cirúrgica. Pode provocar hemorragias ingerindo fármacos anticoagulantes, desencadear crises hipoglicêmicas consumindo insulina ou, ainda, contrair infecções, às vezes graves, contaminando com fezes ou urina feridas preexistentes ou injetando o muco dos ferimentos em várias partes do corpo. E tudo isso não é para conseguir vantagens materiais: o único objetivo dessas pessoas é serem consideradas doentes.

Não existe interesse, por exemplo, de obter ressarcimentos ou incentivos econômicos, evitar o serviço militar, o trabalho, ou então fugir de procedimentos judiciários. Nesses casos, o que se constata, em geral, são simulações e não procedimentos infligidos pelos pacientes a si mesmos, que lhes causam grandes sofrimentos. Foram estudados casos de pessoas que provocavam no próprio corpo enfisemas subcutâneos injetando ar sob a pele, ou abscessos mamários provocados pela introdução de material fecal nas mamas. Em um paciente foram encontrados elevados níveis de radioatividade por causa dos vários exames aos quais ele havia se submetido em poucos dias.

Em geral, os doentes inventam histórias para explicar os seus sintomas. Submetem-se a muitos diagnósticos, muitos deles invasivos e desconfortáveis. Se os resultados dos exames são negativos, costumam reagir mal, acusando os médicos de incompetência e, por fim, quando são “desmascarados”, quase sempre deixam rapidamente o hospital para dirigirem-se a outra instituição. Empreendem, assim, uma espécie de dolorosa “peregrinação hospitalar” – não em busca de cura, mas de cuidados e atenção.

Uma grande variedade de doenças pode ser simulada por tais pacientes: distúrbios abdominais, alterações da coagulação sanguínea, sintomas neurológicos e psiquiátricos, doenças dermatológicas e autoimunes, desequilíbrios metabólicos, patologias renais, cardiopatias, artrite e sequelas de abuso sexual. Exames de imagem do cérebro desses pacientes mostram que muitos deles apresentam lesões ocorridas precocemente no córtex pré-frontal. A existência de disfunção nessa área cerebral, entretanto, não é determinante da síndrome.

POR PROCURAÇÃO
Um caso particular é o da chamada “síndrome de Münchausen por procuração”, descrita pela primeira vez em 1977 pelo pediatra inglês Roy Meadow, na qual a pessoa simula ou provoca uma doença em outra pessoa para chamar a atenção sobre si, suscitar sentimentos de reconhecimento, compaixão e, por fim, o papel de quem, exaurido pelos constantes cuidados que dispensa, também precisa ser atendido. Muitas vezes trata-se de mães com características de personalidade borderline, que provocam voluntariamente feridas ou lesões nos próprios filhos, ou ainda os envenenam, como no filme O sexto sentido, de M. Night Shyamalan, de 1999, no qual o fantasma de uma menina revela ao protagonista ter sido envenenada com detergente pela mãe.

Um estudo do Departamento de Pediatria do Children’s Hospital and Regional Medical Center de Seattle, publicado em junho na Pediatric Nephrology, examinou fichas de 135 pessoas com síndrome de Münchausen por procuração. Os casos ocorreram ao longo de mais de três décadas. Um quarto das crianças apresentava sintomas no aparelho urinário ou suposto abuso sexual, sendo o autor da simulação, na quase totalidade dos casos, a mãe. Em média, o intervalo de tempo transcorrido desde o início dos sintomas até o reconhecimento da farsa era de quatro anos e meio – o que é bastante tempo, principalmente se levarmos em conta que, muitas vezes, os danos provocados pelos procedimentos de simulação tinham causado a morte das pequenas vítimas.

Apesar da predominância feminina nesse tipo específico de manifestação da patologia, de forma geral a síndrome de Münchausen é mais frequente em homens e também se associa, muitas vezes, a traços de personalidade borderline ou anti sociais. Entre os fatores de predisposição à doença podem estar experiências de abandono ou maus-tratos vividos durante a infância, mas, sobretudo, se destaca nas histórias desses pacientes sua frequente relação com médicos: a maioria foi submetida a longos tratamentos por doenças reais quando criança ou são profissionais de saúde.

TRANSTORNO FICTÍCIO

No século XIX, o comportamento patológico que consistia em produzir ou simular sintomas intencionalmente foi objeto de estudo e recebeu o nome de “patomímia”. Foi o médico inglês Richard Asher que, em 1951, deu o nome de síndrome de Münchausen a uma forma particular do transtorno caracterizado pela tendência patológica de mentir (também chamada pseudologia fantástica). Os pacientes acompanhados por Asher tinham em comum a peregrinação de um hospital a outro e a recorrente simulação, mais ou menos consciente, de doenças físicas.

A Associação Psiquiátrica Americana classifica a síndrome de Münchausen entre os “transtornos fictícios”, diferenciando-a da simulação (que apresenta vantagens materiais para o indivíduo) e dos transtornos que no passado eram classificados como histéricos (como a conversão, estudada por Sigmund Freud, na qual sintomas como perda da voz ou paralisia de membros não são produzidos intencionalmente e têm para o indivíduo um significado simbólico). Já na síndrome de Münchausen, também conhecida como “síndrome da dependência hospitalar”, “dependência policirúrgica” ou “síndrome do paciente profissional”, o único objetivo da pessoa é ser internado e, possivelmente, operado.

CrÈdito: DivulgaÁ„o

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O CALOR DOS CÉREBROS TRABALHANDO, VISTO DO CÉU

Um mapa mostra a intensidade da atividade tecnológica nas organizações.

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Mapas de calor já eram usados na França, em 1826, para apresentar dados demográficos. Este ano, foram aplicados durante a Copa do Mundo para mostrar a movimentação dos jogadores nas partidas. Com a explosão de dados e georreferenciamento, vêm sendo empregados para monitorar diferentes aspectos dos negócios, como movimentação de máquinas. E se a técnica puder apontar onde a transformação digital e a criação de novos serviços ocorre com mais intensidade? A Revelo, um banco de profissionais online, fez essa experiência na cidade de São Paulo. “Listamos endereços de 500 clientes que solicitaram desenvolvedores de software e monitoramos o ‘calor’ emitido nesses locais”, diz Mateus Pinho, 27 anos, diretor na Revelo. “Calor”, no caso, é a presença de programadores ou “devs” no local. A premissa é que se há mais “calor”, a empresa está trabalhando em algo novo. O bairro de Pinheiros despontou como o mais ativo na capital paulista. Sabe-se que parte do processo criativo pode ocorrer remotamente, na casa dos funcionários ou numa Starbucks. “Mas é bem razoável supor que a frequência e duração de reuniões presenciais para consolidar essas atividades indiquem onde a inovação é mais provável”, diz Pinho. Até o final do ano, a Revelo fará mapas similares em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

o calor dos cérebros trabalhando, visto do céu.2

 

 

GESTÃO E CARREIRA

PRESSÃO NOS PONTOS CERTOS

Gestoras de fundos com bilhões em ativos vêm cobrando empresas para que incluam mais mulheres nos conselhos. A mudança está em andamento.

pressão nos pontos certos

Depois que grandes gestoras de fundos passaram a exigir mais mulheres nos conselhos das companhias abertas, o ritmo dessa mudança aumentou. É difícil estabelecer relações diretas de causa e efeito, mas de janeiro a maio executivas ocuparam 31% das novas vagas de conselheiros em companhias abertas americanas, segundo levantamento da Institutional Shareholder Services. É o índice mais alto em pelo menos dez anos. A BlackRock, maior gestora do mundo, com US$ 6,3 trilhões em ativos, pressiona companhias desde o início do ano para que tenham ao menos duas diretoras no conselho (na BlackRock, mulheres ocupam cinco das 18 cadeiras). A State Street Global Advisors (SSGA), uma das quatro maiores gestoras do mundo, responsável por US$ 3 trilhões, interpelou desde o ano passado 700 empresas que não tinham mulheres em seus conselhos. Desde então, 152 empresas contrataram conselheiras e outras 34 se comprometeram a fazê-lo. O fundo Blue Harbor Group tornou pública sua política ativista de apoio à diversidade. A australiana Hesta adotou outra abordagem: iniciou uma pesquisa entre 70 de suas parceiras, firmas menores de gestão, a fim de saber se há nelas mulheres com poder sobre as decisões de investimento. O Brasil segue devagar – o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, alertou que 31% das empresas que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) não têm mulheres no conselho nem planos para mudar isso.

ALIMENTRO DIÁRIO

JOÃO 20: 26-31 – PARTE III

alimento diário

A Incredulidade de Tomé

 

III – O que aconteceu entre Cristo e Tomé, nesta reunião. E somente isto está registrado, embora possamos supor que Ele tenha dito muitas coisas aos de­ mais apóstolos. Aqui temos:

1. A graciosa condescendência de Cristo para com Tomé, v. 27. Ele o separou do resto, e dedicou-se particularmente a ele: ‘”Põe aqui o teu dedo’, e, já que tu queres isto, ‘vê as minhas mãos’, e satisfaz ao máximo tua curiosidade sobre as marcas dos pregos; ‘chega a tua mão’, e, se nada menos do que isto te convencer, ‘põe-na no meu lado”‘. Aqui temos:

(1) Uma repreensão implícita à incredulidade de Tomé, na clara referência que há aqui àquilo que Tomé tinha dito, respondendo palavra por palavra, pois Jesus as tinha ouvido, embora não pudesse ser visto. E poderíamos pensar que o fato de Cristo lhe dizer isto deve tê-lo envergonhado e feito ruborizar-se. Observe que não existe uma palavra de incredulidade em nossos lábios, nem um pensamento de incredulidade nas nossas mentes, em qualquer ocasião, que não seja de conhecimento do nosso Senhor Jesus, Salmos 78.21.

(2) Uma condescendência expressa à fraqueza humana, que fica evidente em duas coisas:

[1] Que Ele suporta que sua sabedoria receba algum tipo de exigência. Os grandes não receberão ordens dos seus inferiores, especialmente nos seus atos de graça, mas Cristo aqui se presta a atender até mesmo à exigência descabida de Tomé, em algo desnecessário, em lugar de romper com ele, deixando-o com sua incredulidade. Ele “não esmagará a cana quebrada”, mas, como um bom pastor, tornará a trazer a ovelha desgarrada, Ezequiel 34.16. Assim, nós devemos suportar as fraquezas dos fracos, Romanos 15.1,2.

[2] Ele suporta que seus ferimentos sejam investigados, permite que Tomé inclusive coloque a mão no seu lado, para que assim, por fim, ele creia. Assim, para a confirmação da nossa fé, Ele instituiu uma ordenança com o propósito de manter sua morte na lembrança, embora fosse uma morte ignominiosa, vergonhosa, e alguém pudesse pensar que ela deveria ser esquecida, e não mais mencionada. Mas, porque sua morte era uma evidência do seu amor, assim como seria um incentivo à nossa fé, Ele recomenda que se celebre a lembrança dela. E nesta ordenança, em que testemunhamos a morte do Senhor, nós somos chamados, por assim dizer, a colocar nosso dedo nas marcas dos pregos. Estenda sua mão até Ele, que estende sua ajuda, convidando, dando-lhe sua mão. As palavras que Cristo usa para encerrar o que tinha a dizer a Tomé são impressionantes: “Não sejas incrédulo, mas crente”, – não se torne um incrédulo, como se Tomé corresse o risco de ser selado na incredulidade naquele momento, caso não cedesse imediatamente. Este aviso é dado a todos nós: “Não sejas incrédulo”. Pois, se formos incrédulos, não teremos Cristo nem a graça, não teremos esperança nem alegria. Portanto, devemos dizer: “Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade”.

2. A aceitação crédula de Tomé a Jesus Cristo. Agora ele está envergonhado da sua incredulidade, e clama: “Senhor meu, e Deus meu!”, v. 28. Não sabemos se ele colocou seu dedo nas marcas dos pregos. Aparentemente, ele não o fez, pois Cristo diz (v. 29): “Porque me viste, Tomé, creste”. Ver foi o suficiente. E agora a fé surge vencedora, depois da batalha contra a incredulidade.

(1) Agora Tomé está plenamente convencido da verdade da ressurreição de Cristo – que o mesmo Jesus que foi crucificado agora está vivo, e que este é Ele. Sua lentidão e relutância em crer podem ajudar a fortalecer nossa fé, pois aqui parece que as testemunhas da ressurreição de Cristo, que a confirmaram ao mundo, e que empenharam suas vidas nisto, não eram homens que criam facilmente, mas eram suficientemente cautelosos, e deixavam em suspenso sua fé até que tivessem tido a última evidência que podiam desejar. Desta maneira, “do comedor saiu comida”.

(2) Por essa razão, ele creu que Ele era o Senhor e Deus, e nós devemos crer nisto também.

[1] Nós devemos crer na sua divindade – que Ele é Deus. Não um homem feito Deus, mas Deus feito homem, como este evangelista estabeleceu na sua tese desde o início, cap. 1.1. O autor e cabeça da nossa santa religião tem a sabedoria, o poder, a soberania e a imutabilidade de Deus, o que era necessário, porque Ele deveria ser não somente o fundador dela, mas a fundação, para seu suporte constante, e a fonte devida, para seu suprimento.

[2] Sua mediação – que Ele é Senhor, o único Senhor, 1 Coríntios 8.6; 1 Timóteo 2.5. Ele está suficientemente autorizado, como plenipotenciário, a estabelecer os grandes interesses que há entre Deus e o homem, e a absorver a controvérsia que inevitavelmente tem sido nossa ruína, e a estabelecer a correspondência que era necessária para nossa felicidade. Veja Atos 2.36; Romanos 14.9.

(3) Ele o aceitou como seu Senhor e seu Deus. Na fé, deve haver a aceitação da vontade do Senhor nos termos do Evangelho, assim como a adequação do entendimento às verdades do Evangelho. Nós devemos aceitar que Cristo seja para nós aquilo que Deus o indicou para ser. “Senhor meu” se refere a Adonai – minha fundação e meu sustentador. “Deus meu”, a Elohim – meu príncipe e juiz. Como Deus o constituiu como o árbitro e juiz, nós devemos aprovar a escolha e nos submetermos inteiramente a Ele. Este é o ato vital de fé, Ele é meu, Cantares 2.16.

(4) Tomé faz uma profissão aberta de sua fé diante daqueles que tinham sido as testemunhas das suas dúvidas incrédulas. Ele diz isto a Cristo, e, para completar o sentido, nós devemos interpretar assim: Tu és meu Senhor e meu Deus. Ou, falando aos seus irmãos: Este é meu Senhor e meu Deus. Nós aceitamos Cristo como nosso Senhor Deus? Devemos ir até Ele, e dizer isto a Ele, como Davi (Salmos 16.2), oferecer-lhe nossa rendição espontânea, dizer isto aos outros, como aqueles que triunfam com nosso relacionamento com Cristo: Este é meu amado. Tomé fala com um afeto ardente, como alguém que se apossou de Cristo com toda a sua força: “Senhor meu, e Deus meu”.

3. O julgamento de Cristo sobre tudo o que aconteceu (v. 29): “‘Porque me viste, Tomé, creste’, e é bom que tenhas, finalmente, sido trazido aos meus termos. Mas ‘bem-aventurados os que não viram e creram!”‘ Aqui:

(1) Cristo reconhece que Tomé é um crente. Os crentes sinceros e legítimos, embora possam ser lentos e fracos, serão graciosamente aceitos pelo nosso Senhor Jesus. Aqueles que permaneceram descrentes por muito tempo, se, por fim, se renderem, o encontrarão pronto a perdoar. Tão logo Tomé aceita Cristo, Cristo lhe dá este consolo, e o faz saber que ele crê.

(2) O Senhor repreende Tomé pela sua incredulidade anterior. Tomé poderia ficar envergonhado ao pensar:

[1] Que ele tinha sido tão relutante para crer; e que tinha vindo tão lentamente aos seus próprios consolos. Aqueles que, com sinceridade, aceitaram Cristo, veem uma grande razão para se lamentar por não terem feito isto antes.

[2] Que não foi sem muita dificuldade que ele foi levado a crer, por fim: “Se você não me tivesse visto vivo, não teria crido”. Mas, se nenhuma evidência for necessária, exceto a dos nossos sentidos, e nós não crermos em nada, exceto naquilo de que formos testemunhas oculares, poderemos dizer adeus a todo o relacionamento e a toda a convivência com o Senhor. Se este for o único método de prova, como o mundo deverá ser convertido à fé em Cristo? Portanto, Tomé é repreendido com justiça, por colocar tanta ênfase em ver.

(3) O Senhor Jesus elogia a fé daqueles que creem com mais facilidade. Tomé, como crente, era verdadeiramente bem-aventurado. No entanto, mais “bem-aventurados os que não viram”. Isto não se refere a não ver os objetos de fé (pois estes são invisíveis, Hebreus 11.1; 2 Coríntios 4.18), mas os motivos de fé – os milagres de Cristo, e especialmente sua ressurreição. Bem-aventurados os que não viram estes milagres, e ainda assim creem em Cristo. Isto pode se referir; retrocedendo, aos santos do Antigo Testamento, que não tinham visto as coisas que os apóstolos viram, e ainda assim creram na promessa feita pelo Pai, e viveram de acordo com esta fé. Ou pode se referir ao futuro, àqueles que creriam depois disto, os gentios, que nunca tinham visto Cristo encarnado, como os judeus tinham visto. Esta fé é mais louvável e digna de elogios do que a daqueles que viram e creram, pois:

[1] Ela evidencia um estado de espírito melhor naqueles que realmente creem. Não ver, e ainda assim crer, mostra um maior esforço em procurar a verdade, e um maior empenho de mente para aceitá-la. Aquele que crê com esta visão tem sua resistência derrotada por um tipo de violência, mas aquele que crê sem esta visão, como os bereanos, é mais nobre.

[2] Ela é um grande exemplo do poder da graça divina. Quanto menos perceptível for a evidência, a obra da fé parecerá, ainda mais, ser uma obra do Senhor. Pedro é bem-aventurado na sua fé, porque não foi carne e sangue quem lhe revelou, Mateus 16.17. A carne e o sangue contribuem mais para a fé daqueles que veem e creem do que para a fé daqueles que não veem e, mesmo assim, creem. O Dr. Lightfoot cita uma frase de um dos rabinos: “Um único prosélito é mais aceitável a Deus do que todos os milhares de Israel que estiveram diante do monte Sinai. Pois eles viram e receberam a lei, mas um prosélito não viu, e mesmo assim ainda a recebe”.

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